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HABILIDADES MÉDICAS – RENAL Kallynne Martins 2C ANAMNÉSIA Uma boa história clínica é a chave principal para o diagnóstico das doenças do sistema urinário. Pacientes com lesão renal apresentam queixas que não guardam relação direta com os rins ou trato urinário Pacientes costumam atribuir aos rins sintomas que não decorrem de lesão no sistema urinário O que precisamos analisar? Lembrar, novamente, que existem queixas que não estão DIRETAMENTE relacionadas com os rins ou o trato urinário, por isso é bom atentar-se à soma dessas e outras manifestações clínicas, exemplos: → Astenia: perda ou diminuição da força → Náuseas: sensação de enjoo, incluindo ânsia de vômito → Vômitos: expulsão vigorosa do conteúdo estomacal → Anorexia: distúrbio alimentar → Mialgia: dor muscular Sinais e sintomas do sistema urinário (bem característicos): 1) Alterações da micção e 2) Volume e ritmo urinário • Oliguria e Anuria: Produção de urina abaixo do normal/supressão/diminuição da excreção • Poliúria: Expelição em quantidades acima do normal (+ de 2,5l/dia) • Disúria: Desconforto, dor ou queimação ao urinar • Urgência: Vontade súbita e compulsiva de urinar • Polaciúria: Vontade de urinar com mais frequência que o normal (e o volume menor que o habitual) • Hesitação: Dificuldade de iniciar a micção, necessitando de esforço • Nictúria ou Noctúria: Urinar com frequência à noite • Retenção Urinária: Dificuldade de urinar e esvaziar completamente a bexiga • Incontinência Urinária: Perda do controle da bexiga, podendo ser desde a ligeira perda (após uma tosse, riso, tosse) até incapacidade total de controlar a micção • Piuria: Pus na urina (leucócitos degenerados) 3) Alterações das características da urina 4) Dor O parênquima renal é insensível, sendo a sua distensão de sua cápsula responsável pela dor • Dor lombar e no flanco → Dor percebida na região lombar e flanco, profunda, com sensação de peso, de intensidade variável, fia e persistente, que piora com a posição ereta. Geralmente sem náuseas e vômitos Causas: Pielonefrite aguda, glomerulonefrite aguda, síndrome nefrótica, nefrite intersticial, ruptura de cisto com infecção (em rins policísticos) • Cólica renal → Dor lombar muito intensa, descontínua, recorrente, com irradiação para região inguinal, acompanhada com vômitos e náuseas. • Dor vesical ou dor hipogástrica → Dor de origem no corpo da bexiga, é sentida na região suprapúbica. Quando originária da região do trígono e do colo vesical, irradia-se pela uretra e meato externo (dá sensação de queimação) • Estrangúria (micção lenta e dolorosa) • Dor perineal → Dor intensa no sacro ou reto por infecção aguda de próstata 5) Edema • Manifestação marcante das doenças renais • Resulta de diferentes mecanismos patogênicos: → Anasarca: Inchaço geral por todo o corpo → Edema periorbitário: Inchaço/dilatação da área dos olhos → Edema em MMII: Inchaço nos membros inferiores 6) Febre • Pode ser uma manifestação crucial no diagnóstico de uma síndrome . Habitualmente é alta, de início súbito, acompanhada de calafrios e de tremores EXAME FÍSICO Pode auxiliar no raciocínio mas geralmente não irá fechar diagnóstico (detectar anormalidades) • Exame dos rins → Não são palpáveis na maioria dos adultos → Manobra de Giordano (Punho percussão lombar) Paciente estando sentado e inclinado para a frente. O profissional faz uma súbita punho- percussão, com a borda ulnar da mão, na região da fossa lombar do paciente ,mais especificamente, na altura da loja renal (flancos). Se a manobra evidenciar sinal de dor aguda, em pontada, no paciente, o