Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cuidados ao Recém Nascido Pré Natal – Recomendações: ✓ Ingestão de ácido fólico (prevenção de defeitos do fechamento do tubo neural e espinha bífida. ✓ Ingestão de ferro e polivitamínicos ✓ Ingestão de albendazol (em regiões com incidência de parasitoses) ✓ Vacinar com dTpa na 20ª semana ✓ Se antiAgHBs < 10mUI/dL é necessário revacinar ✓ Vacinar para HPV se necessário ✓ Acompanhamento de especialista ✓ Manejo de DST ✓ Profilaxia e tratamento da saúde bucal ✓ Aconselhamento nutricional e dieta adequada ✓ Aconselhar sobre o risco por Rh negativo ✓ Aconselhar sobre higiene pessoal e estilo de vida saudável Durante o pré-natal, avaliar os riscos de: ✓ PA > 140x90mmHg ✓ Hb < 8g/dL ✓ VDRL+ sem tratamento adequado ✓ Câncer em tratamento ou em atividade ✓ Doença crônica sem controle ✓ Consumo de álcool, fumo, drogas ilícitas ✓ Doença falciforme ✓ Tristeza intensa, depressão ou violência doméstica ✓ Fatores de risco para defeitos do tubo neural ✓ Medicação com potencial teratogênico O que o pediatra precisa saber em relação ao pré natal: ✓ Se a gravidez foi desejada e/ou planejada ✓ Idade materna ✓ Número de consultas (8 = ideal; 6= mínimo) ✓ Ganho de peso ✓ Complicações ✓ Vitaminas ✓ Infecções ✓ Medicamentos ✓ Realização de exames sorológicos (STORCH) ✓ ABO-Rh ✓ Número de gestações anteriores ✓ Número de partos anteriores ✓ Número de abortos anteriores ✓ Idade Gestacional É DIREITO da mulher se assistida por um pediatra durante o parto, além de escolher um acompanhante para levar pra sala de parto + equipe (tecnicamente preparada). Na sala de parto é necessário prestar atenção em intercorrências, o tempo da bolsa rota (se tem >12 horas e/ou a gestante apresenta febre significa que pode ter contaminado o bebê) e o aspecto do líquido amniótico (líquido espesso = sinal de sofrimento intrauterino). Riscos maternos de cesáreas eletivas: mulheres de parto cesáreo tem maior chance de morte materna e infecção pós-parto, com menor chance de hemorragia. Depois do nascimento o médico faz uma avaliação rápida dos movimentos respiratórios, atividade, cor, impressão geral e pontua segundo a escala APGAR, no 1º e 5º minutos. Depois disso, é estabelecido o primeiro contato mãe e filho. Cuidados iniciais com o bebê: aquecer, secar, estimular, aspirar. Escala APGAR: A pontuação vai de 0-10, sendo que cada aspecto analisado pode pontuar de 0-2. Tono muscular é investigado com a semiflexão dos MMII e MMSS; esforço respiratório (é importante ver se o bebê chora). É esperado que a pontuação esteja acima de 8; entre 6-8 é preocupante e abaixo de 6 é grave. Crianças que não recuperam o APGAR (no 5º minuto) podem apresentar sequelas. Classificação da idade gestacional (IG): A termo 37 a 41 semanas e 6 dias Pós termo >42 semanas Prematuro tardio 34 a 36 semanas e 6 dias Prematuro moderado 29 a 33 semanas e 6 dias Prematuro extremo 23 a 28 semanas e 6 dias Classificação quanto ao peso: Normal >2500 e < 4000g Baixo ≤ 2500g Muito baixo <1500g Extremamente baixo <1000g Alto ≥4000g COMPRIMENTO: O bebê nasce em média com 50cm e ganha 25cm ao longo do primeiro ano. 1º semestre -> ganho de 15cm (aprox. 2,6cm/mês) 2º semestre -> ganho de 10cm (aprox. 