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Resíduos Industriais


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I
Resíduos Industriais
ntrodução
A geração de resíduos é uma consequência da atividade humana e
particularmente no ambiente industrial, esses subprodutos precisam
ter o devido tratamento e destinação para que não haja a
contaminação do ambiente. Assim, entender como se classificam e como
podemos dar as tratativas para que não ofereçam, torna-se uma
necessidade dentro da higiene ocupacional.
 
Objetivos da Aula
Esta aula tem como objetivo entender os riscos envolvidos com o trato
com os resíduos industriais, com foco nas especificações constantes na
Norma Regulamentadora NR25 – Resíduos Industriais.
 
Resumo
Resíduos são partes inservíveis ou resultantes de processos derivados de
atividades humanas, de animais e dos processos produtivos como lixo
doméstico, matéria orgânica, efluentes industriais e gases liberados de
alguns processos industriais ou mesmo de motores a combustão.
Portanto, podem ser classificados em: a) resíduos industriais que resultam
da atividade industrial; b) resíduos hospitalares que resultam da atividade
de unidades de saúde; c) resíduos sólidos urbanos que é o lixo doméstico
e das atividades de comércio e; d) resíduos perigosos que apresentam
substâncias perigosas dos processos industriais, hospitalares e mesmo
urbanos.
Os resíduos perigosos, exatamente em função dos riscos que oferecem
aos animais e seres vivos, acabam tendo uma legislação bem definida
como apresentado na figura 1.
Como observado, temos a ABNT 1004:2004 - Resíduos Sólidos –
Classificação (disponível em https://www.normas.com.br/visualizar/abnt-
nbr-nm/170/abnt-nbr10004-residuos-solidos-classificacao), que estabelece
os critérios de classificação e os códigos para a identificação dos resíduos
de acordo com suas características. Na figura 2 podemos verificar que
essa norma define três classes básicas de resíduos: Classe I: os
perigosos; Classe II: os não perigosos não inertes (e, portanto, podem
reagir com outros produtos) e; Classe III os perigosos inertes
Figura 1: Legislação sobre Resíduos Perigosos. Fonte:
https://www.unifesp.br/reitoria/dga/conteudo/noticias/291-classificacao-e-identificacao-de-residuos-
perigosos-quimicos-e-potencialmente-infectantes (acesso em 07/11/2022)
https://www.unifesp.br/reitoria/dga/conteudo/noticias/291-classificacao-e-identificacao-de-residuos-perigosos-quimicos-e-potencialmente-infectantes
https://www.unifesp.br/reitoria/dga/conteudo/noticias/291-classificacao-e-identificacao-de-residuos-perigosos-quimicos-e-potencialmente-infectantes
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No anexo A da ABNT 1004:2004 temos a relação dos resíduos perigosos
com a característica de periculosidade: tóxico, inflamável, explosivo etc.
Outra legislação importante na área é a CONAMA 358/2005 (disponível
em https://www.saude.mg.gov.br/index.php?
option=com_gmg&controller=document&id=815-resolucao-conama-
n%C2%BA-358-05-de-29-04-2005-sesmg), que possui foco nos serviços
relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal. Essa
legislação classifica os resíduos em (CONAMA 358/2005): Grupo A:
Resíduos com Risco Biológico; Grupo B: Resíduos com Risco Químico;
Figura 2: Classificação dos Resíduos Conforme ABNT 1004:2004
Grupo C: Resíduos Radioativos; Grupo D: Resíduos Comuns e; Grupo E:
Perfurocortantes.
A ANVISA também possui uma regulamentação específica sobre os
resíduos, a ANVISA RDC 222/2018 (disponível em
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2018/rdc0222_28_03_2018.p
que dispõe sobre os requisitos de Boas Práticas de Gerenciamento dos
Resíduos de Serviços de Saúde. Nessa legislação temos os resíduos
classificados em quatro grupos (ANVISA RDC 222/2018): Grupo A:
Resíduos com a possível presença de agentes biológicos; Grupo B:
Resíduos contendo produtos químicos que podem apresentar risco à
saúde pública ou ao meio ambiente; Grupo C: Rejeitos radioativos e;
Grupo D: Resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou
radiológico.
O tratamento e a destinação final dos resíduos se constitui em um
conjunto de métodos, processos e operação necessárias para o
cumprimento das legislações aplicáveis, cobrindo desde a geração até
seu destino final, de forma a minimizar os impactos à saúde humana e ao
ambiente.
Compreende as etapas de identificação e classificação dos resíduos, seu
acondicionamento e armazenamento, transporte, processamento e
destinação final ou processamento. 
O processamento consiste em uma etapa intermediária para diminuição
da periculosidade dos resíduos, possibilitando sua reutilização ou
reciclagem. Podemos utilizar processos físicos, químicos ou biológicos
para efetuar esse processamento.
Os principais processos físicos para o processamento dos resíduos são:
separação de fases como a sedimentação, decantação, filtração,
centrifugação e flotação; de transição de fases como destilação,
evaporação e cristalização; e de tratamento térmico (uso do calor). O
tratamento químico envolve processos de: transferência de fases como
adsorção, remoção de fases e extração por solventes e; separação
molecular como hiper filtração, ultrafiltração, osmose reversa e diálise.
Como tratamentos biológicos temos a digestão anaeróbica e o tratamento
mecânico-biológico (Digestão Anaeróbica com Compostagem).
A destinação final dos resíduos, in natura ou processados, é feita através
da compostagem, incineração ou simplesmente o depósito em aterro
sanitário. 
A Norma Regulamentadora NR25 (disponível em
https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-
especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-
trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-25-nr-25) define os
requisitos gerais a serem adotados no tratamento e destinação dos
resíduos industriais.
 
