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CORROSAO


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Montagem : Prof. Luciano Cardoso 1 
 
 
 
ELEMENTOS 
 
DE CORROSÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 2 
 
ELEMENTOS DE CORROSÃO 
 
 DEFINIÇÕES : 
 
 
- Da palavra 
 
A palavra “CORROSÃO” é uma tradução adaptada do termo em latim “CORRODERE”, 
que significa corroer : 
 COR + ROD + ERE 
 
 
 
 
 destruir ( consumuir ) roer pouco tempo ( rapidamente ) 
 ( como rato ) 
 
- Do fenômeno 
 
O fenômeno da corrosão pode ser definido de várias maneiras, sendo a definição mais 
aceita, a seguinte: 
 
“ Corrosão é a deterioração das propriedades úteisde um metal por ação química ou 
eletroquímica do ambiente que está em contato com o metal”. 
 
 
 CONSIDERAÇÕES GERAIS : 
 
- A corrosão, em aspecto amplo, pode ser definida como a deterioração de um material 
pela ação química ou eletroquímica do meio, associada ou não a esforços mecânicos. O 
estudo da corrosão tem um grande interesse tecnológico devido ao elevado custo 
relacionado com as perdas de equipamentos, produtos, etc. Em países desenvolvidos, 
onde os processos de prevenção contra a corrosão se encontram mais desenvolvidos, 
estima-se um custo anual de milhões de dólares. A corrosão de equipamentos e estruturas 
ocorre a nossa volta diariamente e, sendo assim, é necessário que se tenha conhecimento 
do mecanismo deste processo destrutivo para que se possa combatê-lo com eficiência. 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 3 
 
Este aspecto econômico é de grande importância porém, de maior relevância, é o risco a 
vidas humanas oriundos de processos corrosivos. Vários acidentes causados por 
processos de corrosão já foram registrados em viadutos, aeronaves, dutos enterrados, 
entre outros. 
Os elevados custos associados aos processos corrosivos justificam o esforço empenhado 
em se buscar métodos cada vez mais eficazes de controle deste processo de 
deterioração. 
 
- O corrosionista tem por objetivo estudar a deterioração dos materiais pela ação do meio 
em que são usados. Existe um grande interesse prático neste estudo uma vez que a 
corrosão causa um prejuízo estimado em torno de 1,5 a 3,5% do PIB nos países 
industrializados. 
Sem que seja necessário recorrer a meios agressivos tem-se que a maioria dos materiais 
em contato com o meio ambiente, como por exemplo a atmosfera, formam um sistema 
termodinamicamente instável. Com a única excessão dos metais nobres (ouro, platina, 
etc.), todos os demais metais em contato com o ar devem reagir e transformarem-se em 
óxidos,hidróxidos ou outras formas semelhantes. Em alguns casos (alumínio, magnésio, 
cromo, etc.) tal transformação em óxidos implica numa grande redução da energia livre. 
Assim, de acordo com a termodinâmica, os metais não poderiam ser utilizados numa 
atmosfera como a terrestre. 
Entretanto, apesar da termodinâmica indicar a possibilidade de uma reação, não diz nada 
a respeito da velocidade com que esta reação ocorre. E é precisamente devido ao fato de 
que certas velocidades de reação são lentas que se pode utilizar os metais no cotidiano. 
"Todos os metais podem ser utilizados sempre que sua velocidade de deterioração seja 
aceitavelmente baixa”. 
 
 MECANISMO GERAL DA CORROSÃO : 
 
A grande maioria dos metais, exceto alguns tais como ouro, platina, mercúrio e prata, 
existe na forma de minérios que são compostos químicos destes metais. Para que estes 
compostos sejam transformados em metais, grande quantidade de energia deve ser 
fornecida, como na fabricação do aço. Em contato com o meio ambiente, a energia 
armazenada durante o processo de fabricação tende a ser perdida, retornando o metal ao 
seu estado natural. 
 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 4 
 
Processo Metalúrgico 
 Composto + Energia METAL 
Corrosão 
 
Observa-se que cada metal, ou liga, apresenta uma resistência maior ou menor à 
corrosão, o que é diretamente função do meio no qual o material se encontre. Até mesmo 
os metais que são considerados nobres, por serem praticamente inatacáveis em meios 
comuns, podem estar sujeitos ao processo corrosivo dependendo do meio no qual se 
encontrem. Pode-se dizer que algumas combinações entre metais e meios corrosivos são 
demasiadamente prejudiciais, como exemplificado na tabela abaixo.Embora a corrosão 
seja associada à destruição de materiais, deve-se considerar que a formação de uma 
camada de óxido sobre um metal nem sempre é desfavorável. O óxido pode ser protetor 
agindo como uma barreira que impede o contato entre o metal e o ambiente que o cerca. 
Exemplos clássicos são a formação de película protetora de óxido de cromo (Cr2O3) ou a 
formação de óxido de alumínio ( Al2O3 ) que, além de protetor, confere aspecto decorativo. 
 
. Tabela : Relações inadequadas Material X Meio 
 
Metal Meio 
Aço-Carbono Água do mar 
Aço Inoxidável HCl , H2S , SO3 
Alumínio HCl , NaOH , SO3 
Magnésio HNO3 
Titânio H2SO4 , H2O2 conc. , SO3 
Prata HCl conc. 
Ouro FeCl3 
Platina HNO3 fumegante 
 
 CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE CORROSÃO : 
 
Para seu estudo, os processos de corrosão podem ser classificados segundo o MEIO 
emque ocorrem e segundo sua MORFOLOGIA. A seguir são apresentadas as 
classificações e suas definições. 
 
 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 5 
 
. Classificação segundo o Meio 
 
 a) Corrosão Química: são os casos em que o metal reage com um meio não iônico como, 
por exemplo, ocorre na oxidação ao ar a alta temperatura. 
 
b) Corrosão Eletroquímica: Em todos os casos de corrosão ocorre a participação de íons 
metálicos. No entanto, defini-se corrosão eletroquímica para os casos em que ocorre um 
transporte simultâneo de eletricidade através de um eletrólito. A este importante grupo 
pertencem a corrosão em soluções salinas e água do mar, a corrosão atmosférica, a 
corrosão em solos, etc. 
 
. Classificação segundo a Morfologia 
 
A classificação segundo o meio é útil no estudo dos mecanismos de ataque, entretanto, 
querendo-se avaliar os danos causados pela corrosão torna-se mais conveniente se 
fazer uma classificação como as que se apresentam abaixo : 
 
I – Generalizada : a superfície corrói de maneira igual em toda a sua extensão. 
 
a) Corrosão Uniforme 
 
É a forma menos agressiva de corrosão. O ataque, neste caso, se estende de forma 
homogênea sobre toda a superfície metálica, e sua penetração média é igual em todos os 
pontos. 
 
II – Localizada 
 
b) Corrosão em Placas 
 
Abrange os casos intermediários entre a corrosão uniforme e a corrosão localizada. Ocorre 
em algumas regiões da superfície. 
 
c) Corrosão Alveolar 
 
A corrosão alveolar se processa na superfície metálica produzindo sulcos ou escavações 
semelhantes a alvéolos, apresentando fundo arredondado e profundidade geralmente 
menor que seu diâmetro. 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 6 
 
 
d) Corrosão Puntiforme (pite / pitting ) 
 
Este tipo de ataque, assim como a intergranular e intragranular, é uma das formas mais 
perigosas em que a corrosão pode-se apresentar. Neste caso a quantidade de material 
afetado não guarda relação com a magnitude dos incovenientes. Durante a corrosão 
puntiforme, ou pite, o ataque se localiza em um ponto isolado da superfície metálica e se 
propaga até o interior do metal, muitas vezes transpassando. 
Uma variação deste tipo de corrosão é a corrosão em frestas, ou Crevice Corrosion. 
 
e) Corrosão em Frestas 
 
Este tipo de corrosão é uma variação da corrosão puntiforme e se apresenta em uniões ou 
zonas em que a renovação do meio corrosivo só pode ser obtida por difusão (movimento 
de íons causadopor um gradiente de concentração). Esta condição de não renovação do 
meio corrosivo (estagnação) pode ser obtida também quando se tem sedimentação ou 
quando se utilizam juntas de material absorvente ou poroso. 
De uma maneira geral este tipo de corrosão ocorre em frestas com espessura de poucos 
centésimos de milímetro ou menor. 
 
f) Corrosão Intergranular 
 
Este tipo de corrosão localiza-se entre os grãos da estrutura cristalina do material(contorno 
de grãos) metálico, o qual perde suas propriedades mecânicas e pode fraturarquando 
submetido a esforços mecânicos menores que o esperado, como é o caso da corrosão sob 
tensão fraturante (stress corrosion cracking - SCC). 
 
g) Corrosão Intragranular 
 
Este tipo de corrosão se processa no interior dos grãos cristalinos do material metálico o 
qual, pela perda de suas propriedades mecânicas, assim como na caso da corrosão 
intergranular, poderá fraturar à menor solicitação mecânica com efeitos muito mais 
catastróficos que o caso da intergranular. 
 
h) Corrosão Filiforme 
 
A corrosão filiforme se processa sob a forma de finos filamentos que se propagam emdiferentes 
direções e que não se cruzam. Ocorre geralmente em superfícies metálicasrevestidas com filmes 
poliméricos, tintas ou metais ocosionando o deslocamento do revestimento. 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 7 
 
 
i) Corrosão por Esfoliação 
 
A corrosão por esfoliação ocorre em diferentes camadas e o produto de corrosão, formado 
entre a estrutura de graõs alongados, separa as camadas ocasionando um inchamento do 
material metálico. 
j) Corrosão seletiva 
Ocorre quando um dos componentes da liga é corroído preferencialmente ; por exemplo, a 
dezincificação do latão ou a grafitização do ferro fundido cinzento. 
k) Corrosão sob tensão fraturante 
 
Ocorre quando o material sofre ruptura sob a ação conjugada corrosão / tensão; por 
exemplo, a ocorrência de fadiga do material. 
 
l) Corrosão galvânica 
 
Ocorrerá corrosão galvânica quando houver contato entre materiais diferentes, sejam 
naturais ou artificiais ; por exemplo, uma chapa de alumínio com rebites de latão ou em 
tubos de ferro novo em contato com tubos velhos ( corrosão “ativo/passivo” ). 
 
m) Corrosão por corrente de fuga 
 
Ocorre em instalações enterradas ou submersas próximas à rede de estradas de ferro 
eletrificadas ou próximas às instalações de retificações da corrente elétrica. 
 
n) Corrosão por frestas 
 
Ocorrerá quando houver frestas. Estas frestas podem ser naturais, nas juntas ou 
provocadas nos depósitos. 
 
