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Recuperação de de áreas degradadas

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MANEJO DE 
SOLOS E 
PLANTAS
Agnes Reis
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
R375m Reis, Agnes Caroline dos.
 Manejo de solo e plantas / Agnes Caroline dos Reis ;
 [revisão técnica : Vanessa de Souza Machado ]. – Porto 
 Alegre : SAGAH, 2017. 
 153 p. : il. ; 22,5 cm.
 ISBN 978-85-9502-283-6
 1. Gestão ambiental. 2. Solos - Manejo. I. Título.
CDU 631.5
Revisão técnica:
Vanessa de Souza Machado
Bióloga (ULBRA)
Mestre e Doutora em Ciências (UFRGS)
Professora do Curso de Tecnologia e Gestão Ambiental (FATO)
Recuperação de 
áreas degradadas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Conceituar e exemplificar áreas degradadas.
 � Caracterizar um Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) 
e listar algumas das técnicas utilizadas em PRADs.
 � Identificar as bases legais acerca da elaboração de PRADs.
Introdução
Segundo o Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, c2017), a recuperação 
de áreas degradadas está intimamente ligada à ciência da restauração 
ecológica. A restauração ecológica, por sua vez, é o processo de auxílio 
ao restabelecimento de um ecossistema que foi degradado, danificado 
ou destruído. Um ecossistema é considerado recuperado – e restaurado 
– quando contém recursos bióticos e abióticos suficientes para continuar 
seu desenvolvimento sem auxílio ou subsídios adicionais.
Neste texto, você aprenderá sobre as áreas potencialmente degrada-
das e os aspectos de sua recuperação, abordando estudos como o Projeto 
de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), bem como a legislação 
vigente relacionada à proteção dos ambientes naturais. Você verá tam-
bém quais são os impactos que podem ocorrer para que uma área seja 
considerada degradada e conhecerá as metodologias que podem ser 
adotadas em sua devida recuperação.
As áreas degradadas e a importância de sua 
recuperação
O conceito de áreas degradadas pode ser interpretado de várias formas. Aqui, 
você deve considerar a degradação do solo. Ou seja, áreas degradadas, no 
sentido utilizado aqui, são aquelas que, por ação natural ou devido à ação do 
homem, tiveram suas características originais alteradas além da capacidade 
natural de recuperação dos solos. Portanto, elas exigem uma intervenção 
para sua recuperação. Essa intervenção compreende a aplicação de inúmeras 
técnicas para a recuperação de solos degradados e do ecossistema como um 
todo. Para tanto, é realizado o Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas, 
um estudo para ver a melhor forma de se recuperar a área problemática.
Que tal aprofundar um pouco mais o conceito de área degradada? Como 
você já sabe, esse tipo de área é caracterizada por sofrer perturbações em sua 
integridade. Essas perturbações, por sua vez, podem ser de natureza física, 
química ou biológica. Como exemplos de regiões degradadas, você pode 
considerar áreas cheias de lixo (Figura 1), áreas com vazamento de óleo, áreas 
de mineração e áreas com uso intensivo do solo para a agropecuária onde se 
utilizam agrotóxicos. Essas áreas, por não terem todos os recursos necessários 
ou serem tóxicas, acabam ficando com uma menor diversidade de espécies. 
Nelas, há ausência de estrutura vegetal, ausência de solo e baixíssima ou 
nenhuma capacidade de regeneração natural.
Um ambiente em boas condições é essencial para a manutenção e a qua-
lidade de vida. Todos têm direito a viver em um ambiente que não esteja 
degradado, com água potável, com ar limpo e onde o solo esteja conservado 
com toda a sua abundância de espécies e patrimônio genético. A área degradada 
não influencia apenas as condições do meio ambiente e da saúde, mas também 
as atividades econômicas. Afinal, ela tem suas condições estéticas e sanitárias 
comprometidas, ficando desvalorizada. Desse modo, não será comprada por 
ninguém e não poderá ser utilizada para nenhum fim econômico.
Recuperação de áreas degradadas138
Figura 1. Área degradada repleta de material poluente.
Fonte: MOHAMED ABDULRAHEEM/Shutterstock.com.
Importância da recuperação das áreas degradadas
Como você viu, os ambientes naturais são muito importantes para os seres 
humanos. Aliás, todos os seres vivos dependem desses ambientes. Áreas 
saudáveis prestam os chamados serviços ecológicos, enquanto que áreas 
degradadas, além de não oferecem benefícios, muitas vezes prejudicam tudo 
o que está à sua volta. Os serviços ecológicos são serviços que não se podem 
contabilizar, mas são de grande importância para a sobrevivência humana e 
de outros seres vivos. Eles podem ser serviços de regulação, culturais e de 
suporte. A seguir, você vai conhecer cada um deles.
