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Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA 
E SAÚDE MENTAL
Meu nome é Sueli Aparecida de Castro, sou enfermeira formada 
pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP-USP), possuo 
Especialização em Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental 
(EERP-USP), Doutorado em Ciências pela Escola de Enfermagem 
da Universidade de São Paulo (EERP-USP), Mestrado em 
Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental (EERP-USP), Formação 
Pedagógica em Enfermagem pelo Centro Universitário Barão de 
Mauá, Especialização em Educação na Saúde pelo Instituto Sírio-
Libanês de Ensino e Pesquisa e, atualmente, sou aluna do curso de 
Especialização em Micropolítica da Gestão e Trabalho em Saúde: Ênfase na Gestão 
Estadual, na Universidade Federal Fluminense. Trabalho no Departamento Regional de 
Saúde XIII como Articuladora da Atenção Básica e docente do Curso de Graduação em 
Enfermagem do Claretiano – Centro Universitário.
Claretiano – Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
claretiano.edu.br/batatais
Sueli Aparecida de Castro
Batatais
Claretiano
2017
ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA 
E SAÚDE MENTAL
© Ação Educacional Claretiana, 2017 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma 
e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o 
arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação 
Educacional Claretiana.
CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera • Cátia 
Aparecida Ribeiro • Dandara Louise Vieira Matavelli • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori 
Martins • Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • Patrícia 
Alves Veronez Montera • Raquel Baptista Meneses Frata • Simone Rodrigues de Oliveira
Revisão: Eduardo Henrique Marinheiro • Filipi Andrade de Deus Silveira • Rafael Antonio Morotti • Rodrigo 
Ferreira Daverni • Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia Maria de Sousa 
Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires Botta Murakami
Videoaula: André Luís Menari Pereira • Bruna Giovanaz • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso
Bibliotecária: Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
 
 
 
 
 
 
 
 
610.7368 C353e 
 
 Castro, Sueli Aparecida de 
 Enfermagem psiquiátrica e saúde mental / Sueli Aparecida de Castro – Batatais, SP: 
Claretiano, 2017. 
 124 p. 
 
 ISBN: 978-85-8377-546-1 
 
1. Enfermagem psiquiátrica. 2. Saúde mental. 3. Assistência de enfermagem. 4. Transtorno 
mental. I. Enfermagem psiquiátrica e saúde mental. 
 
 
 
 
 
 
 CDD 610.7368 
 
 
 
 
 
 
 
