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AVALIAÇÃO-DE-IMPACTOS-AMBIENTAIS-DE-EMPREENDIMENTOS-MINERÁRIOS

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1 
 
AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS DE 
EMPREENDIMENTOS MINERÁRIOS 
 
 
 
2 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empre-
sários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação 
e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade ofere-
cendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a partici-
pação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação 
contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos 
e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber atra-
vés do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
Sumário 
Avaliação de Impactos Ambientais de empreendimentos minerários ................ 1 
NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................. 2 
1 Poluição x Degradação x Impactos Ambientais .............................................. 4 
2 Estudo de Impactos Ambientais no Brasil ....................................................... 9 
3 Prospecção e exploração mineral ................................................................. 13 
4 Beneficiamento Mineral e Impactos Ambientais ............................................ 15 
5 Disposição, tratamentos e aproveitamento de resíduos/rejeitos minerais ..... 17 
5.1 Forma de Disposição dos rejeitos minerais ............................................ 17 
5.2 Tratamento de resíduos e aproveitamento ............................................. 19 
6 O estado de Minas Gerais e a mineração ..................................................... 20 
7 Impactos diretos da mineração ..................................................................... 22 
7.1 Impactos no Ar ........................................................................................ 23 
7.2 Impactos na Água ................................................................................... 23 
7.3 Impactos no Solo .................................................................................... 23 
7.4 Impactos na Biosfera .............................................................................. 24 
7.5 Impactos Sociais e a saúde da população .............................................. 24 
8 Estudo de Impacto Ambiental (EIA), Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) e 
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) ............................................................. 25 
8.1 Métodos de Avaliação de Impactos da Mineração ................................. 28 
8.1.1 Ad hoc (espontâneo) ........................................................................ 29 
8.1.2 Check-list (listagem) ......................................................................... 30 
8.1.3 Matrizes e interações ....................................................................... 31 
8.1.4 Superposição de cartas .................................................................... 33 
8.1.5 Modelos de Simulação ..................................................................... 34 
8.1.6 Redes de interação (Networks) ........................................................ 34 
8.1.7 Listagens ponderais ......................................................................... 34 
9 Considerações finais ..................................................................................... 35 
Referências ...................................................................................................... 37 
 
file:///C:/Users/Usuario/Desktop/apostilas/APOSTILA%20AIA.docx%23_Toc60994462
 
 
 
4 
 
1 Poluição x Degradação x Impactos Ambientais 
 
Para se entender melhor o que é um impacto ambiental é importante di-
fereciar os conceitos de poluição e de degradação, que são noções extrema-
mente pejorativas no que se refere aos impactos antrópicos no meio. A palavra 
poluição deriva do latim polluere, que significa “sujar, contaminar, tornar impuro”, 
e pode ser definida como uma alteração indesejável causada pelo ser humano, 
nas propriedades físicas, q uímicas e biológicas da atmosfera, hidrosfera ou 
litosfera que cause ou possa causar prejuízo à saúde, à sobrevivência ou 
às atividades dos próprios seres humanos ou outras espécies ou ainda deteri-
orar materiais . Os impactos antrópicos no ambiente eram vistos de modo uni-
camente prejudicial e estritamente relacionados com a liberação, em grandes 
quantidades, de substâncias tóxicas ou nocivas à biota e de grande alteração 
do meio físico. Essa visão inicial fez as primeiras legislações relativas ao controle 
dos impactos ambientais estarem relacionadas com fontes de poluição pontuais 
ligadas ao setor produtivo, principalmente o industrial. 
 A ideia de que outras atividades tais como o desmatamento, a ocupação 
de encostas, o assoreamento de rios, a extinção de hábitat para espécies e outr 
os aspectos que não estão relacionados com a liberação de substâncias tóxicas 
e nocivas no ambiente também impactam o ambiente levam ao des envolvimento 
da noção de degradação ambiental. Desta forma, alterações antrópicas que 
acarretem mudanças no ambiente e que tenham como resultado a perda de sua 
qualidade do mesmo são degradação ambiental. Assim, a Política Nacional de 
Meio Ambiente, em seu artigo 3, inciso III, define degradação ambiental como 
“alteração adversa das características do meio ambiente ”. Desta forma, 
conceitos como áreas degradadas são comumente usados para fazer referência 
aos efeitos negativos das atividades humanas em uma determinada área. Em-
bora seja menos comum, também pode fazer referência a áreas que sofreram 
degradação por eventos naturais, como por exemplo, os grandes movimentos 
de massa que ocorreram em encostas devido a um grande volume de chuvas 
em um curto espaço de tempo. 
 
 
 
5 
Assim, podemos afirmar que o grau de degradação ambiental depende 
de uma conjunção de fatores q ue podem contribuir para o aumento da magni-
tude e da sua frequência. Os efeitos das modificações antrópicas no ambiente 
podem ter origem, intensidade e frequência diferentes e, portanto, o grau de de-
gradação é sempre relativo a esses fatores e ao estado inicial do ambiente. O 
conhecimento inicial sobre o estado de conservação “ideal” e/ou o que poderia 
se considerar um estado des ejável para o funcionamento dos ecossis temas 
têm que ser fundamentados em determinados critérios ou parâmetros, o que 
poderia definir a sua qualidade ambiental. 
Desta forma, tanto a poluição quanto a degradação ambiental ocasionam 
uma mudança negativa no ambiente, provocando uma diminuição na qualidade 
ambiental. No entanto, isso depende da intensidade e frequência com que tais 
impactos ocorrem e também dos benefícios sociais e econômicos que tais mu-
danças oc asionarão (Figuras 1 e 2). A consideração de todos os aspectos rela-
cionados com as modificações que as atividades antrópicas provocam no ambi-
ente são necessárias para entender e estimar os impactos ambientais 
No entanto, as atividades antrópicas não causam apenas consequências 
negativas no meio, especialmente quando considerados aspectos sociais como 
a geração de emprego e renda. Segundo a Resolução CONAMA 001/86, im-
pacto ambiental pode ser definido como “qualquer alteração das propriedades 
físicas, químicas e biológicas domeio ambiente, causada por qualquer forma de 
matéria ou energia, resultante das atividades humanas que, direta ou indireta-
mente, afetam: 
 I. A saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
II. As atividades sociais e econômicas; 
III. A biota; 
IV. As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
V. A qualidade dos recursos ambientais”. 
 
Outra definição de impacto ambiental é dada pela NBR ISO14001*, que o 
define como “qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que 
resulte, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais (elemento das atividades 
ou produtos ou serviços de uma organização que pode inte ragir com o meio 
 
 
 
6 
ambiente) da organização (empresa, corporação, firma, empreendimento, auto-
ridade ou instituição, ou parte ou uma combinação desses, incorporada ou não, 
pública ou privada, que tenha funções e administração próprias)”. 
O grupo de normas ISO 14000 trata da gestão ambiental que engloba 
vários aspectos sobre sistemas de gestão de empresas. A NBR ISO 14001 trata 
especificamente dos “requisitos para que um sistema da gestão ambiental capa-
cite uma organização a desenvolver e implementar política e objetivos que levem 
em consideração requisitos legais e informações sobre aspectos ambientais 
significativos”. Ela introduz o termo aspecto ambiental que tem relação impor-
tante com o conceito de impacto ambiental. Assim, qualquer elemento resultante 
de uma cadeia produtiva (resíduo gerado na mineração, por exemplo) é um as-
pecto ambiental daquela atividade produtiva. Esse aspecto ambiental pode ou 
não ser um impacto ambiental, sendo que, para ser considerado impacto ambi-
ental, ele deve necessariamente modificar o meio ambiente. Para entender me-
lhor, consideremos um aspecto ambiental qualquer, como por exemplo, a emis-
são de “gases estufa” no meio aéreo tais como gás carbônico (CO2) ou o gás 
metano (CH4). A emissão desses gases é o resultado de vários processos pro-
dutivos industriais onde haja combustão ou fermentação. A simples emissão 
destes gases no meio não necessariamente poderia ser um problema, pois, se 
a concentração ou volume for baixa, estes serão dissipados no meio e absorvi-
dos ou transformados no meio ambiente. No entanto, se forem lançados em vo-
lume s acima daqueles em que o ambiente é capaz de transformá-los, estes 
passam a se acumular no meio e podem causar alterações significativas tais 
como aumento da capacidade da atmosfera de absorver calor, irritação e into-
xicação de vias respiratórias de seres vivos, etc. Assim, um aspecto ambiental 
pode gerar impacto ambiental se for significativo, ou seja, se o seu efeito ambi-
ental for significativo. 
 
