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Caso 05 - Previdenciária Sueme Antônio de Almeida (1)

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AO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL CÍVEL SEÇÃO JUDICIÁRIA DE GOIANIA/GO.
9,0
SUEME ANTONIO DE ALMEIDA, brasileira, casada, técnica de laboratório, inscrita no CPF/MF sob n.º 868.595.441-04, RG: 4028195, DGPC/GO, com endereço eletrônico: suemealmeida2015@gmail.com, residente e domiciliada na Rua Planaltina, Quadra D, Lote 06, CASA 3, Setor Industrial Mooca, Goiânia-GO, CEP: 74.420-200, representada neste ato por seus advogados infra assinados, , vem à presença de Vossa Excelência, propor nos termos dos artigos 42 e 59 da Lei 8.213/91, a presente
AÇÃO PREVIDENCIÁRIA PARA ESTABELECIMENTO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO c/c PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA DE URGÊNCIA
em face do do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, pessoa jurídica de direito público, autarquia federal, CNPJ nº 29.979.036/0001-40, com endereço na ST Saus, Quadra 02, Bloco o, Nº 6, Asa Sul, no Município de Brasília-DF, com o endereço eletrônico cadastrado em:CGOFC@PREVIDENCIA.GOV.BR. Na pessoa do superintendente regional, no Estado de Goiás e/ou seu representante legal, pelos fatos e fundamentos de direito que passa a expor:
PRELIMINARMENTE
DA AUTENTICIDADE DAS CÓPIAS E PUBLICAÇÕES
Os advogados subscritores declararam autênticas as cópias que instruem a presente inicial bem como seus documentos, nos termos do art. 425, IV, do CPC. Requer que todas as intimações e publicações sejam feitas em nome dos procuradores constituídos, sob pena de nulidade.
DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO
Em atenção ao art. 334, §4º e 5º do Código de Processo Civil, a parte autora manifesta seu desinteresse na realização de audiência de conciliação ou mediação. Isto porque, a matéria discutida nos presentes autos depende essencialmente da produção de prova pericial.
Assim, sendo imprescindível a realização de perícia médica para comprovar a existência de sequelas do acidente, bem como do direito da parte autora, a composição antes de tal procedimento revela-se inviável.
 DOS FATOS
A requerente é segurada da Previdência Social desde 1997, acumulando uma vasta experiência laboral em diversas empresas. Sua trajetória culminou na posição de técnico de laboratório, evidenciando sua dedicação e expertise na área.
No começo deste ano, após uma avaliação médica, seu quadro clínico foi alarmante: fortes dores de cabeça que a afligem há sete longos anos, desde sua gestação, e uma perda de força notável no membro superior esquerdo (MSE). Em março de 2023, exames de imagem revelaram um diagnóstico contundente: sequelas de acidentes isquêmicos, com AVCs tanto antigos quanto recentes, resultando em uma sutil mas significativa redução de força em MSE, conforme anexo.
Devido a problemas de saúde graves que a incapacitam para o exercício de suas atividades laborais, a requerente enfrenta as seguintes enfermidades: CID I64.0 – Acidente vascular cerebral isquêmico e I10 – Hipertensão essencial (primária), requerendo constantemente medicamentos como Losartana, Levoyd, ASS, Sinvastatina e Dipirona.
Diante desse quadro clínico delicado, a Autora encontra-se impossibilitada de desempenhar qualquer tipo de atividade laborativa, conforme comprovado pelos documentos anexos.
Dessa maneira, teve concedido benefício de Auxílio Doença Previdenciária em razão de regular processo administrativo com identificação do número do benefício de 643.999.410-0, e número do requerimento 221218250.
O benefício concedido para a autora possui as seguintes características e informações:
Benefício: Auxílio-doença por Incapacidade Laborativa
NB: 643.999.410-0
Início: 12/07/2023
Cessação: 12/08/2023
Diante do grave quadro de saúde da requerente e da necessidade imperativa de manter um tratamento contínuo, ela apresentou novamente o pedido administrativo para a continuidade do benefício previdenciário. 
Para sua completa surpresa e consternação, mesmo diante de sua incontestável e total incapacidade laborativa, devido ao formigamento e à perda de força no lado esquerdo do corpo, o benefício foi indeferido. 
Esta decisão foi fundamentada na alegação de que não foi constatada incapacidade para o trabalho, após uma avaliação médica rápida e superficial realizada pela Autarquia. Esta situação é profundamente preocupante e claramente desrespeita a gravidade do estado de saúde da requerente.
Destaco que, a requerente apresentou atestados de três profissionais distintos, todos atestando sua incapacidade laborativa. 
