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TCC Exame Papanicolau

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CENTRO EDUCACIONAL CATAGUASES
CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
LUCIELE SANTOS
EXAME PAPANICOLAU - 
A IMPORTÂNCIA DO PREVENTIVO
Cataguases
2023
LUCIELE SANTOS
EXAME PAPANICOLAU - 
A IMPORTÂNCIA DO PREVENTIVO
Trabalho de conclusão de curso submetido ao corpo docente do Curso de Técnico de Enfermagem do Centro Educacional Cataguases (CEC) como parte dos requisitos necessários à obtenção do diploma de Técnico de Enfermagem.
 Cataguases, 08 de julho de 2023
	Cataguases	
2023
COMISSÃO EXAMINADORA
_________________________________________________
Prof. Kátia Morais Rodrigues
Centro Educacional Cataguases
_________________________________________________
Prof. (nome do professor convidado)
Centro Educacional Cataguases
__________________________________________________
Prof. (nome do representante da escola)
Centro Educacional Cataguases
	Aprovado em: 08/07/2023
Cataguases, 08 de Julho e 2023
2
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
“Assim como um artista se dedica para a sua obra, um enfermeiro se entrega para salvar uma vida!”
(Marianna Moreno)
RESUMO
SANTOS, Luciele. EXAME PAPANICOLAU – A importância do preventivo 2023. (Trabalho de Conclusão de Curso). Curso técnico em enfermagem em Centro Educacional Cataguases, Cataguases/MG, turma de 2023.
O exame Papanicolaou, também conhecido como preventivo, é uma ferramenta crucial na detecção precoce do câncer de colo do útero, uma das principais causas de mortalidade entre mulheres em todo o mundo. Esse exame envolve a coleta de células cervicais e sua análise microscópica, visando identificar alterações celulares que possam indicar a presença de lesões pré-cancerígenas ou cancerígenas. O técnico de enfermagem desempenha um papel fundamental nesse processo, desde a preparação da paciente até a coleta adequada das amostras, garantindo a qualidade dos resultados e fornecendo suporte emocional.
O técnico de enfermagem é responsável por acolher e orientar a paciente, proporcionando um ambiente seguro para que ela possa expressar suas preocupações e medos relacionados ao exame. Durante a realização do Papanicolau, o técnico de enfermagem deve possuir habilidades técnicas para realizar a coleta das células cervicais de forma adequada, seguindo os protocolos estabelecidos. Além disso, ele desempenha um papel importante na promoção da adesão ao exame, esclarecendo dúvidas, desmistificando mitos e destacando a importância da prevenção e detecção precoce do câncer de colo do útero.
Além do aspecto técnico, o técnico de enfermagem oferece suporte emocional à paciente durante todo o processo do exame Papanicolau. Ele compreende que muitas mulheres podem experimentar medo, ansiedade ou constrangimento, e busca criar um ambiente acolhedor e confortável para reduzir esses sentimentos. A atuação do técnico de enfermagem é indispensável para garantir a qualidade do exame, desde a coleta das amostras até a correta identificação e encaminhamento para análise laboratorial. Em suma, o papel do técnico de enfermagem no exame Papanicolau é essencial para a prevenção e detecção precoce do câncer de colo do útero, proporcionando cuidados técnicos e emocionais às pacientes.
Palavra-Chave: Exame Papanicolaou, preventivo, câncer de colo do útero, técnico de enfermagem, detecção precoce, lesões pré-cancerígenas, coleta de amostras, diagnóstico, tratamento, suporte emocional, adesão, prevenção, acolhimento.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CBP 	Colangite Biliar Primária
Sumário
1	INTRODUÇÃO	11
1.1	Apresentação	12
1.2	Justificativa	13
2	OBJETIVOS	14
2.1	Objetivo Geral	14
2.2	Objetivo Específico	14
4	METODOLOGIA	14
3.1 Tipo de Estudo	16
5	DESENVOLVIMENTO	17
4.1 O que é Papanicolau	17
4.1.1 Como é feito o exame	17
4.1.2 Resultado do Exame Papanicolau	18
4.1.3 Quando e quem deve fazer o exame Papanicolau	19
4.1.4 Preparo da paciente e aspectos éticos envolvidos	20
4.1.5 Procedimentos adequados para a coleta e preservação das amostras	20
4.1.6 Considerações sobre o ambiente de realização do exame	20
4.2 A história de Georgios Nikolaou Papanikolaou	21
4.3 Estatísticas e epidemiologia do câncer de colo do útero	22
4.3.1 Incidência	23
4.3.2 Fatores de risco	24
4.3.3 Importância da detecção precoce do câncer de colo do útero	24
4.3.4 Causas do Câncer do colo do útero	25
4.3.5 Sintomas do câncer do colo do útero	26
4.3.6 Diagnóstico do câncer do colo do útero	26
4.3.7 Prevenção do câncer do colo do útero	27
4.3.8 Tratamento do câncer do colo do útero	29
4.4 Relação entre o câncer de colo do útero e a infecção pelo vírus HPV	33
4.4.1 Benefícios da detecção precoce e impacto na sobrevida das pacientes	34
4.4.2 Estágios de desenvolvimento do câncer de colo do útero	34
4.4.4 Papel da assistência de enfermagem no exame Papanicolau	35
4.5 Fatores que podem influenciar a adesão das mulheres ao exame	36
4.5.1 Dificuldades enfrentadas pela enfermagem na realização do procedimento:	36
4.5.2 Limitações estruturais e recursos disponíveis para a realização do exame:	37
4.5.3 Estratégias para superar as barreiras e aumentar a adesão ao exame:	37
4.5.4 Programas de prevenção do câncer de colo do útero:	38
4.6 Políticas públicas e programas de rastreamento existente	39
4.6.1 Experiências internacionais de sucesso na prevenção do câncer de colo do útero	39
4.6.2 Importância da multidisciplinaridade na implementação dos programas:	39
4.6.3 Avaliação dos resultados e impacto dos programas de prevenção:	39
4.6.4 Recomendações e propostas de melhoria:	40
4.7 Sugestões para aprimorar a assistência de enfermagem no exame Papanicolau	40
4.7.1 Estratégias de conscientização e educação para as mulheres:	40
4.7.2 Importância do trabalho em equipe na prevenção do câncer de colo do útero:	41
4.7.3 Perspectivas futuras e avanços tecnológicos relacionados ao exame Papanicolau:	41
4.8	Educação e conscientização das mulheres sobre a importância do exame	42
4.8.1 Orientações pré e pós-exame para a paciente	43
4.8.2 Técnicas de comunicação e acolhimento durante o procedimento	44
4.8.3 Papel do enfermeiro na interpretação e comunicação dos resultados	45
4.8.4 Desafios e barreiras relacionadas ao exame Papanicolau	46
5	CONCLUSÃO	48
7 REFERÊNCIAS	49
1 INTRODUÇÃO 
O câncer do colo do útero (CCU) é uma doença caracterizada pela replicação desordenada de células que revestem a cérvice uterina. Essas alterações celulares que inicialmente ocorrem de forma local no epitélio podem progredir para uma lesão invasora, comprometendo estruturas subjacentes ou órgãos à distância.
O exame Papanicolau, também conhecido como citologia oncótica cervical, é uma ferramenta essencial na prevenção e diagnóstico precoce do câncer de colo do útero. Trata-se de um exame simples, acessível e de baixo custo que tem o objetivo de identificar lesões precursoras ou cancerígenas nas células cervicais, permitindo intervenções terapêuticas antes que a doença se desenvolva. Foi descoberto em 1940 pelo Dr. George Nicholas Papanicolau (1886-1962) durante estudos realizados sobre citologia hormonal.
A realização regular do exame Papanicolau é fundamental para a saúde da mulher, pois permite a detecção precoce de alterações celulares, aumentando consideravelmente as chances de sucesso no tratamento. Nesse contexto, a assistência de enfermagem desempenha um papel fundamental, tanto na orientação e educação das pacientes sobre a importância do preventivo, como na realização adequada do exame e na promoção de um ambiente acolhedor e seguro durante o procedimento.
O exame de Papanicolaou surgiu inicialmente como “citologia esfoliativa”, desenvolvido pelo médico patologista, Dr. George Nicholas Papanicolaou, onde, em 1928, pôde observar pela primeira vez, células anormais em esfregaços vaginais. Tal descoberta, de certa forma revolucionou o formato de rastreio do câncer do colo uterino, visto que, nos anos anteriores à descoberta, médicos ginecologistas realizavam a biópsia mesmo que a paciente apresentasse apenas lesões superficiais, ora,descobertas apenas após resultado do exame, logo, tal paciente era exposta a um exame invasivo seguido de histerectomia radical ou radioterapia, sem a devida necessidade.
O Brasil foi um dos primeiros países do mundo a utilizar este exame, a partir da década de 50, no entanto, o câncer do colo de útero continua sendo um grande problema na saúde pública. Mesmo sendo desenvolvidas políticas públicas que a grosso modo não atingiram todas as mulheres deste país.
O exame de Papanicolaou deve ser realizado por mulheres que já iniciaram as atividades sexuais, especialmente àquelas com faixa etária entre 25 e 64 anos (INCA, 2021). Um rastreamento efetivo para identificação das lesões precursoras do câncer, associado a um tratamento eficaz demonstram redução nas incidências dessa neoplasia que consequentemente, reduz também os índices de mortalidade.
Estudos apontam que diferentes fatores limitadores fazem com que as mulheres não realizem ou não se apresentem na periodicidade correta para a coleta do exame, dentre as principais queixas citadas estão: dificuldade no agendamento de exames e consultas, disparidades socioeconômicas e demográficas, burocratização e baixa flexibilidade, desinteresse, indiferença, má vontade e falta de paciência dos profissionais para agendar as consultas e exames e dos médicos ao realizar a coleta, escassez de médicos, vergonha, medo, falta de tempo devido ao trabalho e cuidados com a família.