Nota*: a ISO tem como objetivoprincipal aprovar normas internacionais em todos os campos 
técnicos, como normas técnicas, classificações de países, normas de procedimentos e proces-
sos, etc. No Brasil, a ISO é representada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT). A s érie de ISO 14000 é constituída por normas que determinam diretrizes p ara 
garantir que determinada empresa (pública ou privada) pratique a gestão ambiental. Essas 
normas são conhecidas pelo Sistema de Gestão Ambiental (SGA). 
 
 
 
 
7 
Efeito ambiental pode ser definido como “alteração de um processo natu-
ral ou social decorrente de uma ação humana”. Ela apresenta vários pontos
 em 
comum com a noção de aspecto ambiental, já que ambas representam interfa-
ces ou mecanismos da relação entre causas e consequências das ações huma-
nas no ambiente. 
 Geralmente, uma atividade envolve uma série de aspectos, tanto negati-
vos quanto positivos, se considerados também seus aspectos sociais e econô-
micos. Qualquer atividade de produção gera emprego, renda e benefícios soci-
ais. Esses vários aspectos devem ser levados em conta na Avaliação de Impac-
tos Ambientais (AIA) de uma atividade e sua relação custo-benefício ambiental, 
social, econômico e cultural são de extrema importância. O termo impacto ambi-
ental possui, intuitivamente, conotação negativa. No entanto, seu verdadeiro sig-
nificado se refere às mudanças no meio ambiente, benéficas ou prejudiciais, 
que se observam ao comparar os efeitos das ações de um projeto. 
Definir todos os aspectos ambientais e seus impactos no meio é uma ati-
vidade laboriosa por vários motivos. Com o intuito de tentar explicitar a dinâmica 
espaço- temporal, as def inições de impacto ambiental têm sido esmiuçadas em 
vários aspectos, a saber: 
 
 Impactos diretos (ou primários) e indiretos (ou secundários): impactos 
diretos são os desgastes impostos aos recursos utilizados, os efeitos so-
bre os empregos gerados etc. Como impacto indireto decorrente dos an-
teriores, pode-se citar, por exemplo, o crescimento demográfico resultante 
do assentamento da população atraída pelo projeto, o que gera impactos 
com relação ao consumo de recursos e à poluição do meio ambiente (pro-
dução de resíduos). 
 
 Impactos de curto e longo prazos: impactos ambientais de curto prazo 
ocorrem normalmente logo após a realização da ação, podendo até im-
pactos podendo até desaparecer em seguida. O impacto ambiental de 
longo prazo é verificado depois de certo tempo da realização da ação, 
 
 
 
8 
como por exemplo, a modificação do regime de rios e a incidência de do-
enças res piratórias causadas pela inalação de poluentes por períodos 
prolongados. 
 
 Impactos reversíveis e irreversíveis. 
 
 Impactos cumulativos e sinergicos: consideram a acumulação no tempo 
e no espaço de efeitos sobre o meio ambiente e seus efeitos de retroali-
mentação. 
 
Essas classificações propiciam o entendimento e a definição da magni-
tude dos impactos ambientais, ajudando a estabelecer se estes podem ser con-
siderados “significativos”, ou seja, impactos que necessitam de planos de avali-
ação e monitoramento e que não podem ser regulados por normas nem proce-
dimentos regulatórios mais simples. 
 
 
Figura 1: Poluição causada pela Mina de Bayan Obo, China (https://www.ecode-
bate.com.br/2012/07/24/poluicao-causada-pelas-atividades-de-mineracao-mata-vilarejos-na-
china/) 
https://www.ecodebate.com.br/2012/07/24/poluicao-causada-pelas-atividades-de-mineracao-mata-vilarejos-na-china/
https://www.ecodebate.com.br/2012/07/24/poluicao-causada-pelas-atividades-de-mineracao-mata-vilarejos-na-china/
https://www.ecodebate.com.br/2012/07/24/poluicao-causada-pelas-atividades-de-mineracao-mata-vilarejos-na-china/
 
 
 
9 
 
Figura 2: Degradação ambiental gerada pela mineração na região de Guararama (SP) (Fonte; 
Sanches e Mechi, 2010). 
 
2 Estudo de Impactos Ambientais no Brasil 
 
O primeiro Estudo de Impactos Ambientais (EIA) realizado no Brasil foi o 
da barragem e usina hidreletrica de Sobradinho (BA), no rio São Francisco, em 
1972, de acordo com Moreira (1989 apud Tommasi, 1994). 
A elaboração do EIA seguido do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) 
é exigência para o licenciamento de diversas atividades consideradas efetivas 
ou potencialmente causadoras de significativa degradação do meio ambiente, 
como é o caso da atividade minerária (Resolução CONAMA 001/86). Segundo 
essa mesma Resolução, no seu artigo 6, o EIA tem que contemplar no mínimo 
as seguintes etapas: 
 
 
 
10 
 
“I- Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, completa descrição 
e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo 
a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, 
considerando: 
 
a) o meio físico  o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos 
minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o regime 
hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas; 
 
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais  a fauna e a flora, destacando 
as espécies indicadoras da qualidade ambiental, devalor científico e eco-
nômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação 
permanente; 
 
c) o meio socioeconômico  o uso e ocupação do solo, os usos da água 
e a sócio-economia, destacando os sítios e m onumentos arqueológicos, histó-
ricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a so ciedade 
local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos. 
 
II- Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de 
identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prová-
veis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos (be-
néficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, 
temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cu-
mulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais. 
 
III- Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os 
equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a 
eficiência de cada uma delas. 
 
lV- Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento (os 
impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem 
considerados). 
 
 
 
11 
 
Essa mesma resolução estabelece as obrigações dos órgãos ambientais das 
diversas esferas da Federação: 
 
“Parágrafo Único  Ao determinar a execução do estudo de impacto Ambiental 
o órgão estadual competente; ou o IBAMA ou quando couber, o Município forne-
cerá as instruções adicionais que se fizerem necessárias, pelas peculiaridades 
do projeto e características ambientais da área”. 
 
A Resolução CONAMA 279/2001 estabelece que, para o caso de atividades com 
potencial poluidor consideradas de pequeno impacto, pode ser elaborado um 
RAS: 
 “I - Usinas hidrelétricas e sistemas associados; 
II - Usinas termelétricas e sistemas associados; 
III - Sistemas de transmissão de energia elétrica (linhas de transmissão e su-
bestações); 
IV - Usinas eólicas e outras fontes alternativas de energia. 
 
Parágrafo único. Para fins de aplicação desta Resolução, os sistemas associa-
dos serão analisados conjuntamente aos empreendimentos principais. Art. 2º 
Para os fins desta Resolução são adotadas as seguintes definições: 
I - Relatório Ambiental Simplificado (RAS): os estudos relativos aos aspectos 
ambientais relacionados”. A proposta de conteúdo mínimo para a elaboração do 
RAS consiste em um subconjunto de informações necessárias no EIA, sendo 
constituído das seguintes etapas. 
 
A - Descrição do Projeto 
- Objetivos e justificativas, em relação e em compatibilidade com políticas 
setoriais, planos e programas governamentais; e 
- Descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, conside-
rando-se a hipótese de não realização, especificando a área de influência. 
 
