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Aula 15 - Animais Invertebrados

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Livro Digital 
Aula 15 
Animais invertebrados 
 
 
FUVEST 2021 
 
 
 
 Professora Bruna Klassa 
Professora Bruna Klassa 
Aula 15: FUVEST 2021 
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135 
 
Aula 15 – Animais invertebrados 
www.estrategiavestibulares.com.br 
 
Sumário 
Apresentação ................................................................................................................................... 3 
1. O que é um animal?...................................................................................................................... 4 
1.1 Características gerais dos metazoários .................................................................................... 6 
2. Porifera ...................................................................................................................................... 10 
3. Cnidaria ...................................................................................................................................... 16 
4. Lophotrochozoa ......................................................................................................................... 22 
4.1 Platyhelminthe ...................................................................................................................... 22 
4.2 Mollusca ............................................................................................................................... 29 
4.3 Annelida ................................................................................................................................ 36 
5. Ecdysozoa ................................................................................................................................... 42 
5.1. Nematoda ............................................................................................................................ 42 
5.2 Arthropoda ........................................................................................................................... 50 
6. Echinodermata ........................................................................................................................... 63 
7. Filogenia dos animais invertebrados ........................................................................................... 70 
8. Lista de questões ........................................................................................................................ 71 
9. Gabarito ..................................................................................................................................... 96 
10. Lista de questões comentadas .................................................................................................. 97 
Considerações finais ..................................................................................................................... 132 
Referências .................................................................................................................................. 133 
 
 
 
 
Professora Bruna Klassa 
Aula 15: FUVEST 2021 
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Aula 15 – Animais invertebrados 
www.estrategiavestibulares.com.br 
 
APRESENTAÇÃO 
Olá, vestibulando(a)! 
 Tudo bem com você? Espero que sim. 
Estamos avançando nossos estudos na frente de diversidade da vida: já vimos 
microrganismos, fungos e plantas. Vamos relembrar os principais conceitos vistos na aula de Biologia 
Vegetal II: 
 
➢ A raiz é o órgão de fixação da planta ao substrato, absorção de água e sais minerais, além de 
armazenamento de reserva, em alguns casos. Possui quatro zonas (meristemática, de 
alongamento ou lisa, pilífera e ramificação) e pode apresentar dois sistemas radiculares: sistema 
radicular fasciculado (em monocotiledôneas) e pivotante ou axial (em eudicotiledôneas). 
 
➢ O caule oferece suporte para as folhas e transporte de substâncias entre raízes e folhas. Organiza-
se em gemas apicais, gemais laterais, nós e entrenós, e pode ser do tipo tronco, haste, colmo e 
estipe. 
 
➢ As folhas são os principais órgãos fotossintetizantes, organizadas em limbo ou lâmina foliar, 
pecíolo, estípulas e bainha. Quanto às nervuras, podem ser paralelinérveas (monocotiledôneas) 
ou peninérveas (eudicotiledôneas). Algumas de suas adaptações são as gavinhas, espinhos e 
brácteas. 
 
➢ Os frutos são constituídos por pericarpo (fruto propriamente dito) e semente. Podem ser do tipo 
carnosos (bagas ou drupas) e secos (deiscentes ou indeiscentes). Existem ainda os pseudofrutos, 
que resultam do desenvolvimento do ovário e mais alguma outra parte da flor. Frutos 
partenocárpicos resultam do desenvolvimento do ovário sem que tenha havido fecundação (sem 
sementes). 
 
➢ Os tecidos vegetais podem ser meristemáticos (embrionários) ou permanentes. Meristemas 
primários promovem o crescimento da planta em comprimento. São a protoderme, o meristema 
fundamental e o procâmbio, que originam a epiderme, os tecidos fundamentais e o floema e o 
xilema primários, respectivamente. Já os meristemas secundários provem o crescimento da 
planta em espessura. São o felogênio e o câmbio vascular, que originam a periderme e o floema 
e o xilema secundários, respectivamente. 
 
➢ Os tecidos permanentes podem ser de revestimento, de sustentação, de preenchimento e 
vascular. Tecidos de revestimento consistem na epiderme e periderme (súber e feloderme); 
tecidos de sustentação consistem no colênquima e esclerênquima; tecidos de preenchimento 
consistem nos variados parênquimas (medular, clorofiliano, aquífero, aerífero e amilífero) e 
tecidos vasculares consistem no floema e xilema. 
 
➢ O floema (ou líber) é responsável pela condução de seiva elaborada, água e produtos da 
fotossíntese, além de minerais e hormônios. O xilema (ou lenho) é responsável pela condução de 
seiva bruta, água e sais minerais, das raízes até as partes altas da planta. 
 
Professora Bruna Klassa 
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➢ A absorção de água e sais minerais nas raízes ocorre na zona pilífera, por via simplástica ou 
apoplástica. A condução de seiva bruta é explicada pela hipótese da tensão-coesão: a subida da 
seiva pelos vasos xilemáticos ocorre principalmente por pressão negativa da raiz, criada pelo 
processo de transpiração nas folhas. Já a condução de seiva elaborada ocorre em vasos 
floemáticos por translocação (hipótese do fluxo em massa). 
 
➢ A transpiração é o processo de perda de água na forma de vapor para o ambiente. Ocorre através 
da abertura dos estômatos (e por meio da cutícula também). Os fatores que influenciam na 
abertura e fechamento dos estômatos são a umidade, o calor, a intensidade luminosa e a 
concentração de gás carbônico na folha. 
 
➢ Os hormônios vegetais são as auxinas, etileno, ácido abscísico, giberelinas e citocinina. A auxina 
tem função de crescimento do caule e sua atuação é influenciada por tropismos. O etileno é 
responsável pela maturação de frutos. Fototropismo é a resposta da planta à luz. Geotropismo é 
a resposta da planta à gravidade. 
 
➢ Fitocromos são pigmentos que captam luz e influenciam na morfogênese do vegetal. Os efeitos 
da luz no desenvolvimento de plantas se dão na germinação das sementes, no estiolamento do 
caule e na floração 
 
 Vamos agora começar nossos estudos dos animais? 
O Reino Animal, também conhecido como Animalia ou Metazoa, divide-se em dois grandes 
grupos: os animais invertebrados (que não apresentam vértebras) e os animais vertebrados (com 
presença de vértebras). Nesta aula iremos nos debruçar sobre animais invertebrados. 
Veremos as características básicas que definem um animal e os principais grupos que 
compõem esses animais. Vem comigo! 
 
 
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1. O QUE É UM ANIMAL? 
 Os primeiros animais de tamanho perceptível e relacionados com os animais modernos 
datam do Cambriano, há aproximadamente540 milhões de anos. A característica mais marcante da 
fauna cambriana é sua grande diversidade: o aparecimento repentino dos principais planos 
corporais e a rápida diversificação em animais complexos receberam o nome de Explosão do 
Cambriano, como vimos na primeira aula do curso. 
 Mas o que é um animal? 
Animais (também chamados metazoários) são organismos eucariotos, heterotróficos, 
pluricelulares, que se movimentam durante todo ou parte do ciclo de vida. Seu corpo é formado 
por tecidos (células funcionalmente especializadas, dedicadas a uma ou mais funções), sendo os 
principais os tecidos epitelial e conjuntivo. Além disso, os animais não apresentam células com 
parede celular e são tipicamente diploides. 
 Abaixo, vamos retomar o nosso já conhecido cladograma para vermos onde os animais se 
localizam na árvore da vida. 
 
A diversidade de animais é enorme e dentre os aproximadamente 35 filos animais (ou grupos 
reconhecidos), apenas um contém animais que não são invertebrados (o grupo dos Cordados). Ou 
seja, parte crucial da nossa biodiversidade reside nos animais invertebrados e são eles que vamos 
estudar em detalhes nesta aula! 
 
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1.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS METAZOÁRIOS 
 Os animais dividem-se em dois grandes grupos, animais invertebrados (aqueles que não 
apresentam vértebras) e animais vertebrados (aqueles que apresentam vértebras), e a hipótese 
mais aceita sobre suas relações de parentesco pode ser expressa da seguinte maneira: 
 
É claro que a diversidade animal envolve muitos outros grupos (temos cerca de 35 filos 
reconhecidos atualmente). Os vertebrados constituem um grupo dentro do clado dos cordados, que 
serão estudados na próxima aula. Nesta aula, estudaremos apenas os nove principais filos de 
invertebrados. Mas antes de vermos os detalhes de cada um desses filos, precisamos discutir as 
principais características dos animais e como elas foram cruciais durante a história evolutiva da vida. 
São elas: a multicelularidade, o desenvolvimento embrionário, a presença de celoma, a ocorrência 
de simetria e a presença de metameria. 
 
Multicelularidade 
 A condição multicelular permitiu o surgimento de todos os animais. Evidências morfológicas, 
moleculares e paleontológicas indicam que o filo mais antigo, o primeiro a surgir na história 
evolutiva, foi o Porifera, apresentando poucos tipos celulares e baixo nível de especialização. 
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Desenvolvimento embrionário 
Vimos que o desenvolvimento embrionário possui três 3 etapas principais que se seguem 
após a formação do embrião: segmentação, gastrulação e organogênese. Na segmentação ocorrem 
as clivagens, uma série de divisões onde há a formação de um maciço celular denominado mórula. 
Progressivamente, o número de células aumenta, e há o surgimento de uma cavidade interna 
denominada blastocele. O embrião passa a ser chamado de blástula. 
Na fase seguinte, chamada gastrulação, ocorre um processo de invaginação de algumas 
células para o interior da blastocele e inicia-se a diferenciação celular, acarretando a formação dos 
folhetos embrionários (endoderme e ectoderme) que darão origem aos tecidos do organismo. A 
blastocele desaparece e dá origem a uma estrutura denominada arquêntero, que se modificará em 
um tubo digestório. O arquêntero se comunica com o exterior por uma estrutura denominada 
blastóporo. 
 