Serviços de regulação
Esses serviços são aqueles que funcionam como reguladores das condições 
ambientais. Como exemplo, você pode considerar as florestas, que capturam 
poluentes como gás carbônico e outros em seu processo de fotossíntese, li-
berando oxigênio. Elas também são capazes de manter a estabilidade do solo 
para que um curso d’água permaneça saudável, além de filtrar a água que 
passa por elas.
139Recuperação de áreas degradadas
Serviços culturais
Representam os benefícios como recreação, turismo ecológico e possibilidade 
de pesquisas e estudos sobre os processos naturais.
Serviços de suporte
São serviços em longo prazo necessários para que os outros possam aconte-
cer. Exemplos são a formação de solo e de habitats, bem como a ciclagem de 
nutrientes para que eles possam se manter no ciclo e suprir as necessidades 
das plantas e dos animais, entre outros.
Como exemplo de atividade potencialmente formadora de área degradada, 
você pode considerar a mineração. Nos locais explorados, é gerado um grande 
desequilíbrio no ecossistema. Isso ocorre pois a atividade requer a remoção 
da camada superficial do solo e, junto com ela, de seus nutrientes e de sua 
matéria orgânica. Isso deixa sua estrutura física, seus processos hidrológicos e 
suas atividades microbiológicas totalmente afetadas (Figura 2). Dessa forma, 
os serviços ecossistêmicos, como a produção de oxigênio pelas plantas ou 
mesmo a recarga de mananciais, ficam comprometidos.
Figura 2. Em áreas de mineração, a paisagem se altera.
Fonte: Red ivory/Shutterstock.com.
Recuperação de áreas degradadas140
O crescimento desordenado da humanidade, principalmente no que tange às classes 
mais baixas – para as quais faltam serviços essenciais, como saneamento básico –, 
produz grandes áreas degradadas. Maharashtra, na Índia, concentra 19 milhões de 
pessoas vivendo em condições de intensa poluição, seja do solo ou da água. A maior 
concentração de pessoas em condições precárias no Brasil ocorre na favela da Rocinha, 
que abriga 69 mil moradores. A alteração do solo e da vegetação, bem como das águas 
superficiais, é iminente. Você pode, então, imaginar como é ou mesmo como ficará a 
qualidade dos recursos nesses locais.
O PRAD e suas principais técnicas
O Projeto de Recuperação de Área Degradada é um plano frequentemente 
solicitado pelos órgãos ambientais como parte integrante do processo de licen-
ciamento ambiental. Ele também pode ser solicitado após o empreendimento 
ser punido por causar degradação.
O PRAD se refere ao conjunto de medidas que propiciarão à área degradada 
condições de estabelecer um novo equilíbrio. A ideia é deixar a área apta 
para uso futuro e com paisagem harmoniosa (Figura 3). O plano engloba o 
cronograma físico-financeiro da recuperação ambiental proposta, assim como 
a indicação do uso futuro pretendido.
Figura 3. O objetivo dos PRADs é a recuperação de áreas degradadas.
Fonte: leolintang/Shutterstock.com.
141Recuperação de áreas degradadas
As principais atividades do PRAD podem ser:
 � caracterização e avaliação da degradação ambiental;
 � definição dos objetivos e análise das alternativas de recuperação;
 � definição e implementação das medidas de recuperação;
 � proposições para monitoramento e manutenção das medidas corretivas 
implementadas.
São váriasas técnicas de recuperação de áreas degradadas que existem. Elas 
podem e devem ser utilizadas concomitantemente ou mesmo em sequência, 
dependendo do planejamento de recuperação. Você pode considerar vários 
métodos, como os descritos a seguir.
Nucleação
O modelo de nucleação é baseado na capacidade de uma espécie propiciar 
uma significativa melhoria nas condições ambientais, permitindo aumento da 
ocupação desse ambiente por outras espécies. A partir de núcleos, a vegetação 
secundária se expande ao longo do tempo e acelera o processo de sucessão 
natural na área degradada. Nucleação é a proposta de criar “ilhas de vegeta-
ção”, ou seja, pequenos habitats dentro da área degradada, de forma a induzir 
uma heterogeneidade ambiental. Isso propicia ambientes distintos no espaço. 
