Buscar

CANCER DO COLO DO ÚTERO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

CÂNCER DO COLO DO ÚTERO 
O câncer do colo do útero ou cervical é definido pelo Ministério 
da Saúde do Brasil como a replicação desordenada do epitélio 
de revestimento do referido órgão, comprometendo o tecido 
subjacente (estroma), que pode invadir estruturas e órgãos 
contíguos ou à distância. É considerado um problema de saúde 
pública. 
Uma das mais importantes descobertas na investigação 
etiológica do câncer cervical dos últimos 30 anos foi a 
demonstração da relação entre o papilomavírus humano (HPV) 
e esse tipo de câncer. 
Segundo a evidência científica, a infecção persistente pelos 
tipos carcinogênicos de HPV é a causa da maioria dos 
cânceres do colo do útero. 
Infecção pelo HPV 
A infecção genital pelo HPV é muito frequente. Acredita-se que 
em torno de 80% das mulheres sexualmente ativas irão 
adquirir o vírus ao longo de suas vidas. No entanto, na maioria 
das vezes, a presença do HPV no corpo humano não 
desencadeia a doença, apenas alguns casos evoluem para o 
câncer. Cerca de 100 tipos de HPV já foram identificados e 
tiveram seu genoma mapeado. Destes, 40 tipos podem 
infectar o trato genital inferior e entre 12 e 18 são 
considerados oncogênicos ou carcinogênicos. 
A causa primária das lesões precursoras e do câncer cervical 
é a infecção assintomática, persistente 
ou crônica por um ou mais dos tipos de HPV de alto risco. A 
maioria dos mais de 100 tipos de HPV não está associada ao 
câncer do colo do útero. Cerca de 70% dos casos de câncer 
cervical notificados no mundo são causados por apenas dois 
tipos de HPV: 16 e 18. Outros quatro tipos de HPV de alto risco 
(31, 33, 45 e 58) estão associados com menor frequência desse 
tipo de câncer. Dois tipos de HPV de baixo risco (6 e 11) não 
causam o câncer, mas são responsáveis pela maioria das 
verrugas genitais (condilomas), sendo associados a até 90% 
das lesões anogenitais. 
A principal forma de transmissão do HPV é pela via sexual. De 
acordo com a Opas, quase todos os homens e as mulheres 
contraem essa infecção pouco depois do início da vida sexual. 
O vírus é transmitido pelo contato direto com a pele ou a 
mucosa infectada, que inclui o contato pele a pele das regiões 
oral-genital, genital-genital e anal-genital. Desse modo, pode 
ser transmitido mesmo sem que haja a penetração. 
Em homens, a infecção também costuma ser assintomáticas 
e a maioria tem curta duração. 
 
