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aspectos históricos da saúde mental

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ASPECTOS HISTÓRICOS DA SAÚDE 
MENTAL
A ‘Casa de locos’ (Francisco de Goya y Lucientes - 1746-1828). 
A loucura ganha status de doença 
mental
• Na Europa com Foucault: A história da loucura na
idade clássica (1972):
– Até o século XV: explicações místicas e,
posteriormente, oriunda de aspectos morais;
– Século XVI: relacionada a sanidade (razão);
– Século XVII até XVIII: a grande internação na Europa
(enclausuramento da loucura);
– Fim do século XVIII: status de doença mental.
Surgem os manicômios
A loucura ganha status de doença 
mental: séc XVIII
• Hospital como instituição médica:
responsabilidade médica (Psiquiatria);
• Pinel (1793): desacorrenta os doentes e
surgem os alienados
– A loucura como doença:
“A loucura é um distúrbio das paixões e o seu 
tratamento deve reeducar uma mente alienada”.
• Primeira organização nosográfica das
alienações mentais.
Séc. XIX no Brasil
• Santas Casas de Misericórdia (RJ):
abrigamento compulsório;
• Segunda metade do século XIX: primeiros
estabelecimentos específicos para doentes
mentais:
– Hospício Pedro II (RJ) anexo à Santa Casa de
Misericórdia da Corte 2 (Decreto 82 de 1841:
funcionando até 1852 como Hospício Provisório);
– Nise da Silveira;
Nise da Silveira 
(Maceió, 1905 a Rio de Janeiro 1999)
• Hospital D. Pedro II (RJ, 1946): “Seção de Terapêutica
Ocupacional“ (ateliê de pintura e modelagem -
simbólico);
• Museu de Imagens do Inconsciente (RJ, 1952): estúdios
de modelagem e pinturas (esquizofrênicos);
• Casa das Palmeiras (RJ, 1952): clínica, reabilitação de
antigos pacientes de instituições psiquiátricas;
• Auxílio dos animais nas psicoterapias (Livro: Gatos, a
emoção de lidar, 1998): co-terapeutas;
• Pioneira na Psicologia Junguiana no Brasil:
– 1954: 1º contato – interesse por mandalas;
– 1968: Jung: vida e obra.
MUSEU DO INCONSCIENTE
As Reformas Psiquiátricas
• Cenário: Pós Segunda Guerra (séc. XIX e XX):
– Número de ex-combatentes sobreviventes elevado;
– Recursos precários diante da demanda de pacientes;
– Saída: explorar o potencial dos pacientes;
– Maior sistematização e dinâmica : diminuir situações
de abandono e violência.
A relação entre a Reforma Sanitária e a 
Reforma Psiquiátrica
• Década de 80 os dois movimentos juntos buscam
introduzir mudanças no sistema de saúde;
• 8 ª Conferência Nacional de Saúde (1986):
descentralização e criação de um sistema único de
saúde universal, igualitário, participativo,
descentralizado e integral.
• Constituição Federal Brasileira de 1988:
– Consolidação do preconizado como assistência a saúde: ações
de promoção, prevenção, cura e reabilitação
– Reconhecimento do direito e necessidade da participação da
comunidade na gestão do sistema (Conselho de Saúde);
Movimento de Luta Antimanicomial Déc.80
• 1987 1ª Conferência Nacional de
Saúde Mental (ICNSM):
– Priorização de investimentos nos serviços extra-hospitalares e
multiprofissionais: oposição à tendência hospitalocêntrica;
• No final de 1987: II Congresso Nacional do MSTM em
Bauru:
– Ampliação do sentido político-conceitual: Concretização do
Movimento de Luta Antimanicomial
• Projeto de Lei 3.657/89, conhecido como Lei Paulo
Delgado:
– obrigatória a comunicação oficial de internações feitas contra
a vontade do paciente oferecendo um instrumento legal de
defesa dos direitos civis dos pacientes
Primeiros hospícios públicos para 
alienados no Brasil [por Moreira, (1905) e Medeiros (1977)]
Província/Estado Ano Estabelecimento (município)
Rio de Janeiro 1852
1878
1890
Hospício de Pedro II (Rio de Janeiro)
Enfermaria de Alienados anexa ao Hospital São João Batista (Niterói)
Colônias de São Bento e Conde de Mesquita (Ilha do Governador)
São Paulo 1852
1864
1895
1898
Hospício Provisório de Alienados de São Paulo (Rua São João)
Hospício de Alienados de São Paulo (Chácara da Tabatingüera)
Hospício-colônia provisório de Sorocaba
Hospício-colônia de Juqueri (atual Franco da Rocha)
Pernambuco 1864
1883
Hospício de Alienados de Recife-Olinda (da Visitação de Santa Isabel)
Hospício da Tamarineira (Recife)
Pará 1873
1892
Hospício Provisório de Alienados (Belém, próximo ao Hospício dos Lázaros).
