Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Governador Vice Governador Secretária da Educação Secretário Adjunto Secretário Executivo Assessora Institucional do Gabinete da Seduc Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC Cid Ferreira Gomes Domingos Gomes de Aguiar Filho Maria Izolda Cela de Arruda Coelho Maurício Holanda Maia Antônio Idilvan de Lima Alencar Cristiane Carvalho Holanda Andréa Araújo Rocha Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 1 Índice Capitulo 1 – Planejamento, programação e controle 02 Capitulo 2 – Suprimento da manutenção 25 Capitulo 3 – Métodos preventivos de manutenção 42 Capitulo 4 – Administração da manutenção 63 Capitulo 5 – Prática do planejamento 76 Bibliografia 92 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 2 CAPÍTULO 1 PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE 1.1- Introdução Nas instalações industriais, as paradas para manutenção constituem uma preocupação constante para a programação de produção; se estas paradas ocorrerem aleatoriamente (emergência) os problemas serão inúmeros. Portanto, se as paradas para manutenção puderem ser previstas e executadas os custos serão menores e a eficácia maior. Buscando atingir essa meta, foi introduzido no Brasil, durante os anos 60, o planejamento e a programação de manutenção. A função planejar significa conhecer os trabalhos e os recursos para executá- los e tomar a decisão. A função programar significa determinar pessoal, dia e hora para execução dos trabalhos. Essas funções são completadas pela função controlar cujo objetivo é desenvolver padrões, registrar desempenho e fazer análises comparativas. Planejar os trabalhos de manutenção está localizado no nível intermediário da pirâmide do planejamento industrial. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 3 Planejar está localizado abaixo do nível estratégico cujo objetivo é definir as políticas e os rumos a seguir nas grandes áreas da empresa, e está localizado acima do nível instrumental que é gerado pelo conhecimento profissional do executante - é um planejamento tático. Observação: O planejamento não atua apenas na manutenção corretiva. Subdivisões da manutenção Para chegar às subdivisões da manutenção, é necessário ter em mente três conceitos fundamentais: Manutenção Todas as ações necessárias para que um item de um equipamento seja conservado ou restaurado de modo a poder permanecer de acordo com uma condição especificada. Defeito Ocorrências nos equipamentos que não impedem seu funcionamento, todavia pode, a curto ou longo prazo, acarretar sua indisponibilidade. Falha Ocorrências nos equipamentos que impedem seu funcionamento Segundo a ABNT, a manutenção divide-se em preventiva e corretiva. Essa subdivisão é normalizada porém, no dia-a-dia, existem outras, ou seja, preditiva, TPM, terotecnologia, etc. Todas essas subdivisões da manutenção tendem, no futuro, a se agregar à manutenção preventiva; atualmente, são estudos independentes. Escala de prioridades Em geral, prioridade é a qualidade do que está em primeiro lugar ou do que aparece primeiro. Para a prática diária da manutenção, estabelece-se a prioridade não a partir da ordem de chegada do serviço para manutenção, mas sim conforme a necessidade de atendimento. Associando esses conceitos à necessidade de o homem trabalhar com segurança, tem-se a seguir uma escala de prioridades na manutenção. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 4 Emergencial (1) O atendimento deve ser imediato, pois a produção parou ou há condição insegura de trabalho. Urgente (2) O atendimento deve ser feito o mais breve possível, antes de se tornar uma emergência. É o caso de a produção ser reduzida ou estar ameaçada de parar em pouco tempo ou, ainda, o perigo de ocorrer condição insegura de trabalho. Necessária (3) O atendimento pode ser adiado por alguns dias, porém não deve ser adiado mais que uma semana. Rotineira (4) O atendimento pode ser adiado por algumas semanas, mas não deve ser omitido. Prorrogável (5) O atendimento pode ser adiado para o momento em que existam recursos disponíveis e não interfira na produção e nem no atendimento das prioridades anteriores. É o caso de melhoria estética da instalação ou defeito em equipamento alheio à produção. Planejamento Somente é possível planejar as reformas, instalações, como os serviços com prioridades 2 a 5. Com o planejamento, obtém-se a diminuição das interrupções imprevistas da produção e melhora da distribuição de ocupação da mão-de-obra, reduzindo as filas de espera dos equipamentos que aguardam manutenção. O planejamento adequado racionaliza os métodos da manutenção e leva à criação de padrões de trabalho baseados na experiência do pessoal interno, nas recomendações do fabricante do equipamento e em bibliografia específica. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 5 Programação A partir das informações preparadas pelo planejamento, a programação estabelece a sequência cronológica das várias operações elementares dos serviços, visando a máxima utilização dos recursos produtivos da manutenção. A programação coordena a movimentação de peças e materiais, providenciando as requisições com antecedência. E atualiza os cronogramas em função dos desvios dos tempos padrões e serviços de emergência. 1.2- Custos O custo de um produto acabado para a empresa chama-se custo de produção e é determinado pela soma dos custos de: mão-de-obra operacional matéria-prima manutenção insumos operacionais Dentro do custo de produção (CP) é desejável que a manutenção contribua com a menor parcela possível. Considera-se ótima uma participação entre 8 e 12%. Lamentavelmente nas empresas brasileiras, o custo da manutenção em geral fica acima dos 12%, chegando algumas ao índice de 24%. O planejamento e as técnicas de manutenção preventiva podem e devem reduzir esses índices, fazendo com que se ganhe no preço do produto acabado. O custo da manutenção é formado pela soma dos custos de: mão-de-obra 20% materiais 20% insumos 20% lucro cessante 40% Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 6 Entre estes custos é extremamente difícil contabilizar o lucro cessante, portanto deve-se considerar a soma dos outros três custos igual a 60% do custo de manutenção. O ideal é conseguir que neste caso o custo da manutenção seja de 4,8 a 7,2% do custo da produção porque: 0,6 x 8% = 4,8% e 0,6 x 12% = 7,2% Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 7 É comum a empresa não contabilizar em separado os insumos usados em manutenção (energia elétrica, ar comprimido, combustível, material de limpeza, etc.). Desse modo, o custo da manutenção será a soma do custo de mão-de-obra mais o custo dos materiais e representará de 3,2 a 4,8% do custo de produção porque: 0,4 x 8% = 3,2 e 0,4 x 12% = 4,8% Assim, um custo numericamente baixo não significa manutenção com custos mínimos ou racionalizados. É necessário sempre considerar os critérios empregados no levantamento dos custos para avaliar os reais gastos com manutenção. Conceito de homens-hora (Hh) É o produto da quantidade de homens necessária para um trabalho pelo número dehoras necessário para esse trabalho. Exemplos: 5 homens trabalhando durante 3 horas = 15Hh 3 homens trabalhando durante 0,5 hora = 1,5Hh l homem trabalhando durante 4 horas = 4Hh Curvas de custo Sob o aspecto de custos, a manutenção corretiva, ao longo do tempo, apresenta uma curva ascendente, devido à redução da vida útil dos equipamentos, perda da produção e da qualidade, aumento da aquisição de peças de reposição, ociosidade da mão-de-obra operativa, perda de mercado e aumento de riscos de acidente (Gráfico 1.1). Gráfico 1.1 Após a implantação da manutenção preventiva, e esta vem associada ao planejamento, programação e controle, as curvas de custos se apresentam como no gráfico 1.2. Onde se vê um crescimento dos custos de preventiva acompanhado do decréscimo dos custos de corretiva até o ponto de equilíbrio (1). Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 8 Gráfico 1.2 Após o ponto 1 (gráfico 1.2) tem-se: Entre os pontos 2 e 3 a faixa ótima de custos para corretiva e preventiva porque estes pontos estão sobre a reta do fundo de banheira (ponto 4) da curva de custo total. Isto é, menor custo somando-se corretiva e preventiva. Tempo ótimo para atingir o menor lucro cessante (Y). Faixa otimizada aceitável para os custos de manutenção (X). Para a interpretação correta do gráfico deve-se ter em conta que a curva custo total não inclui o custo do lucro cessante e a curva lucro cessante acresce sobre o custo total apenas o custo das horas paradas do pessoal de operação. O lucro cessante gerado pela manutenção é a soma do custo da mão-de-obra operacional inativa mais o valor da produção que deixou de ser feita mais o custo dos insumos de aplicação necessária mesmo com a máquina parada. Destes, o único valor que se consegue obter com segurança junto ao parque industrial brasileiro é o custo da mão-de-obra operacional. 