Os dois meses de benefício concedidos não são suficientes para seu tratamento, uma vez que o Acidente Vascular Cerebral resultou em sequelas irreversíveis.
Após contatar o referido órgão para a prorrogação do Benefício por Incapacidade, a Requerente recebeu a primeira negativa em 11/09/2023 e a segunda em 20/09/2023. Ambas alegaram que não foi constatada a Incapacidade Laborativa, uma alegação manifestamente injusta.
É importante salientar que a postulante possui o diagnóstico de sua condição desde o dia 30 de maio de 2023, com atestados e laudos nos meses subsequentes, demonstrando que a mesma procurou o acompanhamento e ainda assim, dada a natureza do derrame, não houve nenhum sinal de melhora em seu quadro. Fazendo, dessa forma, medida justa e incontestável o reconhecimento do benefício.
Por derradeiro, ressalto que a autora é segurada da previdência social e preenche todos os requisitos de carência e qualidade de segurada. Diante da injustiça perpetrada, a Requerente se vê compelida a recorrer a Vossa Excelência, em busca da reparação de sua dignidade e do reconhecimento do direito ao auxílio por incapacidade, último bastião de esperança em meio à tempestade que enfrenta.
3. DO DIREITO
Consoante a Lei nº 8213/1991, é instituída a concessão de benefícios destinados a amparar indivíduos em situações de doença, lesão ou invalidez. Em específico, o artigo 42 regula a incapacidade permanente, ao passo que o artigo 59 dispõe sobre a incapacidade temporária.
3.1—DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA JURISDICIONAL
Considerando todo o exposto, é patente o direito à tutela antecipada em favor da Autora. Conforme estabelece o parágrafo único do artigo 294 do Código Civil, a tutela de urgência abrange tanto as medidas cautelares quanto as antecipadas.
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. (...) Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental.
Dada a evidência do dano atual e a completa dependência do benefício para sua subsistência, é imperativo conceder a antecipação da tutela para restabelecer o auxílio por incapacidade temporária à Autora. 
O dispositivo legal, notadamente o artigo 294 respalda essa ação ao exigir condições para ambas as medidas de tutela de urgência. 
A documentação anexa corrobora de forma inquestionável a urgência das alegações, comprovando a incapacidade laborativa da parte autora. 
Assim, a liminar na própria ação principal se impõe como providência célere e inafastável.
3.1.1 — RISCO DE DANO OU RISCO DO RESULTADO ÚTIL
A Requerente encontra-se acometida por uma enfermidade de sequela permanente, lesões isquêmicas de aspecto sequelares (CID I64). 
O estado clínico da Requerente tende a agravar-se progressivamente, resultando em danos irreversíveis à sua saúde e qualidade de vida, caso o benefício pleiteado não seja concedido de imediato. A demora na análise do pedido de auxílio por incapacidade temporária, além de submeter a Requerente a uma situação de notável fragilidade e vulnerabilidade, acarretará danos físicos e emocionais de natureza irreparável, comprometendo a qualidade de sua capacidade funcional.
3.1.2 —PROBABILIDADE DO DIREITO
O perito da autarquia, conforme evidenciado no laudo anexado, atestou a incapacidade da Requerente.
 
Diante do temor de um dano irreparável, é imperativo requerer a antecipação da tutela, conforme previsto no artigo 300 do Código de Processo Civil. 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou orisco ao resultado útil do processo.
