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CONTESTAÇÃO - (verbas rescisórias; retificação CTPS; SD; intrajornada; FGTS; INSS; dano moral; 467 4677; ofícios, CPC; tutela de urgência)

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Flavio Galdino
	André Furquim Werneck
	Jordano Fernandes
	Monica Franco
	Daniel Araujo
	Sergio Coelho
	Isadora Almeida
	Roberta Maffei
	Victória de Azevedo
	Bruna Fortunato
	Rafael Pimenta
	Pablo Cerdeira
	Tomás Martins Costa
	Rafael Dantas
	Jeniffer Gomes
	Eduardo Takemi Kataoka
	Rodrigo Saraiva P. Garcia
	Vanderson Maçullo
	Manuela Coccarelli
	Maria Eduarda Scarpinelli
	Luiz Roberto Ayoub
	Luiz Eduardo Brito Chaves
	Júlia Danziger
	Paula Ocké
	Julia Cola
	Gustavo Salgueiro
	Thiago Gonzalez Queiroz
	Jacques Rubens
	Bianca Barros
	Paula Regina Brendolan
	Diogo Rezende de Almeida
	Yasmin Paiva
	Manoela Moreira
	Luíza Valle
	Ramon Barbosa Baptistella
	Rodrigo Candido de Oliveira
	Fernanda Medina Pantoja
	Lívia Tostes
	Thays Tagliari
	Giovanna Salviano Santos
	Cristina Biancastelli
	Dione Assis
	Amanda Frigerio
	Bruna Silveira
	Giovana Sosa Mello
	Isabel Picot França
	Isabela Rampini
	Sávio Capra
	Ana Paula Barbato
	Gabriel Fernandes Dutra
A
	Marcelo Atherino
	Luciana Machado
	Isabella Costa
	Jorge Luis Costa
	Ana Elisa Silva Correa
	Marta Alves
	Vanessa F. F. Rodrigues
	Raianne Ramos
	Fernanda Weaver
	
	Filipe Guimarães
	Milene Moreno
	Ana Gasparine
	Ana Beatriz Carmello
	
	Cláudia Maziteli Trindade
	Julianne Zanconato
	Felipe Perretti
	Bettina Wermelinger
	
	Pedro Murgel
	Ivana Harter
	Yuri Athayde
	Lucas Amaral
	
	Gabriel Barreto
	Beatriz Capanema
	Adelaide Porfirio
	Thiago Merhy
	
	Felipe Brandão 
	Luan Gomes
	Lucas Ferreira
	Gabriela Bellido
	
	Adrianna Chambô Eiger
	Claudia Tiemi Ferreira
	Leonardo Mattia
	Gabriela Burmeister
	
	Mauro Teixeira de Faria 
	Bruno Duarte
	Isabela Augusta Xavier
	Fernanda Drugowich
	
	Wallace Corbo
	Fernanda David
	Letícia Campanelli
	Gabrielle Mussauer
	
EXMO. SR. DR. JUIZ DA 46ª VARA DO TRABALHO DO RIO DE JANEIRO – 1ª REGIÃO
Proc. nº 0100821-50.2022.5.01.0046
CURY CONSTRUTORA E INCORPORADORA S.A., sociedade inscrita no CNPJ/MF sob o nº 08.797.760/0001-83, com sede à Rua Funchal, 411, 13º andar, conjunto 132-D, Vila Olímpia, CEP 04551-060, São Paulo - SP, vem, por sua representante legal, nos autos da reclamação trabalhista que lhe move PAULO PEDRO DA SILVA, apresentar CONTESTAÇÃO, pelas razões que passa a expor.  
DAS PUBLICAÇÕES E INTIMAÇÕES
1. Inicialmente requer se digne V. Exa. a determinar sejam as intimações, notificações, citações e publicações realizadas exclusivamente na pessoa da advogada MARTA CRISTINA DE FARIA ALVES, inscrita na OAB/RJ sob o nº 150.162, com escritório na Rua João Lira, nº. 144, Leblon, Rio de Janeiro, RJ, CEP 22.430-210, sob pena de nulidade.
DA INCOMPATIBILIDADE DO RITO UTILIZADO COM A LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
1. 
2. Compulsando os autos, observa-se que em 20/09/2022 o autor ingressou com reclamação trabalhista em face da ora contestante, requerendo a condenação desta última ao pagamento das verbas esmiuçadas na inicial.
 
3. Todavia, em 21/09/2022, foi proferido o despacho de id a14afb6, determinando a apresentação de defesa no prazo de 15 dias.
 
4. Ocorre, que o prazo de 15 dias contido na referida notificação não se aplica à Justiça do Trabalho, tendo em vista que essa Especializada possui procedimento próprio, conforme disposto nos arts. 847, 848 e 849 da CLT:
 
 Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes.        
       