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental 
Versão: ago./2017
Formato: 15x21 cm
Páginas: 124 páginas
SUMÁRIO
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS ............................................................................ 13
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE ............................................................... 18
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 18
5. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 19
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSIQUIATRIA E SAÚDE 
MENTAL NO MUNDO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 23
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 23
2.1. AS CONCEPÇÕES SOBRE A LOUCURA .................................................... 23
2.2. A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA LOUCURA ............................................... 25
2.3. OS MODELOS DE ASSISTÊNCIA NO PÓS-GUERRA E AS REFORMAS 
PSIQUIÁTRICAS ........................................................................................ 31
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 37
3.1. AS CONCEPÇÕES DA LOUCURA ATRAVÉS DOS TEMPOS ...................... 37
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 37
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 39
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 40
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 40
UNIDADE 2 – HISTÓRIA E TRAJETÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL E 
DA ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 45
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 45
2.1. ORIGEM DA PSIQUIATRIA NO BRASIL ................................................... 45
2.2. AS NOVAS DIRETRIZES EM SAÚDE MENTAL .......................................... 53
2.3. DESAFIOS E AVANÇOS DA REFORMA PSIQUIÁTRICA ........................... 56
2.4. SURGIMENTO DO PAPEL DA ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA ............... 57
2.5. ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA NO BRASIL ............................................ 58
2.6. A ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO ..... 60
2.7. A ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA NA ATUALIDADE .......... 61
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 63
3.1. AS NOVAS DIRETRIZES EM SAÚDE MENTAL .......................................... 63
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 64
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 66
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 66
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 67
UNIDADE 3 – TRANSTORNOS DO PENSAMENTO E TRANSTORNOS 
DO HUMOR
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 73
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 74
2.1. CLASSIFICAÇÃO DOS TRANSTORNOS MENTAIS E COMPORTAMENTAIS 
DO CID-10 ................................................................................................. 75
2.2. TRANSTORNOS DO PENSAMENTO ........................................................ 76
2.3. TRANSTORNOS DO HUMOR ................................................................... 82
2.4. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ............................................................ 87
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 88
3.1. COMPREENDENDO O COMPORTAMENTO DO PORTADOR DEESQUIZOFRENIA E TRANSTORNO DO HUMOR ...................................... 88
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 89
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 91
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 91
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 92
UNIDADE 4 – TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE, TRANSTORNOS 
ALIMENTARES E DEPENDÊNCIA DE SUBSTÂNCIAS 
PSICOATIVAS, ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 95
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA ............................................................. 95
2.1. TRANSTORNO DE PERSONALIDADE....................................................... 95
2.2. TRANSTORNOS ALIMENTARES ............................................................... 104
2.3. TRANSTORNOS RELACIONADOS AO USO DE SUBSTÂNCIAS 
PSICOATIVAS............................................................................................. 106
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR ................................................................ 119
3.1. ARTICULAÇÃO TEORIA-PRÁTICA ............................................................ 119
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ....................................................................... 120
5. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 122
6. E-REFERÊNCIAS ................................................................................................ 122
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 122
7
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Conteúdo
A disciplina se inicia com o desenvolvimento histórico da psiquiatria e as Polí-
ticas de Saúde Mental. Aborda o atual contexto da assistência aos portadores 
de transtornos mentais, identificando as necessidades da pessoa, desenvol-
vendo ações terapêuticas através do relacionamento interpessoal, conhe-
cendo os diferentes transtornos e seu tratamento e cuidado de enfermagem. 
Enfermagem psiquiátrica: visão atual e tendência, Assistência/cuidado de 
enfermagem ao doente mental e familiares. Aplicação de metodologia siste-
matizada da assistência de enfermagem psiquiátrica. Uso de álcool e drogas.
Bibliografia Básica
SADOCK, B. J.; SADOCK, V. Compêndio de psiquiatria: ciências do comportamento e 
Psiquiatria Clínica. Porto Alegre: Artmed, 2007.
STUART, G. W. Enfermagem psiquiátrica: princípios e prática. 6. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2001.
WRIGHT, L. M; LEAHEY, M. Enfermeiras e famílias: um guia para avaliação e intervenção 
em família. 4. ed. São Paulo: Roca, 2009.
Bibliografia Complementar
DELGALARRONDO, P. Psicopatologia e Semiologia dos transtornos mentais. 2. ed. 
Porto Alegre: Artmed, 2008.
FUREGATO, A. R. F. Relações interpessoais terapêuticas na enfermagem. Ribeirão 
Preto: Scala, 1999.
HANUS, M.; MARCHAL, V. Psiquiatria e cuidados de enfermagem. São Paulo: Andrei, 
2003.
8 © Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
MARCOLAN, J. F.; RIBEIRO, R. C. B. Enfermagem em saúde mental e psiquiátrica: 
desafios e possibilidades do novo contexto do cuidar. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
STEFANELLI, M. C. (Org.). Enfermagem psiquiátrica em suas dimensões assistenciais. 
Barueri: Manole, 2008.
É importante saber
Esta obra está dividida, para fins didáticos, em duas partes:
Conteúdo Básico de Referência (CBR): é o referencial teórico e prático que deverá 
ser assimilado para aquisição das competências, habilidades e atitudes necessárias 
à prática profissional. Portanto, no CBR, estão condensados os principais conceitos, 
os princípios, os postulados, as teses, as regras, os procedimentos e o fundamento 
ontológico (o que é?) e etiológico (qual sua origem?) referentes a um campo de 
saber.
Conteúdo Digital Integrador (CDI): são conteúdos preexistentes, previamente se-
lecionados nas Bibliotecas Virtuais Universitárias conveniadas ou disponibilizados 
em sites acadêmicos confiáveis. É chamado "Conteúdo Digital Integrador" porque é 
imprescindível para o aprofundamento do Conteúdo Básico de Referência. Juntos, 
não apenas privilegiam a convergência de mídias (vídeos complementares) e a leitu-
ra de "navegação" (hipertexto), como também garantem a abrangência, a densidade 
e a profundidade dos temas estudados. Portanto, são conteúdos de estudo obrigató-
rios, para efeito de avaliação.
9© ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA E SAÚDE MENTAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
1. INTRODUÇÃO
Iniciaremos o estudo de Enfermagem Psiquiátrica e Saúde 
Mental, que consiste na contextualização do tema e apresen-
tação conceitual, indispensáveis para o aprofundamento nos 
estudos.
Contextualização da saúde mental no mundo
Há mais de 10 anos, a Organização Mundial da Saúde 
(OPAS; OMS, 2001) já declarava que cerca de 450 milhões de 
pessoas sofriam transtornos mentais e comportamentais, o que 
corresponde a 12% da carga mundial de doenças, e alertava so-
bre sua magnitude e consequências, demonstrando que eles são 
mais comuns entre pobres, idosos e pessoas expostas a fatores 
estressantes.
A OMS (2003) publicou que, até 2020, as condições crôni-
cas e os distúrbios mentais serão responsáveis por 78% da carga 
global das doenças nos países em desenvolvimento e cita oito 
elementos essenciais para aprimoramento dos serviços de saú-
de, tais como apoiar uma mudança de paradigma para o atendi-
mento de casos agudos e episódicos para o atendimento de con-
dições crônicas; gerenciar o ambiente político para que haja uma 
transformação favorável no tratamento das condições crônicas; 
fomentar o intercâmbio de informações, o consenso e o compro-
metimento político entre os envolvidos no processo; desenvol-
ver um sistema de saúde integrado; alinhar as políticas setoriais 
para a saúde, sendo que o sistema de saúde precisa estar ali-
nhado com as políticas da educação, trabalho, regulamentação 
agrícola e estruturas legislativas mais amplas; utilizar melhor a 
mão de obra da saúde; centralizar o tratamento no paciente e fa-
miliar; apoiar o paciente na comunidade e enfatizar a prevenção.
10 © Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Contextualização da saúde mental no Brasil
No Brasil, o Ministério da Saúde prevê que 23 milhões de 
pessoas necessitarão de algum atendimento em saúde mental 
contínuo e ou eventual, sendo que 3% desses sofrerão transtor-
nos graves e persistentes (BRASIL, 2008).
Para a organização da assistência psiquiátrica, no Brasil, 
foi promulgada a Lei 10.216 (BRASIL, 2001), que dispõe sobre os 
direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redi-
reciona o modelo assistencial em saúde mental, com ênfase na 
assistência extra-hospitalar e reabilitação psicossocial. Todavia, 
avaliações têm apontado para uma assistência limitada e com 
precárias articulações com os recursos comunitários (BRASIL, 
2003; CREMESP, 2010). Nessa perspectiva, entende-se que, em 
vez de criar circuitos paralelos e protegidos de vida para seus 
usuários, é necessário habitar os circuitos de trocas nos territó-
rios da sociedade. Isso leva o desafio da saúde mental para além 
do SUS, já que, para ser realizado, ele implica a abertura da so-
ciedade para a sua própria diversidade (BRASIL, 2013).
De acordo com os dados apresentados e a necessidade de 
ampliar as intervenções em saúde mental, considera-se que o 
cuidado em saúde mental na Atenção Básica é bastante estra-
tégico pela facilidade de acesso das equipes aos usuários e vice-
-versa. Por essas características, é comum que os profissionais 
de saúde se encontrem a todo o momento com pacientes em 
situação de sofrimento psíquico. No entanto, apesar de sua im-
portância, a realização de práticas em saúde mental na Atenção 
Básica suscita muitas dúvidas,curiosidades e receios nos profis-
sionais de saúde (BRASIL, 2013).
11© ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA E SAÚDE MENTAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Rede de Atenção Psicossocial
A Rede de Atenção Psicossocial (Raps) é instituída pela Por-
taria 3.088 (BRASIL, 2011), cujo objetivo é atender as pessoas 
com sofrimento psíquico ou transtorno mental e com necessida-
des decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas (BRASIL, 
2011). A Raps é composta pela Atenção Básica em Saúde; equi-
pe multiprofissional e com ações de promoção de saúde men-
tal, prevenção e assistência nos transtornos neuropsiquiátricos; 