Esta medida visa garantir à Requerente o acesso ao benefício da aposentadoria por invalidez, no montante de R$ 1.601,13 (mil, seiscentos e um reais e treze centavos), correspondente à sua remuneração e abono anual. É relevante destacar que a tutela solicitada possui natureza alimentar, o que a torna passível de antecipação.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. DEMONSTRADOS OS REQUISITOS LEGAIS NECESSÁRIOS À CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. TUTELA ANTECIPADA CONCEDIDA. 1. A tutela antecipada, via de regra, deve ser concedida após a oitiva da parte contrária. Contudo, a sua concessão inaudita altera parte não é vedada em nosso ordenamento jurídico e pode ser deferida nos casos em que o juiz verificar que o prazo de resposta possa implicar em risco de perecimento do direito invocado, como é a hipótese de deferimento de benefício previdenciário do qual a parte necessite para sobreviver. 2. A antecipação da tutela é medida excepcional, pois realizada mediante cognição sumária. Desta forma, a fim de evitar a ocorrência de prejuízos à parte que sofre antecipadamente os efeitos da tutela, o Juízo deve buscar aplicar tal medida com parcimônia, restringindo-a apenas àqueles casos em que se verifique a verossimilhança da alegação e a urgência da medida, sob pena de dano irreparável ou de difícil reparação. 3. O benefício previdenciário do auxílio-doença é regido pelo art. 59 da Lei nº 8.213/91. Da leitura do aludido artigo conclui-se que, para fazer jus ao benefício pleiteado, deverá a parte autora satisfazer cumulativamente os requisitos mencionados: incapacidade e carência, quando for o caso; qualidade de segurado e não ser portador da doença incapacitante ao ingressar no RGPS. 4. Presente a verossimilhança nas alegações autorais e não havendo nos autos comprovação de que a parte autora possua renda suficiente para prover sua própria subsistência, restando evidenciada a presença do periculum in mora no caso concreto (STJ, 1ª Turma, AgRG na MC 20209, Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, DJe 13.6.2014), a tutela antecipada deve ser concedida. 5. Agravo de instrumento provido. O benefício do auxílio-doença deverá ser concedido e mantido até o julgamento de mérito pelo Juízo a quo (art. 60, § 8º e parágrafo único, da Lei 8.213/91). (TRF2, Agravo de Instrumento 0001178-59.2018.4.02.0000, Relator(a): ROGERIO TOBIAS DE CARVALHO, 2ª TURMA ESPECIALIZADA, Julgado em: 30/07/2018, Disponibilizado em: 02/08/2018)
Nesse contexto, é insustentável que a Requerente continue a enfrentar dificuldades financeiras, quando deveria receber o benefício de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez e seguindo seu tratamento médico. Ao invés disso, ela se encontra em uma situação de dependência de terceiros para prover suas necessidades básicas.
A Requerente precisa, portanto, da reintegração do benefício em questão para garantir sua subsistência, seja para necessidades alimentares, medicamentos, ou outros elementos essenciais para sua dignidade. Sua capacidade laboral está comprometida, impossibilitando-a de sustentar-se por meios próprios.
3.1.3 – DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – PEDIDO PRINCIPAL
A aposentadoria por invalidez, prevista no artigo 42 da Lei nº 8.213/91, é devida à segurada que, em decorrência de incapacidade total e permanente para o exercício de qualquer atividade laborativa, faz jus à concessão do benefício.
Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.
§ 1º A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança.
§ 2º A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.
A documentação apresentada pela Demandante deixa patente sua completa incapacidade para o exercício de qualquer atividade laboral. Após minuciosa avaliação médica, essa incapacidade se revelou duradoura, afetando substancialmente suas habilidades essenciais para o desempenho profissional.
Consoante à concessão do benefício por incapacidade temporária, a obtenção da aposentadoria por invalidez exige o cumprimento de dois requisitos inarredáveis: carência e a impossibilidade de reabilitação em uma atividade que assegure a subsistência. 
No que tange à carência, a Demandante preencheu o requisito ao contribuir para a Previdência Social por um período mínimo de 12 meses, conforme documentação carreada.
Quanto à incapacidade laboral, é patente a irreversibilidade das condições físicas da Demandante, dada a gravidade da moléstia degenerativa (CID I64), que compreende o histórico de acidente vascular cerebral e hipertensão essencial. 
Em virtude disso, a Demandante se viu compelida a requerer novamente o auxílio por incapacidade temporária, visto que a moléstia limita sua mobilidade no lado esquerdo do corpo. Essa limitação inviabiliza, de modo definitivo, seu retorno ao trabalho, notadamente considerando as exigências de precisão nos movimentos inerentes à atividade de técnico de laboratório.
 
A Lei n° 8.213/1991 preconiza que a concessão da aposentadoria por invalidez esteja sujeita à avaliação da incapacidade por meio de exames médico periciais. 
Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.
§ 1º A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-pericial a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança.
No presente caso, conforme atestado pela perícia e demais laudos em anexo, os quais impactaram diretamente na capacidade da Demandante para o exercício de suas funções habituais, o requisito em questão é plenamente demonstrado.
Cumpre destacar que a aposentadoria por invalidez, regida pelo artigo 42 da Lei nº 8.213/91, constitui um direito assegurado à Demandante diante da comprovada e duradoura incapacidade para o exercício de atividades laborativas.
A própria avaliação pericial do INSS, respaldada por documentação anexa, atesta a inequívoca incapacidade da Demandante. Suas condições de saúde, marcadas por dores intensas, limitações de mobilidade e outras sequelas incapacitantes, impedem de forma irrefutável a continuidade de sua atividade laborativa.
Desse modo, em consonância com os ditames legais e as evidências apresentadas, deve-se reconhecer o direito da autora à aposentadoria por invalidez, assegurando-lhe a devida proteção e amparo diante das adversidades impostas por sua condição de saúde.