Parágrafo único.  A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de processo judicial eletrônico até a audiência. 
 
 Art. 848 - Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o presidente, ex officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os litigantes.       
          
§ 1º - Findo o interrogatório, poderá qualquer dos litigantes retirar-se, prosseguindo a instrução com o seu representante. 
§ 2º - Serão, a seguir, ouvidas as testemunhas, os peritos e os técnicos, se houver. 
 
Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedida, independentemente de nova notificação. 
 
5. Visto que há norma processual trabalhista específica, não há que se falar em aplicação subsidiária do Código de Processo Civil, nos termos do art. 769 da CLT, pelo que descabe a regra insculpida no art. 335, I do CPC: 
 
Art. 335 do CPC. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data: 
 
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição; 
 
6. Além disso, o prazo para oferecimento da contestação contido no artigo 335 do CPC inicia-se da audiência de conciliação. 
 
7. Por uma questão de cautela, a fim de evitar prejuízos, apresenta a reclamada sua contestação, a qual deverá ser recebida por esse juízo e apreciada.
DOS FATOS
8. Da análise dos autos, observa-se que o reclamante pretende, por meio da presente ação, obter: (i) declaração de responsabilidade subsidiária; (ii) tutela de urgência; (iii) verbas rescisórias; (iv) retificação da CTPS; (v) seguro-desemprego; (vi) intervalo intrajornada; (vii) FGTS + 40%; (viii) INSS; (ix) indenização por dano moral; (x) aplicação das multas previstas nos arts. 467 e 477 da CLT; (xi) expedição de ofícios; (xii) honorários sucumbenciais e (xiii) gratuidade de justiça.
9. Sustenta, para tanto, que fora contratado pela 1ª Reclamada em 18/01/2017, para laborar como vigilante, tendo sua CTPS anotada apenas em 12/04/2019, sendo despedido em 19/07/2022, sem receber as verbas rescisórias. Afirma ter percebido como último salário o valor de R$ 1.584,54.
10. Afirma ter prestado serviços em favor da 3ª Reclamada durante a contratualidade, razão pela qual requer seja declarada sua responsabilidade solidária.
11. Entretanto, consoante se demonstrará a seguir, a pretensão do Reclamante não merece prosperar.
ESPECIFICAÇÃO DE PROVAS
12. A Reclamada, desde já, afirma ter interesse na produção de prova oral (depoimento pessoal do Autor e oitiva de testemunhas), relacionadas aos pedidos em cotejo.
13. Ainda que se entenda que é ônus da parte autora a prova de suas assertivas, o fato é que também se faz imprescindível a produção de contraprova.
14. Outrossim, manifesta seu interesse em levar testemunhas à audiência, na forma do art. 825, CLT.
DO JUÍZO 100% DIGITAL
15. 	A Contestante DISCORDA da tramitação da presente ação pelo “Juízo 100% Digital”.
PRELIMINARMENTE
DA IMPUGNAÇÃO À GRATUIDADE DE JUSTIÇA
16. Ignorando o Autor as disposições legais constantes no artigo 790, parágrafo 3º e 4º da CLT, requer lhe seja deferido o benefício da gratuidade de justiça, contudo, não atende aos requisitos previstos no referido diploma legal, uma vez que não comprovara a insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo, bem como, por não comprovar perceber valor inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
17. Vejamos o disposto no artigo 790, § 3º e 4º da CLT:
“Art. 790 – Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá às instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho.
(...)
§ 3º - É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que percebem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral da Previdência Social.
§ 4º - O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo”. (Grifos Nossos)
18. Ressalte-se que com a alteração trazida pela lei 13.467/2017, não cabe mais à parte tãosomente declarar sua hipossuficiência econômica. Cabe a esta, atualmente, comprovar com necessária robustez a insuficiência financeira capaz de afastar eventual condenação a ela imposta.
19. Desta forma, impõe-se o indeferimento do pedido de gratuidade de justiça.
INÉPCIAS DA INICIAL
20. Preliminarmente, argui a 3ª Ré a inépcia da petição inicial, visto que o Autor pleiteia a declaração de sua responsabilidade subsidiária, porém não indica o local nem o período da suposta prestação de serviços, ônus que certamente lhe incumbe por força do art. 818, I da CLT.
21. Assim, impõe-se a extinção do processo sem resolução do mérito, tendo em vista a inépcia da inicial, nos termos do art. 485, I c/c o art. 330, §1º, I, II e III do CPC.
DO MÉRITO
DA AUSÊNCIA DE RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA
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22. Pretende o Autor a responsabilidade subsidiária da 3ª Ré, sob a alegação de que lhe prestou serviços por intermédio da 1ª Reclamada, de modo que requer seja reconhecida a responsabilidade subsidiária daquela pelas verbas supostamente inadimplidas por esta última.
23. Resta, de qualquer forma, afastada a responsabilidade subsidiária, já que, como é de geral sabença, diz respeito tão somente à hipótese de uma empresa, denominada tomadora do serviço, contratar outra que tem por finalidade o fornecimento de mão de obra contínua, violando assim os artigos 10º §7º e artigo 5º -A §5º, da Lei 13.429
“Art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe vínculo de emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário.
(...)
§7º A contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer o trabalho temporário, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.” (NR)