Atenção Psicossocial Especializada; Equipe Matricial; Atenção de 
Urgência e Emergência; Atenção Residencial de caráter transitó-
rio; Atenção hospitalar em enfermaria especializada; Estratégias 
de desinstitucionalização; Serviços Residenciais Terapêuticos 
para inclusão social e Reabilitação Psicossocial, vinculada ao tra-
balho e renda por meio de cooperativas sociais (BRASIL, 2013).
Dentro do SUS, os Centros de Atenção Psicossocial estão 
organizados em diferentes modalidades de atendimento por 
complexidade, que representam a implementação da Reforma 
Psiquiátrica e tem assegurado a implementação da assistência 
especializada às pessoas com transtorno psiquiátrico, sendo 
constituídos por Centro de Atenção Psicossocial I (Caps I), Centro 
de Atenção Psicossocial II (Caps II), Centro de Atenção Psicosso-
cial III (Caps III), Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas 
(CapsAD) e Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi). Nes-
ses serviços, a equipe multiprofissional passa a ser a principal 
responsável pela construção de projetos terapêuticos singulares 
e pela consolidação e efetivação da reforma psiquiátrica, pauta-
da nos princípios da inclusão social e da humanização. Todavia, 
apesar de existir uma diversidade de equipamentos em saúde 
mental, torna-se necessária a superação da desarticulação entre 
eles, assim como com os demais serviços da saúde.
12 © Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
Para o Ministério da Saúde (MS), as ações em rede podem 
favorecer a continuidade da assistência, por isso a construção de 
redes é uma estratégia que poderá contribuir para o enfrenta-
mento dos problemas de saúde (BRASIL, 2009a).
Política Nacional de Humanização
A política nacional de humanização (PNH) estimula a comu-
nicação entre gestores, trabalhadores e usuários para construir 
processos coletivos de enfrentamento de relações de poder, tra-
balho e afeto que muitas vezes produzem atitudes e práticas desu-
manizadoras que inibem a autonomia e a corresponsabilidade dos 
profissionais de saúde em seu trabalho e dos usuários no próprio 
cuidado (BRASIL, 2003). Essa política tem o desafio de superar li-
mites e experimentar novas formas de organização dos serviços e 
novos modos de produzir e circular poder (BRASIL, 2009b).
Os valores que norteiam a PNH são a autonomia e o pro-
tagonismo dos sujeitos, a corresponsabilização, os vínculos e a 
participação coletiva nas práticas e saúde (BRASIL, 2009b)
A PNH aborda a inclusão de usuários e suas redes sociais e 
familiares nos processos de cuidado, pois essa nova concepção 
e consequente reordenação dos serviços reflete na potencializa-
ção da corresponsabilização do sujeito no seu autocuidado, ou 
seja, valoriza e incentiva sua atuação na produção de saúde, es-
timulando, assim, a sua autonomia (BRASIL, 2013).
O acolhimento é um modo de operar os processos de tra-
balho em saúde de forma a atender a todos que procuram os 
serviços de saúde através de uma postura capaz de acolher, es-
cutar e dar respostas adequadas aos usuários. É uma diretriz que 
compreende os componentes do acesso, da assistência e da re-
13© ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA E SAÚDE MENTAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
solutividade das necessidades e demandas do usuário dentro da 
perspectiva das RAS (BRASIL, 2013).
O vínculo é a relação pessoal estreita e duradoura entre o 
profissional de saúde e o paciente, permitindo, com o passar do 
tempo, que os laços criados se estreitem e os mesmos se conhe-
çam cada vez mais, facilitando a continuidade do tratamento, e 
consequentemente evitando consultas e internações desneces-
sárias. Essa relação requer a cooperação mútua entre as pessoas 
da família, da comunidade e os profissionais (BRUNELLO; PON-
CE; ASSIS, et al, 2010).
Assim, conclui-se que essa política direciona os profissio-
nais de saúde a assumirem uma prática voltada à escuta, capaz 
de sensibilizar o outro para que encontre em si razões próprias 
para ser corresponsável no seu tratamento, o que poderia refletir 
positivamente na adesão ao tratamento (CASTRO, 2015, p. 22).
2. GLOSSÁRIO DE CONCEITOS
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e 
precisa das definições conceituais, possibilitando um bom domí-
nio dos termos técnico-científicos utilizados na área de conheci-
mento dos temas tratados.
1) Alucinação: percepção sensorial falsa na ausência de 
um estímulo externo real; pode ter origem emocional 
ou química (drogas, álcool etc.) (TAYLOR, 1992, p. 413).
2) Anedonia: não ter prazer nem alegria na vida; perder 
toda a sensação de prazer originária de atividades que 
antes proporcionavam prazer (VIDEBECK, 2012, p. 506).
3) Catatonia: Agitação psicomotora com ausência ou ex-
cesso motor (VIDEBECK, 2012, p. 507).
14
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
© Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
4) Consciência: é o conjunto de fenômenos psíquicos que 
se apresentam na unidade de tempo e que permitem 
o conhecimento do próprio eu (self) e do mundo exte-
rior. É o conhecimento que temos de nossa existência, 
personalidade e do ambiente em que nos encontra-
mos (TEIXEIRA et al., 2001, p. 54).
5) Delírio: é uma falsa crença que não condiz com o nível 
de conhecimento do indivíduo e seu grupo cultural e 
resiste a argumentos lógicos e evidências contraditó-
rias. É claro que a pessoa age de modo coerente com 
seu delírio ou aquilo que julga ser verdade. Os delírios 
podem se manifestar de várias formas, sendo os mais 
comuns os de perseguição, grandeza, hipocondria, au-
toacusação, misticismo ou religioso, erótico e de trans-
formação corporal (TEIXEIRA et al., 2001, p. 56).
6) Desorientação alopsíquica: é a incapacidade do indi-
víduo de localizar-se no tempo (exemplo: mês e ano), 
espaço (exemplo: lugar onde se encontra) e identificar 
pessoas de seu relacionamento (exemplo: não reco-
nhecer parentes) (TEIXEIRA et al., 2001, p. 53).
7) Desorientação autopsíquica: é a incapacidade do indi-
víduo de fornecer dados sobre si mesmo – por exemplo: 
nome, filiação, profissão (TEIXEIRA et al., 2001, p. 53).
8) Discinesia tardia: efeito colateral neurológico irreversí-
vel e de surgimento tardio de efeitos de medicamentos 
antipsicóticos, marcado por movimentos anormais e 
involuntários. Caracterizado por contrações faciais, co-
reiformes ou movimentos atetoides dos braços, dedos, 
tornozelos e dedos dos pés e contrações tônicas do pes-
coço e músculos das costas (TAYLOR, 1992, p. 415).
15© ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA E SAÚDE MENTAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
9) Dissociação: método adaptativo em que a pessoa dis-
tancia a si própria, seu investimento emocional ou cer-
tos aspectos de sua personalidade das interações com 
o seu ambiente (IRVING, 1978, p. 268).
10) Ecolalia: é repetição automática de palavras e frases 
ouvidas pela pessoa e pronunciadas quase sempre 
com a mesma entonação, por imitação, em forma de 
eco (TEIXEIRA et al., 2001, p. 55).
11) Embotamento afetivo: grau máximo de indiferença 
afetiva. Perda da capacidade de experimentar emo-
ções/sentimentos. Pode ocorrer em fases tardias de 
quadros esquizofrênicos e demenciais (LIMA; TORRES; 
SMAIRA, 2002).
12) Estereotipias: repetição persistente e mecânica de 
uma atividade. Comum na esquizofrenia (TAYLOR, 
1992, p. 416).
13) Estupor: estado caracterizado pela ausência ou pro-
funda diminuição de movimentos espontâneos, provo-
cado por transtornos neurológicos ou psiquiátricos. No 
estuporcatatônico, a falta de conscientização é mais 
aparente do que real (TAYLOR, 1992, p. 416).
14) Fobia: medo anormal e irracional de um objeto ou si-
tuação, causado por um conflito emocional subjacente 
(IRVING, 1978, p. 269).
15) Fuga de ideias: salto verbal de uma ideia para outra, an-
tes que a ideia precedente tenha sido concluída. As ideias 
parecem ser contínuas, mas são fragmentadas e deter-
minadas por associações casuais (TAYLOR, 1992, p. 417).
16) Hipertimia: é a manifestação exagerada de sentimentos 
por estímulos que normalmente não seriam suficientes 
16 © Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
para despertá-lo (euforia, tristeza, egoísmo e egocen-
trismo, entre outros) (TEIXEIRA et al., 2001, p. 54).
17) Hipocondria: preocupação mórbida com as próprias 
funções corporais, preocupação excessiva com a pró-
pria saúde e medo de doenças (IRVING, 1978, p. 269).
18) Hipotimia: é a diminuição das manifestações afetivas 
(TEIXEIRA et al., 2001, p. 54).
19) Ideia: é uma representação na mente de um objeto 
ou ocorrência. Liga-se à inteligência lógica e aparece 
no indivíduo consciente. A apresentação das ideias na 
mente constitui o conteúdo do pensamento (TEIXEIRA 
et al., 2001, p. 55).
20) Labilidade emocional: é a incapacidade de controlar-se 
frente a estímulos mínimos, levando ao desencadeamen-
to de reações emocionais. Exemplo: há pessoas que riem 
e choram com a mesma facilidade e rapidez frente a uma 
determinada situação (TEIXEIRA et al., 2001, p. 54).
21) Logorreia: discurso aumentado, tendência a falar mui-
to, porém sem perda da sequência lógica (LIMA; TOR-
RES; SMAIRA, 2002).
22) Maneirismo: é a atitude afetada ou exagerada como 
forma de chamar a atenção (exibicionismo social). 
Pode ser percebida pela postura, mímica, gestos e for-
mas de expressão (TEIXEIRA et al., 2001, p. 54).
23) Mutismo: recusa em falar que está ligada a um distúr-
bio neurológico ou psicótico, não havendo causa orgâ-
nica (SILVA; SILVA; VIANA, 2009, p. 592).
24) Obnubilação: é o obscurecimento e turvação da cons-
ciência e pensamento. Exemplo: dificuldade em situar-se 
após uma crise convulsiva (TEIXEIRA et al., 2001, p. 54).
17© ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA E SAÚDE MENTAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
25) Paratimia: sentimentos inadequados – estupor emo-
cional, anestesia afetiva, estupidez, ambivalência afe-
tiva e indiferença afetiva (TEIXEIRA et al., 2001, p. 54).
26) Pensamento: é a representação das vivências da cons-
ciência humana, ou seja, seu conjunto de processos 
psíquicos (TEIXEIRA et al., 2001, p. 53).
27) Salada de palavras: mistura de palavras e frases que 
não apresenta um sentido compreensível ou coerência 
lógica, geralmente vista nos estados esquizofrênicos 
(TAYLOR, 1992, p. 422).
28) Saúde mental: estado relativo em vez de absoluto. Os 
melhores indicadores de saúde mental são o sucesso 
simultâneo no trabalho, no amor e criatividade, com 
uma capacidade para a resolução madura e flexível 
dos conflitos entre instintos, consciência, outras pes-
soas importantes e a realidade (TAYLOR, 1992, p. 422).
29) Sensopercepção: é a capacidade de tomar ciência dos 
objetos que se apresentam aos órgãos dos sentidos (au-
dição, fala, tato, gustação e visão), que nos informam 
sobre as sensações experimentadas, devendo ser inter-
pretadas corretamente e percebidas da mesma forma 
por outras pessoas (TEIXEIRA et al., 2001, p. 52).
30) Transtorno mental: doença com manifestações psi-
cológicas e comportamentais e/ou prejuízo no fun-
cionamento, provocadas por uma perturbação social, 
psicológica, genética, física/química ou biológica. O 
transtorno não está limitado às relações entre a pes-
soa e a sociedade (TAYLOR, 1992, p. 423).
18 © Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
3. ESQUEMA DOS CONCEITOS-CHAVE
O Esquema a seguir apresenta a organização da Rede de 
Atenção Psicossocial e os seus respectivos pontos de atenção.
Produção do Cuidado em Saúde mental 
Transtornos mentais 
Esquizofrenia 
Transtorno do humor 
Transtorno de personalidade 
Transtornos alimentares 
Dependência de substâncias 
psicoativas, álcool e outras drogas 
Cuidado 
Centrado na pessoa 
Produção de autonomia 
Corresponsabilização 
Atitude acolhedora e compreensiva. 
 
