Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RODRIGO SCOPEL BARBOSA TRAQUEOSTOMIA ABERTA À BEIRA DO LEITO DE UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NA REGIÃO SUL DO BRASIL Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito para a conclusão do Curso de Graduação em Medicina. Florianópolis Universidade Federal de Santa Catarina 2020 RODRIGO SCOPEL BARBOSA TRAQUEOSTOMIA ABERTA À BEIRA DO LEITO DE UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NA REGIÃO SUL DO BRASIL Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito para a conclusão do Curso de Graduação em Medicina. Presidente do Colegiado: Prof. Dr. Aroldo Prohmann de Carvalho Professor Orientador: Prof. Dr. Fábio May da Silva Florianópolis Universidade Federal de Santa Catarina 2020 iii FICHA CATALOGRÁFICA iv DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho à minha Nona, Isolda Luciano Scopel, meu grande exemplo de vida que partiu em 2017. v AGRADECIMENTOS Agradeço, primeiramente, aos meus pais, Luiz e Cleusa, que me apoiaram e trabalharam muito para que fosse possível minha dedicação aos estudos. São meus exemplos e meu orgulho, com certeza os principais responsáveis por estar concluindo meus sonhos e objetivos. Sou eternamente grato. Além deles, agradeço também ao meu irmão e parceiro, Matheus, por ter me apoiado desde quando éramos crianças. Além disso, agradeço ao restante da minha família, que me guiou, apoiou, ensinou diversas coisas sobre a vida. Cada um teve sua participação, avós, tios, tias, primos, seja servindo como exemplos, apoio ou fonte de ensinamento. Agradeço também a minha namorada, Maria, por ter sido minha parceria desde o início da faculdade, ajudando a tornar a trajetória muito mais fácil e dividindo momentos comigo, sejam alegres ou outros mais duros, porém sempre ao meu lado. Por isso, serei eternamente grato. Aos amigos, do curso ou da vida, os quais seria injusto citá-los nominalmente pelo risco de esquecer algum, deixo os meus mais sinceros agradecimentos por se tornarem realmente minha família. Vocês são pessoas extraordinárias e essenciais na minha vida. Além disso, agradeço ao Professor Fabio May da Silva por ter me orientado e me guiado na produção deste trabalho por mais de um ano, sempre com disposição, o que com certeza me fez crescer. Finalmente, deixo meus agradecimentos à Universidade Federal de Santa Catarina, instituição que sempre sonhei em cursar medicina, por me fornecer qualidade de ensino com toda a estrutura que precisei para tal. Com certeza, tive os melhores professores e ensinamentos que uma universidade pode fornecer. Espero que possa retribuir à sociedade, grande financiadora e o motivo de existir da Universidade, como médico e cidadão. TRAQUEOSTOMIA ABERTA À BEIRA DO LEITO DE UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NA REGIÃO SUL DO BRASIL Rodrigo Scopel Barbosa¹, Gustavo Heitich Ferrazza², Fabio May da Silva³ 1. Acadêmico no curso de Medicina da Universidade Federal de Santa Catarina; 2. Médico pela Universidade Federal de Santa Catarina. 3. Mestre e Doutor pela Universidade Federal de São Paulo. Professor adjunto do Departamento de Cirurgia da Universidade Federal de Santa Catarina. Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil. Departamento de Cirurgia/CLC/CCS/UFSC - Campus João David Ferreira Lima - Trindade - Florianópolis -SC - CEP: 88040-900 Autor para correspondência: Rodrigo Scopel Barbosa. Avenida Rio Branco, Nº476, Apto. 310 – Centro – Florianópolis – SC – CEP: 88015-200 – Telefone: (48) 99602-9004 – E-mail: rsbscopel@gmail.com Fonte financiadora do projeto: não há. RESUMO Objetivo: Analisar as principais características clínico epidemiológicas dos pacientes submetidos a traqueostomia aberta na UTI de um hospital no sul do Brasil e avaliar as possíveis limitações e complicações desse método. Métodos: Trata-se de um estudo transversal e retrospectivo realizado com dados secundários, oriundos de prontuários de pacientes admitidos na UTI do Hospital Governador Celso Ramos (HGCR) em Florianópolis, Santa Catarina, entre os anos de 2011 e 2013. Todos os pacientes estavam em ventilação mecânica e intubação orotraqueal (IOT). As variáveis analisadas foram: gênero, idade, causas da internação em UTI, tempo de intubação orotraqueal até a realização traqueostomia, tempo de realização do procedimento cirúrgico e suas complicações. Os dados