O arquêntero se comunica com o exterior por uma abertura denominada blastóporo. 
Organismos no qual o blastóporo origina primariamente a boca são chamados protostômios, e 
incluem desde os platelmintos até os artrópodes, e os organismos no qual o blastóporo origina 
primariamente o ânus (e a boca se origina posteriormente como um novo orifício) são chamados 
deuterostômios e incluem os equinodermos e cordados. 
Os primeiros animais apresentam apenas ectoderme e endoderme como folhetos 
embrionários, os quais recebem o nome de diblásticos. Mais tarde, no processo evolutivo, surgiram 
animais com um folheto embrionário extra: a mesoderme, localizada entre a endoderme e a 
ectoderme. Os animais com os três folhetos embrionários são chamados animais triblásticos. 
 
Celoma 
O processo de formação da mesoderme pode envolver ou não a formação de uma cavidade 
corpórea chamada celoma, que posteriormente alojará os órgãos internos (vísceras) do animal. 
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Os animais que não possuem essa cavidade são chamados de acelomados. Dentre os que a 
possuem, é possível distinguir os pseudocelomados e os celomados. Os pseudocelomados possuem 
um falso celoma, assim chamado por não ser uma cavidade inteiramente forrada por tecido 
mesodérmico. A mesoderme reveste apenas a superfície interna da parede do corpo, deixando de 
fazê-lo na parede intestinal. Já os animais que possuem a cavidade completamente revestida pela 
mesoderme são chamados de celomados, ou seja, tanto a face interna da parede do corpo como a 
face externa da parede intestinal são revestidas por mesoderme. 
 
 
 O surgimento do celoma foi um acontecimento importante para o desenvolvimento da 
arquitetura corporal dos animais, contribuindo para o aumento das dimensões e da complexidade 
estrutural. Ele tornou possível o desenvolvimento de estruturas tubulares (corpos vermiformes), 
permitindo uma maior flexibilidade corporal do que a observada nos animais que possuem corpos 
sólidos (acelomados). 
 Posteriormente, a evolução 
de um celoma segmentado 
contribuiu para criar um maior 
potencial para a especialização – as 
cavidades celômicas tornam-se 
especializadas para uma função 
particular. 
Além disso, o celoma 
proporcionou espaço para o 
desenvolvimento dos órgãos e o 
fluido que o preenche pode ter 
diversas funções, variáveis nos 
diferentes grupos de celomados: i) 
transportar gases e substâncias 
nutritivas, ii) proporcionar um fluido 
para processar produtos de 
excreção, iii) funcionar como um 
esqueleto hidrostático e iv) fornecer 
um local para a maturação de 
gametas ou para a incubação de 
embriões. 
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 Existem dois processos pelos quais o celoma pode ser formado: processo esquizocélico ou 
processo enterocélico. No processo esquizocélico, a mesoderme é originada a partir das células 
localizadas próximas ao blastóporo, que se multiplicam e depois se organizam para formar a 
cavidade cheia de líquido (celoma). Os animais protostômios são esquizocelomados. No processo 
enterocélico, a mesoderme surge de evaginações do arquêntero, formando bolsas mesodérmicas 
que se desprendem e delimitam o celoma. Os animais deuterostômios são enterocelomados. 
Simetria 
Simetria corporal pode ser definida como semelhança entre as partes externas de um 
determinado organismo quando elas são separadas por planos reais ou imaginários que passam pelo 
seu centro. Chamamos de plano de simetria a superfície capaz de dividir o organismo em duas 
partes. Um animal pode apresentar simetria bilateral, radial ou não apresentar simetria 
(assimétrico). 
 
 
A simetria radial é aquela em que o corpo do animal pode ser dividido em vários planos 
dispostos em torno de um eixo longitudinal. Animais com esse tipo de simetria recebem o nome de 
radiados. Em face dessa característica, não podemos afirmar que eles possuem região dorsal e 
ventral, lado esquerdo e direito ou cabeça e cauda. Esse grupo é representado pelos cnidários e 
equinodermos adultos. 
A simetria bilateral é aquela em que o animal apresenta duas partes semelhantes, sendo 
dividido apenas por um único plano de simetria. Os humanos apresentam simetria bilateral,sendo 
que o lado esquerdo e o direito são a imagem especular um do outro. São exemplos de animais que 
apresentam essa característica os artrópodes, os platelmintos e as larvas de equinodermos. 
 
Metameria 
 A metameria é uma organização interna do corpo de um animal que se origina a partir da 
repetição de estruturas ao longo do eixo anteroposterior dos animais que apresentam simetria 
bilateral. Cada unidade repetitiva é chamada de segmento ou metâmero. 
 A principal vantagem do surgimento da metameria foi a formação de blocos musculares 
independentes, aumentando a extensão dos movimentos corporais. São animais metaméricos os 
anelídeos (como a minhoca exemplificada na figura abaixo), os artrópodes e os cordados. 
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Figura 1. A metameria é evidente na estrutura corporal das minhocas (Annelida). Fonte: Shutterstock. 
2. PORÍFEROS 
Poríferos, conhecidos popularmente como esponjas, são animais portadores de poros, 
apresentando inúmeros deles em sua superfície e uma (ou mais) grande abertura. 
São animais aquáticos, tipicamente marinhos (98% das espécies existentes vivem no mar, 
enquanto apenas 2% são típicas de água doce), que vivem acoplados ao fundo do mar ou outras 
superfícies (sésseis), mas possuem larva livre natante. Não apresentam simetria, tecidos ou órgãos, 
e variam em forma, textura e coloração. Existem cerca de 5.500 espécies de esponjas. 
 
Figura 2. Diversidade de esponjas do mar. Fonte: Shutterstock. 
 
Mas nós já sabemos que todos os animais possuem tecidos especializados. Mas se os 
poríferos não possuem tecidos, como podem ser considerados animais? Vamos entender isso! 
 
Organização geral 
Os planos corporais das esponjas são tão diferentes que fica difícil comparar mesmo 
características básicas, ainda que sua estrutura molecular mostre que elas compartilham genes 
muito similares aos encontrados em outros animais. Embora não possuam tecidos, mais de 20 tipos 
celulares morfologicamente distintos podem ser reconhecidos em esponjas individuais, e essas 
células são funcionalmente independentes. 
Por possuírem uma configuração muito parecida à dos coanoflagelados (protozoários 
coloniais de água doce), com células justapostas umas às outras, diz-se que as esponjas não possuem 
um tecido verdadeiro. Não há um sistema de adesão e comunicação entre essas células e essa 
justaposição não permite a formação de uma cavidade digestória, presente em todos os outros 
animais e fundamental ao modo de vida heterotrófico, para que o alimento possa ser processado 
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antes de ser enviado às células. As esponjas, no entanto, nutrem-se apenas de partículas em 
suspensão na água. 
Temos então nossa primeira divisão na árvore evolutiva dos Metazoa: poríferos divergindo 
dos animais com tecido verdadeiro (chamados de eumetazoários). 
 
 
De maneira simplista, podemos dizer que uma esponja consiste em um bolsa perfurada, 
suficientemente rígida, cuja superfície interna é revestida por células flageladas. A cavidade interna 
é chamada de átrio ou espongiocele. 
Externamente, as esponjas são revestidas por células contráteis achatadas e bastante unidas 
que são responsáveis pelo revestimento do animal, denominadas pinacócitos. Esses pinacócitos são 
permeados por porócitos, células longas, tubulosas e perfuradas que formam os poros da esponja 
e funcionam como um canal que atravessa o animal, por onde passa a água. 
As células internas que revestem o átrio denominam-se coanócitos. Elas são flageladas, 
apresentam um colarinho de microvilosidades ao redor do flagelo e são muito semelhantes aos 
coanoflagelados. O batimento de seus flagelos gera um fluxo constante de água que carrega 
alimento e oxigênio do meio externo para o interior do animal. Além disso, as microvilosidades 
capturam partículas alimentares pequenas (por fagocitose) e espermatozoides que entram na 
esponja para a fertilização. O revestimento interno das esponjas formado pelos coanócitos recebe 
o nome de coanoderme ou coanossomo. 
Adjacente ao coanossomo encontra-se uma camada de material gelatinoso não vivo, 
denominada meso-hilo. Imersas no meso-hilo estão as células ameboides amorfas que se deslocam 
através da corrente citoplasmática típica (ciclose). Essas células são chamadas de amebócitos ou 
arqueócitos, e têm função de distribuir o alimento pelo corpo da esponja através de projeções de 
pseudópodes, além de formar os óvulos e os espermatozoides. Os arqueócitos são totipotentes e 
podem dar origem aos demais tipos celulares quando necessário. 
Os arqueócitos podem também tornar-se especializados na secreção de elementos de 
suporte, localizados na camada do meso-hilo, chamados espículas. 
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Figura 3. Anatomia de uma esponja. Baseada em Pechenik, 2016. 
 
Característica diagnóstica dos poríferos 
1) Coanócitos, células que possuem colares de microvilosidades envolvendo seus flagelos 
 
Em relação à organização, as esponjas apresentam três tipos principais de organização de sua 
câmera e canais internos (chamado sistema aquífero). As esponjas mais simples possuem apenas 
uma câmara interna e são denominadas asconoides. As esponjas que possuem mais de uma câmara 
interna, dispostas radialmente, são denominadas siconoides. E esponjas que formam uma rede 
complexa com múltiplas câmaras e canais são denominadas leuconoides, e formam a grande 
maioria da diversidade de Porifera. 
 
