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Anti-inflamatórios Professor Davi Campos La Gatta Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Campo Grande 2020 Anti-inflamatórios Esteroidais Glicocorticóides Não-esteroidais Estrutura química variada Sinais característicos do processo inflamatório Sinais característicos do processo inflamatório Estímulo inflamatório Estímulos para o processo inflamatório Não-imune Trauma: cirurgia, acidentes Biológicas: bactérias, fungos, vírus Química: substâncias urticantes Física: raios UV Imune Doenças auto-imunes -Artrite reumatóide Vasodilatação à nível arteriolar: aumento do fluxo sanguíneo local (rubor e calor) Sequência de eventos da resposta inflamatória a nível histológico 2) Vasodilatação à nível venoso e capilar: extravasamento de proteínas e plasma (edema) Aumento da permeabilidade vascular: Migração, acúmulo e ativação de leucócitos no local do estímulo. capilar Sensibilização de neurônios nociceptivos Durante o processo inflamatório ocorre sensibilização dos neurônios nociceptivos: alodinia Leucócitos Estímulo inflamatório Calor Rubor Edema Dor Perda de função ? Mediadores Inflamatórios Anti-inflamatórios Mediadores Inflamatórios Vasodilatação -Arteriolar (eritema) -Capilar (edema) Prostaglandinas Bradicinina Histamina Óxido nítrico Leucotrienos PAF Alodinia Prostaglandinas Bradicinina Leucotrienos PAF Citocinas Quimiotaxia e Ativação de leucócitos Leucotrienos Moléculas de adesão Anti-inflamatórios não - esteroidais (AINE’s) Prostaglandina E2 -Eicosanóides: produtos derivados da oxidação de ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa -Prostaglandinas: descritas pela primeira vez na próstata Prostaglandinas Prostaglandina E2 (eritema e calor) Prostaglandina E2 (edema) Prostaglandina E2 e o processo inflamatório Durante o processo inflamatório ocorre sensibilização dos neurônios nociceptivos: alodinia Prostaglandina E2 e o processo inflamatório Prostaglandina E2 Leucócitos Prostaglandina E2 Prostaglandina E2 Prostaglandina E2 e o processo inflamatório Prostaglandina E2 Prostaglandina E2: mudança nos padrões de disparo dos neurônios que regulam a temperatura corporal “Febre” Biossíntese de Prostaglandina E2 Mecanismo de ação dos AINE’s Fosfolipídeos de membrana Ácido araquidônico Prostaglandina E2 Fosfolipase A2 Ciclooxigenase Alodinia Vasodilatação (edema, eritema, calor) Febre AINE’s Bradicinina, citocinas Eicosanóides produtos da oxidação de ácidos graxos de cadeia longa Anti-inflamatórios não-esteroidais Exemplos Fosfolipídeos de membrana Ácido araquidônico Prostaglandina E2 Fosfolipase A2 Ciclooxigenase Alodinia inflamatória Vasodilatação (Edema, eritema) Febre Base para os efeitos adversos Isoformas da ciclooxigenase 2 Ciclooxigenase 1 (COX-1) Prostaglandinas -Diminuem a secreção de ácido estomacal -Vasodilatação (pressão arterial) -Manutenção do fluxo sanguíneo renal (COX-2) AINE’s: inibidores não seletivos da COX Efeitos adversos Inibidores não seletivos da ciclooxigenase Aumento da secreção ácida do estômago Irritação gástrica, ulceração, perfuração gástrica e hemorragias (associação com anti-secretores gástricos) Vasoconstrição Aumento da pressão arterial Prejuízo da função renal Aumento da retenção hídrica (↑PA, edema), lesão renal Fosfolipídeos de membrana Ácido araquidônico Fosfolipase A2 Ciclooxigenase 1 (Plaquetas) Tromboxano Estimula a agregação plaquetária Papel fisiológico da COX-1 Plaquetas Ácido acetilsalicílico Diminui a agregação plaquetária Ácido acetilsalicílico Agente antiplaquetário Inibe irreversivelmente a COX-1 Dificulta a formação de trombos intravasculares, aumentando a fluidez do sangue Aplicações clínicas: prevenção de AVE, infarto, doença coronariana, trombose venosa Fosfolipídeos de membrana Ácido araquidônico Fosfolipase A2 Ciclooxigenase 1 (Plaquetas) Tromboxano Inibe a agregação plaquetária AAS Inibidores seletivos da ciclooxigenase-2 Fosfolipídeos de membrana Ácido araquidônico Prostaglandina E2 Fosfolipase A2 Ciclooxigenase 2 COX-2 Alodinia inflamatória Vasodilatação (Edema, eritema) Febre Ciclooxigenase 1 COX-1 Prostaglandinas Tromboxanos -Diminuem a secreção de ácido estomacal -Vasodilatação (pressão arterial) -Manutenção do fluxo sanguíneo renal -Estimula a agregação