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Medidas para combater a fome oculta

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MATERIAL DE APOIO DIDÁTICO 
 
 
 
01 de agosto de 2018 
Criação: Camila Stephan Marques da Silva 
Normalização: Celma Rivanda Machado de Araújo 
 
 
Introdução à biofortificação 
 
Módulo III – A biofortificação é a única solução? 
 
 
 
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Introdução à biofortificação 
Módulo III – A biofortificação é a única solução? 
A partir dos conhecimentos adquiridos até agora, você já é capaz de responder à 
pergunta deste módulo: a biofortificação é a única solução? A resposta é não. Mas, para 
melhor compreendemos como ela é um complemento a outras formas de intervenção 
nutricional, devemos entender quais as diferenças entre fortificação, suplementação, 
diversificação alimentar e biofortificação. Vamos em frente! 
1. INTRODUÇÃO 
Existem quatro tipos de intervenção para prevenir e combater deficiências de 
vitaminas e minerais, que podem ser implantados individualmente ou em combinação. São 
eles: suplementação, fortificação, diversificação alimentar e biofortificação. 
1.1. SUPLEMENTAÇÃO 
Suplementos alimentares são substâncias químicas – em sua maioria, vitaminas, 
minerais e aminoácidos – comercializadas sob a forma de cápsulas, comprimidos ou injeções, 
e administrados como parte dos cuidados com a saúde, seja para suprir deficiências 
nutricionais ou complementar a alimentação. 
O consumo de suplementos tem aumentado entre aqueles que não conseguem suprir 
suas necessidades nutricionais através da alimentação e também entre os atletas de academia 
que desejam obter ganho de massa muscular. Entretanto, seu consumo deve vir associado a 
uma alimentação balanceada e diversificada, e a prescrição do suplemento deve ser feita 
somente por nutricionista. Segundo Connolly (2011), os suplementos podem desempenhar 
um papel reconhecido na prevenção de doenças, quando suas ingestões são adequadamente 
equilibradas. 
Ainda de acordo com Connolly (2011), muitas organizações médicas desaconselham 
os suplementos em virtude dos riscos de sua ingestão de forma inadequada, sem 
recomendação nutricional e até mesmo por falta de evidência dos benefícios para a saúde. 
Para este grupo de pessoas a orientação é a aquisição de nutrientes através única e 
exclusivamente da alimentação. 
 
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Como alerta deve ser esclarecido que é mais fácil a pessoa sofrer de uma overdose de 
vitaminas ou minerais, seja pelo uso tanto da suplementação (prática médica) como da 
fortificação (prática da indústria de alimentos), o que possivelmente não ocorre pela 
biofortificação (prática agrícola). Nesta última, os nutrientes essenciais estão diretamente 
inseridos nos alimentos, o que certamente evita que haja prática errônea de consumo de uma 
dose excessiva e cumulativa. 
 
1.2. FORTIFICAÇÃO DE ALIMENTOS 
A fortificação é uma prática empregada pela indústria de alimentos desde a metade 
do século XX. Trata-se de um processo no qual micronutrientes – vitaminas e minerais – são 
acrescidos aos alimentos durante o processamento industrial visando beneficiar um grande 
número de consumidores no varejo. Segundo Marques et al. (2012), o objetivo é agregar 
maior valor nutricional aos alimentos e prevenir ou erradicar carências de micronutrientes. 
Alguns dos micronutrientes mais estudados e aplicados às técnicas da fortificação de 
alimentos são ferro, ácido fólico, vitamina D, cálcio, vitamina A e zinco. 
A Comissão do Codex Alimentarius é responsável por estabelecer as condições básicas 
para os programas de fortificação de alimentos, tais como: avaliação do estado nutricional da 
população alvo, identificação dos alimentos que participam da rotina da alimentação da 
população e determinação dos níveis mínimo e máximo de adição de nutrientes essenciais. 
A fortificação de alimentos vem sendo utilizada de forma eficaz no combate às 
deficiências nutricionais em áreas urbanas, tanto de países desenvolvidos como em 
desenvolvimento. Por exemplo, nos Estados Unidos os alimentos fortificados são 
predominantes no suprimento alimentar da população. De acordo com Connolly (2011), 
cereais prontos para consumo e bebidas fortificadas com vitamina C são os itens que 
apresentam as maiores contribuições para o suprimento de alimentos nos EUA. 92% dos 
cereais matinais são fortificados e contribuem com até 30% da ingestão diária de vitaminas e 
minerais para adultos e crianças. Estudos também apontam que a fortificação tem tido êxito 
no combate a enfermidades, como por exemplo a anemia ferropriva, tanto no Brasil quanto 
no exterior. 
http://www.paho.org/panaftosa/index.php?option=com_content&view=article&id=1678:medico-veterinario-guilherme-costa-fue-electo-el-nuevo-presidente-de-la-comision-del-codex-alimentarius-en-su-40a-sesion&Itemid=504
 