foram analisados descritivamente, por meio de frequências absolutas e relativas. Resultados: Foram 110 pacientes estudados, 81 homens (73,6%) e 29 mulheres (26,4%), com idade média de 50 anos. A intubação prolongada foi a indicação mais comum para realização da traqueostomia, o período médio de intubação foi de 9,2 dias. O tempo médio da realização do procedimento foi de 13,5 minutos. O traumatismo cranioencefálico foi o principal motivo de internação na UTI (34,5%). Ocorreram complicações em 14 pacientes (12,7%), sendo que em 10 (9,1%) foram complicações imediatas, mais comumente pequenos sangramentos, e em 4 (3,6%) foram tardias. Não foram observadas complicações graves ou óbito relacionado ao procedimento. Conclusão: A realização da traqueostomia aberta à beira leito pode ser realizada em UTI, apresentando resultados satisfatórios, com poucas limitações e baixo índice de complicações. Palavras-chaves: Traqueostomia; Unidades de Terapia Intensiva; Hospital; Ventilação Mecânica. INTRODUÇÃO A criação e a evolução das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) a partir da década de 50 possibilitou a disseminação da traqueostomia como método rotineiro de manutenção de via aérea[1], sendo um procedimento realizado em até 24% dos pacientes submetidos à ventilação mecânica nas UTIs[2]. Por conta disso, a possibilidade de realização desse procedimento de maneira eletiva à beira leito de UTI sem necessidade de transporte do paciente crítico, normalmente com diversos aparelhos e cabos acoplados, diminui dispêndio de recursos sem trazer prejuízos à saúde do paciente quando comparado à realizada em centro cirúrgico.[3–7] Diversos fatores indicam a realização de traqueostomia, dentre eles os seguintes: doenças que indiquem intubação prolongada, maior que 14 dias, como as lesões graves de sistema nervoso central[8]; obstrução de via aérea alta por tumor, trauma, infecções; impossibilidade de intubação.[4,5,9] A traqueostomia oferece benefícios aos pacientes por facilitar a aspiração de secreções, higiene oral, aumento do conforto do paciente[3,4,10,11] e diminuição do trabalho respiratório[11,12]. Apesar de a realização da traqueostomia precoce (TP) não modificar mortalidade na maioria dos grupos[4,13–16], há diminuição no número de dias de internação, na necessidade de sedativos[17] e em dias de ventilação mecânica[4,15,16,18–21]. No entanto, a decisão clínica para indicar a traqueostomia ainda é um desafio[5] a ser enfrentado pelos médicos, principalmente em qual seria o melhor momento para realizá-la, sendo a definição de TP ou traqueostomia tardia (TT) divergente ainda na literatura definindo cortes variando de 4 a 14 dias.[16,22,23]. Em relação ao ambiente ideal para realização da traqueostomia fica a critério médico, pesando os benefícios e riscos individuais de cada paciente. O centro cirúrgico, preferencialmente, comparativamente tem uma estrutura para realização do procedimento mais adequada.[4] Por outro lado, as UTIs modernas têm equipamentos com o suportenecessário para realização de procedimentos mais invasivos, sem a necessidade de transporte do paciente até o centro cirúrgico.[7,24] Esse estudo tem como objetivo analisar as principais características clínico epidemiológicas dos pacientes submetidos a traqueostomia aberta na UTI de um hospital no sul do Brasil e avaliar as possíveis limitações e complicações desse método. METODOLOGIA Trata-se de um estudo transversal e retrospectivo com análise de dados secundários, oriundos de prontuários de pacientes admitidos na UTI do Hospital Governador Celso Ramos (HGCR) em Florianópolis, Santa Catarina, entre os anos de 2011 e 2013. Todos os pacientes estavam submetidos a ventilação mecânica e intubação orotraqueal (IOT) e foram indicados aos procedimentos pela equipe médica da UTI, sendo a execução da técnica de responsabilidade da equipe de Cirurgia Torácica do hospital com acompanhamento de residentes de Cirurgia Geral. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HGCR, parecer de número 3.458.571. Todos procedimentos foram realizados na UTI com o material adequado previamente preparado. Não houve necessidade de transferência do paciente para outro local. O médico da UTI estava presente durante o procedimento e nenhum paciente desta série foi submetido a procedimento de traqueostomia percutânea. Os pacientes foram submetidos à mesma técnica cirúrgica padronizada no serviço. Os procedimentos foram realizados por um residente de cirurgia geral acompanhados por um cirurgião torácico. Os pacientes foram sedados e posicionados em decúbito dorsal com colocação de coxim sob o dorso provocando extensão do pescoço a fim de facilitar a visualização do campo cirúrgico. Foi realizada antissepsia e colocados os campos esterilizados. A seguir, foi realizada anestesia local. Todos os pacientes foram submetidos à incisão transversal na linha média entre a borda inferior da cartilagem cricóide e a incisura jugular. Após a dissecção dos planos até a visualização da traqueia. A abertura da traqueia foi realizada em forma de U invertido ao nível do 2º anel traqueal de tamanho suficiente para colocação da cânula de traqueostomia. A colocação da cânula era realizada sob visão direta sendo sempre confirmada pela equipe cirúrgica. O tubo orotraqueal somente foi retirado após a confirmação da ventilação mecânica eficaz através da traqueostomia. O bisturi elétrico e um foco de LED com suporte na cabeça do cirurgião foram sempre utilizados. Foram analisadas as variáveis sexo, idade, causas de internação em UTI, dias de intubação até o procedimento, tempo médio da realização do procedimento e complicações. Em relação aos dias de intubação até o procedimento, foi considerado traqueostomia precoce (TP) como até 10 dias de intubação. Em relação tempo do procedimento em minutos, a partir da incisão da pele até a colocação da cânula. As complicações imediatas, com até 24 horas, foram consideradas: secreção traqueal, sangramento (definido como necessidade de intervenção com eletrocautério), pneumotórax, falso trajeto, enfisema subcutâneo, perda da cânula e parada cardíaca. As complicações consideradas tardias foram infecção de ferida operatória (definida como celulite ou saída de pus ao redor do estoma) e fístula traqueoesofágica. As variáveis foram analisadas segundo a estatística descritiva, composta por: números absolutos (N), porcentagem (%) e desvio padrão (DP). RESULTADOS O grupo de estudo foi formado por 110 pacientes, 81 homens (73,6%) e 29 mulheres (26,4%), com idade média de 50 anos e DP de ±17,3, variando de 15 a 89 anos. O traumatismo cranioencefálico (TCE) foi o principal motivo de internação na UTI destes pacientes (34,5%), seguido pelas afecções neurológicas por acidente vascular cerebral (26,3%) (Tabela 1). A principal indicação de traqueostomia foi o tempo de intubação prolongado em 105 pacientes (95,5%), seguido de tetraplegia em 3 pacientes (2,7%), realização de retraqueostomia em 1 paciente (0,9%) e de 1 paciente (0,9%) submetido a cirurgia bucomaxilofacial. A traqueostomia foi realizada, em média, com 9,2 dias de internação ,DP ±4,1 , sendo a indicação mais precoce com 1 dia e a mais tardia com 21 dias. Foram realizadas 60 traqueostomias precoces (<10 dias) e 50 traqueostomias tardias (≥10 dias). O tempo médio de realização do procedimento no estudo foi de 13,5 minutos e DP ±5,3, oscilando entre 5 a 34 minutos. As complicações ocorreram em 14 pacientes (12,7%), sendo que em 10 (9,1%) foram imediatas (Tabela 2) e em 4 (3,6%) foram tardias, correspondendo à infecção de ferida operatória. Sangramento de pequeno volume foi a complicação mais prevalente encontrada em 9 pacientes (8,2%), sendo que nenhum ocorreu durante o procedimento, mas sim nas primeiras 24 horas seguintes. Não foram relatadas complicações relacionadas ao procedimento, como pneumotórax, enfisema subcutâneo ou fístula traqueoesofágica. Também não foram observadas complicações mais graves como parada cardiorrespiratória, morte relacionada ao procedimento ou complicações com necessidade de intervenção em centro cirúrgico. Fatores Número de pacientes % Causas Traumatismo Cranioncefálico 38 34,5 Acidente Vascular Cerebral Isquêmico 16 14,5 Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico 13 11,8 Politraumatizado 12 10,9 Traumatismo Raquimedular 8 7,3 Sepse 8 7,3 Hemorragia Subaracnoidea 6 5,5 Outros 9 8,2 Total 110 100,0 Tabela 1. Distribuição dos pacientes submetidos à traqueostomia segundo a causa de internação na UTI. Florianópolis, 2011 a 2013. DISCUSSÃO A traqueostomia é um procedimento amplamente utilizado para pacientes internados em UTI, sendo realizada dentro dessa própria unidade ou no centro cirúrgico.