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DESCRIÇÃO Princípios de funcionamento dos transformadores. Descrição do funcionamento e comportamento dos transformadores sob diferentes condições de operação. PROPÓSITO Compreender o princípio de funcionamento dos transformadores, o comportamento daqueles monofásicos e trifásicos sob diferentes condições de operação e a determinação de seu circuito equivalente, assim como os parâmetros do transformador a partir de seus ensaios. PREPARAÇÃO Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha à mão uma calculadora científica, a calculadora de seu smartphone ou computador ou um software matemático no qual você tenha mais conhecimento. OBJETIVOS MÓDULO 1 Descrever o funcionamento do transformador monofásico sob diferentes condições de operação MÓDULO 2 Descrever o funcionamento do transformador trifásico sob diferentes condições de operação MÓDULO 3 Identificar os conceitos dos transformadores especiais INTRODUÇÃO BEM-VINDO AO ESTUDO DOS TRANSFORMA DORES Neste vídeo, um especialista fará um breve resumo do que será estudado no tema, especificando os principais tópicos de cada módulo. MÓDULO 1 Descrever o funcionamento do transformador monofásico sob diferentes condições de operação PRIMEIRAS PALAVRAS O que são transformadores? Transformadores são máquinas que operam segundo o princípio da indução eletromagnética. Neste tipo de máquina, a energia elétrica em corrente alternada aplicada no primário do transformador (com determinado nível de tensão) é transferida através de um circuito magnético para o secundário da máquina. O nível de tensão do secundário pode ser igual, maior ou menor que o de tensão do primário; porém, a frequência da tensão é mantida constante. Atualmente, os transformadores são empregados em diversos pontos de um sistema elétrico. Eles podem ser encontrados, entre outras aplicações, em: Usinas geradoras para elevar a tensão em nível de geração para níveis de transmissão. Fonte da imagem: Shutterstock.com Rede de distribuição urbana para alimentar consumidores residenciais. Fonte da imagem: Shutterstock.com Além das aplicações mostradas, os transformadores podem ser empregados para medições em situações cuja tensão e/ou corrente envolvida não possa ser aplicada diretamente nos equipamentos de medição. Neste caso, são usados respectivamente os transformadores de potencial (TP) e/ou os de corrente (TC). ASPECTOS CONSTRUTIVOS O transformador é constituído basicamente por duas bobinas montadas sobre um núcleo magnético. Esse núcleo é formado por chapas de material ferromagnético laminadas e prensadas. BOBINA PRIMÁRIA É a que recebe energia. BOBINA SECUNDÁRIA É a que a entrega ao sistema conectado ao transformador. Quanto ao tipo de construção das bobinas no núcleo, os transformadores são classificados em: Figura 1: Transformador tipo núcleo. TIPO NÚCLEO O núcleo é composto por chapas, enquanto os enrolamentos primário e secundário ficam em cada um dos lados do transformador. Figura 2: Transformador tipo couraça. TIPO COURAÇA O núcleo é formado por chapas, mas os dois enrolamentos são instalados no ramo do centro. Para evitar perdas por histerese, o núcleo do transformador é composto por placas justapostas (núcleo laminado) de modo a reduzir as perdas por correntes parasitas. Mediante uma inspeção visual dos enrolamentos de um transformador, é possível identificar os lados de alta e de baixa tensão: LADO DE ALTA TENSÃO (LADO DE AT): Possui muitas espiras de condutores mais finos; LADO DE BAIXA TENSÃO (LADO DE BT): Tem poucas espiras de fio mais grosso. Para podermos entender o funcionamento do transformador, iniciaremos o estudo do transformador ideal na próxima seção. TRANSFORMADOR IDEAL O transformador ideal é obtido a partir das seguintes hipóteses simplificadoras: Linearidade magnética do núcleo, ou seja, a permeabilidade magnética do material ferromagnético que compõe o núcleo é constante; Não há dispersão de fluxo nas bobinas nem no material ferromagnético, ou seja, o acoplamento entre as bobinas primárias e secundárias é perfeito; A resistência dos enrolamentos é nula, ou seja, o transformador não tem perdas por efeito joule nos seus condutores; As perdas do núcleo são desprezíveis, ou seja, o transformador não sofre perdas por histerese nem por correntes parasitas; A relutância do material ferromagnético é desprezível. Partindo das hipóteses simplificadoras, observaremos agora um circuito magnético que representa o transformador operando em vazio (ou seja, sem nenhuma carga conectada no secundário): Figura 3: Circuito magnético do transformador. Suponhamos que seja aplicada uma tensão variável no terminal primário do transformador. Uma corrente variável começará a fluir pelo enrolamento primário que possui espiras. Pela regra da mão direita, essa corrente produzirá um fluxo de magnetização variável no material ferromagnético, cujo sentido está indicado na figura. Pela característica puramente indutiva do enrolamento primário, a corrente é defasada em 90° em relação à tensão . O fluxo magnético concatenará os enrolamentos primário e secundário do transformador e induzirá neles as seguintes tensões: Como o fluxo que concatena as duas bobinas é o mesmo, obtém-se a seguinte