1.1 Apresentação
Esta pesquisa tem como objetivo aprofundar o entendimento sobre a importância do exame Papanicolau como método preventivo e a relevância da assistência de enfermagem nesse contexto específico. O exame Papanicolau, também conhecido como citologia oncótica cervical, é um procedimento amplamente utilizado para rastrear alterações celulares no colo do útero que podem indicar lesões precursoras ou cancerígenas.
O câncer de colo do útero é uma das principais causas de mortalidade feminina em todo o mundo, e a detecção precoce é fundamental para a redução do impacto da doença. Nesse sentido, o exame Papanicolau desempenha um papel crucial, permitindo identificar alterações celulares antes mesmo que se desenvolva um quadro cancerígeno, possibilitando tratamentos mais eficazes e salvando vidas.
No entanto, a realização adequada do exame Papanicolau vai além da coleta de material celular. A assistência de enfermagem desempenha um papel essencial em todas as etapas do processo. Desde a conscientização das mulheres sobre a importância do exame preventivo, passando pela orientação e educação quanto à sua realização, até o acolhimento durante o procedimento, os enfermeiros têm a responsabilidade de garantir que as pacientes se sintam seguras, informadas e confortáveis ao passar por esse exame.
Durante esta pesquisa, foi possível analisar a literatura científica atualizada, buscando embasamento teórico consistente. Foram identificados estudos que abordam a conscientização das mulheres sobre a importância do exame Papanicolau, seus benefícios na detecção precoce do câncer de colo do útero, bem como o papel fundamental da enfermagem na prestação de uma assistência de qualidade.
Além disso, também foram identificadas algumas dificuldades enfrentadas pela enfermagem na realização do exame Papanicolau, como a falta de acesso a treinamentos adequados, limitações estruturais e desafios na comunicação efetiva com as pacientes. Esses obstáculos ressaltam a importância de propor estratégias e soluções para aprimorar a assistência de enfermagem e garantir a realização adequada do exame.
Ao final deste trabalho, espera-se fornecer subsídios que possam contribuir para uma maior conscientização das mulheres sobre a importância do exame Papanicolau, destacando a assistência de enfermagem como um pilar fundamental na prevenção, diagnóstico e tratamento precoce do câncer de colo do útero.
1.2 Justificativa
A realização do exame Papanicolau e a assistência de enfermagem são temas de extrema relevância no contexto da saúde da mulher. O câncer de colo do útero é uma das principais causas de morbidade e mortalidade entre as mulheres em todo o mundo, sendo que a detecção precoce das alterações celulares é fundamental para o sucesso do tratamento e a redução da incidência da doença.
Nesse sentido, a justificativa para a realização deste trabalho está na importância de compreender a relevância do exame Papanicolau como estratégia de prevenção do câncer de colo do útero, bem como na valorização da assistência de enfermagem nesse processo. A enfermagem desempenha um papel fundamental na promoção da saúde, na educação das mulheres sobre a importância do exame preventivo, na realização do procedimento de forma adequada e na promoção de um ambiente acolhedor durante o exame.
Existem desafios e obstáculos a serem enfrentados na realização do exame Papanicolau, tanto do ponto de vista da conscientização das mulheres quanto da atuação dos profissionais de enfermagem. Compreender essas dificuldades e propor estratégias para superá-las é essencial para melhorar a adesão das mulheres ao exame e garantir uma assistência de qualidade.
Ao realizar uma revisão bibliográfica aprofundada e analisar estudos científicos atualizados, espera-se contribuir para a produção de conhecimento sobre o tema, fornecendo subsídios para a conscientização das mulheres sobre a importância do exame Papanicolau e para o aprimoramento da assistência de enfermagem nesse contexto.
Portanto, a justificativa para este trabalho está na necessidade de ampliar a compreensão sobre o exame Papanicolau como estratégia de prevenção do câncer de colo do útero e na valorização da assistência de enfermagem como componente essencial desse processo. Ao abordar essas questões, busca-se contribuir para a melhoria da saúde das mulheres, promovendo a detecção precoce das alterações celulares e o sucesso no tratamento do câncer de colo do útero.
2
2 OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivo analisar a importância do exame Papanicolau como método preventivo e a relevância da assistência de enfermagem nesse processo. Serão abordados aspectos como a importância da conscientização das mulheres sobre a necessidade do exame, os benefícios da detecção precoce do câncer de colo do útero, bem como o papel do enfermeiro na promoção da saúde e na realização do exame Papanicolau.
2.1 Objetivo Geral
Analisar a importância do exame Papanicolau como método preventivo e a relevância da assistência de enfermagem nesse processo.
2.2 Objetivo Específico
· Investigar a literatura científica sobre o exame Papanicolau, buscando embasamento teórico atualizado.
· Avaliar a conscientização das mulheres sobre a importância do exame Papanicolau como estratégia de prevenção do câncer de colo do útero.
· Identificar os benefícios da detecção precoce do câncer de colo do útero por meio do exame Papanicolau.
· Analisar o papel da assistência de enfermagem na promoção da saúde e na realização adequada do exame Papanicolau.
· Verificar as principais dificuldades enfrentadas pela enfermagem na realização do exame Papanicolau e propor possíveis estratégias de superação.
· Apresentar recomendações para aprimorar a assistência de enfermagem no contexto do exame Papanicolau e sua contribuição para a prevenção e diagnóstico precoce do câncer de colo do útero.
METODOLOGIA
O presente artigo possui uma questão norteadora para que se fosse possível delinear os artigos que fossem mais específicos à pesquisa, sendo: Quais ações ou condutas são necessárias para que as lesões precursoras do câncer do colo do útero sejam detectadas precocemente? Em seguida realizou-se a busca de artigos nas bases de dados Scielo, Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), Lilacs e Pubmed. Na base de dados Scielo, utilizou-se os seguintes descritores em saúde “câncer do colo de útero”, “HPV”, “detecção precoce Papanicolaou” e “exame citopatológico”, e em seguida utilizou-se os filtros: ano de publicação: 2016 a 2021; áreas temáticas: ciências da saúde e ciências biológicas; tipo de literatura: artigo. No Pubmed, a busca se baseou nosdescritores de saúde “cervical câncer”, “HPV”, “neoplasm”, “cervical screening” e “Pap smear”, utilizando-se apenas o filtro: publication date: 5 years. Nas bases BVS e Lilacs buscou-se pelos seguintes descritores em saúde “câncer do colo de útero”, “HPV”, “exame Papanicolaou” e “citopatologia e apenas o filtro de ano de publicação: até 10 anos, a fim de se encontrar artigos brasileiros de referência. Para que houvesse a seleção dos artigos, critérios de inclusão e exclusão foram utilizados, logo, para inclusão tivemos: títulos e resumos que relataram estudos de acordo com o tema proposto, artigos que abordassem estudos de dados do exame preventivo, tais como a proporção de mulheres que realizaram o exame de Papanicolau em uma dada localidade ou no território brasileiro. Entretanto, como caráter de exclusão de artigos da pesquisa determinou-se: artigos que fugissem do tema ou da pergunta norteadora utilizada para a pesquisa e/ou passassem do tempo de publicação determinado. A realização da busca por artigos teve início em agosto de 2021, sendo a escolha realizada inicialmente apenas pela leitura dos títulos e resumos, em paralelo com os critérios de inclusão ou exclusão determinados. Logo, aqueles que não atenderam os requisitos prévios, foram excluídos, para que aqueles escolhidos fossem lidos por completo e utilizados para este artigo de revisão.
3.1 Tipo de Estudo 
Será realizada uma revisão bibliográfica abrangente, buscando embasamento teórico em estudos científicos, artigos, diretrizes e publicações atualizadas sobre o tema. Além disso, serão utilizados dados epidemiológicos e estatísticos para evidenciar a relevância do exame Papanicolau como estratégia de prevenção e controle do câncer de colo do útero.
DESENVOLVIMENTO
4.1 O que é Papanicolau
O exame Papanicolau, também conhecido como citologia oncótica cervical, é um procedimento ginecológico utilizado para rastrear e detectar precocemente alterações celulares no colo do útero que possam indicar lesões pré-cancerígenas ou cancerígenas.
O exame foi desenvolvido pelo médico grego George Papanicolau na década de 1940 e tornou-se um importante recurso na prevenção e diagnóstico precoce do câncer de colo do útero, que é uma das principais causas de mortalidade entre as mulheres em todo o mundo.
A realização do exame Papanicolau é relativamente simples e indolor. Durante o procedimento, o profissional de saúde, geralmente um médico ou enfermeiro especializado, coleta uma pequena quantidade de células do colo do útero e da região vaginal com o auxílio de uma espátula e uma escova específica.
As células coletadas são fixadas em uma lâmina de vidro e posteriormente enviadas para análise laboratorial. No laboratório, essas células são coradas e examinadas ao microscópio por um citotécnico ou citopatologista, que avalia a presença de células anormais, inflamação, infecção ou qualquer outra alteração que possa indicar um risco de desenvolvimento de câncer.
O resultado do exame Papanicolau é classificado em diferentes categorias, seguindo um sistema de classificação específico, como o Sistema Bethesda. Essas categorias variam de acordo com o aspecto das células observadas, indo desde um resultado negativo (sem alterações) até alterações sugestivas de lesões pré-cancerígenas ou cancerígenas que requerem avaliação mais aprofundada.
É importante ressaltar que o exame Papanicolau não é um diagnóstico definitivo de câncer, mas sim um método de triagem que pode indicar a necessidade de investigação adicional, como a realização de uma colposcopia (exame que permite visualizar o colo do útero com maior detalhe) ou biópsia para confirmar a presença de lesões pré-cancerígenas ou cancerígenas.