 
 
Abordagem terapêutica 
Farmacoterapia 
Terapias comportamentais 
Eletroconvulsoterapia 
Psicoterapias 
 
Determinantes 
Cultural/Social/Econômico 
Psicológico/genético 
Comportamental 
Funcionamento social 
 
Rede de Atenção 
Rede de Atenção/Atenção hospitalar 
Atenção Básica/Atenção Psicossocial 
Estratégias de desinstitucionalização 
Residências Terapêuticas/Urgência e 
emergência 
Atendimento residencial de caráter 
transitório 
 
Ações intersetoriais 
Garantir direitos 
Trabalho 
Moradia 
Educação 
Saneamento básico 
 
 
Papel do Enfermeiro 
Relacionamento Interpessoal 
terapêutico 
Promover ambiente terapêutico 
 
 
Figura 1 Elementos do papel de enfermagem psiquiátrica (STUART; LARAIA, 2001, p. 37).
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Glossário temático: gestão do trabalho e da educação na 
saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.
______. Secretaria de Atenção à Saúde. Política nacional de humanização da atenção 
e gestão do SUS. Redes de produção de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2009a.
19© ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA E SAÚDE MENTAL
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
______. Secretaria de Atenção à Saúde. Política nacional de humanização da atenção e 
gestão do SUS. Clínica ampliada e compartilhada. Brasília: Ministério da Saúde, 2009b.
______. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 3.088, de 23 de 
dezembro de 2011. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento 
ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras 
drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial [da] República Federativa 
do Brasil, Brasília, DF, 26 dez. 2011.CREMESP – 
CASTRO, S. A. Adesão ao tratamento psiquiátrico, após alta hospitalar: 
acompanhamento na rede de serviços de sáude. 2015. 138 f. Doutorado (tese). Escola 
de Enfermagemde Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2015.
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Avaliação dos Centros 
de Atenção Psicossocial (Caps) do estado de São Paulo. Coordenação Institucional de 
MAURO Gomes de Aranha de Lima. São Paulo, 2010.
IRVING, S. Enfermagem psiquiátrica básica. 2. ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 
1978.
OMS – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Cuidados inovadores para condições 
crônicas: componentes estruturais de ação. Brasília: OMS, 2003.
OPAS – ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DE SAÚDE; OMS – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL 
DA SAÚDE. Relatório sobre a saúde no mundo – saúde mental: nova concepção, nova 
esperança. Washington, 2001.
SILVA, C. R. L.; SILVA, R. C. L.; VIANA, D. L. Compacto dicionário ilustrado de saúde. 4. 
ed. São Caetano do Sul: Yends, 2009.
STUART, G. W.; LARAIA, M. T. Enfermagem psiquiátrica: princípios e prática. 6. ed. 
Porto Alegre: Artmed, 2001.
TAYLOR, C. M. Fundamentos de enfermagem psiquiátrica. 13. ed. Porto Alegre: Artes 
Médicas, 1992.
TEIXEIRA, M. B. et al. Manual de enfermagem psiquiátrica. São Paulo: Atheneu, 2001.
VIDEBECK, S. L. Enfermagem em saúde mental e psiquiatria. 5. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2012.
5. E-REFERÊNCIAS
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei 
nº 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas 
portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde 
20 © Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
CONTEÚDO INTRODUTÓRIO
mental. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 9 abr. 2001. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10216.htm>. 
Acesso em: 17 maio 2017.
BRASIL. Secretaria Executiva Coordenação Nacional de DST e AIDS. A política do 
Ministério da Saúde para a atenção integral a usuáriosde álcool e outras drogas. 
Brasília: Ministério da Saúde, 2003. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/politica_atencao_alcool_drogas.pdf>. Acesso em: 17 maio 2017.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de 
Atenção Básica. Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenças crônicas nas redes 
de atenção à saúde e nas linhas de cuidado prioritárias. Brasília: Ministério da Saúde, 
2013.
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de 
Atenção Básica. Saúde mental. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. (Caderno de 
Atenção Básica, v. 34). Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
cadernos_atencao_basica_34_saude_mental.pdf>. Acesso em: 17 maio 2017.
BRUNELLO, MEF; PONCE, MAZ; ASSIS, EG; ANDRADE, RLP; SCATENA, LM; PALHA et al. 
O vínculo na atenção básica: revisão sistematizada na literatura, Brasil (1998-2007). 
Acta Paul Enferm v.23, n.1, p.131-5, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002010000100021>. Acesso em: 28 maio 
2017.
LIMA, M. C. P; TORRES, A. R. SMAIRA, S. I. Glossário de termos de Psicopatologia. 
Disciplina de Psiquiatria Departamento de Neurologia e Psiquiatria Faculdade de 
Medicina de Botucatu – UNESP, 2002. Disponível em: <files.getaufc.webnode.com.
br/200000032-1948c1a428/Glossario_de_Termos_de_Psicopatologia.pdf>. Acesso 
em: 17 maio 2017.
21
UNIDADE 1
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSIQUIATRIA E 
SAÚDE MENTAL NO MUNDO
Objetivos
• Conhecer e compreender a origem da loucura e evolução histórica da Psi-
quiatria e saúde mental no mundo.
• Conhecer e compreender os modelos de assistências em saúde mental no 
mundo.
Conteúdos
• As concepções sobre a loucura.
• A institucionalização da loucura.
• Os modelos de assistência no pós-guerra e as reformas psiquiátricas.
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir:
1) Tenha sempre à mão o Glossário e suas ligações pelo Esquema de Con-
ceitos-chave, antes de iniciar os estudos de cada unidade, para facilitar a 
busca de conceitos para complementar a ampla abordagem das unidades 
desta obra.
2) Este conteúdo permitirá ao aluno compreender a influência das conjun-
turas social, econômica, política e cultural na construção do conceito e 
compreensão da loucura, pois esta dependerá da época, do lugar e das 
concepções científicas, religiosas e filosóficas.
22 © Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL NO MUNDO
3) Pesquise em livros, na internet, em jornais e outros recursos disponíveis a 
História da Psiquiatria e comente seus achados com os seus colegas. Lem-
bre-se: você é o maior responsável pela construção do seu conhecimento.
23© ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA E SAÚDE MENTAL
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL NO MUNDO
1. INTRODUÇÃO
A maneira de compreender os transtornos mentais hoje 
não é a mesma de séculos anteriores, e o mesmo se dá com a 
abordagem, o tratamento e a maneira de lidar com os seus por-
tadores. Essa transformação ocorreu em decorrência das mu-
danças de valores, culturas e dos avanços científicos que ocor-
reram na Medicina e em outras áreas da saúde, dentre muitos 
outros fatores.
Conhecer o passado é importante e necessário para refletir 
sobre o presente e, consequentemente, questioná-lo para vis-
lumbrar um futuro melhor para a assistência psiquiátrica e saúde 
mental. Vamos agora fazer uma viagem no mundo da Psiquiatria 
e saúde mental.
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O Conteúdo Básico de Referência apresenta de forma su-
cinta os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão 
integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteú-
do Digital Integrador.
2.1. AS CONCEPÇÕES SOBRE A LOUCURA
Os avanços foram muitos, porém a modificação do cenário 
do portador de transtorno mental vem ocorrendo lentamente, 
apoiada em muitos modelos assistenciais. Nessa perspectiva, 
será um bom exercício conhecer a diversidade de modelos de 
assistências que surgiram para mudar o panorama da “loucura” 
no mundo.
24 © Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL NO MUNDO
O tema loucura sempre intrigou as pessoas e, por isso, na 
tentativa de compreendê-la e explicá-la, houve diferentes inter-
pretações e, consequentemente, variadas formas de tratar, lidar 
e olhar a loucura, as quais foram se modificando ao longo do 
tempo.
A assistência em saúde ultrapassou o paradigma asilar 
para construir um novo paradigma, denominado paradigma anti-
manicomial. A crítica ao paradigma asilar surgiu em decorrência 
do seu enfoque na doença, quando deveria direcionar a atenção 
à existência complexa e concreta do sujeito em seu ambiente 
social: “É este conjunto que é preciso desmontar, (desinstitu-
cionalizar)...” (ROTELLI; LEONARDIS; MAURI, 2001, p. 28). Essa 
maneira de compreender o modelo até então vigente tomou di-
mensões ainda maiores e, em resposta às críticas deflagradas em 
vários países do mundo a respeito da assistência psiquiátrica, a 
loucura tem deixado de ser vista apenas como uma disfunção 
biopsicológica para se inserir no plano social, exigindo ações efe-
tivas para transformar este cenário (BRASIL, 2005; OMS, 2006).
Diante da complexidade histórica da Psiquiatria e da com-
preensão sobre a “loucura”, é necessário compreender como 
ocorreu a sua evolução, ao longo dos tempos, para alcançar esse 
novo paradigma, que ainda está em construção. Dessa forma, 
abordaremos a visão da loucura pela sociedade desde a Antigui-
dade até os dias atuais; para isso, faremos uma breve retrospec-
tiva desse caminho até a contemporaneidade.
Na Antiguidade clássica, houve rompimento entre o mís-
tico e o racional, e a loucura foi se afastando do seu papel de 
portadora da verdade e caminhou em uma direção oposta. Nes-
se período, a loucura já não é mais porta-voz da verdade divina 
25© ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA E SAÚDE MENTAL
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL NO MUNDO
e, em pouco tempo, passará a ocupar o lugar de representante 
simbólico do mal (SILVEIRA; BRAGA, 2005).
Na Grécia Antiga, a loucura era interpretada como mani-
festação divina, segundo a perspectiva de Hipócrates e Platão. 
Nesse período, a experiência com a loucura nem sempre foi 
considerada algo negativo, muito menos uma doença. Pelo con-
trário, o que era dito pelo louco era ouvido como um saber im-
portante, capaz de alterar os acontecimentos, de interferir no 
destino dos homens. Nesse ambiente, a loucura teve a possibi-
lidade de exprimir-se, não sendo necessária a sua exclusão, pois 
era instrumento que permitia compreender as mensagens divi-
nas (SILVEIRA; BRAGA, 2005).
