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Estudos disciplinares Formação específica de letras XV Un II

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Unidade II
ESTUDOS DISCIPLINARES 
FORMAÇÃO ESPECÍFICA DE LETRAS
Prof. Adilson Oliveira
 Esta aula destaca uma seleção de temas relacionados à língua 
portuguesa, que, por meio de questões, visam a estimular 
a capacidade do aluno de interpretar textos, desenvolver 
a prática reflexiva acerca de questões linguísticas, 
estabelecer relações e interligar conhecimentos.
 O material é organizado em assuntos, com delimitações
de temas, questões e comentários que motivam a reflexão 
e permitem a ampliação de conhecimentos.
 Entre os assuntos abordados, temos relação texto-discurso, 
gêneros textuais, tipologias textuais, vícios de linguagem, 
formação das palavras e fonologia.
Apresentação
 Considerando-se o fato de que toda comunicação humana ocorre 
a partir de relações mediadas pela linguagem e que 
ela se faz presente a partir de modos relativamente estáveis 
de organização, os chamados gêneros discursivos, 
e considerando-se também que tais relações tornam-se, a cada 
dia, mais complexas, é possível compreender como os gêneros 
discursivos têm se modificado intensamente, mesclando 
diferentes linguagens e códigos, caracterizando o que tem 
sido chamado, nos estudos linguísticos, de hibridização ou 
intergenericidade. Para estudar tal fenômeno, iniciemos 
com a discussão sobre gênero discursivo, na perspectiva 
bakhtiniana.
Gêneros textuais
 Para Bakhtin (2003), os gêneros discursivos são estruturas sócio-
historicamente construídas, elaboradas dentro de dada esfera de 
comunicação humana, disponíveis às comunidades discursivas. 
Tais gêneros são relativamente estáveis. Isso significa dizer que, 
ao longo da história e do desenvolvimento cultural, os gêneros 
sofrem modificações em função das necessidades que emergem 
nas comunidades de uso. Ainda para o teórico, três aspectos 
fundamentais caracterizam os gêneros: conteúdo temático, estilo 
e forma composicional, sempre entendidos em sua 
interdependência, pois não fazem sentido quando estudados 
separadamente. É, pois, estudando essas dimensões que se torna 
possível compreender como 
as regularidades vão se constituindo e tornando-se relativamente 
estáveis.
Gêneros textuais
 A partir das necessidades socioculturais, novos gêneros podem 
surgir e, mais do que isso, podem passar a fazer parte de nossa 
cultura os gêneros que mesclam outros já existentes. A 
hibridização ou intertextualidade intergêneros é o fenômeno 
segundo o qual um gênero pode assumir a forma de outro gênero, 
tendo em vista o propósito de comunicação. Isso implica 
considerar textos que apresentam a forma de um dado gênero e a 
função de outro: um gênero traz, em sua forma composicional, as 
características de outro gênero, embora mantenha sua função 
comunicativa. Nessa perspectiva, podemos dizer que em 
determinado gênero reside uma intenção comunicativa distinta da 
prevista para ele.
Gêneros textuais
 “A questão central não é o problema da nomeação dos gêneros, 
mas o de sua identificação, pois é comum burlarmos cânon de um 
gênero fazendo uma mescla de formas e funções. No geral, os 
gêneros estão bem fixados e não oferecem problemas para sua 
identificação. No caso de mistura de gêneros, adoto a sugestão da 
linguista alemã Ulla Fix (1997:97), que usa a expressão 
‘intertextualidade tipológica’ para designar esse aspecto de 
hibridização ou mescla de gêneros, em que um gênero assume a 
função de outro.”
MARCUSCHI, L. A. Produção Textual, Análise de Gêneros e Compreensão. São Paulo: Parábola, 2008.
Com base na ideia de Marcuschi de intergenericidade, qual dos 
textos a seguir não justifica a definição apresentada pelo autor?
Interatividade
A. Viva saudável com os livros.
 Diogenes.
 Os livros Diogenes acham-se internacionalmente introduzidos 
na biblioterapia.
 Posologia.
 As áreas de aplicação são muitas. Principalmente resfriados, 
corizas, dores de garganta e rouquidão, mas também 
nervosismo, irritações em geral e dificuldade de concentração. 
Em geral, os livros Diogenes atuam no processo de cura de 
quase todas as doenças para as quais prescreve-se descanso. 
Sucessos especiais foram registrados em casos de 
convalescença.