fórmula: v1(t) i1(t) N1 ϕ(t) i1(t) v1(t) e1 (t) = −N1 dϕ dt e2 (t) = −N2 dϕ dt Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal A equação do circuito magnético do transformador, por sua vez, é esta: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Nela, representa a relutância do circuito magnético: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que: é o comprimento do circuito magnético é a permeabilidade magnética do material = e1 e2 N1 N2 N1i1 − N2i2 = Rϕ R R = [ ] 1 μ L S A Wb L μ é área da seção transversal. , é a unidade de medição da Relutância, onde é Ampère e é Weber. Como se fosse km/h. Me parece que ficaria mais bem representado para o aluno em um texto na horizontal. Aplicando a hipótese simplificadora, vemos que a relutância do material ferromagnético é zero; então, podemos dizer que a força magnetomotriz do enrolamento primário é igual à do secundário: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Isso resultará em: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Como o transformador está operando em vazio, a corrente do secundário é zero. Denominada corrente de magnetização ( S ( ) A Wb A Wb N1i1 = N2i2 = i1 i2 N2 N1 im ), a corrente que circula no primário ( ) será suficiente para criar o fluxo de magnetização. Portanto, quando opera em vazio, . Imaginemos que a tensão aplicada aos terminais do enrolamento primário seja senoidal. Neste caso, a equação da tensão induzida será dada por: Sabendo-se que a equação do fluxo é dada por: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Das equações que acabamos de ver, podemos verificar que as tensões induzidas estão defasadas em 90° do fluxo que as formou. Sabemos também que o fluxo é dado por: Isso resultará em: Sabendo que: i1 i1 = im ≈ 0 ϕ (t) = − ∫ Eosen(ωt)dt 1 N ϕ (t) = cos(ωt) Eo Nω ϕo = Eo Nω ϕ = BA = Eo Nω Eo = ωNBA ω = 2πf A amplitude da tensão induzida será dada por: O valor eficaz será este: Portanto, a partir da equação do , conseguimos determinar as amplitudes das tensões induzidas no primário ( ) e no secundário ( ) do transformador: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Para fins de simplificação: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Finalmente chegamos a: Eo = 2πfNBA Eeficaz = = = 4, 44 fNBA Eo √2 2πfNBA √2 Eeficaz Eo1 Eo2 { Eo1 = 2πfN1BA Eo2 = 2πfN2BA { Eo1 = E1 Eo2 = E2 Atenção! Para visualização completa da equaçãoutilize a rolagem horizontal Como, no caso de um transformador ideal, a resistência dos enrolamentos é desprezível, podemos afirmar que: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Portanto: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Onde: é a tensão de entrada (ou, tensão do primário) é o número de espira do primário = E1 E2 N1 N2 { |V1| = |E1| |V2| = |E2| = V1 V2 N1 N2 V1 N1 V2 é a tensão de saída (ou, do secundário) é o número de espiras do secundário COMO PODEMOS REPRESENTAR O DIAGRAMA FASORIAL DO TRANSFORMADOR IDEAL OPERANDO EM VAZIO? Figura 4: Diagrama fasorial do transformador ideal operando em vazio. Consideremos agora que uma carga indutiva seja conectada ao secundário do transformador: Figura 5: Transformador ideal operando com carga indutiva no secundário. A corrente N2 I2 estará defasada de um ângulo da tensão terminal do secundário . A força magnetomotriz do secundário produzirá um fluxo magnético contrário ao fluxo de magnetização. Essa redução do fluxo produzirá uma diminuição das tensões induzidas e e fará surgir no primário uma corrente, que será denominada , para suprir a carga do secundário. Essa corrente aumentará o fluxo produzido pela corrente do primário, fazendo com que o fluxo de magnetização volte ao seu valor original. As forças magnetomotrizes do primário e do secundário do transformador serão iguais a: θ2 V2 N2I2 E1 E2 I ′1 N1I ′ 1 = N2I2 E a corrente total do terminal do primário será igual à soma da corrente de magnetização e da corrente de carga . COMO PODEMOS REPRESENTAR O DIAGRAMA FASORIAL DO TRANSFORMADOR IDEAL OPERANDO COM CARGA? Figura 6: Diagrama fasorial do transformador ideal operando com carga. VALORES REFLETIDOS NO TRANSFORMADOR Im I ′1 Figura 7: Diagrama fasorial do transformador ideal operando com carga. Consideremos o transformador mostrado na figura acima, em que: É a impedância do transformador vista do primário; É a impedância do transformador vista do secundário. A razão entre o número de espiras do primário e do secundário é denominada relação de espiras, e é dada por: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Para os transformadores monofásicos, ficam valendo as seguintes relações: Z1 Z2 = a N1 N2 javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Sabemos que: Como: Podemos fazer então: Chegamos a: Verificamos que qualquer impedância localizada no secundário do transformador será vista no primário através do seu valor no secundário multiplicado pelo quadrado da relação de espiras. TRANSFORMADOR MONOFÁSICO REAL DE DOIS ENROLAMENTOS = = = = a E1 E2 V1 V2 I2 I1 N1 N2 ⎧ ⎨ ⎩ V1 = V2 I1 = V2 N1 N2 N2 N1 ⎧ ⎨ ⎩ Z1 = Z2 = V1 I1 V2 I2 = ( ) 2 V1 I1 V2 I2 N1 N2 Z1 = Z2a 2 Z2 Figura 8: Transformador monofásico real de dois enrolamentos. No estudo do transformador real, usaremos o modelo da figura acima, em que: v1 r1 i1 ϕd1 N1 ϕm1 v2 r2 i2 ϕd2 N2 ϕm2 v1 Tensão terminal do primário do transformador. Resistência do enrolamento primário. Corrente terminal do primário do transformador. Fluxo de dispersão do enrolamento primário. Número de espiras do enrolamento primário. r1 i1 ϕd1 N1 ϕm1 Fluxo de magnetização da bobina 1. Tensão terminal do secundário do transformador. Resistência do enrolamento secundário. Corrente terminal do secundário do transformador. Fluxo de dispersão do enrolamento secundário. Número de espiras do enrolamento secundário. v2 r2 i2 ϕd2 N2 Fluxo de magnetização da bobina 2. Em nosso estudo, faremos as seguintes hipóteses: 1. Linearidade magnética do núcleo, ou seja, a permeabilidade magnética do material ferromagnético que compõe o núcleo é constante. 