[2] Atualmente, a utilização de traqueostomia percutânea tem sido amplamente executada em centros de referência na terapia intensiva[25]. Tal método ainda implica na utilização de material específico para a sua realização, sendo importante destacar o seu custo e disponibilidade. Na nossa realidade, a traqueostomia aberta realizada à beira leito da UTI é a prática cirúrgica mais realizada. Mais recentemente há uma resistência para realização fora do centro cirúrgico, será que devemos mudar nossa rotina? Este estudo mostrou uma população com média de idade relativamente jovem, 50 anos, com uma prevalência de homens, 73,6%, comparando-se ao estudo de Esteban et al.[2] que analisou o perfil global dos pacientes em UTI e demonstrou uma média de idade de 61 anos e 60% de homens. Ao analisarmos o subgrupo que teve como causa de internação na UTI o TCE, 33 destes pacientes (86,8%) eram do sexo masculino. Atribuímos esse achado à susceptibilidade dessa população em relação ao trauma no Brasil[26] e o hospital em que nosso estudo foi realizado ser referência em traumatologia na cidade de Florianópolis. Além disso, o Fatores Coluna1 Coluna2 Número de pacientes % Sangramentos Lesão de tireoide 4 3,7 Obesidade 2 1,8 Retraqueostomia 2 1,8 Material inadequado 1 0,9 Falso trajeto 1 0,9 Total 10 9,1 Tabela 2. Distribuição dos pacientes submetidos à tranqueostomia conforme suas complicações imediatas. Florianópolis, 2011 a 2013. trabalho demonstrou a predominância de pacientes com lesões neurológicas graves (77,3%) as quais indicavam com maior clareza à equipe um tempo de intubação prolongado, além de ser o grupo melhor favorecido pela realização da traqueostomia precoce[4,13–16]. Por essa razão, o estudo teve um tempo de médio de IOT (9,25 dias) menor do que relatado em outros estudos que indicavam uma média de 13-15 dias.[7,27,28] Sendo que alguns autores tem associado a realização de traqueostomia precoce à diminuição no tempo de ventilação mecânica e período de internação em UTI. [4,15] O tempo de procedimento no estudo foi de 13,5 minutos comparativamente menor à estudossimilares[29–31], que apresentaram média entre 19 e 20 minutos. Consideramos que um procedimento com o tempo de realização relativamente curto beneficia a realização da traqueostomia aberta à beira leito por não expor os pacientes críticos aos riscos do transporte até o centro cirúrgico. O transporte destes pacientes graves até o centro cirúrgico é muito complexo, visto que comumente estão submetidos à monitorização invasiva com diversos aparelhos conectados para seu controle, como bombas de infusão, sondas, cateteres, ventilador mecânico. Aliado a isso, é importante salientar que nem sempre temos uma sala no centro cirúrgico disponível para estes procedimentos, fato este que muitas vezes pode retardar a realização da traqueostomia. Mais recentemente, com a pandemia de Covid-19 causada pelo SARS-CoV-2, o benefício de não transportar o paciente se torna ainda maior, uma vez que pacientes infectados e com necessidade de realização da traqueostomia não expõe um número ainda maior de profissionais e outros pacientes, durante o transporte e no centro cirúrgico, ao risco de infecção. Foi encontrada uma taxa de complicação de 12,7% comparativamente próxima e aceitável da descrita[7,3], inclusive quando analisamos a infecção do estoma (3,6%). O sangramento com necessidade de realização de revisão da traqueostomia nas primeiras 24 horas foi a complicação mais comum. Esta ocorrência foi relacionada pelos cirurgiões ao não controle adequado da hemostasia durante o ato cirúrgico, pois muitas vezes devido à sedação e consequente hipotensão não houve a identificação de um sangramento no momento do procedimento, sendo evidenciado somente após algumas horas. Além disso, os pacientes do estudo não apresentaram complicações graves e todos os procedimentos, inclusive as revisões do sangramento, foram realizados na UTI. No entanto, ressalta-se a necessidade de equipamento adequado e equipe treinada para realização da traqueostomia, pois as dificuldades inerentes à realização do procedimento à beira leito de UTI, como as camas largas e macias que dificultam o acesso ao sítio cirúrgico, falta de iluminação adequada e posicionamento do paciente, não são empecilhos encontrados no centro cirúrgico. CONCLUSÃO A realização da traqueostomia à beira leito de UTI por uma equipe de cirurgiões - mesmo que em treinamento supervisionado – demonstra resultados satisfatórios, com poucas limitações e com um baixo índice de complicações. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Pratt LW, Ferlito A, Rinaldo A. Tracheotomy: Historical Review. Laryngoscope [Internet] 2008;118(9):1597–606. Available from: http://doi.wiley.com/10.1097/MLG.0b013e3181783a4c 2. Esteban A, Anzueto A, Alía I, Gordo F, Apezteguía C, Pálizas F, et al. How is mechanical ventilation employed in the intensive care unit? An international utilization review. Am J Respir Crit Care Med [Internet] 2000;161(5):1450–8. Available from: http://www.atsjournals.org/doi/abs/10.1164/ajrccm.161.5.9902018 3. Yoo DB, Schiff BA, Martz S, Fraioli RE, Smith R V., Kvetan V, et al. Open bedside tracheotomy: impact on patient care and patient safety. Laryngoscope [Internet] 2011;121(3):515–20. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21298643 4. Durbin CG. Tracheostomy: Why, when, and how? Respir Care 2010;55(8):1056–68. 5. Townsend Jr. CM. Sabiston Tratado de Cirurgia. 18a. Elsevier Inc.; 2010. 6. Hawkins ML, Burrus EP, Treat RC, Mansberger AR. Tracheostomy in the intensive care unit: a safe alternative to the operating room. South Med J [Internet] 1989;82(9):1096–8. Available from: http://content.wkhealth.com/linkback/openurl?sid=WKPTLP:landingpage&an=000076 11-198909000-00009 7. Liao DZ, Mehta V, Kinkhabwala CM, Li D, Palsen S, Schiff BA. The safety and efficacy of open bedside tracheotomy: A retrospective analysis of 1000 patients. Laryngoscope 2020;130(5):1263–9. 8. Freeman BD. Tracheostomy Update: When and How. Crit Care Clin 2017;33(2):311– 22. 9. Ricz H, Mello Filho F, Freitas LC MR. Traqueostomia. Med (Ribeirao Preto Online) [Internet] 2011;44(1):63–9. Available from: http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/47337 10. Astrachan DI, Kirchner JC, Goodwin WJ. Prolonged intubation vs. tracheotomy: Complications, practical and psychological considerations. Laryngoscope [Internet] 1988;98(11):1165???1169. Available from: http://doi.wiley.com/10.1288/00005537- 198811000-00003 11. Diehl JL, El Atrous S, Touchard D, Lemaire F, Brochard L. Changes of the work of breathing induced by tracheotomy in ventilatordependent patients. Pneumologie 1999;53(7). 12. Davis K, Campbell RS, Johannigman JA, Valente JF, Branson RD. Changes in respiratory mechanics after tracheostomy. Arch Surg 1999;134(1):59–62. 13. Meng L, Wang C, Li J, Zhang J. Early vs late tracheostomy in critically ill patients: a systematic review and meta-analysis. Clin Respir J 2016;10(6):684–92. 14. Cai S qi, Hu J wu, Liu D, Bai X jun, Xie J, Chen J jun, et al. The influence of tracheostomy timing on outcomes in trauma patients: A meta-analysis. Injury [Internet] 2017;48(4):866–73. Available from: http://dx.doi.org/10.1016/j.injury.2017.02.023 15. Andriolo BN, Andriolo RB, Saconato H, Atallah ÁN, Valente O. Early versus late tracheostomy for critically ill patients. Cochrane Database Syst Rev 2015;2017(6). 16. Szakmany T, Russell P, Wilkes AR, Hall JE. Effect of early tracheostomy on resource utilization and clinical outcomes in critically ill patients: Meta-analysis of randomized controlled trials. Br J Anaesth [Internet] 2015;114(3):396–405. Available from: http://dx.doi.org/10.1093/bja/aeu440 17. Nieszkowska A, Combes A, Luyt C, Ksibi H. Impact of tracheotomy on sedative administration, sedation level, and comfort of mechanically ventilated intensive care unit patients*. 2005;33(11). 18. McCredie VA, Alali AS, Scales DC, Adhikari NKJ, Rubenfeld GD, Cuthbertson BH, et al. Effect of Early Versus Late Tracheostomy or Prolonged Intubation in Critically Ill Patients with Acute Brain Injury: A Systematic Review and Meta-Analysis. Neurocrit Care 2017;26(1):14–25. 19. Monteiro F, Junior DC, Bezerra SA, Furtado I, Melo S, Intensiva UDT. Artigo Original Traqueostomia aberta à beira do leito. 2011;21–5. 20. Herritt B, Chaudhuri D, Thavorn K, Kubelik D, Kyeremanteng K. Early vs. late tracheostomy in intensive care settings: Impact on ICU and hospital costs. J Crit Care [Internet] 2018;44:285–8. Available from: https://doi.org/10.1016/j.jcrc.2017.11.037 21. Liu CC, Livingstone D, Dixon E, Dort JC. Early versus late tracheostomy: A systematic review and meta-analysis. Otolaryngol - Head Neck Surg (United States) 2015;152(2):219–27. 22. Cinotti R, Voicu S, Jaber S, Chousterman B, Paugam-Burtz C, Oueslati H, et al. Tracheostomy and long-term mortality in ICU patients undergoing prolonged mechanical ventilation. PLoS One 2019;14(10):1–13. 