Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Trabalho e direitos das crianças e adolescentes 2ª SÉRIE Aula 9 – 4º Bimestre Sociologia Etapa Ensino Médio ● Definição de trabalho infantil; ● Direitos das crianças e adolescentes em relação ao trabalho; ● Causas e consequências do trabalho precoce. ● Compreender o que é trabalho infantil, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o ordenamento jurídico brasileiro; ● Compreender o direito das crianças e adolescentes ao não trabalho; ● Analisar os impactos do trabalho infantil e suas causas. Conteúdo Objetivos Para começar Considere o 9º princípio da Declaração Universal dos Direitos da Criança, de 1959: ● A criança gozará de proteção contra quaisquer formas de negligência, crueldade e exploração. Não será jamais objeto de tráfico, sob qualquer forma; ● Não será permitido à criança empregar-se antes da idade mínima conveniente; de nenhuma forma será levada a ou ser-lhe-á permitido empenhar-se em qualquer ocupação ou emprego que lhe prejudique a saúde ou a educação ou que interfira em seu desenvolvimento físico, mental ou moral. Para começar Agora, assista ao curta-metragem Bilu e João, dirigido por Kátia Lund e, depois, com base no princípio da DUDC analisado, reflita junto com a turma: 1. A situação vivida por Bilu e João pode ser considerada como violação dos seus direitos como crianças? Por quê? 2. Estariam elas envolvidas com trabalho infantil? https://youtu.be/9IpfZuCdq6s TODOS JUNTOS https://youtu.be/9IpfZuCdq6s Foco no conteúdo Segundo a Organização Internacional do Trabalho – OIT, o termo TRABALHO INFANTIL é definido como “o trabalho que priva as crianças de sua infância, seu potencial e sua dignidade, e que é prejudicial ao seu desenvolvimento físico, moral, intelectual, psicológico e social. Ele se refere ao trabalho que: ● é mental, física, social ou moralmente perigoso e prejudicial para as crianças; ● interfere na sua escolarização; ● priva as crianças da oportunidade de frequentarem a escola; ● obriga as crianças a abandonarem a escola prematuramente; ou ● exige que se combine frequência escolar com trabalho excessivamente longo e pesado.” (OIT, online) Foco no conteúdo As convenções da OIT nº 138 e nº 182 estabelecem que os países devem definir uma idade mínima para o trabalho e eliminar as piores formas de trabalho infantil, respectivamente. No Brasil, tanto na Constituição Federal de 1988 (art. 7º, inciso XXXIII), quanto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) de 1990 (art. 60), é proibido qualquer trabalho para crianças e adolescentes com menos de 16 anos de idade, salvo na condição de aprendiz, a partir dos 14 anos. Aprendiz é o empregado com um contrato de trabalho especial e com direitos trabalhistas e previdenciários garantidos. Parte do seu tempo de trabalho é dedicada a um curso de aprendizagem profissional e outra é dedicada a aprender e praticar no local de trabalho aquilo que foi ensinado nesse curso. Foco no conteúdo O ECA ainda estabelece, em seu artigo 67, que Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho: I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte; II - perigoso, insalubre ou penoso; III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social; IV - realizado em horários e locais que não permitam a frequência à escola. Foco no conteúdo Em cumprimento à Convenção 182 da OIT, o Brasil elaborou a Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil (Lista TIP), aprovada pelo Decreto nº 6.481, de 12 de junho de 2008. Dentre elas, destacam-se: ● trabalho infantil na agricultura; ● trabalho infantil doméstico; ● trabalho infantil na produção e tráfico de drogas; ● trabalho infantil informal urbano; ● trabalho infantil no lixo e com o lixo; ● exploração sexual de crianças e adolescentes. Saiba Mais Foco no conteúdo CAUSAS: Segundo a OIT (2013), são múltiplos os fatores relacionados ao trabalho infantil: ● vulnerabilidade econômica associada à pobreza e à exposição das crianças e adolescentes aos riscos sociais; ● pouca oferta de ensino de qualidade, que estimule a permanência do estudante em ambiente escolar protegido; ● escassas oportunidades no mercado de trabalho, que desincentiva as famílias a investirem na educação dos filhos; ● difusão de valores culturais e sociais na sociedade mais tolerantes com o trabalho infantil; ● consumismo e pressões inerentes à sociedade de consumo. Foco no conteúdo CONSEQUÊNCIAS: Segundo o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), são exemplos dos impactos negativos do trabalho infantil: ● aspectos físicos: fadiga excessiva, problemas respiratórios, doenças causadas por agrotóxicos, lesões e deformidades na coluna, alergias, distúrbios do sono, irritabilidade, além dos acidentes de trabalho, como fraturas, mutilações etc.; ● aspectos psicológicos: abusos físicos, sexuais e emocionais, bem como fobia social, isolamento, perda de afetividade, baixa autoestima e depressão; ● aspectos educacionais: baixo rendimento escolar, distorção idade-série, abandono da escola e não conclusão da Educação Básica. Foco no conteúdo CONSEQUÊNCIAS: Ainda segundo o FNPETI, são impactos negativos do trabalho infantil: ● ciclo da pobreza: o comprometimento da aprendizagem, devido ao trabalho precoce, limita as oportunidades de emprego aos postos mais precarizados, que exigem baixa qualificação e com baixa remuneração, perpetuando a pobreza e a exclusão social; ● trabalho análogo à escravidão: o