2.2. A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA LOUCURA
A Idade Média foi assombrada pela peste, lepra e, tam-
bém, pelo medo de ameaças de outro mundo. Nesse período, 
a loucura era vista como expressão das forças da natureza e a 
humanidade acreditava que os loucos entravam em contato com 
o estranho para entender seus mistérios, todavia os sentimen-
tos eram ambíguos, marcados, ao mesmo tempo, pela atração 
e terror do insano (ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM 
VENÂNCIO, 2003, p. 13-14). A partir de então, a loucura já não 
é mais porta-voz da verdade divina e, em pouco tempo, passará 
a ocupar o lugar de representante simbólico do mal (SILVEIRA; 
BRAGA, 2005).
É importante ressaltar que a igreja contribuiu fortemente 
para a repressão dos diferentes, por meio da Santa Inquisição, 
caracterizada pela perseguição religiosa aos hereges.
26 © Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL NO MUNDO
No início do século 16, os espaços destinados aos leprosos 
foram preenchidos pelos portadores de doenças venéreas e, sob 
influência do modo de internamento, tal como se constituiu no 
século 17, esse mal foi controlado, mas se estabeleceu, ao lado 
da loucura,num espaço de exclusão (MILLANI; VALENTE, 2008). 
Entretanto, somente a partir do século 17, a loucura foi relacio-
nada a reações de divisão, exclusão, purificação, mas ainda não 
considerada doença mental (BARROS; BICHAFF, 2008).
As casas de internamento eram verdadeiros cárceres que 
aprisionavam portadores de doenças venéreas, mendigos, va-
gabundos, bandidos, loucos e todos aqueles que ameaçavam a 
ordem e organização moral. Essas instituições surgiram com a fi-
nalidade de corrigir e controlar os ociosos, no intuito de proteger 
a sociedade de possíveis revoltas, porém, na prática, realizava a 
punição dos internos, a fim de manter o equilíbrio e evitar a ten-
são social (MILLANI; VALENTE, 2008).
A evolução do pensamento da exclusão da loucura, no sé-
culo 17, esteve restrita quase que exclusivamente a França, In-
glaterra e Alemanha, e posteriormente multiplicou-se por toda 
a Europa, onde foram criados grandes espaços de internamento, 
denominados Hospitais Gerais. Essas instituições ainda estavam 
bem longe do conceito que hoje temos da palavra hospital, pois 
“seu funcionamento, ou em seus propósitos, o Hospital Geral 
não se assemelha a nenhuma ideia médica” (FOUCAULT, 2000, 
p. 50). Foram instituições criadas pelo Estado com o objetivo de 
combater os males sociais e de acolher loucos, marginalizados, 
pervertidos, miseráveis, delinquentes e outros. No entanto, sua 
importância para a história da Psiquiatria remete ao fato de que 
foi a partir desse momento que o louco se viu separado da socie-
dade de forma sistemática (AMARANTE, 1995).
27© ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA E SAÚDE MENTAL
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL NO MUNDO
Na Idade Média, já existiam mecanismos de exclusão do 
louco, mas, até então, ainda não se percebe
[...] a loucura como um fenômeno que requeira um saber espe-
cífico, pois os primeiros estabelecimentos criados para circuns-
crever a loucura destinavam-se simplesmente a retirar do con-
vívio social as pessoas que não se adaptavam a ele (SILVEIRA; 
BRAGA, 2005, p. 593).
No entanto, as transformações sociais do século 18 modi-
ficam esse quadro e a experiência da desrazão desaparece: com 
o início das estruturas que formarão a sociedade capitalista, a 
população passa a ser vista como produtora de riqueza seja na 
condição de força para o trabalho, ou como massa consumidora 
(PEIXOTO; BERTANI, 2010).
Com o advento do mercantilismo, os improdutivos (crian-
ças abandonadas, velhos, mendigos, portadores de doenças ve-
néreas e loucos) passaram a ser encarcerados, pois não podiam 
contribuir para o crescimento da economia e o consumo, o que 
caracterizou a repressão não mais pela questão religiosa, mas 
sim pelo determinante econômico. Esses locais de internação 
caracterizaram-se como depósitos humanos, os quais demanda-
vam trabalhos forçados que serviam para eliminar o ócio, e cujo 
objetivo não era o tratamento, mas a disciplina (ESCOLA POLI-
TÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM VENÂNCIO, 2003, p. 13-14).
Os hospitais, até o século 18, confundiam-se com alber-
gues para pessoas doentes, que não tivessem alguém que se 
responsabilizasse por seu cuidado. Os hospitais das Irmandades 
das Santas Casas de Misericórdia acolhiam e albergavam esses 
doentes em condições sanitárias muito más, mesmo para aquele 
momento histórico-social.
28 © Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL NO MUNDO
O internamento, na época clássica, não punha em ques-
tão as relações da loucura com a doença, mas “as relações da 
sociedade consigo própria, com o que ela reconhece ou não na 
conduta dos indivíduos”, no sentido de impor a ordem pública, 
limpando a sociedade (FOUCAULT, 1975, p. 79).
Nesse período, a loucura passou a ser compreendida como 
o reverso da razão e precisa ser domesticada e corrigida (FOU-
CAULT, 1978, p. 39).
Silveira e Braga (2005) relatam que, apesar de se perceber 
que desde a Idade Média já existiam mecanismos de exclusão 
do louco, ainda não é nesse momento que a loucura vai ser per-
cebida como um fenômeno que requeria um saber específico, 
pois os primeiros estabelecimentos criados para circunscrever a 
loucura destinavam-se simplesmente a retirar do convívio social 
as pessoas que não se adaptavam a ele. Somente no próximo 
período histórico é que se transformará essa relação (SILVEIRA; 
BRAGA, 2005, p. 593).
Entre o fim do século 18 e início do 19, houve avanço do 
conhecimento científico e da consciência social, influenciados 
pela Revolução Francesa e pelos avanços científicos da Revolu-
ção Industrial, que influenciaram a medicina a tomar a forma 
atual. Consequentemente, a assistência aos doentes mentais se 
tornou médica (MIRANDA-SÁ JR., 2007).
A Revolução Francesa, em 1789, provocou mudanças no 
internamento, o qual passou a ser visto como medida econômica 
inviável; consequentemente, os internos precisavam ser absor-
vidos pela economia. Com isso, os internos pobres passaram a 
ser inseridos, por questões econômicas, na sociedade da qual 
haviam sido anteriormente excluídos, retornando ao convívio fa-
miliar e social, ao contrário daqueles que ainda representavam 
29© ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA E SAÚDE MENTAL
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL NO MUNDO
risco e perigo à sociedade, os quais continuaram coagidos, longe 
de desfrutarem a liberdade (MILLANI; VALENTE, 2008).
Portanto, no final do século 18, o internamento deixou de 
almejar a repressão e passou a buscar a libertação, o que, a prin-
cípio, contribuiu para o fim do internamento e o surgimento dos 
asilos (MILLANI; VALENTE, 2008).
A partir de Pinel, diretor do hospital Bicêtre, na França, 
difundiu-se uma nova concepção de loucura que reagiu contra a 
situação dos loucos nas casas de internação, instituindo a doen-
ça mental e o seu doente (BARROS; BICHAFF, 2008).
Surgiu na França, com a reforma patrocinada por Pinel, 
diretor do Hospital Bicêtre, em 1793, uma nova concepção de 
loucura e que foi instituída por Esquirol, a qual serviu de mode-
lo para as transformações na assistência psiquiátrica de todo o 
mundo ocidental. Foi quando a assistência aos doentes mentais 
se transformou em responsabilidade médica e estatal. No Brasil, 
surgiu a assistência psiquiátrica pública, segundo os valores da 
época (MIRANDA-SÁ JR., 2007).
A possibilidade de reunir os loucos em um mesmo espaço, 
para conhecê-los e tratá-los, permite o nascimento da Psiquia-
tria, pois reserva um espaço médico para os alienados e torna a 
internação uma medida de caráter médico do Tratamento Moral 
(BARROS; BICHAFF, 2008).
No início do século 19 (1801), Philippe Pinel, psiquiatra 
francês, publicou seu Tratado médico-filosófico – Sobre a Aliena-
ção Mental. O tratado modificou definitivamente o olhar sobre a 
loucura e consagrou uma nova especialidade médica, que mais 
tarde iria se chamar Psiquiatria (ÁLVAREZ, 2008).
30 © Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL NO MUNDO
Pinel reuniu três dimensões que constitui a síntese do alie-
nista: a classificação do espaço institucional, o arranjo nosográfi-
co das doenças mentais e a imposição de uma relação específica 
de poder entre médico e doente (CASTEL, 1995).
Pinel desenvolveu a noção de que a loucura não é irreme-
diável, mas sim uma patologia que pode ser reduzida ou elimina-
da mediante um tratamento adequado. Os alienados passaram 
a ser recolhidos em locais próprios, asilos, onde receberiam, no 
mínimo, auxílio médico e atividades terapêuticas. Ele constatou, 
por meio de autópsias, que existiam lesões cerebrais em indiví-
duos considerados normais e ausência de tais lesões em aliena-
dos, logo, era preciso estudar e compreender as causas afetivas 
da alienação (BERCHERIE, 1989).
A nosografia pineliana foi representada pela mania (delí-
rio generalizado); melancolia (estado afetivo de tristeza ou agi-
tação); demência (perda do pensamento coerente e ordenado) 
e idiotismo (perda das faculdadesintelectuais ou afetivas, po-
dendo ser congênita ou adquirida, transitória ou permanente) 
(ÁLVAREZ, 2008).
O conceito de alienação mental está pautado no tratamen-
to moral da loucura, que tenta traçar um limite entre o certo 
e o errado. O conceito de alienação mental foi o principal ins-
trumento que permitiu separar os loucos dos outros excluídos 
da vida em sociedade – alcoólatras, prostitutas, desempregados 
etc. (ÁLVAREZ, 2008).
Desde Pinel, pouco se evoluiu na abordagem ao doente 
mental, prevalecendo a exclusão do mesmo em relação ao meio 
social. Por isso, ao final da Segunda Guerra Mundial, os hospitais 
estavam superlotados e em precárias condições, mas, devido à 
necessidade de mão de obra para reconstrução dos países no 
31© ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA E SAÚDE MENTAL
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL NO MUNDO
pós-guerra, iniciaram-se tentativas para a transformação do ce-
nário dos hospitais psiquiátricos. Como desdobramento, transfe-
riu-se o objeto da atenção assistencial da doença para o doente, 
ou seja, deixou-se o tratamento e a cura para a promoção da 
saúde mental por meio da adaptação social (ESCOLA POLITÉCNI-
CA DE SAÚDE JOAQUIM VENÂNCIO, 2003, p. 22).
2.3. OS MODELOS DE ASSISTÊNCIA NO PÓS-GUERRA E AS RE-