“Art. 5º-A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços determinados e específicos.
(...)
§ 5º A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.”
24. Admitir, portanto, a responsabilidade da 3ª Ré por eventual inadimplemento da 1ª Reclamada sobre verbas trabalhistas quanto aos supostos funcionários desta importaria em flagrante violação aos mais elementares princípios que regem as relações contratuais e grave comprometimento da segurança jurídica.
25. De toda sorte, esclarece a Contestante que o Autor somente lhe prestou serviços nos meses de julho, setembro e outubro de 2021, além de janeiro, fevereiro, abril e junho de 2022, não reconhecendo prestação de serviços por período diverso.
26. Assim, ao contrário do que sustenta o Reclamante, nenhuma mácula pode ser atribuída ao negócio jurídico celebrado entre as empresas Rés, a ensejar qualquer responsabilidade da Contestante pelo pagamento de verbas trabalhistas ao Reclamante.
27. Destaca a ora Contestante que em caso de eventual procedência, o que se admite apenas a título de argumentação, deverá esta se limitar ao período de prestação de serviços efetivamente comprovado pelo Reclamante, conforme entendimento jurisprudencial abaixo:
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO AO PERÍODO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral. Considerando que o contrato de prestação de serviços entre as reclamadas se encerrou em 31/01/2019, justamente com a conclusão das obras, a responsabilidade subsidiária da segunda ré fica limitada ao período de 10/11/2017 a 31/01/2019.
(TRT-1 - RO: 01000018720205010341 RJ, Relator: CELIO JUACABA CAVALCANTE, Data de Julgamento: 24/11/2021, Nona Turma, Data de Publicação: 17/12/2021)
28. Em que pese a falta de elementos para a elaboração de defesa, considerando que a documentação pertinente ao contrato de trabalho do Reclamante, por certo, está em poder do 1º Reclamado, real empregador da parte autora, não se absterá a ora Contestante de demonstrar a ausência de plausibilidade das alegações aduzidas na inicial na tentativa de obter o pagamento de verbas indevidas. 
29. Por fim, reitera por extrema cautela, que no caso de eventual condenação da 3ª Ré, deverá ser considerado apenas o período de efetivamente comprovado pelo Autor, e ainda, esta somente poderá ser executada após esgotados todos os meios de execução em face da devedora principal, bem como de seus sócios.  
30. Dessa forma, espera a Ré o indeferimento do pedido.
DAS VERBAS RESCISÓRIAS E ENTREGA DE GUIAS
31. Pretende o Reclamante o pagamento de diferenças de verbas rescisórias, ao argumento de não tê-las recebido quando da dispensa. 
32. Cabe ao Reclamante, no entanto, comprovar suas alegações de que houve irregularidades por parte da Reclamada, ônus que lhe competia por força do art. 818, I da CLT, e do qual não se desincumbiu. 
33. Ademais, reitere-se que a ora Contestante, enquanto tomadora de serviços da 1ª Ré, não possuía qualquer ingerência sobre o contrato de trabalho do Autor, sendo certo que todos os trâmites rescisórios se deram junto à 1ª Reclamada, sua real empregadora.
34. Descabe, também, a indenização substitutiva da entrega da guia de seguro-desemprego e CD, eis que o Autor não demonstrou atender os requisitos insertos na lei 7998/90, em especial a de estar desempregado. 
35. De toda sorte, a entrega de guia pode ser substituída, sem prejuízo ao Autor, por expedição de alvará e ofício por este MM Juízo. Ademais, por se tratar de obrigação personalíssima da empregadora, não pode ser estendida tal penalidade à Contestante.
36. Outrossim, em face do deferimento da tutela de urgência quanto ao seguro-desemprego, requer a Contestante que eventuais valores percebidos pelo Autor sejam deduzidos em caso de condenação, sob pena de restar configurado bis in idem, além de enriquecimento ilícito da parte autora.
37. Desse modo, indevidas todas as parcelas vindicadas.
DA RETIFICAÇÃO DA CTPS
38. Sustenta o Autor ter sido admitido pela 1ª Ré em 18/01/2017, tendo sua CTPS anotada apenas em 12/04/2019, razão pela qual pretende a retificação da data de admissão na CTPS, bem como a integração de tal período para fins de cálculos rescisórios. 
39. No entanto, o Reclamante não trouxe aos autos nenhum elemento probatório capaz de confirmar suas alegações, sendo certo que tal ônus lhe competia por força do art. 818, I da CLT, do qual não se desincumbiu. 
40. Ademais, nega a ora Contestante que o Autor lhe tenha prestado serviços sem a devida anotação da CPTS pela 1ª Ré. 
41. Outrossim, na condição de tomadora de serviços, a 3ª Ré sequer possuía ingerência sobre o contrato de trabalho do Autor, sendo certo que todos os trâmites admissionais e rescisórios se deram junto à 1ª Ré, sua real empregadora. 
42. Improcede, portanto, o pleito autoral a tal título. 
DO INTERVALO INTRAJORNADA
43. Informa o Autor que usufruía de 15 a 20 minutos de intervalo para alimentação e descanso.
44. Contudo, novamente sem razão. 
45. A empresa Ré preza pelo bem-estar de todos os seus funcionários e colaboradores, sejam eles próprios ou terceirizados, sendo inadmissível que qualquer um deles não goze integralmente do intervalo intrajornada, tempo este deveras precioso para descanso e recomposição de energias. 
46. Deste modo, não comprovou o Reclamante seus argumentos, conforme dispõe o art. 818, I da CLT, ônus que lhe competia, o que inviabiliza o deferimento do pedido.
47. De toda sorte, veja-se que os cartões de ponto ora acostado dão conta do correto cumprimento de tal intervalo:
 
