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Resumo trabalho - Documentos Google


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A violência contra mulher e a psicologia diante dessa realidade na 
 perspectiva da atenção básica 
 Camila Guarini de Freitas†*, Roberta Barbosa da Silva‡ 
 Introdução 
 A violência contra a mulher emerge como um sério problema de saúde pública, 
 tanto no Brasil quanto globalmente, comprometendo a saúde física, mental e o 
 desenvolvimento das mulheres, figurando como uma das principais causas de 
 morbidade e mortalidade feminina, conforme destacado pelo Ministério da Saúde 
 em 2016. Essa problemática transcende a esfera da saúde, configurando-se em um 
 amplo conjunto de valores, normas e símbolos culturais compartilhados entre 
 homens e mulheres, legitimados socialmente. A erradicação desse fenômeno exige 
 a implementação de políticas públicas, uma vez que estas têm o propósito de 
 responder às injustiças sociais, conforme apontado pelo Conselho Federal de 
 Psicologia em 2011. 
 Especificamente no setor da saúde, a atenção às vítimas de violência sexual 
 demanda medidas abrangentes, desde a prevenção até o acompanhamento 
 pós-traumático, conforme preconiza a legislação vigente, incluindo a Lei nº 
 12.845/2013 e o Decreto nº 7.958/2013, além da Norma Técnica do Ministério da 
 Saúde. A violência, um fenômeno que pode transcorrer ao longo da vida, atinge 
 mulheres de diversas características, como classe social, orientação sexual, raça, 
 escolaridade, religião, estado civil e região geográfica. Seja praticada por cônjuges, 
 ex-cônjuges ou mesmo por pessoas assumindo função parental sem laço 
 consanguíneo, destaca-se que, predominantemente, ocorre no ambiente doméstico, 
 embora não exclusivamente. Segundo o Ministério da Saúde (2016) e Guarini & da 
 Silva (2019), a violência contra a mulher é definida como qualquer ato baseado no 
 gênero que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico, tanto na 
 esfera pública quanto privada. 
 Marcos Históricos e Legais sobre Violência contra a Mulher: 
 A violência contra as mulheres, um fenômeno global transcende culturas, 
 etnias e regimes políticos, reproduzindo desigualdades históricas e mantendo-as 
 afastadas de espaços de poder e recursos. Fatores como a herança patriarcal, 
 impunidade e fragilidade nas políticas públicas contribuem para a vulnerabilidade 
 feminina (PIMENTA, 2011). 
 A invisibilidade da violência doméstica, muitas vezes mascarada pelo ambiente 
 privado, dificulta o diagnóstico e a implementação efetiva de políticas públicas. A 
 ascensão das mulheres a espaços sociais e produtivos, a exposição da violência do 
 privado para o público, e a visibilidade dessa problemática alteraram a dinâmica 
 histórica. 
 No âmbito legal, a Lei Maria da Penha, promulgada em 2006, definiu a 
 violência doméstica e familiar, proporcionando medidas penais e reconhecendo os 
 direitos fundamentais de todas as mulheres, independentemente de características 
 como classe social, raça e orientação sexual. Políticas públicas, influenciadas por 
 movimentos sociais e tratados internacionais, buscam enfrentar a violência, como o 
 Pacto Nacional e a Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher. 
 Em 2015, a Lei nº 13.104 incluiu o feminicídio na lista de crimes hediondos, 
 aumentando as penas e buscando reduzir as altas taxas de feminicídios no Brasil. 
 Apesar desses avanços, a representatividade política das mulheres ainda é 
 insuficiente, com apenas 15% de participação no Congresso Nacional, e o Brasil 
 ocupa a 156ª posição em um ranking internacional de presença feminina no 
 parlamento. Iniciativas, como a campanha "Igualdade na Política," buscam 
 promover o engajamento ativo das mulheres na vida política do país. 
 Violência contra a Mulher e seus Entraves: 
 Este artigo aborda a atuação crucial dos psicólogos, especialmente na atenção 
 básica, no enfrentamento da violência contra a mulher. Apesar das propostas de 
 busca ativa de casos, a resolução ainda é insuficiente, pois as políticas públicas 
 muitas vezes acolhem as vítimas apenas após a violência ocorrer, devido a 
 barreiras como medo e dependência emocional. 
 A discriminação persiste, com mulheres agredidas sendo culpabilizadas, até 
 por outras mulheres, perpetuando o ciclo de violência. A falta de práticas 
 preventivas nos serviços de acolhimento reflete a ausência de integração da saúde 
 mental na atenção à mulher, desafiando a abordagem integral preconizada pelo 
 SUS e pelo PAISM. 
 Enfatiza-se a necessidade de ações mais amplas, incluindo análise de gênero, 
 para quebrar paradigmas e oferecer um espaço de cuidado sem julgamentos. 
 Contudo, a resistência cultural, enraizada na herança patriarcal, representa um 
 desafio considerável. 