Esses núcleos têm o papel de facilitar a convocação de novas espécies dos 
fragmentos vizinhos, do banco de sementes local. Elas também influenciam 
os novos núcleos formados ao longo do tempo.
O modelo de nucleação tem o intuito de criar condições para a regeneração 
natural, como a chegada de espécies vegetais, animais e microrganismos e a 
formação de interações entre eles. 
A recuperação de áreas degradadas por meio da nucleação é baseada em estudos 
que demonstram que vegetações remanescentes, em áreas degradadas, atuam como 
núcleos de expansão da vegetação. Isso ocorre porque elas atraem animais que 
participam da dispersão de sementes.
Recuperação de áreas degradadas142
Transposição de solo
Consiste em retirar porções da camada superficial do solo, junto à serrapilheira, 
de uma área em estágio de sucessão mais avançada. Depois, essas porções são 
aplicadas conforme o modelo de nucleação, ou seja, colocadas em faixas ou 
ilhas na área degradada. Com isso, além de sementes, são levados juntamente 
ao solo seres vivos responsáveis pela ciclagem de nutrientes, pela reestrutu-
ração e pela fertilização do solo, além de materiais minerais e orgânicos. Isso 
auxilia na recuperação das propriedades físico-químicas do solo degradado 
e, por consequência, na revegetação da área. Você pode ver o processo de 
transposição na Figura 4.
Figura 4. Manejo do solo, uma das técnicas utilizadas em PRADs.
Fonte: Smileus/Shutterstock.com.
A transposição das porções de solo representa uma grande chance de recolonização 
da área com microrganismos, sementes e propágulos de espécies vegetais pioneiras.
143Recuperação de áreas degradadas
Transposição de galharia
A galharia consiste nos restos vegetais (galhos, folhas e material reprodutivo) da 
floresta. Nessa técnica, esse material é disposto desordenadamente formando um 
emaranhado de restos vegetais. Na transposição das galharias, os materiais são 
enleirados e, com o passar do tempo, entrarão em decomposição e incorporarão 
a matéria orgânica ao solo afetado. O método facilita o rebrote e a germinação de 
espécies vegetais. Além disso, proporciona abrigo para pequenos animais e mantém 
um ambiente úmido e sombreado, favorecendo o desenvolvimento de espécies 
mais adaptadas a essas condições e representando uma fonte de matéria orgânica.
Transposição de serrapilheira
A serrapilheira é composta pelos materiais que recobrem o solo das formações 
florestais. Inclui folhas, frutos, sementes e outros componentes vegetais. Além 
disso, é composta por exemplares de insetos e outros organismos. É um material 
solto encontrado no solo da floresta, que contém sementes de plantas herbáceas, 
arbustivas e arbóreas. A técnica de transposição de serrapilheira fornece um 
grande enriquecimento faunístico e florístico ao ambiente a ser recuperado.
Instalação de poleiros
A técnica se baseia no hábito que diversos grupos de animais possuem de pousar 
sobre determinadas superfícies. Assim, ela envolve a montagem de poleiros. 
O hábito desses animais, por sua vez, está relacionado ao comportamento de 
alimentação, demarcação de território, repouso, entre outros.
Com o pouso no poleiro, o animal costuma defecar, e esse comportamento 
poderá enriquecer a área com novas espécies de plantas. Os poleiros podem ser 
naturais (poleiros vivos), artificiais ou secos (bambus, galhos, etc.). Em geral, 
sua constituição é bastante simples e eles maximizam sua função, propiciando 
um ambiente favorável para que as sementes depositadas possam germinar e 
produzir plantas nucleadoras.
Chuva de sementes
Consiste na colocação de recipientes sob a copa de árvores com capacidade de 
atrair aves. A atividade intensa das aves nas copas das árvores contribui com 
sementes de diversas espécies de plantas, na medida em que elas defecam. Essas 
sementes são coletadas e utilizadas para a produção de mudas com o objetivo de 
Recuperação de áreas degradadas144
restaurar uma área degradada, ou podem ser semeadas diretamente na área a ser 
restaurada. Para a coleta das sementes são utilizados recipientes feitos de madeira, 
plástico, metal ou PVC. Como aspecto positivo dessa técnica, tem-se a obtenção 
de sementes de espécies que talvez não sejam comumente cultivadas em viveiros.