48. Sendo assim, requer-se o indeferimento do pedido em comento. 
49. Por cautela, e considerando que a presente demanda foi ajuizada após as alterações da Lei 13.467/2017,requer a Ré, caso seja deferido o intervalo como requerido, que se observe o tempo de gozo usufruído, condenando apenas ao pagamento do tempo suprimido, de forma indenizada, conforme previsto no artigo 71, parágrafo 4º da CLT: 
Art. 71 (omissis) 
(...)
§ 4º A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. 
50. Como se sabe, as horas extras decorrem do efetivo labor, enquanto o pagamento previsto no §4º do artigo 71 da CLT decorre da obrigação do empregador em compensar o obreiro dos malefícios causados pela ausência do intervalo intrajornada, necessário para a saúde do trabalhador, portanto, de natureza indenizatória, pois a norma é dirigida ao empregador, para que se abstenha de exigir, do empregado, a prestação de serviços no período do intervalo para descanso e alimentação.
51. Dessa maneira, não é possível a integração e diferenças provenientes do pagamento referente ao intervalo intrajornada. 
NÃO CONFIGURAÇÃO DA HIPÓTESE PREVISTA NOS ARTS. 467 E 477 DA CLT
52. Requer o reclamante a aplicação das multas previstas nos artigos 467 e 477 da CLT.
53. Não obstante, seguindo o entendimento dos Tribunais Regionais do Trabalho, como se sabe, não é possível a imputação ao tomador de responsabilidade quanto às penalidades em que incorreu o empregador, tais como as previstas nos artigos 467 e 477, § 8º, da CLT, diante da expressa vedação Constitucional de extensão da pena a terceiros.
54. Nesse sentido, imperioso aduzir ainda que Constituição da República consagrou, por meio de seu art. 5º, XLVI, 'c', o princípio da personificação das penas, que dispõe que "nenhuma pena passará da pessoa do condenado".
55. Ademais, a Reclamada não reconhece a parcela vincada na presente ação, não havendo suporte para aplicação através deste argumento, não obstante a interpretação restritiva da multa do art. 477, da CLT.
56. Veja-se, a propósito, o entendimento jurisprudencial acerca do tema:
“MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT. DIFERENÇAS RECONHECIDAS EM JUÍZO. Agravo de instrumento a que se dá provimento para determinar o processamento do recurso de revista, em virtude de possível violação do artigo 477 da CLT. RECURSO DE REVISTA . MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT. DIFERENÇAS RECONHECIDAS EM JUÍZO. O deferimento de diferenças das verbas rescisórias, decorrentes da integração de parcelas reconhecidas judicialmente, não enseja o pagamento da penalidade estabelecida no artigo 477, § 8º, da CLT. Precedentes. Recurso de revista de que se conhece e a que se dá provimento.
(TST - RR: 4186020105060012 418-60.2010.5.06.0012, Relator:
Cláudio Mascarenhas Brandão, Data de Julgamento: 02/10/2013, 7ª
Turma, Data de Publicação: DEJT 11/10/2013)
57. Com relação ao pedido do que trata o art. 467 da CLT, também deve ser julgado improcedente sendo que somente está autorizada em se tratando de verbas
incontroversas, o que definitivamente não é o caso dos autos, valendo conferir, as ementas abaixo selecionadas:
TRT-PR-18-01-2012 MULTA DO ART. 467 DA CLT – NÃO CONFIGURAÇÃO - INEXISTÊNCIA DE PARTE INCONTROVERSA DAS VERBAS RESCISÓRIAS. Incontroverso significa aquilo sobre o que não há dúvida, que é incontestável, certo, inconcusso. Daí se pode concluir que deve ser tido como incontroverso o que o empregador acaba confessando que deve, que não foi por ele pago o que, a toda evidência,
não é o caso dos autos. Sendo devidamente contestadas as pretensões da reclamante e necessitando de análise as questões suscitadas, verifica-se instaurada a controvérsia. Não há, portanto, como se aplicar a multa do art. 467 da CLT, pois é preciso ausência de animosidade sobre o ponto. Recurso da autora a que se nega provimento.
(TRT-9 4402009749908 PR 440-2009-749-9-0-8, Relator: SUELI GIL
EL-RAFIHI, 6A. TURMA, Data de Publicação: 18/01/2012)
58. Assim sendo, devem ser julgados improcedentes os referidos pleitos, sobretudo em relação à 3ª Ré, por diversos ângulos de análise.
59. Por fim, não cabe, em eventual aplicação da multa do contida no art. 467, da CLT, o cômputo sobre o FGTS.
DO FGTS + MULTA DE 40%
58. Requer o Autor seja a Contestante compelida a comprovar o correto recolhimento do FGTS e da multa rescisória de 40%, sob pena de indenização substitutiva.
59. Ora, veja-se que o Autor não comprova ter havido ausência de recolhimento de tais valores, ônus que lhe competia por força do art. 818 I, da CLT. Caberia ao Reclamante comprovar a ausência de recolhimento, bem como apontar eventuais diferenças. Este é o entendimento jurisprudencial nos autos do RO 00459-2006-041-12-00-7, senão vejamos: 
“DEPÓSITO DO FGTS. APONTAMENTO DE DIFERENÇAS. ÔNUS DA PROVA. A conta vinculada de FGTS é de livre acesso pelo titular. E recaindo suspeita de insuficiência ou incorreção nos valores depositados em sua conta de FGTS, poderão os Reclamantes, antes mesmo do ajuizamento da ação, requerer à CEF o extrato correspondente. Logo, cabe à parte autora apontar a existência de diferenças, em face do disposto no artigo 22, parágrafo primeiro, do Decreto nº 99.684-90 e no artigo 2º da Lei nº 8.406-92, eis que trata-se de fato constitutivo de seu direito (art. 818 da CLT c-c art. 333 do CPC).” 
60. Além disso, reitere-se que o Autor era empregado da 1ª Ré, sendo esta a responsável pelos recolhimentos do FGTS e da multa rescisória.
61. Outrossim, em face do deferimento da tutela de urgência quanto ao pedido em comento, requer a Contestante que eventuais valores percebidos pelo Autor sejam deduzidos em caso de condenação, sob pena de restar configurado bis in idem, além de enriquecimento ilícito da parte autora.
62. Improcede, portanto, o pleito autoral a este título.
DOS RECOLHIMENTOS PREVIDENCIÁRIOS
63. Requer a parte autora seja a Contestante compelida a comprovar os recolhimentos previdenciários realizados, sob pena de indenização substitutiva. 
