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AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO COM PEDIDO DE CAUTELAR

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Partido Político Camisa Colorida, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ nº XXX, com endereço na XXX, inscrito no Tribunal Superior Eleitoral, devidamente representado no Congresso Nacional, com fundamento no art. 103, inciso VIII, da Constituição Federal e art. 2º, inciso VIII da Lei n. 9.868/99, vem respeitosamente perante V. Exa., por intermédio de seu advogado regularmente inscrito na OAB- UF, sob o nº XXX, e devidamente constituído (instrumento de mandato em anexo), propor 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO COM PEDIDO DE CAUTELAR 
em face do Congresso Nacional, tendo em vista a falta de norma regulamentadora do art. 5º, incisos XLI e XLII, da CF, pelos fundamentos que serão apresentados.
I – DO OBJETO IMPUGNADO
Trata-se de uma lei de eficácia limitada, isto é, que depende de norma regulamentadora que estabeleça a pena atribuída aos crimes previstos nos incisos supracitados, bem como a equiparação da aplicação nos casos contra a prática de crimes de ódio, como por exemplo a homofobia e transfobia.
Além disso, a Carta Magna estabelece que a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais, e a falta da norma regulamentadora e específica, acaba por ferir os mandamentos constitucionais, bem como os preceitos e objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, como a dignidade da pessoa humana, uma sociedade livre, justa e solidária, a prevalência dos direitos humanos, o direito à vida, à liberdade, à igualdade. 
Tendo em vista, que é necessária regulamentação prevista pelo Constituinte Originário na norma de eficácia limitada contida no dispositivo 5º, incisos XLI e XLII, da CF. Constata-se a total omissão do Congresso Nacional, ocasionando grave prejuízo à efetividade do direito disposto na norma.
II – DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
O Supremo Tribunal Federal é competente para apreciar e julgar a ação direta de inconstitucionalidade por omissão nos termos do art. 102, I, “a” e “p” da CF/88.
III – DA LEGITIMIDADE ATIVA
O autor é legitimado ativo para a propositura da ação, de acordo com o art. 103, VIII da CF/88 e art. 2, VIII da Lei 9868/99, não havendo a necessidade de comprovar a pertinência temática, na forma do art. 17, da CRFB/88.
Ademais, possui representação no Congresso Nacional e foi criada de acordo com a Lei 9096/95, estando, portanto, plenamente habilitada para ajuizamento desta ação (ADO).
IV – DA LEGITIMIDADE PASSIVA
O Congresso Nacional é legitimado passivo da presente ação direta de inconstitucionalidade por omissão, pois é o órgão responsável pela edição da norma regulamentadora não editada em cumprimento ao art.5º, incisos XLI e XLII, da CF/88, norma de eficácia limitada.
V – DA INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO
O art. 5º, caput, e incisos XLI e XLII, da CF assim dispõe: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;”
Caracteriza-se em norma de eficácia limitada, sendo insuficiente para atender a tutela constitucional aos usuários, dependente de regulamentação e a medida judicial objetiva apropriada para defender desse direito social é a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, na forma no art. 103, § 2 da CRFB/88.
VI – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
Diante de todo o exposto, requer:
a) a intimação do Procurador-Geral da República, para que se manifeste, no prazo de 15 dias, acerca do mérito, com fundamento no art. 12-F, § 2º, e no art. 12-E, § 3º, da Lei n. 9.868/99, além da imposição constitucional do art. 103, § 1º;
b) ao final, a procedência do pedido de mérito, para que seja declarada a inconstitucionalidade por omissão, e dar ciência ao Congresso Nacional, para adoção das providências necessárias, para fazer em um prazo razoável a edição da norma a ser estipulado pelo Tribunal.
c) a oitiva do Advogado-Geral da União, nos termos do art. 12-E, § 2º da Lei nº 9.868/99;
d) a oitiva do Procurador-Geral da República, nos termos do art. 12-E, § 3º, da Lei nº 9868/99;
e) a juntada dos documentos anexos, nos termos do art. 12-B, § único, da Lei nº 9868/99.
Dá-se à causa o valor de R$...
Nestes termos, pede deferimento.
Local e data.
Advogado...
OAB...

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