B - Diagnóstico e Prognóstico Ambiental 
 
 
 
12 
- Descrição dos prováveis impactos ambientais e socioeconômicos da implan-
tação e operação da atividade, considerando-se o projeto, suas alternativas, os 
horizontes de tempo de incidência dos impactos e indicando métodos, técnicas 
e critérios para sua identificação, quantificação e interpretação; e 
- Caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, conside-
rando-se a interação dos diferentes fatores ambientais. 
 
C - Medidas Mitigadoras e Compensatórias 
- Medidas mitigadoras e compensatórias, identificando os impactos que não pos-
sam ser evitados; 
- Recomendação quanto à alternativa mais favorável; 
- Programa de acompanhamento, monitoramento e controle. 
 
As partes iniciais de informações gerais sobre o empreendimento, a ca-
racterização do empreendimento e a área de influência são comuns a todos os 
documentos (EIA, RIMA e RAS), o que diferenciará o EIA dos demais é o maior 
aprofundamento e detalhamento de cada uma das partes seguintes. 
Podemos, assim esquematizar, as etapas de elaboração de um EIA con-
forme a Figura 3. 
 
Figura 3 : As etapas de elaboração de um EIA - (Fonte: Prof. Eduar do Lucena Cavalcanti de 
Amorim, dis ponível em 
http://www.ctec.ufal.br/professor/elca/Aula%20Conceitos%20AIA2.pdf) 
 
 
 
 
13 
3 Prospecção e exploração mineral 
 
A Organização das Nações Unidas define a mineração como um processo 
de extração, elaboração e beneficiamento de minerais encontrados no estado 
natural sólido, como o carvão, líquido, como o petróleo bruto ou gasoso, como o 
gás natural. 
A importância socioeconômica dos minerais vem desde o início das civili-
zações, em que o ferro e o carvão eram utilizados na cocção de alimentos na 
Revolução Industrial. A demanda por bens minerais e o mercado consumidor 
têm crescido, desde aquela época proporcionando maior geração de renda. Hoje 
a indústria da mineração é considerada uma das atividades de maior represen-
tatividade econômica de países como África do Sul, Austrália, Brasil, Canadá e 
Estados Unidos. No Brasil, a mineração está entre as atividades econômicas 
mais antigas e tradicionais. 
As áreas com potencial para exploração mineral são identificadas através 
da prospecção mineral, que é um termo da geologia utilizado para conceituar 
trabalhos minerários e geológicos em busca de jazigos minerais ou petrolíferos. 
A prospecção é a primeira etapa de utilização de um depósito mineral, conside-
rada a mais primitiva e sistemática das explorações. Amineração é um projeto 
que necessita de planejamento, compilação de dados, pesquisa bibliográfica, re-
conhecimento, identificação e testes de alvos, desenvolvimento de estudos so-
bre o depósito mineral, desenvolvimento da mina e da mineração. 
A prospecção ocorre em três etapas: exploração geológica, avaliação de 
depósitos através de furos de sonda e a prospecção superficial através de amos-
tragens sejam em poços, trincheiras, afloramentos, trabalhos geofísicos ou geo-
químicos. 
A prospecção é iniciada com mapeamento e sensoriamento remoto, os 
quais permitem detectar falhas ou pontos geológicos indicativos da presença de 
minerais. Quando identificados, amostras são coletadas e encaminhadas para 
análises. Detectores de metais, concentradores e separadores de minerais tam-
bém são de uso na prospecção. A depender da identificação das rochas e mine-
rais, pode-se optar pelos métodos geológicos geofísicos ou geoquímicos, que 
por sua vez dependem do tamanho da região e informações necessárias. 
 
 
 
14 
Os métodos geofísicos têm sido considerados os mais eficientes e são 
complementares aos dados obtidos em mapeamentos geológicos e amostra-
gens geoquímicas. Muitos depósitos podem estar em profundidades elevadas e 
para minimizarem os impactos ambientais, as metodologias geofísicas são as 
mais indicadas para a prospecção mineral. Com a evolução das técnicas, ima-
gens e modelos 3D tem sido amplamente utilizados. Alguns métodos geofísicos 
são sísmicos, magnéticos, de gravidade e elétricos. 
Os métodos geoquímicos compreendem avaliações químicas das rochas, 
solos, sedimentos, águas (hidrogeoquímica) e vegetação (geobotânica), plantas 
em prol da identificação de anomalias indicativas de áreas para exploração mi-
neral. São mais aplicados à localização de depósitos e jazidas minerais. 
A exploração mineral é a segunda etapa da atividade minerária planejada. 
Nesta, algumas técnicas mais refinadas são utilizadas como a perfuração, que 
está entre as mais confiáveis e mais caras para confirmar ou negar a existência 
de depósito de minério. As análises das amostras minerais permitem a geólogos 
e a engenheiros de minas calcular tonelagem, o grau ou a riqueza do depósito 
mineral. Muitos países exigem uma AIA especifica para a fase de exploração, 
pois os impactos podem ser profundos. 
A exploração mineral moderna tem sido impulsionada em grande parte 
pela tecnologia,a exemplo das extensões significativas de depósitos preexisten-
tes associados a minas operacionais ou abandonadas, que tem extraído mine-
rais remanescentes. 
A exploração mineral pode ocorrer em superfície ou a céu aberto e sub-
superfície ou subterrânea. A exploração em superfície remove minerais próximos 
à superfície da terra e o preço da exploração é mais baixo, pois os minerais estão 
expostos. Após remoção da camada superficial do solo, perfuração, remoção de 
resíduos, explosão e escavação, o minério é transportado por caminhões para 
instalações apropriadas para beneficiamento ou processamento. A exploração 
de minas de carvão é um bom exemplo de exploração mineral superficial. O uso 
deste método preferido praticado nas minas e carvão por ser 
menos trabalhoso e pela maior produção em relação a subterrânea, mesmo 
sendo altamente destrutiva. Este tipo de exploração emite particulados, cau-
sando alterações na topografia, dispondo estéreis em pilhas, formando paisa-
gens lunares. 
 
 
 
15 
Apesar do grande interesse econômico, a mineração de superfície, causa 
perturbações em grandes extensões de terra, causando diversos danos ambien-
tais, como: 
a) Destruição das paisagens e florestas através do desmatamento impactando 
severamente a vida selvagem; 
b) Erosão do solo, limitando a possibilidade de uso para fins agrícolas; 
c) Perda da mata ciliar; 
d) Contaminação do solo e lençol freático por produtos tóxicos; 
e) Emissão de particulados para atmosfera impactando diretamente na quali-
dade de vida das pessoas. 
A exploração subsuperfície consiste na escavação de túneis e poços na 
terra para alcançar a rocha mineralizada localizada abaixo da superfície da terra 
e envolve escavação de eixos de acesso ou do depósito mineral e a instalação 
de suporte do solo para manter estabilidade das instalações. A exploração em 
subsuperfície depende da topografia local, profundidade e do tipo de mineral 
extraído e impacta diretamente o solo, causando outros danos ambientais: 
a) Resíduos na superfície; 
b) Alteração no fluxo da água subterrânea; 
c) Emissão de compostos tóxicos no ar; 
d) Lançamento de compostos tóxicos na água. 
Estes são impactos que trazem à população ações de repúdio contra a 
instalação de mineradoras em muitos municípios, principalmente quando há o 
conhecimento apropriado de tais impactos, afetando a qualidade de vida. Exis-
tem relevantes casos dos impactos socioambientais das atividades minerárias, 
a exemplo do município de Santo Amaro, Recôncavo da Bahia, onde as ativida-
des de beneficiamento do minério de chumbo (galena) promoveram um dos 
casos mais emblemáticos de contaminação urbana por chumbo do mundo. 
 
