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AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - ADI

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EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA MINISTRA PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
 
               PARTIDO SOCIAL VERDE - PSV, pessoa jurídica de direito privado, entidade de âmbito nacional, inscrita no CNPJ sob nº 61.193.629/001-90, com sede à Rua Avenida Presidente Vargas, 231, por sua advogada infra-assinada, conforme procuração anexa, com escritório situado à Rua Balbina de Matos, 2121, que indica para fins dos arts. 319 e 320 do CPC, com fundamento no art. 102, I, a, da CRFB/88, na Lei nº 9868/99 e nos arts. 169 a 178 do RISTF, vem propor
     AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE COM MEDIDA CAUTELAR
               em face do artigo 28 da Lei n° 11.343/06, conforme especificará ao longo desta petição, nos termos e motivos que a seguir passa a expor.
         	I - DA LEGITIMIDADE ATIVA 
               O Partido Social Verde - PSV, legitimado ativo na presente ADI, atende ao exposto constitucional do art. 103, IX, da CRFB/88, c/c o art. 1º da Lei nº 9.868/99, sendo partido político com representação no Congresso Nacional.
           II – DO OBJETO DA AÇÃO
              O objeto da referida ADI é o artigo 28 da Lei n° 11.343/06, que teve como proposta a despenalização do porte de drogas para consumo pessoal, substituindo as penas privativas de liberdade, por advertências e prestação de serviços à comunidade.
              A referida Lei, apresentada por um grupo de Deputados Estaduais, editada e teve sua regular aprovação na Assembleia Legislativa, foi sancionada pelo Presidente da República.
              Ademais, os verbos nucleares contidos no artigo 33 da Lei supra, contrastam com os presentes no artigo 28, tornando a finalidade da ação determinante para a aplicação da Lei, aumentando os casos de prisão de usuários enquadrados como traficantes.
            III – DO DIREITO
             O ajuizamento da presente ADI está fundado no art. 102, I, a, CRFB/88 c/c o art. 103, IX, CRFB/88, e art. 1º e 2º da Lei nº 9868/99.
             O Estado não detém legitimidade para legislar na esfera de condutas auto lesivas. Sem que dano a terceiros ou ao bem jurídico tutelado se verifique, é ilegítima a intervenção criminal, ideia que encontra respaldo no próprio ordenamento que estabelece graduação dos delitos de acordo com seu potencial ofensivo (inc. I do art. 98 da CR), além de prescrever que a existência de crime depende da ocorrência de resultado - art. 13 do CP.
             Tanto é esse o melhor entendimento, que nosso ordenamento jurídico não contempla os crimes de tentativa de suicídio ou de autolesão corporal.
             Ademais, o artigo 28 da Lei n° 11.343, é incompatível formalmente com a Constituição Federal de 1988, pois viola o exposto em seu art. 5, X, onde assevera que “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. Confere-se ao “cidadão o direito de impedir que intrusos venham intervir na sua esfera particular.
             IV – DA MEDIDA CAUTELAR
             A medida cautelar está prevista no art. 102, I, p da CRFB/88 c/c com os arts. 10 a 12 da Lei nº 9868/99 e deve ser tomada por esse Tribunal pelos fatos e argumentos jurídicos expostos.
             O “fumus boni iuris” justifica-se com a total inconstitucionalidade da Lei Federal 11.343/2006, a patente inconstitucionalidade demonstrada nos fundamentos, há carência de competência do Estado para legislar sobre condutas auto lesivas. 
             O “periculum in mora” está assentado na iminência do temor da perda do réu primário e da estigmatização do indivíduo perante a sociedade, visto que a conduta sofreu despenalização, mas ainda configura crime, dificultando que ele consiga emprego e outros requisitos para viver com dignidade.
            V – DOS PEDIDOS
            Diante todo exposto, requer:
            a) A concessão da medida cautelar, diante exposto no art. 10 da Lei nº 9868/98, suspendendo os efeitos do artigo supra até a decisão final, que julgará procedente o pedido e decretará a inconstitucionalidade da norma impugnada;
            b) a citação do advogado-geral da União;
            c) a oitiva do Procurador Geral da República;
            d) declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução de texto do artigo 28 da Lei n° 11.343/2006.
            Nesses termos,
pede Deferimento.
            Dourados – MS, 06 de novembro de 2023.
    	 Advogada: Ana Caroline Cespedes Perez
OAB/MS 26057.

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