 
 
 
 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 8 
 
 
Formas de Corrosão - Desenhos esquemático 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 9 
 
Formas de Corrosão - Fotos 
 
 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 10 
 PROBLEMAS DA CORROSÃO : 
 
Alguns dos problemas associados à corrosão estão listados e discutidos a seguir. 
 
 
a) Aparência 
 
A aparência de um material pode ser importante de forma que a corrosãodo mesmo 
setorna indesejavel. Dependendo da aplicação do material pode-se, apartir de uma análise 
decusto-benefício, se eleger um material resistente à corrosão ou uma forma de proteção 
quepode ser um revestimento polimérico, cerâmico ou metálico ou ainda atraves de 
processos deproteção anódica ou catódica. Como exemplo da utilização de materiais 
resistentes à corrosão,por motivo de aparência, pode-se citar a utilização de aço inoxidável 
em esquadrias na construção civil. 
 
b) Manutenção 
 
A manutenção de uma planta industrial pode ter seu custo sensivelmente reduzido pela 
utilização de materiais resistentes à corrosão. Neste caso é necessário um estudo de 
custo benefício pois muitas vezes se torna economicamente mais viável a utilização de 
materiais resistentes à corrosão, mesmo que mais caros, que se ter que fazer uma 
manutenção periódica de pintura, por exemplo. 
 
c) Interrupção do Processo 
 
Frequentemente uma linha de produção ou parte de um processo para devido a falhas 
inesperadas provocadas pela corrosão. 
 
d) Contaminação do Produto 
 
A contaminação do produto ocasionado por resíduos da corrosão de parte da planta de 
produção gera queda no preço final do produto sendo que em alguns casos, devido a um 
efeito catalítico do produto de corrosão, ocorre a decomposição do produto, causando 
perda total. 
 
e) Perda de Material 
 
A perda de material, causada por corrosão, ocorre principalmente por vazamentos nos 
dutos e tanques. 
 
f) Saúde e Segurança 
 
Quando a corrosão causa vazamento de materiais tóxicos, inflamáveis ou radioativos tem-
se, consequentemente, problemas ambientais, de segurança e de saúde. 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 11 
 
 FUNDAMENTOS QUÍMICOS DA CORROSÃO : 
 
. Conceitos Básicos 
 
- Número de Oxidação (Nox): é a carga elétrica real ou aparente que uma espécie química 
( átomos, moléculas, íons ) adquire ao ocorrer um processo químico de formação ou 
ruptura de ligações atômicas, para a aquisição de estabilidade. 
 
- Oxidação: é o fenômeno no qual uma determinada espécie química PERDE ELÉTRONS. 
 ( Nox aumenta ) 
 
- Redução: é o fenômeno no qual uma determinada espécie química GANHA ELÉTRONS. 
 ( Nox reduz / diminui ) 
Nox 
 Oxidação ( perda de elétrons ) 
 
 -5 -4 -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4 +5 
 
 
 
 Redução ( ganho de elétrons ) 
 
- Reações de Oxidação-Redução ( Óxido-Redução, Óxi-redução, Redox ): 
 
 São as reações nas quais se verificam TRANSFERÊNCIA DE ELÉTRONS de uma 
espécie química para outra : 
Zn0 (s) + Cu(aq)
2+  Cu0 (s) + Zn (aq)
2+ 
ganha 2 elétrons 
perde 2 elétrons 
 
 
 
- Fila de reatividade dos metais (cátions): 
 
 K > Na > Li > Ca > Mg > Al > Zn > Fe > Ni > Pb > H > Cu > Hg > Ag > Pt > Au 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 12 
 
- Agente Oxidante : é a espécie química que durante a óxi-redução, sofre o processo de 
redução. 
 
- Agente Redutor : é a espécie química que durante a óxi-redução, sofre o processo de 
oxidação. 
 
- Eletrodo: é um terminal utilizado para conectar as partes de um circuito elétrico ; um 
eletrodo é também comumente chamado de “polo”. 
 
- Potencial de Eletrodo ( E ) : entende-se por potencial de eletrodo à sua capacidade para 
perder elétrons (oxidação) ou para ganhar elétrons ( redução ). 
 
- Potencial de Oxidação (Eoxid ): mede a maior ou a menor tendência que um determinado 
eletrodo apresenta para peder elétrons. 
 
- Potencial de Redução ( Ered ): mede a maior ou a menor tendência que um determinado 
eletrodo apresenta para ganhar elétrons. 
 
- Potencial de Eletrodo Padrão (E0): é o valor do potencial de eletrodo medido em 
condições de temperatura, pressão e concentração pré-estabelecidas, como padrão : 
Condições padrão : 250C , 1 atm ; 1 mol/L . 
 
- Eletrodo de Referência: é o eletrodo de gás hidrogênio, ao qual se atribui um potencial de 
eletrodo igual a zero nas condições padrão ; é a partir de uma comparação com o 
potencial deste eletrodo que se faz a medida do valor do potencial de outros eletrodos. 
 
- Diferença de Potencial (ddp ou E): corresponde à diferença de potencial elétrico 
verficada entre os terminais de conexão de um circuito elétrico ; a ddp muitas vezes 
também é chamada de “força motriz” ou “força eletromotriz” ( f.e.m ) . 
 
 E = E de maior potencial - E de menor potencial 
 
Ou, conforme a Convenção Europeia : 
 
 E = E catodo - E anodo 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 13 
 
- Anodo ou Ânodo: é o eletrodo onde ocorre o processo de OXIDAÇÃO. 
 
- Catado ou Cátodo: é o eletrdo onde ocorre o processo de REDUÇÃO. 
 
- Eletrólito: São assim chamadas todas as soluções que CONDUZEM a corrente elétrica. 
OBS. A quantidade de eletrólito situada ao redor do ânodo é chamada de ANÓLITO e ao 
redor do cátodo de CATÓLITO. 
 
- Pilha Eletroquímica: é um dispositivo elétrico onde a ocorrência de reações de óxido-
redução, produzem energia elétrica. 
 
- Pilha de Daniell: 
 
 
 
Sentido dos elétrons 
Os elétrons circulam do eletrodo de maior potencial de oxidação para o de menor potencial 
de oxidação. No caso da pilha de Daniell os elétrons vão do zinco para o cobre. 
Pólos da pilha 
Pólo positivo – o de menor potencial de oxidação – Cu. 
Pólo negativo – o de maior potencial de oxidação – Zn. 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 14 
Cátodo e Ânodo 
Cátado – placa de menor potencial de oxidação – Cu. Onde ocorre redução. 
Ânodo – placa de maior potencial de oxidação – Zn. Onde ocorre oxidação. 
Variação de massa nas placas 
Placa de maior potencial de oxidação – diminui – Zn. ( sofre corrosão ) 
Placa de menor potencial de oxidação – aumenta – Cu. 
Variação de concentração 
A solução correspondemte ao ânodo se concentra. 
A solução correspondente ao cátodo dilui. 
Equação global da pilha 
Zn(s) + Cu(aq)
+2 → Zn(aq)
+2 + Cu 
A pilha de Daniell é representada pela seguinte notação: 
Zn°/Zn2+//Cu2+/Cu° 
Ânodo – Ponte Salina ( // ) – Cátodo 
Ponte salina 
A parede porosa (de porcelana, por exemplo) tem por função manter constante a 
concentração de íons positivos e negativos, durante o funcionamento da pilha. Ela permite 
a passagem de cátions em excesso em direção ao cátodo e também a passagem dos 
ânions em direção ao ânodo. Atravessando a parede porosa, os íons em constante 
migração estabelecem o circuito interno da pilha. 
 
 
 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 15 
 
Equação de Nernst 
Se o sistema de eletrodos de uma determinada pilha, não estiver nas condições padrão ( 
250 C , 1 atm , 1 mol/L ) , é necessário corrigir o potencial do eletrodo. 
Para tanto aplica-se a EQUAÇÃO DE NERNST : 
 
onde : 
. EM : potencial corrigido do eletrodo 
. E0M : potencial padrão de redução do metal ( tabela ) 
. n : número de elétrons 
. ( a M+n ) : concentração da solução, já que está fora do padrão 
Tendência à Corrosão 
Através dos potenciais de eletrodo, em muitos casos, é possível se saber se um 
determinado metal tem tendência à corrosão quando em contato com um determinado 
meio, também fora das condições padrão se : 
. E anodo
 
 E catodo : ocorrerá corrosão do metal 
. E anodo
 
 E catodo : não ocorrerá corrosão do metal 
. E anodo
 = E catodo : sistema em equilíbrio 
- EA : o potencial do anodo será sempre o potencial do metal, ou melhor, do eletrodo M / 
M +n 
- EC : o potencial do catodo será sempre o potencial referente ao meio corrosivo que 
poderá ser : 
 
EM = E
0
M + 
n
06,0
 x log ( a M +n ) 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 16 
 
. Aplicação da Equação de Nernst para a reação catódica em meio ácido sem aeração : 
EH = - 0,06 pH 
. Aplicação da Equação de Nernst para a reação catódica em meio ácido aerado : 
 
E O2 / H2O = E
0 O2 / H2O – 0,06 pH + 0,015 log pO2 
* p O2 = pressão parcial do oxigênio ( em atm ) 
 
. Aplicação da Equação de Nernst para a reação catódica em meio alcalino ou neutro : 
E O2 /OH = E
0 O2/OH + 0,84 + 0,015 log p O2 - 0,06 pH 
 MEIOS CORROSIVOS : 
 De um modo geral, os meios corrosivos mais frequentemente encontrados são os 
seguintes : 
- atmosfera 
- águas naturais 
- solo 
- produtos químicos 
- sistemas em solução 
- alimentos 
- substâncias fundidas 
- solventes orgânicos 
- madeiras e plásticos ; etc. 
Dependendo do tipo de ação do meio corrosivo sobre o material, os processos corrosivos 
podem ser classificados em dois grandes grupos, abrangendo todos os casos deterioração 
por corrosão: 
- Corrosão Eletroquímica 
- Corrosão Química 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 17 
 
 CORROSÃO ELETROQUÍMICA / CORROSÃO ÚMIDA : 
Os processos de corrosão eletroquímica são mais freqüentes na natureza e se 
caracterizam basicamente por: 
 Necessariamente na presença de água no estado líquido; 
 Temperaturas abaixo do ponto de orvalho da água, sendo a grande maioria na 
temperatura ambiente; 
 Formação de uma pilha ou célula de corrosão, com a circulação de elétrons na superfície 
metálica. 
Em face da necessidade do eletrólito conter água líquida, a corrosão eletroquímica é 
também denominada corrosão em meio aquoso / corrosão úmida. Nos processos de 
corrosão, os metais reagem com os elementos não metálicos presentes no meio, O2, S, 
H2S, CO2 entre outros, produzindo compostos semelhantes aos encontrados na natureza, 
dos quais foram extraídos. Conclui-se, portanto, que nestes casos a corrosão corresponde 
ao inverso dos processos metalúrgicos ( vide figura abaixo ). 
 
