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ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL

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ORIENTAÇÃO
PROFISSIONAL
Luciana de Souza
 
Regulamentação 
da profissão
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Esquematizar a evolução da profissão com a comparação entre a 
primeira regulamentação da profissão (Lei nº 5.276, de 4 de abril de 
1967) e a atual (Lei nº 8.234, de 1991).
 � Discutir a Lei nº 6.538, de 20 de outubro de 1978, que cria os Conselhos 
Federal e Regional de Nutricionistas.
 � Reconhecer as mudanças na trajetória da regulamentação da profissão. 
Introdução
Você sabia que a profissão do nutricionista é regulamentada por legislação 
específica? Aos Conselhos Federal e Regional, cabe fiscalizar o cumpri-
mento da legislação. Ainda, conforme a profissão vai se modificando 
para acompanhar a evolução da população e das evidências científicas, 
é necessário, por consequência, que sejam realizadas modificações nas 
legislações.
Portanto, neste capítulo, vamos esquematizar a evolução da profissão, 
comparando-a com a legislação, discutir a lei que cria os Conselhos 
Federal e Regional, e reconhecer as mudanças da trajetória histórica da 
profissão.
A evolução da profissão de nutricionista: 
comparação entre a primeira regulamentação 
e a atual
Você sabia que, no Brasil, a profissão de nutricionista começou a se delinear a 
partir dos anos 1930? No entanto, os conhecimentos a respeito da importância 
da educação alimentação começaram a despontar somente a partir dos anos 
1940, após o surgimento dos primeiros cursos de graduação na área. 
Porém, a regulamentação da profissão apenas ocorreu com a sanção da 
Lei 5.276, de 4 de abril de 1967, que foi revogada pela Lei 8.234/1991. Veja, 
a seguir, cada uma dessas regulamentações em detalhes. 
Lei nº 5.276, de 4 de abril de 1967
A Lei 5.276/1967 designou ao nutricionista o exercício da profissão, em 
qualquer dos seus ramos, nas seguintes condições:
 � aos possuidores de diploma de nutricionista expedido no Brasil por 
escolas de formação de nutricionista, de nível superior, oficiais ou 
reconhecidas;
 � aos diplomados em cursos de nutricionista ou dietista existentes até a 
data da lei;
 � aos que tiverem feito cursos equivalentes no exterior, após a revalidação 
do diploma, de acordo com a legislação em vigor (BRASIL, 1967).
Ainda, para que os profissionais pudessem exercer a profissão, era exigido 
registro do diploma no órgão competente do Ministério da Educação e Cultura 
e no Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia do Ministério 
da Saúde. 
Segundo a lei em questão, constituíam atividades exclusivamente privativas 
dos nutricionistas:
 � direção e supervisão de escolas ou cursos de graduação de nutricionistas; 
 � planejamento, organização e chefia dos serviços de alimentação em es-
tabelecimentos públicos, paraestatais, autárquicos e de economia mista, 
bem como inspeção dos mesmos serviços nos aludidos estabelecimentos; 
 � orientação de inquéritos sobre a alimentação; 
 � regência de cadeiras ou disciplinas que se incluíssem com exclusividade 
no currículo do curso de nutricionista; 
 � execução dos programas de educação alimentar (BRASIL, 1967).
Regulamentação da profissão2
Conforme o art. 6º da referida lei, compreendiam, também, atividades a 
serem exercidas por nutricionistas: 
 � elaboração de dietas para sadios, indivíduos ou coletividades, e, sob 
prescrição médica, planejamento e elaboração da alimentação de enfer-
mos (observada a legislação em vigor, tal atividade podia ser exercida 
em consultórios dietéticos particulares); 
 � organização e participação oficial em congressos, comissões, seminá-
rios e outros tipos de reuniões, destinados ao estudo da nutrição e da 
alimentação; 
 � participação nas pesquisas de laboratório e nos trabalhos de saúde 
pública relacionados com a nutrição e a alimentação. (BRASIL, 1967).
Embora a sanção da Lei nº 5.276/1967 tenha sido um marco importante 
para o reconhecimento do profissional, com o passar dos anos, os nutricio-
nistas perceberam que ela não mais refletia a prática diária da sua profissão. 
Dessa forma, a necessidade de alterações na lei emergiu, e o assunto acabou 
se tornando o tópico principal de muitos debates. 
