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Câncer de endométrio

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Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros 
 
Câncer de endométrio 
 
O tumor mais frequente do corpo do útero é o carcinoma 
de endométrio, mas não é o câncer mais comum no útero 
Câncer genital feminino de melhor prognóstico, 
sobretudo se descobre no início 
A prevalência desse tumor aumento nos últimos 20 anos, 
possivelmente devido a: 
- Aumento da expectativa de vida 
- Aumento da população feminina 
- Mudanças nutricionais levando ao aumento de 
obesas 
- Aumento do uso de estrógeno 
TIPOS DE TUMORES ENDOMETRIAIS 
Tipo 1 ou A 
É o mais comum 
Dependente de estrógeno → mais relacionado às 
pacientes que fizeram uso de hormônio 
Ocorre mais comumente em mulheres jovens → mulheres 
na perimenopasua, com história de exposição ao 
estrogênio sem que tenha feito oposição com 
progesterona 
É bem ou moderadamente diferenciado → ser 
diferenciado é bom porque é mais parecido com a célula 
normal (quanto mais indiferenciado, pior prognóstico) 
Associado à hiperplasia → comumente nas pacientes 
que tem espessamento endometrial (células que 
cresceram) 
Rico em receptores de estrogênio e de progesterona 
Não costuma evoluir rapidamente para invasão em 
profundidade nem para metástases ganglionares → 
confere melhor prognóstico 
É o mais comum 
Se for haver reposição hormonal na paciente e esta 
possui útero, tem que ser feita proteção do endométrio, 
mesmo que a paciente esteja na menopausa 
Estrogênio tem função de proliferação endometrial 
Deve associar progesterona com o estrogênio já que 
essa tem capacidade de proteger o endométrio da 
hiperplasia (crescimento além do ideal) 
Tipo 2 ou B 
Não depende de estrógeno 
Inclui o indiferenciado e os tipos histológicos não 
endometrioides 
Típico da paciente idosa 
Pobre em receptores hormonais 
Sem associação com hiperplasia → por isso se 
desenvolve até em endométrio atrófico 
Origina-se em epitélio atrófico 
Invade profundamente o miométrio e os linfonodos → 
pior prognóstico 
Maior risco de metástases linfáticas 
FATORES DE RISCO 
Associados ao estrogênio devido à presença de 
receptores hormonais nesses tumores 
Menopausa tardia e menarca precoce → ficou mais 
tempo sob ação dos hormônios 
Obesidade 
- Excesso de estrona decorrente da conversão 
periférica, por aromatização no tecido adiposo 
de androstenediona produzida pela suprarrenal 
DM 
Nuliparidade ou infertilidade 
Nível socioeconômico elevado 
Dieta rica em gordura animal 
Uso de estrogênio sem progesterona ou de fármacos de 
ação estrogênica 
Ciclos anovulatórios, síndrome dos ovários policísticos 
Tumor produtor de estrogênio 
Hiperplasia endometrial ou pólipo endometrial 
pregressos 
História pessoal ou familiar de câncer de cólon, ovário 
ou endométrio 
Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros 
 
- A síndrome do câncer colorretal hereditário não 
polipoide (HNPCC ou síndrome de Lynch II) tem 
herança autossômica dominante, 
representando risco de 40-60% 
Irradiação prévia 
Tamoxifeno → é antagonista na mama e agonista fraco 
no endométrio 
- Uso no pós-QT de câncer mamário 
 