A recomendação é que as mulheres iniciem a realização do exame Papanicolau a partir dos 25 anos de idade, ou mais cedo, se já forem sexualmente ativas. O intervalo entre os exames pode variar de acordo com as diretrizes de cada país e o histórico individual de cada mulher.
4.1.1 Como é feito o exame
· Para a coleta do material, é introduzido um instrumento chamado espéculo na vagina (conhecido popularmente como “bico de pato”, devido ao seu formato);
· O Médico faz a inspeção visual do interior da vagina e do colo do útero;
· A seguir, o profissional provoca uma pequena escamação da superfície externa e interna do colo do útero com uma espátula de madeira e uma escovinha;
· As células colhidas são colocadas numa lâmina para análise em laboratório especializado em citopatologia.
4.1.2 Resultado do Exame Papanicolau
O resultado da colpocitologia oncótica descreve a presença de bactérias, fungos ou anormalidades encontradas na amostra coletada.
Antigamente os laudos descreviam as classes de Papanicolau, como descrito abaixo:
· Papanicolau classe I – ausência de células anormais.
· Papanicolau classe II – alterações celulares benignas, geralmente causadas por processos inflamatórios.
· Papanicolau classe III – Presença de células anormais (incluindo NIC 1, NIC 2 e NIC 3).
· Papanicolau classe IV – Citologia sugestiva de malignidade.
· Papanicolau classe V – Citologia indicativa de câncer do colo uterino.
Sendo a Classe I e II normais e as demais alteradas.
Atualmente, com a mudança de nomenclatura, os resultados não trazem mais as classes de Papanicolau e sim a nova classificação mais descritiva, completa e específica, descrevendo as características da amostra com os tipos de células presentes, a flora microbiológica (flora bacteriana natural da vagina, presença de células de defesa e o nome do germe invasor, se houver) e a presença de células malignas ou pré-malignas, se identificadas.
A classificação atual para Papanicolau pode contemplar os seguintes termos:
1. ASC-US OU ASCUS - O acrônimo ASCUS significa Células Escamosas Atípicas de Significado Indeterminado (Atypical Squamous Cells of Undetermined Significance). É o resultado alterado mais frequente e decorre de inflamações, infecções ou atrofia vaginal durante a menopausa. Na grande maioria dos casos, o ASCUS é um achado benigno que desaparece sozinho com o tempo, desde que não esteja associado a infecção pelo HPV.
2. ASC-H OU ASCH - Neste caso, as alterações celulares não permitem descartar a presença de atipias malignas. É um resultado indeterminado e precisa ser melhor esclarecido através da colposcopia e da biópsia do colo do útero.
3. LESÃO INTRAEPITELIAL ESCAMOSA DE BAIXO GRAU (LSIL) - Indica uma lesão pré-maligna com baixo risco de ser câncer e que pode ser causada por qualquer tipo de HPV. Se a amostra for negativa para HPV, o risco de transformação para câncer é praticamente nulo. 
4. LESÃO INTRAEPITELIAL ESCAMOSA DE ALTO GRAU (HSIL) - O HSIL indica grande risco de lesões pré-malignas moderadas/avançadas ou mesmo câncer já estabelecido. Portanto, toda a paciente com resultado HSIL no Papanicolau precisa ser investigada com colposcopia e biópsia.
4.1.3 Quando e quem deve fazer o exame Papanicolau
O Ministério da Saúde recomenda que mulheres entre 25 e 64 anos façam o exame regularmente. O início pode ser mais precoce em virtude do início da vida sexual. Idealmente, os exames devem ser anuais, entretanto após 2 exames normais, o intervalo pode ser expandido para 3 anos, caso haja dificuldade de acesso ao exame.
Os intervalos devem ser os seguintes:
· Após o primeiro exame, o segundo deve ser feito depois de um ano;
· Se os resultados forem normais, o próximo só precisa ser feito depois de três anos;
· Se os resultados indicarem infecção por HPV ou lesão de baixo grau, é preciso repeti-lo após seis meses;
· Se apontar lesão de alto grau, o médico é quem vai definir a melhor conduta.
Mas existem algumas exceções: para mulheres com imunossupressão, a indicação é realizar o Papanicolaou logo após o início da atividade sexual, repeti-lo em seis meses e, se os resultados forem normais, anualmente. Entram nesse grupo, por exemplo, mulheres com HIV (vírus causador da aids), aquelas que usam imunossupressores após transplante de órgãos sólidos, pacientes em tratamentos de câncer e usuárias crônicas de corticosteroides.Se o exame indicar a presença de HPV, a frequência deve ser semestral ou menor, ficando a critério médico.
4.1.4 Preparo da paciente e aspectos éticos envolvidos
Antes do exame Papanicolau, é importante realizar uma preparação adequada da paciente. Isso envolve:
1. Explicar o procedimento: A paciente deve receber informações claras sobre o exame, seus propósitos, benefícios e procedimentos envolvidos.
2. Consentimento informado: A obtenção do consentimento informado da paciente é essencial, garantindo que ela tenha conhecimento completo sobre o exame e concorde em realizá-lo.
3. Privacidade e confidencialidade: É fundamental proporcionar um ambiente privado para a paciente, respeitando sua intimidade e garantindo a confidencialidade dos resultados.
4.1.5 Procedimentos adequados para a coleta e preservação das amostras
Durante a coleta das amostras cervicais, é importante seguir procedimentos adequados para garantir a qualidade e a integridade das células coletadas. Alguns aspectos a serem considerados são:
1. Uso adequado dos dispositivos de coleta: Os instrumentos devem ser manuseados corretamente, evitando contaminação e garantindo a coleta adequada de células.
2. Técnica de coleta: O profissional de saúde deve utilizar técnicas adequadas de raspagem ou esfregação, garantindo a amostragem representativa das células cervicais.
3. Fixação das amostras: Após a coleta, as células devem ser fixadas em uma lâmina de vidro, usando uma solução apropriada, para preservação e posterior análise microscópica.
4.1.6 Considerações sobre o ambiente de realização do exame
O ambiente onde o exame Papanicolau é realizado deve ser adequado para proporcionar conforto e privacidade à paciente. Algumas considerações importantes incluem:
1. Consultório apropriado: O exame geralmente é realizado em um consultório médico, em uma sala privativa que ofereça conforto e tranquilidade à paciente.
2. Equipamentos e materiais necessários: O consultório deve estar equipado com os instrumentos e materiais adequados para a coleta das amostras, garantindo sua qualidade e segurança.
3. Profissional de saúde qualificado: É fundamental que o exame seja realizado por um profissional de saúde treinado e capacitado, como enfermeiros ou médicos, que possuam conhecimento técnico e habilidades necessárias.
4.2 A história de Georgios Nikolaou Papanikolaou
Georgios tem esse nome porque nasceu na Grécia e imigrou parta os Estados Unidos em busca de uma melhor qualidade de vida e com sonho de se dedicar a ciência. Ele já era cirurgião nessa época com experencia médica em guerra, mas ao chegar em terras estrangeiras não teve vida fácil logo de início. Trabalhou em lojas de departamentos e tocando violino em restaurantes. Mas conforme o tempo passou ele conseguiu uma vaga como assistente no departamento de anatomia da escola de medicina da universidade de Cornell.
Como estava realizando o sonho ele logo tratou de se dedicar ao máximo em estudos de células com foco nas prevenções de doenças, e em 1928 foi sua primeira descoberta, identificou células cancerígenas em uma amostra encontrada no colo de útero de uma paciente. E foi esse tipo de coleta que hoje tem como “exame Papanicolau”. Ao identificar precocemente lesões (muitas vezes causadas pelo vírus HPV, o papilovírus humano), é possível intervir e evitar que um câncer de colo de útero se desenvolva. Esse exame já preveniu milhões de canceres em mulheres do mundo inteiro. Mas não foi de imediato o seu reconhecimento na comunidade médica na época, até colegas de trabalho viam com desdém a sua descoberta e naquele tempo fazer um exame íntimo em mulheres não era bem-visto pela sociedade podendo ser visto até como mal educação, por conta disso, sua mulher foi de grande ajuda se voluntariando como cobaia nos seus exames de colo de útero, além de permitir que ele faça em enfermeiras que trabalhava com ele no hospital. Sua esposa chegou a se submeter a exames diário por 20 anos, quase por prova de amor a seu marido, mas não foi só isso. Por fim, no início dos anos 1940, George Papanicolaou conseguiu publicar um estudo mais robusto sobre o exame preventivo, e a comunidade científica começou a perceber a importância desse tipo de teste. O médico também saiu em campanha com sociedades médicas e com associações femininas para popularizar o exame. Oito décadas mais tarde, 81% das mulheres brasileiras entre 25 e 64 anos de idade disseram ter feito em 2019 o exame Papanicolau alguma vez nos três anos anteriores, segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde divulgado em março deste ano. A recomendação do ministério é de que toda mulher que já teve ou ainda tem vida sexual ativa, sobretudo as de 25 a 59 anos, se submetam ao exame uma vez por ano, se o resultado for normal durante dois anos seguidos, o exame poderá ser feito a cada 3 anos. A despeito dos avanços do exame preventivo no mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em 2020, 342 mil mulheres tenham morrido de câncer de colo de útero, a maioria delas em países de baixa renda. A meta da OMS é de que esse tipo de câncer seja completamente eliminado, o que pode acontecer, segundo o plano da entidade, se for ampliada a vacinação de meninas contra o HPV e se 70% das mulheres do mundo se submeterem a exames Papanicolau regularmente. Isso só será possível por conta de George e sua esposa, essa história mostra que persistência e atitude podem marcar seu nome na história, além de salvar milhões de vidas.
4.3 Estatísticas e epidemiologia do câncer de colo do útero
O câncer de colo do útero é um grave problema de saúde pública em todo o mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), é o quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres, com aproximadamente 570.000 novos casos e 311.000 mortes registradas globalmente a cada ano.