23. Blot F, Similowski T, Trouillet JL, Chardon P, Korach JM, Costa MA, et al. Early tracheotomy versus prolonged endotracheal intubation in unselected severely ill ICU patients. Intensive Care Med 2008;34(10):1779–87. 24. Wease GL. Bedside Tracheostomy in the Intensive Care Unit. Arch Surg [Internet] 1996;131(5):552. Available from: http://archsurg.jamanetwork.com/article.aspx?doi=10.1001/archsurg.1996.0143017009 8018 25. Klotz R, Probst P, Deininger M, Klaiber U, Grummich K, Diener MK, et al. Percutaneous versus surgical strategy for tracheostomy: a systematic review and meta- analysis of perioperative and postoperative complications [Internet]. Langenbeck’s Arch. Surg.2018 [cited 2020 Sep 25];403(2):137–49. Available from: https://doi.org/10.1007/s00423-017-1648-8 26. da Silva LAP, Ferreira AC, Paulino RES, Guedes G de O, da Cunha MEB, Peixoto VTCP, et al. Retrospectiveanalysis of the prevalence and epidemiological profile of trauma patients in a secondary hospital/Analise retrospectiva da prevalencia e do perfil epidemiologico dos pacientes vitimas de trauma em um hospital secundario. Rev Med VO - 96 [Internet] 2017;96(4):246. Available from: http://dx.doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v96i4p246-254 27. Franćois B, Clavel M, Desachy A, Puyraud S, Roustan J, Vignon P. Complications of Tracheostomy Performed in the ICU. Chest [Internet] 2003;123(1):151–8. Available from: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0012369216343884 28. Perfeito JAJ, Mata CAS da, Forte V, Carnaghi M, Tamura N, Leão LEV. Traqueostomia na UTI: vale a pena realizá-la? J. Bras. Pneumol.2007;33:687–90. 29. Terra RM, Fernandez A, Bammann RH, Castro ACP, Ishy A, Junqueira JJM. Open bedside tracheostomy: Routine procedure for patients under prolonged mechanical ventilation. Clinics 2007;62(4):427–32. 30. Santosh UP, Patil BS, Bhat V, Pai S. Elective open tracheostomy for patients under prolonged mechanical ventilation - A study. Indian J Otolaryngol Head Neck Surg 2009;61(SUPPL. 1):44–6. 31. Sinha V, Jha SG, Umesh ST, Chaudhari NP, Parmar BD, Patel RS. Bedside Tracheostomy: Our Experience in a Tertiary Care Hospital. Indian J Otolaryngol Head Neck Surg [Internet] 2020;Available from: https://doi.org/10.1007/s12070-020-01976- w ANEXO 1- Normas de Publicação Adotadas Revista Brasileira de Terapia Intensiva/Brazilian Journal of Intensive Care (RBTI/BJIC), ISSN 0103-507X, is the scientific journal of the Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) and Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos quarterly issued scientific journal. Manuscripts preparation All articles should include: Title page: Full title of the article All authors full names Each author institutional affiliation (only the main affiliation, i.e. affiliation to the institution where the work was developed). Author for correspondences complete address (including phone and fax numbers and email). The Institution to be considered as responsible for sending the article. The projects funding source. Running title - An alternative title for the article, containing up to 60 characters with spaces. This title should be displayed in all articles sheet headings. Cover title - When the articles title has more than 100 characters with spaces, an alternative title should be provided, including up to 100 characters (with spaces) to be displayed in the journals cover. Abstracts Portuguese abstract: The Portuguese abstract should have up to 250 words. Abbreviations should be avoided as far as possible. It should be structured with the same chapters as the main text (objective, methods, results and conclusion), and accurately reflect the main text contents. In reviews and case reports, the abstract should not be structured. Comments should have abstracts shorter than 100 words. The Portuguese abstract has only to be provided for manuscripts submitted in this language. English Abstract: The English abstract has only to be provided for manuscripts submitted in this language. Manuscripts submitted in Portuguese will have their Abstract translated into English by the journal. Keywords Six Portuguese and English terms should be provided defining the papers subject. These should be based on the National Library of Medicines MeSH (Medical Subject Headings), available at