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Livro Digital Aula 15 Animais invertebrados FUVEST 2021 Professora Bruna Klassa Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 2 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br Sumário Apresentação ................................................................................................................................... 3 1. O que é um animal?...................................................................................................................... 4 1.1 Características gerais dos metazoários .................................................................................... 6 2. Porifera ...................................................................................................................................... 10 3. Cnidaria ...................................................................................................................................... 16 4. Lophotrochozoa ......................................................................................................................... 22 4.1 Platyhelminthe ...................................................................................................................... 22 4.2 Mollusca ............................................................................................................................... 29 4.3 Annelida ................................................................................................................................ 36 5. Ecdysozoa ................................................................................................................................... 42 5.1. Nematoda ............................................................................................................................ 42 5.2 Arthropoda ........................................................................................................................... 50 6. Echinodermata ........................................................................................................................... 63 7. Filogenia dos animais invertebrados ........................................................................................... 70 8. Lista de questões ........................................................................................................................ 71 9. Gabarito ..................................................................................................................................... 96 10. Lista de questões comentadas .................................................................................................. 97 Considerações finais ..................................................................................................................... 132 Referências .................................................................................................................................. 133 Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 3 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br APRESENTAÇÃO Olá, vestibulando(a)! Tudo bem com você? Espero que sim. Estamos avançando nossos estudos na frente de diversidade da vida: já vimos microrganismos, fungos e plantas. Vamos relembrar os principais conceitos vistos na aula de Biologia Vegetal II: ➢ A raiz é o órgão de fixação da planta ao substrato, absorção de água e sais minerais, além de armazenamento de reserva, em alguns casos. Possui quatro zonas (meristemática, de alongamento ou lisa, pilífera e ramificação) e pode apresentar dois sistemas radiculares: sistema radicular fasciculado (em monocotiledôneas) e pivotante ou axial (em eudicotiledôneas). ➢ O caule oferece suporte para as folhas e transporte de substâncias entre raízes e folhas. Organiza- se em gemas apicais, gemais laterais, nós e entrenós, e pode ser do tipo tronco, haste, colmo e estipe. ➢ As folhas são os principais órgãos fotossintetizantes, organizadas em limbo ou lâmina foliar, pecíolo, estípulas e bainha. Quanto às nervuras, podem ser paralelinérveas (monocotiledôneas) ou peninérveas (eudicotiledôneas). Algumas de suas adaptações são as gavinhas, espinhos e brácteas. ➢ Os frutos são constituídos por pericarpo (fruto propriamente dito) e semente. Podem ser do tipo carnosos (bagas ou drupas) e secos (deiscentes ou indeiscentes). Existem ainda os pseudofrutos, que resultam do desenvolvimento do ovário e mais alguma outra parte da flor. Frutos partenocárpicos resultam do desenvolvimento do ovário sem que tenha havido fecundação (sem sementes). ➢ Os tecidos vegetais podem ser meristemáticos (embrionários) ou permanentes. Meristemas primários promovem o crescimento da planta em comprimento. São a protoderme, o meristema fundamental e o procâmbio, que originam a epiderme, os tecidos fundamentais e o floema e o xilema primários, respectivamente. Já os meristemas secundários provem o crescimento da planta em espessura. São o felogênio e o câmbio vascular, que originam a periderme e o floema e o xilema secundários, respectivamente. ➢ Os tecidos permanentes podem ser de revestimento, de sustentação, de preenchimento e vascular. Tecidos de revestimento consistem na epiderme e periderme (súber e feloderme); tecidos de sustentação consistem no colênquima e esclerênquima; tecidos de preenchimento consistem nos variados parênquimas (medular, clorofiliano, aquífero, aerífero e amilífero) e tecidos vasculares consistem no floema e xilema. ➢ O floema (ou líber) é responsável pela condução de seiva elaborada, água e produtos da fotossíntese, além de minerais e hormônios. O xilema (ou lenho) é responsável pela condução de seiva bruta, água e sais minerais, das raízes até as partes altas da planta. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 4 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br ➢ A absorção de água e sais minerais nas raízes ocorre na zona pilífera, por via simplástica ou apoplástica. A condução de seiva bruta é explicada pela hipótese da tensão-coesão: a subida da seiva pelos vasos xilemáticos ocorre principalmente por pressão negativa da raiz, criada pelo processo de transpiração nas folhas. Já a condução de seiva elaborada ocorre em vasos floemáticos por translocação (hipótese do fluxo em massa). ➢ A transpiração é o processo de perda de água na forma de vapor para o ambiente. Ocorre através da abertura dos estômatos (e por meio da cutícula também). Os fatores que influenciam na abertura e fechamento dos estômatos são a umidade, o calor, a intensidade luminosa e a concentração de gás carbônico na folha. ➢ Os hormônios vegetais são as auxinas, etileno, ácido abscísico, giberelinas e citocinina. A auxina tem função de crescimento do caule e sua atuação é influenciada por tropismos. O etileno é responsável pela maturação de frutos. Fototropismo é a resposta da planta à luz. Geotropismo é a resposta da planta à gravidade. ➢ Fitocromos são pigmentos que captam luz e influenciam na morfogênese do vegetal. Os efeitos da luz no desenvolvimento de plantas se dão na germinação das sementes, no estiolamento do caule e na floração Vamos agora começar nossos estudos dos animais? O Reino Animal, também conhecido como Animalia ou Metazoa, divide-se em dois grandes grupos: os animais invertebrados (que não apresentam vértebras) e os animais vertebrados (com presença de vértebras). Nesta aula iremos nos debruçar sobre animais invertebrados. Veremos as características básicas que definem um animal e os principais grupos que compõem esses animais. Vem comigo! Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 5 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br 1. O QUE É UM ANIMAL? Os primeiros animais de tamanho perceptível e relacionados com os animais modernos datam do Cambriano, há aproximadamente540 milhões de anos. A característica mais marcante da fauna cambriana é sua grande diversidade: o aparecimento repentino dos principais planos corporais e a rápida diversificação em animais complexos receberam o nome de Explosão do Cambriano, como vimos na primeira aula do curso. Mas o que é um animal? Animais (também chamados metazoários) são organismos eucariotos, heterotróficos, pluricelulares, que se movimentam durante todo ou parte do ciclo de vida. Seu corpo é formado por tecidos (células funcionalmente especializadas, dedicadas a uma ou mais funções), sendo os principais os tecidos epitelial e conjuntivo. Além disso, os animais não apresentam células com parede celular e são tipicamente diploides. Abaixo, vamos retomar o nosso já conhecido cladograma para vermos onde os animais se localizam na árvore da vida. A diversidade de animais é enorme e dentre os aproximadamente 35 filos animais (ou grupos reconhecidos), apenas um contém animais que não são invertebrados (o grupo dos Cordados). Ou seja, parte crucial da nossa biodiversidade reside nos animais invertebrados e são eles que vamos estudar em detalhes nesta aula! Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 6 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br 1.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS METAZOÁRIOS Os animais dividem-se em dois grandes grupos, animais invertebrados (aqueles que não apresentam vértebras) e animais vertebrados (aqueles que apresentam vértebras), e a hipótese mais aceita sobre suas relações de parentesco pode ser expressa da seguinte maneira: É claro que a diversidade animal envolve muitos outros grupos (temos cerca de 35 filos reconhecidos atualmente). Os vertebrados constituem um grupo dentro do clado dos cordados, que serão estudados na próxima aula. Nesta aula, estudaremos apenas os nove principais filos de invertebrados. Mas antes de vermos os detalhes de cada um desses filos, precisamos discutir as principais características dos animais e como elas foram cruciais durante a história evolutiva da vida. São elas: a multicelularidade, o desenvolvimento embrionário, a presença de celoma, a ocorrência de simetria e a presença de metameria. Multicelularidade A condição multicelular permitiu o surgimento de todos os animais. Evidências morfológicas, moleculares e paleontológicas indicam que o filo mais antigo, o primeiro a surgir na história evolutiva, foi o Porifera, apresentando poucos tipos celulares e baixo nível de especialização. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 7 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br Desenvolvimento embrionário Vimos que o desenvolvimento embrionário possui três 3 etapas principais que se seguem após a formação do embrião: segmentação, gastrulação e organogênese. Na segmentação ocorrem as clivagens, uma série de divisões onde há a formação de um maciço celular denominado mórula. Progressivamente, o número de células aumenta, e há o surgimento de uma cavidade interna denominada blastocele. O embrião passa a ser chamado de blástula. Na fase seguinte, chamada gastrulação, ocorre um processo de invaginação de algumas células para o interior da blastocele e inicia-se a diferenciação celular, acarretando a formação dos folhetos embrionários (endoderme e ectoderme) que darão origem aos tecidos do organismo. A blastocele desaparece e dá origem a uma estrutura denominada arquêntero, que se modificará em um tubo digestório. O arquêntero se comunica com o exterior por uma estrutura denominada blastóporo. O arquêntero se comunica com o exterior por uma abertura denominada blastóporo. Organismos no qual o blastóporo origina primariamente a boca são chamados protostômios, e incluem desde os platelmintos até os artrópodes, e os organismos no qual o blastóporo origina primariamente o ânus (e a boca se origina posteriormente como um novo orifício) são chamados deuterostômios e incluem os equinodermos e cordados. Os primeiros animais apresentam apenas ectoderme e endoderme como folhetos embrionários, os quais recebem o nome de diblásticos. Mais tarde, no processo evolutivo, surgiram animais com um folheto embrionário extra: a mesoderme, localizada entre a endoderme e a ectoderme. Os animais com os três folhetos embrionários são chamados animais triblásticos. Celoma O processo de formação da mesoderme pode envolver ou não a formação de uma cavidade corpórea chamada celoma, que posteriormente alojará os órgãos internos (vísceras) do animal. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 8 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br Os animais que não possuem essa cavidade são chamados de acelomados. Dentre os que a possuem, é possível distinguir os pseudocelomados e os celomados. Os pseudocelomados possuem um falso celoma, assim chamado por não ser uma cavidade inteiramente forrada por tecido mesodérmico. A mesoderme reveste apenas a superfície interna da parede do corpo, deixando de fazê-lo na parede intestinal. Já os animais que possuem a cavidade completamente revestida pela mesoderme são chamados de celomados, ou seja, tanto a face interna da parede do corpo como a face externa da parede intestinal são revestidas por mesoderme. O surgimento do celoma foi um acontecimento importante para o desenvolvimento da arquitetura corporal dos animais, contribuindo para o aumento das dimensões e da complexidade estrutural. Ele tornou possível o desenvolvimento de estruturas tubulares (corpos vermiformes), permitindo uma maior flexibilidade corporal do que a observada nos animais que possuem corpos sólidos (acelomados). Posteriormente, a evolução de um celoma segmentado contribuiu para criar um maior potencial para a especialização – as cavidades celômicas tornam-se especializadas para uma função particular. Além disso, o celoma proporcionou espaço para o desenvolvimento dos órgãos e o fluido que o preenche pode ter diversas funções, variáveis nos diferentes grupos de celomados: i) transportar gases e substâncias nutritivas, ii) proporcionar um fluido para processar produtos de excreção, iii) funcionar como um esqueleto hidrostático e iv) fornecer um local para a maturação de gametas ou para a incubação de embriões. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 9 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br Existem dois processos pelos quais o celoma pode ser formado: processo esquizocélico ou processo enterocélico. No processo esquizocélico, a mesoderme é originada a partir das células localizadas próximas ao blastóporo, que se multiplicam e depois se organizam para formar a cavidade cheia de líquido (celoma). Os animais protostômios são esquizocelomados. No processo enterocélico, a mesoderme surge de evaginações do arquêntero, formando bolsas mesodérmicas que se desprendem e delimitam o celoma. Os animais deuterostômios são enterocelomados. Simetria Simetria corporal pode ser definida como semelhança entre as partes externas de um determinado organismo quando elas são separadas por planos reais ou imaginários que passam pelo seu centro. Chamamos de plano de simetria a superfície capaz de dividir o organismo em duas partes. Um animal pode apresentar simetria bilateral, radial ou não apresentar simetria (assimétrico). A simetria radial é aquela em que o corpo do animal pode ser dividido em vários planos dispostos em torno de um eixo longitudinal. Animais com esse tipo de simetria recebem o nome de radiados. Em face dessa característica, não podemos afirmar que eles possuem região dorsal e ventral, lado esquerdo e direito ou cabeça e cauda. Esse grupo é representado pelos cnidários e equinodermos adultos. A simetria bilateral é aquela em que o animal apresenta duas partes semelhantes, sendo dividido apenas por um único plano de simetria. Os humanos apresentam simetria bilateral,sendo que o lado esquerdo e o direito são a imagem especular um do outro. São exemplos de animais que apresentam essa característica os artrópodes, os platelmintos e as larvas de equinodermos. Metameria A metameria é uma organização interna do corpo de um animal que se origina a partir da repetição de estruturas ao longo do eixo anteroposterior dos animais que apresentam simetria bilateral. Cada unidade repetitiva é chamada de segmento ou metâmero. A principal vantagem do surgimento da metameria foi a formação de blocos musculares independentes, aumentando a extensão dos movimentos corporais. São animais metaméricos os anelídeos (como a minhoca exemplificada na figura abaixo), os artrópodes e os cordados. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 10 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br Figura 1. A metameria é evidente na estrutura corporal das minhocas (Annelida). Fonte: Shutterstock. 2. PORÍFEROS Poríferos, conhecidos popularmente como esponjas, são animais portadores de poros, apresentando inúmeros deles em sua superfície e uma (ou mais) grande abertura. São animais aquáticos, tipicamente marinhos (98% das espécies existentes vivem no mar, enquanto apenas 2% são típicas de água doce), que vivem acoplados ao fundo do mar ou outras superfícies (sésseis), mas possuem larva livre natante. Não apresentam simetria, tecidos ou órgãos, e variam em forma, textura e coloração. Existem cerca de 5.500 espécies de esponjas. Figura 2. Diversidade de esponjas do mar. Fonte: Shutterstock. Mas nós já sabemos que todos os animais possuem tecidos especializados. Mas se os poríferos não possuem tecidos, como podem ser considerados animais? Vamos entender isso! Organização geral Os planos corporais das esponjas são tão diferentes que fica difícil comparar mesmo características básicas, ainda que sua estrutura molecular mostre que elas compartilham genes muito similares aos encontrados em outros animais. Embora não possuam tecidos, mais de 20 tipos celulares morfologicamente distintos podem ser reconhecidos em esponjas individuais, e essas células são funcionalmente independentes. Por possuírem uma configuração muito parecida à dos coanoflagelados (protozoários coloniais de água doce), com células justapostas umas às outras, diz-se que as esponjas não possuem um tecido verdadeiro. Não há um sistema de adesão e comunicação entre essas células e essa justaposição não permite a formação de uma cavidade digestória, presente em todos os outros animais e fundamental ao modo de vida heterotrófico, para que o alimento possa ser processado Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 11 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br antes de ser enviado às células. As esponjas, no entanto, nutrem-se apenas de partículas em suspensão na água. Temos então nossa primeira divisão na árvore evolutiva dos Metazoa: poríferos divergindo dos animais com tecido verdadeiro (chamados de eumetazoários). De maneira simplista, podemos dizer que uma esponja consiste em um bolsa perfurada, suficientemente rígida, cuja superfície interna é revestida por células flageladas. A cavidade interna é chamada de átrio ou espongiocele. Externamente, as esponjas são revestidas por células contráteis achatadas e bastante unidas que são responsáveis pelo revestimento do animal, denominadas pinacócitos. Esses pinacócitos são permeados por porócitos, células longas, tubulosas e perfuradas que formam os poros da esponja e funcionam como um canal que atravessa o animal, por onde passa a água. As células internas que revestem o átrio denominam-se coanócitos. Elas são flageladas, apresentam um colarinho de microvilosidades ao redor do flagelo e são muito semelhantes aos coanoflagelados. O batimento de seus flagelos gera um fluxo constante de água que carrega alimento e oxigênio do meio externo para o interior do animal. Além disso, as microvilosidades capturam partículas alimentares pequenas (por fagocitose) e espermatozoides que entram na esponja para a fertilização. O revestimento interno das esponjas formado pelos coanócitos recebe o nome de coanoderme ou coanossomo. Adjacente ao coanossomo encontra-se uma camada de material gelatinoso não vivo, denominada meso-hilo. Imersas no meso-hilo estão as células ameboides amorfas que se deslocam através da corrente citoplasmática típica (ciclose). Essas células são chamadas de amebócitos ou arqueócitos, e têm função de distribuir o alimento pelo corpo da esponja através de projeções de pseudópodes, além de formar os óvulos e os espermatozoides. Os arqueócitos são totipotentes e podem dar origem aos demais tipos celulares quando necessário. Os arqueócitos podem também tornar-se especializados na secreção de elementos de suporte, localizados na camada do meso-hilo, chamados espículas. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 12 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br Figura 3. Anatomia de uma esponja. Baseada em Pechenik, 2016. Característica diagnóstica dos poríferos 1) Coanócitos, células que possuem colares de microvilosidades envolvendo seus flagelos Em relação à organização, as esponjas apresentam três tipos principais de organização de sua câmera e canais internos (chamado sistema aquífero). As esponjas mais simples possuem apenas uma câmara interna e são denominadas asconoides. As esponjas que possuem mais de uma câmara interna, dispostas radialmente, são denominadas siconoides. E esponjas que formam uma rede complexa com múltiplas câmaras e canais são denominadas leuconoides, e formam a grande maioria da diversidade de Porifera. Figura 4. Da esquerda para a direita, asconoide, siconoide e leuconoide. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 13 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br Alimentação Os poríferos são animais filtradores, que criam uma circulação de água por dentro do próprio corpo. O movimento dos flagelos dos coanócitos envia a água para dentro do átrio, de modo que ela entra no corpo do animal pelos poros formados e sai por uma abertura maior, chamada ósculo. À medida que a água atravessa os coanócitos, as microvilosidades presentes em seus colarinhos prendem e fagocitam as substâncias orgânicas. A digestão das esponjas é, portanto, intracelular. Os arqueócitos recebem as vesículas fagocíticas com alimento e distribuem para todo o corpo. Locomoção O zigoto se desenvolve em uma larva ciliada, de vida livre, enquanto as esponjas adultas, são organismos sésseis, aderidos ao substrato. Reprodução Uma esponja típica é hermafrodita, ou seja, produz tanto óvulos quanto espermatozoides. Elas liberam seus espermatozoides na água para fertilizarem outras esponjas, e retêm os óvulos para serem fertilizados. Os coanócitos capturam os espermatozoides entrantes, desdiferenciam-se para a forma ameboide (arqueócitos) e, após, transportam os espermatozoides para o meso-hilo, onde os ovócitos são fertilizados. Assim, a fertilização e o desenvolvimento inicial são internos. Após formados os embriões, eles são liberados pelo ósculo como larvas livre natantes chamadas de anfiblástulas. Algumas espécies são dioicas, isto é, os indivíduos apresentam sexos separados, e muitas esponjas também se reproduzem assexuadamente, por brotamento. Figura 5. Reprodução assexuada por brotamento. Classificação A classificação dos poríferos ocorre em função da composição e forma de suas espículas. Essas estruturas funcionam como defesa contra os predadores e podem ser calcárias, silicosas ou constituídas por proteínas fibrosas. Não existe uma hipótese de agrupamento (filogenia) robusta para essas classes. ❖ Classe Calcarea: os membros dessa classe apresentam espículas de carbonato de cálcio, distribuídas em três ou quatro eixos, e abrangem os três tiposde construção corporal (asconoides, siconoides e leuconoides). Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 14 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br Figura 6. Espículas de carbonato de cálcio. ❖ Classe Hexactinellida: os membros dessa classe apresentam espículas inteiramente formadas por sílica e quitina, interconectadas e distribuídas em seis eixos. Essas esponjas são chamadas “esponjas de vidro” e podem apresentar construção corporal do tipo siconoide ou leuconoide. Figura 7. Espículas de sílica ou quitina. ❖ Classe Demospongiae: os membros dessa classe representam a maior parte de todas a espécies de esponjas (~80%) e são de construção corporal do tipo leuconoides. Apresentam espículas de fibras de uma proteína chamada espongina, podem apresentar espículas de sílica também. Todas as esponjas de água doce são encontradas nessa classe. Figura 8. Espículas de espongina. (UECE/2017) Os seres vivos incluídos no Filo Porifera não apresentam tecidos ou órgãos definidos, mas possuem células que realizam diversas funções relacionadas à sua sobrevivência no ambiente aquático. Com relação aos coanócitos, células que compõem o corpo dos poríferos, é correto afirmar que a) são responsáveis pela distribuição de substâncias para todas as demais células do corpo do animal, por meio de plasmodesmos. b) transformam-se em espermatozoides, sendo, portanto, essenciais para a reprodução sexuada nesses animais. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 15 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br c) são células totipotentes que originam todos os outros tipos de células que compõem os tecidos desses animais. d) são células flageladas que promovem o fluxo contínuo de água, promovendo a nutrição desses animais, pela a circulação da água no átrio da esponja. Comentários A alternativa A está errada, porque quem realiza a distribuição de substâncias para todas as demais células do corpo são os amebócitos, também chamados arqueócitos, e eles fazem essa tarefa por meio de projeções de pseudópodes. A alternativa B está errada, porque os coanócitos não se transformam em espermatozoides. As células totipotentes que podem se diferenciar em espermatozoides são os arqueócitos. A alternativa C está errada, porque as células totipotentes são os arqueócitos. A alternativa D está certa e é o nosso gabarito. Gabarito: D. (UECE/2016-modificada) Quanto à organização dos espongiários, é correto afirmar que a) os coanócitos são células que, em seu conjunto, constituem o sistema nervoso simplificado desses animais. b) as esponjas que não possuem espículas de sílica ou calcário em seu esqueleto apresentam uma rede de espongina bem desenvolvida. c) os amebócitos são células achatadas e bem unidas entre si, que revestem externamente o corpo desses organismos. d) por sua simplicidade morfológica, os poríferos somente conseguem se reproduzir por brotamento, fragmentação ou gemulação. Comentários A alternativa A está errada, porque os coanócitos são responsáveis por gerar as correntes de água e mantê-la fluindo do meio externo para o interior do animal, por fagocitar pequenos alimentos. A alternativa B está certa. Na verdade, as espículas das demosponjas podem ser compostas por espongina ou sílica, mas nunca carbonato de cálcio. A alternativa C está errada, porque a descrição se refere aos pinacócitos. A alternativa D está errada, porque os poríferos podem ser hermafroditas ou dioicos, apresentando em ambas as formas reprodução sexuada. Gabarito: B. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 16 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br 3. CNIDÁRIOS Os cnidários são animais com duas camadas de tecido bem definidas e especializadas. Incluem espécies como corais, anêmonas-do-mar, hidras, águas-vivas e caravelas-portuguesas, sendo mais de 99% dessas espécies marinhas. O nome Cnidaria vem de cnidos, palavra grega que significa urtiga, e isso se deve ao fato de apresentarem células exclusivas chamadas cnidócitos. Tipicamente, possuem dois planos corporais: medusa e pólipo. Apresentam sistema nervoso difuso e esqueleto hidrostático. Existem cerca de 10.000 espécies de cnidários. Figura 9. Da esquerda para a direita, anêmona do mar, água-viva e recife de corais. Fonte: Shutterstock. Organização geral Em geral, os cnidários possuem simetria radial e possuem apenas duas camadas de tecido embrionário: a epiderme (derivada da ectoderme) e a gastroderme (derivada da endoderme). São, portanto, animais diblásticos. O espaço entre esses dois tecidos é preenchido por uma matriz acelular gelatinosa chamada mesogleia. Imersos na mesogleia encontram-se amebócitos, que desempenham papéis na digestão, no transporte e no armazenamento de nutrientes, no reparo de ferimentos e na defesa antibacteriana. A forma polipoide, como as anêmonas-do-mar, é tubular e geralmente estacionária (séssil). A forma medusoide, como as águas-vivas, apresenta um formato de guarda-chuva e é natante. Todos os cnidários apresentam tentáculos envolvendo a boca (região oral) e apenas uma abertura para o sistema digestório. Figura 10. Forma polipoide e forma medusoide dos cnidários. Repare que a mesogleia é mais abundante nas medusas do que nos pólipos, fato que lhes confere o nome popular de “águas-vivas”. Além disso, a região do corpo da medusa onde a mesogleia se concentra recebe o nome de umbrela. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 17 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br Cnidários possuem um tipo celular exclusivo do grupo chamado cnidócitos. Essas células, também chamadas de cnidoblastos ou nematoblastos e localizadas nos tentáculos desses animais, possuem cílios modificados em sua superfície, chamados cnidocílios, e secretam uma estrutura urticante chamadas cnida ou nematocisto. Os nematocistos são cápsulas proteicas que contém um tubo helicoidal longo e oco. Quando algum estímulo tátil ou químico é percebido pelos cnidocílios de um cnidócito, essa cápsula se abre e projeta explosivamente o tubo oco, que no processo acaba virando do avesso e evidenciando um arpão venenoso para prender ou enfiar no corpo da presa. Cada cnida (nematocisto) pode ser descarregada apenas uma vez. Figura 11. Estrutura do cnidoblasto evidenciando o nematocisto. Características diagnósticas dos cnidários 1) Secreção de organelas intracelulares complexas, denominadas cnidas (nematocistos) 2) Larvas conhecidas como plânulas Alimentação Cnidários apresentam apenas uma abertura digestória, a boca. Assim, todo o material ingerido entra pela boca e os produtos do metabolismo são excretados por ela. Possuem ainda uma cavidade simples no interior do corpo chamada celêntero ou cavidade gastrovascular. Essa cavidade é recoberta pela gastroderme, cujas células produzem enzimas digestivas. Os tentáculos na região oral capturam e defendem o animal. Após o alimento ser ingerido, ele passa para a cavidade gastrovascular e nela é parcialmente digerido pelas enzimas. A seguir, é absorvido pelas células da gastroderme, onde se completa a digestão. Dessa maneira, a digestão dos cnidários é parcialmente extracelular e parcialmente intracelular. Os restos de alimento não utilizados são eliminados pela boca. Nas medusas, a boca apresenta-se na superfície ventral. Já nos pólipos, a boca fica voltada para cima e a extremidade oposta acopla-se ao substrato (veja a figura 10). Os cnidários são espécies majoritariamente carnívoras e apenas algumas espécies se alimentam também de fitoplâncton. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 18 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br Locomoção Alguns pólipos são sésseis e outros podem se deslocar, mas as medusas são as formas que apresentam locomoçãomais ativa. Elas se movimentam por jato-propulsão, isto é, as células nervosas sinalizam para as células do corpo se contraírem. Essas contrações redistribuem a mesogleia que, como um balão cheio de água, muda de forma quando é apertado. A seguir, a água acumulada na contração é expulsa em jato, deslocando o animal no sentido oposto. A cavidade na qual as células contráteis exercem força é denominada esqueleto hidrostático. Sistema Nervoso Os cnidários possuem um sistema nervoso difuso, caracterizado por células nervosas interconectadas que se estendem pelos tecidos formando uma rede de nervos. Reprodução Medusas são o estágio sexuado nesse grupo. Elas são diploides e formam óvulos e espermatozoides por meiose. A fertilização produz um zigoto que se desenvolve em uma larva bilateral ciliada chamada plânula. A larva plânula fixa-se a um substrato e diferencia-se em pólipo, que dependendo do grupo de cnidários poderá se reproduzir por brotamento ou por estrobilização. No brotamento, os pólipos diferenciam-se em hidras e dão origem a uma colônia, com indivíduos responsáveis pela formação de medusas, gonozooides, e indivíduos responsáveis pela alimentação, gastrozooides. Na estrobilização, o pólipo recebe o nome de cifístoma e se divide transversalmente, formando diversos estróbilos. Das pontas especializadas desses pólipos são liberadas medusas jovens, ainda imaturas, chamadas de éfiras, as quais se diferenciam em medusas adultas e dão início a um novo ciclo. Figura 12. A reprodução das águas vivas conta com a alternância de gerações: À esquerda, fase assexuada por brotamento. O espermatozoide liberado na água fecunda a medusa do sexo feminino (reprodução sexuada). Ocorre a liberação da larva plânula (2n) e sua fixação ao substrato, diferenciando-se em hidra. À direita, fase assexuada por estrobilização. Após a liberação e fixação da larva plânula (2n) ao substrato, ocorre a estrobilização, isto é, a divisão transversal da estrutura do pólipo em vários fragmentos. Cada estróbilo (2n) dá origem a um a medusa jovem (éfira), que é liberada na água por brotamento para se desenvolver em adulto. Observe que ambas as fases apresentam indivíduos diploides. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 19 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br Classificação ❖ Anthozoa: os antozoários apresentam apenas indivíduos na fase de pólipo, que podem ser espécies solitárias (como as anêmonas-do-mar) ou coloniais (como os corais). Os indivíduos podem apresentar sexos separados ou ser hermafroditas, e a fecundação pode ser interna ou externa. Muitas espécies secretam um exoesqueleto rígido de carbonato de cálcio (CaCO3). Cada geração de pólipos se forma sobre os restos dos esqueletos da geração anterior, construindo “rochas” com formas características de suas espécies. Esses esqueletos são o que chamamos de coral. Os recifes de coral funcionam como hábitat para inúmeras espécies, e sua destruição prejudica todo o ecossistema marinho. Figura 13. À esquerda, um recife de corais do tipo "coral-cérebro", uma colônia séssil formada por indivíduos todos iguais e que exercem as mesmas funções. Os corais-cérebro são também chamados de corais-pétreos e, ao associarem-se às zooxantelas (dinoflagelados clorofilados), são os principais construtores dos recifes de corais. À direita, uma anêmona-do-mar e um peixe palhaço. Fonte: Shutterstock. O crescimento dos recifes de corais é ajudado por uma relação complexa com organismos fotossintetizantes unicelulares simbióticos denominados zooxantelas. Esses organismos, através da fotossíntese, fornecem compostos orgânicos ricos em energia aos antozoários e, em troca, têm acesso a os resíduos metabólicos do coral, como o CO2 e os resíduos nitrogenados essenciais para seu crescimento. Além disso, as zooxantelas são protegidas de animais herbívoros. Outra consequência dessa relação é o fato de as zooxantelas influenciarem a velocidade de deposição de carbonato de cálcio (CaCO3) pelos antozoários. Os últimos anos têm sido de crescente preocupação a respeito dos efeitos do aquecimento global na formação e crescimento dos recifes de corais, uma vez que o aumento da temperatura acidifica os oceanos e impede a deposição do carbonato de cálcio nas colônias. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 20 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br ❖ Scyphozoa: os cifozoários reproduzem-se por estrobilização e apresentam indivíduos cuja fase de medusa é predominante no ciclo de vida e a fase polipoide é reduzida e, às vezes, ausente. São representados pelas águas-vivas verdadeiras. Os tentáculos dessas medusas podem se estender por vários metros. Figura 14. Cifozoário P. punctata, conhecido como medusa australiana e, à direita, organização corporal de uma medusa. Fonte: Shutterstock. ❖ Hydrozoa: os hidrozoários possuem fase predominante polipoide e alguns indivíduos podem apenas se desenvolver em pólipos, como as hidras. As caravelas (colônias flutuantes) e os corais- de-fogo são exemplos de hidrozoários também. Essa classe é a única a apresentar indivíduos de água doce. Os hidrozoários apresentam reprodução assexuada por brotamento. Figura 15. Uma hidra de água doce realizando brotamento. Fonte: Shutterstock. ❖ Cubozoa: os cubozoários são as medusas que apresentam umbrela em formato cuboide. Possuem uma fase de pólipo diminuta e praticamente desenvolvem-se diretamente em medusa (ao invés de liberá-las jovens). Têm ocelos surpreendentemente complexos ao redor de seu sino. Exemplo: as vespas-do-mar, que possuem uma picadura mortal. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 21 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br Figura 16. Cubozoário luminescente. Observe o formato cúbico da umbrela. Fonte: Shutterstock. Abaixo, a hipótese de parentesco mais aceita para o grupo. (UNITAU/2017) A metagênese, ou alternância de gerações, é uma estratégia do ciclo de vida nas classes Hydrozoa e Scyphozoa. Esse tipo de ciclo envolve uma fase de reprodução assexuada, que não inclui a recombinação genética, e outra fase sexuada, quando há a recombinação gênica. Para os cnidários, a alternância de gerações é diferente da observada entre as plantas e algas multicelulares, uma vez que, nos Cnidaria, ambas as gerações são diploides. Assinale apenas a alternativa que apresenta informações CORRETAS acerca da metagênese dos cnidários e das características de Hydrozoa e de Scyphozoa. a) No ciclo de vida dos Hydrozoa, a medusa é a forma predominante e a sua medusa jovem é chamada de Éfira. b) No ciclo de vida dos Hydrozoa, o pólipo é a forma predominante e a sua medusa jovem é chamada de Éfira. Figura 17. Acredita-se que a primeira forma a aparecer na evolução dos cnidários foi a forma polipoide. Em um segundo momento da evolução surgiu a fase de medusa, e as espécies que surgiram a partir de então passaram a apresentar as duas fases: de pólipo e de medusa. Note que os antozoários não apresentam fase medusoide pois são anteriores à mutação que a deu origem. Ainda, no curso da evolução, um grupo passou a apresentar uma fase polipoide mais curta (rápida) no seu ciclo de vida, muito provavelmente devido a alguma pressão ambiental. Essas espécies deixaram de liberar as medusas formadas nas pontas dos pólipos, pois eles próprios se desenvolviam em medusa. Esse último grupo, dos cubozoários, tornou-se então mais restrito, apresentando somente a forma de medusa em seu ciclo de vida. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 22 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br c) No ciclo de vida dos Scyphozoa, a medusa é a forma predominante e a sua medusa jovem é chamada de Éfira. d) A estrobilação é a reprodução assexuada mais frequente nos cnidários, e a larva plânula é exclusivados Hydrozoa. e) A estrobilação é a reprodução assexuada mais frequente nos Hydrozoa, e a larva plânula é ciliada, livre natante e exclusiva desse grupo. Comentários A alternativa A está errada, porque os hidrozoários possuem fase de vida polipoide dominante. A alternativa B está errada, porque as medusas formadas no ciclo de vida dos hidrozoários já são adultas. A alternativa C está certa e é o nosso gabarito. A alternativa D está errada, porque como reprodução assexuada estão presentes a estrobilização e o brotamento, e a larva plânula é característica de todos os cnidários. A alternativa E está errada, porque a estrobilização é mais frequente nos cifozoários e a larva plânula, ciliada e natante, é característica de todos os cnidários. Gabarito: C. 4. LOFOTROCOZOÁRIOS O nome Lofotrocozoa se refere a duas características observadas entre os animais que compõem esse grupo. Alguns deles possuem uma estrutura em forma de coroa de tentáculos ciliados chamada lofóforo, que atua na alimentação. Outros, como os moluscos e anelídeos, apresentam um estágio larval característico denominado larva trocófora. Os lofotrocozoários abrangem uma série de filos, dos quais interessa-nos estudar apenas os platelmintos, moluscos e anelídeos. 4.1 PLATELMINTOS Os platelmintos são os primeiros animais a apresentarem simetria bilateral, uma característica que está relacionada diretamente à capacidade de movimentação do animal. O nome vem do grego platy, que significa achatado, e helminthes, que significa verme, agrupando os animais conhecidos como “vermes achatados”, incluindo as solitárias, planárias e trematódeos. Popularmente, o termo “verme” é empregado para designar os animais que não possuem patas e apresentam o corpo alongado. No caso dos platelmintos, a essas características soma-se o fato de possuírem um corpo que lembra uma fita, pois são achatados dorso-ventralmente. Os representantes de vida livre são conhecidos popularmente como planárias, com destaque para a Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 23 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br espécie aquática Dugesia e a espécie terrestre Geoplana. A grande maioria vive no mar, mas alguns organismos ocorrem em água doce e em ambientes terrestres úmidos. Há também muitos representantes parasitas, encontrados aderidos à superfície exterior do corpo do hospedeiro (ectoparasitas) ou habitando o interior de seu organismo (endoparasitas). Muitos são causadores de sérias doenças ao homem, como o esquistossomo, causador da esquistossomose ou barriga-d’água, e a tênia ou solitária, que provoca a teníase. Existem cerca de 20.000 espécies de platelmintos. Figura 18. À esquerda, uma planária. À direita, a cabeça de uma tênia. Fonte: Shutterstock. Organização geral Para descrição dos platelmintos vamos utilizar a planária como organismo modelo. Figura 19. Planária, platelminto de vida livre. Fonte: Shutterstock. Os platelmintos são animais bilaterais e, por isso possuem uma extremidade anterior (voltada para frente) e outra posterior (voltada para trás), assim como uma face dorsal (oposta ao substrato) e outra ventral (em contato com o substrato). A extremidade anterior é mais larga e tem forma triangular, lembrando um pequena cabeça, enquanto a extremidade posterior é afilada. A face dorsal é mais pigmentada que a ventral. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 24 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br A planária é revestida externamente por uma camada de células que forma a epiderme. Essas células epidérmicas estão apoiadas na membrana basal, que funciona como um esqueleto elástico e flexível. A epiderme ventral é rica em cílios e no interior do corpo há glândulas que secretam uma espécie de muco útil no deslizamento e locomoção. No embrião, além da ectoderme e da endoderme surge a mesoderme, responsável por originar uma série de órgãos, o que explica a maior complexidade estrutural dos platelmintos em relação aos cnidários. É a mesoderme que origina o sistema muscular do animal, com fibras contráteis que podem estar orientadas no sentido do comprimento do corpo, formando a musculatura longitudinal, ou orientadas circularmente, formando a musculatura circular. Assim, o animal pode alongar-se, encurtar-se ou voltar-se para qualquer direção, conforme os estímulos que recebe. A mesoderme também forma o mesênquima, um tecido esponjoso constituído por células indiferenciadas, com grande capacidade de regeneração, que preenche o interior do corpo, não havendo uma cavidade interna. Embora os platelmintos sejam animais triblásticos, eles são acelomados, ou seja, a mesoderme não origina nenhuma cavidade corporal interna. Características diagnósticas dos platelmintos 1) Cefalização 2) Sistema nervoso ventral ganglionar Alimentação As planárias são predadoras e alimentam-se de pequenos animais, vivos ou mortos. Elas possuem uma faringe muscular (também chamada de probóscide) que é projetada sobre o alimento, a partir da boca ventral. Sucos digestórios são despejados sobre o alimento, que é sugado em pequenos pedaços, por ação muscular, para a cavidade gastrovascular. Em seguida inicia-se a trituração ou digestão mecânica. Os tecidos absorvem diretamente os produtos da digestão. Como não possuem ânus, a eliminação dos resíduos ocorre pela própria boca. Figura 20. Vista ventral de uma planária, com ênfase para a boca e a faringe muscular. Fonte: Shutterstock. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 25 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br Locomoção A locomoção é feita por deslizamento sobre o substrato, com a extremidade anterior indo ligeiramente levantada à frente, usando cílios em sua superfície ventral. Os batimentos ciliares acontecem sobre uma película de muco por eles secretada que auxilia no deslizamento. A ação muscular é útil em movimentos de virada ou torção da cabeça que possibilitam exploração ambiental. Cefalização e Sistema Nervoso A parte do corpo que primeiro entra em contato com o ambiente (extremidade anterior) contém a maioria dos órgãos sensoriais. Cefalização é a concentração dos centros nervosos e das principais estruturas sensitivas na região anterior do corpo, sendo os platelmintos os primeiros animais a exibi-la na escala evolutiva. Isso facilita a exploração do ambiente durante o deslocamento do animal. Percebe-se com facilidade, na região cefálica, expansões laterais chamadas de aurículas, que estão relacionadas com a sensibilidade e detecção de substâncias químicas no meio. Elas correspondem aos nossos sentidos de gustação e olfato. Dorsalmente, apresentam um par de ocelos, estruturas sensitivas fotorreceptoras que não devem ser confundidas com olhos uma vez que não formam imagens. Os ocelos percebem variações da intensidade luminosa, permitindo a orientação do animal em seu hábitat. Possuem sistema nervoso centralizado ganglionar situado ventralmente, com dois gânglios nervosos localizados na região anterior, de onde partem dois cordões nervosos longitudinais que se estendem pelo corpo. Desses cordões partem os nervos que atuam no controle de músculos e no recebimento de estímulos. Os platelmintos são os primeiros animais a possuírem centros nervosos, com ações mais coordenadas e respostas mais elaboradas aos estímulos. Respiração As trocas gasosas ocorrem por difusão direta através da epiderme, não existindo órgãos respiratórios. Os gases difundem-se diretamente de célula a célula, não havendo líquido circulatório. Excreção Os resíduos nitrogenados, na forma de amônia (NH3), deixam o organismo por simples difusão através da superfície do corpo. O sistema excretor é constituído por protonefrídios – túbulos ramificados com uma célula excretora na extremidade. Essa célula pode apresentar um flagelo,recebendo o nome de solenócito, ou apresentar vários flagelos, sendo denominada de célula flama. Os protonefrídeos realizam a regulação osmótica, recolhendo o excesso de água diretamente dos tecidos do corpo e eliminando-o por um sistema de dutos que se abrem através de poros dorsais. Figura 21. Planária. Fonte: Shutterstock. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 26 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br Reprodução A reprodução dos platelmintos varia de acordo com o grupo estudado, podendo ser assexuada ou sexuada. Entre as formas assexuadas, podemos citar a fissão transversal (planárias) e a regeneração. No caso da reprodução sexuada, destacam-se a autofecundação (tênias) e a fecundação cruzada (planárias). Classificação Platelmintos estão divididos em três grupos principais: os turbelários (planárias), os trematódeos (Fasciola e Schistosoma) e os cestódeos (tênias). ❖ Turbellaria Turbelários são os platelmintos de vida livre conhecidos como planárias. As planárias são abundantes em lagos e riachos não poluídos. A reprodução assexuada ocorre por fissão: o animal sofre constrição no meio de seu corpo e a separação é dependente da locomoção. A parte posterior do animal se fixa ao substrato enquanto a metade anterior a se move para frente até que ele se quebre em dois. Cada parte se regenera e forma dois indivíduos novos e pequenos. A reprodução sexuada também ocorre e a fertilização é cruzada entre dois indivíduos. As planárias são hermafroditas e, quando se encontram, suas extremidades anteriores se entrelaçam e ocorre a introdução recíproca do pênis. Sempre um dos animais fica com o dorso voltado para o substrato. Algum tempo após a cópula, ocorre a postura dos casulos que são envoltos em uma espuma branca que os prende ao substrato. ❖ Trematoda e Cestoda Trematódeos e cestódeos compõem as espécies parasitas. Um exemplo de trematódeo é o esquistossomo, enquanto as solitárias (tênias) exemplificam os cestódeos. Figura 23. Anatomia de uma solitária (tênia). À esquerda, detalhe do escólex. Fonte: Shutterstock. Figura 22. Fissão em planária. Fonte: Shutterstock Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 27 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br Frequentemente, nos estágios imaturos, esses parasitas passam tempo em um ou mais hospedeiros intermediários. Depois de adultos, a reprodução ocorre em um hospedeiro definitivo. As tênias são hermafroditas (assim como as planárias), e cada segmento de seu corpo apresenta um sistema reprodutor completo, com estruturas fisiológicas que permitem a autofecundação: os espermatozoides de um anel fecundam os óvulos de outro segmento, no mesmo animal. Após a fecundação, as proglótides carregadas com milhares de ovos fertilizados são liberadas e deixam o corpo do hospedeiro nas fezes. As tênias, em sua parte anterior, possuem ventosas e ganchos os quais utiliza para se fixar ao hospedeiro. Elas mão têm boca e cavidade gastrovascular, de modo que absorvem os nutrientes diretamente da mucosa em que se prendem ao longo de toda sua extensão corporal. Esquistossomose 1) Esquistossomos maduros vivem nos vasos sanguíneos dos intestinos humanos. Uma fêmea se aloja em uma fenda ao longo do comprimento do macho de maior tamanho. 