2. Há dispersão de fluxo nas bobinas nem no material ferromagnético, ou seja, o acoplamento entre as bobinas primárias e secundárias não é perfeito. 3. A resistência dos enrolamentos não é nula, ou seja, o transformador possui perdas por efeito joule nos seus condutores. 4. As perdas do núcleo não são desprezíveis, ou seja, o transformador possui perdas por histerese e por correntes parasitas. ϕm2 5. A relutância do material ferromagnético não é desprezível. 1 Figura 9: Transformador monofásico real sem as resistências dos enrolamentos. Para resolver esse problema, primeiramente devemos desconsiderar as resistências dos enrolamentos primário e secundário. Aplicaremos agora o teorema da superposição, começando pela ação da tensão induzida no enrolamento primário. Figura 10: Transformador monofásico real sem as resistências dos enrolamentos. 2 3 Figura 11: Transformador monofásico real sem as resistências dos enrolamentos. Efeito da tensão induzida no secundário. Em seguida, consideraremos os efeitos da tensão induzida secundária. Após uma análise dessas figuras, vemos que o fluxo total na bobina do primário é: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal MAS: PORTANTO: PELAS HIPÓTESES SIMPLIFICADORAS DO TRANSFORMADOR MONOFÁSICO REAL, QUAL SERÁ O FLUXO NA BOBINA DO PRIMÁRIO? Aplicando a Lei de Ampère ao circuito, encontramos o seguinte: ϕ1 = ϕd1 + ϕm ϕm = ϕm1 − ϕm2 ϕ1 = ϕd1 + ϕm1 − ϕm2 ϕ1 = + − L1i1 N1 Lm1i1 N1 Lm2i2 N2 ⎧ ⎨⎩ Rmϕm1 = N1i1 → ϕm1 = Rmϕm2 = N2i2 → ϕm2 = N1i1 Rm N2i2 Rm Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal SABEMOS QUE: POR FIM: Agora, multiplicando os dois membros da equação por , teremos: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Derivando a expressão anterior em função do tempo, temos: Chegamos a: ⎧ ⎨ ⎩ ϕm1 = ϕm2 = → Lm2 = Lm1( ) 2Lm1i1 N1 Lm2i2 N2 N2 N1 ϕ1 = + − Lm1( ) 2 L1i1 N1 Lm1i1 N1 N2 N1 i2 N2 N1 N1ϕ1 = L1i1 + Lm1i1 − Lm1 ( ) i2 N2 N1 N1ϕ1 = L1i1 + Lm1 (i1 − i2) N2 N1 N1 = L1 + Lm1 (i1 − i2) dϕ1 dt di1 dt d dt N2 N1 Do modelo do transformador, sabemos que: Portanto: A corrente de magnetização é a diferença entre a corrente que circula no terminal primário do transformador e a corrente do terminal do secundário refletida para o primário. Ou seja: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal QUAL É O CIRCUITO ELÉTRICO QUE TRADUZ A EQUAÇÃO ? RESPOSTA e′1 = L1 + Lm1 (i1 − i2) di1 dt d dt N2 N1 v1 = r1i1 + e ′ 1 v1 = r1i1 + L1 + Lm1 (i1 − i2) di1 dt d dt N2 N1 im im = i1 − i2 N2 N1 v1 = r1i1 + L1 + Lm1 (i1 − i2) di1 dt d dt N2 N1 RESPOSTA Em que: Corrente do secundário refletida para o primário: ; Tensão induzida devido ao fluxo mútuo: . Figura 12: Circuito equivalente do primário do transformador. Fazendo um procedimento análogo ao realizado no lado primário, chegamos ao circuito equivalente do secundário do transformador. Figura 13: Circuito equivalente do primário do transformador. Para o transformador real, teremos o seguinte sistema de equações: i′2 e1 = Lm1 im1 d dt Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Figura 14: Circuito equivalente do transformador real. Tendo em mente o conceito de transformador ideal, o circuito equivalente do transformador real é mostrado na figura acima. Figura 15: Circuito equivalente completo do transformador real (com resistor que representa as perdas no núcleo). Podemosperceber, porém, que o modelo apresentado na figura 14 não contempla as perdas no núcleo. Por conta disso, adicionamos a resistência fictícia na Figura 15 acima. Para que possamos resolver esse circuito em regime permanente, devemos passá-lo para o domínio da frequência, conforme mostrado na Figura 16. { v1 = r1i1 + L1 i1 + e1 v1 = e2 − L2 i2 − r2i2 d dt d dt rf1 Figura 16: Circuito equivalente completo do transformador real no domínio da frequência. Agora, podemos referir todas as grandezas do secundário para o primário, conforme mostrado na Figura 17. Figura 17: Circuito equivalente completo do transformador real no domínio da frequência com as grandezas do secundário referidas para o primário. Em que: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ⎧⎪⎪⎪⎪⎪⎪⎪⎪⎪⎪ ⎨ ⎪⎪⎪⎪⎪⎪⎪⎪⎪⎪⎩ R′2 = R2( ) 2 X ′2 = X2( ) 2 V ′2 = V2 I ′2 = I2 N1 N2 N1 N2 N1 N2 N2 N1 As impedâncias dos transformadores são classificadas como longitudinal e transversal, conforme destaca esta figura, em que e são as impedâncias longitudinais e , a impedância transversal. Figura 18: Impedâncias longitudinais e transversal. Como a corrente , temos ; portanto, em