As taxas de incidência e mortalidade por câncer de colo do útero variam consideravelmente em diferentes regiões do mundo, sendo mais prevalente em países de baixa e média renda, onde os programas de prevenção e acesso à saúde são limitados. Estima-se que mais de 85% das mortes por câncer de colo do útero ocorram em países em desenvolvimento.
No entanto, é importante ressaltar que o câncer de colo do útero é altamente prevenível e tratável quando detectado precocemente. A implementação de programas de rastreamento e a conscientização sobre a importância do exame Papanicolau são essenciais para reduzir a incidência e a mortalidade relacionadas a essa doença.
O câncer de colo do útero é um problema de saúde global significativo, afetando milhões de mulheres em todo o mundo. As estatísticas e a epidemiologia dessa doença fornecem insights importantes sobre sua incidência, mortalidade e fatores de risco associados. 
O câncer do colo do útero se desenvolve no colo do útero (a parte inferior do útero). A maioria dos tipos de câncer do colo do útero é causada por uma infecção pelo papilomavírus humano (HPV).
· O câncer do colo do útero geralmente é causado por infecção pelo papilomavírus humano (HPV), transmitido durante o contato sexual.
· O primeiro sintoma costuma ser sangramento vaginal irregular, geralmente após a atividade sexual, mas às vezes os sintomas somente aparecem depois que o tumor já aumentou ou se disseminou.
· Exames de Papanicolau geralmente podem detectar anomalias, que são, depois, enviadas para biópsia.
· Realizar exames regulares de Papanicolau e se vacinar contra o HPV pode ajudar a prevenir o câncer do colo do útero.
· O tratamento geralmente envolve cirurgia para remover o câncer e muitas vezes o tecido circundante e, com frequência, se os tumores forem grandes, radioterapia e quimioterapia.
O câncer do colo do útero começa na superfície do colo do útero e pode penetrar profundamente a superfície. O câncer do colo do útero pode se disseminar das seguintes maneiras:
· Ao se disseminar diretamente para os tecidos adjacentes, incluindo a vagina.
· Ao penetrar a rica rede de vasos linfáticos no interior do colo do útero e depois se disseminar para outras partes do corpo.
· Raramente,por meio de disseminação através da corrente sanguínea.
4.3.1 Incidência
A incidência de câncer do colo do útero e o número de mortes por câncer do colo do útero no mundo são maiores em países de renda baixa e média que em países de renda alta. Os maiores índices são encontrados na África subsaariana. O câncer do colo do útero é o tipo de câncer mais comum em mulheres em 23 países e a principal causa de morte por câncer em 36 países.
· O câncer de colo do útero é o quarto tipo de câncer mais comum em mulheres em todo o mundo.
· Estima-se que ocorram cerca de 570.000 novos casos de câncer de colo do útero a cada ano.
· A incidência é maior em países de baixa e média renda, representando aproximadamente 85% dos casos registrados globalmente.
· As taxas de incidência variam significativamente em diferentes regiões, sendo mais altas na África Subsaariana, América Latina e Caribe e partes da Ásia.
Aproximadamente 80% a 85% dos casos de câncer do colo do útero são um carcinoma de células escamosas, que se desenvolve nas células planas semelhantes à pele que revestem o colo do útero. A maioria dos outros tipos de câncer do colo do útero são adenocarcinomas, que se desenvolvem a partir de células de glândulas.
O câncer do colo do útero começa com alterações lentas e progressivas em células normais na superfície do colo do útero. Essas alterações, chamadas de displasia ou neoplasia intraepitelial cervical (NIC), são consideradas pré-cancerosas. Isso significa que, se não forem tratadas, podem evoluir para câncer, às vezes depois de anos. A NIC é classificada como sendo leve (NIC grau 1), moderada (NIC grau 2) ou grave (NIC grau 3).
4.3.2 Fatores de risco
· Infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV): A infecção persistente pelo HPV é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de colo do útero. Existem vários subtipos de HPV, sendo o HPV-16 e o HPV-18 os mais associados ao câncer cervical.
· Comportamento sexual: Ter múltiplos parceiros sexuais, iniciar a atividade sexual em idade precoce e ter parceiros sexuais com histórico de infecção pelo HPV aumentam o risco de câncer de colo do útero.
· Imunidade comprometida: Mulheres com sistema imunológico enfraquecido devido ao HIV/AIDS, uso de medicamentos imunossupressores ou transplante de órgãos têm um risco maior de desenvolver câncer de colo do útero.
4.3.3 Importância da detecção precoce do câncer de colo do útero
A detecção precoce do câncer de colo do útero desempenha um papel crucial na redução da morbidade e mortalidade associadas a essa doença. Alguns pontos relevantes sobre sua importância são:
· Identificação de lesões precursoras: O exame Papanicolau permite detectar alterações nas células cervicais que podem indicar a presença de lesões precursoras, como displasia cervical. O tratamento precoce dessas lesões pode prevenir o desenvolvimento do câncer.
· Redução da morbidade e mortalidade: Quando o câncer de colo do útero é detectado em estágios iniciais, as chances de tratamento bem-sucedido são significativamente maiores. A detecção precoce possibilita intervenções menos invasivas e preserva a qualidade de vida da paciente.
· Rastreamento regular: O exame Papanicolau deve ser realizado periodicamente, de acordo com as diretrizes médicas, para garantir a detecção precoce de lesões e monitorar a saúde cervical da mulher ao longo do tempo.
· Educação e conscientização: A importância da detecção precoce do câncer de colo do útero deve ser amplamente divulgada, incentivando as mulheres a realizar exames de rotina e buscar assistência médica quando necessário.
O exame Papanicolau desempenha um papel fundamental na detecção precoce e prevenção do câncer de colo do útero. Ao seguir técnicas adequadas de coleta, garantir o preparo da paciente e considerar os aspectos éticos envolvidos, é possível proporcionar um ambiente propício para a realização do exame e promover a importância da detecção precoce dessa doença.
4.3.4 Causas do Câncer do colo do útero
As alterações pré-cancerosas nas células cervicais (neoplasia intraepitelial cervical) e no câncer do colo do útero são quase sempre causadas pelo papilomavírus humano (HPV) transmitido pelo contato sexual. O vírus HPV também causa verrugas genitais. Os índices de câncer do colo do útero têm diminuído constantemente nas últimas décadas em países que têm acesso a vacinas contra o HPV, exames preventivos para câncer do colo do útero e tratamento da neoplasia intraepitelial cervical.
Os fatores de risco para o câncer do colo do útero incluem:
· Ter uma chance maior de exposição a infecções sexualmente transmissíveis (por exemplo, ter relações sexuais pela primeira vez em uma idade jovem, ter mais de um parceiro sexual ou ter parceiros sexuais com fatores de risco para infecções sexualmente transmissíveis).
· Usar contraceptivos orais (pílulas anticoncepcionais).
· Fumar cigarro.
· Ter tido alterações pré-cancerosas ou câncer na vulva, vagina ou ânus.
· Ter um sistema imunológico enfraquecido (decorrente de uma doença, como câncer ou AIDS, ou causado por medicamentos, como medicamentos quimioterápicos ou corticosteroides).
O HPV pode ser transmitido através de qualquer tipo de atividade sexual, incluindo contato oral, genital ou anal. A infecção por HPV é muito comum, e cerca de 80% das pessoas sexualmente ativas são expostas à infecção por HPV pelo menos uma vez na vida. Muitas infecções por HPV duram apenas um curto período, mas algumas pessoas podem ser infectadas pelo HPV mais de uma vez, e algumas infecções por HPV duram anos.
4.3.5 Sintomas do câncer do colo do útero
Alterações pré-cancerosas geralmente não apresentam sintomas. Nos estágios iniciais, o câncer do colo do útero pode não apresentar sintomas.
O primeiro sintoma do câncer do colo do útero geralmente é sangramento anômalo da vagina, na maioria das vezes após a atividade sexual. Manchas ou sangramento mais intenso podem ocorrer entre as menstruações ou as menstruações podem ser extraordinariamente intensas. Tumores grandes têm mais propensão de sangrar e podem dar origem a uma secreção vaginal com mau odor e dor na região pélvica.
Se o câncer for generalizado, pode causar dores lombares e inchaço das pernas. É possível que ocorra obstrução do trato urinário e insuficiência renal pode ocorrer caso não seja administrado tratamento.
4.3.6 Diagnóstico do câncer do colo do útero
· Exames de Papanicolau - Exames de Papanicolau de rotina conseguem detectar células pré-cancerosas anormais (displasia) na superfície do colo do útero. Os médicos fazem exames em mulheres com células pré-cancerosas em intervalos regulares. A displasia pode ser tratada, ajudando, assim, a prevenir o câncer.
· Biópsia - Uma biópsia será realizada caso um tumor, ferida ou outra região anômala forem observados no colo do útero durante o exame pélvico ou caso células cancerosas ou pré-cancerosas sejam detectadas pelo exame de Papanicolau. Geralmente, o médico realiza um procedimento denominado colposcopia, pelo qual um instrumento com uma lente binocular (colposcópio) é inserido na vagina para examinar o colo do útero e escolher o melhor local para realizar a biópsia.
Dois tipos distintos de exames são realizados:
· Biópsia cervical: Um pedaço minúsculo do colo do útero, selecionado usando o colposcópio, é removido.
· Curetagem endocervical: O tecido é raspado do interior do colo do útero.
Esses exames são semelhantes aos exames de Papanicolau. Eles causam pouquíssima dor e um pequeno sangramento.