 A violência conjugal, fundamentada na violência de gênero, é ancorada no 
 sistema patriarcal que subordina as mulheres, dificultando sua percepção da 
 vivência da violência. Muitas vezes, a violência é silenciosa e sistemática, sendo a 
 convivência diária com a agressão. 
 O silêncio das vítimas, muitas vezes motivado pela dependência emocional, 
 pode comprometer a saúde mental, levando a problemas como ansiedade, estresse 
 pós-traumático e depressão. As marcas dessa violência, tanto físicas quanto 
 psicológicas, exigem acompanhamento profissional para mitigar seus efeitos 
 duradouros. 
 O texto aborda a complexidade da violência contra mulheres, destacando a 
 importância da atuação da Psicologia na Atenção Básica à Saúde. Apesar das leis e 
 políticas existentes, a resolução efetiva é desafiadora devido a entraves como a 
 abordagem tardia e a resistência cultural enraizada. A violência, muitas vezes 
 silenciosa e sistemática, afeta não apenas o físico, mas também o psicológico, 
 levando a problemas de saúde mental. 
 A Atenção Básica é vista como uma porta de entrada crucial para mulheres em 
 situação de violência, e a Psicologia desempenha um papel vital nesse contexto. 
 Além dos impactos físicos, a violência prejudica o desenvolvimento cognitivo, social, 
 emocional e afetivo das mulheres. O texto destaca a importância da clínica ampliada 
 e da abordagem interdisciplinar na atenção básica, especialmente no contexto da 
 Estratégia Saúde da Família. 
 A Psicologia na Atenção Básica precisa ir além do atendimento à mulher 
 agredida, considerando o agressor, crianças, adolescentes e a comunidade. É 
 essencial promover a saúde mental, romper ciclos de violência e fortalecer redes de 
 serviços. O trabalho do psicólogo deve ser coletivo, criativo, ético e alinhado aos 
 princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). A clínica ampliada é apresentada 
 como uma abordagem participativa e singular, promovendo prevenção e qualidade 
 de vida. 
 Destaca-se a importância do empoderamento das mulheres, não apenas na 
 reconstrução de suas vidas, mas também na promoção de debates e reflexões 
 sobre conceitos relacionados à violência de gênero. O desafio da Psicologia na 
 Atenção Básica envolve a integração com outras áreas, superando obstáculos como 
 falta de capacitação, resistência cultural e questões estruturais. 
 Em resumo, o texto ressalta a necessidade de uma abordagem ampliadada 
 Psicologia na Atenção Básica para lidar com a violência contra a mulher, 
 considerando não apenas os aspectos clínicos, mas também as dimensões sociais, 
 culturais e políticas envolvidas. 
 Considerações Finais 
 O artigo destaca a complexidade e multifatorialidade da violência contra a 
 mulher, evidenciando sua ligação com aspectos sociais, culturais, econômicos e 
 psicoemocionais. O ciclo de violência é abordado como um processo histórico e 
 cultural ligado à violência de gênero, destacando a submissão afetiva como um fator 
 crucial na permanência na situação de violência. Os impactos traumáticos afetam a 
 saúde mental da mulher, gerando perda de autoestima e outros danos psicológicos. 
 A atenção básica, muitas vezes, é o primeiro ponto de contato para mulheres 
 em situação de violência, tornando crucial a valorização desse serviço e a busca por 
 abordagens eficazes e atualizadas. A compreensão desse contexto é essencial para 
 a atuação dos psicólogos nas políticas públicas, defendendo direitos humanos e o 
 pleno desenvolvimento das potencialidades dos cidadãos, combatendo injustiças 
 sociais e de gênero. 
 O estudo aponta desafios na rede de apoio às mulheres em situação de 
 violência, ressaltando a necessidade de compromisso ético, político e social por 
 parte dos profissionais. Apesar dos avanços legais, a incidência de violência 
 persiste, demandando uma política pública mais eficaz e programas consolidados. A 
 materialização das políticas públicas requer mudanças nos pensamentos e ações 
 da sociedade, especialmente dos profissionais envolvidos. 
 O artigo destaca a importância do psicólogo na rede de atendimento, 
 enfatizando a necessidade de uma abordagem integral à saúde e ações 
 intersetoriais. A Psicologia pode contribuir para o empoderamento psíquico, 
 fortalecimento de vínculos interpessoais e ressignificação dos processos de 
 violência. A manutenção do sigilo e amparo social são essenciais, mas é crucial a 
 criação de diálogos e discussões para fortalecer a rede de apoio. A Psicologia, 
 como ciência e profissão, pode desempenhar um papel significativo na 
 desconstrução das desigualdades sociais e de gênero, exigindo suporte, 
 treinamento e acompanhamento para os profissionais envolvidos. 
 Introdução 
 1. Contexto Global: A violência contra a mulher é um grave problema de saúde 
 pública, comprometendo a saúde física, mental e o desenvolvimento, destacado 
 pelo Ministério da Saúde em 2016. 