Figura 4. Da esquerda para a direita, asconoide, siconoide e leuconoide. 
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Alimentação 
Os poríferos são animais filtradores, que criam uma circulação de água por dentro do próprio 
corpo. O movimento dos flagelos dos coanócitos envia a água para dentro do átrio, de modo que 
ela entra no corpo do animal pelos poros formados e sai por uma abertura maior, chamada ósculo. 
À medida que a água atravessa os coanócitos, as microvilosidades presentes em seus colarinhos 
prendem e fagocitam as substâncias orgânicas. A digestão das esponjas é, portanto, intracelular. Os 
arqueócitos recebem as vesículas fagocíticas com alimento e distribuem para todo o corpo. 
 
Locomoção 
O zigoto se desenvolve em uma larva ciliada, de vida livre, enquanto as esponjas adultas, são 
organismos sésseis, aderidos ao substrato. 
 
Reprodução 
Uma esponja típica é hermafrodita, ou seja, produz tanto óvulos quanto espermatozoides. 
Elas liberam seus espermatozoides na água para fertilizarem outras esponjas, e retêm os óvulos para 
serem fertilizados. Os coanócitos capturam os espermatozoides entrantes, desdiferenciam-se para 
a forma ameboide (arqueócitos) e, após, transportam os espermatozoides para o meso-hilo, onde 
os ovócitos são fertilizados. Assim, a fertilização e o desenvolvimento inicial são internos. Após 
formados os embriões, eles são liberados pelo ósculo como larvas livre natantes chamadas de 
anfiblástulas. 
Algumas espécies são dioicas, isto é, os indivíduos apresentam sexos separados, e muitas 
esponjas também se reproduzem assexuadamente, por brotamento. 
 
Figura 5. Reprodução assexuada por brotamento. 
 
Classificação 
A classificação dos poríferos ocorre em função da composição e forma de suas espículas. 
Essas estruturas funcionam como defesa contra os predadores e podem ser calcárias, silicosas ou 
constituídas por proteínas fibrosas. Não existe uma hipótese de agrupamento (filogenia) robusta 
para essas classes. 
 
❖ Classe Calcarea: os membros dessa classe apresentam espículas de carbonato de cálcio, 
distribuídas em três ou quatro eixos, e abrangem os três tiposde construção corporal 
(asconoides, siconoides e leuconoides). 
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Figura 6. Espículas de carbonato de cálcio. 
 
❖ Classe Hexactinellida: os membros dessa classe apresentam espículas inteiramente formadas por 
sílica e quitina, interconectadas e distribuídas em seis eixos. Essas esponjas são chamadas 
“esponjas de vidro” e podem apresentar construção corporal do tipo siconoide ou leuconoide. 
 
Figura 7. Espículas de sílica ou quitina. 
 
❖ Classe Demospongiae: os membros dessa classe representam a maior parte de todas a espécies 
de esponjas (~80%) e são de construção corporal do tipo leuconoides. Apresentam espículas de 
fibras de uma proteína chamada espongina, podem apresentar espículas de sílica também. Todas 
as esponjas de água doce são encontradas nessa classe. 
 
Figura 8. Espículas de espongina. 
 
 
(UECE/2017) Os seres vivos incluídos no Filo Porifera não apresentam tecidos ou órgãos 
definidos, mas possuem células que realizam diversas funções relacionadas à sua sobrevivência 
no ambiente aquático. Com relação aos coanócitos, células que compõem o corpo dos 
poríferos, é correto afirmar que 
a) são responsáveis pela distribuição de substâncias para todas as demais células do corpo do 
animal, por meio de plasmodesmos. 
b) transformam-se em espermatozoides, sendo, portanto, essenciais para a reprodução 
sexuada nesses animais. 
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c) são células totipotentes que originam todos os outros tipos de células que compõem os 
tecidos desses animais. 
d) são células flageladas que promovem o fluxo contínuo de água, promovendo a nutrição 
desses animais, pela a circulação da água no átrio da esponja. 
Comentários 
 A alternativa A está errada, porque quem realiza a distribuição de substâncias para todas 
as demais células do corpo são os amebócitos, também chamados arqueócitos, e eles fazem 
essa tarefa por meio de projeções de pseudópodes. A alternativa B está errada, porque os 
coanócitos não se transformam em espermatozoides. As células totipotentes que podem se 
diferenciar em espermatozoides são os arqueócitos. A alternativa C está errada, porque as 
células totipotentes são os arqueócitos. A alternativa D está certa e é o nosso gabarito. 
Gabarito: D. 
 
(UECE/2016-modificada) Quanto à organização dos espongiários, é correto afirmar que 
a) os coanócitos são células que, em seu conjunto, constituem o sistema nervoso simplificado 
desses animais. 
b) as esponjas que não possuem espículas de sílica ou calcário em seu esqueleto apresentam 
uma rede de espongina bem desenvolvida. 
c) os amebócitos são células achatadas e bem unidas entre si, que revestem externamente o 
corpo desses organismos. 
d) por sua simplicidade morfológica, os poríferos somente conseguem se reproduzir por 
brotamento, fragmentação ou gemulação. 
Comentários 
A alternativa A está errada, porque os coanócitos são responsáveis por gerar as correntes 
de água e mantê-la fluindo do meio externo para o interior do animal, por fagocitar pequenos 
alimentos. A alternativa B está certa. Na verdade, as espículas das demosponjas podem ser 
compostas por espongina ou sílica, mas nunca carbonato de cálcio. A alternativa C está errada, 
porque a descrição se refere aos pinacócitos. A alternativa D está errada, porque os poríferos 
podem ser hermafroditas ou dioicos, apresentando em ambas as formas reprodução sexuada. 
Gabarito: B. 
 
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3. CNIDÁRIOS 
Os cnidários são animais com duas camadas de tecido bem definidas e especializadas. 
Incluem espécies como corais, anêmonas-do-mar, hidras, águas-vivas e caravelas-portuguesas, 
sendo mais de 99% dessas espécies marinhas. O nome Cnidaria vem de cnidos, palavra grega que 
significa urtiga, e isso se deve ao fato de apresentarem células exclusivas chamadas cnidócitos. 
Tipicamente, possuem dois planos corporais: medusa e pólipo. Apresentam sistema nervoso difuso 
e esqueleto hidrostático. Existem cerca de 10.000 espécies de cnidários. 
 
Figura 9. Da esquerda para a direita, anêmona do mar, água-viva e recife de corais. Fonte: Shutterstock. 
 
Organização geral 
Em geral, os cnidários possuem simetria radial e possuem apenas duas camadas de tecido 
embrionário: a epiderme (derivada da ectoderme) e a gastroderme (derivada da endoderme). São, 
portanto, animais diblásticos. O espaço entre esses dois tecidos é preenchido por uma matriz 
acelular gelatinosa chamada mesogleia. 
Imersos na mesogleia encontram-se amebócitos, que desempenham papéis na digestão, no 
transporte e no armazenamento de nutrientes, no reparo de ferimentos e na defesa antibacteriana. 
 A forma polipoide, como as anêmonas-do-mar, é tubular e geralmente estacionária (séssil). 
A forma medusoide, como as águas-vivas, apresenta um formato de guarda-chuva e é natante. 
Todos os cnidários apresentam tentáculos envolvendo a boca (região oral) e apenas uma abertura 
para o sistema digestório. 
 
Figura 10. Forma polipoide e forma medusoide dos cnidários. Repare que a mesogleia é mais abundante nas medusas do que nos pólipos, 
fato que lhes confere o nome popular de “águas-vivas”. Além disso, a região do corpo da medusa onde a mesogleia se concentra recebe o 
nome de umbrela. 
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Cnidários possuem um tipo celular exclusivo do grupo chamado cnidócitos. Essas células, 
também chamadas de cnidoblastos ou nematoblastos e localizadas nos tentáculos desses animais, 
possuem cílios modificados em sua superfície, chamados cnidocílios, e secretam uma estrutura 
urticante chamadas cnida ou nematocisto. Os nematocistos são cápsulas proteicas que contém um 
tubo helicoidal longo e oco. Quando algum estímulo tátil ou químico é percebido pelos cnidocílios 
de um cnidócito, essa cápsula se abre e projeta explosivamente o tubo oco, que no processo acaba 
virando do avesso e evidenciando um arpão venenoso para prender ou enfiar no corpo da presa. 
Cada cnida (nematocisto) pode ser descarregada apenas uma vez. 
 
Figura 11. Estrutura do cnidoblasto evidenciando o nematocisto. 
 
Características diagnósticas dos cnidários 
1) Secreção de organelas intracelulares complexas, denominadas cnidas (nematocistos) 
2) Larvas conhecidas como plânulas 
 
Alimentação 
Cnidários apresentam apenas uma abertura digestória, a boca. Assim, todo o material 
ingerido entra pela boca e os produtos do metabolismo são excretados por ela. Possuem ainda uma 
cavidade simples no interior do corpo chamada celêntero ou cavidade gastrovascular. Essa 
cavidade é recoberta pela gastroderme, cujas células produzem enzimas digestivas. 
Os tentáculos na região oral capturam e defendem o animal. Após o alimento ser ingerido, 
ele passa para a cavidade gastrovascular e nela é parcialmente digerido pelas enzimas. A seguir, é 
absorvido pelas células da gastroderme, onde se completa a digestão. Dessa maneira, a digestão 
dos cnidários é parcialmente extracelular e parcialmente intracelular. 
Os restos de alimento não utilizados são eliminados pela boca. Nas medusas, a boca 
apresenta-se na superfície ventral. Já nos pólipos, a boca fica voltada para cima e a extremidade 
oposta acopla-se ao substrato (veja a figura 10). Os cnidários são espécies majoritariamente 
carnívoras e apenas algumas espécies se alimentam também de fitoplâncton. 
 