4 Beneficiamento Mineral e Impactos Ambientais 
 
É a fase de separação do mineral em constituintes para obter o produto 
desejado. O beneficiamento objetiva tratar, concentrar ou purificar o minério 
 
 
 
16 
sem alterar sua constituição química. Nesta etapa, o minério deverá ser avali-
ado quanto ao tamanho (granulometria), forma, concentração, separação e ex-
tração da fração nãointeressada. A fase de beneficiamento é a que gera 
grande parte dos resíduos. 
Por exemplo, na mineração de cobre (Cu), grandes áreas podem ser ex-
ploradas e se obter como produto de qualidade apenas 1%, já o ouro (Au) al-
guns centésimos de uma percentagem. 
Considerando-se os efeitos ambientais gerados existem quatro tipos de 
beneficiamento com base na NBR 12649/92: 
1. Sem beneficiamento – minério extraído e comercializado in natura, a exem-
plo de rochas ornamentais; 
2. Beneficiamento à seco – operações à seco como britagem, peneiramento e 
preparação de rochas ornamentais. Este método é potencial gerador de emis-
sões atmosféricas; 
3. Beneficiamento a úmido – ocorre com o minério úmido ou em meio liquido. 
Incluem peneiramento e moagem e são geradores de efluentes líquidos; 
4. Beneficiamento com insumos químicos – utilização de produtos químicos 
como na amalgamação frequentemente utilizada nos garimpos de ouro. É a 
forma de beneficiamento com maior geração de impactos ambientais. 
Após beneficiamento mineral, o volume de rejeitos gerados com valor 
econômico pode indicar baixa eficiência, o que significa perdas financeiras, 
maior produção de rejeitos e mais impactos ambientais. Esta baixa eficiência é 
denominada de Baixa Recuperação. 
As técnicas de beneficiamento podem impactar o ambiente através do: 
uso de mercúrio para amalgamação do ouro, efluentes ricos em metais tóxicos 
lançados nos rios e córregos, emissões de particulados através de processos 
de britagem e moagem, entre outros. 
Os impactos ambientais gerados no processamento mineral têm sido de-
masiadamente preocupantes para a sustentabilidade das atividades. As ativi-
dades minerárias como extração, beneficiamento e processamento de minerais 
estão no topo das mais impactantes englobadas em cinco categorias de acordo 
com a CPRM (2002): poluição da água, poluição do ar, poluição sonora, sub-
sidência de terreno, incêndios causados por carvão e rejeitos radioativos. 
 
 
 
 
17 
5 Disposição, tratamentos e aproveitamento de re-
síduos/rejeitos minerais 
 
O grande volume de resíduos gerados no beneficiamento, a exemplo do 
cobre, mencionado anteriormente, traz indagações à cerca da disposição e des-
tino final destes resíduos. O volume depende da eficiência do processo de ex-
tração, concentração do mineral, localização da jazida entre outros. Os resíduos 
sólidos da extração no decapeamento da mina são denominados estéril ou re-
jeitos, ou seja, materiais escavados, sem valor econômico resultante do trata-
mento/beneficiamento. 
Os rejeitos são dispostos em áreas da mineradora ou espaços públicos 
em forma de pilhas. Em alguns casos, os rejeitos são depositados nos solos. 
Algumas espécies vegetais conseguem resistir a toxicidade dos resíduos. 
As áreas para disposição legal e sustentável de resíduos devem estar 
localizados distantes de Áreas de Preservação Permanente (APP) e segundo o 
Instituto Brasileiro de Mineração, a geologia da área deve ser bem conhecida 
para que os efeitos dos resíduos possam minimizar a produção (IBRAM, 2016). 
No Brasil, a disposição de estéril (resíduo da lavra) deve ocorrer de acordo com 
a NBR13029. 
Os métodos comumente utilizados para deposição de rejeitos são em re-
servatórios criados por diques de contenção ou barragens, que devem ser cons-
truídos com todas normas de segurança para impedir infiltração de efluentes da-
nosos, evitando danos socioambientais de grande repercussão. 
O descarte pode ser a granel (transportado por caminhões ou correias) e 
polpa (mistura água e solido), transportado por tubulações através de sistema 
de bombeamento ou por gravidade. 
 
 
5.1 Forma de Disposição dos rejeitos minerais 
 
Algumas formas de disposição, como as barragens de rejeito, são muito 
utilizadas, sendo construídas utilizando solos, ou o próprio rejeito. Um dique de 
partida, ou seja, com uma determinada altura é construído e a barragem passa 
 
 
 
18 
por alteamentos ao longo da sua vida útil, podendo ser por três métodos (IBRAM, 
2016): 
a) Montante – é o mais antigo, simples e econômico. O rejeito é lançado através 
de canhões em direção à montante da linha de simetria do dique, formando uma 
praia de deposição, que farão parte da estrutura de contenção; 
b) Jusante – consiste na construção de um dique de partida de solo em que 
alteamentos subsequentes são realizadas para jusante. Podem ser empregados 
os próprios rejeitos, solos ou estéril da lavra para sua construção; 
c) Linha de centro – é o método intermediário entra a jusante e montante. O 
rejeito é lançado a montante do dique de partida, formando uma praia e o altea-
mento subsequente é construído lançando aterro sobre o limite da praia e no 
talude da jusante. 
Na Figura 4 os três métodos podem ser observados. 
 
 
Figura 4: Métodos construtivos debarragens de rejeito (Adaptado de Araújo, 2006). 
 
 
 
 
19 
As barragens, a montante e linha de centro apresentam vantagens eco-
nômicas e baixo custo. As barragens devem ser construídas de acordo as nor-
mas de construção e segurança. 
A Lei no 12.334 que estabelece a Política Nacional de Segurança de Bar-
ragens foi sancionada em 2010 associada a Lei no 12.305/2010, que instituiu a 
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) tem proposto ações voltadas a 
segurança de barragens (BRASIL, 2010). 
 
5.2 Tratamento de resíduos e aproveitamento 
 
 
O montante de resíduos produzidos pelas atividades mineradoras é uma 
das principais preocupações pós beneficiamento mineral. Estes resíduos por 
muitas vezes ficam nos pátios das mineradoras dispostos a céu aberto ou utili-
zados para os mais diversos fins sem devido conhecimento. 
No município de Santo Amaro, Recôncavo da Bahia, cerca de 490 mil 
toneladas de resíduo do processamento da galena, minério de chumbo, foram 
dispostos no pátio, a céu aberto. Parte destes resíduos foram doados para pavi-
mentação das ruas do município e para aterramento de quintais de casas resi-
denciais. Após esta “tragédia”, o município ficou conhecido como um dos mais 
contaminados por chumbo no mundo. Santo Amaro é apenas um exemplo dos 
diversos existentes no Brasil e no mundo. Talvez pela falta de informações mais 
específicas, as pessoas acabam sendo expostas a riscos que a princípio soam 
como algo benéfico. 
O tratamento de resíduos, mesmo que estes sejam para fins de reuso, é 
de fundamental importância para evitar impactos socioambientais sem prece-
dentes. Os rejeitos, em muitos casos são ricos em substâncias tóxicas que po-
dem levar a contaminação da água, do solo, do ar, da fauna, flora e população. 
Os efluentes das atividades de mineração devem passar por um processo 
de eliminação de componentes tóxicos, sólidos suspensos, nitratos entre outros, 
que são contaminantes de elevado risco para o meio ambiente. Algumas alter-
nativas podem ser utilizadas para o tratamento dos resíduos como o uso de la-
goas de rejeitos, a desidratação e eliminação de rejeitos secos e a disposição 
de rejeitos utilizando emissários submarinos (quando as minas estão próximas 
 
 
 
20 
do mar). A eliminação de rejeitos secos tem sido a opção da maioria das mine-
radoras e a disposição de rejeitos utilizando emissários submarinos é ilegal 
frente a várias jurisdições. 
Para que a água utilizada na mineração não impacte o ambiente, empre-
sas de mineração principalmente as americanas tem desenvolvido planos de ge-
renciamento e utilizando técnicas de tratamento e monitoramento da qualidade 
da água. Estas técnicas estão sumarizadas abaixo: 
a) Interceptar e desviar água superficial; 
b) Reciclar a água utilizada no processamento; 
c) Capturar água de drenagem; 
d) Permitir evaporação das águas em lagoas; 
e) Instalar revestimentos e coberturas sobre rochas de resíduos e pilhas de mi-
nério, reduzindo assim o contato com água subterranea. 
Pesquisas têm sido realizadas em busca do reaproveitamento de resí-
duos da mineração, sendo uma opção para mitigar os impactos dos mesmos no 
ambiente, diminuindo a exposição de humanos a contaminantes. Infelizmente 
existe um grande volume de resíduos produzidos e um pequeno volume reutili-
zado, seja por falta de planejamento ou pelos custos que podem trazer a mais 
que o planejado. O que muitas minerados têm proposto a fazer, principalmente 
fora do Brasil é atender as legislações ambientais de forma que os impactos 
gerados sejam minimizados cada vez mais. 
 