Nesse sentido, no 2º Encontro Nacional das Entidades de Nutrição 
(ENAEN), foi aprovada uma proposta de alteração da lei vigente, com a 
contribuição do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), da Federação 
Brasileira de Associações de Nutrição (FEBRAN, atual ASBRAN [Associação 
Brasileira de Nutriçã]), de entidades de nutrição do Rio de Janeiro e de 202 
profissionais de vários Estados. Desse modo, em 17 de setembro de 1991, o 
presidente Fernando Collor de Melo sancionou a Lei n° 8.234, que reconheceu os 
nutricionistas como especialistas em alimentação e nutrição (BRASIL, 1991).
Você já conhece o site da ASBRAN? Acesse o link a seguir 
e veja mais a respeito dessa entidade: 
http://www.asbran.org.br/
3Regulamentação da profissão
http://www.asbran.org.br/
Lei nº 8.234, de 17 de setembro de 1991
A atual regulamentação (Lei 8.234/1991, que revogou a Lei nº 5.276/1967) 
designa que o exercício da profissão de nutricionista como profissional de saúde, 
em qualquer das suas áreas, é privativo dos portadores de diploma expedido 
por escolas de graduação em nutrição, oficiais ou reconhecidas, devidamente 
registrado no órgão competente do Ministério da Educação e regularmente 
inscrito no Conselho Regional de Nutricionistas (CRN) da respectiva área de 
atuação profissional. (BRASIL, 1991).
A carteira de identidade profissional, emitida pelo CRN da respectiva jurisdição é o 
instrumento hábil de identificação civil e de comprovação de habilitação profissional 
do nutricionista, nos termos da Lei nº 6.206, de 7 de maio de 1975 (BRASIL, 1975), e da 
Lei nº 6.583, de 20 de outubro de 1978 (BRASIL, 1978).
A Lei 8.234/1991 define como atividades privativas dos nutricionistas:
 � direção, coordenação e supervisão de cursos de graduação em nutrição;
 � planejamento, organização, direção, supervisão e avaliação de serviços 
de alimentação e nutrição;
 � planejamento, coordenação, supervisão e avaliação de estudos dietéticos;
 � ensino das matérias profissionais dos cursos de graduação em nutrição;
 � ensino das disciplinas de nutrição e alimentação nos cursos de graduação 
da área de saúde e outras afins;
 � auditoria, consultoria e assessoria em nutrição e dietética;
 � assistência e educação nutricional em coletividades ou indivíduos, sadios 
ou enfermos, em instituições públicas e privadas e em consultório de 
nutrição e dietética;
 � assistência dietoterápica hospitalar, ambulatorial e em nível de consul-
tórios de nutrição e dietética, prescrevendo, planejando, analisando, 
supervisionando e avaliando dietas para enfermos (BRASIL, 1991). 
Regulamentação da profissão4
A legislação vigente, ainda, atribui as seguintes atividades ao nutricionista 
(desde que relacionadas com alimentação e nutrição humanas):
 � elaboração de informes técnico-científicos;
 � gerenciamento de projetos de desenvolvimento de produtos alimentícios;
 � assistência e treinamento especializado em alimentação e nutrição;
 � controle de qualidade de gêneros e produtos alimentícios;
 � atuação em marketing na área de alimentação e nutrição;
 � estudos e trabalhos experimentais em alimentação e nutrição;
 � prescrição de suplementos nutricionais, necessários à complementação 
da dieta;
 � solicitação de exames laboratoriais necessários ao acompanhamento 
dietoterápico;
 � participação em inspeções sanitárias relativas a alimentos;
 � análises relativas ao processamento de produtos alimentícios 
industrializados;
 � participação em projetos de equipamentos e utensílios na área de ali-
mentação e nutrição (BRASIL, 1991).
A lei em questão, ainda, instutui como obrigatória a participação dos 
nutricionistas em equipes multidisciplinares criadas por entidades públicas 
ou particulares criadas no intuito de planejar, coordenar, supervisionar, im-
plementar, executare avaliar políticas, programas, cursos nos diversos níveis, 
pesquisas ou eventos de qualquer natureza, direta ou indiretamente relacionados 
com alimentação e nutrição, bem como elaborar e revisar legislação e códigos 
próprios da área (BRASIL, 1991).