plaquetária Celecoxibe Nimesulida Meloxicam Inibidores seletivos da ciclooxigenase-2 Celecoxibe, nimesulida, meloxicam Fosfolipídeos de membrana Ácido araquidônico Fosfolipase A2 Ciclooxigenase 2 (Endotélio) Prostaciclina Inibe agregação plaquetária Papel fisiológico da COX-2 Endotélio vascular Celecoxibe Nimesulida Meloxicam Seu uso foi associado ao aumento da incidência de infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, tromboembolismo venoso (rofecoxibe) Aumenta a agregação plaquetária Efeitos dos AINE’s sobre a agregação plaquetária Ácido araquidônico COX-2 (Endotélio) COX-1 (Plaquetas) Tromboxano Prostaciclina ↑Agregação plaquetária ↓Agregação plaquetária 1)AINE’s não seletivos 2)Celecoxibe Nimesulida Meloxicam 3)Ácido acetilsalicílico (inibidor irreversível) Perfil de seletividade dos AINE’s sobre as isoformas da COX Anti-inflamatórios não-esteroidais Usos clínicos Uveíte, doença navicular, inflamação de pele (Ácido acetilsalicílico-equinos) Miosite, artrite não infeciosa (Diclofenaco – bovinos/Naproxeno - equinos) Alívio de dores na claudicação, osteoartrite (Ácido meclofenâmico,Eltenaco-equinos/Carprofeno, Etodolaco – cães) Dor associada a mastite e pós-operatório (Ibuprofeno-bovinos/Meloxicam – várias espécies –felinos) Inflamações oculares (Colírio de flurbiprofeno) Distúrbios músculo-esqueléticos, cólicas abdominais (Equinos - Cetoprofeno) Anti-inflamatórios não-esteroidais Usos clínicos Fenilbutazona Síndromes músculo esqueléticas, cólicas, laminite – equinos Pneumonia e Endotoxemia Espasmos musculares devido a anormalidades de discos vertebrais, espondilite anquilosante, osteoartrite artrites reumáticas- cães Robenacoxibe - Cães e gatos* (problemas musculoesqueléticos, pós-cirurgia) Flunixine-meglumina Síndromes músculo esqueléticas, cólicas, laminite – equinos Pneumonia e Endotoxemia em bezerros Analgesia pós-cirúrgica Cautela: toxicidade renal em cães Dimetilsulfóxido Aplicação tópica ou em mucosas efeito sistêmico -Inflamações do ouvido em cães; -Inflamações de membros, traumatismos na coluna em equinos Inibidores da COX com fraca ação anti-inflamatória Paracetamol Dipirona Desprovido de efeitos gastrintestinais “COX-3 cerebral” Efeitos adversos: hepatotoxicidade Sinais de intoxicação: Náuseas, vômitos, coloração azulada de mucosas, edema facial, coma e morte Menos efeitos gastrintestinais Usos clínicos: Antipirético e analgésico em cães Associado com antiespasmódicos em equinos Inativados por altas concentrações de superóxidos Paracetamol (Acetaminofeno) Lesão da membrana, organelas e DNA ~10% ~90% Ácido mercaptúrico Compostos cisteínicos Acetilcisteína Glicuronidação Cães e gatos: carência de enzimas de fase II AINE’s Precauções Variação na taxa de eliminação: Ácido acetilsalicílico: 1h em equinos/ 38 horas em felinos 2) Felinos: carência no sistema de conjugação hepático (Fase II) Ácido acetilsalicílico: doses elevadas causam intoxicação Depressão, anorexia, hemorragia gástrica, vômitos, anemia, hepatite, hiperpneia, febre 3)Etodolocao Queratoconjuntivite em cães com osteoartrite – atenção para blefaroespasmo 4) Flurbiprofeno Fetopático – contra-indicado na gestação 5)Naproxeno Uso cauteloso em cães (eliminação hepática – efeitos gastrintestinais pronunciados) Anti-inflamatórios Esteroidais (Glicocorticoides) Anti-inflamatórios esteroidais São hormônios esteroides Corticosteroides Mineralocorticoides Glicocorticóides Andrógenos -Cortisol: ser humano, cão, gato, hamster, peixe, macaco; -Corticosterona: rato, camundongo, pássaro, cobra Anti-inflamatórios esteroidais Glicocorticoides endógenos Corticosterona Fisiologia do Cortisol Liberaçãodo cortisol CRH: hormônio liberador de corticotropina ACTH: hormônio adrenocortitrópico Liberação do cortisol Ritmo circadiano Traumatismo agudo, Cirurgia, Medo, Dor, Frio Cortisol “Hormônio do estresse” Situações Estresse: ➔ Assegura Suprimento Contínuo de nutrientes a órgãos críticos (glicose: Cérebro) Cortisol “Hormônio do estresse” Efeitos anti-inflamatórios Antialérgicos Imunossupressores Metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas Metabolismo ósseo Efeitos do cortisol Cortisol Mecanismo de ação R R ↑ Expressão gênica ↓ Expressão gênica Agonistas de receptores intracelulares Efeitos