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Aula ética - Lei 8 429-92 Lei de Improbidade Administrativa r1 r2 r3

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Lei 8.429/92 – Lei de Improbidade Administrativa – aula 1LEGENDA
Conceito
Prazo
Destaque
Cai em prova
Jurisprudência/súmula
15.7.2020
Art. 37, §3º, CF – norma de eficácia contida
Atos de improbidade administrativa causam (consequências mínimas):
· Suspensão dos direitos políticos
· Perda da função pública
· Indisponibilidade de bens
· Ressarcimento ao erário
Sujeito passivo: quem comete AI
· Agentes públicos, ainda que:Superior Tribunal de Justiça: quem não é agente público não pratica ato de improbidade isoladamente.
· Transitoriamente
· Sem remuneração
· Qualquer forma de investidura ou vínculo
· Quem não é agente público que:
· Induz agente público
· Pratica junto com agente público
· Se beneficia direta ou indiretamente de AI que não praticou
Sujeito passivo:
· Administração pública direta ou indireta da União, Estados, Municípios ou DF, de qualquer dos poderes
· Empresa incorporada ao patrimônio público
· Entidade cuja criação ou custeio o erário haja concorrido com mais de 50% do patrimônio ou receita anual
· Entidade que recebe subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício de OP
· Entidade cuja criação ou custeio o erário haja concorrido com menos de 50% do patrimônio ou receita anual, limitando-se a sanção patrimonial (repercussão do ilícito sobre a contrapartida do cofre público)
Sanções da lei de improbidade – natureza cível = não penal
· Perda da função públicaNatureza administrativa
· Proibição de contratar com o poder público
· Proibição de receber benefícios fiscais e creditícios
· Ressarcimento ao erário*Natureza cível
· Perda de valores e bens ilícitos*
· Multa civilNatureza política
· Suspensão dos direitos políticos
*Cabe indisponibilidade de bens para garantir
STJ e art. 8º: sucessor do agente (sujeito ativo) que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente: está sujeito até o limite da herança.
Independência das instâncias: se o ato de improbidade corresponder a crime é instaurado processo criminal e punido mesmo se absolvido na esfera administrativa, exceto se absolvido por inexistência do fato ou ausência de autoria.
Atos de improbidade: arts. 9º, 10 e 11 – mais grave ao menos grave
17.7.2020 – parei na p. 25
Enriquecimento ilícito – art. 9º
Enriquecimento ilícito = qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, emprego, função ou atividade.
É preciso do dolo para caracterizar. STJ – improbidade não é mera ilegalidade. É ilegalidade qualificada pelo dolo do agente.
Rol do art. 9º é exemplificativo.
Penalidades: isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato – art. 12, I
· Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente
· Ressarcimento integral do dano, quando houver
· Perda da função pública
· Suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos
· Multa civil de até 3 (três) vezes o valor do acréscimo patrimonial
· Proibição de contratar com o PP ou receber benefícios ou incentivos, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, por 10 anos.
Prejuízo ao erário – art. 10
Prejuízo ao erário = qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação de bens e haveres das entidades passíveis de ser sujeito passivo. STJ – aqui se admite punição por culpa grave.
Rol exemplificativo
Penalidades: isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato – art. 12, II
· Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente
· Ressarcimento integral do dano, quando houver
· Perda da função pública
· Suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos
· Multa civil de até 2 (duas) vezes o valor do dano
· Proibição de contratar com o PP ou receber benefícios ou incentivos, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, por 5 anos.
Concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário – art. 10-A
Conceito: qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o §1º do art. 8-A, da Lei Complementar 116/2003.
· A lei de improbidade, para coibir guerra fiscal entre municípios, não deixa o prefeito baixar de 2% a alíquota do ISS, e também não o deixa outros tipos de benefícios tributários sobre o ISS (2% é a alíquota mínima).