6 O estado de Minas Gerais e a mineração 
 
O estado de Minas Gerais é destaque no cenário nacional, possuindo al-
gumas das maiores jazidas, províncias e distritos minerais do país, além de cen-
tenas de ocorrências menores. No núcleo arqueano-paleoproterozoico estão, 
por exemplo, grandes distritos minerais de ouro e ferro, sendo esses, respecti-
vamente, o Supergrupo – greenstone belt Rio das Velhas e o Supergrupo Minas, 
ambos na região do Quadrilátero Ferrífero. Já nos cinturões marginais do estado 
estão a região de Porteirinha detentora de ferro; a Província Pegmatítica Orien-
tal, com pedras preciosas; a jazida aurífera de Morro do Ouro; o nióbio do Maciço 
de Araxá; estanho e tântalo, além de bauxita. Outros bens minerais do estado 
 
 
 
21 
ainda incluem, entre outros, depósitos e minas de Mn, Ni, Co, ETR, Al, Ta, dia-
mante, P, Cr, esmeralda, calcário, grafita, e rochas ornamentais. 
 O setor mineral do Estado faturou R$ 14,75 bilhões no segundo trimes-
tre deste exercício. O valor representa um avanço de 14,6% na comparação 
com os três meses imediatamente anteriores, quando o resultado atingiu R$ 
12,87 bilhões. Os dados foram divulgados, nessa terça-feira(21), pelo Instituto 
Brasileiro de Mineração (Ibram). Minas respondeu por 36% do faturamento do 
setor no País no segundo trimestre de 2020. De abril a junho, o faturamento 
da indústria nacional de mineração chegou a R$ 39,2 bilhões, em dados que 
excluem a produção de petróleo e gás. O montante representa aumento de 
9% sobre o primeiro trimestre de 2020, quando o faturamento havia sido de 
R$ 36 bilhões. 
À frente de Minas Gerais, apenas o estado do Pará, cujas receitas ficaram em 
R$ 17,77 bilhões – ou o equivalente a 43% do montante brasileiro. 
 De acordo com o balanço da entidade, no Brasil, a produção de minério 
de ferro (Figura 5) rendeu às empresas uma receita de R$ 23,28 bilhões ape-
nas no último trimestre, representando 53,9% do total. Logo em seguida vie-
ram ouro (R$ 5,4 bilhões) e cobre (R$ 3 bilhões). Somam 81% as representa-
tividades dos estados do Pará e Minas Gerais no faturamento nacional. 
 
 
 
 
22 
Figura 5: A produção nacional de minério de ferro rendeu R$ 23,28 bilhões de abril a junho, de 
acordo com o Ibram (Fonte: https://diariodocomercio.com.br/economia/receita-da-mineracao-
cresce-145-em-mg/) 
 
7 Impactos diretos da mineração 
 
Apesar da grande relevância para o produto interno bruto (PIB) do país, a 
extração mineral gera perdas na biodiversidade, na fertilidade natural do solo e 
interferência nos recursos hídricos. Estas perdas estão associadas as mais di-
versas etapas da exploração mineral como abertura de cava, uso de explosivos, 
ruídos e vibrações, transporte e beneficiamento os quais impactam a qualidade 
do ar, da água (alterações hidrogeológicas) e do solo (restringindo seu uso para 
outros fins) (Figura 6), que consequentemente afetam a flora, fauna e saúde hu-
mana. Assim a mineração é uma das atividades que mais causam desmata-
mento e poluição. 
 
Figura 6: Impactos Ambientais resultantes das atividades de mineração (Fonte: Bonfim, 2017). 
 
Durante a exploração, é imprescindível algumas observações para que 
não ocorrem impactos ambientais e na saúde humana como a qualidade das 
águas subterrâneas e superficiais, possibilidades da drenagem ácida, proximi-
dade com aquíferos, presença de oligoelementos no solo como Hg e As, pre-
sença de comunidades biológicas sensíveis, entre outros. 
 
 
 
 
 
23 
7.1 Impactos no Ar 
 
As operações de mineração mobilizam quantidades de materiais e pilhas 
de resíduos em que pequenas partículas sólidas desprendem-se, formando nu-
vens de poeiras, facilmente dispersas pelo vento, que comprometem a qualidade 
do ar. As principais fontes de poluição atmosférica são matriz de partícula e 
emissão de gases. 
 
7.2 Impactos na Água 
 
Há um consumo elevado de água no processamento minerário para a re-
cuperação de metais, limpeza, bombeamento, transporte, resfriamento, controle 
de poeira e necessidades dos trabalhadores. A qualidade da água de subsuper-
fície e subterrânea devem ser priorizadas de forma que a sustentabilidade da 
vida aquática e animais silvestres terrestres sejam mantidas. Ainda assom, a 
maior parte das mineradoras do Brasil poluem as águas pelo descarte de lama,seguida por compostos químicos solúveis quando não controlados. 
As atividades minerárias afetam e deterioram a qualidade da água principal-
mente pela descarga no sistema de drenagem em superfície. Afeta o pH e turbi-
dez da água, causa adsorção de metais, morte de espécies, perturbação do solo, 
alterações do habitat, etc. Além disso a água de má qualidade afeta a saúde 
humana, pode aumentar a solubilidade de metais pesados tornando as águas 
tóxicas, deixando-a inviável para muitas formas de vida aquática. 
 
7.3 Impactos no Solo 
 
A mineração envolve extração de materiais e minérios na superfície ter-
restre, sendo considerada a atividade que mais degrada a qualidade do solo. 
Além disso, as rotinas das atividades de mineração modificam a paisagem, ex-
pondo os solos a erosão além da lixiviação de contaminantes afetar os solos. A 
mineração superficial, por exemplo, é a que mais degrada o solo devido supres-
são da vegetação e abertura de cavas e construção de vias de acesso. Essas 
atividades tornam, a longo prazo, as terras improdutivas. 
 
 
 
 
24 
7.4 Impactos na Biosfera 
 
A perda da biodiversidade é uma das maiores consequências das ativida-
des de mineração, devido a degradação da vegetação a qual é destruída para 
que a exploração seja iniciada. A remoção da vegetação impacta na redução de 
alimentos e de abrigo para a vida selvagem. É importante que a vegetação da 
área seja cuidadosamente catalogada para que as espécies possam ser utiliza-
das na recuperação da área. A fauna também deve ser catalogada, fazendo o 
controle de refúgio das espécies após destruição do seu habitat. 
 
7.5 Impactos Sociais e a saúde da população 
 
As comunidades são expostas a impactos do ar, da água, do solo, ruídos 
e vibrações que causam danos à saúde em muitos casos são sentidos a longo 
prazo. Estes impactos na saúde humana podem ocorrer imediatamente, como 
os acidentes, ou ser de forma progressiva, como estresse, radiação e doenças 
pulmonares. 
Em explorações subterrâneas, os impactos na saúde do trabalhador são 
mais danosas devido a exposição ao ambiente úmido, escuro, incomum, baru-
lhento, além da poeira gerada pela perfuração e uso de explosivos que podem 
causar entre outros, doenças pulmonares graves. 
Impactos sociais da mineração tais como descaso com a saúde, falta de 
suporte psicológico, população com elevado índice de doenças, como o câncer, 
crianças nascendo com órgãos expostos, transmissão de contaminantes, rios, 
mariscos e alimentos contaminados, enfim, são alguns casos e relatos encontra-
dos na literatura, em muito dos exemplos citados uma clara violação dos direitos 
básicos dos indivíduos. Outros impactos sociais são mudanças nas característi-
cas da população, seja pelo tamanho, composição, tradições, atividades produ-
tivas; divergências entre empresas mineradoras, tomadores de decisão e popu-
lação. Em muitos casos, as comunidades são deslocadas das suas terras devido 
aos conflitos socioambientais que acabam prejudicando o bem-estar. 
 