64. Veja-se, porém, que o ônus de apontar eventual irregularidade em tais recolhimentos recai sobre o Autor, por força do disposto no art. 818, I da CLT, sendo certo que dele não se desincumbiu. 
65. Ademais, conforme exaustivamente exposto em linhas ao norte, a 1ª Ré era responsável por tais recolhimentos, enquanto real empregadora do Autor, de modo que nenhuma obrigação a tal título pode ser atribuída à ora Contestante. 
66. Nada a deferir, portanto. 
DO DANO MORAL
67. Pretende o Reclamante o pagamento de indenização por danos morais alegando que:
“Notória excelência que o não pagamento das comissões e demais valores recebidos “por fora” na TRCT da reclamante fere diretamente as diretrizes garantidoras trabalhistas, bem como um direito adquirido pelo esforço de seu trabalho.”
68. No caso em testilha, não há qualquer comprovação nos autos quanto às alegações do Autor. Tampouco comprovou este a prática de ato ilícito pela empregadora.
69. Como se sabe, é necessário comprovar não só o ato ilícito, mas, principalmente, o dano a ser reparado e o nexo casual com o suposto trabalho realizado em favor da Contestante.    Nada comprova o Reclamante, ônus que lhe competia por força do art. 818, I da CLT.  
70. Frisa-se que eventuais diferenças obtidas judicialmente, não têm como consequência lógica a obrigação de indenizar por dano imaterial, ainda que as parcelas rescisórias não lhe tenham sido pagas, não conduz ao recebimento da indenização pretendida.
71. Diante do exposto, não há que se falar em dano moral no caso em tela. Referente ao tema, aliás, o eminente Ministro MOREIRA ALVES definiu, com absoluta precisão, o conceito de dano moral e sua ressarcibilidade, in verbis:  
“O dano patrimonial é direto quando acarreta diretamente diminuição do patrimônio, como no caso de alguém, por ser atingido em sua honra, é demitido do empregado que ocupava, ou sofre prejuízos materiais pelo abalo de sal saúde. Mas em qualquer hipótese, é preciso que haja um dano patrimonialefetivo, e não apenas possível e eventual. E isso porque, em se tratando de dano patrimonial direto ou indireto, a consequência dele é o ressarcimento, e só se ressarce o que efetivamente se perdeu ou não se continuou a ganhar e não o que, eventualmente, com a ocorrência de outros fatos que nada tem a ver como o ato ilícito, se pudesse vir a ganhar." (in RTJ 85/565) “ 
72. Como se pode inferir dessa definição indenizatória por danos morais deve ter espeque num ato ilícito que causa danos a outrem. Não configurada tal hipótese, não se há que falar em indenização por dano moral.    
73. O Prof. YUSSEF SAID CAHALI, por sua vez, em sua obra “DANO MORAL”, Editora Revista dos Tribunais, 23ª edição, 23 Tiragem, pág. 702, adverte que: 
Como em qualquer área da responsabilidade civil, põe-se em evidência como pressuposto da obrigação de reparar o dano moral o nexo de causalidade entre a ação ou omissão voluntária e o resultado lesivo; neste sentido, aliás; a regra geral do art. 159 do CC." (gn) "   
(...) em sede indenizatória por danos patrimoniais e morais, mesmo levando-se em conta a teoria da distribuição do ônus da prova, a cabência desta está ao encargo do autor a provar o nexo causal constituidor da obrigação existindo causalidade jurídica, ausente está a relação de causa e efeito, mesmo porque actore non probante, reus absolvitur”. 
74. A Constituição Federal, no seu art. 5°, inciso X, conforme já mencionado, enumera as hipóteses protegidas contra o dano moral, como sendo honra, a imagem e a intimidade da pessoa. Daí, não poder o julgador realizar interpretação ampliativa do preceito constitucional para albergar a pretensão posta nesta demanda, na qual os autores não provaram qualquer dano, mormente o dano moral.   
75. Por não demonstrar de forma fundamentada a existência do alegado dano, a mera imputação, de forma simplista, afronta o citado dispositivo constitucional.  
76. Não obstante, há que se ressaltar, que no presente caso, a Reclamada é a tomadora do serviço, e em hipótese alguma pode ser condenada, ainda que de forma subsidiária ao pagamento de indenização por danos morais, já que não é a empregadora do Reclamante e sequer praticou qualquer ato ilícito, sob pena de violação ao art. 5, XLV da CRFB/88 .  
Art. 5º (...)  
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;  
77. E não é só! Eventual deferimento do pleito da maneira requerida, seria capaz de propiciar ao Autor enriquecimento sem causa, disciplinado no artigo 884 do Código de Processo Civil, utilizado subsidiariamente nesta justiça especializada.    
78. Por amor ao debate, na remota hipótese de procedência da indenização, espera a Reclamada a aplicação do art. 223-G, da CLT, a fim de observar os requisitos que ensejam o dever de indenizar, bem como os limites de valores inseridos no parágrafo primeiro, bem como sejam observados os princípios da razoabilidade e proporcionalidade no valor atribuído.   
79. Requer, outrossim, que sejam observados os princípios da razoabilidade e proporcionalidade no valor atribuído.   Por todas as razões expedidas, improcede o pedido de indenização por danos morais, eis que inexistente os requisitos essenciais. 
DA EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS
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81. Não há irregularidade passível de expedição de ofícios à Delegacia Regional do Trabalho, ao INSS ou ao Ministério Público do Trabalho. Note-se que a pretensão Autoral se esgota, caso deferida, com o pagamento das verbas pretendidas.
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS
82. Com relação aos honorários Advocatícios sucumbenciais pretendidos pela Reclamante, na remota hipótese de ser julgado procedente o pedido principal, requer a Reclamada, que estes sejam fixados em patamar mínimo, tendo em vista a ausência de complexidade da demanda. 
 