algumas aplicações, o ramo transversal pode ser desprezado. Observemos o modelo simplificado do transformador na figura 19 a seguir. Figura 19: Modelo simplificado do transformador com a impedância transversal. No circuito equivalente acima, não é possível separar a impedância do primário da impedância do secundário referida para o primário. Desse modo, podemos considerar o seguinte: Z1 Z ′2 Zm1 Iv1 ≪ I1 I1 ≈ I ′2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ENSAIOS DOS TRANSFORMA DORES No estudo do comportamento do transformador, é necessário determinar os valores de suas impedâncias. Para isso, são realizados os seguintes ensaios em: VAZIO CURTO-CIRCUITO ENSAIO EM VAZIO Para que é realizado o ensaio em vazio? E como ele é feito? Esse ensaio é realizado com o objetivo de determinar a impedância transversal do transformador. Para isso, alimenta-se um dos lados com a tensão nominal, deixando o outro lado do transformador em aberto. São medidas a tensão terminal, a corrente e a potência consumida no ensaio. Z1 = Z ′2 = Ze1 2 Normalmente, alimenta-se o lado de tensão inferior. E como o lado de tensão superior está em aberto, deve-se ter muito cuidado para evitar acidentes. O arranjo do transformado no ensaio em vazio é mostrado na Figura 20. Figura 20: Montagem do transformador para o ensaio em vazio. COM O ENSAIO EM VAZIO, CONSEGUIMOS DETERMINAR: As perdas no núcleo; A impedância transversal; A relação de transformação; A corrente em vazio; As perdas em vazio. Com as medições de potência, corrente e tensão do ensaio em vazio, temos: Potência em vazio. Tensão em vazio. Po Vo Io javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Corrente em vazio. De posse das medições, fazemos: 1 No entanto: 2 3 Portanto: A potência ativa consumida pelo transformador em vazio é: 4 Rf1 = V 2o Po I 2o = I 2f + I 2 m Im = √I 2o − I 2f Xm = Vo Im Po = Vo Io cos (θo) 5 Logo: É o fator de potência do transformador em vazio. ENSAIO EM CURTO-CIRCUITO Para que é realizado o ensaio em curto-circuito? Como ele é feito? Ensaio realizado para se determinar a impedância longitudinal do transformador. Para a realização desse ensaio, é provocado um curto-circuito em um dos enrolamentos do transformador. Em seguida, aplica-se no outro enrolamento uma tensão variável. Partindo do zero, a tensão é ajustada até provocar a circulação da corrente nominal no enrolamento do transformador. Normalmente, o curto-circuito é realizado do lado de tensão de tensão inferior. Vejamos na figura a seguir o arranjo do transformador no ensaio em vazio: Figura 21: Montagem do transformador para o ensaio em vazio. COM O ENSAIO EM CURTO-CIRCUITO, CONSEGUIMOS DETERMINAR: As perdas no cobre; A impedância longitudinal; cos (θo) = Po Vo Io A queda de tensão interna a plena carga; Fator de potência em curto-circuito. Com as medições de potência, corrente e tensão do ensaio em curto-circuito, temos: Potência em curto-circuito. Tensão em curto-circuito. Corrente em curto-circuito. De posse das medições, fazemos: Sabemos que: Logo: A potência ativa consumida pelo transformador em curto-circuito é: Desse modo: Pcc Vcc Icc Ze1 = Vcc Icc Re1 = Pcc I 2cc Ze1 = Re1 + j Xe1 Xe1 = √Z2e1 − R 2 e1 R1 ≈ R ′ 2 = Re1 2 X1 ≈ X ′2 = Xe1 2 PCC = VCCICC cos(θCC) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) TRANSFORMADOR COM CARGA VARIÁVEL Estuda o diagrama fasorial do transformador sujeito a diferentes tipos de carga. Para tal, consideraremos este circuito equivalente do transformador: Figura 22: Transformador operando com carga variável. Com o transformador operando a plena carga, a corrente do ramo transversal pode ser desprezada, sendo possível considerar . Com isso, o circuito equivalente poderá ser reduzido para o que consta na figura ao lado. Figura 23: Modelo reduzido do transformador operando a plena carga. Partindo desse modelo, apresentaremos a seguir o diagrama fasorial do transformador para as diferentes condições de carga: cos (θcc) = Pcc VccIcc I1 ≈ I ′2 A) CARGA INDUTIVA ( < /SPAN>) Figura 24: Transformador operando com carga indutiva. B) CARGA RESISTIVA ( ) Figura 25: Transformador operando com carga resistiva. θ2 < 0 θ2 = 0 C) CARGA CAPACITIVA ( ) Figura 26: transformador operando com carga capacitiva. A partir desses diagramas fasoriais, podemos apresentar o conceito da regulação de tensão, que nos diz quanto a tensão terminal de um transformador operando sob carga variará, caso a carga seja retirada de seus terminais ou, em outras palavras, nos dá a variação relativa da tensão secundário do transformador, entre sua operação em vazio e sua operação com carga. A regulação de tensão do transformador é dada por: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal RENDIMENTO DO TRANSFORMADOR θ2 > 0 Reg% = 100% V em vazio2 − V em carga 2 V em carga 2 O rendimento é definido como sendo a razãoentre a potência de saída e a potência de entrada de um equipamento. A Figura 28 mostra o fluxo de potência em um transformador. Figura 27: Fluxo de potência em um transformador. Considerando o circuito equivalente do transformador mostrado na figura 22, podemos desprezar a queda de tensão sobre a impedância e considerar que a tensão na impedância transversal é aproximadamente igual à terminal do