 
 
25 
 
8 Estudo de Impacto Ambiental (EIA), Relatório de 
Impacto Ambiental (RIMA) e Avaliação de Impacto Am-
biental (AIA) 
 
A implantação de qualquer atividade ou obra efetiva ou potencialmente 
degradadora deve submeter-se a uma análise e controle prévios, como no caso 
da atividade minerária. Tal análise se faz necessária para se preveem os riscos 
e eventuais impactos ambientais, assim podem ser prevenidos, corrigidos, miti-
gados e/ ou compensados quando da sua instalação, da sua operação e, em 
casos específicos, do encerramento das atividades. 
Um dos principais instrumentos desse controle é a avaliação de impactos 
ambientais (AIA), que aparece na própria Constituição Federal de 1988, no artigo 
225, §1o, inc. IV, sob a forma de estudo prévio de impacto ambiental (EIA), bem 
como na lei 6.938/1981 (art. 9o, inc. III). 
 
Além das previsões constitucionais e da Lei da Política Nacional do Meio 
Ambiente, a Resolução CONAMA 237/97 reitera a exigência do estudo prévio de 
impacto ambiental para atividades consideradas efetivas ou potencialmente cau-
sadoras de significativa degradação do meio ambiente. 
A AIA como instrumento de política do meio ambiente, visa garantir o pró-
prio princípio da precaução, o incremento dos níveis de informação e transpa-
rência na execução de projetos com potencial poluidor, atraindo a sociedade civil 
organizada e, com ela, o aumento da participação popular e dos mecanismos de 
controle de ação do estado. O EIA deve ser elaborado por profissionais legal-
mente habilitados e deve: 
 Trazer todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto, con-
siderando sempre a hipótese de não execução do projeto; 
 Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas 
fases de implantação e operação da atividade; 
 
 
 
26 
 Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetados 
pelos impactos, considerando sempre a bacia hidrográfica na qual se lo-
caliza; 
 Considerar a compatibilidade do projeto com os planos e programas go-
vernamentais Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto 
Ambiental (RIMA). 
 
O EIA e RIMA objetivam construir um programa que controle o uso dos re-
cursos envolvidos através do Meio Físico, estudando o clima, o ar, a geologia, 
geomorfologia, recursos hídricose o solo; Meio Biológico, estudando os ecossis-
temas terrestres, aquáticos e de transição; e o Meio Antrópico, envolvendo a 
dinâmica populacional, uso e ocupação do solo, qualidade de vida e organização 
social. Os estudos são realizados por especialistas multidisciplinares com dados 
técnicos detalhados (Resolução 001/86 do CONAMA). 
Considerando a extensão, a quantidade de detalhes e o fato do EIA ser redi-
gido em linguagem técnica, deve ser elaborado o Relatório de Impacto Ambiental 
(RIMA), em linguagem mais acessível, com o objetivo de atender à demanda da 
sociedade por informações a respeito do empreendimento e de seus impactos. 
O RIMA é exigido em todos os casos em que se exige o EIA, sendo que o RIMA 
deve oferecer informações essenciais para que a população tenha conhecimento 
das vantagens e desvantagens do projeto e as consequências ambientais de 
sua implementação. Em termos gerais, pode-se dizer que o EIA é um documento 
técnico e que o RIMA é um relatório com linguagem mais popular, devendo con-
ter, de acordo com os incisos I a VIII do art. 9o da Resolução CONAMA 001/86: 
os objetivos e as justificativas do projeto, resumo dos resultados dos estudos de 
diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, a descrição dos prováveis 
impactos ambientais, o programa de acompanhamento e monitoramento dos im-
pactos, a recomendação quanto à alternativa mais favorável, entre outras ques-
tões. De acordo com o art. 11 da Res. 237/97, os custos relativos aos estudos 
necessários ao processo de licenciamento ambiental correrão por conta do em-
preendedor, no caso, da empresa mineradora. A imparcialidade dos estudos fica 
por conta das responsabilizações administrativas, civis e penais pelas informa-
ções contidas nos estudos de impacto ambiental. 
 
 
 
27 
A AIA tem por objetivo conhecer o potencial impactante da atividade e iden-
tificação das medidas de mitigação. Os estudos da AIA são resultantes de um 
processo político que busca atender uma demanda social que foi amadurecendo 
desde o final dos anos 60 nos Estados Unidos. A Avaliação de Impacto Ambien-
tal é estabelecida a partir dos EIA. 
A AIA deve responder ao órgão ambiental: 
i- se os impactos ambientais a serem gerados estarão dentro dos limites 
das leis, normas e regulamentos aplicáveis; 
ii- se a tecnologia mais indicada e eficiente será adotada; 
iii- se os impactos a serem gerados estarão em níveis de assimilação 
(dentro da capacidade de autorregeneração) sob o ponto de vista am-
biental para os meios físicos, biológicos e antrópicos.Para uma AIA seja de maneira formal ou informal deve desempenhar as 
etapas da Figura 7, de acordo a Resolução CONAMA 01/86: 
 
 
Figura 7: Etapas da elaboração da Avaliação de Impactos Ambientais de acordo com a resolução 
CONAMA 01/86 (Fonte: Bonfim, 2017). 
 
 
Apresentação da proposta deve-se entregar memorial descritivo e a pu-
blicação em jornal com anúncio da intenção de realizar determinada iniciativa e 
 
 
 
28 
a triagem necessita da avaliação ambiental preliminar, ambas etapas para ob-
tenção do parecer técnico que defini o nível de Avaliação Ambiental e o tipo de 
estudo necessário. Na triagem, pode-se enumerar os problemas para efetividade 
da AIA. É possível verificar na Resolução CONAMA 01/86 uma lista positiva 
de obras e empreendimentos que podem ser submetidos a este procedimento. 
E existem regulamentações que preconizam aplicação de procedimentos em 
áreas ambientalmente sensíveis. 
Abrangência e conteúdo do EIA é necessário o plano de trabalho para 
obter os termos de referência. Toda regulamentação sobre AIA estabelece crité-
rios para a realização dos EIA adaptados a cada caso. A participação publica 
principalmente das comunidades que serão afetadas é essencial para o sucesso 
do processo de AIA, assim como para a adequada elaboração e revisão do Es-
tudo e do Relatório de Impacto Ambiental. 
Elaboração do EIA e RIMA com os termos de referência entregues, tem-
se como produto final o EIA e RIMA (que visa comunicar ao público as principais 
conclusões do EIA). Nesta fase de elaboração, deve-se atender a informações 
como descrição do empreendimento, legislação incidente, discussão de alterna-
tivas tecnológicas e locacionais, diagnóstico ambiental, análise dos impactos 
ambientais, medidas mitigadoras e plano de monitoramento. 
Análise técnica utiliza-se o EIA para obtenção de parecer técnico. O 
EIA/RIMA é revisado pelo órgão governamental responsável pelo processo de 
AIA. No Brasil, são os órgãos estaduais de meio ambiente e como supletivo a 
ambiental federal. Nesta etapa, o foco é a qualidade do EIA e não o mérito do 
empreendimento que se deseja licenciar. 
Consulta pública sobre o empreendimento e estudos apresentados. No 
Brasil, a única forma é através de audiência pública realizada no final da AIA 
com objetivo de informar ao público sobre o projeto e seus impactos e informar 
aos responsáveis e proponentes sobre as expectativas e eventuais objeções do 
público. 
 