 
. Os Meios Corrosivos na Corrosão Eletroquímica 
Os meios corrosivos em corrosão eletroquímica são responsáveis pelo aparecimento do 
eletrólito. O eletrólito é uma solução eletricamente condutora constituída de água 
contendo sais, ácidos ou bases. 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 18 
 
. Principais Meios Corrosivos e Respectivos Eletrólitos 
- atmosfera: o ar contém umidade, sais em suspensão, gases industriais, poeira, etc. O 
eletrólito constitui-se da água que condensa na superfície metálica, na presença de sais ou 
gases presentes no ambiente. Outros constituintes como poeira e poluentes diversos 
podem acelerar o processo corrosivo; 
- solos: os solos contêm umidade, sais minerais e bactérias. Alguns solos apresentam 
também, características ácidas ou básicas. O eletrólito constitui-se principalmente da água 
com sais dissolvidos; 
- águas naturais (rios, lagos e do subsolo): estas águas podem conter sais minerais, 
eventualmente ácidos ou bases, resíduos industriais, bactérias, poluentes diversos e 
gases dissolvidos. O eletrólito constitui-se principalmente da água com sais dissolvidos. Os 
outros constituintes podem acelerar o processo corrosivo; 
- água do mar: estas águas contêm uma quantidade apreciável de sais. Uma análise da 
água do mar apresenta em média os seguintes constituintes em gramas por litro de água: 
Cloreto (Cl-) 18,9799 
Sulfato (SO -) 2,6486 
Bicarbonato (HCO ) 0,1397 
Brometo (Br-) 0,0646 
Fluoreto (F-) 0,0013 
Ácido Bórico (H3BO3) 0,0260 
Sódio (Na+) 10,5561 
Magnésio (Mg2+) 1,2720 
Cálcio (Ca2+) 0,4001 
Potássio (K+) 0,3800 
Estrôncio (Sr 2+) 0,0133 
A água do mar em virtude da presença acentuada de sais, é um eletrólito por excelência. 
Outros constituintes como gases dissolvidos, podem acelerar os processos corrosivos; 
- produtos químicos: os produtos químicos, desde que em contato com água ou com 
umidade e formem um eletrólito, podem provocar corrosão eletroquímica ; 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 19 
 
 
 Reações no Processo Corrosivo - Produtos de Corrosão 
As reações que ocorrem nos processos de corrosão eletroquímica são reações de 
oxidação e redução. 
As reações na área anódica (anodo da pilha de corrosão) são reações de oxidação. 
A reação mais importante e responsável pelo desgaste do material é a de passagem do 
metal da forma reduzida para a iônica (combinada) 
 ( responsável pelo desgaste do metal ) 
 
As reações na área catódica (cátodo da pilha de corrosão) são reações de redução. 
As reações de redução são realizadas com íons do meio corrosivo ou, eventualmente, com 
íons metálicos da solução. 
As principais reações na área catódica são: 
 
 
As reações catódicas mais comuns nos processos corrosivos são "a", "b" e "c" as reações 
"d" e "e" são menos freqüentes, a última aparece apenas em processos de redução 
química ou eletrolítica. 
Serão detalhados a seguir as reações catódicas apresentadas anteriormente e que 
ocorrem em meios neutros ou aerados e não aerados. 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 20. Reações catódicas em meio neutro aerado: 
 
 
. Reações catódicas em meio neutro não aerado: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 21 
 
Conclusões Importantes: 
Das reações catódicas acima pode-se tirar algumas importantes conclusões: 
 A região catódica torna-se básica (há uma elevação do pH no entorno da área catódica). 
 Em meios não aerados há liberação de H2, o qual é absorvido na superfície e 
responsável pela sobretensão ou sobrevoltagem do hidrogênio. Este fenômeno provoca o 
retardamento do processo corrosivo e chama-se polarização catódica. 
 Em meios aerados há o consumo do H2 pelo O2, não havendo a sobrevoltagem do 
hidrogênio. Neste caso não há, portanto, a polarização catódica e haverá, 
consequentemente, a aceleração do processo corrosivo. 
A composição do eletrólito na vizinhança do catodo é dependente de difusão do oxigênio 
no meio e da velocidade de renovação do eletrólito. Deste modo é possível a ocorrência 
da reação "a" em meios aerados, caso o fluxo de elétrons chegando ao catodo seja muito 
elevado. Um exemplo é o caso da superproteção catódica em água do mar onde a reação 
"c", que normalmente ocorre, pode ser sobrepujada pela reação "a". Um sério 
inconveniente é a possibilidade de ocorrência do fenômeno de fragilização pelo hidrogênio 
produzindo trincas e/ou a diminuição da vida à fadiga. 
Observação: 
Em meios ácidos haverá um decréscimo da acidez no entorno da área catódica e em 
meios básicos haverá um acréscimo da alcalinidade no entorno da área catódica. 
Os produtos de corrosão nos processos eletroquímicos são, em geral, resultantes da 
formação de compostos insolúveis entre o íon do metal e o íon hidroxila. O produto de 
corrosão é portanto, na grande maioria dos casos hidróxido do metal corroído, ou óxido 
hidrato do metal. 
Quando o meio corrosivo contiver outros íons poderá haver a formação de outros 
componentes insolúveis e o produto de corrosão pode ser constituído de sulfetos, sulfatos, 
cloretos, dentre outras. 
 
 
 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 22 
 
 TIPOS DE PILHAS : 
 
Durante o funcionamento das pilhas eletroquímicas, aparecem diferenças de potencias 
entre os eletrodos. Essas diferenças de potencial surgem quando : 
 
 1) Os eletrodos são constituídos de diferentes substâncias e possuem, portanto, 
diferentes potenciais; 
 
2) Os eletrodos são da mesma substância, mas as soluções contêm concentrações 
diferentes; 
 
3) Os eletrodos são da mesma substância e as soluções contêm concentrações iguais, 
mas os eletrodos estão submetidos a diferentes pressões parciais de substâncias 
gasosas; 
 
Dessa forma, pode-se dizer que, nos processos de corrosão devem ser destacados os 
principais tipos de pilhas eletroquímicas nas quais se verifica que as reações em ação 
criam, espontaneamente, uma força eletromotriz. 
 
. Principais tipos de pilhas: 
 
a) Pilha de concentração 
 
Existem casos em que se têm materiais metálicos de mesma natureza, mas que podem 
originar uma diferença de potencial formando pilhas e, ocasionando processos de 
corrosão. Isto ocorre quando se tem um mesmo material metálico em contato com 
diferentes concentrações de um mesmo eletrólito ou em contato com o mesmo eletrólito, 
porém em locais em que os teores de gases dissolvidos são diferentes. 
 
a.1) Pilha de concentração iônica 
 
Pilha formada por material metálico de mesma natureza, em contato com soluções de 
diferentes concentrações. 
Pode-se verificar que, diminuindo-se a concentração dos íons Mn+ aumenta-se a tendência 
à perda de elétrons. 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 23 
 
Pode-se fixar, então, a natureza elétrica dos eletrodos: 
 
- ânodo: aquele que estiver imerso na solução mais diluída; 
- cátodo: aquele que estiver imerso na solução mais concentrada. 
 Pilha de concentração iônica 
 
a.2) Pilha de aeração diferencial 
 
É a pilha constituída de eletrodos de um só material metálico em contato com um mesmo 
eletrólito, mas apresentando regiões com diferentes teores de gases dissolvidos. Como 
ocorre com mais freqüência em regiões diferentemente aeradas, é conhecida com o nome 
de pilha de aeração diferencial ou de oxigenação diferencial. A diferença de 
concentração do oxigênio origina uma diferença de potencial, funcionando o eletrodo mais 
aerado como 
cátodo e o menos aerado como ânodo. 
 Pilha de aeração diferencial 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 24 
 
b) Pilha eletrolítica 
 
No caso em que a diferença de potencial é proveniente de uma fonte de energia externa 
temos a pilha eletrolítica, não sendo necessário que os eletrodos sejam diferentes em sua 
natureza química. 
O processo eletrolítico é um processo não espontâneo responsável pela decomposição de 
uma substância por corrente elétrica. 
An+ Bn- 
 corrente A + B 
 elétrica 
An+ + n e- A 
Bn- B + n e- 
 
A pilha ou célula eletrolítica que tem importância no estudo de corrosão é aquela em que 
um dos eletrodos funciona como ânodo ativo, isto é, perdendo elétrons e portanto 
oxidando-se. 
 
c) Pilha de temperaturas diferentes 
As pilhas de temperaturas diferentes são constituídas de um mesmo material metálico, 
estando os eletrodos em diferentes temperaturas, sendo chamada também de pilha 
termogalvânica, responsável pela corrosão termogalvânica. 
Esse tipo de pilha costuma ocorrer quando se tem o material metálico imerso em eletrólito 
que apresenta áreas diferentemente aquecidas. 
 
d) Pilha ativa- passiva 
Alguns metais e ligas tendem a tornar-se passivos devido à formação de uma película fina 
e aderente de óxido ou outro composto insolúvel nas suas superfícies. Entre esses metais 
e ligas têm-se: alumínio, chumbo, aço inoxidável, titânio, ferro e cromo. A passivação faz 
com que esses materiais funcionem como áreas catódicas. Quando, por exemplo, se tem 
aço inoxidável em contato com água do mar, a destruição da passividade pelo íon cloreto 
não ocorre em toda a extensão da película passivadora da liga, e sim em pontos, talvez 
determinados por pequenas variações na estrutura e na espessura da película. 
 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 25 
A destruição da passividade também pode ocorrer por meio de riscos na camada de óxido, 
expondo superfície metálica ativa que funcionaria como ânodo: caso de corrosão em tubos 
de aço rosqueados. 
Formam-se, então, pequenos pontos de metal ativo(ânodos) circundados por grandes 
áreas de metal passiva(cátodos). 
 
e) Pilha de ação local 
 
O zinco de alta pureza resiste mais à ação de ácido sulfúrico diluído que o zinco comercial. 
Aparentemente, o ataque é feito uniformemente sobre toda a superfície do zinco comercial 
mas, se observado sob um microscópio, verifica-se que o desprendimento do hidrogênio 
gasoso ocorre somente em determinados pontos da superfície do zinco. As impurezas 
(ferro, carbono, cobre) normalmente presentes no zinco funcionavam como microcátodos, 
funcionando o zinco como ânodo. 
 