transformador. Conseguimos, portanto, verificar que as perdas no ferro podem ser aproximadas por: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em função dessa aproximação, podemos considerar que: As perdas do ferro são constantes para quaisquer condições de operação do transformador e são iguais às perdas obtidas no ensaio em vazio. Agora, considerando que a corrente do ramo transversal pode ser desprezada, temos que as perdas do cobre para um fator de carga , para , é dada por: R1 + jX1 Pferro = V 21 Rf1 k 0 < k < 1 Analisando esta equação, podemos concluir que, conhecendo-se as perdas do transformador para o ensaio em curto-circuito, as perdas do cobre para qualquer condição de operação podem ser obtidas multiplicando as perdas no cobre do ensaio em curto-circuito pelo quadrado do fator de carga. Diante do exposto, temos que: PARA QUALQUER CONDIÇÃO DE OPERAÇÃO, AS PERDAS DO TRANSFORMADOR SERÃO IGUAIS A: O RENDIMENTO PODERÁ SER DADO POR: POLARIDADE DE UM TRANSFORMADOR POR QUE É IMPORTANTE CONHECER A POLARIDADE DO TRANSFORMADOR? RESPOSTA RESPOSTA Conhecê-la é importante para: Efetuar a ligação de transformadores em paralelo; Para a ligação de bancos trifásicos; Pperdas = Po + k 2Pcc η% = 100% = 100% P2 P2 + Po + k2Pcc V2I2 cos (θ2) V2I2 cos (θ2) + Po + k2Pcc javascript:void(0) Para a correta ligação de transformadores de corrente nos sistemas de proteção. A polaridade instantânea das tensões envolvidas em um transformador depende, fundamentalmente, dos sentidos dos enrolamentos das bobinas do transformador, que podem ser concordantes ou discordantes. A) CONCORDANTES: Figura 28a: Tipo de enrolamentos concordantes. B) DISCORDANTES: Figura 28b: Tipo de enrolamentos discordantes. A diferença entre eles é o sentido com que o enrolamento é feito no material ferromagnético. Para identificarmos os terminais do transformador, usaremos como convenção esta nomeação dos terminais: TERMINAIS DE TENSÃO SUPERIOR POR: E TERMINAIS DE TENSÃO INFERIOR POR: H1 H2 E A polaridade mais positiva da tensão indica os terminais com índice 1 do lado de tensão superior e inferior, ou seja, para e . Em função do tipo de enrolamento, temos a polaridade: Figura 29a: Polaridade subtrativa. X1 X2 H1 X1 Figura 29b: Polaridade aditiva. Como podemos identificar se uma polaridade é aditiva ou subtrativa? Para isso, devemos provocar um curto-circuito em um terminal do lado de tensão inferior com outro do lado de tensão superior e, em seguida, medir a diferença de potencial entre os outros dois terminais. EXEMPLO Na figura 29a, fazendo a lei das malhas, a diferença de potencial entre os terminais e será esta: Portanto, para esse transformador, a polaridade é subtrativa. MÉTODOS PARA IDENTIFICAÇÃO DA H1 X1 VH1 − e1 + e2 − VX1 = 0 VH1 − VX1 = e1 − e2 POLARIDADE A identificação da polaridade de um transformador é importante para a definição dos terminais que tenham a mesma polaridade instantânea. Conhecendo a polaridade dos diversos enrolamentos do transformador, podemos ligá-lo de modo a obter várias relações de transformação. Os métodos para se determinar a polaridade do transformador são: DO GOLPE INDUTIVO: Nesse ensaio, alimenta-se o lado de tensão superior com uma fonte contínua de tensão e coloca-se um voltímetro de zero central para medir a tensão entre os terminais do lado de tensão inferior. Ao se fechar a chave , se o ponteiro do voltímetro se deslocar para a direita (sentido positivo da tensão), a polaridade do transformador será subtrativa, mas, se ele se deslocar para a esquerda, ela será aditiva. EnsineMe Figura 30: Método do golpe indutivo. DA CORRENTE DA ALTERNADA: Neste ensaio, é criado um curto-circuito entre um terminal de tensão superior e um de tensão inferior do transformador. Depois, colocam-se os voltímetros e para medir as diferenças de potencial entre os terminais de tensão superior e entre aqueles indicados na figura. Em seguida, aplica-se uma tensão alternada entre os terminais de tensão superior. Se , a polaridade do transformador será subtrativa; se , aditiva. k V1 V2 V2 < V1 V2 > V1 EnsineMe Figura 31: Método da corrente alternada. DO TRANSFORMADOR PADRÃO: Neste ensaio, coloca-se um transformador com a polaridade conhecida (transformador padrão) em paralelo com outro cuja polaridade se queira determinar. Depois, é feito um curto-circuito entre o terminal do transformador padrão e um dos terminais de baixa tensão do outro transformador. Em seguida, coloca-se um voltímetro para, conforme mostra a figura, medir a diferença de potencial entre os outros dois terminais de baixa tensão. Agora: Se , a polaridade do transformador é igual à do transformador; Se , ela é contrária à polaridade padrão. EnsineMe Figura 32: Método do transformador padrão. Para que os transformadores possam ser usados em paralelo, eles deverão ter a: Mesma relação de transformação; Mesma classe de tensão. Conhecendo a polaridade dos transformadores, podemos fazer conexões entre diversos transformadores a fim de ligá-los de acordo com os níveis de tensão do lado de tensão superior e inferior. Imaginemos dois transformadores monofásicos 115V / 10V. X1 V ≈ 0 V ≠ 0 Figura 33: Dois transformadores monofásicos 115V / 10V. Qual é a forma correta de conectá-los para se obter uma transformação