perfil dos trabalhadores regatados de situações de trabalho análogo à escravidão que, normalmente, começaram a trabalhar na infância. Saiba mais Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador MTE 2023 Foco no conteúdo Mas, afinal, todo trabalho é trabalho infantil? Segundo a OIT, nem todo o trabalho exercido por crianças (até 12 anos) e adolescentes (12 a 18 anos) deve ser classificado como trabalho infantil, desde que: ● sejam tarefas apropriadas para a idade de cada um; ● não apresentem riscos; ● sejam supervisionadas por algum responsável; ● não interfiram no tempo da escola, do descanso, do lazer, da brincadeira e da convivência familiar e comunitária. Muitas atividades são importantes para o processo de socialização e transmissão de conhecimentos, fortalecendo o sentimento de solidariedade, pertencimento e responsabilidade com os outros. Foco no conteúdo Por fim, conclui-se que o trabalho infantil é, portanto, uma violação dos direitos fundamentais de crianças e adolescentes à vida, à saúde, à educação, ao brincar, ao lazer, à formação profissional e à convivência familiar. O vídeo ao lado apresenta um resumo de todo o percurso da aula, além de novas informações relevantes sobre o papel do Estado e da sociedade no combate a esse tipo de violência. https://youtu.be/_oeYCEYpaRo Na prática 3 MINUTOS KUCZYNSKIEGO, P. Ilustração, 2008. Disponível em: http://capu.pl. Acesso em: 3 ago. 2012. (Foto: Reprodução) ENEM 2013 (adaptada) Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, o artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego usa sua arte para a) difundir a origem de marcantes diferenças sociais. b) estabelecer uma postura proativa da sociedade. c) provocar a reflexão sobre essa realidade. d) propor alternativas para solucionar esse problema. e) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo. Na prática Correção KUCZYNSKIEGO, P. Ilustração, 2008. Disponível em: http://capu.pl. Acesso em: 3 ago. 2012. (Foto: Reprodução) ENEM 2013 (adaptada) Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, o artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego usa sua arte para a) difundir a origem de marcantes diferenças sociais. b) estabelecer uma postura proativa da sociedade. c) provocara reflexão sobre essa realidade. d) propor alternativas para solucionar esse problema. e) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo. Aplicando O dia 12 de junho é dedicado, anualmente, às campanhas de combate ao trabalho infantil. A imagem ao lado se refere à campanha de 2013, organizada pela FNPETI, com foco no trabalho infantil doméstico. Como vimos, existem muitas outras formas de exploração de crianças e adolescentes. Faça um levantamento sobre alguma forma de trabalho infantil que predomina na região de sua cidade e que você gostaria de ver erradicada, elaborando, ao final, um material informativo a respeito. Localizador: 102951 1. Professor, para visualizar a tarefa da aula, acesse com seu login: tarefas.cmsp.educacao.sp.gov.br 2. Clique em “Atividades” e, em seguida, em “Modelos”. 3. Em “Buscar por”, selecione a opção “Localizador”. 4. Copie o localizador acima e cole no campo de busca. 5. Clique em “Procurar”. Videotutorial: http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/ Tarefa SP http://tarefas.cmsp.educacao.sp.gov.br/ http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/ O que aprendemos hoje? ● Trabalho infantil é aquele realizado por crianças e adolescentes abaixo da idade mínima permitida, que no Brasil é de 16 anos ou a partir dos 14 anos na condição de aprendiz, sendo proibida qualquer atividade que envolva trabalho perigoso, prejudicial à saúde, prejudicial ao desenvolvimento físico, psíquico, moral e social ou que interfira na escolarização; ● São múltiplos os fatores que fomentam o trabalho infantil, dentre os quais: a vulnerabilidade socioeconômica das famílias; a precarização dos serviços básicos e de proteção social; os valores culturais mais tolerantes à entrada precoce no mercado de trabalho; e a pressão da sociedade de consumo. Referências Slide 3 – UNICEF. Declaração Universal dos Direitos da Criança. ONU, 1959. Disponível em: https://abre.ai/gCCy. Acesso em: 23 ago. 2023. Slide 4 – Lemov, Doug. (2011). Aula nota 10 3.0: 63 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Porto Alegre: Penso, 2023, p. 334-335. Slide 5 – ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. O que é trabalho infantil? Disponível em: https://abre.ai/gCCD. Acesso em: 23 ago. 2023. Slide 9 – ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Relatório mundial sobre o trabalho infantil: vulnerabilidade econômica, proteção social e luta contra o trabalho infantil. OIT, 2013. Disponível em: https://abre.ai/gCCI. Acesso em: 23 ago. 2023. https://abre.ai/gCCy https://abre.ai/gCCD https://abre.ai/gCCI Referências Slides 10 e 11 – FÓRUM NACIONAL DE PREVENÇÃO E ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL (FNPETI). Formas e Consequências do Trabalho Infantil. Disponível em: https://abre.ai/gCCO. Acesso em: 23 ago. 2023. Lista de imagens e vídeos Slide 4 – https://youtu.be/9IpfZuCdq6s. Kátia Lund Slide 13 – https://youtu.be/_oeYCEYpaRo. Escravo, nem pensar! Slide 16 – https://fnpeti.org.br/12dejunho/2013/. FNPETI https://abre.ai/gCCO https://youtu.be/9IpfZuCdq6s https://youtu.be/_oeYCEYpaRo https://fnpeti.org.br/12dejunho/2013/ Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20
Compartilhar