2) Os esquistossomos se reproduzem sexualmente no hospedeiro humano. Os ovos fertilizados são eliminados nas fezes. Quando uma pessoa infectada urina ou defeca na água, ela contamina o líquido com os ovos de Schistosoma mansoni. 3) Na água, os ovos se desenvolvem em larvas ciliadas. Estas larvas infectam caramujos, o hospedeiro intermediário. 4) A reprodução dentro de um caramujo resulta em outro tipo de larva móvel que escapa do hospedeiro. 5) Esta larva penetra na pele e nos vasos sanguíneos dos seres humanos que trabalham em campos irrigados com água contaminada com larvas de esquistossomos. Dentro de algumas semanas, os vermes crescem no interior dos vasos sanguíneos do corpo e produzem ovos. Alguns desses ovos viajam para a bexiga ou intestinos e são passados para a urina ou fezes, mas a maioria fica presa nos tecidos. Figura 24. Esquistossomo macho abrigando a fêmea. Fonte: Shutterstock. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 28 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br Teníase O homem portador da verminose apresenta a Taenia saginata no estado adulto em seu intestino, sendo, portanto, o hospedeiro definitivo. A quantidade de ovos produzidos é muito grande (30 a 80 mil em cada proglótide), para garantir a perpetuação e propagação da espécie. Os anéis grávidos se desprendem periodicamente e saem com as fezes. O hospedeiro intermediário é o porco. O porco ingere as proglótides grávidas ou os ovos que foram liberados no meio. Dentro do intestino do animal, os embriões deixam a proteção dos ovos e, por meio de seis ganchos, perfuram a mucosa intestinal. Pela circulação sanguínea, alcançam os músculos e o fígado do porco, transformando-se em larvas denominadas cisticercos, que apresentam o escólex invaginado numa vesícula. Quando o homem se alimenta de carne suína crua ou malcozida contendo estes cisticercos, as vesículas são digeridas, liberando o escólex, que se everte e fixa-se nas paredes intestinais através dos ganchos e ventosas, desenvolvendo a teníase. Muitas vezes a teníase é assintomática. Porém, podem surgir transtornos dispépticos, tais como alterações do apetite (fome intensa ou perda do apetite), enjoos, diarreias frequentes, perturbações nervosas, irritação, fadiga e insônia. A profilaxia consiste na educação sanitária, em cozinhar bem as carnes e na fiscalização da carne e seus derivados. Figura 25. Ciclo da teníase. Cisticercose A cisticercose é uma parasitose causada pela ingestão de água ou de alimentos como legumes, frutas ou verduras contaminados com os ovos de um tipo específico de tênia, a Taenia solium. Após três dias da ingestão dos ovos da tênia, eles passam do intestino para a corrente sanguínea e se alojam nos tecidos como músculo, coração, olhos ou cérebro, formando cistos, conhecidos como cisticercos, que podem inflamar, inchar e até causar problemas neurológicos. Quando os ovos penetram no sistema nervoso, a doença é identificada como cisticercose cerebral ou neurocisticercose. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 29 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br (FCM MG/2019) A tênia, verme achatado dorso ventralmente, tem em cada uma de suas proglotes o órgão sexual masculino e o órgão sexual feminino, com isso realiza a autofecundação. Em relação a esse processo reprodutivo pode-se dizer que, quando ocorre a autofecundação, obtêm-se indivíduos: a) geneticamente iguais ao pai. b) provenientes de reprodução sexuada. c) diploides e dioicos, com um tipo de sexo. d) haploides, um cromossomo de cada tipo. Comentários Quando realiza a autofecundação, os gametas provenientes de cada um dos aparelhos reprodutores se unem na proglote, dando origem a um embrião diploide. Ocorre, portanto, a reprodução sexuada. A letra B está certa e é o nosso gabarito. Gabarito: B. 4.2 MOLUSCOS O grupo dos moluscos é um dos maiores grupos de invertebrados, com aproximadamente 100.000 espécies conhecidas e descritas, perdendo em diversidade apenas paras os artrópodes. Consistem nos caracóis, lesmas, ostras, mariscos, polvos e lulas. Os moluscos vivem em ambientes aquáticos marinho ou de água doce e em ambiente terrestre úmido. Possuem plano corporal é extraordinariamente maleável e as diferentes espécies apresentam uma morfologia externa muito diversificada. Além disso, apresentam composição frágil, são animais de corpo mole e a maioria possui uma concha que protege o corpo. Em alguns, como a lula, ela é interna e em outros, como no polvo, é ausente.A capacidade de secretar uma concha protetora deu aos moluscos uma vantagem sobre outros invertebrados de corpo mole. Figura 26. Da esquerda para a direita, um caracol, um polvo, um bivalve e uma lula. Fonte: Shutterstock. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 30 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br Organização geral Os moluscos são animais de corpo mole e com celoma reduzido, cujo corpo pode ser dividido basicamente em cabeça, pé muscular e massa visceral. Na cabeça são encontrados os órgãos dos sentidos. O pé muscular é responsável pelos movimentos e, em alguns animais, como o polvo, pode ser substituído por tentáculos. A massa visceral é onde encontram-se todos os órgãos. Todos os moluscos possuem um manto, uma dobra de tecido que cobre a massa visceral e secreta a concha (quando esta está presente). Em muitos moluscos, o manto se estende além da massa visceral, produzindo uma câmara preenchida de água, a cavidade do manto, que abriga as brânquias, o ânus e os poros excretores. Figura 27. Anatomia de um molusco. Fonte: Shutterstock. Características diagnósticas dos moluscos 1) Epitélio dorsal formando um manto, o qual secreta espículas calcáreas ou uma ou mais conchas 2) Banda circular de dentes, rádula, no esôfago, utilizada para alimentação e ausente nos bivalves 3) Músculos da parede ventral do corpo desenvolvidos em um pé locomotor ou fixador Alimentação Os moluscos possuem um sistema digestório completo, com boca e ânus. Apresentam a rádula, uma espécie de língua com dentes afiados usada para raspar os alimentos. A rádula é exclusiva dos moluscos e existe em todos os grupos, com exceção dos bivalves. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 31 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br O alimento é conduzido pelo tubo digestório, onde sofre a ação de enzimas, e os nutrientes são absorvidos e distribuídos pelo corpo por meio da hemolinfa (líquido do sistema circulatório). O longo trato digestório encontra-se enrolado na massa visceral. Sistema Nervoso O sistema nervoso dos moluscos consiste em um anel nervoso ao redor do esôfago, a partir do qual cordas nervosas se estendem. Sistema Circulatório O sistema circulatório dos moluscos é aberto e o coração situa-se dorsalmente na massa visceral. Ele bombeia o líquido circulatório, chamado hemolinfa, pelas artérias até os espaços (lacunas) corporais. Assim, os órgãos estão continuamente banhados em hemolinfa. Excreção A excreção nos moluscos acontece por metanefrídios, que removem os resíduos metabólicos da hemolinfa e os elimina. Respiração Pelo fato de os moluscos serem encontrados em uma grande variedade de ambientes, eles apresentam diferentes tipos de respiração. A respiração branquial é realizada pelos moluscos que vivem na água, como os polvos, lulas e ostras. Nesses animais, as brânquias são chamadas de ctenídeos ou brânquias ctenidias, e apresentam cílios em sua superfície que fazem a água fluir através da cavidade interna. A respiração pulmonar está presente em moluscos que vivem em ambiente terrestre, como os caramujos e caracóis, e a respiração cutânea ocorre com as lesmas, que também vivem em ambiente terrestre, sob o solo e em árvores. Reprodução A maioria dos moluscos apresenta sexos separados (dioicos) e suas gônadas (ovários ou testículos) são localizados na massa visceral. A reprodução sexuada pode ocorrer com fecundação externa o interna. Na fecundação externa, os machos liberam os espermatozoides e as fêmeas liberam os óvulos diretamente na água, onde os dois gametas se encontram. No caso da fecundação interna, os espermatozoides são liberados dentro do corpo da fêmea. Muitos caracóis são hermafroditas. O ciclo de vida de muitos moluscos marinhos possui um estágio larval ciliado chamado larva trocófora (também presente nos anelídeos). Classificação Os