Como aplicar na prática o que aprendeu
O tratamento e disposição de resíduos industriais têm uma legislação
específica que deve ser observada e uma das formas de se alinhar a
prática com a teoria é analisar algum processo industrial que conheça e
aplicar as formas de tratamento e disposição que devem ser
consideradas.
 
Conteúdo Bônus – Tópicos Avançados
Ler as normas ANVISA RDC 222/2018 (disponível em
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2018/rdc0222_28_03_2018.p
e CONAMA 358/2005 (disponível em
https://www.saude.mg.gov.br/index.php?
option=com_gmg&controller=document&id=815-resolucao-conama-
n%C2%BA-358-05-de-29-04-2005-sesmg.
 
Dica quente para você não esquecer
Resíduos industriais são uma consequência da atividade humana e é
praticamente impossível sua completa eliminação. Portanto deve ser
considerado todos os meios possíveis para que seus impactos sejam
minimizados.
 
Referência Bibliográfica
MATTOS, Ubirajara. Higiene e Segurança do Trabalho. GEN LTC; 1ª
edição. ISBN-13: 978-8535235203, 2011.
MATTOS, Ubirajara; MÁSCULO, Francisco. Higiene e Segurança do
Trabalho. GEN LTC; 2ª edição, ISBN-13: 9788535291766, 2019.
BREVIGLIERO, Ezio; POSSEBON, José; SPINELLI, Robson. Higiene
Ocupacional: Agentes Biológicos, Químicos e Físicos. Senac São
Paulo; 10ª edição. ISBN-13 : 978-8539629459, 2019.
BARSANO, Roberto; BARBOSA, Rildo. Higiene e Segurança do
Trabalho. Érica; 2ª edição. ISBN-13 : 978-8536526850, 2018.
ROCHA, Rosemberg; BASTOS, M. Higiene Ocupacional ao Alcance
de Todos. Autografia; 1° edição. ISBN-13: 978-855268540, 2016.
HINRICHSEN, Sylvia. Biossegurança e Controle de Infecções – Risco
Sanitário Hospitalar. Guanabara Koogan; 3ª edição. ISBN-13 : 978-
8527734059, 2018.

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