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Locomoção 
Alguns pólipos são sésseis e outros podem se deslocar, mas as medusas são as formas que 
apresentam locomoçãomais ativa. Elas se movimentam por jato-propulsão, isto é, as células 
nervosas sinalizam para as células do corpo se contraírem. Essas contrações redistribuem a 
mesogleia que, como um balão cheio de água, muda de forma quando é apertado. A seguir, a água 
acumulada na contração é expulsa em jato, deslocando o animal no sentido oposto. A cavidade na 
qual as células contráteis exercem força é denominada esqueleto hidrostático. 
 
Sistema Nervoso 
Os cnidários possuem um sistema nervoso difuso, caracterizado por células nervosas 
interconectadas que se estendem pelos tecidos formando uma rede de nervos. 
 
Reprodução 
Medusas são o estágio sexuado nesse grupo. Elas são diploides e formam óvulos e 
espermatozoides por meiose. A fertilização produz um zigoto que se desenvolve em uma larva 
bilateral ciliada chamada plânula. A larva plânula fixa-se a um substrato e diferencia-se em pólipo, 
que dependendo do grupo de cnidários poderá se reproduzir por brotamento ou por estrobilização. 
No brotamento, os pólipos diferenciam-se em hidras e dão origem a uma colônia, com 
indivíduos responsáveis pela formação de medusas, gonozooides, e indivíduos responsáveis pela 
alimentação, gastrozooides. 
Na estrobilização, o pólipo recebe o nome de cifístoma e se divide transversalmente, 
formando diversos estróbilos. Das pontas especializadas desses pólipos são liberadas medusas 
jovens, ainda imaturas, chamadas de éfiras, as quais se diferenciam em medusas adultas e dão início 
a um novo ciclo. 
 
Figura 12. A reprodução das águas vivas conta com a alternância de gerações: À esquerda, fase assexuada por brotamento. O espermatozoide 
liberado na água fecunda a medusa do sexo feminino (reprodução sexuada). Ocorre a liberação da larva plânula (2n) e sua fixação ao 
substrato, diferenciando-se em hidra. À direita, fase assexuada por estrobilização. Após a liberação e fixação da larva plânula (2n) ao 
substrato, ocorre a estrobilização, isto é, a divisão transversal da estrutura do pólipo em vários fragmentos. Cada estróbilo (2n) dá origem a 
um a medusa jovem (éfira), que é liberada na água por brotamento para se desenvolver em adulto. Observe que ambas as fases apresentam 
indivíduos diploides. 
 
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Classificação 
 
❖ Anthozoa: os antozoários apresentam apenas indivíduos na fase de pólipo, que podem ser 
espécies solitárias (como as anêmonas-do-mar) ou coloniais (como os corais). Os indivíduos 
podem apresentar sexos separados ou ser hermafroditas, e a fecundação pode ser interna ou 
externa. 
 Muitas espécies secretam um exoesqueleto rígido de carbonato de cálcio (CaCO3). Cada 
geração de pólipos se forma sobre os restos dos esqueletos da geração anterior, construindo 
“rochas” com formas características de suas espécies. Esses esqueletos são o que chamamos de 
coral. Os recifes de coral funcionam como hábitat para inúmeras espécies, e sua destruição 
prejudica todo o ecossistema marinho. 
 
 
Figura 13. À esquerda, um recife de corais do tipo "coral-cérebro", uma colônia séssil formada por indivíduos todos iguais e que exercem as 
mesmas funções. Os corais-cérebro são também chamados de corais-pétreos e, ao associarem-se às zooxantelas (dinoflagelados clorofilados), 
são os principais construtores dos recifes de corais. À direita, uma anêmona-do-mar e um peixe palhaço. Fonte: Shutterstock. 
 
 
O crescimento dos recifes de corais é ajudado por uma relação complexa com 
organismos fotossintetizantes unicelulares simbióticos denominados zooxantelas. Esses 
organismos, através da fotossíntese, fornecem compostos orgânicos ricos em energia aos 
antozoários e, em troca, têm acesso a os resíduos metabólicos do coral, como o CO2 e os 
resíduos nitrogenados essenciais para seu crescimento. Além disso, as zooxantelas são 
protegidas de animais herbívoros. 
Outra consequência dessa relação é o fato de as zooxantelas influenciarem a velocidade 
de deposição de carbonato de cálcio (CaCO3) pelos antozoários. Os últimos anos têm sido 
de crescente preocupação a respeito dos efeitos do aquecimento global na formação e 
crescimento dos recifes de corais, uma vez que o aumento da temperatura acidifica os 
oceanos e impede a deposição do carbonato de cálcio nas colônias. 
 
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❖ Scyphozoa: os cifozoários reproduzem-se por estrobilização e apresentam indivíduos cuja fase 
de medusa é predominante no ciclo de vida e a fase polipoide é reduzida e, às vezes, ausente. 
São representados pelas águas-vivas verdadeiras. Os tentáculos dessas medusas podem se 
estender por vários metros. 
 
 
Figura 14. Cifozoário P. punctata, conhecido como medusa australiana e, à direita, organização corporal de uma medusa. Fonte: Shutterstock. 
 
❖ Hydrozoa: os hidrozoários possuem fase predominante polipoide e alguns indivíduos podem 
apenas se desenvolver em pólipos, como as hidras. As caravelas (colônias flutuantes) e os corais-
de-fogo são exemplos de hidrozoários também. Essa classe é a única a apresentar indivíduos de 
água doce. Os hidrozoários apresentam reprodução assexuada por brotamento. 
 
 
Figura 15. Uma hidra de água doce realizando brotamento. Fonte: Shutterstock. 
 
❖ Cubozoa: os cubozoários são as medusas que apresentam umbrela em formato cuboide. 
Possuem uma fase de pólipo diminuta e praticamente desenvolvem-se diretamente em medusa 
(ao invés de liberá-las jovens). Têm ocelos surpreendentemente complexos ao redor de seu sino. 
Exemplo: as vespas-do-mar, que possuem uma picadura mortal. 
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Figura 16. Cubozoário luminescente. Observe o formato cúbico da umbrela. Fonte: Shutterstock. 
 
Abaixo, a hipótese de parentesco mais aceita para o grupo. 
 
 
 
(UNITAU/2017) A metagênese, ou alternância de gerações, é uma estratégia do ciclo de vida 
nas classes Hydrozoa e Scyphozoa. Esse tipo de ciclo envolve uma fase de reprodução 
assexuada, que não inclui a recombinação genética, e outra fase sexuada, quando há a 
recombinação gênica. Para os cnidários, a alternância de gerações é diferente da observada 
entre as plantas e algas multicelulares, uma vez que, nos Cnidaria, ambas as gerações são 
diploides. 
Assinale apenas a alternativa que apresenta informações CORRETAS acerca da 
metagênese dos cnidários e das características de Hydrozoa e de Scyphozoa. 
a) No ciclo de vida dos Hydrozoa, a medusa é a forma predominante e a sua medusa jovem 
é chamada de Éfira. 
b) No ciclo de vida dos Hydrozoa, o pólipo é a forma predominante e a sua medusa jovem é 
chamada de Éfira. 
Figura 17. Acredita-se que a primeira forma a aparecer na 
evolução dos cnidários foi a forma polipoide. Em um segundo 
momento da evolução surgiu a fase de medusa, e as espécies que 
surgiram a partir de então passaram a apresentar as duas fases: 
de pólipo e de medusa. Note que os antozoários não apresentam 
fase medusoide pois são anteriores à mutação que a deu origem. 
Ainda, no curso da evolução, um grupo passou a apresentar uma 
fase polipoide mais curta (rápida) no seu ciclo de vida, muito 
provavelmente devido a alguma pressão ambiental. Essas 
espécies deixaram de liberar as medusas formadas nas pontas 
dos pólipos, pois eles próprios se desenvolviam em medusa. Esse 
último grupo, dos cubozoários, tornou-se então mais restrito, 
apresentando somente a forma de medusa em seu ciclo de vida. 
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c) No ciclo de vida dos Scyphozoa, a medusa é a forma predominante e a sua medusa jovem 
é chamada de Éfira. 
d) A estrobilação é a reprodução assexuada mais frequente nos cnidários, e a larva plânula é 
exclusivados Hydrozoa. 
e) A estrobilação é a reprodução assexuada mais frequente nos Hydrozoa, e a larva plânula é 
ciliada, livre natante e exclusiva desse grupo. 
Comentários 
 A alternativa A está errada, porque os hidrozoários possuem fase de vida polipoide 
dominante. 
 A alternativa B está errada, porque as medusas formadas no ciclo de vida dos hidrozoários 
já são adultas. 
 A alternativa C está certa e é o nosso gabarito. 
 A alternativa D está errada, porque como reprodução assexuada estão presentes a 
estrobilização e o brotamento, e a larva plânula é característica de todos os cnidários. 
 A alternativa E está errada, porque a estrobilização é mais frequente nos cifozoários e a 
larva plânula, ciliada e natante, é característica de todos os cnidários. 
Gabarito: C. 
 
4. LOFOTROCOZOÁRIOS 
O nome Lofotrocozoa se refere a duas características observadas entre os animais que 
compõem esse grupo. Alguns deles possuem uma estrutura em forma de coroa de tentáculos 
ciliados chamada lofóforo, que atua na alimentação. Outros, como os moluscos e anelídeos, 
apresentam um estágio larval característico denominado larva trocófora. 
Os lofotrocozoários abrangem uma série de filos, dos quais interessa-nos estudar apenas os 
platelmintos, moluscos e anelídeos. 
 