1.3- Codificação A atuação da manutenção começa por meio da requisição de serviço (RS) que deve possibilitar a identificação rápida do que fazer. Com esse objetivo, a codificação das variáveis envolvidas é uma grande aliada. São codificadas as prioridades, a natureza do serviço e a causa da intervenção. A seguir é apresentada uma codificação usual. Código de prioridades O estabelecimento de prioridades para cada trabalho é feito com o objetivo de organizar o tempo de atendimento e de medir as cargas de trabalho de cada tipo de atendimento para cada equipe, para cada centro de custo ou para cada equipamento. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 9 Usa-se a escala de prioridades já definida no início desta unidade, a saber: Emergencial (1): atendimento imediato. Urgente (2): atendimento o mais breve possível. Necessária (3): atendimento em alguns dias. Rotineira (4): atendimento em algumas semanas. Prorrogável (5): atendimento a longo prazo. Caracterização das prioridades emergencial (1) e urgente (2) A experiência tem mostrado que a responsabilidade pela produção pode levar os usuários dos trabalhos de manutenção a utilizar indiscriminadamente as prioridades 1 e 2. Para evitar isso, coloca-se na requisição de serviço um adendo com dois itens para caracterizar adequadamente a prioridade: 1. Condições da produção a. Parou totalmente; b. Há total condição insegura para operar; c. Parou parcialmente; d. Haverá condição insegura para operar em determinado número de dias. 2. Condições para operar a. Existe possibilidade de operar mediante manobra ou dispositivo provisório. b. Existe possibilidade de manter segurança provisória. c. Não existe possibilidade de operar provisoriamente. d. Não há possibilidade de segurança provisória. O emitente da requisição deve assinalar apenas uma opção em cada item. Se a resposta para o item 1 for a ou b e para o item 2 for c ou d, caracteriza-se a situação como prioridade (1); com outras respostas caracteriza-se a situação como prioridade (2).. Código da natureza do serviço É importante codificar a natureza do serviço para, em levantamentos periódicos (mensais), acompanhar a qualidade da manutenção a fim de efetuar as correções necessárias. Códigos A - Serviço solicitado pela operação de produção devido a falhas imprevisíveis e não passível de programação. B - Serviço solicitado pela operação ou pela inspeção de manutenção devido a falhas imprevisíveis e passível de programação. C - Serviços solicitados para instalações, montagens, modificações, reformas não preventivas, adaptações e fabricação de sobressalentes. D - Intervenção de manutenção preventiva gerada por inspeção. E - Intervenção sistemática de manutenção preventiva. F - Serviços de inspeção com máquina operando. G – Serviços de inspeção com máquina parada. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 10 Código das causas de intervenções As causas de intervenções de manutenção se forem pormenorizadas somarão milhões de itens. Por isso o método adequado é o agrupamento de motivos que fornece os dados necessários para um sistema de controle econômico. Esse código é colocado na requisição de serviço após término do trabalho. Códigos Z - Desgaste anormal Y - Amaciamento (45 dias ou 1 000 horas) X - Acidentes W - Desgaste normal V - Erros de operação U - Problemas com matéria-prima T - Erros de manutenção, instalação ou montagem S - Falhas ou defeitos causados por condições naturais (chuva, sol, orvalho, vento, etc.) R - Erros de projeto P - Problemas de lubrificação 1.4- Rotina de planejamento O setor de planejamento recebe as requisições de serviço; analisa o que e como deve ser feito, quais as especialidades e grupos envolvidos, e os materiais e ferramentas a serem utilizados. Isso resulta no plano de operações, na lista de materiais para empenho ou compra de estoque e outros documentos complementares como relação de serviços por grupo, ordens de serviço, etc. Quando há necessidade de estudos especiais, execução de projetos e desenhos ou quando o orçamento de um trabalho excede determinado valor (depende da empresa), o setor de planejamento requisita os serviços da Engenharia de Manutenção. Essa providencia os estudos necessários e verifica a viabilidade econômica. Se o estudo ou projeto for viável, todas as informações coletadas pelo planejamento são enviadas ao setor de programação, que prepara o cronograma, os programas diários de trabalho e coordena a movimentação de materiais. Sequência para planejamento É o rol de atividades para o planejador atingir o plano de operação e emitir os documentos necessários; consiste em: Listar os serviços a serem executados. Determinar o tempo, especialidades e número de profissionais. Determinar a sequência lógica das operações de trabalho através do diagrama espinha de peixe. Construir CPM-PERT. Construir diagrama de barras (Gantt), indicando as equipes de trabalho. Emitir as ordens de serviço, a lista de materiais, a relação de serviços por grupo e outros documentos que variam conforme a empresa. Diagrama espinha de peixe É uma construção gráfica simples que permite construir e visualizar rapidamente a sequência lógica das operações (Diagrama 1.1). Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 11 Diagrama 1.1 Em planejamentos simples e para um único grupo de trabalho, pode-se passar deste diagrama à construção do diagrama de barras, dispensando o CPM-PERT. Diagrama de barras É um cronograma, também chamado diagrama de Gantt, que permite fazer a programação das tarefas mostrando a dependênciaentre elas. Usado pelo menos desde o início do século, consiste em um diagrama onde cada barra tem um comprimento diretamente proporcional ao tempo de execução real da tarefa. O começo gráfico de cada tarefa ocorre somente após o término das atividades das quais depende. As atividades para elaboração do diagrama são a determinação das tarefas, das dependências, dos tempos e a construção gráfica. A seguir tem-se o exemplo de um diagrama para a fabricação de uma polia e um eixo (Diagrama 1.2). Lista de tarefas, dependências e tempo Tarefas Descrição Depende de: Tempo/dias A Preparar desenhos e lista de materiais - 1 B Obter materiais para o eixo A 2 C Tornear o eixo B 2 D Fresar o eixo C 2 E Obter materiais para a polia A 3 F Tornear a polia E 4 G Montar o conjunto D e F 1 H Balancear o conjunto G 0,5 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 12 Diagrama 1.2- Diagrama de barras O diagrama de barras é um auxiliar importante do planejador e do programador pois apresenta facilidade em controlar o tempo e em reprogramá-lo. Apesar desta facilidade o diagrama não resolve questões como: Quais tarefas atrasariam a terceira tarefa (C) se atrasar um dia? Como colocar de forma clara os custos no diagrama? Quais tarefas são críticas para a realização de todo o trabalho? Para resolver as questões que o diagrama de barras não consegue solucionar, foram criados os métodos CPM e PERT. Diagramas CPM e PERT São dois modos de prever e acompanhar racionalmente trabalhos com muitas tarefas. Ambos foram criados na mesma época (1958), partindo do cronograma de obras convencional, mas com motivações diferentes. O PERT (Program Evaluation and Review Technique) foi criado para a NASA com o fim de controlar o tempo e a execução de tarefas realizadas pela primeira vez. O CPM (Critical Path Method) foi criado na empresa norte-americana Dupont. Com o fim de realizar as paradas de manutenção dentro do menor prazo possível e com um nível constante de utilização dos recursos. Os dois modelos são quase idênticos, a diferença está no uso da probabilidade no PERT. Esse uso é extremamente restrito em manutenção, por isso, o emprego dos métodos nas empresas recebeu o nome CPM-PERT ou método do caminho crítico, que é a tradução de CPM. O diagrama se vale de construções gráficas simples como flechas, círculos numerados e linhas tracejadas, que constituem: o diagrama de flechas a atividade fantasma o nó ou evento Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 13 Diagrama de flechas É um gráfico das operações, onde cada operação é representada por uma flecha. Cada flecha tem uma ponta e uma cauda. A cauda representa o início de uma operação e a ponta marca o seu final. As flechas são usadas para expressar as relações entre as operações e definir uma ou mais das seguintes situações: A operação deve preceder algumas operações. A operação deve suceder algumas operações. A operação pode ocorrer simultaneamente a outras operações. O modo como as relações são representadas por flechas é mostrado na figura 1.1. Figura 1.1 Atividade fantasma É uma flecha tracejada usada como artifício para identificar a dependência entre operações. É também chamada operação imaginária e não requer tempo. Na figura 1.2 tem-se um exemplo para atender as seguintes condições: W deve preceder Y K deve preceder Z Y deve seguir-se a W e K Figura 1.2 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 14 Assim, as