 
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A fortificação é atraente porque não requer grupos-alvo para mudar a dieta, podendo 
ser empregado pela indústria de alimentos e assim atingir um grande número de 
consumidores por meio do varejo. Além disso, os alimentos fortificados são importantes em 
situações de crises econômicas, guerras e desastres naturais (ALEMANHA, 2012). 
 A técnica é vista como uma medida de baixo custo e efetiva a curto, médio e longo 
prazo na prevenção de carências nutricionais (Marques et al., 2012). Estudos do Banco 
Mundial sugerem que o custo anual per capita de um alimento com vitamina A está entre US$ 
0,69 e US$ 0,98, enquanto o custo da fortificação com ferro é de apenas US$ 0,12 a US$ 0,22. 
Dentre os primeiros registros da aplicação da fortificação, pode-se destacar a adição 
de iodo ao sal. A introdução do sal iodado nos Estados Unidos teve início na década de 1920 - 
antes mesmo que o conceito de Ingestão Diária Recomendada (IDR) fosse estabelecido - no 
intuito de conter a prevalência do bócio. Logo em seguida, na década de 1930, foram 
enriquecidos alimentos com vitaminas e minerais visando reduzir as epidemias da época, 
como pelagra (deficiência de vitamina B3) e raquitismo (deficiência de vitamina D). Dados 
daquela época registravam que um terço dos americanos tinha dietas pobres, dos quais 10% 
mostravam sinais de deficiência de vitaminas. Tal quadro de carência nutricional motivou a 
criação das primeiras doses diárias recomendadas (RDAs) para ferro, cálcio, vitaminas A, B1, 
B2, B3, C e D. No final da década de 50, os alimentos básicos já tinham padrões formais de 
fortificação regulados pela FDA (Food and Drug Administration), tais como: pães, farinha, 
macarrão, fubá e arroz branco (enriquecidos com ferro, vitaminas B1, B2 e B3), bem como 
leite (enriquecido com vitamina D e opcionalmente vitamina A). Em 1996, o ácido fólico 
(também conhecido como vitamina B9) foi adicionado à lista de produtos enriquecidos à base 
de grãos, como forma de prevenção das malformações fetais, mais especificamente os 
defeitos do tubo neural. (Conolly, 2011). 
No Brasil, a fortificação de alimentos teve início somente em 1953 com a introdução 
do sal iodado para consumo humano, porém restrito às áreas de bócio endêmico. Em 1955, 
uma nova lei foi aprovada pelo Congresso Nacional - a Lei nº 9005, de 16 de março de 1995, 
que dispõe sobre a obrigatoriedade da iodação do sal destinado ao consumo humano e seu 
controle pelos órgãos sanitários. E a partir de 2004, devido aos elevados índices de anemia e 
de doenças fetais causadas pela deficiência de ácido fólico nas gestantes, foi aprovada a 
 