Interatividade
 Propriedades.
 O efeito se faz notar pouco tempo após iniciada a leitura e tem 
grande durabilidade. Livros Diogenes aliviam rapidamente 
a dor, estimulam a circulação sanguínea, e o estado geral 
melhora.
 Precauções/riscos.
MARCUSCHI, L. A. Produção Textual, Análise de Gêneros e Compreensão. São Paulo: Parábola 
Editorial. 2008, p. 165-6
Interatividade
B. Um novo José
Josias de Souza – São Paulo
“Calma, José
A festa não recomeçou,
a luz não acendeu,
a noite não esquentou,
o Malan não amoleceu.
Mas se voltar a pergunta:
e agora, José?
Diga: ora, Drummond,
agora Camdessus.
Interatividade
Continua sem mulher,
continua sem discurso,
continua sem carinho,
ainda não pode beber,
ainda não pode fumar,
cuspir ainda não pode,
a noite ainda é fria,
o dia ainda não veio,
o riso ainda não veio, (...).”
Folha de S. Paulo, Caderno 1, p. 2, 4/10/1999.
Interatividade
C.
Interatividade
Disponível em: <newserrado.com>. Acesso em 31 ago. 2011.
D. Panquecas de banana
Interatividade
 Modo de preparo
1. Coloque o leite no copo do liquidificador. Acrescente os ovos, 
a margarina, a farinha de trigo, a maisena e o sal. Bata até 
homogeneizar a mistura.
2. Desligue o liquidificador, raspe a farinha de trigo das paredes 
do copo com uma espátula e bata novamente durante alguns 
segundos. Coloque a mistura na geladeira e deixe repousar 
durante 30 minutos.
3. Esquente uma frigideira com um pouco de margarina. Despeje 
uma porção da mistura bem fria e cozinhe de ambos os lados até 
dourar.
4. Recheie com doce de leite e coloque a banana no meio. 
Enrole e retire os extremos que não têm recheio.
Disponível em: <http://www.recepedia.com/profile/chef-recepedia_br/panquecas-
debanana>. Acesso em 31 ago. 2011.
Interatividade
E.
Interatividade
“A Criação do Cebolinha”, 1994 – acrílica sobre tela, 109x209 cm.
“A Criação de Adão”, 1510 – Michelangelo (1475-1564), afresco, 280x570 cm. 
Disponível em: <elsonador2.blogger.com.br>. Acesso em 31 ago. 2011.
d) Alternativa correta.
 Justificativa. É possível que utilizemos uma mescla de gêneros 
nos diferentes contextos comunicacionais. Os textos obtidos da 
mescla de gêneros conservam características dos gêneros que os 
compõem, adequando-se às situações de comunicação. Como, na 
questão, estamos à procura do texto que não apresenta essa 
mescla de gêneros ou hibridização ou intergenericidade, 
destacamos a receita de panquecas como 
o único entre os textos explicitados que não mescla gêneros: 
apresenta uma lista de ingredientes de fato correspondentes 
àqueles utilizados para se fazer panquecas, ou seja, um texto 
instrucional indicando o modo de fazer panquecas. 
Resposta
 O vício de linguagem denominado gerundismo é muito frequente 
em nosso cotidiano. Convencionou-se popularmente de 
gerundismo o fenômeno linguístico denominado perífrase, 
quando formado pelo verbo ir (no presente) seguido do verbo 
estar (no infinitivo) e de outro verbo no gerúndio. 
 Exemplificando: vou estar ligando, vou estar conseguindo, 
ele vai estar desenvolvendo.
Vício de linguagem: gerundismo
 Tais construções linguísticas remetem ao tempo verbal 
futuro (ligarei, conseguirei, ele desenvolverá), mas outras 
construções menos frequentes também podem ser inseridas no 
grupo dos gerundismos, como é o caso de “não foi possível estar 
resolvendo seu problema”, que, embora caracterize uma ação no 
pretérito, sem o uso do verbo ir, também faz uso do verbo no 
gerúndio e poderia ser substituída por “não foi possível resolver 
seu problema”.
Gerundismo
 É possível argumentar que na própria denominação 
gerundismo transparece uma atitude – negativa, dada a carga 
semântica do sufixo -ismo, que tem geralmente conotações de 
doençaou vício, como no caso de tabagismo. Essa discussão 
sobre o gerundismo já teve seu período de efervescência nos 
anos 2000, mas atualmente tem perdido espaço na academia, 
justamente pela falta de publicações sobre o tema.
