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Florestas de Terras Baixas do bioma Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 02/06/2017 Geoprocessamento Ambiental Daniela Vilela Cunha Prática 9 - Projeções Cartográficas /Referencial Geodésico e Operações de Geoprocessamento Professora: Maria Lúcia Lorini 1 SUMÁRIO Introdução ------------------------------------------------------------------------------------------ 2 Metodologia ----------------------------------------------------------------------------------------- 3 Resultados e Discussões -------------------------------------------------------------------------- 4 Conclusão ------------------------------------------------------------------------------------------- 8 2 Introdução A Floresta de Planície ou de Terras Baixas cresce sobre solos pobres, normalmente arenosos, apenas com uma camada superficial de húmus e lençol freático pouco profundo, aflorando em áreas de lagoas e alagadiços. Podem conter depósitos de turfa, que tem origem vegetal e pode ser encontrada em camadas, geralmente em regiões pantanosas e também sob as montanhas. As árvores têm uma altura máxima de 25 m e um sub-bosque denso. É uma mata homogênea composta por espécies que também podem ser encontradas na floresta ombrófila densa montanha ou na restinga, formada sobre sedimentos de origem quaternária. Um componente de destaque na floresta de planície é formado pelas epífitas vasculares, plantas que crescem sobre os troncos e galhos das árvores sem manter qualquer tipo de relação nutricional. No Rio de Janeiro, as Florestas de Terras Baixas estão estabelecidas nas baixas altitudes, até 50m, com remanescentes ao longo do Estado, nas áreas alagadas ou muito úmidas. A vegetação apresenta composição florística variada, com a presença constante do pau-de-tamanco (Tabebuia cassinoides - Bignoniaceae) e do coco-de-tucum (Bactris setosa - Palmae). Um sub-bosque pode estar presente com várias Piperaceae e Costus spiralis (Zingiberaceae). Outras espécies arbóreas frequentes são as figueiras (Ficus organensis, Ficus insipida - Moraceae) e os ingás (Inga laurina - Leguminosae). No litoral Sul, pode ocorrer a palmeira Raphia ruffia e nas bacias dos rios São João e Macaé aparecem o guanandi (Symphonia globulifera Guttiferae) e o uanani (Callophyllum brasiliense - Guttiferae). A umidade desses ambientes favorece a alta incidência de epífitas representadas por Bromeliaceae, Araceae, Cactaceae e Orchidaceae. A abertura da BR-101 representou um drástico aumento das pressões antrópicas sobre os remanescentes desse tipo de mata. Portanto, o objetivo deste relatório é diagnosticar a situação atual das Florestas de Terras Baixas do bioma Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro, devido ao forte impacto de atividades do setor imobiliário e de agropecuária sobre essas florestas. Além disso, visa-se elaborar estratégias de proteção para esses ecossistemas. 3 Metodologia Foi disponibilizado pelo ICMBio os seguintes dados em formato shapefile: Distribuição potencial original das Florestas de Terras Baixas (Vegetacao_Potencial_FlorTB.shp), Remanescentes de Florestas de Terras Baixas no ano de 2012 (rem_2012_FlorTB.shp), Unidades de Conservação de Proteção Integral existentes no estado do Rio de Janeiro (UCs_PI_RJ.shp) e limite do Estado do Rio de Janeiro (estado_RJ.shp). A partir desses dados foi possível produzir dois mapas do estado do Rio de Janeiro: um mostrando distribuição potencial original das Florestas de Terras Baixas e outro mostrando a distribuição dos remanescentes Florestas de Terras Baixas em 2012 e a cobertura das Unidades de Conservação de Proteção Integral, que se encontram em anexo neste relatório. O primeiro passo foi definir a referência espacial da camada estado_RJ_shp. Uma vez escolhido o Sistema de Coordenada Geográfica WGS 84 foi possível prosseguir com a projeção de todas as camadas, possibilitando a operação de cálculo de área. Projetou-se o shapefile de UCs, anteriormente em SAD 69, para WGS 84 compatibilizando-o com as demais camadas. Cruzou-se a informação dos remanescentes de Floresta de Terras Baixas com a das UCs de Proteção Integral utilizando a ferramenta de geoprocessamento de recorte. Esse shapefile representa os remanescentes de Floresta de Terras Baixas que estão cobertos por UCs de Proteção Integral. Para seguir com o cálculo das áreas remanescentes que atualmente estão sob UCs de Proteção