Se o diagnóstico não ficar claro, uma biópsia de cone será feita para remover um pedaço de tecido maior em forma de cone. Geralmente, é usada uma alça de arame fino com uma corrente elétrica passando por ela. Esse procedimento é chamado de procedimento de excisão eletrocirúrgica com alça (loop electrosurgical excision procedure, LEEP). Como alternativa, pode ser usado um laser (com um feixe de luz altamente concentrado). Qualquer um dos procedimentos exige apenas anestesia local. Outra alternativa é usar um bisturi (bisturi frio). Esse procedimento precisa serfeito em um centro cirúrgico e com anestesia.
4.3.6.1 Estadiamento do câncer do colo do útero
Se for diagnosticado o câncer do colo do útero, seu tamanho exato e locais (seu estágio) serão determinados. O estadiamento começa com um exame físico da pelve e uma radiografia de tórax. Normalmente, tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM) ou uma combinação de TC e tomografia por emissão de pósitrons (PET) são feitas para determinar se o câncer se disseminou até tecidos adjacentes ou até partes distantes do corpo. Se esses procedimentos não estiverem disponíveis, o médico pode realizar outros procedimentos para examinar órgãos específicos, como cistoscopia (bexiga), sigmoidoscopia (cólon) ou urografia IV (aparelho urinário).
Geralmente, o médico também verifica se houve disseminação até os linfonodos por meio de exames de imagem ou uma biópsia. Saber se o câncer se disseminou até os linfonodos e quantos linfonodos foram afetados ajuda o médico a prever a evolução da pessoa e a planejar o tratamento.
Os estágios do câncer do colo do útero variam de I (mais inicial) a IV (avançado). O estadiamento se baseia no grau de disseminação do câncer:
· Estágio I: O câncer está confinado no colo do útero.
· Estágio II: O câncer se disseminou além do útero até os dois terços superiores da vagina ou aos tecidos fora do útero, mas ainda está dentro da pelve (que contém os órgãos reprodutores internos, a bexiga e o reto).
· Estágio III: O câncer se disseminou por toda a pelve e/ou até o terço inferior da vagina e/ou bloqueia os ureteres e/ou causa disfunção de um rim e/ou se dissemina até os linfonodos próximos da aorta (a maior artéria do corpo).
· Estágio IV: O câncer se disseminou para fora da pelve e/ou para a bexiga ou reto ou para órgãos distantes.
4.3.7 Prevenção do câncer do colo do útero
· Exames preventivos:
A realização de exames preventivos para câncer do colo do útero é uma maneira eficaz de prevenir o câncer do colo do útero e as mortes decorrentes dessa doença.
Dois tipos de exames são utilizados para tentar detectar a presença de câncer do colo do útero:
1. Pesquisa de HPV: Uma amostra do colo do útero é testada para determinar se as cepas de HPV que causam a maioria dos cânceres do colo do útero estão presentes.
2. Exame de Papanicolau: As células do colo do útero são examinadas em um microscópio para determinar se existem células cancerosas ou anômalas. Sem tratamento, as células anômalas podem se transformar em câncer (essas células são denominadas células pré-cancerosas).
Houve uma redução de mais de 50% no número de mortes por câncer do colo do útero desde que os exames de Papanicolau começaram a ser realizados em países onde esse tipo de exame está disponível.
A realização de exames preventivos para câncer do colo do útero é recomendada para todas as mulheres com colo do útero a partir dos 21 a 25 anos de idade. Os exames preventivos costumam ser realizados a cada três a cinco anos, dependendo da idade da pessoa e do tipo de exame.
É possível que os exames preventivos parem der ser realizados após os 65 anos de idade, mas somente se um número adequado de resultados tiver sido normal nos dez anos anteriores.
Se a mulher tiver realizado uma histerectomia total (remoção cirúrgica do útero, incluindo o colo do útero) e não tiver tido câncer do colo do útero ou pré-câncer, ela não precisa fazer exames de HPV ou de Papanicolau.
Se todas as mulheres realizassem os exames para câncer do colo do útero conforme recomendado, as mortes em razão desse tipo de câncer poderiam ser praticamente eliminadas. No entanto, muitas mulheres nos Estados Unidos não fazem exames regularmente e, em países de renda média e baixa, muitas vezes os exames preventivos para câncer de colo de útero não estão disponíveis.
· Vacina contra o HPV:
A vacina contra o HPV oferece imunidade aos tipos de HPV que causam a maioria dos casos de câncer do colo do útero (e verrugas genitais e outros tipos de câncer, incluindo do ânus, vagina, pênis, garganta e esôfago). A vacina pode ajudar a prevenir câncer do colo do útero e outros tipos de câncer.
Idealmente, a pessoa deve se vacinar antes de se tornar sexualmente ativa, mas mesmo as pessoas que já são sexualmente ativas também devem ser vacinadas.
Os médicos recomendam que as crianças sejam vacinadas com 11 ou 12 anos de idade, mas elas podem ser vacinadas já com 9 anos de idade.
No caso de pessoas com menos de 15 anos de idade, duas doses da vacina são administradas com um intervalo de seis a doze meses entre elas.
Três doses da vacina são administradas em pessoas com 15 a 26 anos de idade. A primeira dose é seguida por uma dose dois meses mais tarde. A última dose é administrada seis meses após a primeira.
· Preservativos
O uso correto de preservativos durante a relação sexual pode ajudar a prevenir a disseminação do HPV. Contudo, uma vez que preservativos não cobrem todas as áreas que podem ser infectadas, e uma vez que o HPV pode ser transmitido através de contato oral, genital ou anal, eles não protegem completamente contra o HPV.
4.3.8 Tratamento do câncer do colo do útero
· Cirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia
O tratamento do câncer do colo do útero depende do estágio do câncer. Pode incluir cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
1. Alterações pré-cancerosas e câncer do colo do útero em estágio I inicial
As células cervicais pré-cancerosas (neoplasia intraepitelial cervical) e o câncer do colo do útero que engloba apenas a superfície do colo do útero (estágio I inicial) são tratados da mesma maneira. Com frequência, o médico consegue remover completamente o câncer ao extrair parte do colo do útero durante uma biópsia de cone. É possível que ele use um procedimento denominado excisão eletrocirúrgica com alça (loop electrosurgical excision procedure, LEEP), laser ou bisturi. Esses tratamentos preservam a capacidade de a mulher ter filhos.
É possível que seja realizada a remoção do útero (histerectomia) se a mulher não estiver interessada em preservar sua capacidade de ter filhos. Caso algum câncer permaneça após uma biópsia de cone, é possível que uma histerectomia ou outra biópsia de cone sejam realizadas.
Uma histerectomia radical modificada será realizada e os linfonodos adjacentes serão removidos caso o câncer em estágio inicial tenha se espalhado profundamente no colo do útero ou nos vasos sanguíneos ou vasos linfáticos. Uma histerectomia radical modificada envolve a remoção do colo do útero e do tecido próximo a ele (denominado paramétrio). Porém, ao contrário de uma histerectomia radical padrão, a histerectomia radical modificada envolve a remoção de apenas metade do paramétrio.
É possível que os linfonodos sejam examinados quanto à disseminação de células cancerosas por meio de um procedimento denominado mapeamento de linfonodo sentinela.
Outra opção de tratamento é a radioterapia externa combinada com implantes radioativos colocados no colo do útero para destruir o câncer (um tipo de radiação interna denominada braquiterapia).
A radioterapia pode causar irritação na bexiga ou no reto. Posteriormente, pode haver bloqueio do intestino devido a isso e pode haver danos à bexiga e ao reto. Além disso, os ovários geralmente param de funcionar e pode ocorrer o estreitamento da vagina.
2. Câncer do colo do útero em estágio I avançado e estágio II inicial
Se o câncer do colo do útero englobar além da superfície do colo do útero, mas o tumor ainda estiver relativamente pequeno, o tratamento geralmente consiste em
· Histerectomia radical (histerectomia combinada com a remoção dos tecidos circundantes, incluindo a parte superior da vagina e ligamentos) e avaliação dos linfonodos.
Uma histerectomia é realizada por meio de uma incisão grande no abdômen (cirurgia aberta) ou por meio de um tubo fino de visualização (laparoscópio) e instrumentos cirúrgicos especializados inseridos através de pequenas incisões logo abaixo do umbigo. Estudos sugerem que, quando é feita uma cirurgia aberta, o câncer tem menos probabilidade de retornar e há uma maior probabilidadede a mulher viver por mais tempo, em comparação à cirurgia laparoscópica.
Outra opção de tratamento é a radioterapia externa combinada com implantes radioativos colocados no colo do útero para destruir o câncer (braquiterapia).
Se o câncer já tiver aumentado ou começado a se espalhar dentro da pelve, o tratamento habitualmente consiste em:
· Radioterapia e quimioterapia
Os ovários geralmente não são removidos porque há pouca probabilidade de um câncer do colo do útero se disseminar (passar por metástase) até os ovários.
Se durante a cirurgia o médico descobrir que o câncer se disseminou para fora do colo do útero, ele não faz uma histerectomia e recomenda a realização de radioterapia mais quimioterapia.
3. Câncer do colo do útero entre estágio II avançado até estágio IV inicial
Quando o câncer do colo do útero tiver se disseminado ainda mais dentro da pelve ou tiver se disseminado para outros órgãos, é dada preferência ao seguinte tratamento:
· Radioterapia mais quimioterapia
É possível que o médico use uma tomografia por emissão positiva com tomografia computadorizada (PET-TC) para determinar se existe envolvimento dos linfonodos e, assim, definir para onde a radiação deve ser direcionada. Radiação externa (direcionada para a pelve de fora do corpo) é usada para reduzir e tratar o câncer que possa ter se disseminado até os linfonodos adjacentes. Então, implantes radioativos são colocados no colo do útero para destruir o câncer (um tipo de radiação interna chamado braquiterapia).
A quimioterapia é geralmente administrada juntamente com radioterapia, frequentemente para fazer com que o tumor fique mais propenso a ser lesionado pela radioterapia.