. Exemplo 
 Metal ( Zn ) 
HCl + H2O 
 Anodo catodo 
 
Reações : 
 
- Na região anódica ocorrerá a reação anódica, pois ocorre com o ânodo ( metal ): 
 Zn0  Zn 2+ + 2 e- 
- Na região catódica ocorrerá a reação catódica, pois ocorre com o catodo ( meio ) : 
 2 H + + 2 e-  H2 
 
 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 26 
 
 
f) Pilha de eletrodos metálicos diferentes 
 
É o tipo de pilha que ocorre quando dois metais ou ligas metálicas diferentes estão em 
contato e imersos num mesmo eletrólito, é a chamada Pilha Galvânica ou CorrosãoGalvânica. Por observações sabe-se que o metal mais ativo na tabela de potencial de 
eletrodo, é que funciona como ânodo da pilha. Por exemplo, no caso do ferro em contato 
metálico com cobre e imersos em um eletrólito, como água salgada, ocorre uma 
transferência de elétrons do ferro (ânodo) para o cobre (cátodo). 
 
. Exemplo : Fe / HCl / Zn 
 
 Catodo Anodo (metal de menor nobreza) 
 
 
 
 
 
 
 
 HCl + H2O HCl + H2O 
 
 Uma outra representação possível para uma pilha galvânica é : 
 
 Catodo Anodo ( metal mais reativo ) 
 
 
 
 
 
 
 
 HCl +H2O ( meio corrosivo ) 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 27 
 
 Na proteção catódica de tubulação de aço carbono com ânodo de magnésio, forma-se uma 
pilha galvânica 
 
. Observações : 
 
- Numa pilha galvânica, ocorre a corrosão galvânica. 
 
 
 
- Para identificar o anodo e o catodo é necessário consultar a série galvânica no meio 
corrosivo em questão. 
 
. Exemplos de séries galvânicas : 
 
a) Potenciais típicos observados em solos neutros e água medidos com referência a 
eletrodo de sulfato de cobre padrão. 
Série Galvânica Prática 
METAL VOLTS( * ) 
Magnésio comercial puro -1.75 
Liga de Magnésio (6% Al, 3% Zn, 0.15% Mn) -1.60 
Zinco -1.10 
Liga de Alumínio (5% Zn) -1.05 
Alumínio comercial puro -0.80 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 28 
Aço acalmado (limpo e brilhante) -0. 5 a -0. 8 
Aço acalmado (enferrujado) -0.4 a -0.55 
Aço fundido (não grafitado) -0.50 
Chumbo -0.50 
Aço acalmado em concreto -0.20 
Cobre, Latão e Bronze -0.20 
Camada Moída sobre aço -0.20 
 
b) Série galvânica na água do mar 
 
 Magnésio extremidade anódica ( metal menos nobre ) 
 Zinco 
 Alumínio (puro) 
 Cádmio 
 Aluminio (liga) 
 Aço leve e ferro 
 Aço inoxidável não-passivado 
 Solda Chumbo-Estanho 
 Chumbo 
 Estanho 
 Liga de Níquel não-passivado 
 Latão 
 Cobre 
 Bronze 
 Solda de Prata 
 Liga de Níquel passivada 
 Aço Inoxidável passivado 
 Prata 
 Titânio 
 Grafite 
 Ouro 
 Platina extremidade catódica ( metal mais nobre ) 
 
 
 
 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 29 
 
- Para identificar a velocidade da corrosão galvânica é preciso da relação da área entre 
anodo e catodo ; pode ser provado que quanto maior a relação, maior será a velocidade 
da corrosão : 
 
oáreadoanod
doáreadocato
  : maior corrosão ; 
oáreadoanod
doáreadocato
  : menor corrosão 
 Esquema 1 Esquema 2 
 
 meio ácido aerado meio ácido aerado 
 
 
 
 
 
 aço carbono aço inox aço inox aço carbono 
 
Pela série galvânica para o meio exemplificado acima, tem-se: 
. aço carbono  anodo 
. aço inox  catodo 
 
Logo, dos esquemas acima, o que apresentará mior corrosão será o Esquema 2 . 
A corrosão ocorrerá no anodo próximo ao outro metal. 
 
 CORROSÃO QUÍMICA / CORROSÃO SECA : 
 
Os processos de corrosão química são, por vezes, denominados corrosão ou 
oxidação em altas temperaturas. Estes processos são menos freqüentes na natureza, 
envolvendo operações onde as temperaturas são elevadas. 
Tais processos corrosivos se caracterizam basicamente por : 
- ausência da água líquida; 
- temperaturas, em geral, elevadas, sempre acima do ponto de orvalho da água; 
- interação direta entre o metal e o meio corrosivo. 
Como na corrosão química não se necessita de água líquida, ela também é denominada 
em meio não aquoso ou corrosão seca. 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 30 
 
Existem processos de deterioração de materiais que ocorrem durante a sua vida em 
serviço, que não se enquadram na definição de corrosão. Um deles é o desgaste devido à 
erosão, que remove mecanicamente partículas do material. Embora esta perda de material 
seja gradual e decorrente da ação do meio, tem-se um processo eminentemente físico e 
não químico ou eletroquímico. Pode-se entretanto ocorrer, em certos casos, ação 
simultânea da corrosão, constituindo o fenômeno da corrosão-erosão. 
Outro tipo de alteração no material que ocorre em serviço, são as transformações 
metalúrgicas que podem acontecer em alguns materiais, particularmente em serviço com 
temperaturas elevadas. Em função destas transformações as propriedades mecânicas 
podem sofrer grandes variações, por exemplo apresentando excessiva fragilidade na 
temperatura ambiente. A alteração na estrutura metalúrgica em si não é corrosão embora 
possa modificar profundamente a resistência à corrosão do material, tornando-o, por 
exemplo, susceptível à corrosão intergranular. Durante o serviço em alta temperatura 
pode ocorrer também o fenômeno da fluência, que é uma deformação plástica do material 
crescente ao longo do tempo, em função da tensão atuante e da temperatura. 
 
 POLARIZAÇÃO : 
Polarização é a modificação do potencial de um eletrodo devido a variações de 
concentração, sobrevoltagem de um gás ou variação de resistência ôhmica. 
Caso não houvesse o efeito do fenômeno da polarização a corrente entre anodos e 
catodos seria muito mais elevada, à semelhança de um quase curto circuito. Isto se daria 
porque as resistências elétricas do metal e do eletrólito são muito baixas, restando apenas 
as resistências de contato dos eletrodos. 
Os fenômenos de polarização promovem a aproximação dos potenciais das áreas 
anódicas e catódicas e produzem aumento na resistência ôhmica do circuito, limitando a 
velocidade do processo corrosivo. 
Graças a existência destes fenômenos as taxas de corrosão observadas na prática são 
substancialmente inferiores àquelas que ocorreriam caso as pilha de corrosão 
funcionassem ativamente em todas as condições dos processos corrosivos. 
Quando as reações de corrosão são controladas predominantemente por polarização nas 
áreas anódicas : diz-se que a reação de corrosão é controlada anodicamente e que o 
eletrodo está sob o efeito de uma polarização anódica. 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 31 
Quando as reações de corrosão são controladas predominantemente por polarização nas 
áreas catódicas: diz-se que a reação é controlada catodicamente e que o eletrodo está 
sob o efeito de uma polarização catódica. 
Quando é controlada pelo aumento de resistência de contato das áreas anódicas e 
catódicas: diz-se que a reação é controlada ohmicamente. 
De modo geral tem-se um controle misto das reações de corrosão. 
São basicamente três as causas de polarização: 
A – Polarização por concentração 
Este tipo de polarização ocorre freqüentemente em eletrólitos parados ou com pouco 
movimento. 
O efeito de polarização resulta do aumento de concentração de íons do metal em torno da 
área anódica (baixando o seu potencial na tabela de potenciais) e a rarefação de íons H+ 
no entorno da área catódica. 
Caso o eletrólito possua movimento ambas as situações não devem acontecer. 
 
B – Polarização por ativação 
 
Este tipo de polarização ocorre devido a sobrevoltagem de gases no entorno dos 
eletrodos. 
Os casos mais importantes no estudo da corrosão, são aqueles em que há liberação de H2 
no entorno do catodo ou do O2 no entorno do anodo. 
A liberação de H2 no entorno do catodo é denominada polarização catódica e assume 
particular importância como fator de controle dos processos corrosivos. 
Em eletrólitos pouco aerados o H2 liberado e absorvido na área catódica provoca uma 
sobretensão ou sobrevoltagemdo hidrogênio capaz de reduzir sensivelmente a 
agressividade do meio. Podendo-se considerar por este fato a corrosão do aço desprezível 
na presença de água doce ou salgada, totalmente desaerada. 
A sobrevoltagem do hidrogênio foi estudada por Tafel estabelecendo a seguinte equação: 
 
onde : 
- sobrevoltagem do hidrogênio, em V; 
, em V e , em A/cm2 - constantes que dependem do metal e do meio 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 32 
 
- densidade de corrente aplicada que provoque a sobrevoltagem , em A/cm2. 
Curva de TAFEL 
 Sobre voltagem em função da densidade de corrente 
 
C – Polarização Ôhmica 
 
A polarização ôhmica ocorre devido a precipitação de compostos que se tornam insolúveis 
com a elevação do pH no entorno da áreas catódicas. 
Estes compostos são principalmente carbonatos e hidróxidos que formam um revestimento 
natural sobre as áreas catódicas, principalmente carbonato de cálcio e hidróxido de 
magnésio. 
 