de 230V para 10V? A resposta é: Figura 34: Ligação dos transformadores de modo a obter-se uma transformação de 230V / 10V. MÃO NA MASSA TEORIA NA PRÁTICA Ensaios em laboratório realizados em um transformador monofásico de 1.000VA, 230V / 115V forneceram os resultados mostrados na tabela a seguir: ENSAIO EM VAZIO ENSAIO DE CURTO- CIRCUITO Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Diante do exposto, determine as impedâncias do transformador referidas para o lado de AT. RESOLUÇÃO Veja a resolução da questão no vídeo a seguir: Vo = 115V Vcc = 17, 1V Io = 0, 11A Icc = 8, 7A Po = 3, 9W Pcc = 38, 1W VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 2 Descrever o funcionamento do transformador trifásico sob diferentes condições de operação TRANSFORMA DORES TRIFÁSICOS Na atualidade, a maioria dos sistemas de potência emprega sistemas trifásicos para o transporte de energia; por isso, o estudo deles é de extrema importância. A transformação trifásica pode ser obtida de duas formas: Transformador com seis enrolamentos em núcleo único. Usando um núcleo comum de material ferromagnético com seis enrolamentos. Conjunto com três transformadores monofásicos formando um banco de transformadores. Por meio de um conjunto de três transformadores monofásicos, formando um banco de transformadores. Conheceremos a seguir alguns destaques desses transformadores: javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) 1º No que se refere ao transformador com seis enrolamentos em núcleo único, cabe destacar que: 1 Os circuitos magnéticos são dependentes; 2 Há menos perdas no ferro, pois existe uma contribuição no fluxo de um dos enrolamentos nos demais, uma vez que os circuitos magnéticos são acoplados. 2º No que se refere ao conjunto com três transformadores monofásicos formando um banco de transformadores, deve-se ressaltar que: Neste tipo de configuração de transformação trifásica, os transformadores deverão ter: Mesma potência nominal; Mesmarelação de transformação; Polaridades conhecidas; Impedâncias com valores próximos. Cabe ainda destacar que os bancos de transformadores monofásicos: Têm circuitos magnéticos independentes; Apresentam maior perda no ferro quando comparados com os transformadores trifásicos de núcleo comum; São mais caros; São mais práticos em relação à manutenção. Como ocorre a transformação trifásica? Suponhamos que o lado de alta tensão (lado de AT) esteja conectado a um barramento onde temos uma tensão trifásica, sequência positiva, onde as tensões de linha sejam defasadas de 120°. Levando em consideração que o primário esteja conectado em Y, as tensões de linha e as de fase do lado de AT do transformador serão mostradas na figura 35. Já o diagrama fasorial será representado na figura 36. Figura 35: Tensões de linha e tensões de fase no lado de AT do transformador. Figura 36: Diagrama fasorial do lado de BT. Cada tensão de fase será aplicada em todos os enrolamentos primários do transformador. Cada uma dessas tensões primárias induzirá uma tensão nos enrolamentos do secundário do transformador. Trata-se das tensões de fase, que serão dadas a seguir: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Supondo agora que o lado de baixa tensão do transformador (lado de BT) seja ligado em Y, veremos na figura 37 as tensões de fase e de linha do lado de BT. Já o diagrama fasorial correspondente será mostrado na figura 38. Figura 37: Tensões de linha e tensões de fase no lado de BT do transformador. ⎧⎪⎪⎪ ⎨ ⎪⎪⎪⎩ Va = Vb = Vc = VA a VB a VC a Figura 38: Diagrama fasorial do lado de BT. Agora veremos que, em uma única figura, há os diagramas fasoriais das tensões dos lados de AT e BT do transformador. Nela, você pode observar que não há defasagem angular entre as tensões de linha dos lados de AT e BT: Figura 39: Diagrama fasorial dos lados de AT e BT. RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO Faremos considerações sobre alguns aspectos da relação de transformação: ASPECTO 01 ASPECTO 02 ASPECTO 03 ASPECTO 04 ASPECTO 01 Relação de espiras de um transformador é a razão entre a quantidade de espiras do primário e a quantidade do secundário: ASPECTO 02 Já a relação de transformação é a razão entra a tensão terminal do lado de AT e a do lado de BT: ASPECTO 03 Nos transformadores monofásicos, a relação de espiras ( ) se confunde com a de transformação ( ), pois temos: = a NAT NBT = r VAT VBT a r = = a = r VAT VBT NAT NBT ASPECTO 04 Nos transformadores trifásicos, contudo, a relação de transformação depende da forma como os enrolamentos dos lados de AT e de BT do transformador estão ligados. Destacaremos agora um exemplo do que que acontece nos transformadores trifásicos. Para isso, levemos em consideração este transformador : Figura 40: transformador . Considerando que os módulos das tensões de linha do primário e do secundário sejam respectivamente e e que o número de espiras das bobinas dos enrolamentos primário e do secundário sejam respectivamente e da análise das tensões do transformador, obteremos a seguinte fórmula: Y –△ Y –△ V1 V2 N1 N2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Portanto, a relação de transformação de um transformador é Já sabemos que a força magnetomotriz da bobina do lado de AT é igual