HIPERPLASIA ENDOMETRIAL 
Caracteriza-se por diversas alterações morfológicas e 
biológicas das glândulas endometriais e do estroma, que 
variam de um estado fisiológico exagerado ao 
carcinoma in situ 
Tamanho endometrial: 
- Depende do ciclo em pacientes na menacme 
- Menopausadas sem TRH: 5 mm 
- Menopausadas com TRH: 8-10 mm 
Endométrio proliferativo produzido por estimulação 
estrogênica prolongada na ausência de influência de 
progesterona 
O risco de transformação da hiperplasia do endométrio 
em carcinoma está relacionado com a existência e com 
a intensidade da atipia citológica: 
- Os critérios de atipia citológica incluem: núcleos 
grandes de formato variável com perda da 
polaridade, aumento da relação núcleo-
citoplasma, nucléolos proeminentes e 
condensação irregular da cromatina com 
eliminação da paracromatina 
- A hiperplasia atípica é a que apresenta atipia 
citológica e pode ser classificada como simples 
ou complexa, conforme a arquitetura glandular 
correspondente 
SINTOMATOLOGIA 
O principal sintoma, precoce, é sangramento anormal, 
apesar de 10 a 20% das pacientes não apresentarem 
esse alerta 
Pode ocorrer secreção purulenta ou piometria, 
resultantes de necrose do tumor, infecções 
No exame físico, secreção necrótica é fortemente 
sugestiva de câncer 
Massa pélvica ou abdominal e ascite são sinais de 
doença avançada 
PROPEDÊUTICA 
O rastreamento em mulheres assintomáticas não está 
indicado 
Pacientes com sangramentos devem ser investigadas de 
forma obrigatória 
US transvaginal: boa especificidade e sensibilidade, mas 
não há evidência de que o rastreamento por US reduza 
a mortalidade por carcinoma endometrial 
É adotada para investigação de mulheres com 
sangramento vaginal e espessura anormal (pós-
menopausadas com sangramento, ≥ 5 mm) 
Indicações de investigação histológica com objetivo de 
exclusão ou diagnóstico 
Sangramento na pós-menopausa 
Menorragia persistente após 40 anos 
Piometria 
Células endometriais em exame citopatológico cervical 
US com endométrio espessado ≥ 5 mm para pacientes 
que não fazem uso de terapia de reposição hormonal 
Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros 
 
Os métodos que possibilitam a histologia endometrial 
são biópsias endometriais (BE), dilatação e curetagem 
e, histeroscopia com BE 
- Padrão ouro: histeroscopia com biópsia 
endometrial 
- Curetagem: método feito às escuras com 
raspagem de toda a parede uterina → se o 
material vem falando que há presença de 
células neoplásicas, o diagnóstico é confirmado, 
mas se o resultado não apresenta células 
cancerígenas, provavelmente não é, mas pode 
ser porque o câncer pode estar localizado em 
um local que não foi raspado. Especificidade é 
boa, mas sensibilidade é menor 
A histeroscopia possibilita o diagnóstico de lesão focal, 
assegura a ausência desse tipo de lesão, e orienta ou 
direciona a biopsia 
- Em caso de câncer, além de proporcionar 
diagnóstico, auxilia na avaliação de dois 
fatores prognósticos: a localização do tumor e 
suas dimensões 
TIPOS HISTOLÓGICOS 
Adenocarcinoma endometroide (adenocarcinoma): é o 
mais frequente e de melhor prognóstico → subtipo A ou 
1 
- Típico ou habitual 
- Com diferenciação escamosa 
- Viloglandular 
- Secretor 
Adenocarcinoma mucinoso 
Carcinoma seroso, carcinoma de células claras, 
carcinoma neuroendócrino de baixo grau/ carcinoide, 
carcinoma neuroendócrino de alto grau, carcinoma 
diferenciado (escamoso), carcinoma indiferenciado, 
carcinossarcoma (homólogo ou heterólogo) 
À medida que se tornam menos diferenciados, os 
tumores contêm mais áreas sólidas, menor formação 
glandular e maior atipia citológica 
Após estabelecido o diagnóstico histológico de 
carcinoma endometrial, é investigada a extensão da 
doença 
A FIGO recomenda, no mínimo, a informação do tipo 
histológico e o grau, radiografia de tórax, hemograma, 
função renal e hepática como rotina 
A dosagem de Ca-125 pode ser útil na doença avançada 
para ajudar no controle pós-tratamento da doença 
Avaliação abdominal e pélvica com imagem auxilia no 
planejamento cirúrgico 
O estadiamento do CA de endométrio é cirúrgico 
Tratamento cirúrgico conforme a FIGO 
Coleta de material por citologia peritoneal, abdominal 
e pélvica 
Inventário da cavidade, com exame e palpação de 
fígado, superfície peritoneal, gânglios para-aórticos e 
pélvicos, fundo de saco de Douglas, anexos 
Histerectomia total extrafascial com 
salpingooforectomia bilateral → inicia-se com oclusão 
tubária 
Se houver invasão estromal cervical, pode ser realizada 
histerectomia radical com salpingooforectomia 
bilateral 
O útero é aberto pela cirurgia, para avaliar o tamanho 
elocalização tumoral e a invasão miometrial 
A linfadenectomia pélvica e para-aórtica é discutível, 
há grupos realizando uma amostragem e outros a 
sistemática; na presença de fatores de mau prognóstico, 
existe indicação de avaliação retroperitoneal 
ESTADIAMENTO 
 
Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros 
 
 
 
TRATAMENTO 
Com o estadiamento, acaba tratando a paciente 
A radioterapia adjuvante parece aumentar o controle 
locorregional da doença, sem afetar a sobrevida, mesmo 
em estágios iniciais 
Paciente com alto risco (3 ou mais fatores de risco, 
estadio 2 e 3) podem se beneficiar com quimioterapia 
com ou sem radioterapia → decisão é feita pelo 
oncologista 
Há possibilidade de regressão com a terapia 
progestacional 
Embora o tratamento clássico de todos os tipos de 
câncer de endométrio seja a histerectomia com 
estadiamento, o tratamento não cirúrgico com terapia 
hormonal pode ser uma opção em mulheres 
adequadamente selecionadas que desejam preservar a 
fertilidade → casos pontuais 
- Paciente que não tenha disseminação à 
distância, com baixo estadiamento 
Técnicas alternativas de estadiamento, como RM, 
podem ser empregadas para avaliar a profundidade da 
invasão miometrial ou identificar doenças extrauterinas 
É provável que o tratamento contínuo com 
progestágeno, usando acetato de megestrol (40 a 160 
mg/dia), seja o método mais confiável para reverter a 
hiperplasia complexa ou atípica 
Não há consenso definido acerca de um intervalo ideal 
de acompanhamento. É necessário manter o tratamento 
durante, pelo menos, 2 a 3 meses e fazer biopsia do 
endométrio 3 a 4 semanas depois, para avaliar resposta 
É aconselhável a realização periódica de biopsia do 
endométrio ou USG transvaginal em pacientes 
acompanhadas após o tratamento de hiperplasia 
atípica com progestágeno, tendo em vista a existência 
de câncer não diagnosticado em 25% dos casos, a taxa 
de transformação em câncer de 29% e a alta taxa de 
recorrência após tratamento. Nessa situação, o uso de 
progesterona deve ser considerado uma medida 
temporária, e não de longa duração. Em mulheres com 
Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros 
 
hiperplasia complexa atípica que não queiram mais 
engravidar, recomenda-se a histerectomia 
Tratamento clínico conservador 
Embora não seja o tratamento padrão para câncer de 
endométrio, pode-se cogitar o tratamento que preserva 
a fetilidade em paciente selecionadas (jovens, sem 
prole), desde que sejam observados alguns critérios: 
- Tumores endometrioides bem diferenciados (G1) 
no produzo da biopsia endometrial 
- Estadio IA presumível em exames de imagem 
(RM) 
- Ausência de contraindicações à terapia 
progestínica ou gestação 
Os agentes progestínicos mais utilizados são: acetato de 
medroxiprogesterona, acetato de megestrol e DIU-LGN 
Amostras de tecido endometrial devem ser obtidas a 
cada 3 a 6 meses, incentivar a paciente a engravidar e, 
após a conceção, realizar estadiamento cirúrgico 
SEGUIMENTO 
Anamnese e exame físico são ferramentas cruciais no 
seguimento das pacientes em tratamento de câncer de 
endométrio 
As pacientes devem ser avaliadas a cada 3 a 6 meses 
nos 2 primeiros anos e, depois, a cada 6 meses ou 
anualmente até se completarem 5 anos de seguimento 
PREVENÇÃO 
Primária: combater fatores de risco evitáveis → 
obesidade, dieta rica em gorduras, sedentarismo e mau 
uso de hormônios 
Uso de reposição hormonal deve sempre incluir o 
progestógeno em tempo e dose recomendadas 
Pacientes com historia familiar importante, tanto para 
endométrio como para cólon e ovário, devem ser 
encaminhadas para aconselhamento genético 
Mulheres com síndrome de Lynch devem ser seguidas 
com rastreamento anual a partir dos 35 anos, com BE 
associada ou não à histeroscopia 
A prevenção secundária consiste em diagnosticar e 
tratar as lesões precursoras e a doença assintomática

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