1,6cm/mês) PESO: o bebê perde até 10% do peso nos 4-5 primeiros dias, mas depois recupera em torno do 8º ao 10º. 4º/5º mês -> dobra de peso 12 meses -> triplica 2 anos -> Quadruplica Qualquer RN tem maior risco à hipoglicemia, pois a retirada de insulina é abrupta (da barriga da mãe para o meio externo), mas os bebês que nascem com baixo peso e alto peso tem risco maior. O que nasce com peso baixo possui uma reserva baixa (pode mamar em menor quantidade, ter mais dificuldade). O que tem peso elevado tem uma hiperplasia das células de Langerhan do pâncreas, então tem níveis elevados de insulina e quando baixa o nível de glicose, ele pode cursas com hipoglicemia. Logo após o nascimento: ✓ Identificação ✓ Antropometria ✓ Higienização ✓ Vitamina K ✓ Humanização ✓ Exame físico completo ✓ Manter aquecido ✓ Manobra de Credé Manobra de Credé: colocar nitrato de prata nos olhos do bebê para prevenir infecção (feito principalmente no parto vaginal). A vitamina K é dada para evitar a síndrome hemorrágica do recém-nascido. O tempo de protrombina pode estar alterado devido ao fígado ainda não estar completamente desenvolvido. Peso x Idade Gestacional (IG) Humanização: vínculo mãe-filho (corte tardio do cordão umbilical, contato pele a pelee e o aleitamento na primeira hora). No alojamento conjunto, quando o bebê já está com o núcleo familiar, são feitos os testes do olhinho, coraçãozinho, dada a vacina de hepatite B, além da estimulação da amamentação, diurese e mecônio Incentivo ao aleitamento materno: prevenir, diagnosticar e conduzir os problemas da amamentação. Quanto mais se prorroga o início da amamentação -> maior a chance de mortalidade neonatal. Sem o leite materno, ocorre uma maior colonização intestinal do recém nascido por bactérias gram-negativas. Teste do olhinho: deve ser feito entre as primeiras 48hrs até no máximo 7 dias de vida; investiga a presença de catarata, glaucoma e retinoblastoma; O ideal é que o reflexo da luz no olho seja vermelho; se for branco -> patológico Teste do coraçãozinho: rastreia a baixa saturação de O2 no sangue pela oximetria de pulso; feito para investigar cardiopatias congênitas. Feito nas primeiras 48hrs de vida. Teste da linguinha: feito para analisar se o frênulo da língua está correto Teste da orelhinha: é feito a partir de emissões otoacústicas transientes; Ele analisa a passagem dessas emissões para o ouvido interno do bebê; se acontecer 1 falha o exame deve ser refeito; se acontecerem 2 falhas é necessário realizar o exame BERA/PEATE (Potencial Evocado do Tronco Encefálico) Vacinas necessárias: ✓ Hepatite B: nas primeiras 12hrs após o nascimento ✓ BCG (normalmente é dado em postos de saúde nos primeiros 30 dias de vida). Se a mãe AgHBs + -> também é dado imunoglobulina específica. A hepatite B é uma DST sistêmica que causa uma inflamação do fígado pelo vírus HVB (no inglês, HBV: hepatitis B vírus). É transmitida pelo contato sexual, sangue e na gravidez. Os pacientes com hepatite crônica (e 5% daqueles recuperados da infecção aguda) tem maior chance de desenvolver insuficiência hepática e tumores no fígado. O diagnóstico é baseado em exame de sangue que detecta o antígeno de superfície (AgHBs) e o seu anticorpo (anti-AgHBs), além do anticorpo contra a porção central do vírus (anti-AgHBc). Se a pessoa testa positivo para o anticorpo, ou ela já contraiu a doença ou foi vacinada. Se pessoa testa positivo para o antígeno, ela possui a infecção Orientações gerais: ✓ Amamentação ad libitum (o bebê escolhe o horário e a quantidade) ✓ Limpeza do coto umbilical com álcool 70% quando for trocar a fralda; não utilizar iodo. O umbigo deve cair entre o 5º e 15º dia de vida. ✓ Banho com sabão neutro e água a 37ºC ✓ Espirros, soluço, regurgitações e cólicas são normais até 3 a 4 meses ✓ Interpretar o choro do bebê (a capacidade de identificar o choro do bebê é um indicativo do vínculo mãe-filho) ✓ Só dar remédios sob orientação médica ✓ Dorme de 16 a 20 horas por dia; deve ser feito em decúbito dorsal ✓ Limpeza da cavidade