sinal de Giordano é positivo, o que indica grande probabilidade doença renal (litíase e pielonefrite aguda (infecção do trato urinário alto). • Exame dos ureteres → Impalpáveis • Exame da bexiga → Pode ser visível (bexigoma) e palpável → A percussão identifica variações de volume na bexiga → Pode ser necessário palpação bimanual → Deve estar com mais de 300ml pra ser palpável • Exame da próstata → Palpável por via retal SÍNDROMES NEFRÓTICAS Dependendo dos sintomas e sinais as síndromes urinárias podem ser: → Síndrome infecciosa → Síndrome nefrótica → Síndrome nefrítica → Síndrome Obstrutiva → Insuficiência renal INFECÇÃO URINÁRIA CARACTERÍSTICAS: → Síndrome febril → Distúrbios miccionais. SÍNDROME NEFRÓTICA É um distúrbio dos glomérulos em que quantidades excessivas de proteína são excretadas na urina. A excreção de proteína excessiva tipicamente leva ao acúmulo de líquido no corpo (edema) e níveis baixos de albumina de proteína e altos níveis de gorduras no sangue. CARACTERÍSTICAS: → Proteinúria/24 horas maior que 3,5g → Anasarca (edema generalizado) → Hipoalbuminemia (Menor que 3,5g/dl) → Hiperlipidemia → Azotemia (Altas concentrações de nitrogenados como ureia, creatinina, ácido úrico e proteínas, no sangue, soro ou plasma) → Pode apresentar urina espumosa (por conta da proteinúria) → Pode apresentar pressão arterial elevada (Pela vasoconstrição sistêmica) PRINCIPAIS CAUSAS: → Diabetes → hipertensão → AINH (anti-inflamatórios não hormonais) SÍNDROME NEFRÍTICA É definida pela hematuria, graus variáveis de proteinuria, normalmente hemácias disformes e, no geral, cilindros hemáticos no exame microscópico do sedimento urinário. Em geral, ≥1 elementos estão presentes: edema, hipertensão, elevação da creatinina sérica e oliguria. CARACTERÍSTICAS: → Hipertensão arterial → Hematúria → Oligúria → Azotemia (presença de uréia/outros compostos nitrogenados no sangue) → Edema → Proteinúria 24 horas menor que 3,5g PRINCIPAIS CAUSAS: → Nefropatia IgA → LES SÍNDROME URINÁRIA: OBSTRUTIVA Impedimento funcional ou estrutural do fluxo urinário normal, às vezes causando disfunção renal CARACTERÍSTICAS: → Impedimento do livre fluxo urinário → Tem origem mecânica LITÍASE URINÁRIA Formação de concreções calculosas nos rins e vias urinárias CARACTERÍSTICAS: → Dor intensa e hematúria → Podem ser únicos ou múltiplos cálculos INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA (IRA) É a perda súbita da capacidade dos rins filtrarem resíduos, sais e líquidos do sangue CARACTERÍSTICAS: → Perda súbita de função renal → Retenção hídrica → Elevação de escórias nitrogenadas → Hipertensão Arterial → Oligúria ou Anúria → Respiração de Kussmaul → Hiperpotassemia: Aumento da concentração de potássio no sangue PRINCIPAIS CAUSAS: → Hipovolemia e Diminuição do débito cardíaco são causas de IRA pré-renal → Nefrite intersticial aguda é causa de IRA renal → As principais causas de IRA pós-renal são obstrução bilateral dos ureteres e obstrução de bexiga INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA (IRC) CARACTERÍSTICAS: → Perda lenta, progressiva irreversível da função renal → Associada à doença subjacente → Sintomas urêmicos → Redução do tamanho dos rins → Perda de diferenciação córticomedular PRINCIPAIS CAUSAS: → Nefropatia Diabética → Nefroesclerose Hipertensiva → Glomerulonefrite Crônica → Pielonefrite Crônica → Hipertensão → Nefropatia lúpica → Doença Renal Policística CASOS CLÍNICOS CASO 1 AMG de 11 anos de idade, masculino, apresenta edema generalizado, predominantemente em região ocular e membros inferiores há cerca de 5 dias que se iniciou sem nenhum