83. Sabe-se que quando do deferimento da verba pretendida, devem ser observados diversos critérios devidamente capitulados no artigo 791-A, § 2º da CLT, como “a natureza e a importância da causa” e “o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o serviço”. 
84. Neste sentido é o artigo consolidado: 
 
“§ 2º - Ao fixar os honorários, o juízo observará: 
I – o grau de zelo professional; 
II – o lugar de prestação de serviço; 
III – a natureza e a importância da causa; 
IV – o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço”. 
85. Desta feita, observa-se que o percentual declinado a compensação dos honorários advocatícios, deve ser congruente com a presente demanda que não envolve, evidentemente, questão da alta complexidade jurídica, caso seja julgado procedente a presente demanda, requer que os honorários sejam fixados em valor não superior à 5% (cinco por cento) do valor atribuído a causa. 
 
86. Além disso, em atenção ao princípio da isonomia (art. 5º caput da CF) deverá o Reclamante pagar honorários sucumbenciais ao patrono que subscreve a presente defesa, em caso de sucumbência total, ou parcial, no mesmo percentual acima aduzido.
LIMITAÇÃO DOS PEDIDOS
87. O art. 840, §1º, CLT  dispõe que o pedido deve ser certo, determinado e com indicação do seu valor: 
Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. 
 § 1o  Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a assinatura da reclamante ou de seu representante.   
88. É evidente que o propósito do legislador infraconstitucional, ao redigir o referido dispositivo legal, não tinha como única pretensão que o litigante liquidasse seus pedidos, para fins de adequação do rito processual, pois esse procedimento já era feito antes das alterações promovidas pela Lei nº 13.467/2017. 
89. A finalidade do legislador infraconstitucional era a de limitar a lide e a pretensão autoral, seja para fixação da reciprocidade da sucumbência, seja para limitar os efeitos da condenação. Entendimento em sentido contrário viola, flagrantemente, o princípio da congruência, esculpido no art. 492, CPC: 
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. 
90. Desse modo, em caso de procedência da ação, os valores eventualmente deferidos aa autora devem se limitar à quantificação por ele apresentada, sob pena de decisão ultra petita.
 