4.1 PLATELMINTOS 
Os platelmintos são os primeiros animais a apresentarem simetria bilateral, uma 
característica que está relacionada diretamente à capacidade de movimentação do animal. O nome 
vem do grego platy, que significa achatado, e helminthes, que significa verme, agrupando os animais 
conhecidos como “vermes achatados”, incluindo as solitárias, planárias e trematódeos. 
Popularmente, o termo “verme” é empregado para designar os animais que não possuem 
patas e apresentam o corpo alongado. No caso dos platelmintos, a essas características soma-se o 
fato de possuírem um corpo que lembra uma fita, pois são achatados dorso-ventralmente. Os 
representantes de vida livre são conhecidos popularmente como planárias, com destaque para a 
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espécie aquática Dugesia e a espécie terrestre Geoplana. A grande maioria vive no mar, mas alguns 
organismos ocorrem em água doce e em ambientes terrestres úmidos. 
Há também muitos representantes parasitas, encontrados aderidos à superfície exterior do 
corpo do hospedeiro (ectoparasitas) ou habitando o interior de seu organismo (endoparasitas). 
Muitos são causadores de sérias doenças ao homem, como o esquistossomo, causador da 
esquistossomose ou barriga-d’água, e a tênia ou solitária, que provoca a teníase. 
Existem cerca de 20.000 espécies de platelmintos. 
 
Figura 18. À esquerda, uma planária. À direita, a cabeça de uma tênia. Fonte: Shutterstock. 
 
Organização geral 
Para descrição dos platelmintos vamos utilizar a planária como organismo modelo. 
 
Figura 19. Planária, platelminto de vida livre. Fonte: Shutterstock. 
 
Os platelmintos são animais bilaterais e, por isso possuem uma extremidade anterior 
(voltada para frente) e outra posterior (voltada para trás), assim como uma face dorsal (oposta ao 
substrato) e outra ventral (em contato com o substrato). A extremidade anterior é mais larga e tem 
forma triangular, lembrando um pequena cabeça, enquanto a extremidade posterior é afilada. A 
face dorsal é mais pigmentada que a ventral. 
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A planária é revestida externamente por uma camada de células que forma a epiderme. Essas 
células epidérmicas estão apoiadas na membrana basal, que funciona como um esqueleto elástico 
e flexível. A epiderme ventral é rica em cílios e no interior do corpo há glândulas que secretam uma 
espécie de muco útil no deslizamento e locomoção. 
No embrião, além da ectoderme e da endoderme surge a mesoderme, responsável por 
originar uma série de órgãos, o que explica a maior complexidade estrutural dos platelmintos em 
relação aos cnidários. É a mesoderme que origina o sistema muscular do animal, com fibras 
contráteis que podem estar orientadas no sentido do comprimento do corpo, formando 
a musculatura longitudinal, ou orientadas circularmente, formando a musculatura circular. Assim, o 
animal pode alongar-se, encurtar-se ou voltar-se para qualquer direção, conforme os estímulos que 
recebe. 
A mesoderme também forma o mesênquima, um tecido esponjoso constituído por células 
indiferenciadas, com grande capacidade de regeneração, que preenche o interior do corpo, não 
havendo uma cavidade interna. 
Embora os platelmintos sejam animais triblásticos, eles são acelomados, ou seja, a 
mesoderme não origina nenhuma cavidade corporal interna. 
 
Características diagnósticas dos platelmintos 
1) Cefalização 
2) Sistema nervoso ventral ganglionar 
 
Alimentação 
As planárias são predadoras e alimentam-se de pequenos animais, vivos ou mortos. Elas 
possuem uma faringe muscular (também chamada de probóscide) que é projetada sobre o 
alimento, a partir da boca ventral. Sucos digestórios são despejados sobre o alimento, que é sugado 
em pequenos pedaços, por ação muscular, para a cavidade gastrovascular. Em seguida inicia-se a 
trituração ou digestão mecânica. Os tecidos absorvem diretamente os produtos da digestão. 
Como não possuem ânus, a eliminação dos resíduos ocorre pela própria boca. 
 
Figura 20. Vista ventral de uma planária, com ênfase para a boca e a faringe muscular. Fonte: Shutterstock. 
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Locomoção 
A locomoção é feita por deslizamento sobre o substrato, com a extremidade anterior indo 
ligeiramente levantada à frente, usando cílios em sua superfície ventral. Os batimentos ciliares 
acontecem sobre uma película de muco por eles secretada que auxilia no deslizamento. A ação 
muscular é útil em movimentos de virada ou torção da cabeça que possibilitam exploração 
ambiental. 
 
Cefalização e Sistema Nervoso 
A parte do corpo que primeiro entra em contato com o ambiente 
(extremidade anterior) contém a maioria dos órgãos sensoriais. Cefalização 
é a concentração dos centros nervosos e das principais estruturas sensitivas 
na região anterior do corpo, sendo os platelmintos os primeiros animais a 
exibi-la na escala evolutiva. Isso facilita a exploração do ambiente durante 
o deslocamento do animal. 
Percebe-se com facilidade, na região cefálica, expansões laterais 
chamadas de aurículas, que estão relacionadas com a sensibilidade e 
detecção de substâncias químicas no meio. Elas correspondem aos nossos 
sentidos de gustação e olfato. Dorsalmente, apresentam um par de ocelos, 
estruturas sensitivas fotorreceptoras que não devem ser confundidas com 
olhos uma vez que não formam imagens. Os ocelos percebem variações 
da intensidade luminosa, permitindo a orientação do animal em seu 
hábitat. 
Possuem sistema nervoso centralizado ganglionar situado ventralmente, com dois gânglios 
nervosos localizados na região anterior, de onde partem dois cordões nervosos longitudinais que se 
estendem pelo corpo. Desses cordões partem os nervos que atuam no controle de músculos e no 
recebimento de estímulos. Os platelmintos são os primeiros animais a possuírem centros nervosos, 
com ações mais coordenadas e respostas mais elaboradas aos estímulos. 
 
Respiração 
As trocas gasosas ocorrem por difusão direta através da epiderme, não existindo órgãos 
respiratórios. Os gases difundem-se diretamente de célula a célula, não havendo líquido 
circulatório. 
 
Excreção 
Os resíduos nitrogenados, na forma de amônia (NH3), deixam o organismo por simples 
difusão através da superfície do corpo. O sistema excretor é constituído por protonefrídios 
– túbulos ramificados com uma célula excretora na extremidade. Essa célula pode apresentar um 
flagelo,recebendo o nome de solenócito, ou apresentar vários flagelos, sendo denominada de 
célula flama. Os protonefrídeos realizam a regulação osmótica, recolhendo o excesso de água 
diretamente dos tecidos do corpo e eliminando-o por um sistema de dutos que se abrem através de 
poros dorsais. 
Figura 21. Planária. 
Fonte: Shutterstock. 
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Reprodução 
A reprodução dos platelmintos varia de acordo com o grupo estudado, podendo 
ser assexuada ou sexuada. Entre as formas assexuadas, podemos citar a fissão transversal 
(planárias) e a regeneração. No caso da reprodução sexuada, destacam-se a autofecundação (tênias) 
e a fecundação cruzada (planárias). 
 
Classificação 
Platelmintos estão divididos em três grupos principais: os turbelários (planárias), os 
trematódeos (Fasciola e Schistosoma) e os cestódeos (tênias). 
 
❖ Turbellaria 
Turbelários são os platelmintos de vida livre conhecidos como planárias. As planárias são 
abundantes em lagos e riachos não poluídos. A reprodução assexuada ocorre por fissão: o animal 
sofre constrição no meio de seu corpo e a separação é dependente da locomoção. A parte posterior 
do animal se fixa ao substrato enquanto a metade anterior a se move para frente até que ele se 
quebre em dois. Cada parte se regenera e forma dois indivíduos 
novos e pequenos. 
A reprodução sexuada também ocorre e a fertilização é 
cruzada entre dois indivíduos. As planárias são hermafroditas e, 
quando se encontram, suas extremidades anteriores se entrelaçam 
e ocorre a introdução recíproca do pênis. Sempre um dos animais 
fica com o dorso voltado para o substrato. Algum tempo após a 
cópula, ocorre a postura dos casulos que são envoltos em uma 
espuma branca que os prende ao substrato. 
 
❖ Trematoda e Cestoda 
Trematódeos e cestódeos compõem as espécies parasitas. Um exemplo de trematódeo é o 
esquistossomo, enquanto as solitárias (tênias) exemplificam os cestódeos. 
 
Figura 23. Anatomia de uma solitária (tênia). À esquerda, detalhe do escólex. Fonte: Shutterstock. 
Figura 22. Fissão em planária. Fonte: 
Shutterstock 
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Frequentemente, nos estágios imaturos, esses parasitas passam tempo em um ou mais 
hospedeiros intermediários. Depois de adultos, a reprodução ocorre em um hospedeiro 
definitivo. As tênias são hermafroditas (assim como as planárias), e cada segmento de seu corpo 
apresenta um sistema reprodutor completo, com estruturas fisiológicas que permitem a 
autofecundação: os espermatozoides de um anel fecundam os óvulos de outro segmento, no 
mesmo animal. Após a fecundação, as proglótides carregadas com milhares de ovos fertilizados são 
liberadas e deixam o corpo do hospedeiro nas fezes. 
 As tênias, em sua parte anterior, possuem ventosas e ganchos os quais utiliza para se fixar ao 
hospedeiro. Elas mão têm boca e cavidade gastrovascular, de modo que absorvem os nutrientes 
diretamente da mucosa em que se prendem ao longo de toda sua extensão corporal. 
 