Plantio de mudas
Com o intuito de gerar núcleos capazes de atrair maior biodiversidade para 
as áreas degradadas, são implantadas mudas produzidas em viveiros flores-
tais de diferentes espécies. Isso ocorre conforme a região fitogeográfica e a 
especificação de cada projeto.
Algumas espécies têm a capacidade de florir e frutificar rapidamente, 
atraindo polinizadores, predadores, dispersores e decompositores para os 
núcleos formados. Assim, geram condições de adaptação e reprodução de 
outros organismos. Recomenda-se buscar espécies nativas, essencialmente 
as que possuem boa interação com a fauna, como as espécies com frutos e 
sementes atrativos a ela. A escolha de espécies ameaçadas de extinção é uma 
boa ideia a fim de garantir a preservação da diversidade biológica.
Em geral, as mudas são plantadas em grupos de cinco, nove ou 13, espa-
çadas a 0,5 m ou 1 m de distância. As plantas tendem a competir entre si por 
recursos como água e nutrientes. Assim, as melhores mudas são selecionadas 
naturalmente de acordo com as condições ambientais específicas para cada 
local. Você pode ver o processo de plantio de mudas na Figura 5.
Figura 5. Plantio de mudas, uma das técnicas utilizadas em PRADs.
Fonte: Syda Productions/Shutterstock.com.
145Recuperação de áreas degradadas
Legislação pertinente
São diversas as leis que tratam do conceito de áreas degradadas (Figura 6), das 
formas de recuperá-las e do PRAD. O Decreto Federal nº 97.632/89 (BRASIL, 
1989) é a base dessa legislação, pois define o conceito de degradação ambiental 
como sendo “[...] processos resultantes de danos ao meio ambiente, pelos quais 
se perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais como a qualidade 
produtiva dos recursos naturais.”.
A própria Constituição (BRASIL, 1988) dispõe sobre atividades potencial-
mente poluidoras, regulando seu funcionamento. Já em seu artigo 225, fala 
sobre o direito que todos têm sobre o meio ambiente ecologicamente equili-
brado, que é de uso comum e essencial à qualidade de vida. Nesse sentido, é 
um dever de todos preservá-lo para as presentes e as futuras gerações. Ainda 
no mesmo artigo, a Constituição (BRASIL, 1988) estabelece que aquele que 
instalar uma atividade potencialmente poluidora deve passar por um estudo e 
licenciamento para que tal atividade ocorra sem prejudicar o meio ambiente. 
Além disso, aquele que degradar e poluir deverá recuperar o ambiente por 
meio de uma solução técnica exigida pelo órgão público competente.
Em 1998, a Lei nº 9.605, de 12/02/98 (BRASIL, 1998), conhecida como 
Lei de Crimes Ambientais, passou a tratar a questão da degradação como um 
crime. Ela especificou penas de indenização e de reclusão conforme a gravidade 
da degradação. Essa lei não se aplica apenas ao poluidor, mas também àquele 
que age como coautor, escondendo a degradação, ou até mesmo a autoridades 
que tenham avaliado a área e cometido uma negligência. A Lei nº 6.938/81 
(BRASIL, 1981), conhecida como PolíticaNacional de Meio Ambiente, possui 
um artigo que trata sobre a responsabilidade objetiva. Nele, ela estabelece que 
o poluidor, independentemente de culpa, deve indenizar ou reparar os danos 
causados ao meio ambiente e as pessoas afetadas por esse dano.
A Resolução CONAMA nº 429, de 28 de fevereiro de 2011 (BRASIL, 
2011), dispõe sobre a metodologia de recuperação de áreas de preservação 
permanente. De acordo com o texto, a metodologia de recuperação disposta 
nessa resolução se aplica às APPs consideradas de interesse social, conforme a 
alínea “a”, inciso V, do § 2º do artigo 1º do Código Florestal (BRASIL, 2012). 
Conforme a resolução (BRASIL, 2011), a recuperação voluntária de APP com 
espécies nativas do ecossistema onde ela está inserida, respeitada metodologia 
de recuperação estabelecida na mesma resolução e demais normas aplicáveis, 
dispensa a autorização do órgão ambiental.
Conforme a resolução (BRASIL, 2011), a recuperação de APP poderá ser 
feita pelos seguintes métodos: 
Recuperação de áreas degradadas146
a) Condução da regeneração natural de espécies nativas;
b) Plantio de espécies nativas;
c) Plantio de espécies nativas conjugado com a condução da regeneração
natural de espécies nativas.