Integral, além dos dados da distribuição de todos os remanescentes em 2012 e da distribuição total potencial original da Floresta de Terras Baixas, resta reprojetar os dados para uma projeção equivalente, que preserve a propriedade de área sem distorção. Neste caso, escolheu-se Albers Equal Area Conic. Como último detalhe, foi solicitado pelo ICMBio que os dados produzidos na análise fossem entregues no Sistema SIRGAS 2000. Para tal, foi realizada uma transformação nos dados, o que implicou em mudança do Datum. A partir dos dados criados no Sistema SIRGAS 2000 foi elaborado um novo projeto e, na sequencia, criado o layout para produzir a saída cartográfica dos mapas supracitados. 4 Resultados e Discussões De acordo com a Tabela de Atributos a seguir, é possível observar todas as áreas (m²) de remanescentes de Floresta de Terras Baixas que estão cobertos por UCs de Proteção Integral. Analisando a estatística desses dados, tem-se: Onde o item “soma” equivale à soma de todas as áreas de Floresta de Terras Baixas que estão cobertas por UCs de Proteção Integral, na unidade metros. Passando para hectares, tem-se 4109,2705968229hm². 5 Áreas de Floresta de Terras Baixas que estão cobertas por UCs de Proteção Integral Repetindo o mesmo procedimento para as áreas de distribuição total potencial original da Floresta de Terras Baixas, tem-se: Onde a área total, em hectares, é igual a 1081994,241825089 hm². 6 Distribuição total potencial original da Floresta de Terras Baixas Por último, calculou-se a área dos dados da distribuição de todos os remanescentes em 2012, encontrando o valor de 31288,840790743 hm², conforme figura abaixo. 7 Distribuição de todos os remanescentes de Florestas de Terras Baixas em 2012 Analisando os dados de área exemplificados anteriormente, é possível constatar que a porcentagem perdida de Florestas de Terras Baixas até 2012, de acordo com os cálculos abaixo, foi de aproximadamente 97,10%. Área Total – 100% Área rem 2012 – x% 1081994,241825089 – 100% 31288,840790743 – x% X = 2,891775% - Este valor é equivalente ao remanescente de Florestas de Terras Baixas no ano de 2012. Portanto, para saber o quanto foi perdido, basta subtrair 2,891775% de 100%, resultando em 97,10% de área perdida. Por sua vez, ainda existem áreas de remanescentes Florestas de Terras Baixas em 2012 que não são protegidas por Unidades de Conservação de Proteção Integral. Essa área é de 27179,570193 hm² e corresponde, em porcentagem, a 87%. 8 Área rem 2012 – 100% Área UCs – y% 31288,840790743 – 100% 4109,2705968229 – y% Y = 13,1333% - Este valor corresponde ao percentual de remanescentes de Florestas de Terras Baixas que são protegidas por UCs. Para saber quais estão desprotegidas, basta subtrair este valor de 100. Portanto, 100%-13,1333% = 87%. Conclusão Após análise de todos os dados obtidos acerca das áreas de Florestas de Terras Baixas no estado do Rio de Janeiro percebe-se que, estas, sofreram forte impacto ambiental no decorrer dos anos, devido a atividades como agropecuária e cultivo de cana-de-açúcar, o que acarretou na diminuição significativa de suas áreas originais. Atualmente, conforme tabela abaixo são 11 UCs que protegem as Florestas de Terras Baixasno estado do Rio de Janeiro: NOME UC CATEGORIA NOME ORGÃO DE PROTEÇÃO Parque Estadual Cunhambebe Parque Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro Parque Estadual da Ilha Grande Parque Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro Parque Estadual da Serra do Mar Parque Fundação para Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo Estação Ecológica Estadual de Guaxindiba Estação Ecológica Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro Reserva Biológica e Arqueológica de Guaratiba Reserva Biológica Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro Parque Nacional da Tijuca Parque Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade Parque Nacional da Serra da Bocaina Parque Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade Reserva Biológica de Poços das Antas Reserva Biológica Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade Reserva Biológica União Reserva Biológica Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade Estação Ecológica de Tamoios Estação Ecológica Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade Reserva Biológica do Tinguá Reserva Biológica Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
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