oral com água mineral fervida ✓ Orientar os sinais de alerta (febre, hipotermia, não aceitar mama etc.) A respiração do bebê normalmente é periódica (respira rápido e para um poquinho); quando o bebê está dormindo, passa a ser mais superficial. Triagem Neonatal É feito a partir do teste do pezinho, que foi incorporado em 1992 aoSUS como obrigatoriedade para todos os nascidos vivos. Em 2001 foi criado o Programa de Triagem Neonatal (PNTN). Investiga doenças com alta sensibilidade e baixa especificidade a partir de exames laboratoriais. O centro de referência para esse exame na Bahia é a APAE. Idade para coleta: Após 48hrs de vida (do 3º ao 5º DV). Até 28 dias A amostra deve ser de sangue venoso coletado em papel filtro por punção na parte lateral do calcanhar. Deixar secar em temperatura ambiente e enviar até 5 dias após a coleta. O teste do pezinho NÃO dá diagnóstico. Ele faz a triagem e indica a necessidade ou não de investigação. Caso o teste dê positivo, ele deve ser refeito para a confirmação. Doenças pesquisadas: fenilcetonúria, hipotireoidismo, hemoglobinopatias, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita, deficiência de biotinidase, aminoacidopatias (APAE). OBS: em 03/2020 o SUS adicionou a investigação de toxoplasmose. Hipotireoidismo congênito: ✓ É frequente; 1:3000 NV. ✓ É caracterizado por níveis baixos de T4 e elevados de TSH. ✓ Pode causar: hipotermia, macroglossia, edema, dificuldade para se alimentar, distensão abdominal, hérnia umbilical, icterícia prolongada, baixa estatura, RDNPM (retardo no desenvolvimento neurológico), choro rouco, constipação, fontanelas amplas. Hemoglobinopatias ✓ Hemoglobina A: normal. Possui 2 cadeias proteicas alfa e 2 cadeias proteicas beta. (cerca de 95% da hemoglobina dos adultos) ✓ Hemoglobina F: fetal. Possui 2 cadeias proteicas alfa e 2 cadeias proteicas gama. (cerca de 2% da hemoglobina dos adultos). É a principal hemoglobina produzida pelo feto durante a gestação e sua produção decai após o nascimento. ✓ Hemoglobina C: falciforme ✓ Padrão: a hemoglobina padrão em adultos é HbAA e em recém nascidos é HbFA. Hemoglobinopatias: podem ser causadas por hemoglobinas variantes, que possuem características bioquímicas diferentes das normais. ✓ Se HbFS -> A criança possui TRAÇO FALCIFORME (não a doença). Deve-se realizar eletroforese de Hb dos pais e irmãos. Se HbSS -> possui DOENÇA FALCIFORME. Fibrose cística: ✓ É uma alteração da proteína reguladora da condutância transmembrana (CFTR) que regula o fluxo de íons Cl- ✓ Causa um distúrbio da função exócrina envolvendo o pâncreas, pulmões, intestino, fígado, glândulas sudoríparas, trato genital masculino ✓ Se o teste é feito após a terceira semana de vida, a possibilidade de um falso negativo é 20%, porque os níveis de IRT (tripsina imuno-reativa) teve uma queda. ✓ A probabilidade de um falso positivo é 0,5% Deficiência de biotinidase: ✓ Biotinidase = enzima que atua no metabolismo da biotina (vitamina) ✓ O paciente pode apresentar (a partir da 7ª semana de vida): alterações neurológicas, como: crises epilépticas, hipotonia, microcefalia, atraso no desenvolvimento, e alterações cutâneas, como: eczematóide, candidíase e alopecia. Hiperplasia adrenal congênita: ✓ É originada pela deficiência de enzimas que sintetizam hormônios suprarrenais, sendo mais comum a deficiência de 21 hidroxilase. ✓ Pode causar: virilização, vômitos, desidratação, hipoglicemia e deficiência no crescimento. ✓ A identificação precoce é essencial porque as meninas com hiperplasia adrenal congênita podem apresentar ao nascer a genitália com aparência masculinizada.
Compartilhar