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fortificação de outros alimentos, como as farinhas de trigo e de milho enriquecidas com ferro 
e ácido fólico (Marques et al., 2012). 
Arcanjo, Amancio e Braga (2018) apresentam as seguintes vantagens da fortificação:1) o consumo regular e frequente de alimentos fortificados pode manter estoques de 
micronutrientes mais eficientes e efetivos doque a suplementação; 2) possibilita o uso de 
múltiplos micronutrientes sem aumento de custo, com risco mínimo de toxidade crônica; 3) 
proporciona quantidades de micronutrientes próximos ao natural nos alimentos; 4) 
proporciona grande alcance populacional, quando largamente distribuído e consumido; 5) 
não implica em modificações nos hábitos alimentares da população. Por outro lado, a 
fortificação apresenta as seguintes limitações: 1) pode falhar em alcançar as populações 
pobres que vivem à margem da economia; 2) a tecnologia de fortificação pode não estar 
disponível em alguns locais; 3) há algumas populações de baixa renda, com múltiplas carências 
de micronutrientes, que mesmo com fortificações múltiplas podem não ser capazes de suprir 
essas deficiências; 4) custo com acompanhamento, qualidade física, sabor e segurança 
durante o processamento dos alimentos. 
1.3. DIVERSIFICAÇÃO ALIMENTAR 
A diversificação alimentar pode ser considerada uma estratégia de longo prazo, 
especialmente em contraste com a suplementação. O objetivo é diversificar desde o cultivo 
no campo agrícola até o consumo que vai à mesa da população e, dessa forma, poderá se ter 
uma ampla gama de alimentos com alta teor de vitaminas e minerais para que estejam 
disponíveis para compra (ALEMANHA, 2012). 
Seu sucesso depende não apenas de uma boa variedade de gêneros alimentícios e 
métodos saudáveis de preparação das refeições, mas também do aconselhamento e da 
educação nutricional direcionada. A diversificação também pode ser entregue por meio de 
serviços de saúde, juntamente com a suplementação alimentar e a fortificação, e pode 
desempenhar um papel importante na redução da desnutrição. 
 
1.4. BIOFORTIFICAÇÃO 
 
 
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Conforme aprendemos no módulo anterior, a biofortificação é uma intervenção 
nutricional que tem por objetivo o aumento do conteúdo de micronutrientes das cultivares 
básicas por meio da utilização de práticas agronômicas e de melhoramento genético de 
plantas. Enquanto na fortificação o enriquecimento se dá durante o processamento dos 
alimentos, na biofortificação o aumento do conteúdo de micronutrientes ocorre no nível da 
planta. 
Bom, para não repetirmos o que já foi dito nos módulos anteriores, aproveite e assista 
este vídeo com o pesquisador da Embrapa, André Dusi, veiculado no programa Conexão 
Ciência. A produção audiovisual procurou traçar um panorama sobre o assunto seguindo o 
formato de entrevista. Assista e continue avançando nos seus conhecimentos sobre a 
biofortificação! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=O52_0AXITRI
 
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Referências 
MARQUES, M. F.; MARQUES, M. M.; XAVIER, E. R.; GREGÓRIO, E. L. Fortificação de 
alimentos: uma alternativa para suprir as necessidades de micronutrientes no mundo 
contemporâneo. HU Revista, Juiz de Fora, v. 38, n. 1 e 2, p. 29-36, jan./jun. 2012. Disponível 
em: <https://hurevista.ufjf.emnuvens.com.br/hurevista/article/view/1739>. Acesso em 27 
jun. 2018. 
CONNOLLY, K. M. Supplementation versus Food Fortification. Total Health Magazine. 2011. 
Disponível em: <https://totalhealthmagazine.com/Diet-and-Nutrition/Supplementation-
versus-Food-Fortification.html>. Acesso em 27 jun. 2018. 
ALEMANHA. Federal Ministry for Economic Cooperation and Development. 
Supplementation, Food Fortification and Dietary Diversification: a three-pronged approach 
to reducing hidden hunger. Alemanha: GIZ, 2012. Editores: Claudia Trentmann, comit 
GmbH, Ines Reinhard, Leonie Vierck. Disponível em: 
<https://www.bmz.de/en/zentrales_downloadarchiv/themen_und_schwerpunkte/ernaehru
ng/food_fortification.pdf>. Acesso em 27 jun. 2018. 
ARCANJO, F. P. N.; AMANCIO, O. M. S.; BRAGA, J. A. P. Fortificação alimentar com ferro. O 
Mundo da Saúde, Rio de Janeiro, v. 33, n. 3, p. 279-285, 2018. Disponível em: 
<https://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/69/279a285.pdf>. Acesso em: 10 jul. 
2018. 
https://hurevista.ufjf.emnuvens.com.br/hurevista/article/view/1739
https://totalhealthmagazine.com/Diet-and-Nutrition/Supplementation-versus-Food-Fortification.html
https://totalhealthmagazine.com/Diet-and-Nutrition/Supplementation-versus-Food-Fortification.html
https://www.bmz.de/en/zentrales_downloadarchiv/themen_und_schwerpunkte/ernaehrung/food_fortification.pdf
https://www.bmz.de/en/zentrales_downloadarchiv/themen_und_schwerpunkte/ernaehrung/food_fortification.pdf
https://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/69/279a285.pdf

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