Penalidades: isolada ou cumulativamente – art. 12, IV
· Perda da função pública
· Suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos
· Multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido
*O município credor do ISS que foi prejudicado pela redução indevida pode ingressar com ação de improbidade contra o prefeito. Art. 17
Violação dos princípios da administração pública
Conceito: qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. Art. 4º - também devem respeitar a legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade.
É preciso do dolo para caracterizar. STJ – improbidade não é mera ilegalidade. É ilegalidade qualificada pelo dolo do agente.
Rol do art. 12 é exemplificativo.
Atenção ao inciso IX – deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação.
Penalidades:
· Ressarcimento integral do dano, quando houver
· Perda da função pública
· Suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos
· Multa civil de até 100 (cem) vezes o valor da remuneração do agente
· Proibição de contratar com o PP ou receber benefícios ou incentivos, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, por 3 anos.
Na fixação da pena no caso concreto, o juiz deve levar em conta a extensão do dano e o proveito patrimonial obtido pelo agente.
Mesmo com a aprovação das contas do agente no TCU ele pode ser condenado por improbidade.
Só é necessária a comprovação da existência de dano ao patrimônio público para aplicar a sanção de ressarcimento. As demais sanções independem de dano.
Declaração de bens
A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração de bens e valores que compõem o seu patrimônio privado. Ficam excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.
A declaração será anualmente atualizada e na data que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.
Quem se recusa: pena de demissão.
Pode suprir com a declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal.
Procedimento administrativo e processo judicial
Âmbito administrativo: qualquer pessoa pode representar à autoridade administrativa para que seja instaurada investigação para apurar ato de improbidade.
· É crime a representação quando o autor da denúncia sabe que o imputado é inocente. Art. 19 – pena de detenção de 6 a 10 meses e multa. Sem prejuízo de indenização por danos materiais, morais ou à imagem do imputado falsamente.
Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a apuração dos fatos mediante instauração de PAD.
A comissão encarregada da instrução dá conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas competente, os quais poderão designar representante para acompanhar o procedimento administrativo – art. 15.
· O MP não pode interferir no PAD. Se entender que é mal gerido, pode adotar providências próprias para investigar a apurar em seu âmbito próprio.
Âmbito judicial: havendo indícios de responsabilidade, a comissão representará ao MP ou procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente, em ação cautelar, decretação do sequestro dos bens do agente que tenha se enriquecido ilicitamente ou causado danos ao erário. Pode incluir pedido de investigação, exame e bloqueio de bens, contas e aplicações financeiras mantidas no exterior, nos termos da lei e tratados internacionais.
· MP não depende dessa representação ou provocação para ir ao judiciário
Ação de improbidade administrativa
· Rito ordinário
· Proposta pelo MP ou pessoa jurídica interessada (legitimação ativa concorrente)· Se proposta pelo MP, a PJ interessada por de abster de contestar ou atuar como litisconsorte ativo, desde que seja útil ao interesse público
· Se o MP não intervir no processo como parte, atuará como fiscal da lei, obrigatoriamente, sob pena de nulidade
· Dentro de 30 dias da efetivação da cautelar
· Propositura da ação previne o juízo para todas as posteriores com a mesma causa de pedir ou mesmo objeto
· Há um juízo prévio sobre a existência de fundamentos suficientes: após o recebimento da inicial, o juiz, em 30 dias, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do AI, da improcedência da ação, ou da inadequação da via eleita
· Recebida a inicial, cabe agravo de instrumento
· Em qualquer fase pode ser extinta sem mérito se o juiz reconhecer inadequação da ação de improbidade
· Sentença que julgar procedente ação de reparação de danos ou decretar perda de bens determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, à PJ prejudicada
Destaque: a perda da função pública e suspensão dos direitos políticos só se efetiva com o trânsito em julgado da sentença condenatória
· Mas a autoridade judicial ou administrativa pode determinar afastamento do agente, sem prejuízo da remuneração – é medida cautelar, não sanção, a única cautelar que pode ocorrer na esfera administrativa.
*jurisprudência aceita que é uma espécie de ação civil pública.
É vedada a transação, acordo ou conciliação – indisponibilidade do interesse público.
p. 26

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