Hospício do Marco da Légua (Belém)
Bahia 1874 Asilo de Alienados São João de Deus (Salvador)
Rio Grande do Sul 1884 Hospício de Alienados São Pedro (Porto Alegre)
Ceará 1886 Asilo de Alienados São Vicente de Paula (Fortaleza)
Alagoas 1891 Asilo de Santa Leopoldina (Maceió)
Paraíba 1890 Asilo de Alienados do Hospital Santa Ana (João Pessoa)
Amazonas 1894 Hospício Eduardo Ribeiro (Manaus)
Minas Gerais 1903 Hospício de Barbacena
Paraná 1903 Hospício Nossa Senhora da Luz (Curitiba)
Maranhão 1905 Hospício de Alienados (São Luis do Maranhão)
“A história da nossa psiquiatria é a história de um 
processo de asilamento; é a história de um 
processo de medicalização social”. (Amarante, 
1994:74)
O Movimento de Luta Antimanicomial 
na Década de 90
• Em 1990, a Conferência Reestruturación de la Atención
Psiquiátrica en la Región, promovida pelas Organizações
Panamericana e Mundial de Saúde (OPS/OMS), Caracas:
– Proclama a necessidade premente de reestruturação imediata
da assistência psiquiátrica ( legislações de cada país):
a) Assegurar o respeito dos direitos humanos e civis dos pacientes
psiquiátricos;
b) Promover a reorganização dos serviços que garantam o seu
cumprimento: demarcar a crescente tendência internacional de
superação dos velhos modelos de psiquiatria e reforma psiquiátrica.
• O Brasil é signatário dessa Conferência, comprometendo-
se com seus objetivos.
O Movimento de Luta Antimanicomial 
na Década de 90
• Organização das Nações Unidas (ONU): “Princípios para
a proteção de pessoas com problemas mentais e para a
melhoria das Assistência à Saúde Mental”:
– Assegurar os direitos da pessoa portadora de sofrimento
mental, tratando-a, dessa forma, como cidadã.
2ª Conferência Nacional de Saúde 
Mental (1992)
• Grande representação dos usuários de serviços em 
saúde mental: ganha características mais definidas 
no campo sócio-político;
• Pedem o fim do manicômio através de equipamentos
e recursos não manicomiais como:
– Centro de atenção diária;
– Residências terapêuticas;
– Cooperativas de trabalho na rede pública de assistência à
saúde.
3ª Conferência Nacional de Saúde 
Mental (2001)
• Consolidação da Reforma Psiquiátrica como política de
governo conferindo aos CAPS papel estratégico para a
mudança do modelo assistencial;
• Determina que dia 18 de maio como Dia Nacional de
Luta Antimanicomial;
• Aprovação da “Lei da Reforma Psiquiátrica” (10.216/01 )
– Pacientes: pessoas portadoras de sofrimento psíquico e
portadores de transtornos mentais;
– Fim dos eletrochoques e dos leitos em hospitais psiquiátricos;
– Reinserção social das pessoas portadoras de sofrimento
psíquico.
Século XX: As Reformas Psiquiátricas
• Três grandes grupos de experiências de
transformação do Hospital Psiquiátrico:
1. Comunidade Terapêutica e Psicoterapia
Institucional;
2. Psicoterapia de Setor e Psiquiatria
Comunitária;
3. Antipsiquiatria e Psiquiatria Democrática.
1. Comunidade Terapêutica
• Maxwell Jones (Inglaterra, 1959): sistematização e
dinâmica (grupos de discussão);
• A idéia de tratar os grupos como se fossem um
"organismo psicológico“;
• Paciente aprender meios de superar as dificuldades
com o auxílio dos outros e relacionar positivamente
com outros.