Gerundismo
 Destaca-se que sua estrutura linguística não se constitui em erro 
do ponto de vista da sintaxe da língua portuguesa. 
Há de se considerar um aspecto importante nas construções 
linguísticas com o gerúndio: semanticamente, há grande diferença 
entre: 
1. “vou fazer” ou “farei” e 
2. “vou estar fazendo”. 
 Em (1), sem o gerúndio, o enunciado tem um caráter de 
instantaneidade. Já o enunciado (2), com o uso do gerúndio, tem o 
que se chama de “aspecto durativo”.
Gerundismo
 Há formas de uso do gerúndio problemáticas, como 
as apresentadas. No entanto, há outras que não nos causariam 
espanto. Por exemplo: ele está trabalhando, continua espiando, 
diverte-se cantando, entre outras. Assim, mais adequado seria 
denominar o fenômeno do uso inadequado 
do gerúndio não de gerundismo, mas de estarismo – uso 
inadequado do verbo estar – pois, segundo o autor, é exatamente 
esse o verbo que causa estranhamento no discurso, quando 
associado ao gerúndio. 
Gerundismo
 O sujeito é pleonástico quando vem repetido.
Veja os exemplos abaixo:
 O aprendiz desatento, esse jamais aprenderá.
O demonstrativo “esse” reforça o sujeito “aprendiz”.
 Os diamantes... esses são eternos.
Sujeito pleonástico
 No meio do meu descanso, toca o telefone: “Boa tarde, senhor. 
Aqui é da Mega Plus International, que, por sua boa relação como 
cliente, vai estar disponibilizando, totalmente grátis, sem nenhum 
custo adicional, o Ultra Mega Plus Card, com todas as vantagens 
do programa especial Mega Plus Services. Vai estar também 
oferecendo...” Pronto, já me perdi no gerúndio desnecessário dela. 
Respondo: “Obrigado pela oferta, mas não vou estar querendo, já 
tenho outro” “Mas, senhor...”, insiste a atendente, “que vantagens 
o seu cartão já oferece?” Respondo: “Não oferece vantagem 
nenhuma, mas o que rola entre a gente é uma relação sem 
interesse, é só amor mesmo...sabe aquele não querer mais que 
bem querer de Camões. A atendente de telemarketing se despede, 
mas não sem antes rir do outro lado da linha.
Disponível em <www.sacodefilo.com>. Acesso em 03 ago. 2011 (com adaptações).
Interatividade
 Em casos como o do texto anterior, o uso do gerúndio constitui 
mais o que a descrição tradicional chamaria de vício de linguagem 
do que propriamente uso incorreto do ponto 
de vista da norma padrão. Dessa forma, esse uso fere 
mais aspectos estilísticos que estruturais da norma. Nessa 
perspectiva, assinale a opção em que o enunciado apresenta 
o mesmo tipo de inadequação linguística.
a) O Mário, ele vive dizendo que não gosta de ir ao cinema.
b) Você sabe que tenho ainda todas as tuas anotações do caso.
Interatividade
c) Eu, naquele momento de susto, se senti confuso 
e atordoado.
d) Pediu para que seje visto o caso com maior 
atenção possível.
e) A vítima do estrupo deu queixas na delegacia de sua cidade.
Interatividade
a) Alternativa correta.
 Justificativa. Na oração “O Mário, ele vive dizendo que não 
gosta de ir ao cinema”, temos o chamado sujeito pleonástico. 
Por pleonasmo entende-se a repetição de um termo já expresso 
ou de uma ideia já sugerida, com a finalidade de enfatizar o que 
foi dito. O que se tem na oração apresentada 
é a repetição do sujeito Mário, cuja ênfase está no uso do 
pronome ele, funcionando também como sujeito. Esse tipo de 
pleonasmo é chamado de pleonasmo de função, uma vez que a 
repetição é de um elemento que retoma a função de outro. 
Resposta
 Grande parte das palavras da língua portuguesa tem origem 
na língua latina. Há palavras, no entanto, que têm origem 
em outras línguas ou até mesmo foram criadas a partir da 
composição de palavras já existentes em nossa língua. Esse 
processo de construção do idioma é histórico e ininterrupto. 
Basta observar que, ao longo dos tempos, criamos neologismos, 
que passam a fazer parte da língua portuguesa.
