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JUSTIFICADA_OAB10_002_1-18

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OAB – Exame de Ordem 2010.1 Caderno AFONSO ARINOS – 17 –
de 30 dias, opera-se a decadência do direito à cautela.*/
||D|| - Opção incorreta. “As medidas cautelares serão requeridas
ao juiz da causa; e, quando preparatórias, ao juiz competente para
conhecer da ação principal. Parágrafo único. Interposto o recurso,
a medida cautelar será requerida diretamente ao tribunal” (CPC,
art. 800).*/
QUESTÃO 44
Paulo ajuizou ação contra Aldo. Ao receber a inicial, o
juiz verificou que a matéria controvertida era unicamente de
direito e que já havia sido proferida sentença de total
improcedência em casos idênticos, e, por isso, proferiu sentença
reproduzindo o teor das anteriormente prolatadas, sem a citação
de Aldo. 
Nessa situação hipotética, de acordo com o CPC, 
A a sentença é nula, por não ter havido a citação de Aldo.
B o juiz poderá retratar-se caso Paulo apele da sentença.
C caberá reclamação ao tribunal competente, sob o argumento
de que houve error in procedendo.
D a sentença não faz coisa julgada material.
||JUSTIFICATIVAS||
||A|| - Opção incorreta. Trata-se de julgamento imediato de causa
repetitiva, que dispensa a citação do réu. Assim estabelece o art.
285-A do CPC: “Quando a matéria controvertida for unicamente
de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total
improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada
a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da
anteriormente prolatada.”*/
||B|| - Opção correta. Caberá apelação e o juiz poderá retratar-se,
conforme art. 285-A, § 1.º, do CPC: “Se o autor apelar, é
facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias, não manter
a sentença e determinar o prosseguimento da ação.” (Incluído pela
Lei n.º 11.277, de 2006)*/
||C|| - Opção incorreta. Não cabe reclamação, visto que o
procedimento está amparado no art. 285-A do CPC.*/
||D|| - Opção incorreta. A sentença fará coisa julgada material,
visto que enfrentou o mérito. Nesse sentido a doutrina: “É
hipótese excepcional de julgamento antecipado da lide (art. 330,
CPC), que passa a ser autorizado, também, antes da citação do
réu, se a conclusão do magistrado é pela improcedência.
Antecipa-se ainda mais o momento de julgamento da causa,
dispensando não só a fase instrutória, mas inclusive a própria
ouvida do réu. É exemplo de decisão definitiva, apta a ficar imune
pela coisa julgada material.” (Fredie Didier Jr. Curso de direito
processual civil. Vol. 1. 11 ed., Salvador: Podium, 2009, p.
458).*/
QUESTÃO 45
A ação rescisória
A não pode ser ajuizada por terceiro, ainda que juridicamente
interessado.
B será admitida no âmbito dos juizados especiais cíveis quando
houver sentença transitada em julgado.
C deverá ser ajuizada até dois anos após o trânsito em julgado
da última decisão, sob pena de prescrição.
D é admitida ainda que não se tenham esgotado todos os
recursos contra a sentença transitada em julgado.
||JUSTIFICATIVAS||
||A|| - Opção incorreta. A ação pode ser ajuizada pelo terceiro
juridicamente interessado. Colhe-se da doutrina: “Tem legitimidade
para propor a ação rescisória quem foi parte no processo ou seu
sucessor a título universal ou singular. De igual modo, a rescisória
pode ser intentada pelo terceiro juridicamente interessado (CPC, art.
487)” (Fredie Didier Jr. e Leonardo José Carneiro da Cunha. Curso
de direito processual civil. Vol. 3. 6 ed., Salvador: Podium, 2008,
p. 359).
Estabelece o CPC:
“Art. 487. Tem legitimidade para propor a ação:
(...)
II – o terceiro juridicamente interessado;*/
||B|| - Opção incorreta. Assim estabelece a Lei n.º 9.099/1995:
“Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas ao
procedimento instituído por esta Lei.”*/
||C|| - Opção incorreta. Trata-se de prazo decadencial. A diferença é
importante, porquanto o prazo decadencial não se interrompe nem se
suspende, ao contrário do prazo prescricional.Assim dispõe o art. 495
do CPC: “O direito de propor ação rescisória se extingue em 2
(dois) anos, contados do trânsito em julgado da decisão.”
Colhe-se da doutrina: “Ora, já se viu que a ação rescisória tem
natureza de ação desconstitutiva ou constitutiva negativa. Significa,
então, que seu ajuizamento decorre do exercício, pela parte autora, de
um direito potestativo à desconstituição da coisa julgada. O prazo de
seu ajuizamento é, portanto, decadencial. E, sendo assim não se
prorroga, nem se suspende, nem se interrompe” (Didier Jr. e Cunha.
Op. cit., p. 370-1 ).*/
||D|| - Opção correta. Nesse sentido, enunciado da Súmula n.º
514/STF: “Admite-se ação rescisória contra sentença transitada em
julgado, ainda que contra ela não se tenham esgotado todos os
recursos.”*/
QUESTÃO 46
João ajuizou ação em que pretende a anulação de título de
crédito emitido em favor de sua ex-esposa. Ao despachar a inicial, o
juiz descobriu que a ré já havia ajuizado, em outro juízo da mesma
comarca, ação cautelar de arresto fundada no mesmo título. 
Considerando a situação hipotética apresentada, assinale a opção
correta.
A Dadas as partes envolvidas na lide, a competência para processá-
la será da vara de família instalada na referida comarca.
B Será considerado prevento o juízo em que tramita a ação cautelar
caso nesta já tenha sido citado o réu em primeiro lugar.
C A competência do juízo, no caso, será fixada em razão da
matéria, de modo que caberá o julgamento a uma vara cível, a
ser definida, entre as instaladas na comarca, pelo critério da
prevenção.
D Caso a cautelar já tenha sido despachada em primeiro lugar, o
juiz que proferiu o despacho estará vinculado a seu julgamento
e será, por isso, competente para o julgamento do processo
principal.
||JUSTIFICATIVAS||
||A|| - Opção incorreta. A competência das varas especializadas de
família não é definida em razão das pessoas, mas em razão da
matéria, o que não se aplica à hipótese descrita no enunciado. “Se
pretendemos propor, v.g., uma ação de indenização por acidente de
trânsito, sendo réu um particular, será competente, em razão da
matéria, uma das Varas Cíveis. Já a ação de inventário, ou de
anulação de testamento, irá para umas das varas de família e
sucessões” (Athos Gusmão Carneiro. Jurisdição e competência. 9
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