• Objetivo: resgatar a função terapêutica do hospital,
fazendo que todos, e não apenas os técnicos
compartilhassem.
1. Psicoterapia Institucional
• Françoise Tosquelles (França, 1952): hospital de
Saint Alban com influências marxistas e
psicanalistas;
• Objetivos:
– Transversalidade de papéis institucionais e profissionais:
superação como espaço de segregação, a verticalidade
das relações e críticas ao poder médico;
– Reorganização interna da dinâmica psíquica;
2. Psiquiatria de Setor
• Lucien Bonnafé (França, 1945): levar a psiquiatria à
população;
• Objetivo: evitar ao máximo a segregação e o
isolamentodo doente;
• Uma terapia in situ: a passagem pelo hospital é uma
etapa transitória do tratamento;
• O hospital era dividido em vários setores, cada um
correspondendo a uma região da comunidade:
manter os hábitos e costumes de cada região na
população interna.
2. Psiquiatria Preventiva
• Gerald Caplan (EUA, 1960): teoria etiológica (a
linearidade do processo saúde/enfermidade);
• Objetivo: prevenção da doença mental através de
diagnóstico precoce;
– Prevenção primária: programas para reduzir (não curar)os
transtornos mentais de uma comunidade;
– Prevenção Secundária: Programas para reduzir a duração dos
transtornos mentais;
– Prevenção Terciária: Programas para reduzir a deterioração
que resulta dos transtornos mentais.
3. Antipsiquiatria
• Ronald Laing e David Cooper (Inglaterra, fim de
1950 e início de 1960): experiências da Comunidade
Terapêutica e Psicoterapia Institucional;
• Objetivo: busca um diálogo entre a razão e loucura,
enxergando a loucura entre homens e não dentro
do homem;
• O discurso do louco era valorizado como
denunciador de uma desordem existente no núcleo
familiar: loucura um fato social;
3. Psiquiatria Democrática
• Franco Basaglia (Itália, 1971): Substituição de
hospitais psiquiátricos por Centros de Saúde
Mental, funcionando 24 h por dia;
• Lei Basaglia 180/78 incorporada à lei italiana da
Reforma Sanitária: extinção dos manicômios na
Itália;
• Repercussão no Brasil (Rio de Janeiro, 1978:
movimento dos trabalhadores da Divisão Nacional de
Saúde Mental (DINSAM):
– Denúncias sobre as condições dos hospitais psiquiátricos ;
Os serviços de saúde mental 
substitutivos ao modelo manicomial
• Pluralidade de ofertas terapêuticas nos grandes hospitais
públicos: centros comunitários, hospitais-dia, clubes de
lazer, etc;
• CAPS como serviço de atenção diária, ambulatorial e
expressão criativa (Portaria nº 224, de 29 de janeiro de
1992 do Ministério da Saúde): maior sociabilidade e
desenvolvimento de potencialidades;
• Criação de residências terapêuticas (Portaria nº 106, de
11 de fevereiro de 2000): preocupação com a questão de
moradia de pacientes de longa permanência;
• Centros de Convivência, as Cooperativas de Trabalho;
Desinstitucionalizando...
• Sociedade;
• Movimentos sociais;
• Estado: conselhos setoriais;
• Meios de comunicação;
• Universidades;
Portadores de sofrimento 
Psíquico
"Os homens são tão necessariamente 
loucos, que não ser louco significaria ser 
louco de um outro tipo de loucura.” 
(Pascal, Pensamentos, nº 412)
Referências da tabela 1
• Medeiros, T. A. (1977). Formação do modelo
assistencial psiquiátrico no Brasil. Dissertação de
mestrado (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
• Moreira, J. (1905). Notícia sobre a evolução da
assistência a alienados no Brasil. Arquivos brasileiros
de psiquiatria, neurologia e ciências afins, 1(1): 52-98.
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