 2. Dimensão Cultural: A violência vai além da saúde, refletindo valores culturais 
 compartilhados e requerendo políticas públicas para combater injustiças sociais 
 (Conselho Federal de Psicologia, 2011). 
 Marcos Históricos e Legais 
 3. Contexto Global: A violência perpetua desigualdades históricas, mantendo 
 mulheres afastadas de poder e recursos, com fatores como herança patriarcal 
 contribuindo para a vulnerabilidade (PIMENTA, 2011). 
 4. Avanços Legais: Destaque para a Lei Maria da Penha (2006), reconhecendo 
 direitos fundamentais, e a Lei nº 13.104 (2015), incluindo o feminicídio como crime 
 hediondo. 
 Violência contra a Mulher e seus Entraves 
 5. Atuação Crucial da Psicologia: Psicólogos desempenham papel fundamental 
 na Atenção Básica, mas a resolução é desafiadora devido a barreiras como 
 abordagem tardia e resistência cultural. 
 6. Ciclo de Violência: Discriminação persiste, mulheres são culpabilizadas, e a falta 
 de práticas preventivas reflete a ausência de integração da saúde mental na 
 atenção à mulher. 
 7. Desafios Culturais: Resistência cultural, enraizada na herança patriarcal, é um 
 desafio considerável na abordagem da violência de gênero. 
 Atuação da Psicologia na Atenção Básica 
 8. Amplitude da Atenção Básica: A Psicologia deve ir além do atendimento à 
 mulher agredida, considerando o agressor, crianças, adolescentes e a comunidade. 
 9. Abordagem Integral: A clínica ampliada, com abordagem interdisciplinar, é 
 crucial para prevenção, qualidade de vida e promoção do empoderamento feminino. 
 10. Desafios da Atuação: Necessidade de integração com outras áreas, superando 
 obstáculos como falta de capacitação, resistência cultural e questões estruturais. 
 Considerações Finais 
 11. Complexidade da Violência: O ciclo de violência é um processo histórico e 
 cultural, afetando a saúde mental das mulheres. A atenção básica é vital, e a 
 Psicologia desempenha papel significativo. 
 12. Desafios na Rede de Apoio: Mesmo com avanços legais, a incidência de 
 violência persiste, exigindo compromisso ético e social. A Psicologia pode contribuir 
 para o empoderamento e a desconstrução das desigualdades sociais e de gênero. 
 "Abordagem Multidisciplinar na Enfrentamento da Violência contra a Mulher: O 
 Papel Crucial da Psicologia na Atenção Básica" 
 Slide 1: Introdução 
 ● Tópicos Abordados: 
 ● Definição global da violência contra a mulher como um problema de 
 saúde pública. 
 ● Complexidade cultural e a necessidade de políticas públicas para 
 combater injustiças sociais. 
 Slide 2: Marcos Históricos e Legais 
 ● Destaque: 
 ● Reprodução global de desigualdades históricas e papel da herança 
 patriarcal. 
 ● Avanços legais, como a Lei Maria da Penha e inclusão do feminicídio 
 como crime hediondo. 
 Slide 3: Violência contra a Mulher e seus Entraves 
 ● Ponto Central: 
 ● Atuação crucial dos psicólogos na Atenção Básica. 
 ● Desafios, como resistência cultural e a abordagem tardia. 
 Slide 4: Atuação da Psicologia na Atenção Básica 
 ● Ênfases: 
 ● Amplitude da atenção básica: além do atendimento, considerando 
 agressores, crianças e comunidade. 
 ● Necessidade de uma abordagem integral e interdisciplinar na clínica 
 ampliada. 
 Slide 5: Desafios da Atuação 
 ● Pontos Importantes: 
 ● Necessidade de integração com outras áreas. 
 ● Superando obstáculos como falta de capacitação, resistência cultural 
 e questões estruturais. 
 Slide 6: Considerações Finais 
 ● Conclusões Importantes: 
 ● Complexidade e multifatorialidade da violência contra a mulher. 
 ● Papel significativo da Psicologia na desconstrução das desigualdades 
 sociais e de gênero. 
 Slide 7: Ações Propostas 
 ● Direcionamento Futuro: 
 ● Propostas para fortalecer a rede de apoio. 
 ● Enfatizar o papel da Psicologia na promoção do empoderamento e na 
 reconstrução de vidas. 
 Slide 8: Perguntas e Discussão 
 ● Interatividade: 
 ● Abrir espaço para perguntas e discussões. 
 ● Incentivar reflexões sobre o papel da Psicologia na promoção da 
 igualdade de gênero. 
 Slide 9: Agradecimentos 
 ● Reconhecimento: 
 ● Agradecimentos pela participação e interesse. 
 ● Destacar a importância do engajamento na luta contra a violência de 
 gênero. 
 Slide 10: Contato e Recursos Adicionais 
 ● Referências e Informações Adicionais: 
 ● Oferecer recursos para aprofundamento. 
 ● Disponibilizar contatos para futuras consultas.

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