O artigo 8º da resolução (BRASIL, 2011) estabelece que a recuperação 
de APP, bem como a recuperação de reserva legal, é elegível para os fins 
de incentivos econômicos previstos na legislação nacional e nos acordos 
internacionais relacionados à proteção, à conservação e ao uso sustentável 
da biodiversidade e de florestas ou de mitigação e adaptação às mudanças 
climáticas.
Instrução Normativa ICMBIO nº 11, de 11 de dezembro 
de 2014
Esse é um dos principais documentos relacionados ao tema. Ele estabelece 
procedimentos para elaboração, análise, aprovação e acompanhamento da 
execução de um Projeto de Recuperação de Área Degradada ou Perturbada 
para fins de cumprimento da legislação (BRASIL, 2014). Esse documento traz 
conceitos muito importantes relativos a áreas degradas, como os de recupera-
ção, restauração, área perturbada, área degradada, sistema agroflorestal (SAF), 
espécie exótica, espécie problema, espécie invasora, espécie nativa, espécie 
ameaçada de extinção, resiliência, sucessão secundária, pequena propriedade 
rural ou posse rural familiar (BRASIL, 2014).
Essa instrução (BRASIL, 2014) define também importantes ações refe-
rentes ao PRAD. Ele deve determinar as medidas e técnicas necessárias à 
recuperação ou restauração da área, fundamentando seus estudos e fazendo 
uma análise geral sobre as características bióticas e abióticas da área, o tipo 
de impacto causado, entre outros. O PRAD deve ser montado conforme os 
Termos de Referência (TR), que estabelecem diretrizes e orientações técnicas 
voltadas à apresentação de PRAD e PRAD Simplificado. Ele deve ainda 
apresentar embasamento teórico que contemple as variáveis ambientais e o 
funcionamento dos ecossistemas conforme a região. Em seu capítulo sobre 
a recomposição da vegetação, a instrução (BRASIL, 2014) estabelece que o 
método utilizado para recuperar ou restaurar deve ser definido de acordo com 
as características bióticas e abióticas da área. Além disso, esse método deve 
ser fundamentado na literatura vigente e justificado tecnicamente no PRAD.
147Recuperação de áreas degradadas
A seguir, você pode conhecer melhor os diferentes conceitos que integram a Instrução 
Normativa ICMBIO nº 11 (BRASIL, 2014).
 � Recuperação: o local alterado é trabalhado de modo que as condições ambien-
tais acabem se situando próximas às condições anteriores à intervenção; ou seja, 
trata-se de devolver ao local o equilíbrio e a estabilidade dos processos atuantes.
 � Restauração: reprodução das condições exatas do local, tais como eram antes de 
serem alteradas pela intervenção.
 � Reabilitação: o local alterado é destinado a uma dada forma de uso de solo, de acordo
com projeto prévio e em condições compatíveis com a ocupação circunvizinha;
ou seja, trata-se de reaproveitar a área para outra finalidade.
 � Recuperação: é a restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre
degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua con-
dição original.
 � Restauração: é a restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre
degradada ao mais próximo possível da sua condição original.
 � Remediação: engloba ações e tecnologias que visam a eliminar, neutralizar ou
transformar contaminantes presentes em subsuperfície (solo e águas subterrâneas). 
Refere-se a áreas contaminadas.
Recuperação de áreas degradadas148
1. PRADs são documentos que 
norteiam a recuperação de uma 
área degradada. Entre os métodos 
utilizados pelos profissionais da 
área, está o modelo de nucleação. 
Acerca do tema, assinale a 
alternativa correta. 
a) Nucleação é o método que 
envolve a retirada de porções 
da camada superficial do 
solo em áreas do entorno 
da área degradada, junto à 
serrapilheira. Posteriormente, 
essas porções são dispostas 
na área a ser recuperada.
b) No método de nucleação, 
compostos ricos são dispostos 
em núcleos, permitindo que 
a vegetação secundária se 
expanda ao longo do tempo 
em distintos pontos da área.
c) Na nucleação, ocorre o 
plantio de espécies arbóreas 
na área degradada.
d) No método de nucleação, ocorre 
a colocação de recipientes 
sob a copa de árvores para 
coleta de sementes.
e) A nucleação é baseada em 
estudos que demonstram que 
vegetações remanescentes 
atuam como núcleos de 
expansão da vegetação 
devido à ação antrópica.