8.1 Métodos de Avaliação de Impactos da Mineração 
 
Para realizar a AIA, deve-se seguir uma metodologia embasada em nor-
mas que variem de acordo com o fator ou parâmetro ambiental (clima, geologia, 
 
 
 
29 
fisiografia, hidrologia, pedologia, vegetação, vida silvestre, uso do solo). O mé-
todo a ser utilizado deve ser flexível e deve ser revisado constantemente. 
 Estudos para AIA são considerados complexos pelos fatores ambientais 
envolvidos, desta forma existem métodos propostos para servir de referência, 
permitindo determinar com maior precisão as alterações ambientais ocorridas. 
Estes estudos para AIA devem ser geridos por agências federais para orientar e 
planejar ações futuras e manter a população informada sobre potenciais impac-
tos negativos (Environmental Law Alliance Worldwide, 2010). Os procedimentos 
para a AIA foram estabelecidos pela Resolução n.o 001/1986. Dada a importân-
cia atribuída às questões ambientais no Brasil, a sua obrigatoriedade foi incor-
porada à Constituição Federal, promulgada em 1988. 
O processo de AIA surgiu dos Estados Unidos e então diversos métodos 
foram sistematizados e sua expansão gerou a necessidade de cada país realizar 
adequações para seu uso. As linhas metodológicas mais utilizadas no Brasil são: 
Espontâneos (Ad hoc), Listas de controle (Check-list), Matrizes de interações, 
Superposição de Cartas; Redes de interações (Networks), Modelos de simula-
ção, Listagens ponderais. 
 
8.1.1 Ad hoc (espontâneo) 
 
Trata-se de método baseado no conhecimento empírico por estimar os 
impactos ambientais. De fácil organização, interpretação, adequado para casos 
de escassez de dados, mas de grande subjetividade (Tabela 1). 
Surgiu pela necessidade da tomada de decisões no que diz respeito à 
implantação de projetos, considerando o parecer de especialistas em cada es-
pécie de impacto resultante do projeto, além dos pontos econômicos e técnicos. 
Consiste na formação de grupos de trabalho multidisciplinares com profissionais 
qualificados em diferentes áreas de atuação, apresentando suas impressões 
baseadas na experiência para elaboração de um relatório que irá relacionar o 
projeto a ser implantado com seus possíveis impactos causados. Esta metod-
ologia quando utilizada isoladamente deve desenvolver a AIA de forma simples, 
de fácil interpretação e de maneira dissertativa. A referida metodologia é ade-
quada às situações com escassez de dados e quando a avaliação deve ser dis-
ponibilizada em um curto espaço de tempo. A vantagem desse método, além de 
 
 
 
30 
ser realizada em curto espaço de tempo como já mencionado anteriormente, 
proporciona menores gastos e é facilmente compreensível pelo público em geral. 
Por outro lado, exibe um alto grau de subjetividade, visto que considera a análise 
qualitativa e deixa de lado o caráter quantitativo da avaliação, além de ser 
passível de espacialização via SIG (Sistema de Informação Geográfica) e utilizar 
informações que normalmente encontram-se disponíveis. 
As consultas “ad hoc” compõem a maioria dos métodos de AIA, em pelo 
menos uma de suas fases, porém o método “ad hoc” sozinho não contempla as 
exigências da legislação vigente, devendo ser usado como uma etapa dentro do 
processo de avaliação e não como método absoluto. 
 
Tabela 1: Identificação e classificação de Impactos ambientais pelo método Ad Hoc. 
(Fonte: https://pt.slideshare.net/aalecar/avaliacaode-impactos). 
 
8.1.2 Check-list (listagem) 
 
 Este método é prático, fácil de usar e é útil em estudos preliminares para 
identificação de impactos. A listagem representa um dos métodos mais utilizados 
em AIA em fase inicial. Consiste na identificação e enumeração dos impactos, a 
partir da diagnose ambiental realizada por especialistas dos meios físico, biótico 
e socioeconômico. Os especialistas deverão relacionar os impactos decorrentes 
das fases de implantação e operação do empreendimento, categorizados em 
https://pt.slideshare.net/aalecar/avaliacaode-impactos
 
 
 
31 
positivos ou negativos, conforme o tipo da modificação antrópica que esteja 
sendo introduzida no sistema analisado. Esse método tem como principal vanta-
gem reunir os mais prováveis impactos associados a um projeto, facilitando o 
entendimento por profissionais de diversas áreas. Entretanto, tal metodologia 
não identifica impactos diretos, não considera características temporais dos im-
pactos, não considera a dinâmica dos sistemas ambientais e na maioria dos 
casos não indica a magnitude dos impactos, além de obter resultados subjetivos. 
Stamm (2003) cita cinco tipos básicos de listagem de controle, que são: 
simples, descritivas, escalares, questionários e multiatributos. Essa metodologia 
de impacto ambiental tem como principais vantagens à forma concisa, organi-
zada e compreensiva. Adequado para análises preliminares, indicando a priori 
os impactos mais relevantes; instiga a avaliação das consequências; pode, de 
forma limitada, incorporar escalas de valoração e ponderação. Porém tem como 
principais desvantagens: o compartimentação e fragmentação; não evidencia in-
ter-relações entre os fatores ambientais; a identificação dos efeitos é qualitativa 
e subjetiva; e é impossível identificar impactos secundários e fazer predições. 
 
8.1.3 Matrizes e interações 
 
Este método possibilita comparar diversas alternativas de intervenção, 
abrangendo os meios físicos, bióticos e socioeconômicos. A matriz de interação 
refere-se a uma listagemde controle bidimensional que relaciona os fatores com 
as ações. Tal método é muito eficiente na identificação de impactos diretos (al-
teração do ambiente que entra em contato com a ação transformadora), visto 
que tem por objetivo relacionar as interações entre os fatores ambientais e os 
componentes do projeto. Embora possam incorporar parâmetros de avaliação 
são meramente métodos de identificação, importantes em atividades que pos-
sam causar impactos de maior intensidade e, portanto, devem ser monitorados 
com bastante atenção. 
A metodologia de matriz de interações teve início a partir da tentativa de 
suprir as falhas observadas nas listagens (check-list). A Matriz de Leopold 
(Tabela 2), elaborada em 1971, é uma das mais conhecidas e utilizadas mun-
dialmente, sendo que a mesma foi projetada com o intuito de avaliar os impactos 
associados a quase todos os tipos de implantação de projetos. A referida Matriz 
 
 
 
32 
é baseada em uma lista de 100 ações com potencial de possíveis provedores de 
impacto ambiental e 88 características e condições ambientais que podem ser 
impactadas, representadas por linhas. Faz-se necessário, inicialmente, assinalar 
todas as possíveis interações entre as ações e os fatores, para que posterior-
mente se estabeleça a magnitude e a importância de cada impacto em uma 
escala que varia de 1 a 10. A partir disto, é possível identificar e avaliar se o 
impacto em questão se é positivo ou negativo. 
 Enquanto o aferimento dos valores da magnitude é relativamente objetivo 
ou empírico, referindo-se ao grau de alteração provocado por determinada ação 
sobre o fator ambiental, a atribuição da pontuação para a importância de cada 
impacto é subjetiva ou normativa, visto que envolve atribuição de peso relativo 
ao fator afetado no âmbito do projeto. Além disso, por não estabelecer o princípio 
da exclusão e tampouco relacionar os fatores segundo seus efeitos finais, um 
mesmo impacto pode estar em duplicidade. Também não há distinção dos 
efeitos a curto e médio prazos nem se prega atenção em certos pontos críticos 
do impacto ambiental. 
Resumindo, é um cruzamento entre fatores ambientais e ações potenci-
almente alteradoras do ambiente em uma matriz. A desvantagem é o excessivo 
número de quadrículas, subjetividade e a aplicação é caso a caso. 
 