A Lei 5.276/1967 instituía que a fiscalização do exercício profissional do nutricionista 
seria procedida pelos mesmos órgãos regionais de fiscalização da medicina — ou 
seja, se o nutricionista infringisse ou favorecesse alguma infração, seria aplicada a 
pena de suspensão do exercício profissional, cuja duração poderia variar de 1 a 6 
meses (BRASIL, 1967).
Na regulamentação atual, como vimos anteriormente, a fiscalização do exercício 
da profissão compete ao CFN e aos CRNs, com base na Lei nº 6.583/1978, exceto 
quando se tratar de atividades relacionadas ao ensino, as quais contam com legislação 
educacional própria (BRASIL, 1978).
5Regulamentação da profissão
Lei nº 6.538, de 20 de outubro de 1978
Como você pôde ver, antes da implementação da Lei 6.538/1978, o exercício 
da profissão de nutricionista era fiscalizado pelos mesmos órgãos de fiscali-
zação da medicina. Com a referida lei, foram instituídos o CFN e os CRNs 
com a finalidade de orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão 
de nutricionista (BRASIL, 1978).
O CFN e os CRNs constituem, no seu conjunto, uma autarquia federal, 
com personalidade jurídica de Direito público e autonomia administrativa e 
financeira, vinculada ao Ministério do Trabalho. Eles são formados por nove 
membros efetivos, com igual número de suplentes eleitos.
Aos Presidentes do CFN e dos CRNs, incumbe a administração e a re-
presentação legal dos seus membros, permitindo suspender o cumprimento 
de qualquer deliberação de seu Plenário, que lhes pareça inconveniente ou 
contrária aos interesses da instituição, submetendo essa decisão à autoridade 
competente do Ministério do Trabalho ou ao CFN.
Você já conhece o site do CFN? Acesse o link a seguir e veja 
mais a respeito dessa autarquia federal sem fins lucrativos:
http://www.cfn.org.br/
Conselho Federal de Nutricionistas
O CFN tem sede e foro no Distrito Federal e jurisdição em todo o País. Os 
seus membros e respectivos suplentes, com mandato de 3 anos, são eleitos por 
um colégio eleitoral integrado por um representante de cada CRN:
O Plenário do CFN é composto por nove conselheiros federais efetivos e nove 
suplentes, eleitos para um mandato de três anos. A Diretoria (presidente, vice-
-presidente, secretário e tesoureiro) é escolhida anualmente entre os integran-
tes efetivos do plenário. (CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS, 
[2017c]).
Regulamentação da profissão6
http://www.cfn.org.br/
Ao CFN, compete:
 � eleger, dentre os seus membros, Presidente, Vice-presidente, Secretário 
e Tesoureiro;
 � exercer função normativa, baixar atos necessários à interpretação e 
execução do disposto na legislação e à fiscalização do exercício profis-
sional, adotando providências indispensáveis à realização dos objetivos 
institucionais;
 � supervisionar a fiscalização do exercício profissional em todo o terri-
tório nacional;
 � organizar, instalar, orientar e inspecionar os CRNs e examinar as suas 
prestações de contas, neles intervindo desde que indispensável ao rees-
tabelecimento da normalidade administrativa ou financeira ou à garantia 
da efetividade do princípio da hierarquia institucional;
 � elaborar o seu regimento e submetê-lo à aprovação do Ministério do 
Trabalho;
 � examinar os regimentos dos CRNs, modificando o que for necessário 
para assegurar unidade de orientação e uniformidade de ação, subme-
tendo-os à aprovação do Ministro do Trabalho;
 � conhecer e dirimir dúvidas suscitadas pelos CRNs e prestar-lhes assis-
tência técnica permanente;
 � apreciar e julgar os recursos de penalidades impostas pelos CRNs;
 � fixar valores das anuidades, taxas, emolumentos e multas devidas pelos 
profissionais e empresas aos CRNs a que estejam jurisdicionados, nos 
termos em que dispuser o regulamento da legislação;
 � aprovar a sua proposta orçamentária e autorizar a abertura de créditos 
adicionais, bem como operações referentes a mutações patrimoniais;
 � dispor sobre o Código de Ética Profissional, funcionando como o Tri-
bunal de Ética Profissional;
 � estimular a exação no exercício da profissão, zelando pelo prestígio e 
bom nome dos que a exercem;
 � instituir o modelo da carteira de identidade profissional e do cartão 
de identificação;
 � autorizar o Presidente a adquirir, onerar ou alienar bens imóveis;
 � emitir parecer conclusivo sobre prestação de contas a que esteja obrigado;
 � publicar, anualmente, o seu orçamento e respectivos créditos adicionais 
ou balanços, a execução orçamentária e o relatório das suas atividades 
(BRASIL, 1980).