CURVAS DE POLARIZAÇÃO 
 
As modificações no potencial de eletrodo resultante da polarização provoca mudança no 
valor deste potencial alterando o ponto de equilíbrio, fazendo com que o potencial anódico 
desloque no sentido catódico e vice-versa. 
A determinação experimental da curva de polarização de um certo material, num dado 
eletrólito, pode ser feita por dois métodos distintos. 
 
a) Método Galvanostático 
 
O método mais simples, e também o mais antigo, é o galvanostático, que é caracterizado 
pelo fato de ter como variável de controle a intensidade da corrente que circula no sistema, 
a qual é variada por meio de um resistência. 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 33 
 
b) Método Potenciostático 
 
O outro método, de que se dispõe para a realização e ensaio de polarização, é o método 
potenciostático, o qual apresenta como variante o método potenciocinético. Este método é 
caracterizado pelo fato de ter como variável de controle o potencial e não a intensidade da 
corrente, como no modo galvanostático. A célula de polarização é semelhante à anterior, 
porém a aparelhagem requerida é diferente. Para variar o potencial aplicado ao corpo de 
prova em estudo é necessário um potenciostato, que é uma aparelho bem mais complexo. 
Por meio do potenciostato varia, no sentido anódico ou no catódico, o potencial do metal 
em relação ao eletrodo de referência. 
Para cada valor do potencial imposto, o sistema demanda uma certa corrente que é 
suprida pelo próprio potenciostato. 
A curva de polarização catódica que se obtém por este método é semelhante à obtida pelo 
método galvanostático, porém a curva anódica para metais que apresentam a transição 
ativo/passivo, tem aspecto completamente diferente. Curvas deste tipo não poderiam ser 
obtidas pelo método galvanostático. 
 
 
 
 potencial anódico e catódico curva de polarização anódica e catódica 
Os fenômenos de polarização assumem grande importância na cinética dos processos de 
corrosão eletroquímica e muito particularmente para a proteção catódica, a qual consiste 
essencialmente na polarização catódica da estrutura a proteger. É também muito 
importante para a técnica da proteção anódica porque, neste caso, o fundamento da 
técnica consiste em se aplicar um potencial anódico à estrutura, levando-a ao campo de 
passividade, onde a corrente de corrosão é muito mais baixa. Esta técnica não elimina 
portanto a corrosão e só é possível de ser aplicada em materiais que apresentam a 
transição ativo/passivo. As curvas de polarização são também denominadas diagramas E 
(potencial de eletrodo) / (corrente) ou diagrama de Evans e são apresentados de um modo 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 34 
geral sob a forma de retas, como o resultado da extrapolação dos trechos retos das curvas 
de polarização. 
Curva de polarização anódica para metal apresenta transição ativa/passiva 
 
PASSIVAÇÃO 
Passivação é a modificação do potencial de um eletrodo no sentido de menor atividade 
(mais catódico ou mais nobre) devido a formação de uma película de produto de corrosão. 
Esta película é denominada película passivante. 
Os metais e ligas metálicas que se passivam são os formadores de películas protetoras. 
Como exemplo podem ser citados: 
 
 Cromo, níquel, titânio, aço inoxidável, monel que se passivam na grande maioria dos 
meios corrosivos, especialmente na atmosfera; 
 Chumbo que se passiva na presença de ácido sulfúrico; 
 ferro que se passiva na presença de ácido nítrico concentrado e não se passiva na 
presença de ácido nítrico diluído; 
 A maioria dos metais e ligas passivam-se na presença de meios básicos, com exceção 
dos metais anfóteros (Al, Zn, Pb, Sn e Sb). 
 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 35 
 
 
 Taxas de corrosão de um metal passivável Taxas de corrosão de um metal não passivável 
VELOCIDADE DE CORROSÃO 
A velocidade com que se processa a corrosão é dada pela massa de material desgastado, 
em uma certa área, durante um certo tempo, ou seja, pela taxa de corrosão. A taxa de 
corrosão pode ser representada pela massa desgastada por unidade de área na unidade 
de tempo. 
A massa deteriorada pode ser calculada pela equação de Faraday: 
 
 m = e . i . t 
onde : 
m = massa desgastada, em gramas (g); 
e = equivalente eletroquímico do metal; 
i = corrente de corrosão, em ampère (A) ; 
t = tempo em que se observou o processo, em segundos (s). 
A corrente l de corrosão é, portanto, um fator fundamental na maior ou menor intensidade 
do processo corrosivo e o seu valor pode ser variável ao longo do processo corrosivo. 
A corrente de corrosão depende fundamentalmente de dois fatores: 
 
 Diferença de potencial das pilhas (diferença de potencial entre áreas anódicas e 
catódicas) – ddp 
 Resistência de contato dos eletrodos das pilhas (resistência de contato das áreas 
anódicas e catódicas) – R 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 36 
A diferença de potencial pode ser influenciada pela resistividade do eletrólito, pela 
superfície de contato das áreas anódicas e catódicas e também pelos fenômenos de 
polarização e passivação. 
A velocidade de corrosão pode ser, ainda, alterada por outros fatores que serão tratados 
no item seguinte e que influenciam de modo direto ou indireto na polarização ou na 
passivação. 
O controle da velocidade de corrosão pode se processar na área anódica ou na área 
catódica, no primeiro caso diz-se que a reação de corrosão é controlada anodicamente e 
no segundo caso catodicamente. Quando o controle se dá anódica e catodicamente diz-se 
que o controle é misto. 
 
INFLUÊNCIA DE OUTROS FATORES NA VELOCIDADE DA CORROSÃO 
Alguns outro fatores influem na velocidade de corrosão, principalmente porque atuam nos 
fenômenos de polarização e passivação. 
Tais fatores que também influenciam a velocidade de corrosão são: 
 
 Geração do meio corrosivo: como foi dito anteriormente oxigênio funciona como 
controlado dos processos corrosivos. Portanto, na pressão atmosférica a velocidade de 
corrosão aumenta com o acréscimo da taxa de oxigênio dissolvido. Isto ocorre por ser o 
oxigênio um elemento despolarizante e que desloca a curva de polarização catódica no 
sentido de maior corrente de corrosão; 
 
 pH de eletrólito: a maioria dos metais passivam-se em meios básicos (com exceção dos 
metais anfóteros ( Al, Zn, Pb, Sn e Sb ) . 
 
 Temperatura: o aumento de temperatura acelera, de modo geral, as reações químicas. 
Da mesma forma também em corrosão as taxas de desgaste aumentam com o aumento 
da temperatura. Com a elevação da temperatura diminui-se a resistividade d eletrólito e 
consequentemente aumenta-se a velocidade de corrosão; 
 
 Efeito da velocidade: a velocidade relativa, superfície metálica-eletrólito, atua na taxa 
de desgaste de três formas: para velocidades baixas há uma ação despolarizanteintensa 
que se reduz à medida que a velocidade se aproxima de 8 m/s (para o aço em contato 
com água do mar). A partir desta velocidade as taxas praticamente se estabilizam voltando 
a crescer para altas velocidades quando diante de um movimento turbulento tem-se, 
inclusive, uma ação erosiva. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alum%C3%ADnio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Zinco
http://pt.wikipedia.org/wiki/Chumbo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estanho
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antim%C3%B4nio
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 37 
 
 Efeito do pH na velocidade de corrosão Efeito da velocidade relativa do metal/eletrólito na 
 corrosão do aço em água do mar 
 
 
 TAXA DE CORROSÃO - Perda de Espessura por Unidade de Tempo e Perda de 
Peso por Unidade de Área na Unidade de Tempo 
As taxas de corrosão expressam a velocidade do desgaste verificado na superfície 
metálica. A avaliação correta das taxas de corrosão é, de modo geral, de grande 
importância para a determinação da vida útil provável de equipamentos e instalações 
industriais. Os valores das taxas de corrosão podem ser expressos por meio da redução 
de espessura do material por unidades de tempo, em mm/ano ou em perda de massa por 
unidade de área, por unidade de tempo, por exemplo mg/dm2/dia (mdd). Pode ser 
expressa ainda em milésimos de polegada por ano (mpy). 
O cálculo das taxas de corrosão em mm/ano e mpy, quando se conhece a perda de massa 
pode ser dada pelas seguintes expressões ( para corrosões uniformes ) : 
a) 
 
onde : 
mm/ano = é a perda de espessura, em mm por ano; 
= perda de massa, em mg; 
S = área exposta, em cm2; 
t = tempo de exposição, em dias; 
= massa específica do material, em g/cm3 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 38 
b) 
 
onde : 
mpy = é a perda de espessura, em milésimos de polegada por ano; 
= perda de massa, em mg; 
S = área exposta, em pol 2; 
t = tempo de exposição, em horas; 
= massa específica do material, em g/cm3 
Para conversão das taxas dadas em mm/ano e mpy para mdd usa-se as seguintes 
expressões: 
 
 
sendo : 
mdd = 
dia
dmmg 2/
 
 
Quando o ataque é uniforme e em meio químico, os metais podem ser divididos em três 
grupos, de acordo com suas taxas de corrosão e aplicação projetada : 
- menor que 5 mpy : metais com boa resistência à corrosão, tanto que são apropriados 
para partes críticas de equipamentos. 
 
 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 39 
 
- entre 5 – 50 mpy : metais usados no caso em que uma alta taxa de corrosão é tolerada, 
como por exemplo : tanques, tubulações, corpo de válvulas, etc. 
- maior que 50 mpy : metais poucos resistentes à corrosão, daí não ser recomendado o 
uso dos mesmos. 
ou ainda : 
Taxa de corrosão ( mm /ano) Resistência à corrosão observações 
até 0,051 Excelente - 
0,052 a 0,25 Boa - 
0,26 a 0,50 Média - 
0,51 a 1,25 Baixa Estudar a viabilidade econômica 
de diminuir o material 
 1,25 Muito baixa Diminuir o material 
 
. A perda de espessura por unidade de tempo, também pode ser estudada da 
segunite forma : 
A perda de espessura por unidade de tempo determina a taxa de penetração da 
corrosão na superfície metálica, após um tempo determinado de exposição do metal ao 
meio corrosivo. A taxa de corrosão deve ser calculada por frentes de ataque do meio à 
superfície metálica e por tipo de meio. A expressão matemática usualmente aplicada para 
o cálculo da taxa de corrosão como foi descrita acima é a seguinte: 
 
 
 
 
ONDE: e0 = espessura do metal antes da exposição ao meio. 
eF = espessura do metal após a exposição e após a remoção do produto de corrosão. 
t = tempo de exposição do metal ao meio. 
T.C. = taxa de corrosão. 
 