atividades W, Y, K e Z são operações físicas como tornear, montar, testar, etc. Cada um destes itens requer um tempo de execução, enquanto a atividade fantasma é um ajuste do cronograma, isto é, depende da programação correta apenas. Nó ou evento São círculos desenhados no início e no final de cada flecha. Têm o objetivo de facilitar a visualização e os cálculos de tempo. Devem ser numerados e sua numeração é aleatória (Fig. 1.3). O nó não deve ser confundido com uma atividade que demande tempo. Ele é um instante, isto é, um limite entre o início de uma atividade e o fim de outra Figura 1.3 Construção do diagrama COM-PERT Para construir o diagrama é preciso ter em mãos a lista das atividades, os tempos e a sequência lógica. Em seguida, vai-se posicionando as flechas e os nós obedecendo à sequência lógica e às relações de dependência. Abaixo de cada flecha, coloca-se o tempo da operação e acima, a identificação da operação. ( Diagrama 1.4) Diagrama 1.4 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 15 A seguir é mostrado outro exemplo do diagrama CPM-PERT, no qual um torno apresenta defeitos na árvore e na bomba de lubrificação (Diagrama 1.5). Lista de tarefas, dependências e tempos Tarefa Descrição Depende de: Tempo A Retirar placa, proteções e esgotar óleo - 1h B Retirar árvore e transportá-la A 3h C Lavar cabeçote A 2h D Trocar rolamentos B 3h E Trocar reparo de bomba de lubrificação B e C 2h F Montar, abastecer e testar o conjunto D e E 4h Diagrama 1.5 O caminho crítico É um caminho percorrido através dos eventos (nós) cuja somatória dos tempos condiciona a duração do trabalho. Através dele obtém-se a duração total do trabalho e folga das tarefas que não controlam o término do trabalho. No caso do diagrama 1.1, há três caminhos de atividades levando o trabalho do evento 0 ao evento 5; são eles: A - B - D - F, com duração de 11 horas; A - C - E - F, com duração de 9 horas; A - B - imaginária - E - F, com duração de 10 horas. Há, pois, um caminho com duração superior aos demais, que condiciona a duração do projeto. É este o caminho crítico. Sua importância decorre dos seguintes fatores: Ele é o caminho onde, ao contrário dos demais, nenhuma tarefa pode atrasar, pois atrasaria todo o trabalho. No caso de procurar-se diminuir o tempo de uma parada de manutenção utilizando hora-extra ou maior número de recursos, é o caminho crítico que deve ser pensado, e não os demais, que têm folga. Frequentemente, o caminho crítico é tão maior que os demais que basta acelerá-lo para acelerar todo o trabalho. Tendo em vista o conceito do caminho crítico, pode-se afirmar que as tarefas C e E do diagrama 1.5 podem atrasar até duas horas sem comprometer a duração total. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 16 No diagrama 1.6 tem-se outro exemplo, no qual o caminho crítico é A - B - C - D - E - H - L - M = 22h, pois os outros são: A - B - C - D - F - G - L - M = 19h e A - B - I - J - K - L - M = 18h; isto é, são menores. Diagrama 1.6 O método do caminho crítico permite um balanceamento dos recursos, principalmente mão-de-obra. O departamento de manutenção possui um contingente fixo e não é desejável ter um perfil de utilização desse contingente com carência em uns momentos e ociosidade em outros. Para evitar este problema, o planejador joga com o atraso das tarefas com folga e o remanejamento do pessoal envolvido nas tarefas iniciais. Nas paradas para reformas parciais ou totais, após o balanceamento dos recursos físicos e humanos com programação de trabalho em horários noturnos e em fins-de- semana, pode ocorrer ainda a carência de mão-de-obra. Neste caso, a solução é a contratação de serviços externos ou a ampliação do quadro de pessoal. 1.5 Disponibilidade de equipamento O usuário de um equipamento ou instalação precisa, acima de qualquer coisa, que seu equipamento ou instalação esteja disponívelpara utilização. O papel da manutenção é manter o equipamento disponível ou fazê-lo retornar a seu estado funcional, isto é, torná-lo disponível. A disponibilidade pode ser calculada e expressa em um índice percentual. Para isso, são necessários os seguintes itens: MTBF →Tempo médio entre falhas ("mean time between failures") Fórmula Onde: TO = tempo total disponível para operar; X = número de falhas MTTR → Tempo médio de reparo ( “mean time to repair” ) Fórmula MTBF = TO X MTTR = TR X Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 17 Onde: TR = tempo total de reparo ou inspeção preventiva. Assim, tem-se a fórmula da disponibilidade: Exemplo Um torno automático esteve em trabalho 4000h em um ano e teve 8 intervenções de manutenção com duração total de 102 horas. Qual a disponibilidade do torno no ano? Solução: TO = 4000h – 102h = 3898h X = 8 TR = 102h MTBF = 3898h / 8 = 487,25h MTTR = 102h / 8 = 12,75h D = 487,25h x 100 487,25h + 12,75h Portanto, o torno teve uma disponibilidade de 97,45%. 1.6 Controle da manutenção Tem como objetivo obter informações para orientar tomadas de decisões quanto a equipamentos e a grupos de manutenção. Faz isso por meio da coleta e tabulação de da- dos, aperfeiçoando a interpretação dos resultados e criando padrões de trabalho. A tomada de decisão, a partir das informações do controle, deve ser da competência de todos os níveis decisórios da manutenção. Esse procedimento permite que cada nível tome decisões adequadas a suas particularidades e, ao mesmo tempo, coerentes com as políticas gerais da empresa. Isto é, a função primordial do controle é alimentar o planejamento, a programação, a supervisão, etc., com dados claros e confiáveis. O controle exige a criação de padrões. E padrão significa procedimentos dinâmicos normalizados com critérios de qualidade e quantidade. Quanto à forma de operação do controle, existem quatro sistemas: manual, semi- automatizado, automatizado e por microcomputador. Controle manual É o sistema no qual a manutenção preventiva e corretiva são controladas e analisadas por meio de formulários e mapas, que são preenchidos manualmente e guarda- dos em pastas de arquivo (Fig. 1.4). D = MTBF x 100 MTBF + MTTR Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 18 Figura 1.4 Nesse sistema há necessidade de um processo organizado na ordenação de documentos (por semana, por setor, por equipamentos, etc.), com o fim de permitir a recuperação rápida de dados e evitar a perda de informações. Controle semi automatizado É o sistema no qual a intervenção preventiva é controlada com o auxílio do computador e a intervenção corretiva obedece ao controle manual (Fig. 1.5). A fonte de dados desse sistema deve fornecer todas as informações necessárias para serem feitas as requisições de serviço, incluindo as rotinas de inspeção e execução. O principal relatório emitido pelo computador deve conter no mínimo: o tempo gasto e previsto; serviços realizados; serviços reprogramados (adiados); serviços cancelados Esses são dados fundamentais para a tomada de providências por parte da supervisão. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 19 Figura 1.5 Controle automatizado É o sistema em que todas as intervenções da manutenção têm seus dados armazenados pelo computador, para que se tenha listagens, gráficos e tabelas periódicas para análise e tomada de decisão, conforme a necessidade e conveniência dos vários setores da manutenção (Fig.1.6). Neste sistema, a alimentação de dados é feita por meio de formulários padronizados, com dados codificados dentro de padrões compatíveis com os equipamentos de entrada de dados da empresa (disco, cartão perfurado, fita, etc.). Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 20 Figura 1.6 Controle por microcomputador É o sistema no qual todos os dados sobre as intervenções da manutenção são armazenados no microcomputador e facilmente se tem acesso a eles por vídeo ou impressora (Fig. 1.7). Esse sistema permite uma excelente disponibilidade na utilização do microcomputador pelo usuário tanto na coleta de dados como na obtenção de resultados, visto que sua alimentação é feita na origem, pelo próprio executante, dispensando os formulários padronizados. E o executante pode desenvolver programas de acordo com suas necessidades. Neste caso, é fundamental que o microcomputador esteja acoplado ao computador central da empresa, para que se obtenha dados de outras áreas ( materiais, pessoal, etc.). Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 21 Figura 1.7 Principais focos de controle Os pontos principais a serem controlados são: custo, disponibilidade das máquinas e tempo. Os dois primeiros itens já foram tratados neste capítulo. O tempo merece especial atenção, na tentativa de melhorar seu aproveitamento. O tempo na manutenção pode ser dividido em duas categorias: tempo de ocorrência e tempo qualificado. Tempo de ocorrência É o tempo gasto com movimentação em geral feita pelo mantenedor: tarefas administrativas, necessidades fisiológicas, transporte de ferramentas, etc., isto é, compõe-se de todas as horas-atividade do mantenedor menos o período de execução do trabalho. O tempo de ocorrência representa, em países desenvolvidos, 30 a 35% do tempo da manutenção e, nos países do Terceiro Mundo, 65 a 75%. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 22 Tempo qualificado É o tempo gasto com a execução do serviço propriamente dita, isto é, o tempo da tarefa específica do mantenedor. O tempo qualificado representa, em países desenvolvidos, 65 a 70% do tempo da manutenção e, nos países do Terceiro Mundo, 30 a 35%. Com base nas porcentagens expostas acima, o tempo que deve ser analisado e questionado é o tempo de ocorrência. O seu controle pode ser feito por cartões e por amostragem. É de fundamental importância que esses cartões não tenham caráter de policiamento sobre o mantenedor. Com os resultados da tabulação de dados dos cartões poder-se-á verificar quais os pontos de lentidão e, a partir daí, buscar dinamizá-los. Em geral, detalhes como localização de postos de trabalhos, localização de almoxarifados e estrutura burocrática da empresa são as maiores barreiras. Frente CARTÃO DE APROPRIAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA Nome_________________________________________________________ Função________________________________________Setor____________ Data____/___/____ Supervisor_________________________ Ocorrência Local ou equipamento Tempo: início fim hora minuto total hora minuto total hora minuto total hora minuto total hora minuto total hora minuto total Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 23 Verso CÓDIGOS DE OCORRÊNCIA 1- Movimentação 2- Falta de permissão 3- Falta de material 4- Falta de transporte 5- Falta de ferramentas 6- Falta de energia 7- Falta de instruções 8- Falta de serviços 9- Interrupção pela segurança 10- Mau tempo 11- Transporte 12- Acidente do mantenedor 13- Atraso da condução 14- À disposiçãodo departamento pessoal 15- Horas improdutivas diversas 16- Ausência por assunto administrativo 17- Treinamento 1.7 - Recomendações para planejamento A prática do planejamento da manutenção fornece algumas metas a serem buscadas, a saber: Ao chegar um equipamento novo, as primeiras atividades a serem planejadas são a inspeção de ajustes e tolerâncias e a limpeza e relubrificação ("flushing") após 1 000 horas de uso. Após a limpeza e relubrificação das primeiras 1 000 horas, planejar a tomada de padrões (temperatura, vibração, pressão, etc.) entre l 050 e 1 200 horas de uso a partir do ponto zero (Gráfico 1.3). Gráfico 1.3 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 24 O ideal da manutenção racionalizada é ter 93% dos seus serviços planejados e 7% não planejados. O planejador pode contar com um índice de horas-extras dos mantenedores entre 3 e 6%. Esses limites não devem ser ultrapassados para não haver frequentes quedas no rendimento. O planejamento dos serviços, sempre que possível, deve ocorrer com 3 a 4 semanas de antecedência. As informações devem ser geradas através de históricos, homens (manutenção e produção), instrumentos e relatórios. Todo o planejamento deve estar preparado para mudanças. No planejamento as ordens têm de ser claras e objetivas. É atribuição do planejador orientar a guarda de documentação de serviços e equipamentos e também orientar o preenchimento de formulários e preparação de relatórios. Um bom planejador deve ter formação técnica e experiência de campo na manutenção. Questionário 1. O que significa planejar? 2. O que significa programar? 3. Qual a função do controle? 4. Quais as atividades, na manutenção, que permitem planejamento? 5. Como é formado o custo da manutenção? 6. Qual é a rotina dos serviços do planejamento? 7. Qual a finalidade do diagrama espinha de peixe? 8. Descreva o diagrama de flechas e faça um exemplo. 9. O que é atividade fantasma? 10. Explique o caminho crítico. 11. Calcule a disponibilidade de uma furadeira multifuso que, durante um ano, esteve em trabalho 4 800 horas e teve 12 intervenções da manutenção que totalizam 180 horas. 12. Quais os sistemas de controle da manutenção? 13. Quais os principais focos de controle da manutenção? 14. Defina o tempo de ocorrência. 15. Quais são as primeiras tarefas a serem planejadas quando entra em operação um novo equipamento? Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 25 CAPÍTULO 2 SUPRIMENTO DA MANUTENÇÃO 2.1 Administração de materiais É constituída pelas funções de controlar estoques e produção, e comprar, armazenar, receber e expedir materiais, etc. Sendo assim, é uma atividade fundamental para toda a organização que produz bens ou serviços. Habitualmente as empresas dividem os materiais em dois tipos: produtivos e improdutivos. Materiais produtivos São materiais que constituirão o produto a ser fabricado, ou seja, a matéria- prima. Esses materiais oneram os estoques e necessitam de um planejamento que evite o seu recebimento antecipado ou o estoque zero. O recebimento antecipado aumenta os custos de manutenção do estoque e o recebimento atrasado gera a parada da produção. Materiais improdutivos São os materiais usados na fábrica de modo geral – os de consumo indireto na produção e os materiais de manutenção. Os materiais de manutenção devem ter um almoxarifado exclusivo, pois possuem as seguintes características: grande quantidade de materiais, podendo chegar até 15 000 itens; pouca quantidade de material, por item; baixa rotatividade; muitos materiais necessitam de cuidados especiais; custo do estoque da manutenção representa 20 a 25% do custo do estoque geral da empresa. 2.2 Administração de estoques para manutenção A administração de estoques para manutenção baseia-se no inter- relacionamento de vários métodos usados na produção e em métodos próprios, a saber: classificação ABC estoque mínimo estoque médio estoque máximo sistema duas gavetas sobressalente crítico interferência na produção Classificação ABC Com o objetivo de reduzir os investimentos em estoques, controlá-los seletivamente e diminuir os riscos de falta de material foi desenvolvida a classificação ABC, também chamada curva ABC de materiais. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 26 O método consiste na separação em três grupos de todos os produtos em estoque, segundo seu valor de uso, dando a cada grupo um tratamento diferenciado. O valor de uso é o produto do custo unitário do material pela sua média de consumo. Inventariando um estoque de materiais para manutenção encontra-se a distribuição da tabela 2.1. Tabela 2.1 Classe Itens de estoque Valor de uso A 5% 80% B 10% 12% C 85% 8% É possível notar pela tabela que há pequena quantidade de materiais na classe A, o que torna econômico manter um controle cuidadoso sobre esses materiais e possibilita, ainda, operar com reduzidos estoques de segurança, devido ao alto custo de proteção. Os materiais de baixo valor de uso, classe C, podem operar com altos estoques de segurança e controles simples. Há, ainda, a classe B que deve operar com médio estoque de segurança e médio controle. Os dados da tabela 2.1 se colocados num gráfico cartesiano apresentarão o aspecto do gráfico 2.1. Gráfico 2.1 A distribuição mostrada é ideal, ficando na prática dentro de faixas como na tabela 2.2. Tabela 2.2 Eixo Classes A B C Valor de uso (ordenadas) 70 a 80 % 10 a 20 % 5 a 10 % Número de itens de estoque (abscissas) 5 a 10 % 10 a 20 % 70 a 85 % Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 27 Estoque de segurança É um estoque feito propositadamente em demasia para que possa atuar como proteção contra previsões inexatas e outras eventualidades. Ele é indispensável quando se deseja que a manutenção mantenha seu fluxo contínuo e atenda rapidamente as necessidades da produção. O estoque de segurança depende da curva de consumo obtida por meio de histórico ou, na sua falta, de estimativas de consumo. Pode-se calculá-lo pela fórmula: Onde: Es - estoque de segurança C - consumo médio (mensal, anual, etc.) Fa - fator arbitrário, expresso na mesma unidade de tempo usada em C O fator arbitrário (Fa) depende do tempo que se deseja garantir o estoque. Os materiais que devem ter estoque de segurança são os materiais da curva ABC cuja falta interfira diretamente no processo produtivo. Estoque máximo Administrar materiais pelo sistema de estoque máximo é ter um risco apenas acidental de atingir o estoque zero. É colocar o estoque em situação tal que, quando a quantidade de materiais atingir o estoque de segurança, um novo suprimento aconteça (Gráfico 2.2). Veja a seguir os principais pontos e fórmulas que compõem o gráfico do estoque máximo. Gráfico 2.2 Limite de renovação (L) É o ponto que indica o momento de ser processado um novo pedido Onde: C - consumo médio T - prazo de entrega do fornecedor Es - estoque de segurança Es = C x Fa L = C x T + Es Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 28 Quantidade a pedir na renovação (Q1) É a quantidade a pedir quando o estoque for igual a L. Quantidade no primeiro pedido (Qo) É a quantidade para