http://www.nlm.nih.gov/mesh. Text The articles should be submitted in MS Word® file with Times New Roman 12 font, double space, including for tables, legends and references. In all article categories the references should be numerical, superscripted, and sequential. Original articles These are articles presenting investigational results. The text should have up to 3.500 words, excluding the title sheet, abstract, tables and references. Articles larger than this should be approved by the Editor. The maximal recommended number of authors is eight. If more authors have to be included, this should be justified, explaining each authors participation. Original articles should have: Introduction - This section should be written as a non-expert stand point, and clearly provide - and if possible, illustrate - the rational for the research and its objectives. Clinical trial reports should, whenever appropriate, include a literature research abstract, indicating why the study was needed and the aimed study contribution. This section should end with a short statement on the article reported subject. Methods - This should include the study design, the scenario, type of participants or materials, a clear description of interventions and comparisons, type of analysis used and their statistical power, if appropriate. Results - The results should be presented in clear and logical sequence. The statistical analysis results should include, when appropriate, the relative and absolute risks or risk reductions, and confidence intervals. Discussion --- All results should be discussed and compared to the relevant literature. Conclusion - This section should clearly discuss the main research conclusions and provide clear explanation on its relevance. References - References should be sequential, according to the order of quotation on text, and limited to 40 references. See below the reference rules. Review articles A review article is a comprehensive description of certain health care aspects relevant to the journal scope. Should have no more than 4000 words (excluding the title sheet, abstract, tables and references) and up to 50 references. They should be written by acknowledgeable experienced authors, and the authors number should not exceed three, except justification to be submitted to the journal. The reviews may be systematic or narrative. In reviews it is also recommended having a "Methods" section, reporting the evidence sources and the key words used for the literature search. Systematic literature reviews containing appropriate search strategies and results are considered original articles. Case reports This section is devoted to publish rare medical reports, describing their aspects, history and management. They should include a non-structured abstract, a brief introduction and literature review, the case description and a short discussion. Case reports should have up to 2000 words, with five authors and 10 references. Comments These are expert-written opinion articles, to be read by the general medical community. Usually the authors are invited by one of the editors, however unsolicited articles are also welcome, and routinely evaluated for publication. The comment objective should be highlighting an issue, expanding the highlighted subject, and suggesting the sequence. Any statement should be referenced; however, it is preferable that the reference list is limited to 15. For readability, the sentences should be short and objective. Use subtitles for dividing the comments section. This should be short, up to 800 to 1000 words, except the abstract and references. The number of authors should not exceed two, unless justified. Letters to the Editor RBTI publish comments to any article published in the journal and an author or editors response is generally pertinent. Rebutter is not allowed. These should have up to 500 words and up to 5 references. The subject RBTIs article should be mention in the text and references. The authors should also submit their complete identification and address (including phone number and email). All letters are edited and sent back to the authors before publication. Guidelines The journal regularly publishes guidelines and recommendations drawn up by both the Brazilian Association of Intensive Care Medicine (AMIB) and the Portuguese Society of IntensiveCare (SPCI). Acknowledgements The authors should