3.1.4 – DA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO
Consoante à documentação apresentada, a parte autora percebeu o auxílio-doença, sendo que a data de início do benefício para a aposentadoria por invalidez deve coincidir com o primeiro dia subsequente à cessação do auxílio-doença, precisamente em 07/09/2023, em estrita conformidade com o caput do artigo 43 da Lei 8.213/91. Cumpre ressaltar que a jurisprudência sedimentou entendimento nesse sentido, como se demonstra a seguir:
PREVIDENCIÁRIO. TRABALHADOR RURAL. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. LAUDO PERICIAL CONCLUSIVO. INCAPACIDADE LABORAL PARCIAL E PERMANENTE. CONDIÇÕES PESSOAIS. TERMO INICIAL. 1. A aposentadoria por invalidez é devida aosegurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição. 2. Ainda que no laudo pericial tenha se concluído pela incapacidade parcial e permanente, o juiz pode, considerando outros aspectos relevantes, como a idade, instrução, condição socioeconômica, natureza das atividades desenvolvidas, concluir pela concessão de aposentadoria por invalidez. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça. 3. Estando demonstrado nos autos que a parte autora não tem mais condições de exercer sua atividade habitual (rurícula), tem instrução fundamental incompleta, sendo impossível a reabilitação para outra atividade em razão da gravidade da enfermidade (esquizofrenia), deve-se reconhecer o direito à aposentadoria por invalidez. 4.Sendo a parte autora beneficiária de auxílio-doença, a data de início do benefício (DIB) para a aposentadoria por invalidez deve corresponder ao primeiro dia da sua cessação (art 43, caput da Lei 8.23/91).5. Apelação a que se nega provimento.
(TRF/3, Apelação civil, 0023288-98.2018.4.03.9999, Relator(a): Desembargador Federal Batista Pereira.)
Ademais, constata-se que a assegurada satisfazia todos os requisitos indispensáveis para a concessão do benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez, ou alternativamente, para a concessão do auxílio-doença.
3.2 – DO AUXILIO DOENÇA – PEDIDO SUBSIDIÁRIO
O art. 59 da Lei nº 8213/91 determinam: 
Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.
A Autora logrou êxito no atendimento integral dos pressupostos necessários à percepção do auxílio-doença. 
Em relação à manutenção da condição de segurada, importa frisar que a Demandante contribuiu ininterruptamente desde o ano de 1997, cessando-se tão-somente com a constatação da moléstia em maio de 2023. No presente caso, a carência foi satisfeita pela Segurada, tornando-se, pois, um pressuposto inafastável para a concessão do benefício. 
Por outro lado, é imperativo destacar que a Demandante não ostenta a aptidão laborativa, tampouco a habilidade para desempenhar suas atividades cotidianas, consoante comprovação exarada nos laudos acostados. 
Portanto, ante a eventual negativa da aposentadoria por invalidez definitiva à Autora, roga-se pela reinstituição do Auxílio-doença.
 
4 – DOS CÁLCULOS
A Autora apresenta o demonstrativo a seguir, referente à tabela dos valores a que tem direito desde a data do requerimento do benefício previdenciário, para efeito de valor da causa.
5 – DOS PEDIDOS 
Diante do exposto, a parte autora requer:
1) Confirmação da tutela antecipada e julgamento procedente de todos os pedidos iniciais.
2) Condenação do INSS para conceder a aposentadoria por invalidez, com pagamento das parcelas vencidas desde 07/09/2023, devidamente corrigidas e acrescidas de juros legais moratórios até o efetivo pagamento
3) Concessão da Assistência Judiciária Gratuita devido à impossibilidade de arcar com as custas processuais sem prejuízo ao sustento próprio e de sua família.
4) Subsidiariamente, concessão do auxílio-doença enquanto persistir a incapacidade produtiva da parte autora.
5) Condenação do INSS para arcar com as custas processuais e honorários advocatícios.
 6) Citação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, representado pelo seu legal, para responder à demanda no prazo legal, sob pena de revelia.
7) Prova do alegado por todos os meios admitidos em direito, especialmente por via pericial e documental anexa.
8) Condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios nos termos do art. 827, §2º do CPC, no valor de 20% da condenação.
9) Manifestação de desinteresse na audiência conciliatória, devido à inviabilidade de acordo com a Fazenda Pública.
Dá-se à causa o valor de R$ 22.449,39 (vinte e dois mil, quatrocentos e quarenta e nove reais e trinta e nove centavos).
Termos em que
pede deferimento.
Goiânia – GO, 20 de outubro de 2023.

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