7Regulamentação da profissão
Conselhos Regionais de Nutricionistas
Os CRNs têm sede na Capital do Estado ou de um dos Estados ou Territórios 
da jurisdição, a critério do CFN. Os membros dos CRNs e os respectivos 
suplentes, com mandato de 3 anos, são eleitos pelo sistema de eleição direta, 
por meio de voto pessoal, secreto e obrigatório dos profissionais registrados.
Compete aos CRNs:
 � eleger, dentre os seus membros, Presidente, Vice-presidente, Secretário 
e Tesoureiro;
 � expedir carteira de identidade profissional e cartão de identificação 
aos profissionais registrados;
 � fiscalizar o exercício profissional na área da sua jurisdição, repre-
sentando às autoridades competentes sobre os fatos que apurar e cuja 
solução ou repressão não seja da sua alçada;
 � cumprir e fazer cumprir as disposições da legislação, do regulamento, 
do regimento, das resoluções e demais normas baixadas pelo CFN;
 � funcionar como Tribunal Regional de Ética, conhecendo, processando 
e decidindo os casos que lhe forem submetidos;
 � elaborar a proposta do seu regimento, bem como as alterações, subme-
tendo-as ao CFN, para aprovação pelo Ministro do Trabalho;
 � propor ao CFN as medidas necessárias ao aprimoramento dos serviços 
e do sistema de fiscalização do exercício profissional;
 � aprovar a proposta orçamentária e autorizar a abertura de créditos 
adicionais e as operações referentes a mutações patrimoniais;
 � autorizar o Presidente a adquirir, onerar ou alienar bens imóveis;
 � arrecadar anuidades, multas, taxas e emolumentos e adotar todas as 
medidas destinadas à efetivação de sua receita, destacando e entregando 
ao CFN as importâncias correspondentes a sua participação legal;
 � promover, perante o juízo competente, a cobrança das importâncias 
correspondentes a anuidades, taxas, emolumentos e multas, esgotados 
os meios de cobrança amigável;
 � estimular a exação no exercício da profissão, zelando pelo prestígio e 
bom conceito dos que exercem;
 � julgar as infrações e aplicar as penalidades previstas na legislação e 
em normas complementares do CFN;
 � emitir parecer conclusivo sobre prestação de contas a que esteja obrigado;
Regulamentação da profissão8
 � publicar, anualmente, seu orçamento e respectivos créditos adicionais, 
os balanços, a execução orçamentária, o relatório de suas atividades e 
a relação dos profissionais registrados (BRASIL, 1978).
Além de ser responsável pelo registro e pela fiscalização da profissão, os CRNs também 
são responsáveis por orientar a respeito dos deveres do nutricionista e por discipliná-
-los, caso seja necessário, seja por meio de multa ou com punição mais severa (como 
a perda do registro). Ainda, são encarregados do recebimento de denúncias e dos 
esclarecimentos necessários.
Mudanças na trajetória da regulamentação 
da profissão
Ao longo da trajetória de evolução do seu exercício profissional, o nu-
tricionista teve várias conquistas, como você pôde verificar. Grande parte 
dessas conquistas são resultado da união entre os profissionais e os órgãos 
representativos da profissão, como os conselhos, as federações e os sindicatos.
O primeiro curso de nutrição do País foi criado em 1939, pela Faculdade 
de Saúde Públicada Universidade de São Paulo. Dez anos depois, em 31 de 
agosto, foi instituída a Associação Brasileira de Nutricionistas (ABN), dia 
que acabou sendo instituído como o dia do nutricionista.
Na época, três objetivos norteavam as ações da ABN: 
 � regulamentar a profissão; 
 � transformar o curso de nutrição em formação acadêmica de nível 
superior; 
 � criar conselhos de nutricionistas. 
