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RELATÓRIOS PESQUISAS 
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01: Lei de introdução às normas do direito brasileiro 
A LINDB, inicialmente conhecida como Lei de Introdução ao Código Civil 
(LICC), promulgada pelo Decreto-Lei nº 4.657 de 1942, era tratada como um conjunto 
de normas de introdução ao Direito Civil/Privado, entretanto as normas contidas não 
versavam apenas sobre o direito provado. Por essa razão sofreu alteração do seu nome 
através da Lei 12.376/2010 que entrou em vigor em 31 de dezembro do mesmo ano, 
passando a vigorar com a seguinte redação: “Lei de Introdução às Normas do Direito 
Brasileiro”, afastando qualquer dúvida acerca da amplitude do seu campo de aplicação. 
A LINDB é uma norma jurídica que visa regulamentar outras normas, composta 
por apenas 30 artigos nos quais aborda a vigência da lei, a aplicação da norma jurídica no 
tempo e no espaço e as fontes do direito, tendo como objetivo orientar a aplicação do 
código civil, diminuindo controvérsias que foram surgindo desde a sua primeira edição, 
em 1916. Vale pontuar que se trata de uma norma ATEMPORAL visto que serviu para 
introduzir diversos códigos e leis. 
Dentre as principais finalidades da LINDB, encontra-se: 
• Estabelecer a Vigência e eficácia das normas jurídicas: Vacatio Legis é o prazo 
entre a publicação da norma e a sua vigência, isto é um prazo razoável para que 
se tenha conhecimento da lei. Caso a Lei não traga em seu próprio texto a data de 
vigência, será aplicado o art. 1º da LINDB (45 dias). 
• Estabelecer o caso de conflitos das leis no tempo: As leis modificam com o tempo. 
O direito é dinâmico, acompanha a sociedade e é necessário uma “regra geral” de 
funcionamento, para obter um controle organizacional. 
• Estabelecer o caso de Conflito de leis no espaço: Em casos de dúvidas e conflitos 
de interpretação de Lei estrangeira x lei brasileira. A LINDB soluciona, tratando 
sobre tal competência. 
• Critérios hermenêuticos/ Critérios de integração do ordenamento jurídico: Nem 
sempre o legislador consegue prevê a totalidade dos fatos, desta forma, para 
chegar a uma “conclusão” caberá assim uma interpretação. 
A Lei 13.675 de 2018, sancionada em 25 de abril, alterou a Lei de Introdução às 
Normas do Direito brasileiro, inserindo dez novos artigos. 
Começando do artigo 20, que exige, nas esferas administrativas (órgãos da 
administração direta), de controle (tribunais de contas e outros) e judiciais (todos os ramos 
e órgãos de qualquer instância do Judiciário), que não justificam suas decisões com 
valores jurídicos abstratos sem avaliar os efeitos práticos da decisão. 
Em geral, os valores humanos são “valores morais que afetam a conduta das 
pessoas. Esses valores morais podem também ser considerados valores sociais e éticos e 
constituem um conjunto de regras estabelecidas para uma convivência saudável dentro de 
uma sociedade”. 
O art. 21 determina que a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma 
administrativa deverá indicar as consequências, ou seja, justificar a decisão. O parágrafo 
único reclama que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime, para que 
haja um equilíbrio e um controle maior. 
O art. 22 menciona que, na interpretação de normas sobre gestão pública, serão 
considerados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas 
públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados. O intuito é evitar, que 
ao gestor sejam impostas ações de cumprimento impossível. Desta forma, agora a decisão 
deverá inteirar-se da situação do gestor e considerar a realidade, não sendo suficiente a 
alegação imprecisa que a ele cabe dar efetividade a políticas públicas. 
O art. 23 requer que a decisão que venha estabelecer novas orientações devem 
futurar regime de transição. Mudanças administrativas dependem de atos complexos, por 
vezes licitações que não se fazem em dez dias. Imagina-se uma ordem judicial que 
determina a retirada de famílias de área de risco. Indubitavelmente o município terá que 
realocar as pessoas e isto não é possível com facilidade. Desta forma assegurar prazo para 
que a transição seja feita não é apenas questão de bom senso, mas também uma lei. 
O art. 24 torna necessário que as decisões administrativas que retifiquem atos 
anteriores, devem considerar as orientações gerais da época. A medida é adequada, 
porque o administrado não pode ser surpreendido pela proibição de algo que antes era 
permitido. É essencial que haja respeito à boa-fé nos atos administrativos, é necessário 
que o administrado possa confiar no administrador. 
O art. 26 permite que a administração realize os termos de Ajustamento de 
Conduta, que já são bastante utilizados, e que agora, ganha fundamento legal para poder 
adotá-los. Isso quer dizer que a administração poderá celebrar compromisso com os 
interessados em situações irregulares, incertas ou litigiosas. 
O art. 27 concede ao administrador impor compensação por benefícios indevidos 
ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos. 
Ou seja, o artigo tem intuito de corrigir situações em que o erro é irreversível, valendo-se 
a autoridade da compensação como forma de alcançar o interesse público. 
O art. 28 foi motivo de grande questionamento, visto que responsabiliza o agente 
público em caso de dolo ou erro grosseiro. Mas vale enfatizar que esta responsabilização 
pessoal, não retira a responsabilidade do Estado por atos de seus agentes, conforme prevê 
o artigo 37, § 6ºda Constituição. 
O art. 29 tem intuito de dar voz a comunidade, ou seja, através da governança 
participativa é facultado a consulta pública. 