NOTA IMPORTANTE: Quando se medir o valor de eF não esquecer de isolar as 
superfícies de ataque e o tipo de meio. 
T.C. = ( e0 - eF ) / t 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 40 
 
As unidades de medida normalmente utilizadas para expressar a taxa de corrosão 
calculada da maneira acima são : 
 
 
 
 
 
 
. A perda de peso por unidade de área, também pode ser estudada da segunite 
forma : 
 
PERDA DE PESO POR UNIDADE DE ÁREA NA UNIDADE DE TEMPO 
 
A perda de peso por unidade área na unidade de tempo, determina a perda de metal 
resistente, considerando que todas as superfícies do metal foram expostas ao meio 
corrosivo; caso contrário esse método não pode ser utilizado. A expressão matemática 
usualmente aplicada para a determinação dessa taxa de corrosão é: 
 
 
ONDE : P0 = peso do metal antes da exposição ao meio. 
PF = peso do metal após a exposição ao meio e a remoção do produto de corrosão. 
A0 = soma das áreas de todas as superfícies do metal expostas ao meio. 
t = tempo de exposição do metal ao meio. 
 
A unidade de medida utilizada na determinação dessa taxa de corrosão é: 
- miligrama por decímetro quadrado por dia - mdd. 
 
 
 
 
 
 
- milímetros de penetração por ano - mm / ano. 
- polegadas de penetração por ano - ipy. 
- milésimo de polegada de penetração por ano - mpy. 
 
OBS. 1 ipy = 25,4 mm / ano e 1 ipy = 1000 mpy 
 
 T.C. = ( P0 - PF ) / ( A0 . t ) 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 41 
 
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO 
 
1 EXERCÍCIO: Determine a taxa de corrosão dos metais A e B dos esquemas abaixo, 
sabendo-se que foram expostos a meios corrosivos diferentes durante 10 anos. Qual dos 
dois meios é mais agressivo, se os metais A e B forem exatamente iguais? (Medidas em 
milímetros.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESOLUÇÃO 
 
1. TAXA DE CORROSÃO DO METAL A 
 
e0 = 40 mm 
eF = 20 mm 
t = 10 anos 
 
 
2. TAXA DE CORROSÃO DO METAL B 
 
e0 = 40 mm. 
eF = 20 mm. 
t = 10 anos. 
 
 
50 
40 
20 
METAL A 
PRODUTO DE 
CORROSÃO 
APÓS A EXPOSIÇÃO ANTES DA EXPOSIÇÃO 
METAL B 
20 
40 
30 
20 
PRODUTO DE 
CORROSÃO 
MEIO CORROSIVO 
  T.C. = [ ( 40 - 20 ) / 10 ] / 2 = 1 mm / ano 
 
OBS. A taxa de corrosão é dividida por dois, porque o metal sofreu 
ataque pelos dois lados de sua superfície. 
 T.C. = ( 40 - 20 ) / 10 = 2 mm / ano 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 42 
 
3. MEIO MAIS AGRESSIVO 
 
Considerando que os dois metais são idênticos o meio corrosivo ao qual o metal B está 
exposto é duas vezes mais agressivo do que o outro meio, devido aos valores das taxas 
de corrosão calculadas. 
 
2 EXERCÍCIO: Um ensaio de laboratório com 3 materiais diferentes, mergulhados num 
mesmo meio corrosivo, apresentou os resultados plotados no gráfico abaixo. Baseando-se 
nessas curvas, responda o seguinte : 
a) Quais as taxas de corrosão de cada um dos três metais em toda a experiência? 
b) Qual o material apresentou menor e maior corrosão depois de decorridos 10 e 20 dias 
de experiência? 
 
DADOS: - Todos os materiais apresentaram corrosão uniforme. 
- A soma das superfícies dos três metais expostos está na tabela abaixo. 
 
MATERIAL ÁREA SUPERFICIAL 
 (em dm
2
) 
1 10 
2 25 
3 15 
 
 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 43 
 
 
 
RESOLUÇÃO 
 
1. Cálculo das taxas de corrosão 
 
 
METAL TEMPO DE EXPOSIÇÃO 
(dias) 
PERDA DE PESO 
(mg) 
TAXA DE CORROSÃO 
(mdd) 
1 5 
10 
15 
20 
25 
100 
200 
300 
500 
600 
 
2 
2 
2 
2,5 
2,4 
2 5 
10 
15 
20 
25 
200 
400 
600 
800 
1000 
1,6 
1,6 
1,6 
1,6 
1,6 
3 5 
10 
15 
20 
25 
300 
400 
400 
400 
500 
4 
2,6 
1,7 
1,3 
1,3 
 
2. MELHOR E PIOR METAL APÓS 10 E 20 DIAS DE EXPOSIÇÃO 
 
Melhor, após 10 dias = é o metal 2 , taxa de corrosão de 1,6 mdd 
Melhor, após 20 dias = é o metal 3 , taxa de corrosão de 1,3 mdd 
Pior, após 10 dias = é o metal 3 , taxa de corrosão de 2,6 mdd 
Pior, após 20 dias= é o metal 1 , taxa de corrosão de 2,5 mdd 
 
 
 
 
 
 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 44 
 
. Equipamentos utilizados para medir as espessuras no campo, são : 
- Ultra – Som : pode ser usado quando se tem acesso tanto pelo lado interno ou externo 
ao local que se deseja medir a espessura. 
- Calibre Mecânico : ( tipo de “paquímetro”, calibre com relógio ) utilizado apenas quando 
se tem acesso a ambos os lados do local que se deseja medir a espessura . 
 
 
 
 
 Esquema de um calibre mecânico com relógio, utilizado para medição de espessura 
quando existe acesso dos dois lados do local a ser medido. 
 
NOTA IMPORTANTE: A quantificação da corrosão por perda de espessura na unidade de 
tempo pode ser aplicada para qualquer forma de corrosão que ocorra com perda de 
material. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELÓGIO 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 45 
 
 CORROSÃO ATMOSFÉRICA : 
A maioria dos metais tende a se combinar com o oxigênio do ar, produzindo os respectivos 
óxidos. Não considerando a ação de vapores contidos no ar (de água, etc), esse processo 
se dá de forma lenta para o ferro em temperaturas usuais de ambientes. 
Entretanto, em alguns metais como o alumínio a corrosão é rápida mas acontece o 
fenômeno da apassivação: a camada de óxido formada na superfície isola o oxigênio e 
impede continuação do processo. 
 A presença de vapor d'água ( umidade do ar ) acelera a corrosão e, ainda mais, se tais 
vapores contém substâncias agressivas como sais ou ácidos. Ocorre em muitos ambientes 
industriais, locais próximos ao mar , etc. 
 
É um tipo de corrosão em que o meio corrosivo é um filme fino, depositado sobre a 
superfície metálica em geral de caráter temporário. 
 Metal + meio  produto de corrosão 
- Fatores que interferem no metal : 
. composição química 
. estado da superfície metálica 
 
- Fatores que interferem no meio : 
 
. Ar seco : composição química do ar seco 
componentes % na composição 
Nitrogênio – N2 78,00 
Oxigênio – O2 21,02 
Neônio + Hélio + Hidrogênio ( Ne + He + H2 ) 0,01 
Dióxido de carbono – CO2 0,03 
Argônio – Ar 0,94 
 
 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 46 
 
. Umidade do ar : 
 Existe uma quantidade máxima de vapor d’ água no ar . De acordo com a temperatura, 
maior será a quantidade de vapor d’ água máxima no ar. 
Temperatura ( 
0
 C ) 
 
 
 
 
 % de H2O(v) máxima 
 
 
. Umidade Relativa do Ar = 
permitidavOdeHmáxQuantidade
noarxvOdeHQuantidade
)(2.
100)(2
 
 Assim, de acordo com a “umidade relativa do ar” a atmosfera pode ser : 
Umidade Relativa (%) Tipo de ar Característica do ar 
0 a 30% Seco %H2O(v) é mto menor que %H2O(v) máximo 
30 a 60% Normal %H2O(v) é pouco menor que %H2O(v) máximo 
60 a 90% Úmido %H2O(v) é mto próxima que % máximo 
permitida 
90% Saturado %H2O(v) é praticamente igual que %H2O(v) 
máxima permitida 
 
. Influência de Poluentes: 
A quantidade e o tipo dos poluentes na atmosfera, influem na taxa de corrosão. Assim, de 
acordo com os poluentes as atmosferas podem ser : 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 47 
ATMOSFERA LOCALIZAÇÃO PRINCIPAIS POLUENTES 
Rural Longe das cidades, indústrias e 
do mar 
isento 
Urbana Dentro da cidade e longe da 
indústria 
CO , CO2 , poeira (sólidos em 
suspensão ) 
Industrial Dentro da indústria (muito 
próximo) e longe da cidade e 
do mar 
Gases industriais – SO2 , SO3 
, etc. , cinzas (partículas 
metálicas que retém a 
umidade 
Marinha Próximo ao mar e longe da 
indústria e da cidade 
Cloretos ( Cl - ) 
. Classificação das atmosferas em relação à taxa de corrosão : 
ATMOSFERA CORROSÃO 
Rural baixa 
Urbana média 
Industrial Alta 
Marinha alta 
 
 
 CORROSÃO POR AERAÇÃO DIFERENCIAL : 
É todo tipo de corrosão em que o anodo e o catodo são regiões diferentes de um mesmo 
metal. 
Neste tipo de corrosão o anodo será sempre a região de menor aeração ( menor 
pressão parcial ). As regiões com mais O2 ( maior pressão parcial ) são os catodos, 
porque o O2 favorece as reações catódicas que dependem única e exclusivamente do 
meio. 
 