 Como principais processos de formação das palavras, temos 
a derivação e a composição. Outros de menor frequência 
são a onomatopeia, a reduplicação, o hibridismo e as siglas. 
Formação das palavras
 Derivação: formação de um vocábulo a partir do acréscimo 
de afixos (prefixos e sufixos) a um só radical. Ex.: felizmente (feliz 
+ mente). 
 Composição: formação de um vocábulo a partir de dois 
ou mais radicais. Ex.: amor-perfeito.
 Vejamos como ocorrem a derivação prefixal e a derivação sufixal. 
A primeira ocorre pelo acréscimo de um prefixo a um radical; a 
segunda, pelo acréscimo de um sufixo. Há palavras que se 
formam pelo acréscimo de mais de um afixo, como 
desrespeitosamente: des (pref.) + respeit (rad.) + osa (suf.) 
+ mente (suf.). 
Formação das palavras
 Há, ainda, a derivação denominada parassintética, que consiste 
na adjunção simultânea de um prefixo e de um sufixo a um 
radical, de forma que a exclusão de um ou de outro resulta em 
uma forma inaceitável na língua: esclarecer – não existe o adjetivo 
esclaro (ao eliminar-se o sufixo cer) nem 
o verbo clarecer (ao eliminar-se o prefixo es).
 A derivação regressiva consiste na eliminação de uma terminação 
do vocábulo derivante. Ex.: busca – derivado 
de buscar (eliminação do ‘r’ final).
 Observemos, agora, os seguintes casos: combater – combate / 
tocar – toque / plantar – planta. Nessas derivações, quem deriva 
de quem? O verbo deriva do substantivo? Ou o substantivo deriva 
do verbo?
Formação das palavras
 Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, e o verbo 
palavra primitiva, mas se o nome denota algum objeto ou 
substância, se verificará o contrário. 
Assim, podemos concluir que, nos exemplos apresentados, 
o que segue.
 combater – combate => substantivo combate denota ação, 
portanto, ele é derivado do verbo combater;
 tocar – toque => substantivo toque denota ação, portanto, 
ele é derivado do verbo tocar;
 plantar – planta => substantivo planta denota um ente (coisa), 
portanto, o verbo plantar é a palavra derivada.
Formação das palavras
 Derivação pelo processo de nominalização é o que ocorre quando 
o processo gramatical forma nomes a partir de outras partes do 
discurso, usualmente verbos e adjetivos. Sufixos nominalizadores 
são: -ança, -ção, -mente. Ex.: A lembrança de meu pai (em lugar de 
lembrei-me de meu pai); a nomeação do secretário (em lugar de o 
secretário foi nomeado).
 Já a abreviação é a utilização de uma parte da palavra, 
que dá o sentido do todo.
 Na abreviação, o novo vocábulo, embora reduzido, permanece na 
mesma classe gramatical. Ex.: cinema => cine / pneumático => 
pneu / Florianópolis => Floripa.
Formação das palavras
 A derivação imprópria ocorre quando um vocábulo muda de 
classe gramatical, mas sua forma não se altera. Ex.: O dizer do réu 
foi considerado (de verbo para substantivo). / Realizaram um 
ataque relâmpago na cidade (de substantivo para adjetivo).
 Quanto à composição, podemos distinguir a justaposição 
e a aglutinação. 
 Justaposição: ocorre quando os termos associados conservam a 
sua individualidade. Ex.: passatempo. Aglutinação: ocorre quando 
os vocábulos ligados se fundem num todo fonético, com um único 
acento, e o primeiro perde alguns elementos fonéticos (acento 
tônico, vogais ou consoantes). Ex.: pernalta.
Formação das palavras
 Onomatopeia corresponde ao processo de formação 
de vocábulo que procura imitar o som de alguma coisa 
ou a voz de animais. Costuma ser monossílabo.
 Hibridismo corresponde à formação de vocábulos a partir de 
elementos originários de línguas diferentes. Ex.: hiperacidez => 
hiper (grego) + acidez (português) / burocracia => buro (francês) + 
cracia (grego).
Formação das palavras
Quero pedir permissão à língua portuguesa para usar duas palavras 
que, na verdade,são inexistentes oficialmente, quais sejam: 
crackudo e vacilão. Crackudo é originário do termo crack. A palavra 
foi recentemente criada para identificar o indivíduo que é usuário 
dessa droga, ou seja, crackudo nada mais é do que o consumidor do 
crack. Quanto a vacilão, tal palavra é originada do verbo vacilar, que 
significa não estar firme, cambalear, enfraquecer, oscilar. Vacilão, na 
linguagem popular, nada mais é do que o indivíduo que não mede as 
consequências dos seus atos e sempre ingressa em algo que não é 
bom para si e que só lhe traz malefícios ou aborrecimentos. E, em 
assim sendo, o crackudo é um vacilão!