 
Esquistossomose 
1) Esquistossomos maduros vivem nos vasos sanguíneos dos intestinos humanos. Uma fêmea se 
aloja em uma fenda ao longo do comprimento do macho de maior tamanho. 
2) Os esquistossomos se reproduzem sexualmente no hospedeiro humano. Os ovos fertilizados são 
eliminados nas fezes. Quando uma pessoa infectada urina ou defeca na água, ela contamina o 
líquido com os ovos de Schistosoma mansoni. 
3) Na água, os ovos se desenvolvem em larvas ciliadas. Estas larvas infectam caramujos, o 
hospedeiro intermediário. 
4) A reprodução dentro de um caramujo resulta em outro tipo de larva móvel que escapa do 
hospedeiro. 
5) Esta larva penetra na pele e nos vasos sanguíneos dos seres humanos que trabalham em campos 
irrigados com água contaminada com larvas de esquistossomos. Dentro de algumas semanas, os 
vermes crescem no interior dos vasos sanguíneos do corpo e produzem ovos. Alguns desses ovos 
viajam para a bexiga ou intestinos e são passados para a urina ou fezes, mas a maioria fica presa nos 
tecidos. 
 
Figura 24. Esquistossomo macho abrigando a fêmea. Fonte: Shutterstock. 
 
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Teníase 
O homem portador da verminose apresenta a Taenia saginata no estado adulto em seu 
intestino, sendo, portanto, o hospedeiro definitivo. A quantidade de ovos produzidos é muito 
grande (30 a 80 mil em cada proglótide), para garantir a perpetuação e propagação da espécie. Os 
anéis grávidos se desprendem periodicamente e saem com as fezes. 
O hospedeiro intermediário é o porco. O porco ingere as proglótides grávidas ou os ovos que 
foram liberados no meio. Dentro do intestino do animal, os embriões deixam a proteção dos ovos 
e, por meio de seis ganchos, perfuram a mucosa intestinal. Pela circulação sanguínea, alcançam os 
músculos e o fígado do porco, transformando-se em larvas denominadas cisticercos, que 
apresentam o escólex invaginado numa vesícula. Quando o homem se alimenta de carne suína crua 
ou malcozida contendo estes cisticercos, as vesículas são digeridas, liberando o escólex, que se 
everte e fixa-se nas paredes intestinais através dos ganchos e ventosas, desenvolvendo a teníase. 
Muitas vezes a teníase é assintomática. Porém, podem surgir transtornos dispépticos, tais 
como alterações do apetite (fome intensa ou perda do apetite), enjoos, diarreias frequentes, 
perturbações nervosas, irritação, fadiga e insônia. A profilaxia consiste na educação sanitária, em 
cozinhar bem as carnes e na fiscalização da carne e seus derivados. 
 
Figura 25. Ciclo da teníase. 
 
Cisticercose 
A cisticercose é uma parasitose causada pela ingestão de água ou de alimentos como 
legumes, frutas ou verduras contaminados com os ovos de um tipo específico de tênia, a Taenia 
solium. Após três dias da ingestão dos ovos da tênia, eles passam do intestino para a corrente 
sanguínea e se alojam nos tecidos como músculo, coração, olhos ou cérebro, formando cistos, 
conhecidos como cisticercos, que podem inflamar, inchar e até causar problemas neurológicos. 
Quando os ovos penetram no sistema nervoso, a doença é identificada como cisticercose cerebral 
ou neurocisticercose. 
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(FCM MG/2019) A tênia, verme achatado dorso ventralmente, tem em cada uma de suas 
proglotes o órgão sexual masculino e o órgão sexual feminino, com isso realiza a 
autofecundação. Em relação a esse processo reprodutivo pode-se dizer que, quando ocorre a 
autofecundação, obtêm-se indivíduos: 
a) geneticamente iguais ao pai. 
b) provenientes de reprodução sexuada. 
c) diploides e dioicos, com um tipo de sexo. 
d) haploides, um cromossomo de cada tipo. 
Comentários 
 Quando realiza a autofecundação, os gametas provenientes de cada um dos aparelhos 
reprodutores se unem na proglote, dando origem a um embrião diploide. Ocorre, portanto, a 
reprodução sexuada. A letra B está certa e é o nosso gabarito. 
Gabarito: B. 
 
4.2 MOLUSCOS 
O grupo dos moluscos é um dos maiores grupos de invertebrados, com aproximadamente 
100.000 espécies conhecidas e descritas, perdendo em diversidade apenas paras os artrópodes. 
Consistem nos caracóis, lesmas, ostras, mariscos, polvos e lulas. 
Os moluscos vivem em ambientes aquáticos marinho ou de água doce e em ambiente 
terrestre úmido. Possuem plano corporal é extraordinariamente maleável e as diferentes espécies 
apresentam uma morfologia externa muito diversificada. Além disso, apresentam composição frágil, 
são animais de corpo mole e a maioria possui uma concha que protege o corpo. Em alguns, como a 
lula, ela é interna e em outros, como no polvo, é ausente.A capacidade de secretar uma concha protetora deu aos moluscos uma vantagem sobre 
outros invertebrados de corpo mole. 
 
Figura 26. Da esquerda para a direita, um caracol, um polvo, um bivalve e uma lula. Fonte: Shutterstock. 
 
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Organização geral 
Os moluscos são animais de corpo mole e com celoma reduzido, cujo corpo pode ser dividido 
basicamente em cabeça, pé muscular e massa visceral. Na cabeça são encontrados os órgãos dos 
sentidos. O pé muscular é responsável pelos movimentos e, em alguns animais, como o polvo, pode 
ser substituído por tentáculos. A massa visceral é onde encontram-se todos os órgãos. 
Todos os moluscos possuem um manto, uma dobra de tecido que cobre a massa visceral e 
secreta a concha (quando esta está presente). Em muitos moluscos, o manto se estende além da 
massa visceral, produzindo uma câmara preenchida de água, a cavidade do manto, que abriga as 
brânquias, o ânus e os poros excretores. 
 
Figura 27. Anatomia de um molusco. Fonte: Shutterstock. 
 
Características diagnósticas dos moluscos 
1) Epitélio dorsal formando um manto, o qual secreta espículas calcáreas ou uma ou mais conchas 
2) Banda circular de dentes, rádula, no esôfago, utilizada para alimentação e ausente nos bivalves 
3) Músculos da parede ventral do corpo desenvolvidos em um pé locomotor ou fixador 
 
Alimentação 
Os moluscos possuem um sistema digestório completo, com boca e ânus. Apresentam 
a rádula, uma espécie de língua com dentes afiados usada para raspar os alimentos. A rádula é 
exclusiva dos moluscos e existe em todos os grupos, com exceção dos bivalves. 
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O alimento é conduzido pelo tubo digestório, onde sofre a ação de enzimas, e os nutrientes 
são absorvidos e distribuídos pelo corpo por meio da hemolinfa (líquido do sistema circulatório). O 
longo trato digestório encontra-se enrolado na massa visceral. 
 
Sistema Nervoso 
O sistema nervoso dos moluscos consiste em um anel nervoso ao redor do esôfago, a partir 
do qual cordas nervosas se estendem. 
 
Sistema Circulatório 
O sistema circulatório dos moluscos é aberto e o coração situa-se dorsalmente na massa 
visceral. Ele bombeia o líquido circulatório, chamado hemolinfa, pelas artérias até os espaços 
(lacunas) corporais. Assim, os órgãos estão continuamente banhados em hemolinfa. 
 
Excreção 
 A excreção nos moluscos acontece por metanefrídios, que removem os resíduos metabólicos 
da hemolinfa e os elimina. 
 
Respiração 
Pelo fato de os moluscos serem encontrados em uma grande variedade de ambientes, eles 
apresentam diferentes tipos de respiração. A respiração branquial é realizada pelos moluscos que 
vivem na água, como os polvos, lulas e ostras. Nesses animais, as brânquias são chamadas de 
ctenídeos ou brânquias ctenidias, e apresentam cílios em sua superfície que fazem a água fluir 
através da cavidade interna. 
A respiração pulmonar está presente em moluscos que vivem em ambiente terrestre, como 
os caramujos e caracóis, e a respiração cutânea ocorre com as lesmas, que também vivem em 
ambiente terrestre, sob o solo e em árvores. 
 
Reprodução 
A maioria dos moluscos apresenta sexos separados (dioicos) e suas gônadas (ovários ou 
testículos) são localizados na massa visceral. A reprodução sexuada pode ocorrer com fecundação 
externa o interna. Na fecundação externa, os machos liberam os espermatozoides e as fêmeas 
liberam os óvulos diretamente na água, onde os dois gametas se encontram. No caso da fecundação 
interna, os espermatozoides são liberados dentro do corpo da fêmea. 
Muitos caracóis são hermafroditas. O ciclo de vida de muitos moluscos marinhos possui um 
estágio larval ciliado chamado larva trocófora (também presente nos anelídeos). 
 
Classificação 
Os moluscos são animais que apresentam grande diversidade de formas e tamanhos. Eles 
distribuem-se em sete classes: aplacóforos, monoplacóforos, escafópodes, poliplacóforos, 
gastrópodes, bivalves e cefalópodes. As três primeiras aparecem pouco nas provas de vestibular e, 
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por isso, iremos concentrar nossos estudos em apenas quatro destes clados: Polyplacophora 
(quítons), Gastropoda (caracóis e lesmas), Bivalvia (mariscos e ostras) e Cephalopoda (lulas, polvos 
e náutilos). Normalmente as questões relacionam-se com os gastrópodes, bivalves e cefalópodes. 
 