 
 
 
 
33 
Tabela 2: Representação da matriz de Leopold (Fonte: https://pt.slideshare.net/aalecar/avalia-
caode-impactos). 
 
 
 
 
8.1.4 Superposição de cartas 
 
É um método de confecção de cartas temáticas relativas aos fatores am-
bientais potencialmente afetados pelas alternativas e superposição das mesmas 
segundo conceitos de fragilidade ou de potencial de uso. 
Referem-se a métodos cartográficos desenvolvidos no âmbito do 
planejamento territorial. Procura-se adaptar as técnicas cartográficas para 
aplicá-las na avaliação de impactos ambientais, visando à localização e a iden-
tificação da extensão dos efeitos sobre o meio através do uso de fotografias 
aéreas sobrepostas. A metodologia consiste na montagem de uma série de 
mapas temáticos, sendo que em cada mapa indica-se uma característica cul-
tural, social e física que refletem um impacto. Esses mapas quando integrados 
produzem a síntese da situação ambiental de uma determinada área geográfica, 
podendo ser elaborados de acordo com os conceitos de vulnerabilidade ou po-
tencial dos recursos ambientais (conforme a necessidade de obtenção de cartas 
de restrição ou de aptidão do solo). Nestes mapas, a intensificação das cores é 
entendida como áreas com impactos ambientais mais intensos. 
O referido método é de grande utilidade quando se avaliam questões de 
dimensionamento espacial, como na comparação entre as alternativas analisa-
das em um Estudo de Impacto Ambiental (EIA), sendo este indicado para com-
plementar outra metodologia de AIA. Atualmente, com o auxílio de satélites e 
computação gráfica, a aplicação deste tem se tornado mais simples e rápida e 
com precisão incomparavelmente superior aos métodos anteriores. A metodolo-
gia é vista como uma transcrição mais moderna do método GIS (Geographic 
Information System), sendo que a utilização de computadores ampliou sua gama 
de aplicações e tornou o método ainda mais exato. Segundo Munn (1979), a 
aplicação desta permite repartir a área de um mapa em porções, e cada uma 
dessas porções armazena uma grande quantidade de informações. 
https://pt.slideshare.net/aalecar/avaliacaode-impactos
https://pt.slideshare.net/aalecar/avaliacaode-impactos
 
 
 
34 
A superposição de mapas tem como desvantagens a subjetividade dos 
resultados, a limitação na quantificação dos impactos e a difícil integração de 
impactos socioeconômicos, além de não considerar a dinâmica dos sistemas 
ambientais e requerer altas quantias para sua aplicação. Em contrapartida, 
apresenta visualização espacial e geográfica dos fatores ambientais, tal como 
da extensão dos impactos e proporciona fácil comparação de alternativas. Além 
disso, com o avanço da informática e o crescimento dos sistemas de Informação 
Geográfica e georreferenciamento as operações com mapas tornam-se extrema-
mente ágeis, favorecendo as possibilidades de utilização deste método. 
 
8.1.5 Modelos de Simulação 
 
Método que considera a dinâmica dos sistemas ambientais, suas intera-
ções entre fatores e impactos e as variáveis temporais. Existem profissionais 
qualificados e programas computacionais adequados, implicando em altos cus-
tos. 
Utiliza modelos matemáticos com a finalidade de representar, o mais pró-
ximo possível da realidade, a estrutura e funcionamento dos sistemas ambien-
tais. Apresenta escassez de dados e as relações entre as variáveis são simplifi-
cadas. 
 
 
8.1.6 Redes de interação (Networks) 
 
Trata-se de um método que tem por objetivo as relações entre ações pra-
ticadas pelo empreendimento e os consequentes impactos de primeira e demais 
ordens. A rede de interação de Sorensen (1974) que estabelece relações cau-
sas-condições-efeitos, através das ações que desencadearam o impacto ambi-
ental, a mais difundida. 
 
8.1.7 Listagens ponderais 
 
Este método avalia a soma os impactos do projeto dado pela atribuição 
de pesos. É abrangente e seletivo, objetivo e não permite interação entre os 
 
 
 
35 
impactos. Um dos grandes entraves da AIA é que em muitos casos há uma per-
cepção rápida dos impactos e que em muitos casos são considerados os visí-
veis, aqueles esperados, ou seja, os imediatos, mas não deve ser deixado de 
lado aqueles que só serão visíveis a longo prazo. Estes são os mais preocupan-
tes, porque afetam as gerações presentes e futuras. 
 
9 Considerações finais 
 
De acordo com o Decreto no 97.632/89, os empreendimentos de minera-
ção estão obrigados, quando da apresentação do Estudo de Impacto Ambiental 
(EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), a submeter o Plano de Recu-
peração de Área Degradada (PRAD) à aprovação do órgão de meio ambiente 
competente. 
Lembramos que o licenciamento ambiental constitui-se em um ato com-
plexo, composto de diversas fases sequenciais com o fim de se garantir o prin-
cípio da precaução ambiental. Por uma série de instrumentos previstos na legis-
lação brasileira que se vinculam aos fins do Estado democrático, em todas essas 
etapas, incluindo a decisão política sobre o início do licenciamento, deve ser ga-
rantida a participação popular. Relembremos os passos de um licenciamento: 
i – Elaboração do Termo de Referência junto ao órgão ambiental para realização 
dos Estudosde Impacto Ambiental; 
ii – Elaboração dos estudos de impacto ambiental, de responsabilidade de 
equipe contratada pelo empreendedor, contemplando os seguintes elementos: 
iii – Parecer do órgão ambiental sobre o EIA-RIMA e divulgação por meio da 
realização de audiências públicas; 
iv - Licença Prévia (LP)- fase preliminar do empreendimento ou da atividade, que 
diz respeitoà localização e concepção do empreendimento, bem como atesta a 
viabilidade ambiental e estabelece os requisitos básicos e as condicionantes a 
serem atendidas nas próximas fases de sua implementação, observados os pla-
nos municipais, estaduais ou federais de uso do solo. O Plano de Aproveita-
mento Econômico da Jazida (PAE), o Plano de Recuperação de Área Degradada 
(PRAD) e o EIA/RIMA são documentos técnicos exigidos para a obtenção da 
 
 
 
36 
Licença Prévia, cuja tramitação é concomitante ao do pedido de concessão de 
lavra; 
v - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento de 
acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos 
aprovados, incluindo as obras e demais condicionantes; na mineração, corres-
ponde à fase de desenvolvimento da mina, instalação do complexo mineiro e 
implantação dos projetos de controle ambiental; devem ser apresentadas nessa 
etapa a licença de desmate, quando for o caso, e 
a aprovação do Plano de Aproveitamento Econômico pelo DNPM; 
vi - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação do empreendimento ou ati-
vidade, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças 
anteriores. Corresponde nos empreendimentos minerários à fase da lavra e be-
neficiamento do minério. 
 
Das atividades minerárias, a drenagem ácida tem sido muito discutida pe-
los seus impactos. Algumas medidas têm sido indicadas para impedir o começo 
da drenagem ácida como a limitar a exposição a materiais que geram ácidos, 
escoamento de materiais que geram ácidos, isolando os materiais acima do len-
çol freático com uma espécie de capa impermeável para limitar infiltração e ex-
posição ao ar. 
Medidas mitigadoras foram estudadas e propostas como exemplos: a não 
interrupção do sistema de drenagem quando na construção de estradas, evitar 
decapeamento de grandes áreas, remoção planejada do solo superficial e da 
vegetação para reabilitação das áreas, controle na manutenção de equipamen-
tos para evitar emissões abusivas de gases e ruídos, controle da drenagem e 
erosão evitando que solos escavados fiquem expostos por muito tempo. 
Um dos grandes entraves da AIA é que em muitos casos há uma percep-
ção rápida dos impactos e que em muitos casos são considerados os visíveis, 
aqueles esperados, ou seja, os imediatos, mas não deve ser deixado de lado 
aqueles que só serão visíveis a longo prazo. Estes são os mais preocupantes, 
porque afetam as gerações presentes e futuras. 
 
 
 
 
37 
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CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução n° 
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http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res86res0186.html
 
 
 
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https://pt.slideshare.net/aalecar/avaliacaode-impactos

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