FORMAS PSIQUIÁTRICAS
Os principais movimentos reformistas foram as comunida-
des terapêuticas, o Movimento da Antipsiquiatria (Inglaterra), a 
Psiquiatria de Setor (Franca), a Psiquiatria Democrática Italiana e 
a Psiquiatria Comunitária ou Preventiva (Estados Unidos) (PITTA-
-HOISEL, 1984).
A filosofia da comunidade terapêutica baseava-se na de-
mocratização das relações e estimulava a participação de todos 
na organização das atividades, na administração do hospital e 
no aspecto terapêutico. Nessa proposta, também, valorizava-se 
o trabalho, o qual era considerado muito importante para a re-
cuperação dos pacientes (ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOA-
QUIM VENÂNCIO, 2003, p. 23).
Essa proposta foi um tipo de solução para os problemas 
de transformação das instituições psiquiátricas, que se tornaram 
mais modernas (ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM VE-
NÂNCIO, 2003, p. 23), porém o objetivo maior, que era a reinser-
ção dessas pessoas na comunidade externa, não foi alcançado, 
pois a comunidade não as absorveu.
Na década de 1960, ainda na Inglaterra, o movimento de-
nominado Antipsiquiatria iniciou-se com os trabalhos de Laing e 
32 © Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL NO MUNDO
Cooper, que afirmavam a necessidade de prestar mais atenção 
às influências nocivas que a sociedade e a família exercem sobre 
o doente. Muitos representantes opuseram-se à existência dos 
hospitais psiquiátricos, os quais, segundo Amarante, reprodu-
ziam “as mesmas estruturas opressoras e patogênicas da organi-
zação social, fortemente manifestadas na família” (AMARANTE, 
2007, p. 53).
Essa experiência questionou o conceito de doença mental, 
a prática terapêutica, as relações entre os profissionais e doen-
tes e buscou mostrar que a Psiquiatria não estava respondendo 
aos problemas originados da doença mental e contestou a vali-
dade da ciência médica para resolver os transtornos psiquiátri-
cos. Além disso, valorizava os aspectos sociopolíticos na deter-
minação das enfermidades e contestava o saber da Psiquiatria 
(ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM VENÂNCIO, 2003, p. 
25-26).
A Antipsiquiatria busca um diálogo entre a razão e loucura, 
enxergando a loucura entre homens e não dentro do homem. Foi 
feita uma crítica à nosografia, com a denúncia de cronificação da 
instituição asilar, e considerou-se a procura voluntária do trata-
mento psiquiátrico uma imposição do mercado ao indivíduo que 
se sente isolado da sociedade (AMARANTE, 1995, p. 47).
Na França, na década de 1960,surgiu a Psiquiatria de Se-
tor, cujo objetivo era levar a Psiquiatria à população para impe-
dir a segregação e o isolamento do doente. Na prática, o setor 
baseava-se na divisão em áreas geográficas com aproximada-
mente 6.700 habitantes, no interior das quais uma equipe com 
psiquiatras, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais deveria 
assumir a assistência. No território, foram construídas estruturas 
psiquiátricas que se articulavam com os hospitais psiquiátricos, 
33© ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA E SAÚDE MENTAL
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL NO MUNDO
os quais também foram divididos em setores, de acordo com a 
divisão da região e se articulavam, mas como um último recurso 
(PITTA-HOISEL, 1984).
A internação em hospital psiquiátrico deveria ser vista 
como um evento transitório. O hospital psiquiátrico, nessa con-
cepção, foi dividido, as comunidades, esquadrinhadas, e cada 
divisão hospitalar correspondia a uma área geográfica e social 
da comunidade. Em cada área havia uma equipe de saúde men-
tal e instituições extrahospitalares, para assegurar o tratamento 
(AMARANTE, 1995, p. 77).
Essas equipes atuariam, segundo as demandas locais, rea-
lizando ações de prevenção e tratamento das doenças mentais e 
adotando medidas de continuidade terapêutica após a alta hos-
pitalar, de forma a evitar a internação ou reinternação (RIBEIRO, 
2004).
A proposta francesa não eliminou o recurso do hospital 
psiquiátrico, pois este deveria ser o último recurso, entretanto a 
lógica psiquiátrica estendeu-se mesmo fora dos limites do mani-
cômio (BARROS, 1994, p.50).
A Psiquiatria Comunitária surgiu nos Estados Unidos do 
cruzamento da Psiquiatria de Setor e da Comunidade Terapêuti-
ca, também ficando conhecida como Saúde Mental Comunitária, 
na década de 1960, com Geral Caplan, cujo objetivo foi tanto 
o tratamento da doença mental, quanto a promoção da saúde 
mental e substituiu o foco da doença mental para a saúde mental 
(HEIDRICH, 2007). Nesse período, o movimento reformista havia 
regredido devido aos custos elevados decorrentes do aumento 
da equipe psiquiátrica, da manutenção do número de doentes e 
da cronificação da doença (ROCHA, 1994, p. 19).
34 © Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL NO MUNDO
Dentre as inovações trazidas pelo modelo da Psiquiatria 
Comunitária, podemos destacar as seguintes: o caráter preven-
tivo, o trabalho em equipe multidisciplinar e a intersetorialida-
de (integração e articulação com outros setores da sociedade). 
A fonte teórica dessa experiência era o preventismo de Caplan, 
que afirmava ser necessário prevenir e/ou detectar a doença 
precocemente, a fim de evitar seu agravamento e, assim, evitar 
os males sociais (AMARANTE, 1995, p.37).
Esse modelo de Psiquiatria tem como objetivo reduzir a 
doença mental nas comunidades por meio do mapeamento e da 
identificação das pessoas “potencialmente doentes”. Empenha-
-se em buscar, na comunidade, os “suspeitos” que são identifi-
cados por questionários elaborados pela equipe profissional e 
seus resultados indicavam possíveis candidatos ao tratamento 
psiquiátrico (AMARANTE, 1995, p. 37).
A prática terapêutica defende uma terapia ativa, que tenha 
como objetivo incentivar a tomada de responsabilidade tanto do 
paciente quanto dos funcionários. Nessa proposta, não há hie-
rarquia e todos participam da cura, visto que a forma como o 
paciente estabelece o vínculo com o outro passa a adquirir uma 
função terapêutica. Outra característica dessa prática diz respei-
to à instituição manter as portas abertas, como exercício da li-
berdade (FEITOSA, A. et al., 2010).
Embora a Psiquiatria Preventiva tenha trazido uma contri-
buição importante, atualmente não se pensa que o conceito de 
prevenção se aplica ao campo da saúde mental da mesma forma 
que a outras áreas da saúde (ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE 
JOAQUIM VENÂNCIO, 2003, p. 25).
Em se tratando de reformas na Psiquiatria, a experiência ita-
liana foi a que promoveu um corte mais radical, não somente na 
35© ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA E SAÚDE MENTAL
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSIQUIATRIAE SAÚDE MENTAL NO MUNDO
assistência, como também na forma de pensar a doença mental. 
Se as “reformas”anteriores tentaram dar conta ora da etiologia e 
do tratamento das doenças, ora do espaço terapêutico, os italianos 
preocuparam-se em desmontar exatamente essa lógica: a relação 
problema/solução, de maneira a transformar a noção de doença 
mental em “existência-sofrimento” (AMARANTE, 1995, p. 28).
A Psiquiatria Democrática Italiana surgiu no final da déca-
da de 1960, sob a influência de Franco Basaglia (psiquiatra italia-
no), em um momento marcado por “lutas setoriais, por amplos 
questionamentos sobre o papel do Estado e de suas instituições 
e por demandas de ampliação e afirmação da democracia e da 
liberdade” (NICÁCIO, 2003, p. 91).
Paralelamente, na área da assistência, a atenção estava 
nas condições de degradação das instituições psiquiátricas, o 
que levou Basaglia a questionar as bases do saber psiquiátrico, a 
função social e a política desempenhada pela ciência, pelos téc-
nicos e pelo manicômio (NICÁCIO, 2003, p. 91).
Franco Basaglia desenvolveu seus trabalhos no hospital 
psiquiátrico de Gorizia e mostrou que a assistência psiquiátrica 
italiana estava atrasada, pois estava centrada no modelo custo-
dial. Diante disso, 
[...] a equipe do hospital procurou criar possibilidades de trans-
formação dos saberes e das práticas psiquiátricas por meio do 
trabalho no interior do manicômio, a partir de uma prática de 
transformação cotidiana, artesanal, de trabalhar com as pes-
soas, as relações, os espaços, os recursos, os saberes, as nor-
mas e os contextos (NICÁCIO, 2003, p. 92).
Em 1971, Basaglia chegou a Trieste e atuou no Hospital Psiquiá-
trico de San Giovanni, que sofreu um verdadeiro desmonte da estru-
tura manicomial e a construção de um complexo de assistência psi-
36 © Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL NO MUNDO
quiátrica comunitária e foi construída uma rede de novas estruturas 
para substituir a concepção de hospital vigente (AMARANTE, 2003).
O trabalho em Trieste se projetava sobre a comunidade, 
criaram-se Centros de Saúde Mental, os quais atendiam toda a 
demanda de saúde de seu território. Foram criados, também, 
grupos de apartamentos, que funcionavam como residência 
para as pessoas que não podiam mais morar com os seus familia-
res, depois de esgotadas todas as possibilidades. Esses grupos de 
apartamentos eram acompanhados por integrantes da equipe.
O trabalho com ex-internos foi garantido por meio de 
transferência dos recursos, antes destinados à internação, para 
melhorar as condições de vida e estimular a autonomia daquelas 
pessoas (HEIDRICH, 2007).
A repercussão do trabalho em Trieste e em outras cidades da 
Itália levou à aprovação da Lei 180 (Lei Basaglia), em maio de 1978, 
que previa a extinção dos manicômios na Itália (HEIDRICH, 2007).
A experiência italiana é conhecida em nível internacional, 
pois foi a única que aboliu as internações nos hospitais psiquiá-
tricos, dando início ao processo radical de desinstitucionalização 
(FEITOSA, A. et al, 2010).
Vídeo complementar –––––––––––––––––––––––––––––––
Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar.
• Para assistir ao vídeo, pela Sala de Aula Virtual, clique no ícone Videoaula, 
localizado na barra superior. Em seguida, selecione o nível de seu curso de 
Enfermagem, a categoria (Disciplinar) e a Disciplina Enfermagem Psiquiátri-
ca e Saúde Mental.
• Para assistir ao vídeo pelo seu CD, clique no botão “Vídeos” e selecione: 
Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental – Vídeos Complementares –Com-
plementar 1.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
37© ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA E SAÚDE MENTAL
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL NO MUNDO
3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR
O Conteúdo Digital Integrador representa uma condição 
necessária e indispensável para você compreender integralmen-
te os conteúdos apresentados nesta unidade.
3.1. AS CONCEPÇÕES DA LOUCURA ATRAVÉS DOS TEMPOS
Os vídeos selecionados permitirãocompreender a evolu-
ção histórica da loucura e perceber que as formas de tratar, lidar 
e olhar a loucura foi se modificando, de acordo com modifica-
ções da sociedade.
• FOUCAULT: A história da loucura. Trecho do documen-
tário Foucault contra si mesmo. 2014. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=wErXvvdWw1o>. 
Acesso em: 20 abr. 2017.
• REDE GLOBO. Michel Foucault. Globo Ciên-
cia. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=WwViBuMD5RI>. Acesso em: 20 abr. 2017.
• JUNTOS PELAS REDES. O Museu da Loucura e a evolução 
no tratamento dos pacientes. 2013. Disponível em: <htt-
ps://www.youtube.com/watch?v=ASMx3WoCZ3g>. 
Acesso em: 20 abr. 2017.
4. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para 
você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em 
responder às questões a seguir, você deverá revisar os conteú-
dos estudados para sanar as suas dúvidas.
38 © Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL NO MUNDO
1) Em vez de reformar o manicômio e resgatar seu suposto caráter positi-
vo (terapêutico), dois modelos operaram uma ruptura e desconstrução 
do aparato psiquiátrico. Assinale a alternativa que contém esses dois 
modelos:
a) Psiquiatria Comunitária e a Psiquiatria Democrática Italiana.
b) Antipsiquiatria e a Psicoterapia Institucional Francesa.
c) Psiquiatria Democrática Italiana e a Antipsiquiatria.
d) Psiquiatria Preventiva e a Psiquiatria de Setor.
2) Assinale a alternativa errada.
a) Na Grécia Antiga, a loucura não era considerada uma doença, mas sim 
uma forma de acesso à verdade divina por meio dos delírios.
b) Na Idade Média, a loucura era compreendida como força da natureza 
e, por isso, exaltada.
c) A igreja católica contribuiu para a repressão dos loucos.
d) A loucura tem seu cerne na construção social da ciência do século 18.
3) Durante a emergência do capitalismo, surgiu a Psiquiatria, a partir de Pi-
nel, com ideários de mudança social, humanização e fim das instituições.
( ) Certo ( ) Errado
4) A reforma psiquiátrica questiona o paradigma asilar e suas formas de ex-
clusão, propondo novos modos de atenção aos chamados loucos e novas 
sociabilidades que possibilitem a interlocução entre as singularidades.
( ) Certo ( ) Errado
5) Assinale V (Verdadeiro) e F (Falso).
( ) A Reforma Psiquiátrica aponta para a superação do modelo “hospita-
locêntrico” no atendimento do transtorno mental, visando a um cui-
dado que afaste o portador do seu espaço social, espaço que exclui e 
favorece a enfermidade.
( ) A Reforma Psiquiátrica é um movimento social no qual as formas de 
opressão e de exclusão contra as quais luta não podem ser abolidas 
com a mera concessão de direitos, como é típico da cidadania, mas 
exigem uma reconversão global dos processos de socialização.
39© ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA E SAÚDE MENTAL
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL NO MUNDO
( ) A Reforma Psiquiátrica compreende a construção cotidiana e intermi-
nável das relações de dominação.
( ) A Psiquiatria se ancora no processo da Reforma Psiquiátrica Italiana e 
tem como principal bandeira de luta a construção de uma sociedade 
com manicômios.
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) c.
2) d.
3) Errado.
4) Certo.
5) V; V; V; F.
5. CONSIDERAÇÕES
Esta unidade permitiu a compreensão dos mecanismos 
históricos que dão sentido às práticas sociais voltadas para a 
patologia mental, ou melhor, do processo saúde-doença mental 
enquanto categoria historicamente construída.
Você aprendeu que países como França, Inglaterra, Itália, 
Estados Unidos, dentre outros, têm, ao longo dos tempos, de-
senvolvido novas abordagens a nível institucional e social para 
provocar mudanças significativas no modelo assistencial em saú-
de mental. Apesar das diferenças dos modelosassistenciais de-
senvolvidos em cada país, houve uma característica comum, a 
busca de alternativas aos manicômios e a construção de novos 
40 © Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL NO MUNDO
modelos assistenciais. Nas últimas décadas, esses movimentos 
influenciaram a reforma psiquiátrica no Brasil, especialmente o 
modelo italiano. Este será o assunto da próxima unidade.
6. E-REFERÊNCIAS
PEIXOTO, P. C.; BERTANI, I. F. A constituição do corpo do doente mental. In: SEMINÁRIO 
DE SAÚDE DO TRABALHADOR DE FRANCA, 7., 2010, Franca. Proceedings online..., 
Unesp, Franca, 2010. Disponível em: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000112010000100026&lng=en&nrm=abn>. 
Acesso em: 18 abr. 2017.
RIBEIRO, S. L. A criação do Centro de Atenção Psicossocial Espaço Vivo. Psicologia: 
Ciência e Profissão, Brasília, v. 24, n. 3, p. 92-99, set. 2004. Disponível em: <http://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932004000300012&lng=p
t&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 19 abr. 2017.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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AMARANTE, P. (Org.). Loucos pela vida: a trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil. 
Rio de Janeiro: Fiocruz, 1995.
AMARANTE, P. D. C. A (clínica) e a reforma psiquiátrica. In: Amarante P.D.C. (Org.). 
Arquivos de saúde mental e atenção psicossocial. Eng. Paulo de Frontim: NAU, 2003.
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BARROS, D. D. Jardins de Abel: desconstrução do manicômio de Trieste. São Paulo: 
Editora da Universidade de São Paulo, 1994.
BARROS, S.; BICHAFF, R. (Orgs.). Desafios para a desinstitucionalização: censo 
psicossocial dos moradores em hospitais psiquiátricos do estado de São Paulo. São 
Paulo: Fundap, 2008.
BERCHERIE, P. Os fundamentos da clínica: história e estrutura do saber psiquiátrico. 
Rio de Janeiro: Zahar, 1989.
Brasil. Ministério da Saúde (Br). Secretaria de Atenção à Saúde. DAPE. Coordenação 
Geral de Saúde Mental. Reforma e política de saúde mental no Brasil. Documento 
41© ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA E SAÚDE MENTAL
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL NO MUNDO
apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 
anos depois de Caracas. OPAS. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.
CASTEL, R. De l’indigence à l’exclusion, la désaffiliation: précarieté du travail et 
vulnerabilité relationnelle. In: DONZELOT, J. (Org.). Face à l’exclusion – le modèle 
français. Paris: Esprit, 1995, p. 137-168.
DESVIAT, M. A Reforma Psiquiátrica. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1999.
ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM VENÂNCIO (Org.). Textos de apoio em 
saúde mental. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003.
FEITOSA, A. et al. Estudo das experiências da reforma psiquiátrica – concepções de 
sujeito, comunidade e práticas terapêuticas. Mnemosine, v.6, n.1, p.11-133, 2010.
FOUCAULT, M. História da loucura. 6. ed. São Paulo: Perspectiva, 2000.
______. História da loucura na Idade Clássica. Tradução de José Teixeira Coelho Netto. 
1. ed. São Paulo: Perspectiva, 1978.
______. Doença mental e Psicologia. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1975.
HEIDRICH, A. V. Reforma psiquiátrica à brasileira: análise sob a perspectiva da 
desinstitucionalização. 2007. Tese (Doutorado em Serviço Social) – Faculdade de 
Serviço Social, PUC-RS, Porto Alegre, 2007.
MILLANI, H. F. B.; VALENTE, M. L. C. O caminho da loucura e a transformação da 
assistência aos portadores de sofrimento mental. SMAD – Revista Eletrônica Saúde 
Mental Álcool e Drogas (Ed. port.), Ribeirão Preto, v. 4, n. 2, p. 1-19, 2008.
MIRANDA-SÁ JR., L. S. Breve histórico da psiquiatria no Brasil: do período colonial à 
atualidade. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v. 29, n. 2, p.156-
158, 2007.
NICÁCIO, M. F. S. Utopia da realidade: contribuições da desinstitucionalização para a 
invenção de serviços de saúde mental. 2003. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva) – 
Universidade de Campinas, Campinas, 2003.
OMS – Organización Mundial de la Salud. Manual de recursos de la OMS sobre salud 
mental, derechos humanos y legislación: si a la atención, no a la exclusión. Ginebra 
(SW): Organización Mundial de la Salud, 2006.
PITTA-HOISEL, A. M. Sobre una política de saúde mental. São Paulo, 1984. 161 p. 
Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 1984.
ROCHA, R. M. Enfermagem Psiquiatrica. Que papel é este? Rio de janeiro: Instituto 
Basaglia, Editora Te Cora, 1994.
42 © Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
UNIDADE 1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL NO MUNDO
ROTELLI, F.; LEONARDIS, O.; MAURI, D. Desinstitucionalização, uma outra via. In: 
NICÁCIO, F. (Org.). Desinstitucionalização. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 2001.
SCHITTAR, L. A ideologia da comunidade terapêutica. In: BASAGLIA, F. A instituição 
negada. Tradução de Heloisa Jahn. 3. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1985.
SILVEIRA, L. C.; BRAGA, V. A. B. Acerca do conceito de loucura e seus reflexos na 
assistência de saúde mental. Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão 
Preto, v.13, n. 4, p. 591-595, jul./ago. 2005.
43
HISTÓRIA E TRAJETÓRIA DA PSIQUIATRIA 
NO BRASIL E DA ENFERMAGEM 
PSIQUIÁTRICA
Objetivos
• Contextualizar a origem histórica da Psiquiatria no Brasil.
• Contextualizar a evolução histórica da Psiquiatria no Brasil até os dias atuais.
• Compreender a constituição histórica da assistência psiquiátrica e da Enfer-
magem psiquiátrica.
• Conhecer o papel da Enfermagem psiquiátrica.
Conteúdos
• Origem da Psiquiatria no Brasil.
• Novas diretrizes em saúde mental.
• Desafios e avanços da reforma psiquiátrica.
• Surgimento do papel da enfermagem psiquiátrica.
• Enfermagem psiquiátrica no Brasil.
• A Enfermagem psiquiátrica no mundo contemporâneo.
• A Enfermagem psiquiátrica brasileira na atualidade.
Orientações para o estudo da unidade
Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 
UNIDADE 2
44 © Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