❖ Polyplacophora 
Os poliplacóforos consistem em animais chamados de quítons, espécies marinhas que vivem 
aderidas às rochas e conchas. São animais herbívoros, que raspam as algas das rochas existentes na 
proximidade com a rádula bem desenvolvida e endurecida por magnetite. 
Possuem o corpo ovalado, achatado dorsoventralmente, com um pé ventral bem 
desenvolvido e uma concha constituída por oito placas sobrepostas. A cabeça é indistinta e não 
possuem olhos nem tentáculos cefálicos. O manto é espesso e forma em volta da concha uma 
cintura que pode possuir espinhos calcários ou quitinosos, importantes para proteção. Tanto o pé 
como o manto auxiliam os poliplacóforos na adesão ao substrato de tal forma que é muito difícil 
desalojá-los. 
 
Figura 28. Quítons. Observe a concha de oito placas característica do grupo. Fonte: Shutterstock. 
 
❖ Gastropoda 
A classe dos gastrópodes engloba o maior número de espécies conhecidas, entre 45.000 a 
75.000 espécies, e ocupa habitats muito diversos tanto nos ambientes marinhos, como nos 
ambientes de água doce e terrestre. Incluem as lesmas e caracóis (terrestres) e nudibrânquios 
(aquáticos). 
 
Figura 29. Da esquerda para a direita, uma lesma, um caracol e um nudibrânquio, exemplos de gastrópodes. Fonte: Shutterstock. 
 
Os gastrópodes apresentam uma cabeça distinta que conta com olhos e tentáculos 
sensoriais. Em muitas espécies aquáticas, parte do manto forma um sifão inalante, um tubo através 
do qual a água entra na cavidade do manto. A locomoção se dá através do pé muscular achatado 
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dorsoventalmente, muitas vezes ciliado e que possui numerosas glândulas mucosas. Esta estrutura 
está adaptada para deslizar ou nadar. 
Uma das modificações mais significantes da forma corporal dos gastrópodes é a torção da 
massa visceral, do manto e da cavidade do manto, que ocorre durante o desenvolvimento 
embrionário. A massa corporal se torce, posicionando as partes que antes eram posteriores acima 
da cabeça. Caracóis possuem concha univalve, espiralada e assimétrica, o que a torna mais 
compacta, facilitando o seu transporte e aumentando a proteção do seu ocupante. Lesmas e 
nudibrânquios não apresentam concha. Eles torcem o corpo no início do desenvolvimento e, mais 
tarde, sofrem a distorção. 
Em relação aos nudibrânquios, esses animais apresentam substâncias químicas, indicadas 
pela forte coloração das espécies que as possuem, como mecanismo de defesa, ou ainda 
nematocistos, que adquirem dos cnidários de que se alimentam. 
A alimentação é diversificada: algumas espécies raspam o substrato, alimentando-se de algas 
e pequenos organismos, outras filtram partículas da coluna de água, outras alimentam-se de 
detritos ou de cadáveres, algumas são predadoras eficientes e já foram descritas espécies parasitas. 
 
❖ Bivalvia 
Os bivalves são moluscos de ambiente marinho, formados por duas conchas (valvas) 
articuladas e unidas por um ligamento que envolvem todo o corpo do animal. Músculos adutores 
poderosos fecham as valvas. São exemplos de bivalves os mariscos, ostras e vieiras. 
 
 
Figura 30. Da esquerda para a direita, mariscos, ostras e vieiras. Fonte: Shutterstock. 
 
Entre asduas conchas comprimidas lateralmente fica o corpo do animal, constituído pelo pé 
muscular e pela massa visceral. O pé tem a forma de uma lâmina triangular e é pequeno ou ausente, 
utilizado sobretudo para o animal se enterrar. 
As espécies de bivalves são filtradoras. As brânquias têm função de realizar as trocas gasosas 
e capturar alimentos. Bivalves não têm rádula, não têm receptores sensoriais, nem células 
nervosas que deem indicação de existir cabeça. Possuem, no entanto, ocelos em volta do manto. 
Para reproduzirem-se, os bivalves lançam os seus gametas na coluna de água, onde se dá 
a fecundação e o desenvolvimento. 
 
 
 
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❖ Cephalopoda 
Os cefalópodes são eficientes predadores, com vida ativa e comportamento complexo. Suas 
mandíbulas se assemelham a um bico e imobilizam a presa com um veneno presente na saliva. 
Representados pelos polvos e lulas, apresentam a porção anterior do pé modificada em 
tentáculos, que circundam a cabeça bem desenvolvida, e são utilizados para captura de presas, 
fixação, locomoção e cópula. Esses tentáculos estão também incorporados em um sifão musculoso 
que se associa ao manto e desempenha um papel importante na locomoção dos animais (através 
da propulsão por jatos de água). 
 
Figura 31. À esquerda, um polvo, e à direita, uma lula. Fonte: Shutterstock. 
 
A redução ou desaparecimento da concha externa é a situação mais comum, embora ainda 
exista um pequeno grupo de cefalópodes com concha externa: os náutilos. Muitos dos aspectos da 
morfologia e fisiologia dos cefalópodes estão relacionados ao fato de serem bons predadores: os 
sistemas circulatório, excretor, digestório e de transporte interno, nervoso e órgãos dos sentidos 
apresentam uma complexidade e eficiência superior a todos os outros moluscos. 
O grau de cefalização excede o de todos os outros invertebrados. Cefalópodes possuem um 
cérebro grande e complexo, com capacidade de memória e aprendizagem. Dos órgãos dos sentidos, 
os olhos são particularmente bem desenvolvidos (com uma lente que foca a luz de entrada) e muito 
semelhantes aos dos peixes, constituindo um excelente exemplo de evolução convergente: 
cefalópodes e peixes desenvolveram, independentemente, olhos que possuem uma estrutura 
extraordinariamente semelhante, como adaptação ao seu estilo de vida. 
São os únicos moluscos que possuem sistema circulatório fechado, no qual o sangue 
permanece separado do líquido da cavidade corporal. O sangue bombeado pelo coração irriga os 
tecidos de todo o corpo e dois corações acessórios mantêm o sangue se movendo rapidamente em 
direção às brânquias, onde são realizadas as trocas gasosas. 
 
 
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(FAMERP SP/2019) Os moluscos formam, depois dos artrópodes, o segundo maior filo dos 
metazoários em números de espécies. São características que ocorrem em todos os 
representantes dos moluscos: 
a) sistema nervoso dorsal e cabeça diferenciada. 
b) rádula e massa visceral. 
c) sistema circulatório aberto e manto. 
d) simetria bilateral e mesoderme na fase embrionária. 
e) sistema digestório completo e brânquias. 
Comentários 
 A alternativa A está errada, porque cabeça diferenciada ocorre nos cefalópodes. 
 A alternativa B está errada, porque os bivalves não possuem rádula. 
A alternativa C está errada, porque o sistema circulatório dos moluscos é fechado. 
A alternativa D está certa e é o nosso gabarito. 
A alternativa E está errada, porque nem todos os moluscos apresentam respiração 
branquial, apenas nos polvos, lulas e ostras. Nos demais, ocorrem a respiração pulmonar ou 
cutânea. 
Gabarito: D. 
 
(PUC SP/2017) 
 
Níquel Náusea – Fernando Gonsales 
A “casa” que os animais representados na tirinha possuem é fabricada naturalmente 
a) pela rádula. 
b) pelo clitelo. 
c) pelo sifão. 
d) pelo manto. 
Comentários 
 Nos caracóis, a “casa” corresponde à concha, que é secretada pelo manto. A alternativa A 
está errada, porque a rádula é uma língua dentada responsável pela alimentação. A alternativa 
B está errada, porque o clitelo é um segmento diferenciado dos anelídeos, produtor de muco. 
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A alternativa C está errada, porque o sifão é responsável pela movimentação por jatos de 
propulsão nos moluscos. A alternativa D está certa e é o nosso gabarito. 
Gabarito: D. 
 
4.3 ANELÍDEOS 
Annelida significa “pequenos anéis” e compreende os animais conhecidos com corpo 
cilíndrico, alongado e segmentado. Esse grupo apresenta mais de 12.000 espécies descritas e podem 
ser encontrados em ambientes marinhos, de água doce e ambientes terrestres com solo úmido. 
Podem variar de 1mm a 3m. São animais exclusivamente de vida livre e entre seus representantes 
mais conhecidos podemos citar as minhocas e sanguessugas. 
Anelídeos são bilaterais e celomados e, exceto nas sanguessugas, quase todos os segmentos 
apresentam cerdas reforçadas com quitina, chamadas quetos. 
 
Figura 32. Minhoca, um exemplo de anelídeo terrestre. Fonte: Shutterstock. 
 
