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Semiologia do aparelho urinário

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Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros 
 
Semiologia do aparelho urinário 
 
Muitas patologias do aparelho urinário são de difícil 
diagnóstico, necessitando de uma grande associação de 
habilidades semiológicas 
Uma boa anamnese, um bom exame físico e um 
conhecimento da fisiopatologia dessas doenças, assim 
como um domínio dos exames complementares 
12 piócitos/ campo (sinal de referência é 10) pode não 
indicar doença, sendo apenas um valor decorrente de 
contaminação no saco coletor 
Tem que levar em conta a forma como foi feita o exame, 
momento em que foi colhido, sexo do paciente 
EAS não é um exame de rotina → apenas se tiver queixa 
PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS DAS DOENÇAS DO 
TRATO URINÁRIO 
Edemas 
Pensar nas glomerulonefrites 
Fáscies renais: edema de início na face, bipalpebral, 
matutino, influenciado pela gravidade, chegando às 
pernas no decorrer do dia → edema causado por 
glomerulonefrite (causada por bactérias como 
Staphylococcus) 
- Edema de face + alteração da cor da urina + 
aumento de peso + aumento da pressão arterial 
= pensar em glomerulonefrites 
 
Edema indica acúmulo de líquido no interstício 
Edema hidrostático: por retenção de sódio e água, 
refletindo uma expansão do intravascular 
(hipervolemia) 
Edema por queda da pressão oncótica: por queda da 
proteinemia (desnutrição, perda renal, perda intestinal). 
Há acúmulo de líquidos no interstício e relativa 
hipovolemia → paciente com desnutrição do tipo 
Kwashiorkor 
- Em situações em que há proteinúria, haverá a 
síndrome nefrótica → causada por 
malformação, questão genética associada, sem 
que haja uma causa infecciosa como na 
glomerulonefrite 
- Edema mais visível, mole (cacifo), anasarca e 
derrames cavitários (derrame pleural, ascite) 
- Tratamento, na maioria das vezes, é feito com 
corticoide 
Edema por aumento da pressão hidrostática: 
- Glomerulonefrites e IRA 
- Edema mais duro → não tem cacifo 
- Geralmente acompanhado de hipertensão 
sistêmica 
- Podendo ter edema pulmonar 
- Glomerulonefrite difusa aguda (GNDA): causada 
por bactéria que estava localizada na pele ou 
na garganta e não foi bem tratada, atinge os 
rins e fez aumento da pressão hidrostática, 
fazendo edema e alterando cor da urina 
(hematúria – urina cor de Coca-Cola) 
Há dois tipos de edema causados por aumento da 
pressão hidrostática: edema por aumento da pressão 
hidrostática e edema por queda da pressão oncótica 
(eliminação de proteína na urina – síndrome nefrótica) 
Hipertensão 
Pensar nas glomerulonefrites 
Definição: manutenção de valores pressóricos acima dos 
definidos como limites da normalidade para idade, sexo 
e estatura 
Existem gráficos específicos para avaliação da pressão, 
peso, estatura 
A hipertensão primária é incomum na infância 
Situações de hipertensão mantida contribuem para a 
deterioração da função renal 
A principal causa da hipertensão na idade pediátrica 
são as hipertensões secundárias, dentre elas as 
causadas por doenças renais 
Normotenso: PA percentil 90 
Pré-hipertensão: PA percentil 90-95 
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Hipertensão estágio 1: PA percentil 95-99 + 5mmHg 
Hipertensão estágio 2: PA acima do percentil 99 + 5 
mmHg 
Técnica 
Braço direito 
Repouso 
Braço ao nível do coração 
Manguito cobrindo 2/3 do braço 
Estetoscópio na fossa cubital 
Insuflar o manguito 20 mmHg acima do 
desaparecimento do pulso radial 
Desinflar lentamente 
Hipertensão: 3 medidas em dias diferentes 
Alterações da urina 
Pensar nas glomerulonefrites 
Hematúria macroscópica 
Mesmo uma pequena quantidade de sangue já modifica 