 
ATMOSFERA CORROSÃO 
Seca desprezível 
Normal baixa 
Umida média 
Saturada alta 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 48 
 
. Exemplo teórico de uma pilha de corrosão por aeração diferencial 
 fluxo de e- 
 anodo ( < o2 ; pO2 = 0,1 atm)  catodo ( > O2 ; pO2 = 1 atm ) 
 
 
 
 
 
 
 
 HCl + H2O O2 HCl + H2O 
 ( diluído ) ( diluído ) 
 
. Reações do processo: 
 - reação do meio corrosivo : 2 HCl  2 H+ + 2Cl- 
 - reação anódica : ( 2 M0  2 M +n + 2 n e- ) x 2 (depende do metal) 
- reação catódica : ( 2 n H+ + ½ n O2 + 2 n e
-  n H2O ) x n (depende do meio) 
 
- reação global : 2 HCl + 2 M0 + ½ n O2 + n H
+  2 M +n + n H2O + 2 Cl
- 
 
 CORROSÃO MICROBIOLÓGICA : 
 
A corrosão induzida por microrganismos, também chamada microbiana ou 
microbiológica. é aquela onde a corrosão do material metálico se processa sob a 
influência de microrganismos, mais freqüentemente bactérias, embora existam exemplos 
de corrosão atribuídos a fungos e algas. Quando ocasionada por bactérias é também 
chamada corrosão bacteriana. 
Dada a variedade de ambientes que podem proporcionar crescimento de bactérias, algas 
ou fungos, muitos são os equipamentos que podem sofrer a corrosão induzida por 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 49 
 
microrganismos. Entre esses ambientes podem ser citados a água do mar. de rios lede 
sistemas de refrigeração, regiões pantanosas, sedimentos oleosos, solos contendo 
resíduos orgânicos ou sais como sulfatos, sulfetos, nitratos, fosfatos ou ainda enxofre. 
 
Casos 
 
Casos relacionados com deterioração microbiana podem aparecer em diversos materiais, 
metálicos ou não-metálicos, e para ilustrar a importância desses casos serão citados 
alguns deles. 
 
Deterioração de mármore e concreto 
 
Observa-se que esses materiais podem apresentar regiões com deterioração sob a forma 
de alvéolos ou de escamações. A possível origem dessa deterioração pode estar 
associada à presença de ácido sulfúrico, H
2
SO
4
, que reagirá: 
• no caso do mármore, com o carbonato de cálcio, deteriorando-o: 
CaCO
3 
+ H
2
SO
4 
 CaSO
4
+ CO
2 
+ H
2
O 
• com o concreto, destruindo seu caráter alcalino ou básico, pH = 12,5, e causando a sua 
desagregação e posterior corrosão da armadura. 
 
O ácido sulfúrico pode ser proveniente de: 
 
• ar poluído contendo dióxido de enxofre, SO
2 
que pode ser oxidado a trióxido de enxofre. 
SO
3
, que com a umidade presente na atmosfera dá lugar à formação de ácido sulfúrico: 
• ação microbiana devida à presença de bactérias oxidantes de enxofre que transformam o 
enxofre ou seus compostos em ácido sulfúrico. como. por exemplo, oxidação de sulfeto. 
 
H
2
S + 2O
2 
 H
2
SO
4 
 
Pode-se também observar casos de deterioração de mármore e concreto devido à 
presença de microrganismos que. pelo seu metabolismo, podem excretar ácidos orgânicos 
que atacariam então o concreto e o mármore. 
 
 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 50 
 
Deterioração microbiológica de madeira. Caso que pode ocorrer em madeira, usada 
como enchimento de torres de refrigeração, que pode. sob ação de fungos, sofrer 
biodeterioração. 
 
Tubulações de distribuição de águas. A presença de depósitos, sob a forma de 
tubérculos, de oxido de ferro hidratado, Fe
2
O
3
.H
2
0, devido às bactérias oxidantes de ferro, 
pode entupir as tubulações ou criar condições para corrosão por aeração diferencial. 
 
Sistemas de refrigeração. São propícios ao crescimento de microrganismos e formaçãode biofilme, pois a água é aerada, está exposta à luz solar, tem pH entre 7 e 8 e 
temperatura entre 27 e 60°C. Com o tempo se desenvolve um espesso biofilme, criando 
condições de anaerobiose. Trocadores ou permutadores de calor sofrem corrosão por 
aeração diferencial, provocada por depósitos de origem microbiana. ou corrosão por 
bactérias redutoras de sulfato em regiões de anaerobiose. 
 
Tubulações para condução de gás e gasômetros. O sulfato, se presente na água de 
selagem, pode ser reduzido a sulfeto, pelas bactérias redutoras de sulfato. Esta ação, 
além da corrosão do material metálico, provoca a contaminação do gás com excesso de 
gás sulfídrico, H
2
S. 
 
Equipamentos de operações de usinagem. A corrosão de equipamentos na indústria 
metalúrgica que utiliza óleos de corte nas operações de usinagem pode resultar da 
biodeterioração desses óleos. Tal deterioração pode formar gases que, além de tóxicos 
para os operadores, podem ser corrosivos aos materiais metálicos empregados nos 
equipamentos. Daí serem usados, nas formulações desses óleos, biocidas para evitar a 
biodeterioração. 
 
Recuperação secundária de petróleo. Em operações de recuperação secundária de 
petróleo são usadas grandes quantidades de água do mar e. em alguns casos, nota-se 
nessa água um odor característico de gás sulfídrico, observando-se também a corrosão 
dos equipamentos. Essa situação se deve à presença de bactérias redutoras de sulfato. 
 
Aquecedores e válvulas de cobre. A corrosão nesses equipamentos, usados em 
unidade de vapor e alta pressão, deve-se a H
2
S originado da presença de bactérias 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 51 
redutoras de sulfato na água usada para refrigeração e que contenha sulfito de sódio uti-
lizado para deaerá-la. 
 
Tubulações enterradas. Casos de corrosão em tubulações de aço inoxidável e de 
corrosão grafítica em tubulações de ferro fundido tem sido verificados em tubulações 
enterradas em solos contendo sul falo. Essa corrosão é ocasionada por bactérias 
redutoras de sulfato. 
 
Tanques de armazenamento de combustíveis. Casos de corrosão, associados à 
contaminação microbiológica de combustíveis derivados de petróleo e à presença de 
água, têm sido observados em tanques de óleo diesel, de gasolina e de querosene para 
aviões a jato. Se esses combustíveis estiverem completamente livres de água não se 
observa a presença de microrganismos, ou se estiverem presentes, não são ativos nesse 
meio. Mesmo com todas as precauções, a água pode penetrar no combustível e se 
acumular nas regiões de difícil drenagem. A água pode ser proveniente de: 
• nas refinarias, durante a operação de lavagem dos combustíveis, costuma-se usar água 
ou soluções aquosas de diferentes produtos. Embora, após o tratamento, a água seja 
separada, pequenas quantidades podem ficar emulsionadas e ser arrastadas para os 
tanques de armazenamento onde decantam após algum tempo: 
• em alguns casos costuma-se usar água para se evitar a perda por evaporação de 
produtos leves; 
• condensação de vapor d’água existente na atmosfera dos tanques de armazenamento. 
A solubilidade da água no querosene é aproximadamente 77 ppm a 25°C e tem sido 
constatado, em alguns casos, um efeito tóxico dos hidrocarbonetos mais leves, daí o 
problema ocorrer mais freqüentemente com tanques de querosene, devido à facilidade dos 
microrganismos usarem, como fonte de carbono, os hidrocarbonetos na faixa C
]0
-
C
18 
(querosene) do que C
5
-C
9
, (gasolina). Conseqüentemente, a corrosão ocorre 
principalmente em ianques integrais de combustível (querosene de aviação) de aviões a 
jato, encontrando-se a presença do fungo Hormoconis resinae, na água drenada dos 
tanques. 
Esse fungo origina um material sólido, com aspecto de lama, na interface água-querosene, 
que pode bloquear os filtros de combustível com conseqüências danosas. Além do 
Hormoconis, têm sido observados outros fungos como Penicillium luteum, Aspergillus 
flavus e bactérias como Pseudomonas aeruginosa, Desulfovibrio desulfuricans e 
Aerobacter aerogenes. 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 52 
 
 
 
Entre as possíveis razões para a deterioração ou corrosão relacionada com os 
combustíveis, pode-se citar: 
• crescimento microbiano; 
• biodegradação de aditivos orgânicos usados no combustível para melhoria de seu 
desempenho; 
• formação de gás sulfídrico, devido às bactérias redutoras de sulfato presentes em águas 
contendo sulfato. O gás sulfídrico for mado pode agir diretamente como agente corrosivo 
ou reagir com os componentes do combustível formando sulfetos orgânicos altamente 
corrosivos: 
• deterioração microbiológica dos revestimentos de tanques, com conseqüente formação 
de resíduo, com aspecto de lama e possível corrosão dos materiais metálicos empregados 
nos tanques. 
 
Biodeterioração de tintas, plásticos e lentes. Desenvolvimento de fungos em locais 
úmidos, causando deterioração desses materiais não-metálicos. 
 
Indústria de papel e celulose. Presença de tubérculos de óxidos de ferro, em tubulações 
de água bruta, devido às bactérias oxidantes de ferro. Crescimento biológico, com 
formação de limo bacteriano, nas instalações relacionadas com a máquina de papel e 
água branca (white water). Essas situações ocasionam corrosão uniforme e corrosão por 
pite. Lutey afirma que relatórios indicam que mais do que 30% dos custos de manutenção 
na indústria de celulose e papel estão diretamente relacionados com corrosão. 
 
Linhas de incêndio. Águas não tratadas e em condições de estagnação prolongada ficam 
deaeradas, devido à reação do oxigênio com as paredes das tubulações, criando 
condições para o desenvolvimento de bactérias anaeróbicas, como as redutoras de 
sulfato. A formação de óxidos de ferro e de sulfeto de ferro, insolúveis, podem bloquear 
válvulas e bicos, tornando o sistema inoperante. 
 