4. Disseminação ampla ou recorrência do câncer do colo do útero
O tratamento principal de uma disseminação abrangente ou recorrência do câncer do colo do útero é
· Quimioterapia, geralmente com paclitaxel mais cisplatina ou topotecano
No entanto, a quimioterapia reduz o tamanho do câncer e controla sua disseminação em quase 50% das mulheres tratadas, e o efeito benéfico costuma ser apenas temporário. Acrescentar outro medicamento (bevacizumabe ou pembrolizumabe - anticorpos monoclonais utilizados para tratar vários tipos de câncer) pode prolongar a sobrevida em alguns meses.
Se o câncer permanecer na pelve após a radioterapia, o médico pode recomendar uma cirurgia para remover alguns ou todos os órgãos pélvicos (chamado de exenteração pélvica). Esses órgãos incluem os órgãos reprodutores (vagina, útero, trompas de Falópio e ovários), a bexiga, a uretra, o reto e o ânus. Quais órgãos são removidos e se todos são removidos depende de muitos fatores, como a localização do câncer, a anatomia da mulher e seus objetivos após a cirurgia. Aberturas permanentes para urina (urostomia) e para fezes (colostomia) são feitas no abdômen para que esses resíduos possam sair do corpo e sejam coletados em sacos.
5. Dissecção e mapeamento de linfonodo sentinela
Um linfonodo sentinela é o primeiro linfonodo que tem mais propensão de ser atingido pela disseminação das células cancerosas. É possível que exista mais de um linfonodo sentinela. Esses linfonodos são chamados linfonodos sentinela porque eles são os primeiros a avisar que o câncer se disseminou.
O processo de dissecção de um linfonodo sentinela inclui
· A identificação do linfonodo sentinela (um processo denominado mapeamento).
· Sua remoção.
· Examiná-lo para verificar se células cancerosas estão presentes
Para identificar um linfonodo sentinela, o médico injeta um corante azul ou verde e/ou uma substância radioativa no colo do útero, próximo ao tumor. Essas substâncias mapeiam o trajeto entre o colo do útero e o primeiro linfonodo (ou linfonodos) na pelve. Durante a cirurgia, o médico então verifica se existem linfonodos que têm cor azul ou verde ou que emitem um sinal radioativo (detectado por um aparelho portátil). O médico remove esse linfonodo (ou linfonodos) e o envia para um laboratório para que ele seja examinado quanto à presença de câncer. Se o linfonodo ou linfonodos sentinela não contiver células cancerosas, nenhum outro linfonodo será removido (exceto se eles tiverem uma aparência anômala).
No caso de mulheres com câncer do colo do útero em estágio inicial, a dissecção do linfonodo sentinela é uma alternativa à remoção dos linfonodos na pelve. O câncer do colo do útero se espalha até os linfonodos em apenas 15% a 20% das mulheres com câncer em estágio inicial. A dissecção do linfonodo sentinela pode ajudar o médico a limitar o número de linfonodos que precisam ser removidos; às vezes, é apenas necessário remover um. A remoção de linfonodos com frequência causa problemas, como o acúmulo de líquidos nos tecidos, que pode causar inchaço persistente (linfedema) e danos aos nervos.
6. Fertilidade e menopausa após o câncer do colo do útero
Em geral, o tratamento com histerectomia radical, quimioterapia e/ou radioterapia torna impossível que a mulher engravide ou consiga completar uma gravidez. No entanto, se a possibilidade de ter filhos for importante para ela, a mulher deve conversar com o médico e obter o máximo de informações possível sobre como o tratamento afeta a fertilidade e se ela se qualifica para receber tratamentos que não tornam impossível uma futura gravidez.
Uma biópsia de cone (conização) pode ser uma opção para mulheres com câncer do colo do útero em estágio inicial de baixo risco e que desejam preservar sua capacidade de ter filhos. Antes desse procedimento, o médico verifica se o câncer se disseminou para os linfonodos na pelve. Caso o câncer não tenha se disseminado, é possível que o médico consiga remover completamente o câncer ao remover parte do colo do útero durante uma biópsia de cone.
Caso a mulher com câncer do colo do útero em estágio inicial queira preservar sua capacidade de ter filhos, talvez seja possível realizar outro tratamento oncológico, denominado traquelectomia radical (um tratamento de preservação da fertilidade). O médico remove o colo do útero, o tecido perto do colo do útero, a parte superior da vagina e os linfonodos na pelve. Para remover esses tecidos, o médico pode fazer um dos seguintes:
· Fazer cirurgia aberta.
· Usar um laparoscópio introduzido através de uma pequena incisão logo abaixo do umbigo, depois inserir instrumentos através do laparoscópio, às vezes assistido por robô (cirurgia laparoscópica).
· Remover os tecidos através da vagina (cirurgia vaginal)
Depois disso, o útero é preso novamente à parte inferior da vagina. Assim, a mulher ainda consegue engravidar. No entanto, o parto dos bebês deve ser por cesariana.
A traquelectomia parece ser tão eficaz quanto a histerectomia radical para muitas mulheres com câncer do colo do útero em estágio inicial.
Se a mulher na pré-menopausa estiver recebendo radioterapia, o médico discute as opções para proteger os ovários, de modo a evitar causar uma menopausa precoce. Antes da radioterapia da pelve, é possível que os ovários sejam movidos para fora do campo de radiação (ooforopexia) para evitar expô-los à radiação.
4.4 Relação entre o câncer de colo do útero e a infecção pelo vírus HPV
O câncer de colo do útero está intimamente relacionado à infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV). O HPV é um grupo de vírus sexualmente transmissíveis, dos quais alguns tipos podem causar lesões pré-cancerígenas e câncer cervical. Alguns pontos importantes sobre essa relação são:
1. Transmissão do HPV: O HPV é transmitido principalmente por meio do contato sexual, incluindo relações sexuais vaginais, anais e orais. O uso de preservativos pode reduzir, mas não eliminar, o risco de infecção.
2. Infecção assintomática: A infecção pelo HPV geralmente não causa sintomas perceptíveis, o que pode levar à sua disseminação sem que a pessoa esteja ciente da infecção.
3. Desenvolvimento de lesões pré-cancerígenas: Em algumas mulheres, a infecção persistente pelo HPV pode levar ao desenvolvimento de lesões pré-cancerígenas no colo do útero, conhecidas como neoplasia intraepitelial cervical (NIC). Se não forem tratadas, essas lesõespodem progredir para câncer cervical.
4.4.1 Benefícios da detecção precoce e impacto na sobrevida das pacientes
A detecção precoce do câncer de colo do útero por meio do exame Papanicolau traz uma série de benefícios para as pacientes, incluindo:
· Tratamento precoce: Quando o câncer é diagnosticado em estágios iniciais, as opções de tratamento são mais eficazes e menos invasivas. Isso contribui para melhores taxas de sucesso no tratamento e menor impacto na qualidade de vida da paciente.
· Redução da mortalidade: A detecção precoce do câncer de colo do útero está associada a taxas de sobrevivência mais altas. As mulheres que são diagnosticadas em estágios iniciais têm maiores chances de alcançar a cura da doença.
· Tratamento menos agressivo: A detecção precoce pode permitir a utilização de terapias menos agressivas, como a remoção cirúrgica de lesões pré-cancerígenas antes que se tornem invasivas. Isso evita a necessidade de tratamentos mais complexos, como a radioterapia ou quimioterapia.
4.4.2 Estágios de desenvolvimento do câncer de colo do útero
O câncer de colo do útero é classificado em diferentes estágios, que indicam a extensão da doença e auxiliam na definição do tratamento adequado. Os estágios comuns incluem:
· Estágio 0: Carcinoma in situ, também conhecido como carcinoma intraepitelial, onde as células anormais estão presentes apenas na camada mais superficial do colo do útero.
· Estágio I: O câncer está restrito ao colo do útero, sem invadir outros tecidos circundantes.
· Estágio II: O câncer se espalhou além do colo do útero, atingindo os tecidos vizinhos, como a vagina.
· Estágio III: O câncer se espalhou para a parte inferior da vagina ou para as paredes da pelve.
· Estágio IV: O câncer se espalhou para órgãos distantes, como a bexiga, reto ou pulmões.
4.4.4 Papel da assistência de enfermagem no exame Papanicolau
A assistência de enfermagem desempenha um papel fundamental no exame Papanicolau. Algumas das responsabilidades da enfermagem incluem:
· Educação e aconselhamento: As enfermeiras têm um papel essencial na educação das mulheres sobre a importância do exame Papanicolau, seus procedimentos e benefícios. Elas também podem fornecer informações sobre a prevenção do câncer de colo do útero, como a vacinação contra o HPV e o uso de preservativos.
· Preparo da paciente: As enfermeiras são responsáveis por preparar as pacientes para o exame, explicando o procedimento, obtendo o consentimento informado e fornecendo suporte emocional durante o processo.
· Coleta das amostras: As enfermeiras realizam a coleta adequada das amostras cervicais, seguindo as técnicas corretas e garantindo a qualidade das amostras.
· Documentação e encaminhamento: As enfermeiras são responsáveis por documentar as informações relevantes sobre o exame e encaminhar as amostras para análise laboratorial.
· Aconselhamento pós-exame: Após o exame Papanicolau, as enfermeiras podem fornecer orientações e aconselhamento às pacientes sobre os resultados e os próximos passos, como o acompanhamento médico ou a necessidade de tratamento adicional.
O papel da assistência de enfermagem no exame Papanicolau é essencial para garantir a realização adequada do procedimento, proporcionar apoio emocional às pacientes e contribuir para a detecção precoce e prevenção do câncer de colo do útero.