à do lado de BT. Considerando e respectivamente as correntes de linha do lado de AT e BT, passemos à análise das relações de corrente do transformador: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 1 = → = √3 → r = √3a V1 √3 N1 V2 N2 r V1 V2 a N1 N2 Y△ r = √3a. I1 I2 I1N1 = N2 ⟶ I2 = √3 I1 ⟶ I2 = √3aI1 I2 √3 N1 N2 Agora sabemos que: E que: 2 3 A razão: Ou seja, caso tenhamos uma impedância no primário do transformador e queiramos referi-la para o secundário do transformador, basta multiplicarmos a do primário por . DESLOCAMENTO ANGULAR O que é o deslocamento angular? Trata-se do nome dado à defasagem angular entre a tensão de linha primária e a de linha secundária. Para compreendermos esse conceito, veremos a seguir o diagrama fasorial do V2 = V1 √3a I2 = √3aI1 = ⟶ Z2 = V2 I2 1 3a2 V1 I1 Z1 3a2 Y –△ 1 3a2 transformador e observaremos que a tensão de linha do lado de BT está atrasada 30° em relação à de AT. Figura 41: Diagrama fasorial das tensões do transformador . Conhecer o defasamento angular de um transformador é importante, pois, para que transformadores possam ser ligados em paralelo, eles devem pertencer ao mesmo grupo de defasamento angular. MODELOS DE TRANSFORMA DORES Os modelos equivalentes dos circuitos dos transformadores trifásicos dependerão, como mostram as figuras a seguir, da forma como eles estão ligados. Y –△ Y – δ Figura 42: Circuito equivalente do transformador . Figura 43: Circuito equivalente do transformador . Figura 44: Circuito equivalente do transformador . MÃO NA MASSA TEORIA NA PRÁTICA Y − Y △−△ △− Y Você está fazendo a obra de ampliação da rede elétrica de uma empresa hipotética. Atualmente, a subestação dessa empresa possui um transformador de 112,5kV, 13,8kV / 220V. Em seu projeto, você solicitou um segundo transformador com a mesma potência e com tensões primárias e secundárias iguais às do transformador que já existe na subestação. No dia do recebimento da solicitação, você verifica que o novo transformador possui a potência e as tensões solicitadas, porém o seu tipo de ligação é . Com relação ao deslocamento angular, explique o motivo pelo qual você não pode aceitar o novo item. RESOLUÇÃO Veja a resolução da questão no vídeo a seguir: VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 3 Identificar os conceitos dos transformadores especiais △− Y △−△ TRANSFORMADOR ZIG-ZAG Neste módulo, apresentaremos alguns tipos de transformadores especiais. Começaremos pelo denominado zig-zag. Neste tipo de transformador, cada fase compõe-se de duas metades de bobina dispostas sobre duas diferentes colunas do núcleo do transformador. Elas ficam agrupadas em série entre si, estando, conforme indica a imagem a seguir, enroladas em sentido contrário uma em relação à outra. Figura 45: Transformador Zig-zag. QUAL É A APLICAÇÃO MAIS IMPORTANTE DA LIGAÇÃO ZIG-ZAG? Sua aplicação mais importante se faz nos transformadores com agrupamento estrela zig-zag. Esse agrupamento proporciona a eliminação da 3a harmônica da tensão secundária estrelada. Ligando-se em série duas bobinas de fases diferentes, uma com sentido contrário em relação à outra, as 3as harmônicas das tensões nas referidas se anularão reciprocamente. A subdivisão de cada fase secundária sobre duas colunas tem também a finalidade de compensar os desiquilíbrios de tensões devido à assimetria da carga nas três fases. Observemos agora o diagrama fasorial das tensões nos enrolamentos do secundário do transformador: Figura 46: Tensões nos enrolamentos do secundário. Aplicando a lei das malhas para cada um dos terminais do transformador, conseguimos determinar as tensões de fase – mostradas na figura ao lado – do secundário do transformador. Figura 47: Transformador tipo núcleo. Assumindo que o módulo da tensão em cada enrolamento do secundário do transformador seja , o da tensão de fase será: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Veremos abaixo a relação de transformação de um transformador – zig-zag: V { Vf = 2V cos(30 0) Vf = ⟹ = 2V ⟹ V =VL √3 VL √3 √3 2 VL 3 △ Figura 48: Transformador – zig-zag. As relações matemáticas que correlacionam a tensão e o número de espiras neste tipo de circuito são: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal COMO: △ = ∴ = ∴ r = a V1 N1 V2 3 N2 2 V1 V2 2 3 N1 N2 2 3 I2 = I1 2a 3 A IMPEDÂNCIA DO PRIMÁRIO REFLETIDA PARA O SECUNDÁRIO SERÁ A SEGUINTE: TRANSFORMA DORES DE DOIS ENROLAMENTOS Existem transformadorescapazes de realizar a transformação trifásica de tensão com apenas dois enrolamentos. Os modelos mais comuns são: 1. LIGAÇÃO ABERTO (OU ) Z2 = ( ) 2 Z1 9 2a △ V V Figura 49: Transformador aberto. 