anti-inflamatórios do cortisol Inibe a síntese de prostaglandinas e leucotrienos Inibe o infiltrado inflamatório Inibe a degranulação de leucócitos Redução das respostas imunes celular e adaptativa Fosfolipídeos de membrana Ácido araquidônico Fosfolipase A2 Ciclooxigenase (2) Prostaglandinas Processo Inflamatório Lipooxigenase Leucotrienos Quimiotaxia Cortisol Interferem na Biossíntese de Prostaglandinas e Leucotrienos Fosfolipídeos de membrana Ácido araquidônico Fosfolipase A2 Ciclooxigenase (2) Prostaglandinas Processo Inflamatório Lipooxigenase Leucotrienos Quimiotaxia Cortisol Interferem na Biossíntese de Prostaglandinas e Leucotrienos Células imunes Glicocorticóides Anexina I Inibem a expressão da ciclooxigenase Cortisol Reduz o infiltrado inflamatório Moléculas de adesão Glicocorticóides Cortisol Reduz a degranulação de células imunes Histamina Prostaglandinas Leucotrienos Citocinas Degranulação Cortisol Inflamação Alergia Anti-inflamatório Antialérgico Linfócitos “naive” Produção IgG, IgE Cortisol Efeitos imunossupressores Produção IL-12, IFN, TNF Diferenciação Cortisol: Inibe a diferenciação dos linfócitos; Inibe a produção de citocinas pró-inflamatórias Inibe a produção de anticorpos Anti-inflamatórios esteroidais sintéticos R R ↑ Expressão gênica ↓ Expressão gênica Agonistas de receptores de glicocorticoides Efeitos anti-inflamatórios Antialérgicos Imunossupressores Hidrocortisona Cortisona Fluticasona Triancinolona Metilpredinisolona Predinisona Predinisolona Dexametasona Betametasona Anti-inflamatórios esteroidais sintéticos Farmacocinética: Glicocorticóides Sintéticos Administração: oral, IM e IV (metilprednisolona), inalatória, tópica; Penetram nas células por difusão simples; Fígado: Reação de Fase I (Redução) e Fase II (Conjugação com ácido glicurônico); Excreção renal; INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS -Doenças Autoimunes Pequenos animais: anemia hemolítica e trombocitopenia autoimunes, lúpus eritematoso sistêmico, pênfigos, polineuropatias e polimiosites Equinos: isoeritrólise neonatal (doença hemolítica do recém-nascido) -Condições Alérgicas Dermatopatias alérgicas dermatite alérgica à picada de pulga, dermatite de contato, hipersensibilidade alimentar; Choque anafilático INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS Doenças Brônquicas e Pulmonares Traumas articulares: equinos Traumas e edemas Imunossupressores: transplante de órgãos e aloenxerto cutâneo Tratamento de câncer: Leucemias, linfossarcomas, tumores mastocitário; Insuficiência da suprarrenal: hipoadrenocorticismo Efeitos tóxicos Uso crônico Via sistêmica Atrofia da suprarrenal Anti-inflamatórios esteroidais Toxicidade Anti-inflamatórios esteroidais Interrupção gradual do tratamento Anti-inflamatórios esteroidais Toxicidade -Supressão da resposta imune à patógenos: favorecimento de infecções oportunistas Candidíase -Surgimento de lesões: redução da função dos fibroblastos prejuízo da cicatrização -Administração intra-articular em equinos: favorece ruptura de tendões, atrofia de tecidos moles depósito de microcristais (menos de 3 administrações por ano) Anti-inflamatórios esteroidais Toxicidade Efeitos metatabólicos Reduzem a síntese de proteínas musculares Diminuem a formação óssea Reduzem a absorção de cálcio no intestino; 2) Apoptose de osteoblastos, 3) Estimulam a atividade de osteoclastos; Redistribuição de gordura corporal “obesidade do tronco” Estimulam a gliconeogênese Diabetes medicamentosa Ativação de receptores aldosterona Retenção de sódio e água: hipertensão, inchaço Anti-inflamatórios esteroidais Toxicidade Inibição da produção de prostaglandinas gastroprotetoras Úlcera péptica Glicocorticoide X Mineralocorticoide Anti-inflamatórios esteroidais Síndrome de Cushing Iatrogênica (Hiperadrenocorticismo) Hiperadrenocorticismo Iatrogênico Síndrome de Cushing Alopécia simétrica bilateral Uso clínico de glicocorticoides 1- Certeza do diagnóstico da doença de base 2- Afastar a possibilidade de infecção concomitante 3- Administração deve acompanhar o pico de cortisol/corticosterona 4- Considerar administração tópica 5- Presença de comorbidades: diabetes, hipertensão arterial Menor dose possível, menor tempo de tratamento possível, indicando quando estritamente necessário