Organização geral 
Uma característica marcante dos anelídeos é a segmentação ou metameria. O corpo de um 
anelídeo é primitivamente dividido em segmentos externos e internos. 
A metameria foi uma aquisição evolutiva importante, pois os primeiros animais celomados 
não conseguiam controlar com precisão os movimentos do corpo, embora possuíssem um celoma 
preenchido com líquido que funcionava como um esqueleto hidrostático. Isso porque a força da 
contração muscular em uma determinada área era transmitida ao longo do corpo pelo fluido contido 
no celoma indiviso. Essa limitação foi então contornada quando uma série de partições (septos) 
evoluiu no ancestral dos anelídeos, permitindo que a força da contração muscular permanecesse 
localizada nos anéis ao invés de ser transmitida para toda a extensão de seu corpo. 
O metamerismo não apenas aumentou a eficácia do ato escavador, mas também possibilitou 
a movimentação independente e localizada de segmentos distintos. Além disso, a repetição de 
partes do corpo, deu aos anelídeos uma redundância modular, que conferiu um fator de segurança: 
se um segmento do corpo faltar, os outros levam adiante as funções, e, portanto, um dano causado 
a uma parte do corpo, não é necessariamente fatal. 
Por outro lado, a necessidade de um acurado controle dos movimentos implicou a evolução 
de um sistema nervoso mais sofisticado. Por fim, quando os septos dividiram o celoma numa série 
de compartimentos, os componentes dos sistemas circulatório, respiratório, nervoso e excretor, se 
repetiram em cada segmento. 
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Característica diagnóstica dos anelídeos 
1) Presença de um ou mais pares de cerdas reforçadas com quitina 
 
Alimentação 
A digestão dos anelídeos é completa e extracelular, sendo que esses animais apresentam 
aparelho digestório completo e compartimentalizado em regiões diferenciadas. A boca captura o 
alimento, que nas minhocas são resíduos orgânicos presentes no solo. Eles possuem uma faringe 
muscular que auxilia a entrada do alimento e sua maceração. O esôfago funciona como ponte entre 
a faringe e o papo (local onde o alimento fica armazenado até o início da digestão química). Existe 
ainda uma moela, que é responsável pela trituração do alimento, apresentando uma parede 
muscular forte, e responsável pela separação entre a matéria orgânica e inorgânica. 
 
Figura 33. Anatomia de uma minhoca. Fonte: Shutterstock. 
 
Sistema Nervoso 
Os anelídeos possuem um “cérebro” rudimentar: um par de gânglios cerebrais fusionados 
que coordenamas atividades. Eles enviam sinais por meio de um cordão ventral com numerosos 
nódulos. Em resposta aos comandos, os músculos se contraem de forma a exercerem pressão sobre 
o fluido dentro das câmaras celômicas. Esse fluido consiste em um esqueleto hidrostático. 
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Cada segmento é circundado por músculos 
longitudinais, que por sua vez são circundados por 
músculos circulares. As minhocas coordenam a 
contração desses dois conjuntos de músculos para 
se mover: quando os músculos longitudinais de 
um segmento se contraem, o segmento fica mais 
curto e grosso. Quando os músculos circulares se 
contraem, um segmento fica mais longo e fino. 
Trabalhando em oposição, esses dois conjuntos 
musculares redistribuem o fluido celomático, 
fazendo os segmentos corporais mudarem de 
formato de modo a impulsionar o animal para a 
frente. 
 
 
Sistema Circulatório 
O sistema circulatório nos anelídeos é fechado, apresentando uma rede de vasos sanguíneos 
contráteis (chamados de “corações laterais”) na parte anterior do animal, que ligam os vasos dorsais 
aos vasos ventrais e promovem a circulação do sangue. 
Vasos sanguíneos diminutos são abundantes na pele dos anelídeos, funcionando como seu 
sistema respiratório. Assim, a respiração é cutânea, com trocas gasosas através da superfície 
corporal (poliquetos e oligoquetos) ou branquial (hirudíneos). 
 
Excreção 
A composição de solutos e o volume de fluido celômico são regulados por um par de túbulos 
excretores chamados de metanefrídeos, que ocorrem em todos os segmentos. Cada metanefrídeo 
coleta fluido celômico, ajusta sua composição e depois expulsa resíduos nitrogenados, 
principalmente amônia, através de um poro no segmento seguinte. 
 
Reprodução 
A reprodução é sexuada, sendo que as minhocas 
são espécies hemafroditas com fecundação cruzada. 
Nelas, o clitelo produz muco, que une dois vermes 
quando trocam espermatozoides. Mais tarde, o mesmo 
clitelo secreta um envoltório sedoso que envolve os 
ovos fertilizados. 
As demais espécies são dioicas, com fecundação 
externa e desenvolvimento indireto, apresentando uma 
larva chamada de trocófora. 
 
 
Figura 34. Movimentação dos anelídeos. Fonte: Shutterstock. 
Figura 35. Reprodução sexuada entre minhocas. 
Fonte: Shutterstock. 
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Classificação 
Tradicionalmente, os anelídeos são divididos em 3 classes, a depender do número de cerdas 
presentes no corpo: Polychaeta (poliquetos), Oligochaeta (minhocas) e Hirudinea (sanguessugas). 
 
❖ Poychaeta (poliquetos) 
Os poliquetas são organismos marinhos que apresentam uma grande quantidade de formas 
e estilos de vida. Eles podem mover-se livremente ou ser sedentários, construindo e vivendo em 
galerias e buracos. A grande maioria possui tamanho menor que 10 cm de comprimento, apesar de 
existirem espécies de até um metro. 
São predadores ativos, com mandíbulas fortalecidas por quitina as quais utilizam para 
capturar animais de corpo mole. 
As espécies desse grupo possuem o corpo segmentado e cada um dos segmentos apresentam 
estruturas carnosas que se assemelham a remos denominadas de parapódios. Dos parapódios, 
partem inúmeras cerdas, característica que dá nome à classe (poli = muitas; chaeta = cerdas). 
A cabeça desses animais é representada pelo prostômio, que possui órgãos sensoriais, tais 
como olhos e antenas. A boca fica logo após o prostômio e o ânus está localizado no pigídio, que é 
a região terminal do corpo do poliqueta. 
A maioria dos poliquetas apresenta brânquias e, em alguns, observa-se a presença de 
parapódios modificados para exercer a função de trocas gasosas. Esses animais são dioicos e 
possuem desenvolvimento indireto (larva trocófora). 
 
Figura 36. À esquerda e ao centro, um poliqueta predatório conhecido como verme da areia. À direita, o verme árvore de Natal, um poliqueta 
tubular. Fonte: Shutterstock. 
 
❖ Oligochaeta (minhocas) 
Os oligoquetos formam o grupo de anelídeos mais conhecidos: as minhocas. Essa classe 
apresenta um número aproximado de 3.100 espécies descritas, encontradas no ambiente terrestre, 
em água doce e em ambientes marinhos. 
Seu corpo possui segmentação bem desenvolvida interna e externamente aos segmentos, 
com sulcos visíveis em sua superfície correspondentes às partições internas. O celoma percorre o 
corpo e é dividido em câmaras celômicas: uma por segmento. O prostômio é pequeno e sem 
apêndices sensoriais. 
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Os oligoquetos diferenciam dos poliquetas por não possuírem parapódios e apresentarem 
poucas cerdas (oligo = poucas; chaeta = cerdas). Nos 
adultos é possível observar uma região mais espessada 
e inchada, onde encontram-se glândulas produtoras de 
muco que ajudam na cópula e na secreção do casulo 
(onde há a postura dos ovos). Esse segmento demonina-
se clitelo. 
A alimentação é baseada na ingestão de matéria 
orgânica em decomposição. São hermafroditas, com 
desenvolvimento direto, sem formação de larvas. 
 
❖ Hirudinea (sanguessugas) 
Os hirudíneos são o menor grupo dos anelídeos e apresentam cerca de 700 
espécies. Possuem representantes que vivem em água doce, ambiente marinho e também 
terrestre. 
Muitas sanguessugas são escavadoras e predadoras de pequenos invertebrados, inclusive 
outros anelídeos. Outras se acoplam a um vertebrado, perfuram sua pele e sugam seu sangue. Sua 
saliva possui uma proteína que é anestésica e outra que evita a coagulação do sangue. 
Nos hirudíneos não ocorrem parapódios, apêndices na cabeça e geralmente também não se 
observam cerdas. Além disso, o corpo não é separado por septos e o espaço celômico é contínuo. 
Assemelham-se aos oligoquetas por causa da presença de clitelo e também por serem 
hermafroditas. O corpo desses animais é achatado dorsoventralmente. Apresentam ventosas nas 
extremidades, sendo a anterior, normalmente, menor que a posterior. 
 
Figura 38. Sanguessuga (hirudíneo). Fonte: Shutterstock. 
 
 
(UFT/2019) Um estudante coletou uma amostra de solo da horta do seu quintal. Ao analisar o 
material em microscópio ótico, ele observou vários animais alongados, sem pernas, com 
tamanho variando entre 0,3 e 1 mm. Eles possuíam sistema digestivo completo, eram 
cilíndricos e afilados nas extremidades, exibiam simetria bilateral e não apresentavam 
segmentação corporal. Em suas anotações, o estudante concluiu que se tratava de anelídeos 
oligoquetas. Com base nessas informações, assinale a alternativa CORRETA: 
Figura 37. Minhoca (oligoqueto). Fonte: Shutterstock. 
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a) a conclusão do estudante é inválida, pois anelídeos oligoquetas não apresentam simetria 
bilateral. 
b) a conclusão do estudante é inválida, pois anelídeos oligoquetas são encontrados apenas 
na água do mar. 
c) a conclusão do estudante é inválida, pois anelídeos oligoquetas apresentam o corpo 
segmentado. 
d) a conclusão do estudante é inválida, pois anelídeos oligoquetas têm sistema digestivo 
incompleto. 
Comentários 
 A alternativa A está errada, porque anelídeos oligoquetas são representados pelas 
minhocas, que apresentam segmentação bem demarcada tanto interna quanto externamente. 
 A alternativa B está errada, porque a maioria dos anelídeos oligoquetas são terrestres. 
 A alternativa C está certa e é o nosso gabarito. 
 A alternativa D está errada, porque todos os anelídeos possuem sistema digestório 
completo. 
Gabarito: C. 
 
(UEFS BA/2018) A sustentação do corpo é fundamental para que um animal possa interagir no 
seu hábitat e atuar em seu nicho ecológico. A minhoca é um organismo

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