desencadeante. Refere estar com a urina um pouco espumosa, mas nega alteração de cor na urina. Sua pressão arterial variou durante a consulta entre 96 x 60 a 106 x 74. Há edema de MMII e bipalpebral moderados. Os exames de laboratório mostram urina I com proteinúria ++++/++++, sem outras alterações; creatinina sérica 0,7 mg/dl, com filtração glomerular de 101 ml/min/1,73m2, albuminasérica de 2,9 g/dl e colesterol sérico de 202 mg/dl. Qual hipótese diagnóstica? Justifique. Resposta: Síndrome nefrótica. Pois fazem parte da sintomatologia: Proteinúria 24horas maior que 3,5g, hipoalbuminemia, anasarca (edema generalizado), hiperlipidemia (todos apresentados nos exames de laboratório do paciente). Também pode apresentar azotemia. A urina apresenta-se um pouco espumosa por conta da proteinúria. A pressão arterial está um pouco elevada devido a vasoconstrição sistêmica, ocasionada pela ativação do sistema renina angiotensina aldosterona pela baixa de proteínas. CASO 2 Paciente feminina com 27 anos de idade, peso corporal de 64 kg, deu entrada na emergência do Hospital Universitário da Fametro- HUF, com quadro de queda do estado geral, hiporexia, febre (39 graus), calafrios. Refere que começou com disúria há 5 dias e há 02 dias apresentando febre e hoje relata os calafrios e que a febre não melhora com antitérmico. Lombalgia esquerda com Giordano positivo. Qual é hipótese diagnóstica? Justifique Resposta: Pielonefrite Aguda. Pois fazem parte da sintomatologia: Mal-estar, sendo uma possível razão para a hiporexia, febre (fortemente relacionado), calafrios, dor lombar (Lombalgia esquerda, onde está acometido, com Giordano positivo com dor aguda e pontada, evidenciando uma pielonefrite aguda). Além disso, em média 50% dos pacientes apresentam disúria, urgência miccional e aumento da frequência urinária. CASO 3 Paciente com 25 anos, masculino, branco, procura a emergência do HUF por dor em cólica de início súbito em região lombar direita, com irradiação para a fossa ilíaca e região inguinal. Queixa-se também de náuseas e vômitos. Durante o exame o paciente apresenta-se agitado e irritado. Refere que não há posição que cause alívio de sua dor. Sem febre. Refere que quando urinou pela manhã, a urina estava com “cor de sangue”. Nega disúria. Ao exame comum de urina há hematúria importante, ausência de nitrito, leucócitos e bacteriúria. A urocultura foi negativa. Qual é hipótese diagnóstica? Justifique Resposta: Cólica renal com origem na urolitíase (cálculo renal). Mas geralmente os pacientes são assintomáticos e o cálculo é um achado radiológico acidental, a partir da descida do cálculo pode- se revelar essa sintomatologia denominada cólica renal. Pois, quando se deslocam a partir do rim pelos ureteres em direção à bexiga e uretra, podem causar abrasão na movimentação, provocando a dor súbita na região lombar (foi lombar direita por ser o lado acometido) que o paciente apresentou inicialmente. Uma vez que temos principais pontos de impactação do cálculo : Junção uretero pélvica (JUP), passagem dos vasos ilíacos , junção uretero vesical (JUV). Consequentemente, irradiou para a fossa ilíaca e região inguinal (pela movimentação dos cálculos), gerando uma dor de forte intensidade ( cólica renal, sem alívio) e com isso pode ter provocado náuseas e vômitos. A hematúria deve-se a obstrução. Pode ser que ele apresente febre mas não é um sintoma típico. A urocultura negativa e ausência de nitrito, leucócitos e bacteriúria descartam infecção (pielonefrite) CASO 04 Feminina, 64 anos, casada, parda, professora, procedente de Manaus-AM. Paciente previamente hígida evoluiu