Disponível em <www2.forumseguranca.org.br/node/22783>. Acesso em 12 ago. 2015 (com adaptações).
Interatividade
O sufixo [-ão] opera como uma desinência formadora de 
aumentativos, superlativos e agentivos em português, como 
indicado no exemplo apresentado no texto acima. Tem-se, também, o 
sufixo [-udo], que indica grande quantidade de X; em seu uso mais 
típico, X é igual à parte aumentada (orelhudo, narigudo, beiçudo, 
barrigudo etc.). Considerando essas informações e o texto acima, 
conclui-se que o vocábulo “vacilão” possui um sufixo:
a) agentivo, como o que se observa em “caminhão”, e que, no caso 
do sufixo [-udo] em “crackudo”, ocorre a mesma motivação 
semântica existente em “beiçudo”.
Interatividade
b) agentivo, como o que se observa em “mijão”, e que o sufixo 
[-udo] em “crackudo” apresenta a mesma motivação semântica 
existente em “orelhudo” e “narigudo”.
c) agentivo, assim como o vocábulo “resmungão”, e que o uso do 
sufixo [-udo] em “crackudo” resulta em uma formação vocabular 
incomum na língua portuguesa.
d) aumentativo, como o que se observa em “macarrão”, e que, no 
caso do sufixo [-udo] em “crackudo”, se observa a mesma 
motivação semântica existente nos vocábulos “orelhudo” 
e “sisudo”.
e) aumentativo, como o observado em “panelão”, e que, no caso do 
sufixo [-udo] em “crackudo”, se observa uma construção 
incomum na língua portuguesa, dada a produtividade 
baixa do referido sufixo.
Interatividade
c) Alternativa correta.
 Justificativa. Em “vacilão”, [-ão] é agentivo, assim como em 
“resmungão”. A palavra é formada pelo acréscimo do sufixo 
[-ão] a vacilo, transformando-a em uma palavra que indica um 
ser em ação (homem em ação de vacilar). Quanto ao sufixo 
[-udo], em “crackudo”, de acordo com o texto, a palavra 
formada não tem função semântica de indicar grande 
quantidade de crack, portanto, a formação do vocábulo não 
é comum na língua portuguesa.
Resposta
 Inúmeras variações linguísticas estão presentes no português 
brasileiro e têm sido descritas por estudiosos que buscam 
compreender como ocorrem as modificações no uso da língua. 
Dentre as de maior ocorrência, estão as variações 
que apresentam semelhanças com outra língua, muitas vezes, a 
indígena, ou com línguas faladas por imigrantes nas diferentes 
regiões do país. Essas modificações sofridas pela língua, até 
que tenha se tornado um sistema linguístico autônomo, são 
chamadas de metaplasmos.
O fenômeno linguístico da assimilação
 Já estudamos as diferentes ocorrências de metaplasmos 
e abordaremos, agora, os que ocorrem por assimilação, 
fenômeno linguístico que consiste em transformar um 
determinado fonema em outro que seja igual ou semelhante 
a um que lhe é contíguo dentro da mesma palavra. Ou seja: um 
fonema influencia outro fonema, tornando-o semelhante a ele 
próprio. Exemplificando: vostra passa a ser vossa – o fonema 
/t/ é influenciado pelo fonema /s/ e passa a ser /s/.
O fenômeno linguístico da assimilação
 A assimilação pode ocorrer de maneira total ou parcial. 
A total pode ser progressiva ou regressiva.
 a) Assimilação total ou completa: ocorre quando o fonema 
assimilado é igual ao fonema assimilador. Ex.: persona > 
pessoa (/r/ assimila o som de /s/);
O fenômeno linguístico da assimilação
 a1) Assimilação progressiva: ocorre de trás para frente; 
o fonema da esquerda influencia o fonema da direita. Ex.: 
nostro > nosso (/t/ assimila o som de /s/, ou /s/ influencia /t/);
 a2) Assimilação regressiva: ocorre da frente para trás; o fonema 
da direita influencia o da esquerda. Ex.: cama [kãma] (/a/ 
assimila o som de /m/, ou /m/ influencia /a/);
O fenômeno linguístico da assimilação
 b) Assimilação parcial ou incompleta: ocorre quando o fonema 
assimilado é semelhante ao fonema assimilador. Ex.: auru > 
ouro (/a/ assimila o som de /o/ no início da palavra; /u/ assimila 
o som de /o/ no final da palavra).