2. Em áreas com sérias contaminações 
de solo, é essencial iniciar o 
processo de recuperação com 
manejo do solo contaminado e 
aterramento, seguido da aplicação 
de técnica de transposição 
de solo, que consiste em:
a) retirar porções da camada 
superficial do solo de uma 
área em estágio de sucessão 
mais avançada e aplicá-las 
na área degradada.
b) colocar poleiros para os pássaros.
c) colocar recipientes sob a copa 
de árvores com capacidade de 
atrair as aves e coletar sementes.
d) colocar parcela limpa de solo 
na área degradada, conforme 
modelo de nucleação.
e) dispor galhos, folhas e 
material reprodutivo na 
área em recuperação. Com 
o passar do tempo, eles 
entrarão em decomposição 
e incorporarão a matéria 
orgânica ao solo degradado.
3. Qualquer profissional do meio 
ambiente, principalmente aquele 
que atua na consultoria ambiental, 
precisa saber dissertar acerca da 
importância da recuperação de 
áreas degradadas. Nesse sentido, 
marque a alternativa correta:
a) os serviços ecológicos não 
têm importância direta para 
a sobrevivência humana.
b) a área degradada afeta apenas 
o meio ambiente e as pessoas.
c) áreas saudáveis prestam os 
chamados serviços ecológicos. 
Estes podem ser classificados 
em serviços de regulação 
e serviços terceirizados.
d) um ambiente em boas 
condições não pode exercer 
atividades essenciais para 
a manutenção da vida 
e de sua qualidade.
149Recuperação de áreas degradadas
e) áreas saudáveis prestam os 
chamados serviços ecológicos, 
enquanto áreas degradadas, além 
de não oferecerem benefícios, 
muitas vezes prejudicam 
tudo que está à sua volta.
4. O profissional da área ambiental que 
pretende atuar com recuperação 
de áreas degradadas precisa saber a 
base legal acerca do assunto. Nesse 
sentido, e conforme a Lei nº 9.605, de 
12/02/1998 (BRASIL, 1998), conhecida 
como Lei de Crimes Ambientais, é 
correto afirmar que: 
a) a degradação ambiental é crime, 
passível de penas de indenização 
e de reclusão, conforme a 
gravidade da degradação.
b) essa lei possui um artigo que 
trata sobre a responsabilidade 
objetiva, no qual estabelece que 
o poluidor, independentemente
de culpa, deve indenizar ou 
reparar os danos causados ao 
meio ambiente e às pessoas 
afetadas por esse dano.
c) essa lei estabelece que a 
recuperação voluntária de 
APP com espécies nativas 
do ecossistema onde ela 
está inserida, respeitada a 
metodologia de recuperação, 
dispensa autorização do 
órgão ambiental.d) em seu capítulo sobre a 
recomposição da vegetação, 
essa lei estabelece que o 
método utilizado para recuperar 
ou restaurar deve ser definido 
de acordo com as características 
bióticas e abióticas da área. 
Além disso, esse método 
deve ser fundamentado na 
literatura vigente e justificado 
tecnicamente no PRAD.
e) essa lei considera que a 
degradação ambiental não 
pode ser considerada crime, 
pois depende do nível de 
conhecimento de cada 
indivíduo para identificar 
se está cometendo uma 
degradação ambiental ou 
não.
5. Outra base legal que norteia 
a base legal de aplicação de 
recuperação de áreas degradadas 
no Brasil é a Instrução Normativa 
ICMBIO nº 11, de 11 de dezembro 
de 2014 (BRASIL, 2014), que 
é conhecida como: 
a) lei de Crimes Ambientais.
b) o primeiro instrumento a tratar 
a questão da degradação 
como um crime.
c) um dos principais documentos 
consultados acerca de PRADs.
d) a base da legislação sobre o 
assunto, pois define o conceito 
de degradação ambiental.
e) política Nacional de 
Meio Ambiente.
Recuperação de áreas degradadas150
BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n° 429, de 28 de fevereiro 
de 2011. Brasília, DF: CONAMA, 2011. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/
conama/legiabre.cfm?codlegi=644>. Acesso em: 19 nov. 2017.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
Brasília, DF, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 14 dez. 2016.
BRASIL. Decreto nº 97.632, de 10 de abril de 1989. Brasília, DF, 1989. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/d97632.htm>. Acesso em: 19 nov. 
2017.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Brasília, DF, 1981. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em: 19 nov. 2017.
BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Brasília, DF, 1998. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm>. Acesso em: 19 nov. 2017.
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Leituras recomendadas
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Recuperação de áreas degradadas152
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http://r1.ufrrj.br/cfar/d/down-
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