a cor da urina, desde castanha até uma aparência de 
caldo de carne 
Quando a hematúria é de origem glomerular: 
- Hemácias dismórficas (codócitos ou 
acantócitos) 
- Cilindros hemáticos 
Hematúria macroscópica não glomerular: 
- Hemácias isomórficas 
- Pensar em: tumores, doenças císticas, 
nefrolitíase, metabólicas (hipercalciúria, 
hiperuricosúria) e infecção urinária 
- Se houver coágulos, também pensar em 
hematúria não glomerular 
Odor fétido 
Urina acumulada na fralda durante a madrugada 
fermenta e apresenta odor fétido, sem significado 
patológico 
Urina fétida, em outras situações, aponta para 
situações patológicas, sendo a infecção urinária a mais 
comum 
Disúria 
Pensar nas pielonefrites 
Dificuldade de conseguir urinar 
Sintoma mais comum nas infecções do trato urinário 
inferior 
Mas podem ter outras situações que provocam disúria: 
- Balanopostite → tratada com ATB 
- Vulvovaginite 
- Traumatismos 
- Fimose 
- Válvula de uretra posterior 
Algúria 
O termo não é um consenso, alguns autores não usam 
É a dor ao urinar 
Pensar em: 
- Infecção urinária 
- Traumatismos 
Polaciúria 
Micções frequentes, geralmente em pequenos volumes 
urinários 
Indica uma capacidade vesical reduzida 
Pensar em: 
- Infecções 
- Traumatismos 
- Irritação química 
- Bexiga neurogênica 
- Causas psicogênicas 
Poliúria 
Aumento significativo do volume urinário de 24 horas 
Pensar em: 
- Aumento da ingesta 
- DM → perda de peso, aumento do apetite 
- Diabetes insipidus 
- IRC 
- Quadros psiquiátricos 
- Resolução de edemas → uso de furosemida 
Oligúria 
Redução drástica do volume urinário 
Cálculo da quantidade de urina por dia: 
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- RN: 1 mL/kg/hora 
- Crianças: 0,5 mL/kg/hora 
Pensar em: 
- IRA, IRC 
- Glomerulopatias 
- Desidratação 
- Choque 
Pacientes com glomerulonefrite e síndrome nefrótica 
chegam com oligúria por conta do edema 
Anúria ou oligoanúria 
Ausência de diurese 
Em pacientes recém-nascidos e lactentes, internados em 
situações de alta gravidade, prestar atenção na 
possibilidade de bexigoma 
Para o paciente faz bexigoma, ele tem que estar sem 
urinar 
Noctúria 
Urinar durante a noite, com interrupção do sono 
Pensar em: 
- DM 
- Diminuição da capacidade vesical por: infecção, 
irritação química ou física e ingesta exagerada 
Uremia 
Quadro clínico e metabólico decorrente das alterações 
da homeostase corporal, devido a queda da função 
renal 
Principal alteração: aumento do nível sérico de ureia 
O aumento pode ter outras causas: 
- Desidratação 
- Dieta hiperproteica 
- Medicações 
- Jejum prolongado 
- Traumatismos 
- Infecções 
- Queimaduras 
Dor 
Abdominal, lombar, cólica nefrética, dor vesical 
Dor abdominal 
Quando de origem urinária: 
- Origem: rins (pielonefrite), vias urinárias 
(pielonefrite), bexiga (cistite) 
- Distensão da cápsula renal 
- Dilatação das vias excretoras → cálculos 
- Edema inflamatório 
Dor aguda: infecção urinária, nefrolitíase 
Dor intermitente: calciúria, nefrolitíase → melhora e 
volta 
Dor crônica: tumores, obstrução das vias urinárias 
(malformação, por exemplo) 
Dor lombar 
Flancos: ângulo costo-vertebral → região renal 
Sugere distensão da cápsula renal 
Pensar: 
- Pielonefrite 
- Tumores 
- Obstruções do trato urinário que levam a 
hidronefrose 
Cólica nefrética 
Dor intensa, aguda, na região lombar que se irradia 
para hipocôndrio, virilha e região genital 
Deslocamento de cálculo na via urinária 
Deslocamento de coágulo na via urinária 
Não é comum na infância (10-14% dos casos de 
nefrolitíase na infância) 
Dor vesical 
Desconforto suprapúbico, normalmente de pouca 
intensidade 
Sugere inflamação ou distensão da bexiga

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