com lombalgia moderada associada a um episódio de diarreia. Com 24 horas de evolução, houve piora da dor, que se tornou incapacitante. Atendida no Pronto Socorro, onde chega em posição antálgica. EXAME FÍSICO: P: 75kg, Alt: 1,65m, FC: 110bpm; PA: 160/90 mmHg. Regular estado geral, Taquipneia (FR23irpm) , afebril, pálida, hidratada, Glasgow 15. Orofaringe sem alterações. Aus. pulmonar: MVF e simétrico, sem RA. Aus. Cardíaca: RCR, 2T, BNF, sem sopros. Exame físico do abdome não foi realizado (paciente não conseguia permanecer em decúbito dorsal). Membros inferiores sem edema. EXAMES LABORATORIAIS Creatinina 1,0 mg/dl, uréia:35 mg/dl Hemoglobina 12,9 g/dl, hematócrito 39,5%, leucócitos 8578 (diferencial normal), plaquetas 380.000. PCR 0,9 mg/dl ; Urina tipo 1 apontava hematúria, urocultura Qual é hipótese diagnóstica? Justifique CASO 05 Masculino, 29 anos, solteiro, mulato, autônomo (DJ), Procedente de São Lourenço – MG. Paciente previamente hígido, refere história de edema de membros inferiores de início há dois meses e que, em três dias, evoluiu para um quadro de anasarca. Esteve internado em outro serviço, onde recebeu diurético e melhorou do edema generalizado. Refere odinofagia uma semana antes do início do edema. Nega tosse ou febre. Nega lesões de pele. Nega diarreia ou disúria. Refere urina espumosa e de cor avermelhada. Nega artralgias ou artrites. Refere lombalgia, de característica mecânica, pela qual fez uso crônico de anti-inflamatórios previamente ao quadro de anasarca e se medicou com diclofenaco de sódio de forma sistemática por cerca de três semanas consecutivas, interrompendo o uso aproximadamente doze dias antes do início do quadro atual. Antecedentes Nega HAS, DM ou dislipidemia EXAME FÍSICO: Peso: 68,5kg, Altura: 1,70m, IMC: 24 kg/m², FC: 68bpm PA: 150/90 mmHg (deitado), PA: 150/90 mmHg (em pé) Bom estado geral, eupineico, afebril, corado, hidratado, Glasgow 15. Orofaringe sem alterações. Aus. pulmonar: MVF e simétrico, sem RA. Aus. Cardíaca: RCR, 2T, BNF, sem sopros. Abdômen indolor, sem massas ou visceromegalias. Membros inferiores com edema 1+/4+ até terço médio das pernas, bilateralmente. EXAMES LABORATORIAIS Creatinina 3,5 mg/dl, uréia:149 mg/dl, Na: 135, K: 3,5, albumina de 2,2 g/dl; eletroforese de proteínas:albumina:2,0 e gama: 0,8; hemoglobina 11,6 g/dl, hematócrito 34,5%, leucócitos 7870 ( com eosinofilia 600), plaquetas 260000. PCR 0,9 mg/dl ; Urina tipo 1: pH: 5 ; d:1015, proteínas> 1g/l, hemácias +100/c; leucócitos +100/c; proteinúria de 24h: 9,7g; urocultura negativa. EXAMES COMPLEMENTARES Ultrassom de rins e vias urinárias: rins de tamanhos normais, com aumento discreto da ecogenecidade bilateralmente, com preservação da relação córtico-medular. Sem sinais de hidronefrose. PERGUNTAS: 1. Qual a fisiopatologia do acometimento renal desse paciente? 2. Quais fatores de risco para injúria renal aguda? 3. Descreva a fisiologia renal ( glomérulo, túbulos, alça de Henle, tubo coletor, artéria aferente e eferente) CASO 06 Jovem, 16 anos, acompanhada pelo pai, deu entrada no ambulatório para consulta médica. Refere intenso ardor ao urinar, sensação de urgência e aumento da frequência urinária, que interfere no padrão de sono. Nega dor lombar, comorbidade e tratamento medicamentoso. HISTÓRIA º Relata hábito de retardar a micção quando está ocupada º Estima ingestão hídrica inferior a 800ml/dia EXAME FÍSICO º Abdominal: plano, flácido, mas, doloroso na região suprapúbica º PA= 110x70mmHg º FC= 102 bpm º FR= 20 ipm º T= 36,8ºC º Demonstra irritabilidade e inquietação Qual é hipótese diagnóstica? Justifique CASO 07 Paciente