O fenômeno linguístico da assimilação
 Muitas variações linguísticas são estigmatizadas e avaliadas 
negativamente na sociedade, desencadeando o que chamamos 
preconceito linguístico. A esse respeito, vale ressaltar que, 
do ponto de vista social, há que se considerar o estigma 
associado a traços da linguagem popular que funcionam 
em detrimento da ascensão social do indivíduo.
O fenômeno linguístico da assimilação
“Roráima” ou “Rorâima”, como você preferir. É que, segundo os 
linguistas, as regras fônicas de uma palavra são regidas pela língua 
falada. Portanto, não há certo ou errado. Há apenas a maneira como 
as pessoas falam. O que se observa na língua portuguesa falada no 
Brasil é que sílabas tônicas que vêm antes de consoantes 
nasalizadas (como “m” ou “n”) também se nasalizam (aperte o seu 
nariz e repita a palavra cama. Sentiu os ossinhos vibrarem? É a tal 
nasalização). Por isso, a gente diz “cãma” –– o “ca” é a sílaba tônica 
e o “m” é nasalizado. Se a sílaba que vier antes dessa mesma 
consoante não for uma sílaba tônica, a pronúncia passa a ser 
opcional: você escolhe –– “bánana” ou “bãnana”. No caso de 
Roraima, a sílaba problemática (“ra”) é tônica e vem antes do “m”. 
Interatividade
Mas aí entra em cena o “i”, que acaba com qualquer regra. 
A mesma coisa acontece com o nome próprio Jaime: tem gente que 
nasaliza, tem gente que não. Então, fique tranquilo: se você sempre 
falou “Rorâima”, siga em frente –– ninguém pode corrigi-lo por isso. 
No máximo, você vai pagar de turista se resolver dar umas voltas por 
lá –– os moradores do estado, não adianta, são unânimes em falar 
“Roráima”.
Disponível em: <http://super.abril.com.br/revista/255/materia_revista_293629.shtml?pagina=1>. Acesso 
em 12 ago. 2015 (com adaptações).
Interatividade
A leitura do texto nos remete à discussão sobre a pronúncia em 
português de palavras externas à nossa língua (Roraima tem origem 
indígena). Para Mattoso Câmara Jr, a nasalização da pronúncia é um 
processo previsível na língua e definido como assimilação, ou seja, a 
extensão de um ou vários movimentos articulatórios além de seus 
domínios originários. É o caso de uma sílaba oral que se determina 
pela assimilação da sílaba nasal seguinte.
A partir das informações apresentadas, avalie as afirmações 
que se seguem:
I. A palavra Roraima manteve-se inalterada na pronúncia 
ao ser usada no português e apresenta a sua forma original 
(indígena) ao ser falada em nossa língua.
Interatividade
II. A palavra Roraima sofre alteração da pronúncia em razão 
de um processo de assimilação regressiva em que a sílaba 
posterior contamina de nasalidade a anterior, como 
em cama, lama, banana no português.
III. A palavra Roraima, em decorrência da etimologia, assume 
dupla possibilidade de pronúncia por motivos parecidos com 
o de outras palavras estrangeiras que ingressam 
no português.
IV. A palavra Roraima é um substantivo próprio e, de acordo com 
a gramática, deve ser pronunciada exatamente igual 
à sua pronúncia na língua de origem.
Interatividade
a) I.
b) II.
c) IV.
d) I e III.
e) II e III.
Interatividade
e) II e III.
II. Afirmativa correta.
 Justificativa. Roraima passa por processo de assimilação 
regressiva: um som (râ) é modificado por influência do som 
seguinte /m/, ou seja, /m/ contamina de nasalidade a sílaba (râ). 
Isso ocorre também com as palavrascama, lama 
e banana, como indicado na questão.
III. Afirmativa correta.
 Justificativa. Como etimologicamente Roraima vem da língua 
indígena, de acordo com o texto, ela pode ser pronunciada 
de duas maneiras na língua portuguesa.
Resposta
ATÉ A PRÓXIMA!

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