iniciar o estoque. Exemplo Uma empresa deseja manter um estoque máximo durante dois meses de um produto para atenderos serviços de manutenção. O consumo mensal é de 50 peças e o prazo de entrega do fornecedor é de seis meses. Calcular: Es, L, Qo e Q1 Solução: Es = C x Fa → Es = 50 x 2 = 100 peças L = C x T + Es → L = 50 x 6 + 100 = 400 peças Qo = C x T + 2Es → Qo = 50 x 6 + 200 = 500 peças Q1 = C x T → Q1 = 300 peças O gráfico 2.3 mostra como fica a situação do estoque do produto no período de 14 meses quando é mantido o estoque de segurança. Gráfico 2.3 Note que o pedido inicial do produto é maior que todos os outros pedidos pois é preciso um tempo de adaptação dos setores envolvidos. Caso se verifique necessidade administrativa pode-se fazer: Onde: t - é um tempo necessário para que um novo pedido seja aprovado e chegue até o fornecedor. t - pode ser também um prazo que complementa o intervalo entre dois pedidos feitos pelo lote econômico. Q1 = C x T Qo = C x T + 2Es Q1 = C x ( T + t ) Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 29 Neste caso também Qo assumirá a forma: Os materiais que devem ser administrados pelo estoque máximo são os da curva ABC que não possuam substitutos temporários e interfiram diretamente na produção, como rolamentos especiais, válvulas, etc. Estoque mínimo Administrar materiais pelo estoque mínimo é admitir um risco de 15% do estoque chegar a zero. Este sistema trabalha com a previsão de um novo suprimento ocorrer quando a última peça for usada (Gráfico 2.4). Gráfico 2.4 Assim, as fórmulas ficam reduzidas a: Os materiais de manutenção que devem ser administrados pelo estoque mínimo são os materiais classe A e B que não interfiram diretamente na produção e, ainda, possam ser substituídos temporariamente, como o caso de estopa e lâmpadas comuns. Estoque médio Administrar materiais pelo estoque médio significa admitir um risco de 3% do estoque chegar a zero. Este sistema trabalha com a previsão do novo suprimento ocorrer quando o estoque de segurança atingir 50% do seu número de produtos (Gráfico 2.5). Qo = C x ( T + t ) + 2 Es L = C x T Qo = Q1 = C x ( T + t ) Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 30 Gráfico 2.5 Os principais pontos e fórmulas que compõem o gráfico do estoque médio são: Os materiais de manutenção que devem ser administrados pelo sistema do estoque médio são todos da curva ABC que interfiram parcialmente na produção e possam ser substituídos temporariamente, como é o caso de fusíveis. Sistema duas gavetas É um sistema muito usado nos almoxarifados e nos postos de manuteação. É aplicado para todos os materiais classe C que não interfiram na produção, como é o caso de parafusos, porcas, arruelas, rebites, eletrodos comuns, papelão para junta, colas, etc. Funciona com um lote em uso e outro estocado. Quando esgota-se o primeiro, o segundo entra em utilização. Novo pedido então é feito pelo almoxarifado central ou compra direta. Para estes materiais não são feitos inventários e seu custo é diluído no custo da manutenção. Sobressalente crítico É um elemento de grande interferência na produção, não tem demanda normal prevista e, geralmente, depois de encomendado, tem longo prazo de espera para sua entrega; portanto sua estocagem deve ser prioritária. Esses materiais devem ser analisados com muito cuidado quando entrarem para estoque. E, a cada cinco anos, devem sofrer uma nova análise. Em outras palavras, é o sobressalente que, estando em falta, causa um lucro cessante comprometedor. O sobressalente crítico pode ser classificado em dois níveis. Es = C x Fa L = C x T + Es 2 Qo = C x ( T + t ) + Es Q1 = C x ( T + t ) Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 31 Nível 1/0 Existe um sobressalente em estoque e, quando ele for utilizado, deve-se comprar ou fabricar outro. Nível 2/1 Existem dois sobressalentes em estoque e, quando um for utilizado, deve-se comprar ou fabricar outro. Como exemplo de sobressalente crítico tem-se o fuso principal de um torno ou de uma fresadora. Ele é um componente que deve ser encomendado ao fornecedor ou fabricado dentro da própria empresa. Como a probabilidade de falha do fuso é pequena a curto prazo, ele está no nível 1/0. Interferência na produção XYZ É um sistema que classifica os materiais da manutenção quanto a sua importância na aplicação do processo produtivo e sua interferência no processo produtivo. Interferência X É classificado nesta categoria o material que não interfere no processo produtivo ou interfere mas não causa descontinuidade do processo. Nesse último caso, existe o reserva imediato (estepe ou "stand by") ou existe material equivalente para substituição sem prejuízo da qualidade do processo, exemplos: parafuso, pino, bomba de refrigeração com "stand by". Interferência Y É classificado nesta categoria o material que se falhar prejudica, em parte, o processo produtivo, pois reduz a quantidade produzida (em 15% no máximo), porém não impede a fabricação do produto. Esse material não possui equivalente para substituição e pode ser mantido pelo sistema de estoque médio. Exemplo: fusíveis em geral. Interferência Z É classificado nesta categoria o material cuja falha ocasiona parada do processo, ou seja, sua interferência é direta no processo produtivo, por isso não deve faltar. Exemplos: correntes, acoplamentos, etc. Lote econômico A determinação do nível de estoque mais econômico deve-se ao fato de alguns custos crescerem com o aumento do estoque e outros diminuírem. Quando se aumenta o tamanho do lote encomendado, tem-se um custo menor por unidade, porém sobem os custos de estocagem e aumentam os riscos de obsoletismo e deterioração. A determinação do lote econômico deve ser fruto de uma boa análise feita por compras, almoxarifado e manutenção. Observação O quadro 2.1 mostra o inter-relacionamento dos vários sistemas expostos na administração de estoques para manutenção. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 32 Quadro 2.1 2.3 Análise de sobressalentes Consiste numa análise feita através do sistema de árvore de possibilidades, com o objetivo de estabelecer se: O sobressalente deve ser estocado conforme o quadro geral? Existe necessidade de estocar? Deve ser recuperado, reposto, ou substituído quando ocorrer a falha? É sobressalente crítico? Nas páginas seguintes são apresentados os três passos da análise que levam às respostas e auxiliam na organização do almoxarifado da manutenção. Passo 1 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 33 Passo 2 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 34 Passo 3 2.4 Cuidados na armazenagem As condições de armazenagem não devem abreviar a vida útil do material estocado. As condições de higiene, limpeza e disciplina de armazenagem são indissociáveis. Os materiais inflamáveis, os nocivos à saúde, os de alto valor unitário, os que requerem ambiente controlado, todos devem ser armazenados adequadamente, para que não se tenha a perda antes da utilização. Estima-se que no sudeste brasileiro, 2,7% dos sobressalentes estragam-se no almoxarifado. Um cuidado de extrema importância é quanto à hora do suprimento, pois um estoque deficiente fatalmente leva a canibalização dos componentes. Canibalização é aretirada de peças integrantes de conjuntos para atender a outros que apresentam falhas. Esta atitude, a médio prazo, elevará extremamente o custo da manutenção. Indicações para armazenagem A seguir será apresentada uma pequena lista de procedimentos corretos de estocagem dos materiais que mais se estragam nos almoxarifados e postos de manutenção. Diodos e transistores Devem ser guardados com as pontas curto-circuitadas para que a eventual ionização do ar em volta não cause estragos internos. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 35 Correias de borracha Devem permanecer deitadas e com temperatura controlada entre 20 e 24°C. O procedimento comum de pendurá-las ocasiona microfissuras na camada externa, reduzindo sua vida útil. Motores de reserva Devem ser guardados em temperatura ambiente de 40°C ou em ambiente de baixíssima umidade para evitar a condensação de água em seu interior nas primeiras horas de funcionamento. Outro cuidado importante é o de girar seus eixos (com a mão) a cada 30 ou 45 dias para evitar danos aos rolamentos. Rolamentos Devem permanecer deitados a fim de evitar a corrosão eletrônica, que haverá assim que se seu peso consiga romper o filme lubrificante entre o corpo rolante e a capa, caso sejam mantidos em pé. 2.5 Especificação e codificação Especificação Elaborar a especificação para adquirir sobressalentes e materiais para manutenção é sempre um trabalho demorado e criterioso. Pode ser necessário desmontar o equipamento para levantar croquis ou, então, no caso de material crítico é preciso definir quando fazer a especificação. As regras gerais para especificação de materiais para manutenção são: Detalhar todos os dados necessários a identificação técnica e física. Usar a denominação normalizada ou, em sua falta, usar a denominação empregada pela maioria dos fabricantes. O ideal é formar um manual sobre denominações por especialidade envolvida na manutenção. Evitar a colocação da marca ou nome do fabricante sempre que o material for normalizado e possuir vários fornecedores de mesma qualidade. Os itens de materiais normalizados tais como parafusos, arruelas, anéis elásticos, pinos, etc. não devem ser adquiridos diretamente do fabricante do equipamento principalmente se isso significar importação. Usar nomenclatura de unidade padronizada, ou seja, peça, conjunto, jogo, rolo, metro, quilo, litro, metro quadrado, etc. Identificar a possibilidade de material similar; o ideal é formar um manual de equivalências. Se for possível, listar os nomes dos fornecedores. Codificação Um sistema de codificação bem escolhido deve indicar a finalidade do material (equipamento no qual será usado) e ser o mais simples possível. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 36 Uma estrutura de codificação usual e bastante eficiente é a seguinte: Essa estrutura atende aos três tipos de materiais existentes no almoxarifado, a saber: matéria-prima; material de consumo; sobressalentes de manutenção. Classe e subclasse Para os dois primeiros tipos de materiais, a classe será estabelecida conforme sua natureza. A subclasse será definida pela especificação genérica do material. Exemplos 12.20.CCCCCC - D 12.32.CCCCCC - D Onde: 12 - classe dos materiais ferrosos 20 - subclasse do aço ABNT 1010 32 - subclasse do aço-prata 07.20.CCCCCC - D 07.40.CCCCCC - D Onde: 07 - classe dos lubrificantes e acessórios para lubrificação 20 - subclasse dos óleos hidráulicos 40 - subclasse dos filtros No caso dos sobressalentes, a classe é definida conforme o equipamento no qual será usado. A primeira classe dos sobressalentes deve ser reservada aos componentes normalizados que têm uso em mais de um tipo de equipamento. Exemplos 50.15.CCCCCC - D 54.10.CCCCCC - D 54.13.CCCCCC - D AA.BB.CCCCCC – D AA – classe BB – subclasse CCCCCC – número sequencial D – dígito de controle Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 37 Onde: 50 - classe dos sobressalentes de uso geral 15 - subclasse dos anéis elásticos 54 - classe dos tornos automáticos 10 - subclasse dos retentores 13 - subclasse dos rolamentos de esferas Número sequencial Esse número pode ir de 000001 a 999999 independentemente de classe e subclasse e, na prática, passa a ser o número de identificação do material, pois a classe e a subclasse são muito importantes como dados cadastrais e usos em relató- rios e estudos estatísticos. Costumeiramente, o número sequencial é dividido em faixas conforme a área de utilização. Exemplos De 010 000 a 049 999 - mecânica De 050 000 a 099 999 - elétrica De 200 000 a 299 999 – limpeza, segurança e higiene Dígito de controle Usado nos sistemas computadorizados, é fornecido pelo próprio programa de estocagem do computador, quando se estabelece o código pela primeira vez materiais de manutenção. Sua finalidade é tornar confiável a informação enviada ao computador, evitando eventuais erros de duplicidade de informações. 2.6 Fluxo de informações Um fluxo de informações rápido e confiável é de extrema importância para a administração de materiais da manutenção. O departamento de materiais deve elaborar, diariamente, um relatório de itens requisitados e não atendidos devido a estar o estoque a zero. A partir desse relatório devem ser analisadas as possibilidades de atendimento entre manutenção, materiais e compras e a seguir, tomar as providências. Deverá haver um recurso de compras por emergência para os casos críticos. Mensalmente, serão feitas reuniões entre as gerências de manutenção, materiais e compras com objetivo de avaliar a administração de materiais de manutenção. Sem um bom entrosamento, problemas como quantidades insuficientes ou excessivas se acumularão, tornando a administração ineficaz. Deve existir um setor de aprovisionamento central de manutenção que seja o ponto de convergência das informações, isto é, um setor que compatibilize a linguagem das áreas de manutenção com a linguagem de compras e com a linguagem de gestão de materiais. O aprovisionamento central será, perante as áreas de manutenção, o responsável pela falta de qualquer material e o encarregado de suprir essa falta. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 38 2.7 Sistema de estocagem Um sistema de estocagem para manutenção precisa levar em conta as diferenças de aplicação dos vários itens de materiais, para que o custo da manutenção não seja mascarado por fatores sem frequência constante, tais como adaptações e instalações. O modo adequado para estocar materiais é separá-los em cinco faixas: aplicação direta, temporária, transitória, normal e prioritária. Aplicação direta Materiais que, mesmo constando da lista do almoxarifado, não passam por ele. São materiais usados em instalações de novos equipamentos, reformas, modificações, adaptações, etc; são de compra direta e exclusiva ao fim a que se destinam. Aplicação temporária Materiais que, sendo item de estoque ou não, ficam empenhados numa ordem de serviço por algum tempo. É o caso de materiais usados em reformas, instalações ou projetos que precisam ficar estocados até que se complete o lote de compra ou se tenha a disponibilidade de mão-de-obra para a execução do serviço. Estocagem transitória É o caso de materiais que serão substituídos por outros mais modernos ou eficientes. Esses materiais terão utilização até esgotar o estoque. E após um período (um ano por exemplo), os ainda restantes serão postos à vendaou sucatados. Não deve ser permitido o uso do material substituto antes que as condições de estoque zero ou prazo sejam satisfeitas. Aplicação normal É o caso de materiais de uso comum, com rotatividade normal considerados os padrões da empresa. Aplicação prioritária Trata-se, nesse caso, dos sobressalentes críticos. 2.8 Compra de sobressalentes A compra de sobressalentes precisa ter em conta a qualidade e o custo do material. Comprar sobressalentes de baixo custo sem considerar a qualidade, aumenta os estoques, aumenta o volume de compras, diminui a confiabilidade no equipamento e reduz a qualidade do produto final. O menor custo de um sobressalente é obtido através do índice do custo de utilização ( I ). Esse índice é dado pela fórmula: I = C + A + E + S V Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 39 Onde: C - custo da compra A - custo administrativo da compra, formado por papéis, hora-comprador, etc. E - custo administrativo do estoque, formado por hora-almoxarife, requisições, etc. S - custo da substituicão V - tempo de vida útil Quanto menor o índice do custo de utilização ( I ), melhor a compra. Observação Para calcular o custo de substituição de um sobressalente, considera-se o maior período de vida útil oferecido pelos fornecedores, ou seja, entre várias alternativas de vida útil oferecidas pelo mercado, custeia-se a substituição pela maior; o custo dos outros sobressalentes de vida útil menor, será calculado proporcionalmente. Assim, se um componente com 120 dias de vida útil tem um custo de substituição de $8,00, outro componente com 60 dias de vida útil custará $16,00. Exemplo Custo de utilização Considerando um sobressalente com cinco fornecedores (F1, F2, ...) e as condições expostas no quadro 2.2, qual seu custo de utilização? Quadro 2.2 Fornecedores V (dias) C ($) A ($) E ($) F1 180 800,00 10,00 14,00 F2 120 600,00 10,00 15,00 F3 240 1000,00 10,00 10,00 F4 150 700,00 10,00 13,00 F5 200 950,00 10,00 12,00 O primeiro passo é calcular o custo de substituição (S). Para isso busca-se esse custo junto à gerência de manutenção e multiplica-se pelo tempo necessário ao serviço. No exemplo, o tempo é de 30 minutos e o custo hora da manutenção é de $40,00. Portanto, S = $20,00. Esse é o valor de S a ser considerado para F3, que é o maior tempo de vida útil oferecido. Para os demais fornecedores, o valor é proporcionalmente mais caro, pois são trocados com maior frequência. Assim: S para F1 = S1= 240 x $ 20.00 → S1 = $ 26,66 180 S para F2 = S2 = 240 x $20,00 → S2 = $ 40,00 120 S para F4 = S4 = 240 x $20,00 → S4 = $ 32,00 150 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 40 S para F5 = S5 = 240 x $20,00 → S5= $ 24,00 200 Com os valores de S pode-se calcular I, usando a fórmula. Para os demais, o procedimento é o mesmo e os resultados são os se- guintes: I2 = 5,54 I3 = 4,33 I4 = 5,03 I5 = 4,98 Portanto, a melhor compra será feita junto ao fornecedor 3, mesmo tendo o maior preço. 