do sexo feminino de 54 anos, deu entrada no PS do Hospital 28 de Agosto referindo febre noturna, episódio esporádicos de vômitos, calafrios e dor lombar a esquerda há 8 dias, com intensificação no período de evolução. Refere emagrecimento de 10kg no período. Realizou acompanhamento, mas perdeu seguimento há 4 anos, sem resolução do caso, poŕem mantendo-se assintomática neste período. Antecedentes pessoais: Hipertensão arterial sistêmica, controlado com captopril, G2A0C2, sem antecedentes de diabetes, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular ou tumores EXAME FÍSICO Regular estado geral, descorada, hidratada, taquipneica. PA= 140X90mmHg. FC 120bpm, FR 22rpm, Sat 02- 94%. MV diminuído a esquerda. Percussão maciça. Abdome com massa volumosa ocupando o hipocôndrio e flanco esquerdo, doloroso à palpação profunda. Sem sinais de peritonite. EXAMES LABORATORIAIS Hemograma: Leocócitos 14.500 cel/mL/ Hb 8,2 g/dL/ Plaquetas: 374.000 cel/mL Ureia: 54 mg/dL Creatinina: 1,30 mg/l Glicemia de jejum: 91 mg/dL Urina 1: Leucocitúrica. Hematúria. Proteinúria Qual é hipótese diagnóstica? Justifique CASO 8 Homem com 57 anos,com história previa de acidente vascular cerebral isquêmico (isquemia em ramo próximas da arteria cerebral média -ACM) há nove anos, que apresentava comprometimento neurológico autonômico requerendo o uso de sonda vesical de demora, foi trazido em cadeira de rodas por familiares ao serviço de emergência da instituição; segundo a informante, foi constatada mudança de cor e odor da urina, associada à febre, indisposição e anorexia a cerca de dez dias O exame físico evidenciou atrofia muscular em membros inferiores, e comprometimento de funções neurológicas, como discurso e inteligência, com relação provável ao AVC prévio. Nenhum achado patológico foi detectado nos exames dos aparelhos cardiovascular e respiratório. No exame abdominal foi identificado dor em ponto uretral D e punho percussão positiva à direita. O paciente apresentava-se febril no momento da consulta (38ºC), refratário ao uso regular de antitérmicos nos últimos dias. Foram solicitados exames laboratoriais (hemograma, creatinina sérica e exame qualitativo da urina) A única anormalidade demonstrada no hemograma foi a de anemia discreta (hemoglobina: 10,1 g/dL). A urinálise, entretanto, revelou a presença de bactérias, hematúria e leucocitúria (> 30 p/c) e pH urinário marcadamente alcalino – 7,2. Não havia indícios de lesão glomerular (como dismorfismo eritrocitário) ou de envolvimento tubular associado, nem de retenção azotêmica crônica (creatinina: 1,2 g/dL). Diante da suspeita laboratorial de infecção urinária por flora urease positiva, e da possibilidade da presença simultânea de cálculos e/ou acometimentos do parênquima renal (haja vista a febre persistente), lançou-se mão de complemento imagiológico Qual é hipótese diagnóstica? Justifique CASO 9 Paciente do sexo masculino, 79 anos, branco, casado, natural de Pouso Alegre MG, residente em São Paulo há 35 anos, aposentado. HISTÓRIA DA MOLÉSTIA ATUAL Paciente hipertenso e diabético há 20 anos, foi admitido com quadro de edema e dor em MMII, febre diária , hiperemia e lesões ulcerosas locais. Referia início do quadro há cerca de 40 dias iniciando-se com hiperemia e lesões bolhosas em MMII, evoluindo após 2 semanas com edema importante e anasarca. Procurou assistência médica, sendo prescrito antibiótico por via IM. Teve melhora parcial do quadro infeccioso porém apresentou piora nos 3 dias antes da admissão, com queda do estado geral, dispneia aos esforços e oligúria. ANTECEDENTES HAS há 20 anos em uso de captopril 25 