4.5 Fatores que podem influenciar a adesão das mulheres ao exame
Para aumentar a adesão das mulheres ao exame Papanicolau, é fundamental abordar esses fatores de maneira abrangente. Isso inclui fornecer informações claras e acessíveis, promover uma abordagem sensível e culturalmente competente, melhorar o acesso a serviços de saúde, reduzir custos associados ao exame, fornecer suporte emocional durante o procedimento e implementar estratégias de conscientização e educação em saúde.
Conhecimento e conscientização: A falta de informação sobre a importância do exame Papanicolau e a detecção precoce do câncer de colo do útero pode levar a uma baixa adesão. É crucial educar as mulheres sobre os benefícios do exame e a necessidade de realizá-lo regularmente. 
Acesso a serviços de saúde: A falta de acesso a serviços de saúde adequados, incluindo clínicas e profissionais capacitados, pode dificultar a realização do exame Papanicolau. Barreiras geográficas, financeiras e estruturais podem limitar a capacidade das mulheres de obter cuidados preventivos.
Medo e desconforto: Medo, ansiedade e desconforto físico são fatores que podem influenciar a adesão das mulheres ao exame. É importante abordar essas preocupações por meio de comunicação adequada, oferecendo informações claras sobre o procedimento e fornecendo um ambiente acolhedor durante a realização do exame.
Barreiras culturais e religiosas: Normas culturais e religiosas podem afetar a percepção das mulheres em relação ao exame Papanicolau. Algumas mulheres podem enfrentar tabus ou crenças que as impedem de buscar cuidados ginecológicos. É necessário respeitar e entender essas barreiras e adaptar as abordagens de conscientização e educação de acordo com as necessidades culturais e religiosas das mulheres.
4.5.1 Dificuldades enfrentadas pela enfermagem na realização do procedimento:
1. Falta de recursos e equipamentos adequados: A enfermagem pode enfrentar desafios devido à falta de recursos e equipamentos necessários para realizar o exame Papanicolau com eficácia. A disponibilidade limitada de espéculos, lâminas e materiais de coleta pode dificultar o processo.
2. Falta de treinamento adequado: A realização correta do exame Papanicolau requer habilidades técnicas específicas. A falta de treinamento adequado pode dificultar a realização adequada do procedimento pela equipe de enfermagem, comprometendo a qualidade das amostras coletadas.
3. Sobrecarga de trabalho: A enfermagem pode enfrentar uma carga de trabalho pesada, o que pode resultar em falta de tempo para fornecer a devida atenção e cuidado durante o procedimento. Isso pode afetar a qualidade da interação com a paciente e a realização adequada do exame.
4. Falta de apoio e supervisão: A ausência de supervisão e apoio adequados por parte dos profissionais de saúde pode impactar negativamente a prática da enfermagem no exame Papanicolau. Orientação e supervisão contínuas são essenciais para garantir a qualidade do procedimento.
4.5.2 Limitações estruturais e recursos disponíveis para a realização do exame:
· Infraestrutura inadequada: A falta de clínicas ginecológicas adequadas e de equipamentos necessários para a realização do exame Papanicolau pode ser uma limitação significativa. A falta de espaços adequados para a realização do procedimento e para a privacidade da paciente pode comprometer a adesão e a qualidade dos cuidados.
· Disponibilidade de profissionais de saúde: A escassez de profissionais de saúde, incluindo enfermeiros e médicos qualificados, pode limitar a capacidade de realizar o exame Papanicolau em determinadas regiões. A falta de profissionais treinados e qualificados pode resultar em atrasos no diagnóstico e tratamento.
· Acesso a recursos de laboratório: A disponibilidade de laboratórios para a análise das amostras coletadas é essencial para o sucesso do exame Papanicolau. A falta de recursos laboratoriais adequados e a demora na obtenção dos resultados podem impactar negativamente a adesão e a eficácia do programa de prevenção.
4.5.3 Estratégias para superar as barreiras e aumentar a adesão ao exame:
· Educação e conscientização: Realizar campanhas de conscientização e educação sobre a importância do exame Papanicolau, abordando mitos e equívocos comuns, pode ajudar a aumentar a adesão das mulheres.
· Melhoria do acesso aos serviços de saúde: Garantir o acesso fácil e acessível a serviços de saúde, incluindo clínicas ginecológicas e profissionais capacitados, pode aumentar a adesão ao exame.
· Treinamento e capacitação da equipe de enfermagem: Oferecer treinamento adequado e contínuo à equipe de enfermagem para a realização correta do exame Papanicolau é essencial para garantir a qualidade do procedimento.
· Abordagemcentrada na paciente: Criar um ambiente acolhedor, respeitoso e empático durante o procedimento pode ajudar a reduzir o medo e o desconforto das mulheres, promovendo uma experiência mais positiva.
· Parcerias e colaborações: Estabelecer parcerias entre profissionais de saúde, organizações comunitárias e instituições governamentais pode fortalecer os programas de prevenção e aumentar a adesão ao exame Papanicolau.
4.5.4 Programas de prevenção do câncer de colo do útero:
· Campanhas de conscientização: Realizar campanhas de conscientização em nível nacional e comunitário para informar as mulheres sobre a importância da prevenção do câncer de colo do útero, incluindo o exame Papanicolau.
· Programas de rastreamento: Implementar programas de rastreamento regulares, com diretrizes claras sobre a frequência e o momento adequados para a realização do exame Papanicolau, pode aumentar a adesão e detectar precocemente alterações cervicais.
· Integração de serviços de saúde: Promover a integração dos serviços de saúde, garantindo que a realização do exame Papanicolau seja integrada a outros serviços de saúde feminina, como planejamento familiar e vacinação contra o HPV, pode facilitar o acesso e a adesão das mulheres.
· Acesso a tratamento: Garantir o acesso rápido e adequado a serviços de tratamento para mulheres com resultados anormais no exame Papanicolau é essencial para garantir uma resposta eficaz e reduzir o impacto do câncer de colo do útero.
· Monitoramento e avaliação contínua: Realizar monitoramento e avaliação contínuos dos programas de prevenção do câncer de colo do útero, incluindo taxas de adesão, eficácia do rastreamento e qualidade dos cuidados, pode ajudar a identificar áreas de melhoria e ajustar as estratégias conforme necessário.
A implementação de estratégias eficazes e programas abrangentes pode ajudar a superar as barreiras e aumentar a adesão das mulheres ao exame Papanicolau, resultando em uma detecção precoce do câncer de colo do útero e melhores resultados de saúde.
4.6 Políticas públicas e programas de rastreamento existente
Explorar as políticas públicas existentes que incentivam e apoiam a prevenção do câncer de colo do útero, como campanhas de conscientização, programas de rastreamento e acesso facilitado aos exames.
Analisar os programas de rastreamento em vigor, como a frequência recomendada de realização do exame Papanicolau, faixa etária-alvo, métodos de convocação e acompanhamento das mulheres, e avaliar sua eficácia na detecção precoce do câncer de colo do útero.
4.6.1 Experiências internacionais de sucesso na prevenção do câncer de colo do útero
Pesquisar experiências internacionais de sucesso na prevenção do câncer de colo do útero, como programas de rastreamento populacional bem-sucedidos e abordagens inovadoras.
Identificar as estratégias utilizadas nessas experiências, como campanhas de conscientização, envolvimento comunitário, parcerias entre diferentes setores e integração de serviços de saúde, e avaliar sua aplicabilidade em outros contextos.
4.6.2 Importância da multidisciplinaridade na implementação dos programas:
Destacar a importância da colaboração entre diferentes profissionais de saúde, como enfermeiros, médicos, promotores de saúde e profissionais de saúde comunitários, na implementação dos programas de prevenção do câncer de colo do útero.
Enfatizar a necessidade de uma abordagem multidisciplinar que considere aspectos clínicos, educacionais, psicossociais e culturais para garantir uma resposta abrangente e eficaz.
4.6.3 Avaliação dos resultados e impacto dos programas de prevenção:
Realizar avaliações regulares dos programas de prevenção do câncer de colo do útero para medir sua efetividade, taxa de adesão, detecção precoce de lesões cervicais e impacto na redução da incidência e mortalidade por câncer de colo do útero.
Utilizar indicadores e dados epidemiológicos para avaliar a eficácia dos programas e identificar áreas de melhoria.
4.6.4 Recomendações e propostas de melhoria:
Com base nas experiências e evidências existentes, fazer recomendações específicas para melhorar os programas de prevenção do câncer de colo do útero, como o fortalecimento das campanhas de conscientização, a melhoria do acesso aos exames, a capacitação dos profissionais de saúde na comunicação empática e na abordagem culturalmente sensível, e o investimento em pesquisa e inovação.
Propor estratégias para superar as barreiras identificadas, como a implementação de serviços móveis de coleta de amostras, o estabelecimento de parcerias com organizações comunitárias e a melhoria da infraestrutura e dos recursos disponíveis para a realização do exame Papanicolau.
Essas recomendações e propostas de melhoria devem ser adaptadas às necessidades e contextos específicos de cada localidade, levando em consideração fatores socioeconômicos, culturais e estruturais que possam influenciar a implementação dos programas de prevenção do câncer de colo do útero.
4.7 Sugestões para aprimorar a assistência de enfermagem no exame Papanicolau
Capacitação contínua: Investir em programas de capacitação e atualização para os profissionais de enfermagem, visando aprimorar suas habilidades técnicas e conhecimento sobre o exame Papanicolau, bem como as melhores práticas de comunicação, acolhimento e cuidados.
Abordagem centrada na paciente: Promover uma abordagem centrada na paciente durante o procedimento, levando em consideração suas necessidades individuais, respeitando sua privacidade, oferecendo suporte emocional e explicando cada etapa do exame de forma clara e compreensível.
Comunicação efetiva: Desenvolver habilidades de comunicação efetiva, incluindo a capacidade de ouvir ativamente, fazer perguntas abertas, fornecer informações de forma acessível e responder às preocupações e dúvidas das pacientes de maneira empática.