moluscos são animais que apresentam grande diversidade de formas e tamanhos. Eles distribuem-se em sete classes: aplacóforos, monoplacóforos, escafópodes, poliplacóforos, gastrópodes, bivalves e cefalópodes. As três primeiras aparecem pouco nas provas de vestibular e, Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 32 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br por isso, iremos concentrar nossos estudos em apenas quatro destes clados: Polyplacophora (quítons), Gastropoda (caracóis e lesmas), Bivalvia (mariscos e ostras) e Cephalopoda (lulas, polvos e náutilos). Normalmente as questões relacionam-se com os gastrópodes, bivalves e cefalópodes. ❖ Polyplacophora Os poliplacóforos consistem em animais chamados de quítons, espécies marinhas que vivem aderidas às rochas e conchas. São animais herbívoros, que raspam as algas das rochas existentes na proximidade com a rádula bem desenvolvida e endurecida por magnetite. Possuem o corpo ovalado, achatado dorsoventralmente, com um pé ventral bem desenvolvido e uma concha constituída por oito placas sobrepostas. A cabeça é indistinta e não possuem olhos nem tentáculos cefálicos. O manto é espesso e forma em volta da concha uma cintura que pode possuir espinhos calcários ou quitinosos, importantes para proteção. Tanto o pé como o manto auxiliam os poliplacóforos na adesão ao substrato de tal forma que é muito difícil desalojá-los. Figura 28. Quítons. Observe a concha de oito placas característica do grupo. Fonte: Shutterstock. ❖ Gastropoda A classe dos gastrópodes engloba o maior número de espécies conhecidas, entre 45.000 a 75.000 espécies, e ocupa habitats muito diversos tanto nos ambientes marinhos, como nos ambientes de água doce e terrestre. Incluem as lesmas e caracóis (terrestres) e nudibrânquios (aquáticos). Figura 29. Da esquerda para a direita, uma lesma, um caracol e um nudibrânquio, exemplos de gastrópodes. Fonte: Shutterstock. Os gastrópodes apresentam uma cabeça distinta que conta com olhos e tentáculos sensoriais. Em muitas espécies aquáticas, parte do manto forma um sifão inalante, um tubo através do qual a água entra na cavidade do manto. A locomoção se dá através do pé muscular achatado Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 33 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br dorsoventalmente, muitas vezes ciliado e que possui numerosas glândulas mucosas. Esta estrutura está adaptada para deslizar ou nadar. Uma das modificações mais significantes da forma corporal dos gastrópodes é a torção da massa visceral, do manto e da cavidade do manto, que ocorre durante o desenvolvimento embrionário. A massa corporal se torce, posicionando as partes que antes eram posteriores acima da cabeça. Caracóis possuem concha univalve, espiralada e assimétrica, o que a torna mais compacta, facilitando o seu transporte e aumentando a proteção do seu ocupante. Lesmas e nudibrânquios não apresentam concha. Eles torcem o corpo no início do desenvolvimento e, mais tarde, sofrem a distorção. Em relação aos nudibrânquios, esses animais apresentam substâncias químicas, indicadas pela forte coloração das espécies que as possuem, como mecanismo de defesa, ou ainda nematocistos, que adquirem dos cnidários de que se alimentam. A alimentação é diversificada: algumas espécies raspam o substrato, alimentando-se de algas e pequenos organismos, outras filtram partículas da coluna de água, outras alimentam-se de detritos ou de cadáveres, algumas são predadoras eficientes e já foram descritas espécies parasitas. ❖ Bivalvia Os bivalves são moluscos de ambiente marinho, formados por duas conchas (valvas) articuladas e unidas por um ligamento que envolvem todo o corpo do animal. Músculos adutores poderosos fecham as valvas. São exemplos de bivalves os mariscos, ostras e vieiras. Figura 30. Da esquerda para a direita, mariscos, ostras e vieiras. Fonte: Shutterstock. Entre asduas conchas comprimidas lateralmente fica o corpo do animal, constituído pelo pé muscular e pela massa visceral. O pé tem a forma de uma lâmina triangular e é pequeno ou ausente, utilizado sobretudo para o animal se enterrar. As espécies de bivalves são filtradoras. As brânquias têm função de realizar as trocas gasosas e capturar alimentos. Bivalves não têm rádula, não têm receptores sensoriais, nem células nervosas que deem indicação de existir cabeça. Possuem, no entanto, ocelos em volta do manto. Para reproduzirem-se, os bivalves lançam os seus gametas na coluna de água, onde se dá a fecundação e o desenvolvimento. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 34 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br ❖ Cephalopoda Os cefalópodes são eficientes predadores, com vida ativa e comportamento complexo. Suas mandíbulas se assemelham a um bico e imobilizam a presa com um veneno presente na saliva. Representados pelos polvos e lulas, apresentam a porção anterior do pé modificada em tentáculos, que circundam a cabeça bem desenvolvida, e são utilizados para captura de presas, fixação, locomoção e cópula. Esses tentáculos estão também incorporados em um sifão musculoso que se associa ao manto e desempenha um papel importante na locomoção dos animais (através da propulsão por jatos de água). Figura 31. À esquerda, um polvo, e à direita, uma lula. Fonte: Shutterstock. A redução ou desaparecimento da concha externa é a situação mais comum, embora ainda exista um pequeno grupo de cefalópodes com concha externa: os náutilos. Muitos dos aspectos da morfologia e fisiologia dos cefalópodes estão relacionados ao fato de serem bons predadores: os sistemas circulatório, excretor, digestório e de transporte interno, nervoso e órgãos dos sentidos apresentam uma complexidade e eficiência superior a todos os outros moluscos. O grau de cefalização excede o de todos os outros invertebrados. Cefalópodes possuem um cérebro grande e complexo, com capacidade de memória e aprendizagem. Dos órgãos dos sentidos, os olhos são particularmente bem desenvolvidos (com uma lente que foca a luz de entrada) e muito semelhantes aos dos peixes, constituindo um excelente exemplo de evolução convergente: cefalópodes e peixes desenvolveram, independentemente, olhos que possuem uma estrutura extraordinariamente semelhante, como adaptação ao seu estilo de vida. São os únicos moluscos que possuem sistema circulatório fechado, no qual o sangue permanece separado do líquido da cavidade corporal. O sangue bombeado pelo coração irriga os tecidos de todo o corpo e dois corações acessórios mantêm o sangue se movendo rapidamente em direção às brânquias, onde são realizadas as trocas gasosas. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 35 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br (FAMERP SP/2019) Os moluscos formam, depois dos artrópodes, o segundo maior filo dos metazoários em números de espécies. São características que ocorrem em todos os representantes dos moluscos: a) sistema nervoso dorsal e cabeça diferenciada. b) rádula e massa visceral. c) sistema circulatório aberto e manto. d) simetria bilateral e mesoderme na fase embrionária. e) sistema digestório completo e brânquias. Comentários A alternativa A está errada, porque cabeça diferenciada ocorre nos cefalópodes. A alternativa B está errada, porque os bivalves não possuem rádula. A alternativa C está errada, porque o sistema circulatório dos moluscos é fechado. A alternativa D está certa e é o nosso gabarito. A alternativa E está errada, porque nem todos os moluscos apresentam respiração branquial, apenas nos polvos, lulas e ostras. Nos demais, ocorrem a respiração pulmonar ou cutânea. Gabarito: D. (PUC SP/2017) Níquel Náusea – Fernando Gonsales A “casa” que os animais representados na tirinha possuem é fabricada naturalmente a) pela rádula. b) pelo clitelo. c) pelo sifão. d) pelo manto. Comentários Nos caracóis, a “casa” corresponde à concha, que é secretada pelo manto. A alternativa A está errada, porque a rádula é uma língua dentada responsável pela alimentação. A alternativa B está errada, porque o clitelo é um segmento diferenciado dos anelídeos, produtor de muco. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 36 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br A alternativa C está errada, porque o sifão é responsável pela movimentação por jatos de propulsão nos moluscos. A alternativa D está certa e é o nosso gabarito. Gabarito: D. 4.3 ANELÍDEOS Annelida significa “pequenos anéis” e compreende os animais conhecidos com corpo cilíndrico, alongado e segmentado. Esse grupo apresenta mais de 12.000 espécies descritas e podem ser encontrados em ambientes marinhos, de água doce e ambientes terrestres com solo úmido. Podem variar de 1mm a 3m. São animais exclusivamente de vida livre e entre seus representantes mais conhecidos podemos citar as minhocas e sanguessugas. Anelídeos são bilaterais e celomados e, exceto nas sanguessugas, quase todos os segmentos apresentam cerdas reforçadas com quitina, chamadas quetos. Figura 32. Minhoca, um exemplo de anelídeo terrestre. Fonte: Shutterstock. Organização geral Uma característica marcante dos anelídeos é a segmentação ou metameria. O corpo de um anelídeo é primitivamente dividido em segmentos externos e internos. A metameria foi uma aquisição evolutiva importante, pois os primeiros animais celomados não conseguiam controlar com precisão os movimentos do corpo, embora possuíssem um celoma preenchido com líquido que funcionava como um esqueleto hidrostático. Isso porque a força da contração muscular em uma determinada área era transmitida ao longo do corpo pelo fluido contido no celoma indiviso. Essa limitação foi então contornada quando uma série de partições (septos) evoluiu no ancestral dos anelídeos, permitindo que a força da contração muscular permanecesse localizada nos anéis ao invés de ser transmitida para toda a extensão de seu corpo. O metamerismo não apenas aumentou a eficácia do ato escavador, mas também possibilitou a movimentação independente e localizada de segmentos distintos. Além disso, a repetição de partes do corpo, deu aos anelídeos uma redundância modular, que conferiu um fator de segurança: se um segmento do corpo faltar, os outros levam adiante as funções, e, portanto, um dano causado a uma parte do corpo, não é necessariamente fatal. Por outro lado, a necessidade de um acurado controle dos movimentos implicou a evolução de um sistema nervoso mais sofisticado. Por fim, quando os septos dividiram o celoma numa série de compartimentos, os componentes dos sistemas circulatório, respiratório, nervoso e excretor, se repetiram em cada segmento. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 37 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br Característica diagnóstica dos anelídeos 1) Presença de um ou mais pares de cerdas reforçadas com quitina Alimentação A digestão dos anelídeos é completa e extracelular, sendo que esses animais apresentam aparelho digestório completo e compartimentalizado em regiões diferenciadas. A boca captura o alimento, que nas minhocas são resíduos orgânicos presentes no solo. Eles possuem uma faringe muscular que auxilia a entrada do alimento e sua maceração. O esôfago funciona como ponte entre a faringe e o papo (local onde o alimento fica armazenado até o início da digestão química). Existe ainda uma moela, que é responsável pela trituração do alimento, apresentando uma parede muscular forte, e responsável pela separação entre a matéria orgânica e inorgânica. Figura 33. Anatomia de uma minhoca. Fonte: Shutterstock. Sistema Nervoso Os anelídeos possuem um “cérebro” rudimentar: um par de gânglios cerebrais fusionados que coordenamas atividades. Eles enviam sinais por meio de um cordão ventral com numerosos nódulos. Em resposta aos comandos, os músculos se contraem de forma a exercerem pressão sobre o fluido dentro das câmaras celômicas. Esse fluido consiste em um esqueleto hidrostático. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 38 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br Cada segmento é circundado por músculos longitudinais, que por sua vez são circundados por músculos circulares. As minhocas coordenam a contração desses dois conjuntos de músculos para se mover: quando os músculos longitudinais de um segmento se contraem, o segmento fica mais curto e grosso. Quando os músculos circulares se contraem, um segmento fica mais longo e fino. Trabalhando em oposição, esses dois conjuntos musculares redistribuem o fluido celomático, fazendo os segmentos corporais mudarem de formato de modo a impulsionar o animal para a frente. Sistema Circulatório O sistema circulatório nos anelídeos é fechado, apresentando uma rede de vasos sanguíneos contráteis (chamados de “corações laterais”) na parte anterior do animal, que ligam os vasos dorsais aos vasos ventrais e promovem a circulação do sangue. Vasos sanguíneos diminutos são abundantes na pele dos anelídeos, funcionando como seu sistema respiratório. Assim, a respiração é cutânea, com trocas gasosas através da superfície corporal (poliquetos e oligoquetos) ou branquial (hirudíneos). Excreção A composição de solutos e o volume de fluido celômico são regulados por um par de túbulos excretores chamados de metanefrídeos, que ocorrem em todos os segmentos. Cada metanefrídeo coleta fluido celômico, ajusta sua composição e depois expulsa resíduos nitrogenados, principalmente amônia, através de um poro no segmento seguinte. Reprodução A reprodução é sexuada, sendo que as minhocas são espécies hemafroditas com fecundação cruzada. Nelas, o clitelo produz muco, que une dois vermes quando trocam espermatozoides. Mais tarde, o mesmo clitelo secreta um envoltório sedoso que envolve os ovos fertilizados. As demais espécies são dioicas, com fecundação externa e desenvolvimento indireto, apresentando uma larva chamada de trocófora. Figura 34. Movimentação dos anelídeos. Fonte: Shutterstock. Figura 35. Reprodução sexuada entre minhocas. Fonte: Shutterstock. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 39 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br Classificação Tradicionalmente, os anelídeos são divididos em 3 classes, a depender do número de cerdas presentes no corpo: Polychaeta (poliquetos), Oligochaeta (minhocas) e Hirudinea (sanguessugas). ❖ Poychaeta (poliquetos) Os poliquetas são organismos marinhos que apresentam uma grande quantidade de formas e estilos de vida. Eles podem mover-se livremente ou ser sedentários, construindo e vivendo em galerias e buracos. A grande maioria possui tamanho menor que 10 cm de comprimento, apesar de existirem espécies de até um metro. São predadores ativos, com mandíbulas fortalecidas por quitina as quais utilizam para capturar animais de corpo mole. As espécies desse grupo possuem o corpo segmentado e cada um dos segmentos apresentam estruturas carnosas que se assemelham a remos denominadas de parapódios. Dos parapódios, partem inúmeras cerdas, característica que dá nome à classe (poli = muitas; chaeta = cerdas). A cabeça desses animais é representada pelo prostômio, que possui órgãos sensoriais, tais como olhos e antenas. A boca fica logo após o prostômio e o ânus está localizado no pigídio, que é a região terminal do corpo do poliqueta. A maioria dos poliquetas apresenta brânquias e, em alguns, observa-se a presença de parapódios modificados para exercer a função de trocas gasosas. Esses animais são dioicos e possuem desenvolvimento indireto (larva trocófora). Figura 36. À esquerda e ao centro, um poliqueta predatório conhecido como verme da areia. À direita, o verme árvore de Natal, um poliqueta tubular. Fonte: Shutterstock. ❖ Oligochaeta (minhocas) Os oligoquetos formam o grupo de anelídeos mais conhecidos: as minhocas. Essa classe apresenta um número aproximado de 3.100 espécies descritas, encontradas no ambiente terrestre, em água doce e em ambientes marinhos. Seu corpo possui segmentação bem desenvolvida interna e externamente aos segmentos, com sulcos visíveis em sua superfície correspondentes às partições internas. O celoma percorre o corpo e é dividido em câmaras celômicas: uma por segmento. O prostômio é pequeno e sem apêndices sensoriais. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 40 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br Os oligoquetos diferenciam dos poliquetas por não possuírem parapódios e apresentarem poucas cerdas (oligo = poucas; chaeta = cerdas). Nos adultos é possível observar uma região mais espessada e inchada, onde encontram-se glândulas produtoras de muco que ajudam na cópula e na secreção do casulo (onde há a postura dos ovos). Esse segmento demonina- se clitelo. A alimentação é baseada na ingestão de matéria orgânica em decomposição. São hermafroditas, com desenvolvimento direto, sem formação de larvas. ❖ Hirudinea (sanguessugas) Os hirudíneos são o menor grupo dos anelídeos e apresentam cerca de 700 espécies. Possuem representantes que vivem em água doce, ambiente marinho e também terrestre. Muitas sanguessugas são escavadoras e predadoras de pequenos invertebrados, inclusive outros anelídeos. Outras se acoplam a um vertebrado, perfuram sua pele e sugam seu sangue. Sua saliva possui uma proteína que é anestésica e outra que evita a coagulação do sangue. Nos hirudíneos não ocorrem parapódios, apêndices na cabeça e geralmente também não se observam cerdas. Além disso, o corpo não é separado por septos e o espaço celômico é contínuo. Assemelham-se aos oligoquetas por causa da presença de clitelo e também por serem hermafroditas. O corpo desses animais é achatado dorsoventralmente. Apresentam ventosas nas extremidades, sendo a anterior, normalmente, menor que a posterior. Figura 38. Sanguessuga (hirudíneo). Fonte: Shutterstock. (UFT/2019) Um estudante coletou uma amostra de solo da horta do seu quintal. Ao analisar o material em microscópio ótico, ele observou vários animais alongados, sem pernas, com tamanho variando entre 0,3 e 1 mm. Eles possuíam sistema digestivo completo, eram cilíndricos e afilados nas extremidades, exibiam simetria bilateral e não apresentavam segmentação corporal. Em suas anotações, o estudante concluiu que se tratava de anelídeos oligoquetas. Com base nessas informações, assinale a alternativa CORRETA: Figura 37. Minhoca (oligoqueto). Fonte: Shutterstock. Professora Bruna Klassa Aula 15: FUVEST 2021 41 135 Aula 15 – Animais invertebrados www.estrategiavestibulares.com.br a) a conclusão do estudante é inválida, pois anelídeos oligoquetas não apresentam simetria bilateral. b) a conclusão do estudante é inválida, pois anelídeos oligoquetas são encontrados apenas na água do mar. c) a conclusão do estudante é inválida, pois anelídeos oligoquetas apresentam o corpo segmentado. d) a conclusão do estudante é inválida, pois anelídeos oligoquetas têm sistema digestivo incompleto. Comentários A alternativa A está errada, porque anelídeos oligoquetas são representados pelas minhocas, que apresentam segmentação bem demarcada tanto interna quanto externamente. A alternativa B está errada, porque a maioria dos anelídeos oligoquetas são terrestres. A alternativa C está certa e é o nosso gabarito. A alternativa D está errada, porque todos os anelídeos possuem sistema digestório completo. Gabarito: C. (UEFS BA/2018) A sustentação do corpo é fundamental para que um animal possa interagir no seu hábitat e atuar em seu nicho ecológico. A minhoca é um organismo
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