As condições que podem evoluir para a cronicidade da 
infecção por HPV e para o câncer ainda são desconhecidas. 
Acredita-se que haja influência de diferentes fatores de risco, 
tais como (OPAS, 2016): 
 o tipo de HPV; 
 o estado do sistema imunológico (pessoas 
imunocomprometidas, como as que vivem com HIV, 
 são mais propensas a infecção persistente por HPV e 
evolução mais rápida para lesões precursoras 
 e câncer); 
 a presença de coinfecção por outros agentes 
sexualmente transmitidos, como os causadores de 
 herpes simples, clamidíase e gonorreia; 
 a paridade (número de filhos nascidos) e idade 
prematura por ocasião do primeiro parto; 
 o tabagismo; 
 o uso de contraceptivos orais por mais de cinco anos, 
hipótese ainda controversa. 
Idade também pode ser considerado um fator de risco. 
Prevenção primária: Está relacionada a redução do risco de 
contaminação pelo HPV, transmitido via sexual. 
No SUS há a administração da vacina contra HPV no calendário 
nacional de imunização do adolescente, nesse idade muitis 
jovens mostraram 100 de eficacia sem nenhum eventoadverso 
grave reportado. Nos homens, previne os cânceres de pênis e 
verrugas genitais. 
Prevenção secundária: aplicação de estratégias para a 
detecção precoce do câncer (abordagem em indivíduos com 
sinais e/ou sintomas) e rastreamento (exames em população 
assintomática). 
A realização periódica do exame citopatológico cervical 
continua sendo a estratégia mais amplamente adotada no 
Brasil para o rastreamento do câncer do colo do útero e de 
suas lesões precursoras. 
O Brasil adotou a recomendação da OMS estabelecendo que o 
exame citopatológico do colo do útero deve ser realizado em 
mulheres entre 25 e 64 anos de idade, uma vez por ano e, após 
dois exames anuais consecutivos negativos, a cada três anos. 
Mulheres na fase climatérica ou após a menopausa devem ser 
rastreadas de acordo com as orientações para as demais 
Câncer do Colo do Útero 
@ENFER.SEMI 
mulheres. Assim como gestantes, imunossuprimidas;deve se 
avaliar primeiramente como e quando fazer em cada caso. 
Atuação do enfermeiro 
A coleta de citopatológico para o rastreio de lesões 
precursoras e de câncer cervical é uma competência do 
enfermeiro, no entando pode ser realizado pelo técnico de 
enfermagem. 
Na consulta de enfermagem para a coleta de colpocitologia 
oncótica, o enfermeiro deve obter informações para a 
identificação do histórico da usuária. Durante a entrevista, o 
profissional deve colher os seguintes dados da mulher: a 
idade; a data de realização do último exame e ocorrência de 
exames citopatológicos anormais; o preparo para o exame; os 
antecedentes pessoais obstétricos, cirurgias pélvicas e 
antecedentes patológicos, em especial as infecções 
sexualmente transmissíveis (IST) e, entre elas, a infecção pelo 
HPV; a data da última menstruação (DUM); a presença de 
queixas relacionadas a corrimentos vaginais; relato de 
dispareunia (dor ou desconforto durantes as relações sexuais) 
e de sangramentos vaginais pós-coito ou anormais. 
Ao proceder ao exame físico específico de ginecologia, o 
enfermeiro deve realizar a inspeção dos órgãos genitais 
externos, atentando para a integridade do clitóris, do meato 
uretral e dos grandes e pequenos lábios vaginais e para a 
presença de lesões anogenitais. Durante o exame especular, 
deve-se observar o aspecto do colo do útero, a presença de 
secreção anormal ou friabilidade cervical e a presença 
de lesões vegetantes ou ulceradas. 
Colo do útero normal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Colo do útero com lesões cervicais 
Antes de realizar o exame especular, o profissional deve 
orientar a usuária sobre o procedimento, buscando esclarecer 
suas dúvidas e reduzir a ansiedade e o medo e preencher a 
requisição de exame citopatológico do colo do útero (ficha). A 
realização de coleta de material citológico deve seguir as 
normas técnicas de coleta, conforme padronizado pelo Inca e 
disposto no Caderno de Atenção Básica do Ministério da Saúde. 
*Rever os cuidados para a coleta de material para citologia 
oncótica cervical 
Interpretação do resultado do exame citopatológico do colo 
do útero 
Na consulta de retorno, o enfermeiro deve proceder à 
interpretação do resultado do exame citopatológico. O quadro 
a seguir apresenta a nomenclatura histopatológica e 
citopatológica utilizada desde o início do uso desse exame 
para o diagnóstico das lesões cervicais e suas equivalências. 
@ENFER.SEMI 
A conduta a ser adotada pelo profissional de saúde dependerá 
do resultado do exame de citologia oncótica cervical. Caso o 
resultado indique o encaminhamento a outro serviço,é 
fundamental realizar uma solicitação de encaminhamento 
qualificada, com os dados relevantes sobre a usuária, sobre o 
quadro clínico e sobre o resultado do exame. Além disso, é 
necessário que a equipe acompanhe essa mulher durante 
todo o tratamento, avaliando a necessidade de intervenções 
durante esse processo. 
É competência do enfermeiro na ABS no controle do câncer do 
colo do útero 
 Atender integralmente as usuárias/Realizar a 
consulta de enfermagem e a coleta do exame 
citopatológico do colo do útero de acordo com a faixa 
etária e quadro clínico da usuária. 
 Solicitar exames de acordo com os protocolos ou 
normas técnicas estabelecidas pelo gestor local. 
 Examinar e avaliar as usuárias com sinais e 
sintomas relacionados ao câncer do colo do útero. 
 Avaliar os resultados dos exames solicitados e 
coletados. De acordo com os protocolos e diretrizes 
clínicas, realizar o encaminhamento para os serviços de 
referência em diagnóstico e/ou tratamento dos cânceres 
demama e do colo do útero. 
 Prescrever o tratamento para outras doenças 
detectadas, como ISTs, na oportunidade do 
rastreamento, de acordo com os protocolos ou normas 
técnicas estabelecidas pelo gestor local. 
 Realizar os cuidados paliativos, na UBS ou no 
domicílio, de acordo com as necessidades da usuária. 
 Avaliar periodicamente, e sempre que ocorrer 
alguma intercorrência, as usuárias 
acompanhadas em atendimento domiciliar, e, se 
necessário, realizar o encaminhamento para unidades de 
internação. 
 Contribuir, realizar e participar das atividades de 
educação permanente de todos os membros da 
equipe. 
 Participar do gerenciamento dos insumos 
necessários para o adequado funcionamento da UBS. 
A atenção terciária em saúde é composta de serviços de apoio 
diagnóstico e terapêutico hospitalares. Constitui referência 
para a Atenção Básica dentro da lógica de hierarquização e 
regionalização do Sistema Único de Saúde (SUS). É o nível 
assistencial no qual são realizados os procedimentos 
cirúrgicos e de alta complexidade em oncologia – cirurgia 
oncológica, radioterapia e quimioterapia – e que é 
responsável pela oferta ou coordenação dos cuidados 
paliativos dos pacientes com câncer. 
 
O tratamento desse câncer pode ser realizado por cirurgia, 
radioterapia ou quimioterapia. 
A cirurgia consiste na retirada do tumor e, ocasionalmente, 
na retirada do útero e da porção superior da vagina. De acordo 
com a paciente, seu modo de vida (o desejo de ter filhos) e 
com o estágio do câncer, é escolhida uma técnica específica 
para a realização da operação. Já o tratamento por 
radioterapia tem a finalidade de reduzir o volume tumoral e 
melhorar o local, para depois realizar a radioterapia interna. 
A quimioterapia é indicada para tumores em estágios 
avançados da doença. 
 
 
 
 
 
 
Exame citopatológico do colo 
do útero deve ser realizado 
em mulheres entre 25 e 64 
anos de idade, uma vez por 
ano. Após dois exames anuais 
consecutivos negativos, 
deve-se realizar o exame a 
cada três anos. 
@ENFER.SEMI

Outros materiais