Na década de 1950, muitos projetos de interesse da categoria sobre a edu-
cação superior em nutrição foram arquivados, o que, é claro, não favoreceu 
a qualificação e as possibilidades de ampliação do campo de trabalho. Foi 
somente no ano de 1962 que os cursos de nutrição passaram a ser reconhecidos 
como de nível superior, com duração de 3 anos e currículo mínimo de formação.
Em 1963, como você viu anteriormente, foi apresentado, na Câmara dos 
Deputados, o projeto de regulamentação da profissão. O projeto em questão 
descrevia atribuições que normatizavam o exercício profissional do nutricio-
9Regulamentação da profissão
nista e que deveriam ser cumpridas pelo CFN e pelos CRNs. Entretanto, em 
1966, o então Presidente Castello Branco vetou o projeto, por considerá-lo 
contrário ao interesse público. Devido à grande mobilização das associações 
dos nutricionistas, o Congresso Nacional rejeitou o veto, contribuindo, de 
forma decisiva, para a promulgação da lei que regulamentava a profissão. 
Apesar dos avanços da época, ainda não havia previsão legal para a criação 
do CFN e dos CRNs. Portanto, por falta de fiscalização, o campo de atua-
ção profissional do nutricionista era ocupado por pessoas não habilitadas. A 
situação apenas mudou quando a então Presidente da FEBRAN, Maria José 
Machado Rodrigues, encaminhou, ao Ministério do Trabalho, uma proposta 
que previa a criação dos referidos conselhos. Como resultado dessa iniciativa, 
a Lei nº 6.583 foi sancionada em 1978, e os conselhos foram instituídos.
Ao longo da trajetória da categoria, houve um aperfeiçoamento dos métodos 
e instrumentos de atuação profissional, o que modificou as condições de traba-
lho de tal forma que o nutricionista se tornou a mais importante referência na 
defesa do direito à alimentação saudável e adequada. Até dezembro de 2016, o 
total de nutricionistas registrados em todo o País chegava a 117.388, segundo 
dados do CFN (CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS, 2017b).
Atualmente, existem 10 CRNs e, conforme o Censo da Educação Superior 
de 2015, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacio-
nais Anísio Teixeira (INEP), vinculado ao Ministério da Educação, há 339 
instituições que oferecem o curso de graduação em nutrição. Destas, 63 são 
públicas e 276 são privadas (BRASIL, 2015).
No dia 24 de abril de 2017, os nutricionistas comemoraram 50 anos de regulamentação 
da profissão no Brasil; regulamentação que, como vimos, foi garantida pela promulgação 
da Lei nº 5.276/1967. Desde 1967, a trajetória pela valorização do exercício profissional 
vem avançando (como podemos comprovar pela evolução da legislação), o que 
tem resultado em vitórias significativas e expandido a área de atuação da categoria. 
(CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS, 2017a).
Para que os próximos desafios sejam superados e novas conquistas sejam 
alcançadas, precisamos promover a crescente união da categoria em prol da 
defesa da atuação qualificada, ética e comprometida com a saúde da população.
Regulamentação da profissão10
1. Sobre a Lei 5.276/1967, é 
correto afirmar que:
a) foi a primeira regulamentação 
da profissão de nutricionista.
b) é a regulamentação atual da 
profissão de nutricionista.
c) institui que o nutricionista deverá 
estar cadastrado no CFN.
d) a fiscalização da profissão de 
nutricionista ocorre por meio do 
CFN e Regionais de Nutricionistas.
e) essa lei foi modificada por 
imposição do Presidente 
da República da época.
2. Sobre a Lei 8.234/1991, é 
correto afirmar que:
a) a direção, coordenação e 
supervisão dos cursos de 
nutrição podem ser realizadas 
por qualquer profissional 
da área da saúde.
b) essa lei designa que a atividade 
de nutricionista é privativa 
dos portadores de diploma 
de graduação em nutrição.
c) assistência e educação 
nutricional podem ser realizadas 
por técnicos em nutrição, 
além de pelo nutricionista.
d) planejamento dietético 
pode ser realizado por 
estudantes de nutrição.
e) Assistência dietoterápica 
hospitalar pode ser realizada 
pelo enfermeiro, na ausência 
do nutricionista.