mg de 8/8h. Diabetes há 20 anos em uso de insulina NPH 50 U 2x/dia. Nega tabagismo ou etilismo. EXAME FÍSICO •Paciente em regular estado, consciente e orientado, descorado ++, PA:160x90 mmHg FC = 100 Peso = 103 Kg (peso basal = 85Kg) •Aparelho cardiovascular: Ritmo cardíaco regular em 2 tempos, bulhas normofonéticas, sem sopros. •Aparelho respiratório: Taqui dispneico aos esforços: murmúrio vesicular presente, estertores crepitantes basais •Abdômen: Normotenso, globoso, indolor, sem visceromegalias •Extremidades: Edema 3+ em membros inferiores com lesões ulcerosas de aspecto purulento, hiperemia e dor locais. EXAMES COMPLEMENTARES: Hb:12,0; Ht: 37,5 VCM: 80,8; Leuco: 23.440; (19.000 neutrófilos); Plaq: 352.000; PCR: 150; Glicose 258; Ureia:166; Creatinina :5,79; Na:137; K:6,0; Ph venoso:7,40; HCO3 : 22,6; Ca:8,2; P:7,1; Cl:101; Alb:2,7; Alfa1:0,4; Alfa2: 0,9; Beta:0,8; Gama: 0,9; UrinaI: Prot >1g, 100 hemácias/campo, 20 leucócitos/campo; Proteinúria de 24h:6,20 g; TGO: 40; TGP: 31; LDL:62; HDL:29; Colesterol 255; Triglicérides:120; INR:1,0 ; Rttpa:1,1 HIV: neg; Anti HCV: neg ; agHbs: neg ; FAN: neg; Anti DNA: neg ; ANCA: neg ; Anti Ro, Anti La, Anti Sm, crioglobulinas : todos negativos; Complemento total e frações : normais. Hemocultura: crescimento de Staphylococcus aureus Qual é hipótese diagnóstica? Justifique CASO 10 Identificação: A.G.D. feminino, 68 anos, negra, natural e moradora de Manaus AM. Aposentada QP- “Enjôo e vômitos” HDA: Paciente hipertensa há 30 anos, em acompanhamento medico regular mas assume uso irregular dos anti-hipertensivos mesmo após notar sua urina “espumosa” há pelo menos 6 meses. Dois meses atrás, após inicio de dor lombar , medicou -se com “um anti-inflamatório” sem prescrição medica, não mais que uma vez por semana. Há um mês aparecimento de náuseas matinais, sem relação com a alimentação, associado a anorexia e saciedade precoce. Evoluiu com vômitos também piores pela manha, sem restos alimentares e sem sangue. E há cerca de duas semanas diz ter notado suas pernas inchadas e diminuição do volume de urina. Anamnese dirigida: NDN HPP: Hipertenso há 30 anos, usando regularmente medicação e com PA não controlada (SIC). Nega diabetes ou dislipidemia. H Fisiológica: NDN. H Familiar: Pai falecido de AVC e mãe hipertensa. Tem 5 filhos saudá veis. H da Pessoa: Reside com o marido, foi tabagista de 10 maços/ ano, parou há 5 anos. Etilista social. Ao exame Paciente lucida, orientada. Hipocorada (+3 e m 4 +), hidratada, e apneica deitada a 0 grau. Sem TJP. PA 170 x 100 FC 100 FR15 ACV Ritmo cardíaco regular, em dois tempos. Bulhas normofonéticas. Sopro sistólico 3+ em 6+ audível em todo o precordio AR Murmurio vesicular audível, diminuído na base pulmonar direita. Frêmito toracovocal diminuído em base direita, assim como sub macicez à percussão. Abdome f lácido, peristalse presente, indolor a palpação superficial e profunda. Sem massas ou visceromegalias palpáveis. Membro inferiores com edema bilateral, até joelhos, frio, mole e indolor. Com cacifo . Osteo articular: dor à digito pressão dos processos espinhosos de vértebras lombares. Sina l de La segue ausente. Exames: Rx de coluna com lesões líticas em corpos vertebrais L3 -L4-L5 Hto 21 % Hb 6 ,3 Leucograma normal Ur 18 0 Cr 9,0 K 5,8 Na 130 Ptn 8,9 Albumina 2,5 Globulina 6,4 Ca 11, 0 Fosforo 4,0 LDL 1 00 HDL 55 TG 89 Fração de excreção Na : 2 % 14 EAS: + pt n , sem hematúria. Proteinuria de 24h : 9, 2 g USG mostra Rins de tamanho normal com preservação da relação cortico medular Qual é hipótese diagnóstica? Justifique
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