use this section to acknowledge eventual research funding and academic organism’s support; foment agencies; colleagues and other collaborators. The authors should grant permission from all mentioned in the acknowledgments section. This should be concise, not exceeding 4 lines. References References should be updated, preferably containing the most relevant articles published on the subject in the last five years. They should not contain articles not quoted in text or unpublished works. The references should be consecutively numbered in the text quotation sequence, and identified with Arabic numerals. The display should comply with the Vancouver Style format, as in the models below. The journal titles should be abbreviated according to the National Library of Medicine, available at the List of Journal Indexed in Index Medicus, at http://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?db=journals. For all references, mention up to six authors. In case of more than six authors, mention the first six authors followed by the expression et al. Printed articles Dellinger RP, Vincent JL, Silva E, Townsend S, Bion J, Levy MM. Surviving sepsis in developing countries. Crit Care Med. 2008;36(8):2487-8. Levy MM, Vincent JL, Jaeschke R, Parker MM, Rivers E, Beale R, et al. Surviving Sepsis Campaign: Guideline Clarification. Crit Care Med. 2008;36(8):2490-1. Electronic Articles Buerke M, Prondzinsky R. Levosimendan in cardiogenic shock: better than enoximone! Crit Care Med [Internet]. 2008 [cited 2008 Aug 23];36(8):2450-1. Available from: http://www.ccmjournal.com/pt/re/ccm/abstract.00003246-200808000-00038.htm Hecksher CA, Lacerda HR, Maciel MA. Características e evolução dos pacientes tratados com drotrecogina alfa e outras intervenções da campanha "Sobrevivendo à Sepse" na prática clínica. Rev Bras Ter Intensiva [Internet]. 2008[citado 2008 Ago 23; 20(2): 135-43. Available at: http://www.scielo.br/pdf/rbti/v20n2/04.pdf Supplements Walker LK. Use of extracorporeal membrane oxygenation for preoperative stabilization of congenital diaphragmatic hernia. Crit Care Med. 1993;21 (Supp. l): S379-S380. Books Doyle AC. Biological mysteries solved. 2nd ed. London: Science Press; 1991. Book chapters Lachmann B, van Daal GJ. Adult respiratory distress syndrome: animal models. In: Robertson B, van Golde LM. Pulmonary surfactant. 2nd ed. Amsterdam: Elsevier; 1992. p. 635-66. Published abstracts Varvinski AM, Findlay GP. Immediate complications of central venous cannulation in ICU [abstract]. Crit Care. 2000;4(Suppl 1): P6. In press articles Giannini A. Visiting policies and family presence in ICU: a matter for legislation? Intensive Care Med. In press 2012. Tables and figures All figures and tables should be numbered according to the order mentioned in the text. Tables and figures should be inserted below the text, following references, only one in each page, the later preferably prepared as MS Excel®, TIF, or JPG with 300 DPI files. Figures needing increased resolution should be submitted in files apart. Figures containing texts should be provided in open files, for translation. If not possible, the author should provide the translation. The quantities, units and symbols used should adhere to national rules. The figures should have legends explaining the results, allowing understanding without consulting the text. The tables and figures legends should be concise but self-explaining, allowing understanding without consulting the text. The units should be inside the table and statistical tests indicated in the legend. Surgery and biopsy pictures with special staining techniques will be considered for color printing, being the additional costs the authors responsibility. Figures already published should be accompanied by the author/editor authorization. Reproduced figures, charts, plots or tables, not originally belonging to the article, should reference the original source. Abbreviations and initials The use of abbreviations should be avoided in the articles title, abstract and tables and figures headings. Their use should be minimized in the entire text. They should be preceded by the entire name when first mentioned in the text. The abbreviations, symbols and other signs meanings should be provided in the figures and tables foot notes. ANEXO 2 – Parecer Consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa do HRGR
Compartilhar