3. A respeito das competências 
e características do CFN, é 
correto afirmar que:
a) cada estado tem uma 
sede do CFN.
b) expede a carteira de 
identidade profissional.
c) a sua sede é no Distrito Federal e 
tem jurisdição em todo o país.
d) expede o Cartão de Identificação 
aos profissionais registrados.
e) tem como finalidade apenas 
orientar o exercício da 
profissão de nutricionista.
4. A respeito das competências 
e características dos CRNs, 
é correto afirmar que:
a) cada cidade onde há 
graduação em nutrição 
tem uma sede do CRN.
b) os seus membros são 
indicados pelo CFN.
c) organiza, instala, orienta 
e inspeciona o CFN.
d) fiscaliza o exercício profissional 
da sua jurisdição.
e) institui o modelo da carteira 
de identidade profissional e 
do cartão de identificação.
5. Assinale a alternativa correta sobre 
as mudanças na trajetória histórica 
da regulamentação da profissão.
a) O dia do nutricionista foi 
instituído pelo MEC.
b) Os cursos de nutrição passaram a 
ser reconhecidos como de nível 
superior na década de 1980.
c) CFN e CRNs foram instituídos 
para fiscalizar os profissionais não 
habilitados na área de nutrição.
d) Atualmente, todas as capitais 
do Brasil possuem um CRN.
e) Em 2017, os nutricionistas 
comemoraram 50 anos de 
regulamentação da profissão.
11Regulamentação da profissão
BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Si-
nopse Estatística da Educação Superior. 2015. Disponível em: <http://portal.inep.gov.
br/sinopses-estatisticas-da-educacao-superior>. Acesso em: 1 ago. 2017.
BRASIL. Lei n. 8.234, de 17 de setembro de 1991. Regulamenta a profissão de Nutricionista 
e determina outras providências. 1991. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/1989_1994/L8234.htm>. Acesso em: 1 ago. 2017.
BRASIL. Decreto nº 84.444, de 30 de janeiro de 1980. Regulamenta a Lei nº 6.583, de 20 
de outubro de 1978, que cria os Conselhos Federal e Regionais de Nutricionistas, 
regula o seu funcionamento e dá outras providências. 1980. Disponível em: <http://
www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1980-1987/decreto-84444-30-janeiro-1980-
-433856-publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em: 1 ago. 2017.
BRASIL. Lei n. 6.583, de 20 de outubro de 1978. Cria os Conselhos Federal e Regionais de 
Nutricionistas, regula o seu funcionamento, e dá outras providências. 1978. Dispo-
nível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L6583.htm>. Acesso 
em: 1 ago. 2017.
BRASIL. Lei nº 6.206, de 7 de maio de 1975. Dá valor de documento de identidade às 
carteiras expedidas pelos órgãos fiscalizadores de exercício profissional e dá outras 
providências. 1975. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6206.
htm>. Acesso em: 1 ago. 2017.
BRASIL. Lei n. 5.276, de 24 de abril de 1967. Dispõe sobre a profissão de Nutricionista, 
regula o seu exercício, e dá outras providências. 1967. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L5276.htm>. Acesso em: 1 ago. 2017.
CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. 50 anos de regulamentação da profissão. 
2017a. Disponível em: <http://www.cfn.org.br/index.php/50-anos-de-regulamenta-
cao-da-profissao/>. Acesso em: 1 ago. 2017.
CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Quadro estatístico. 2017b. Disponível em: 
<http://www.cfn.org.br/index.php/estatistica/>. Acesso em: 1 ago. 2017.
CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Sobre o CFN. [2017c]. Disponível em: <http://
www.cfn.org.br/index.php/sobre-nos/>. Acesso em: 1 ago. 2017.
Regulamentação da profissão12http://portal.inep.gov/
http://www.planalto.gov.br/
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1980-1987/decreto-84444-30-janeiro-1980-
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L6583.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6206.
http://planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-1969/L5276.htm
http://www.cfn.org.br/index.php/50-anos-de-regulamenta-
http://www.cfn.org.br/index.php/estatistica/
http://www.cfn.org.br/index.php/sobre-nos/
Leituras recomendadas:
BANDUK, M. L. S.; RUIZ-MORENO, L.; BATISTA, N. A. A construção da identidade pro-
fissional na graduação do nutricionista. Comunicação Saúde Educação, v. 13, n. 28, p. 
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