1 A tensão secundária no lado do secundário do transformador é dada por: Considerando: 2 3 △ Vca Vc′ + Vb + Va = Va′ Vca′ = − Va − Vb Va = V∠0 0 Vb = V∠ − 120 0 Figura 50: Diagrama fasorial aberto. Obtemos este diagrama fasorial, no qual se verifica que a tensão terminal é igual a . Pode-se notar que foi obtida uma tensão trifásica equilibrada no secundário sem a existência do transformador na fase C. 2. A LIGAÇÃO T TRIFÁSICA Configuração na qual dois transformadores são usados para obter uma transformação trifásica. Analisemos a figura a seguir. △ Vca′ Vca′ = V∠120 0 Figura 51: Transformação T trifásica. Observemos que, neste tipo de transformação, são empregados dois transformadores especiais. O (B,b), chamado de transformador de equilíbrio, possui tensões nominais primária e secundária de 86,6% da tensão primária do principal (A,a). Como podemos obter o diagrama fasorial do primário? Como demonstraremos a seguir, ele pode ser obtido decompondo-se as tensões de linha em suas componentes de fase: Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Os diagramas fasoriais do primário e do secundário estão representados nesta figura: VAB = VtB + VAt VBC = VtC + VBt VCA = VCt + VtA Figura 52: Diagrama fasorial aberto. É possível comprovar então que, a partir de dois transformadores especiais, pode haver uma transformação trifásica de tensão. O AUTOTRANS FORMADOR O que é um autotransformador? Por definição, ele é um transformador com um único enrolamento. Contudo, um de enrolamentos múltiplos poderá ser ligado como autotransformador se todos os enrolamentos △ forem ligados em série. Olhemos, na figura a seguir, um autotransformador na configuração abaixador: Figura 53: Autotransformador abaixador. V1 I1 NSE NC VSE VC IC I2 V2 V1 Tensão terminal do lado primário. Corrente terminal do lado primário. Número de espiras do ramo série. Número de espiras do ramo comum. Tensão do ramo série. I1 NSE NC VSE VC Tensão do ramo comum. Corrente do ramo comum. Corrente terminal do lado secundário. Tensão terminal do lado secundário. O estudo dos autotransformadores parte dos seguintes princípios básicos no estudo dos transformadores: A A relação volts por espira dos enrolamentos é igual a: IC I2 V2 = VC NC VSE NSE B A força magnetomotriz do enrolamento série é igual à força magnetomotriz do enrolamento comum: Analisando o autotransformador da figura 53 neste momento, podemos verificar as seguintes relações de tensões no autotransformador: 1 Como: 2 3 Temos: Mas como: NCIC = NSEISE V2 = VC V1 = VC + VSE = VC NC VSE NSE V1 = VC + VC NSE NC V2 = VC 4 5 Finalmente chegamos a: De maneira análoga, podemos observar as seguintes relações de corrente: 1 2 Como: 3 Temos: V1 = V2 + V2 → = NSE NC V1 NC + SSE V2 NC I2 = ISE + IC NCIC = NSEISE I2 = ISE + ISE NSE NC 4 Mas como: 5 Finalmente chegamos a: Um transformador convencional, conforme mostra a figura 54, pode ser ligado como autotransformador elevador ou abaixador mediante a correta conexão de seus enrolamentos. As duas possibilidades estão demonstradas respectivamente nas figuras 55 e 56. Figura 54: Transformador de dois enrolamentos. I1 = ISE I2 = I1 + I1 → I2 = ( ) I1 NSE NC NC + NSE NC Figura 55: Transformador ligado como autotransformador elevador. Figura 56: Transformador ligado como autotransformador abaixador. TRANSFORMADOR CONVENCIONAL DE DOIS ROLAMENTOS A potência elétrica é transferida entre os enrolamentos primário e secundário apenas pelo circuito magnético. AUTOTRANSFORMADOR A potência elétrica é transferida pelos circuitos magnético e elétrico. Em função disso, ocorre um aumento da potência aparente neste tipo de conexão. Entenderemos agora como é possível encontrar as seguintes potências: POTÊNCIA APARENTE TRANSFERIDA A potência aparente transferida ( ) pelo circuito magnético pode ser encontrada por meio do produto entre a tensão induzida no ramo série ou comum e a respectiva corrente que passa por esse ramo: POTÊNCIA CONDUZIDA A potência conduzida ( ) pode ser facilmente obtida pela diferença entre a potência aparente de entrada ou de saída e a transferida: MÃO NA MASSA TEORIA NA PRÁTICA Você pretende usar um autotransformador de 45kVA, 250V / 120V para alimentar uma pequena instalação. Considerando que ele esteja operando nas condições nominais, determine as parcelas de potência aparente transferidas pelo circuito magnético e por condução. Ptransferida Ptransferida = VCIC = VSEISE Pconduzida Pconduzida = V1I1 − Ptransferida Pconduzida = V2I2 − Ptransferida RESOLUÇÃO Veja a resolução da questão no vídeo a seguir: VERIFICANDO O APRENDIZADO CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao longo dos módulos deste tema, estudamos os transformadores. Começamos pelos princípios de funcionamento que os envolvem, partindo do transformador ideal e, em seguida, usando o modelo real do transformador. Observamos ainda o comportamento dele sob diferentes condições de carga, assim como sua polaridade e seu rendimento. Na sequência, apresentamos os transformadores trifásicos, destacando, nesse contexto, suas relações de transformação, o deslocamento angular deles e suas condições de funcionamento sob diferentes tipos de trabalho. Fechamos nosso estudo com a análise dos transformadores especiais, apresentando, para isso, seus diagramas fasoriais e suas relações de transformação. PODCAST AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS CHAPMAN, S. J. Fundamentos de máquinas elétricas. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. UMANS, S. D. Máquinas elétricas. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. EXPLORE+ Para aprofundar-se mais no assunto, resolva os exercícios referentes aos tópicos abordados neste tema nos livros indicados na bibliografia. CONTEUDISTA Sandro Santos de Lima CURRÍCULO LATTES javascript:void(0); javascript:void(0);
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