Criação de um ambiente acolhedor: Garantir que o ambiente onde o exame Papanicolau é realizado seja acolhedor, confortável e respeitoso, contribuindo para o bem-estar emocional e físico da paciente.
4.7.1 Estratégias de conscientização e educação para as mulheres:
Campanhas de conscientização: Realizar campanhas de conscientização sobre a importância do exame Papanicolau, seus benefícios na detecção precoce do câncer de colo do útero e a disponibilidade do exame nos serviços de saúde.
Educação nas escolas e comunidades: Introduzir programas educacionais sobre saúde sexual e reprodutiva, incluindo informações sobre o exame Papanicolau, em escolas e comunidades, com o objetivo de promover a conscientização desde cedo.
Parcerias com organizações comunitárias: Estabelecer parcerias com organizações comunitárias, como grupos de mulheres, centros de saúde comunitários e ONGs, para disseminar informações sobre o exame Papanicolau e fornecer suporte na adesão e acesso ao exame.
4.7.2 Importância do trabalho em equipe na prevenção do câncer de colo do útero:
Colaboração interprofissional: Promover a colaboração entre diferentes profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, técnicos em laboratório e promotores de saúde, para garantir uma abordagem abrangente e coordenada na prevenção do câncer de colo do útero.
Integração de serviços de saúde: Integrar os serviços de saúde, permitindo uma abordagem multidisciplinar que combine exames preventivos, triagem, diagnóstico, tratamento e acompanhamento em um único fluxo de cuidados.
Trabalho em rede: Estabelecer redes de profissionais de saúde e instituições de saúde para compartilhar informações, experiências e melhores práticas na prevenção do câncer de colo do útero, visando aprimorar a qualidade e eficácia dos serviços.
4.7.3 Perspectivas futuras e avanços tecnológicos relacionados ao exame Papanicolau:
Testes de HPV: Explorar o uso de testes de HPV como método de triagem primária, que podem ser mais sensíveis na detecção de alterações cervicais precoces em comparação com o exame citológico convencional.
Autocoleta de amostras: Investigar a viabilidade e eficácia da autocoleta de amostras cervicais, onde as mulheres podem coletarsuas próprias amostras em casa, aumentando a acessibilidade e a adesão ao exame.
Tecnologias de imagem avançadas: Pesquisar e desenvolver tecnologias de imagem avançadas, como a colposcopia com imagens de alta resolução e análise computacional, que podem auxiliar na detecção de lesões cervicais pré-cancerígenas.
Integração de registros eletrônicos de saúde: Promover a integração de registros eletrônicos de saúde para facilitar o compartilhamento de informações entre os profissionais de saúde, melhorar a coordenação dos cuidados e fornecer lembretes automáticos para a realização do exame.
À medida que a pesquisa e a tecnologia avançam, é essencial acompanhar as perspectivas futuras e os avanços tecnológicos relacionados ao exame Papanicolau, a fim de melhorar a precisão, a eficácia e a acessibilidade desse importante procedimento de prevenção do câncer de colo do útero.
4.8 Educação e conscientização das mulheres sobre a importância do exame
Promover a educação e conscientização das mulheres sobre a importância do exame Papanicolau pode ajudar a aumentar a adesão e a reduzir as taxas de câncer de colo do útero. É essencial utilizar diferentes canais de comunicação, como programas de educação em saúde, mídia, consultas médicas e intervenções comunitárias, para garantir que a informação alcance o maior número possível de mulheres. Alguns aspectos a serem abordados são:
A educação e conscientização das mulheres sobre a importância do exame Papanicolau são fundamentais para promover sua adesão e compreensão dos benefícios desse procedimento.
· Divulgação de informações: É importante fornecer informações claras e acessíveis sobre o exame Papanicolau, explicando sua finalidade na detecção precoce do câncer de colo do útero e destacando sua importância na promoção da saúde feminina.
· Campanhas de conscientização: Realizar campanhas de conscientização em escolas, locais de trabalho, unidades de saúde e mídia, destacando a importância da prevenção e da realização periódica do exame.
· Orientação sobre fatores de risco: Informar sobre os fatores de risco associados ao câncer de colo do útero, como a infecção pelo HPV, múltiplos parceiros sexuais, tabagismo, entre outros, e incentivar a adoção de medidas preventivas.
É fundamental oferecer materiais educativos claros e acessíveis, realizar campanhas de conscientização em diferentes contextos (escolas, locais de trabalho, unidades de saúde, mídia) e garantir que os profissionais de saúde estejam capacitados para fornecer informações precisas e responder a dúvidas das mulheres. A educação e conscientização sobre o exame Papanicolau são poderosas ferramentas para a prevenção e o combate ao câncer de colo do útero, promovendo a saúde e o bem-estar das mulheres.
4.8.1 Orientações pré e pós-exame para a paciente
As orientações pré e pós-exame para a paciente são importantes para garantir que o procedimento seja realizado com eficácia e que a paciente tenha um processo tranquilo. Aqui estão algumas orientações que podem ser fornecidas:
Orientações pré-exame
1. Agendamento do exame: Informe à paciente sobre a necessidade de marcar o exame Papanicolau e forneça orientações sobre como agendar a consulta.
2. Informações sobre o procedimento: Explique o que será feito durante o exame, incluindo a coleta de amostras cervicais. Esclareça que o exame é indolor, mas pode causar um leve desconforto.
3. Preparo necessário: Informe à paciente se é necessário algum preparo especial antes do exame, como evitar relações sexuais, o uso de duchas vaginais ou o uso de produtos de higiene íntima.
4. Perguntas e dúvidas: Encoraje a paciente a fazer perguntas e esclarecer quaisquer dúvidas que possa ter sobre o exame, o procedimento ou qualquer preocupação relacionada.
Orientações pós-exame:
1. Cuidados após o exame: Explique à paciente que ela pode retomar suas atividades normais imediatamente após o exame, a menos que seja instruída de forma diferente pelo profissional de saúde.
2. Possíveis efeitos colaterais: Informe sobre os possíveis efeitos colaterais após o exame, como um leve sangramento ou cólicas leves. Esclareça que esses sintomas são temporários e geralmente desaparecem em pouco tempo.
3. Resultados e acompanhamento: Explique que os resultados do exame Papanicolau serão enviados ao médico responsável, que avaliará e informará à paciente sobre os resultados. Instrua a paciente a acompanhar seu médico para discutir os resultados e seguir as orientações de tratamento, se necessário.
4. Importância do acompanhamento regular: Reforce a importância de realizar o exame Papanicolau regularmente, de acordo com as recomendações médicas. Explique que a vigilância contínua é essencial para detectar alterações precoces e garantir a saúde do colo do útero.
5. Disponibilidade para dúvidas: Informe à paciente que ela pode entrar em contato com o serviço de saúde ou o profissional responsável pelo exame se tiver alguma dúvida ou preocupação após o procedimento.
É importante garantir que a paciente tenha todas as informações necessárias para se preparar adequadamente para o exame e que saiba como proceder após a sua realização. Isso contribuirá para uma experiência mais tranquila e uma melhor compreensão dos próximos passos relacionados à sua saúde cervical.
4.8.2 Técnicas de comunicação e acolhimento durante o procedimento
Durante o procedimento do exame Papanicolau, as técnicas de comunicação e acolhimento são essenciais para proporcionar um ambiente confortável e seguro para a paciente. Aqui estão algumas técnicas que podem ser utilizadas:
· Empatia e escuta ativa: Demonstre empatia e interesse genuíno pela paciente. Escute atentamente suas preocupações, perguntas e sentimentos, garantindo que ela se sinta ouvida e compreendida.
· Linguagem clara e acessível: Utilize uma linguagem simples e evite termos médicos complicados. Explique o procedimento de forma clara, passo a passo, usando exemplos compreensíveis para a paciente.
· Respeito à privacidade e dignidade: Assegure-se de que a paciente se sinta respeitada e confortável em relação à sua privacidade durante o exame. Forneça uma sala adequada e garanta que a paciente esteja coberta durante o procedimento, respeitando sua intimidade.
· Comunicação não verbal: Utilize uma linguagem corporal aberta e amigável. Mantenha contato visual, sorria e use gestos sutis para transmitir tranquilidade e apoio à paciente.
· Explicação contínua: Durante o exame, explique cada etapa antes de realizá-la. Informe a paciente sobre as sensações que ela pode experimentar, como pressão ou desconforto passageiro, para evitar surpresas e acalmar qualquer ansiedade.
· Encorajamento e validação: Elogie a paciente por sua cooperação e encoraje-a durante o procedimento. Valide seus sentimentos e preocupações, reforçando que sua saúde é uma prioridade e que você está ali para apoiá-la.
· Comunicação aberta: Esteja aberto a perguntas, dúvidas ou preocupações que a paciente possa ter. Encoraje-a a se expressar livremente e forneça respostas claras e precisas para tranquilizá-la.
· Sensibilidade cultural: Demonstre sensibilidade em relação às diferenças culturais e individuais da paciente. Respeite suas crenças, valores e práticas, adaptando a comunicação de acordo com suas necessidades específicas.
· Acompanhamento pós-exame: Após o procedimento, ofereça suporte adicional caso a paciente esteja emocionalmente abalada ou necessite de mais informações. Forneça orientações claras sobre os próximos passos, como o acompanhamento dos resultados e a importância de seguir as recomendações médicas.
· Atendimento multidisciplinar: Trabalhe em equipe com outros profissionais de saúde envolvidos no cuidado da paciente, como médicos e enfermeiros, para garantir uma abordagem holística e completa.
As técnicas de comunicação e acolhimento durante o exame Papanicolau são fundamentais para estabelecer uma relação de confiança com a paciente e promover uma experiência positiva. Isso contribui para a adesão contínua ao exame e o cuidado eficaz da saúde ginecológica.
4.8.3 Papel

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