Teste hidrostático. A permanência de água, usada no teste hidrostático no interior de 
equipamentos que vão permanecer estocados durante algum tempo, pode dar lugar ao 
desenvolvimento de microrganismos e consequente corrosão induzida pelos mesmos. 
 As seguintes recomendações são indicadas para evitar essa corrosão: 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 53 
 
• condições ideais e de custo mais elevado — usar água desmineralizada ou vapor 
condensado puro; drenar o equipamento e secá-lo o mais possível. 
• condições de custo menor — usar água natural, filtrar, clorar e neutralizar ou usar água 
de abastecimento; usar água de abastecimento contendo inibidor de corrosão; após 3-5 
dias do teste, o equipamento deve ser soprado para secagem. 
Caso haja presença de cloreto, que é comumente encontrado em água, e o equipamento 
seja de aço inoxidável, é conveniente eliminar a posibilidade de água, após o teste 
hidrostático, permanecer no equipamento, a fim de evitar a corrosão localizada sob a 
forma de pites. 
 
Tanques de água desmineralizada. Também pode ocorrer crescimento biológico, daí ser 
recomendável o uso de peróxido de hidrogênio, H
2
O
2 . 
 
A apresentação desses casos de corrosão em diferentes setores de atividades justificam o 
custo anual, da biodeterioração, estimado em bilhões de dólares. 
 
 PROTEÇÃO CONTRA CORROSÃO 
 
 
Sob o ponto de vista econômico, existe a necessidade de que os materiais ferrosos e não-
ferrosos possuam resistência contra corrosão. Algumas ligas metálicas, por sua natureza, 
possuem essa resistência, mas a maioria dos aços deve receber proteção contra corrosão. 
Assim, quando estamos trabalhando na fabricação de uma peça de aço, e para evitar que, 
no dia seguinte, a encontremos com pontos de ferrugem, devemos protegê-la com um 
revestimento protetor, impedindo a ação da sujeira e da umidade. 
 
 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 54 
 
Os revestimentos atuam como filmes protetores da superfície metálica. Além disso, 
aumentam a resistência da superfície metálica contrao desgaste e podem ter efeito 
decorativo. Para uma adequada proteção de superfícies metálicas, deve-se observar as 
seguintes etapas: limpeza, preparo e revestimento das superfícies. 
 
 
. CORROSÃO DO FERRO 
 
A corrosão do ferro , bem como de outros metais, está relacionada como se sabe, com a 
capacidade que um metaç tem de se oxidar ( agente redutor ) e com a capacidade de uma 
espécie, como o oxigênio ( O2 ), de se reduzir ( agente oxidante ). A temperatura e as 
concentrações dos reagentes afetam as reações de corrosão. 
Para que haja a corrosão do ferro, é necessário que ele esteja na presença de ar ( O2 ) e 
água ( H2O ), pois o ferro se oxida facilmente quando exposto ao ar úmido. 
 
. Reações : 
 
- oxidação do ferro ( anodo ) : 2 Fe0  2 Fe 2+ + 4 e- 
- redução do oxigênio ( catodo ) : O2 +2 H2O + 4 e
-  4 OH – 
 
- reação global : 2 Fe0 + O2 + 2 H2O  2 Fe(OH)2 
 
 O Fe(OH)2 é normalmente oxidado a Fe(OH)3 : 
 
 4 Fe(OH)2 + O2 + 2 H2O  4 Fe(OH)3 ( ferrugem ) 
 
Muitas vezes, a ferrugem é representada por : Fe2O3 . 3 H2O 
 
 Limpeza de Impurezas 
 
 
Uma superfície bem limpa é a melhor forma de se obter um bom revestimento protetor. Para que se 
tenha boa limpeza, deve-se identificar os possíveis tipos de impurezas presentes, como as oleosas, 
semi-sólidas e os óxidos. 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 55 
 
 
Impurezas oleosas 
 
São aquelas constituídas de óleos minerais, óleos graxos, emulsões, óleos de laminação, 
óleos de estampagem e óleos protetores. Quando removemos o óleo protetor de uma 
peça, observamos que esse óleo é impureza. 
 
Impurezas semi-sólidas 
 
São constituídas de parafinas, graxas, ceras, sabões, protetores pesados e outros 
elementos que não apresentam dificuldade na remoção. 
 
Impurezas sólidas 
 
São aquelas resultantes de estampagens e polimentos ou resíduos carbonáceos, além de 
outros. Por exemplo: 
 
 
 
Impurezas na forma de óxidos 
 
Como a ferrugem formada, por exemplo, sobre chapas de aço estocadas, além de óleos 
espessos, chamados carepas , presentes na superfície do aço laminado a quente, forjado 
ou tratado termicamente. 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 56 
 
 
 Processos de limpeza das impurezas 
 
 
Dependendo do tipo e da quantidade de sujeira a ser eliminada, podem ser empregados 
um ou mais dos seguintes processos de limpeza: lavagem com detergentes, dissolução 
com solventes, ácidos ou bases e vários processos mecânicos de abrasão. 
 
Lavagem com detergentes 
 
Este processo é idêntico ao realizado diariamente por cada um de nós na lavagem das 
mãos com sabonete. Os detergentes (o sabonete é um deles) envolvem as partículas de 
sujeira formando dispersões coloidais, que são facilmente arrastadas pela água. 
Na limpeza de metais, são empregados sabões de várias espécies e detergentes 
sintéticos derivados de ácidos benzeno-sulfônicos. A ação de lavagem é exercida por 
esfregamento e com uso de escovas. O uso de água quente melhora a ação do 
detergente. Por lavagem com detergentes são removidas sujeiras devidas a pós, óleos e 
gorduras mas não são removidos os produtos de corrosão aderentes à superfície metálica. 
 
Dissolução com solventes orgânicos 
 
Óleos minerais e vegetais, graxas e gorduras são bem solúveis em vários solventes 
orgânicos, sobretudo quando aquecidos. Na limpeza de materiais metálicos são mais 
empregados dois tipos de solvente: 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 57 
• solventes derivados do petróleo, tais como nafta, gasolina, querosene e outras misturas 
de hidrocarbonetos.São solventes inflamáveis e relativamente pouco tóxicos; 
• solventes clorados, que são hidrocarbonetos clorados. Os mais importantes são tricloro-
etileno e tetracloreto de carbono. Não são inflamáveis mas são tóxicos. 
 
 
A limpeza pode ser feita por imersão no solvente frio ou aquecido, ou, então, por 
exposição aos vapores quentes do solvente. Este processo de limpeza apresenta o 
inconveniente de não remover os produtos de corrosão aderentes à superfície do metal. 
 
Decapagem ácida 
 
Nesse processo de limpeza, empregam-se ácidos inorgânicos fortes: ácido sulfúrico, ácido 
fosfórico ou ácido clorídrico. Em geral, acrescentam-se inibidores de corrosão, chamados 
inibidores de decapagem , às soluções aquosas desses ácidos. Dessa forma, os banhos 
decapantes removem os produtos de corrosão, por dissolução, sem atacar em demasia os 
próprios metais. 
 
 
A figura anterior mostra um tanque contendo solução aquosa de ácido sulfúrico e inibidor 
para decapagem a quente do aço. Temos também tanque com solução aquosa de ácido 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 58 
clorídrico impuro (chamado de ácido muriático), com inibidor para decapagem do aço a 
temperatura ambiente. 
A decapagem com solução morna de ácido fosfórico é lenta e pode ser usada em peças já 
usinadas. 
 
 
 
Decapagem alcalina 
 
Neste processo de limpeza, emprega-se solução de hidróxido de sódio, que é capaz de 
dissolver certos óxidos, como o de alumínio. Este processo é usado para limpeza de 
alumínio e suas ligas, através do fosqueamento superficial. Assim, uma chapa de alumínio 
brilhante, por exemplo, após o banho fica com as superfícies foscas. 
Ácidos orgânicos, como o acético, cítrico, oxálico, tartárico e láctico, podem ser usados na 
limpeza do aço porque eles dissolvem produtos de corrosão. 
 
 
 
Ação mecânica 
 
Os processos mecânicos de limpeza baseiam-se na abrasão . Eles são empregados para 
remover incrustações de óxidos e outros produtos de corrosão em metais quando a 
decapagem ácida não é suficiente ou não pode ser usada. Os processos mecânicos 
podem ser manuais ou automatizados: 
 
Processo manual 
 
É usado com escovas, martelos, lixas, etc. 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 59 
 
 
Processo automatizado 
 
Utilizam-se raspadeiras, lixadeiras, politrizes, etc. 
 
 
 
Entre os processos mecânicos automatizados, há, ainda, o jateamento . Nele, um jato de 
areia e ar comprimido é lançado sobre a superfície metálica a limpar. Esse jato pode ser 
lançado exatamente no local que se deseja limpar. 
O operador deve proteger-se para não respirar areia, que é prejudicial à saúde. 
 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 60 
O jato de ar comprimido pode conter, também, limalha angular de aço. Neste caso, fala-se 
em jateamento com granalha de aço . O jateamento com granalha de aço deve ser 
realizado em ambiente fechado. 
 
 
 
 
 
 
 
 Revestimentos 
 
São aplicações que se fazem em superfícies metálicas, depois de removidas suas 
impurezas, com a finalidade de proteger essas superfícies da corrosão. 
 
Revestimentos metálicos 
 
São revestimentos protetores de superfícies metálicas efetuados com outros metais. Os 
processos mais utilizados são: imersão a quente, metalização e eletrodeposição. 
 
Imersão a quente 
 
É o revestimento metálico que se obtém pela imersão do material metálico em um banho 
de metal fundido. 
 
 
O aço, por exemplo, é recoberto por uma camada de estanho por imersão em banho de 
estanho fundido. Esse processo chama-se estanhagem a fogo. O aço estanhado é 
conhecido por folha-de-flandres ou lata . 
 
Montagem : Prof. Luciano Cardoso 61 
 
. Revestimento do ferro com estanho 
 
 Esse tipo de revestimento é usado para a fabricação a da folha-de-flandres ou lata, 
como dito acima. 
Nesse caso, a finalidade do revestimento com estanho é, simplesmente, proteger o ferro, 
impedindo-o de ficar exposto ao ar e à água. Se a lata é riscada ou amassada e parte do 
resvestimento de estanho se perde, o ferro exposto ao ar se oxida, sofrendo corrosão 
rapidamente. 
 
 
Observando os potencias de redução do ferro e do estanho, tem-se : 
 
. Fe2+ + 2 e-  Fe0 E0red = - 0,44 V 
. Sn2+ + 2 e-  Sn0 E0red = -

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