91. A jurisprudência milita favoravelmente à tese patronal: 
RECURSO DE REVISTA DA 1ª RECLAMADA. JULGAMENTO ULTRA PETITA. LIMITES DA CONDENAÇÃO. VALORES EXPRESSAMENTE INDICADOS NA PETIÇÃO INICIAL. Os foram apresentados de forma líquida. Desse modo, os valores principais apurados em liquidação não poderão ultrapassar os pedidos na inicial em cada título deferido, nos termos dos artigos 141 e 492 do CPC/2015. Precedentes. Recurso de revista que se conhece e que se dá provimento. (AIRR – 2354-08.2013.5.015.0096, Relatora Desembargadora Convocada: Cilene Ferreira Amaro Santos, 6ª Turma, Data de Publicação, 12.04.2019) 
92. Logo, pugna-se para que este D. Juízo, na remota hipótese de procedência do feito, limite à condenação aos valores liquidados pela autora em sua petição vestibular.  
DOS RECOLHIMENTOS FISCAIS E PREVIDENCIÁRIOS
93. Em relação aos recolhimentos fiscais espera a Ré seja aplicado o disposto no art. 46 da Lei n° 8541/92, haja vista que o imposto incidente sobre os rendimentos pagos em cumprimento de decisão judicial deverá ser “retido na fonte pela pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento, no momento em que, por qualquer forma, o rendimento se torne disponível para o beneficiário”.
94. Já no que concerne aos recolhimentos previdenciários, deverão ser observados os critérios insertos no art.276 do Decreto nº 3.048/1999, observando-se as quotas-parte do empregado e do empregador.
95. Em consonância com o exposto é o entendimento do C. TST, contido na Súmula 368:
DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. COMPETÊNCIA. RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO. FORMA DE CÁLCULO (redação do item II alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 16.04.2012) - Res. 181/2012, DEJT divulgado em 19, 20 e 23.04.2012
I - A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contribuições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário de contribuição. (ex-OJ nº 141 da SBDI-1 - inserida em 27.11.1998 )
II - É do empregador a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições previdenciárias e fiscais, resultante de crédito do empregado oriundo de condenação judicial, devendo ser calculadas, em relação à incidência dos descontos fiscais, mês a mês, nos termos do art. 12-A da Lei nº 7.713, de 22/12/1988, com a redação dada pela Lei nº 12.350/2010. 
III - Em se tratando de descontos previdenciários, o critério de apuração encontra-se disciplinado no art. 276, §4º, do Decreto n º 3.048/1999 que regulamentou a Lei nº 8.212/1991 e determina que a contribuição do empregado, no caso de ações trabalhistas, seja calculada mês a mês, aplicando-se as alíquotas previstas no art. 198, observado o limite máximo do salário de contribuição. (ex-OJsnºs 32 e 228 da SBDI-1 – inseridas, respectivamente, em 14.03.1994 e 20.06.2001).
DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA
96. No que se refere aos juros e correção monetária, considerando o tema pacificado pelo E. STF, em recente decisão proferida nos autos da Ação Direta de Constitucionalidade nº 58, tornou-se compulsória a aplicação do Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo Especial – IPCA-E somente na fase pré-judicial, sendo a partir do ajuizamento, aplicável tão somente a correção pela taxa SELIC.
97. Naquela decisão, restou definido que diante da omissão quanto aos índices de correção monetária e juros nas decisões já transitadas em julgado, também deve ser adotado o critério de atualização ali definido. Confira-se:
“Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente a ação, para conferir interpretação conforme à Constituição ao art. 879, § 7º, e ao art. 899, § 4º, da CLT, na redação dada pela Lei 13.467 de 2017, no sentido de considerar que à atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial e à correção dos depósitos recursais em contas judiciais na Justiça do Trabalho deverão ser aplicados, até que sobrevenha solução legislativa, os mesmos índices de correção monetária e de juros que vigentes para as condenações cíveis em geral, quais sejam a incidência do IPCA-E na fase pré-judicial e, a partir da citação, a incidência da taxa SELIC (art. 406 do Código Civil), nos termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Edson Fachin, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio. Por fim, por maioria, modulou os efeitos da decisão, ao entendimento de que (i) são reputados válidos e não ensejarão qualquer rediscussão (na ação em curso ou em nova demanda, incluindo ação rescisória) todos os pagamentos realizados utilizando a TR (IPCA-E ou qualquer outro índice), no tempo e modo oportunos (de forma extrajudicial ou judicial, inclusive depósitos judiciais) e os juros de mora de 1% ao mês, assim como devem ser mantidas e executadas as sentenças transitadas em julgado que expressamente adotaram, na sua fundamentação ou no dispositivo, a TR (ou o IPCA-E) e os juros de mora de 1% ao mês; (ii) os processos em curso que estejam sobrestados na fase de conhecimento (independentemente de estarem com ou sem sentença, inclusive na fase recursal) devem ter aplicação, de forma retroativa, da taxa Selic (juros e correção monetária), sob pena de alegação futura de inexigibilidade de título judicial fundado em interpretação contrária ao posicionamento do STF (art. 525, §§ 12 e 14, ou art. 535, §§ 5º e 7º, do CPC) e (iii) igualmente, ao acórdão formalizado pelo Supremo sobre a questão dever-se-á aplicar eficácia erga omnes e efeito vinculante, no sentido de atingir aqueles feitos já transitados em julgado desde que sem qualquer manifestação expressa quanto aos índices de correção monetária e taxa de juros (omissão expressa ou simples consideração de seguir os critérios legais), vencidos os Ministros Alexandre de Moraes e Marco Aurélio, que não modulavam os efeitos da decisão. Impedido o Ministro Luiz Fux (Presidente). Presidiu o julgamento a Ministra Rosa Weber (Vice-Presidente). Plenário, 18.12.2020 (Sessão realizada por videoconferência - Resolução 672/2020/STF).” (g.n.)
98. Desta forma, deverá ser aplicada a ADC 58 para fins de atualização, ou seja, IPCA-E na fase pré-judicial e Selic a partir da citação.
COMPENSAÇÃO/DEDUÇÃO
99. Ad cautelam, na remota e improvável hipótese de deferimento de alguma verba a Reclamante, requer sejam deduzidos/compensados os valores pagos pela Ré sob o mesmo título, a fim de se evitar o bis in idem e o enriquecimento ilícito, situações repudiadas nessa Justiça Especializada.
CONCLUSÃO
98. Por todo o exposto, requer sejam acolhidas as preliminares arguidas, declarando a extinção do feito sem resolução do mérito pela inépcia da inicial e, caso assim não se entenda, o que não se acredita e desde já se refuta, que sejam julgados improcedentes os pedidos autorais, condenando, ainda o Reclamante em custas e, eventualmente, nos honorários advocatícios de sucumbência.
100. 
101. Protesta pela produção de prova testemunhal, depoimento pessoal da autora e documental complementar, e informa que sua advogada receberá intimações no endereço constante no preâmbulo da presente peça de resistência.
Nestes termos,
Pede deferimento.
São Paulo, 14 de outubro de 2022
MARTA ALVES
OAB/RJ 150.162
REGINALDO SILVA
OAB/SP 481.863
Rio de Janeiro – Sede			Rio de Janeiro 			São Paulo		
Rua João Lira, 144			Av. Rio Branco, 138 – 10º andar		Av. Brigadeiro Faria Lima, 3900 / 11º andar / Conjunto 1102
22430-210 / Leblon			20040-002 / Centro			04538-132 / Itaim Bibi
Rio de Janeiro / RJ			Rio de Janeiro / RJ			São Paulo / SP
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