UNIDADE 2 – HISTÓRIA E TRAJETÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL E DA ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
1) Tenha sempre à mão o Glossário e suas ligações pelo Esquema de Concei-
tos-chave, para facilitar a busca de conceitos para permitir a ampla abor-
dagem da unidade desta obra.
2) Pesquise em livros, na internet e em outros recursos disponíveis o assunto 
“institucionalização da saúde no Brasil” e compartilhe seus achados com 
os seus colegas.
3) Comente com os colegas suas respostas das questões autoavaliativas, jus-
tificando as respostas.
45© ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA E SAÚDE MENTAL
UNIDADE 2 – HISTÓRIA E TRAJETÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL E DA ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
1. INTRODUÇÃO
Na unidade anterior, estudamos importantes conteúdos, 
como as concepções sobre a loucura, a institucionalização da 
loucura e os modelos de assistência no pós-guerra e as reformas 
psiquiátricas no mundo.
Nesta unidade, veremos a organização da assistência psi-
quiátrica no Brasil.
Historicamente, os hospitais surgiram como lugares de 
acolhida de doentes e peregrinos durante a Idade Média.
Segundo Foucault (1979), o hospital como instrumento te-
rapêutico é uma invenção relativamente nova, do final do século 
18. A partir desse momento, inicia-se uma importante transfor-
mação dessa organização, a qual passará a exercer importante 
papel na assistência à saúde da população.
2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA
O Conteúdo Básico de Referência apresenta de forma su-
cinta os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão 
integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo dos Con-
teúdos Digitais Integradores.
2.1. ORIGEM DA PSIQUIATRIA NO BRASIL
No século 18, não havia no Brasil estruturação de uma polí-
tica voltada à assistência aos loucos, os quais vagavam pelas ruas 
ou eram isolados em suas próprias casas.
46 © Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
UNIDADE2 – HISTÓRIA E TRAJETÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL E DA ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
No Brasil colonial, a assistência aos portadores de transtor-
no mental era precária. A maior parte dos cuidados era prestada 
por curandeiros, feiticeiros e pajés, inclusive sacerdotes católi-
cos, especialmente os jesuítas. Os médicos formados eram rarís-
simos, e mesmo os cirurgiões e barbeiros licenciados dificilmen-
te eram encontrados, pois permaneciam em centros maiores, e 
prestavam atendimento às pessoas mais importantes.
Não havia especialistas em Psiquiatria, e os hospitais da Ir-
mandade da Santa Casa se dedicavam mais ao abrigo do que ao 
tratamento dos enfermos mais necessitados, no entanto as aco-
modações e as condições sanitárias eram precárias, mesmo para 
aquele momento histórico-social (MIRANDA SÁ-JÚNIOR, 2007). 
Desde então, “o doente mental que até então pudera desfrutar 
de apreciável grau de tolerância social e de relativa liberdade...” 
passou a ser incluído entre os hóspedes das Santas Casas de Mi-
sericórdia (RESENDE, 1987, p. 29).
Em 1841 foi criado o Hospício de Pedro II, no Rio de Janei-
ro, como dependência da Santa Casa, na Praia Vermelha, bem 
distante do centro urbano. A partir de então, a loucura começou 
a ser compreendida como “doença” e, assim, tornou-se sujeita 
a tratamento médico. Compreende-se que o hospício forneceu 
à loucura o “estatuto de doença”, e a tornou objeto de cuidados 
específicos (ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM VENÂN-
CIO, 2003, p. 18). Este acontecimento é o marco da assistência 
psiquiátrica brasileira.
A assistência no hospício Pedro II baseou-se no princípio 
do isolamento, com destaque à vigilância, regulação do tempo e 
repressão, respaldadas na proposta de Pinel e Esquirol (MACHA-
DO et al., 1978). Assim,
47© ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA E SAÚDE MENTAL
UNIDADE 2 – HISTÓRIA E TRAJETÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL E DA ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
Para isolar o louco, os médicos expõem motivos: a presença de 
parentes e amigos relacionados às causas da loucura irritam o 
mal e entretêm o delírio, enquanto o isolamento significa possi-
bilidade de romper os hábitos do louco, ligados à sua loucura e 
que a revigoram constantemente; a família concorda com a von-
tade do louco, que adquire assim uma força desmedida e suas fa-
culdades e convence-se mais da ideia de que todos o obedecem; 
quando ocorre uma desobediência ao chefe de família enlouque-
cido, este piora por não suportar o rompimento de uma relação 
reconhecida; muitas vezes, há tentativa de convencer o louco de 
seu erro e de seu delírio, fazendo com que este tente justificar 
sua conduta e discursos; as despesas e o medo atrapalham a vida 
familiar (MACHADO et al., 1978, p. 431).
O hospício Pedro II foi o primeiro local criado especifica-
mente para acomodar os loucos, pois, até então, essas pessoas 
eram colocadas no mesmo espaço que outros desviantes e, por 
isso, sofriam maus tratos, que até os levavam à morte (ESCOLA 
POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM VENÂNCIO, 2003, p. 18).
É necessário referir que o hospício brasileiro foi estrutura-
do nos moldes do modelo francês, porém, na França, o hospital 
para internação dos loucos foi resultado de um amplo debate 
político sobre a assistência, em que foram discutidas formas di-
versas de solução para o problema da loucura, sendo que, no 
Brasil, o hospício foi uma solução passiva, sem participação da 
população e muito menos política (MACHADO et al., 1978).
O hospício nasce com o objetivo de isolar o louco, pois se 
acreditava que a sociedade e a família, principalmente, eram as 
causas da loucura. A internação rompia os hábitos do louco. To-
davia, essa atitude não era nada democrática, pois essa regra 
funcionava apenas para as famílias pobres, pois as famílias ricas 
não eram obrigadas a internar o membro de sua família, pois 
a riqueza podia oferecer garantia quanto à segurança e ao tra-
48 © Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental
UNIDADE 2 – HISTÓRIA E TRAJETÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL E DA ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
tamento, ao contrário das famílias pobres, que não podiam ga-
rantir a segurança e o tratamento. Nesse caso, o isolamento é 
indispensável.
A organização do asilo apoiava-se nas seguintes caracterís-
ticas: divisão por gênero, classe social e tipo de comportamento, 
porque se entendia que a cura era o próprio hospício, a boa utili-
zação do tempo para transformar o ser em útil e dócil, introjetar 
a lei moral do trabalho, direção centralizada, o médico ocupava o 
topo do poder, a internação devia possuir um fundamento legal 
para evitar o perigo (MACHADO et al., 1978).
A vigilância era uma característica essencial, de acordo Tei-
xeira (1998), segundo o qual o hospício apresentava uma arqui-
tetura própria, planejada pelos médicos para permitir, além de 
tudo, o controle e a disciplina. A relação entre trabalho e mer-
cado gira em torno dos objetivos de reinserção social e sociali-
zação, tentando adequar o sujeito à norma capitalista. Galletti 
(2004, p. 35) alerta que:
[...] as práticas com as oficinas, portanto, devem estar sempre 
atentas ao seu parentesco com o trabalho, no sentido capita-
lista, buscando criar condições para que essa relação possa 
permitir experimentações menos atreladas aos imperativos da 
produtividade econômica.
Em 1890, o Hospício Pedro II é desvinculado da Santa Casa, 
com comando médico, ficando subordinado à administração pú-
blica, passando a denominar-se Hospício Nacional de Alienados, 
primeira instituição pública de saúde estabelecida pela Repúbli-
ca (FONTE, 2012).
A loucura passa a ser medicalizada e o tratamento psiquiá-
trico continua a ter como principal fundamento o isolamento do 
louco da vida social:
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UNIDADE 2 – HISTÓRIA E TRAJETÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL E DA ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
Os hospícios e as colônias agrícolas, proposta terapêutica dos 
anos 1910 e 1920, destinadas aos loucos curáveis, para trata-
mento através da práxis ou da ergoterapia, foram surgindo e 
se multiplicando pelos principais centros urbanos do país como 
ícones de sua modernização (PASSOS, 2009, p. 107).
Segundo Amarante (1998, p. 76), “este conjunto de me-
didas caracterizavam a primeira reforma psiquiátrica no Brasil”.
Juliano Moreira foi um dos teóricos mais importantes das 
colônias agrícolas e criou a mais famosa de todas as colônias, a 
qual recebeu o seu nome, todavia os resultados alcançados não 
proporcionaram a cura de seus pacientes, o que resultou em 
propostas para a hospitalização definitiva dos doentes conside-
rados incuráveis.
Em 1912, a Psiquiatria tornou-se especialidade médica au-
tônoma, e também foi a partir dessa data que se expandiram 
os estabelecimentos destinados aos doentes mentais, em todo o 
país (BARROS, 1996).
Os psiquiatras dessa época tinham a tendência de confun-
dir ou associar indevidamente os problemas psiquiátricos aos 
problemas culturais em geral. Para eles, os fenômenos psíquicos 
e culturais explicam-se pela hipótese de uma causalidade bioló-
gica que, por sua vez, justificava a intervenção médica em todos 
os níveis da sociedade (COSTA, 1989, p. 72).
Nesse contexto, surgiu o movimento de higiene mental, 
com a criação da Liga Brasileira de Higiene Mental, fundada no 
Rio de Janeiro, em 1923, pelo psiquiatra Gustavo Riedel. A Liga 
apresentou-se como um movimento que contestava o tratamen-
to dispensado aos doentes mentais e tinha como objetivo pri-
mordial a melhoria na assistência aos doentes mentais, por meio 
da modernização do atendimento psiquiátrico (COSTA, 2007).
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UNIDADE 2 – HISTÓRIA E TRAJETÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL E DA ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA
Nas décadas de 1940-1950, houve predomínio das terapias 
biológicas, como a eletroconvulsoterapia, as lobotomias, a tera-
pia insulínica e, a partir da década de 1950, foram introduzidos 
os tratamentos medicamentosos (MIRANDA, 2014).
No fim da década de 1950, a situação da assistência ao 
doente mental era

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