2.9 Quantidade de sobressalentes Estabelecer a quantidade inicial de sobressalentes é bastante difícil devido à incerteza do consumo. Para minimizar o problema e dar uma orientação segura, existe uma tabela, construída com dados práticos e tendo por referência a quantidade de peças instaladas. Esse tipo de tabela deve ser usada até que o histórico do consumo exija atualização (Tabela 2.3). Tabela 2.3 - Quantidade inicial de sobressalentes Peças instaladas Estoque de emergência Estoque mínimo Estoque máximo 2 1 1 2 3 1 2 3 4 2 4 6 5 2 5 9 8 3 7 12 10 3 7 13 15 3 8 15 20 4 8 18 25 4 8 18 30 4 10 20 35 5 10 20 40 5 10 22 45 6 12 22 50 6 12 23 70 7 14 27 100 9 16 32 200 10 20 39 300 11 22 43 500 14 25 50 I para F1 → → I1 = 800,00 + 10,00 + 14,00 + 26,66 180 I1 = 4,72 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 41 800 16 35 70 1000 20 40 80 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 42 Questionário 1. Quais as características dos materiais de manutenção? 2. Em que consiste a classificação ABC de estoques? 3. Por que os itens de materiais classificados como C devem merecer menor controle? 4. Como se calcula o estoque de segurança? 5. O que é limite de renovação? 6. Onde deve ser empregado o sistema duas gavetas? 7. O que é sobressalente crítico? Cite um exemplo. 8. Cite um exemplo de material com interferência Z. 9. Cite três regras gerais para uma especificação bem feita. 10. Quem é o responsável pela falta de materiais perante o setor de manutenção? 11. Quais tipos de sobressalentes devem ser estocados em sistema de aplicação prioritária? Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 43 CAPÍTULO 3 MÉTODOS PREVENTIVOS DE MANUTENÇÃO 3.1- Introdução aos métodos de manutenção A partir de meados do séc. XVI até o final do século XVII, a função de mantenedor era desempenhada pelo operador da máquina. Com o aumento do número de máquinas e avanço da tecnologia, o mantenedor e o operador começaram a dividir o trabalho. Nessa época, o mantenedor era somente o mecânico, pois as máquinas eram movidas a vapor. O mantenedor atuava apenas em caso de quebra, isto é, fazia a manutenção corretiva. Durante a segunda metade do século XIX, ocorreu uma grande modificação na rotina industrial com o uso do motor elétrico, então, foi necessária a presença do eletricista mantenedor. Já no início do século XX, havia intensa concorrência industrial, fato que trouxe relevância aos prazos de entrega e produção estável . Nesse período, começaram a surgir os estudos destinados à prevenção da falha, isto é, o reparo seria executado de forma predeterminada por inspeção, surgindo assim a manutenção preventiva. Pela mesma época, a diversificação da mão-de-obra também aumentava. Havia, além do mecânico e do eletricista, o hidráulico, o funileiro, o pneumático e outros. Esse quadro se mantém até hoje. Os estudos de prevenção evoluíram até se conseguir prever o momento do desgaste inaceitável, por meio da análise de sintomas e da avaliação estatística, surgindo assim a manutenção preditiva. Recentemente, na busca da quebra zero, criou-se na Europa a terotecnologia. Trata-se de uma técnica que determina a participação de um especialista em manutenção desde a concepção do equipamento até sua instalação e primeiras horas produtivas. Outra tentativa de quebra zero foi desenvolvida no Japão com o nome de manutenção produtiva total (TPM). A ideia central é o operador ser o primeiro a cuidar da manutenção, isto é, associa-se a produção à manutenção (equipes e procedimentos) com o fim de produzir o máximo do tempo com o mínimo de paradas. Atualmente, no Brasil, é predominante o emprego da manutenção corretiva e da preventiva. A manutenção preditiva tem emprego principalmente como controle para a execução da preventiva. Existem ainda algumas tentativas de implantação de TPM nas empresas que optaram pelo sistema japonês ("Just-in-Time") de produção. O ideal é ter 93% das intervenções feitas planejadas pela equipe de manutenção, isto é, geradas por procedimentos preventivos e preditivos, porém, esta meta ainda está distante de nossos dias. 3.2- Manutenção preventiva Define-se como sendo um conjuntode procedimentos que visam manter a máquina em funcionamento, executando rotinas que previnam (evitem) paradas imprevistas. As rotinas de manutenção preventiva compreendem: lubrificação; Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 44 inspeção com máquina parada; inspeção com máquina operando; Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 45 ajuste ou troca de componentes em períodos predeterminados; revisão de garantia, isto é, o exame dos componentes antes do término de suas garantias, cuidados com transporte e armazenamento; instalação; preparação para uso; análise de especificações de compra; envio de informações para o planejamento e controle da manutenção; reparo dos defeitos detectados pela inspeção. Objetivos da manutenção preventiva Distribuir equilibradamente cargas de trabalho. Racionalizar o estoque de sobressalentes. Manter disponibilidade máxima de máquinas e equipamentos. Eliminar improvisação. Eliminar atrasos na produção. Pré-requisitos para a implantação Os pré-requisitos básicos para a implantação da manutenção preventiva são a organização de dados por meio de um sistema de fichas ou eletrônico. Esse sistema deve ser baseado num registro de dados que compreenda: relação total dos materiais, máquinas e equipamentos constituintes do acervo da fábrica; organização estrutural de coleta de dados para incursões preventivas; informações sobre o andamento dos trabalhos (relatórios); formação de arquivos. Implantação da manutenção preventiva Antes de implantar a manutenção preventiva, é necessário avaliar se vale a pena sua implantação, já que em alguns equipamentos ela se revela desvantajosa. Assim, antes de ser implantada a manutenção preventiva, o equipamento deve ser bem estudado devendo possuir uma das seguintes características: equipamento valioso para a produção, cuja falha altera o programa; equipamento do qual depende a segurança pessoal e a segurança das instalações; equipamento que ao falhar exige muito tempo para reparo. Note ainda que antes de ser iniciado o programa preventivo, deve ser estabelecido um padrão de produtividade confiável para que se tenha condições de avaliar o programa. Agora, para implantar um sistema de manutenção preventiva é necessária uma reorganização em larga escala dos métodos utilizados em uma oficina que trabalhe somente com atendimento emergencial. Análise detalhada da situação atual Deve ser feita a detecção dos potenciais de redução de custos como a constatação de atividades sem planejamento que podem e devem ser planejadas. Também deve ser feita a análise das cargas de trabalho semanais a fim de serem notados desequilíbrios. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 46 Estabelecimento dos objetivos e funções Deve ser feito o detalhamento dos objetivos para cada segmento da manutenção. E quanto às funções, elas devem ser desempenhadas de acordo com a experiência dos mantenedores, isto é, o mantenedor deve começar como ajudante e gradativamente ir desempenhando funções mais complexas. Sistemas de suporte, planejamento e programação Devem ser criados impressos tais como requisição de serviço (RS), ordem de serviço (OS) e outros para fornecer o suporte necessário para o desenvolvimento das atividades do planejamento, programação e controle da manutenção preventiva. Os impressos devem ser resumidos, claros e na menor quantidade possível, a fim de não emperrarem o andamento da manutenção preventiva. Os setores de planejamento e programação devem ter suas funções bem situadas no fluxograma. E essas funções devem ser exercidas por pessoal de nível técnico com experiência em campo. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 47 O controle avalia desempenhos e objetivos e faz possíveis redefinições. Para isso, o controle deve manter informados os setores de engenharia de manutenção e planejamento com informações rápidas e confiáveis. Determinação das rotinas É feita pela engenharia de manutenção e determina as tarefas rotineiras de inspeção e execução com base nos seguintes itens: histórico da máquina; influências de localização; comparação entre custos de inspeção e reparo e os custos de produção; informações do fabricante; informações do pessoal de operação. Implantação do controle Significa colocar em prática um esquema que possa avaliar a atuação da manutenção preventiva e, ainda, oriente tomadas de decisão. O controle deve atuar sobre: nível de mão-de-obra serviços pendentes produtividade paradas dos equipamentos custos Rotina de inspeção preventiva Na indústria, a rotina de inspeção preventiva é controlada por fichas, por isso para estudar o assunto será apresentado um exemplo de ficha de rotina de inspeção da manutenção preventiva. Os tempos apresentados são apenas sugestões para máquinas de médio porte, necessitando alterações conforme cada situação e máquina em particular. Considera-se também que o plano de lubrificação e limpeza vem sendo seguido à risca, pois caso contrário os resultados da inspeção serão mascarados. O ideal para o sistema de manutenção preventiva é ter dois horímetros em cada máquina. Um deles deve ser de atuação contínua, isto é, funciona quando a máquina está com carga ou está ligada sem carga, e o outro horímetro funciona exclusivamente quando a máquina estiver com carga. O emprego de dois horímetros se justifica porque alguns componentes sofrem desgaste estando a máquina simplesmente ligada e outros somente se desgastam em operação. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 48 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 49 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 50 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 51 Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 52 Por meio do quadro 3.1 pode-se ter uma ideia do ciclo de manutenção preventiva. É mostrada a marcação dos horímetros e uma estimativa em anos de trabalho. Para o referido quadro foi considerada uma solicitação de 70% para o horímetro de operação, 44 horas para a semana e ano de 50 semanas. Quadro 3.1 (continua) Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 53 Quadro 3.1 (conclusão) Parâmetros para preventiva A prática tem mostrado que resultados palpáveis somente são obtidos após 30 a 36 meses de implantação do programa de manutenção preventiva. Veja a seguir os parâmetros a serem considerados para a avaliação do programa após o período citado. Custo da preventiva no produto acabado → ideal 7,5%, tolerável 15%. Custo da mão-de-obra indireta → entre 15 e 20% do custo da mão-de-obra direta. Disponibilidade das máquinas → igual ou superior a 80%. Intervenções originadas por inspeção → entre 20 e 30% do número de inspeções realizadas. Percentual de custo da mão-de-obra sobre os custos de materiais empregados em preventiva → entre 80 e 130%. Quantidade de homens utilizadosem preventiva → deve ser de 75 a 85% do total de homens da manutenção. Esse total fica entre 5 e 15% do total de funcionários. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 54 Valor dos sobressalentes para manutenção → deve ficar entre 20 e 25% do valor total do estoque da empresa. Materiais de preventiva com risco do estoque chegar a zero → não deve exceder a 4% dos materiais em estoque para preventiva. 3.3 Manutenção preditiva É um aperfeiçoamento da manutenção preventiva, baseado no real conhe- cimento das condições da máquina, equipamento ou componente. Em outras palavras, consiste em um conjunto de procedimentos que visa determinar o momento átimo para execução da manutenção preventiva, em lugar das intervenções periódicas (sistemáticas). Os estudos para determinação do chamado ponto preditivo são feitos de duas formas: análise estatística e análise de sintomas. O gráfico 3.1 ilustra o ponto preditivo em função da especificação de origem (E) e do tempo (t). Gráfico 3.1 Análise estatística Essa forma é empregada quando se dispõe de uma quantidade de equi- pamentos ou componentes, com as mesmas características, e que possam ser considerados um universo. A análise estatística baseia-se na determinação do término da vida útil por meio do acompanhamento da taxa de falhas. Taxa de falhas (λ) É o cálculo da probabilidade que um equipamento, em operação, tem de falhar à medida que o tempo passa. Isto é, consiste num estimador da confiabilidade do equipamento. É importante salientar que a taxa de falhas deve excluir as falhas extrínsecas ao item da máquina analisado, tais como panes devido a instruções não respeitadas, deficiência no manejo ou acidentes externos (inundações, incêndios, etc.). A taxa de falhas é determinada pela fórmula abaixo e sua unidade é falhas por hora ou, ainda, falhas por lote produzido. λ = N t Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 55 Onde: N - número de falhas t - duração do uso (expresso em horas ou número de lotes produzidos) Vida útil É o período durante o qual um equipamento opera com uma taxa de falhas aceitável, ou ainda, o período em que o equipamento apresenta um percentual de risco de falha igual ou menor que um limite estabelecido. Curva da banheira É uma curva que mostra o ciclo de vida de um equipamento segundo a relação taxa de falhas (X) versus tempo (t) (gráfico 3.2). Gráfico 3.2 Na curva da banheira pode-se ver: O período de adaptação (O, t1) também chamado "mortalidade infantil", onde ocorrem os ajustes. O período de operação normal (t1, t2), que é o período economicamente útil. O período de cansaço (t2, t3), onde a taxa de falha sobe até atingir o mesmo índice inicial (λo) que é o ponto preditivo (P), quando então, deve ser efetuada a reforma ou substituição. Análise de sintomas Consiste em coletar sinais nas partes externas da máquina, sem interromper o funcionamento, para obter informações sobre os processos de desgaste interno. Os sinais coletados são nível de ruído (em dB), velocidade e aceleração de vibração (em mm/s) e temperatura. Ainda, em alguns casos, são retiradas amostras de óleo do cárter e analisadas quanto a suas características físico-químicas e teor de partículas metálicas (em ppm). Os valores medidos recebem tratamento matemático a fim de mostrar o processo degenerativo da máquina e fazer a previsão da falha, ou seja, por meio dos valores medidos constroem-se curvas de degeneração que permitem planejar a intervenção no momento em que o componente já rendeu o máximo de sua vida útil e está prestes a falhar. No gráfico 3.3 vê-se uma curva ajustada e extrapolada do acompanhamento da velocidade de vibração de um mancal de rolamento. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 56 O ideal da manutenção preditiva é ter o monitoramento constante, isto é, os sinais são coletados por meio de sensores permanentes e processados continuamente por uma central de computador. Gráfico 3.3 Esse procedimento, porém, é muito caro e só existe em uma quantidade reduzida de máquinas em todo o mundo. O que se tem, em geral, é o uso de medidores de ruído, vibração ou temperatura portáteis que fazem medições periódicas constituindo um método mais preventivo do que preditivo. Devido a isso, muitos autores e especialistas brasileiros em manutenção não admitem a existência da manutenção preditiva no Brasil, considerando os procedimentos expostos como manutenção preventiva programada. 3.4 Manutenção produtiva total Com a utilização do modelo de produção JIT ("just-in-time") e da filosofia dos CCQ (círculos de controle de qualidade), houve, no Japão, a necessidade de adequar a manutenção às novas tendências. Foi desenvolvido então o modelo TPM ("total produtive maintenance") que está calcado no conceito "de minha máquina, cuido eu". É um modelo onde a responsabilidade pela supervisão e manutenção de primeiro nível é do operador. A equipe de mantenedores específicos somente é chamada quando o operador não consegue resolver a pane. A ideia central é a quebra zero, partindo do conceito segundo o qual a quebra é a falha visível. Falha esta motivada por uma coleção de falhas invisíveis, à seme- lhança de um "iceberg" (Fig. 3.1). Logo, se os operadores da máquina estiverem conscientes do que devem fazer para a eliminação das falhas invisíveis, a quebra deixará de ocorrer. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 57 Objetivos da TPM O objetivo global da TPM é a melhoria da estrutura orgânica da empresa, cuja finalidade é a maximização do rendimento operacional global. Esse objetivo global tem por subitens a melhoria da natureza das pessoas e das máquinas e equipamentos. As melhorias devem ser conseguidas por meio dos seguintes passos: Capacitar os operadores para conduzir a manutenção de forma voluntária. Capacitar os mantenedores a serem polivalentes, isto é, atuarem em equipamentos mecatrônicos. Capacitar os engenheiros a projetarem equipamentos que dispensem manutenção, isto é, o "ideal" da máquina descartável. Incentivar estudos e sugestões para modificação dos equipamentos existentes a fim de melhorar seu rendimento. Aplicação do programa dos oito “s”: seiri - eliminar o supérfluo seiton - sistematizar seiso - limpar seiketsu - manter o asseio shitsuke - disciplinar shido - treinar seison - eliminar as perdas shikari yaro - realizar com determinação e união. Eliminação das seis grandes perdas: 1. Perdas por quebra 2. Perdas por demora na troca de moldes e regulagens 3. Perdas por operação em vazio (espera) 4. Perdas por redução da velocidade em relação ao padrão normal 5. Perdas por defeitos de produção 6. Perdas por queda de rendimento Aplicação das cinco medidas para obtenção da "quebra zero": 1. Estruturação das condições básicas 2. Obediência às condições de uso 3. Regeneração do envelhecimento 4. Sanar as falhas do projeto 5. Incrementar a capacitação técnica Implantação da TPM É feita por meio do plano de quatro fases com doze etapas mostrado a seguir no quadro 3.2 com suas estratégias básicas. Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional Fabricação Mecânica – Manutenção Industrial 58 Quadro 3.2 ETAPA ESTRATÉGIAS BÁSICAS 1a Fase Preparação – 3 a 6 meses 1. Declaração da alta direção sobre a decisão de adotar o TPM -Realização de seminários internos de apresentação - Anúncio no jornal interno 2. Divulgação e treinamento inicial - Seminários
Compartilhar