O art. 30 por sua vez, busca a segurança jurídica e para isso orienta a administração 
diversas medidas, entre elas adoção de súmulas administrativas. 
De acordo com as pontuações acima, nota-se que a insegurança afasta investidores 
das atividades econômicas, o que gera consequências sociais graves. E justamente por 
isso a nova redação da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, visa trazer ao 
Brasil maior responsabilidade aos atos do Poder Público e às relações entre a 
administração e o administrado, evitando que haja medidas fora da realidade que, muitas 
vezes nem existem possibilidade de serem cumpridas. 
Nos últimos tempos houve um notável crescimento de atuação do controle 
externo, isso causado pela profissionalização e especialização dos Tribunais de Contas, o 
que causou uma transformação na gestão pública. Apesar de ainda ser falho perante a 
sociedade, na generalidade, percebe-se uma maior cautela dos gestores públicos no 
desempenho de suas atividades. 
A Lei de Responsabilidade Fiscal foi sancionada nos anos 2000 e é considerada 
um código de conduta para os administradores públicos, que deverão obedecer às normas 
e limites para administrar as finanças, gerando o dever de prestar contas de quantas e 
como foram gastos os recursos públicos. Um dos princípios norteadores da lei em questão 
é o da responsabilidade, onde é imposto ao gestor público cumprir as normas e limites 
presentes nos dispositivos legais, sob pena de responder por seus atos e sofrer sanções 
inseridas na própria lei. 
Devido a especialização das funções na administração pública, onde gestores de 
escalões inferiores passam a ter certa autonomia, gerou uma natural descentralização do 
poder, estimulando o debate sobre a responsabilidade do superior hierárquico de órgão 
ou ente público. 
Houve casos em que o Tribunal de Contas da União ignorou leis que conferiam 
plena autonomia, inclusive financeira, a secretários municipais, o que previa de certa 
forma a descentralização da gestão pública. Desta forma, responsabilizavam os prefeitos, 
sob argumento da culpa in vigilando (que é quando ocorre a culpa por vigiar aexecução 
de que outrem ficou encarregado) e da culpa in elegendo (que a culpabilidade pela escolha 
de seus prepostos). 
Apesar de essa ser a corrente majoritária, houve casos em que a jurisprudência foi 
contrariada pelo próprio Tribunal de contas da União, considerando a complexidade das 
situações que estão envolvidas no universo da administração pública, não sendo possível 
que o superior hierárquico tenha conhecimento de todos os atos de seus subalternos. 
Diante do exposto, a lei 13.655/18 acrescentou dez artigos à Lei de introdução ao 
Direito brasileiro, trazendo novidades para o meio jurídico em geral, entretanto, 
inaugurou discussões sobre a possibilidade de responsabilização pessoal do agente 
público apenas pelos atos praticados em caso de dolo ou erro grosseiro. 
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões 
técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro. 
O conceito de erro grosseiro é vago e indefinido, porém, no contexto pode ser 
entendido como desleixo, desprezo à coisa pública, o que ultrapassa a simples delegação 
de competências e da culpa in vigilando e in elegendo, como citado anteriormente. 
Percebe-se que a intenção do legislador foi introduzir uma expressão que exige uma 
conduta mais grave do que a necessária para caracterizar a mera culpa fundada na teoria 
da responsabilidade civil, que era o parâmetro de antes. 
O controle da administração pública reproduz o conjunto de mecanismos jurídicos 
e administrativos pelo qual se exerce o poder da fiscalização e de revisão da atividade 
administrativa em qualquer umas das esferas do poder. Fiscalizar significa verificar as 
atividades dos órgãos e agentes administrativos, é examinar se as atividades públicas 
estão cumprindo suas finalidades. Revisar é corrigir as condutas administrativas, seja por 
haver vícios de legalidade ou em função de mudanças nas políticas públicas. 
 
No aspecto financeiro, existe uma relação de cooperação entre os Tribunais de 
Contas e o poder Legislativo, o que está expresso nos artigos 70 a 75 da Constituição 
Federal de 1988. 
Percebe-se dessa forma que o Tribunal de Contas é órgão independente que auxilia 
os poderes da federação e à comunidade. Presta informações, pareceres e relatórios ao 
Poder Legislativo e orienta o Judiciário e Executivo na atuação do controle interno e 
autotutela da legalidade. Além disso, de acordo com o previsto no §2 do art. 74 da 
CF/1988, qualquer cidadão poderá denunciar irregularidades e ilegalidades aos Tribunais 
de Contas, efetivando a participação popular no controle do patrimônio público, o que 
evidencia o serviço das Cortes de Contas para com a sociedade. 
A recente alteração na Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro, trouxe 
consequências evidentes para a atuação dos Tribunais de Contas. Por exemplo, as 
aplicações de sansões com base na simples motivação legal e sem considerar as 
circunstâncias de fato que motivam uma conduta, não atende mais os propósitos e as 
finalidades previstas em leis. Além disso, questões relacionadas à figura do próprio agente 
que praticou a conduta, para desta forma, haver julgamentos coerentes com a realidade. 
Sendo assim, tais mudanças já refletem nas decisões dos tribunais, que passaram 
a apreciar casos concretos com base no princípio da realidade, assim denominado 
brilhantemente pelo advogado e pós-doutor em Direito público Rodrigo Pironti, 
referindo-se ao previsto no artigo 22 da lei que alterou a LINDB. 
“Decisões como essa remontam a esperança em país tão desacreditado como o 
Brasil. Que a onda de coerência seja disseminada pelos Tribunais brasileiros pelo 
princípio da realidade.” (PIRONTI, 2018) 
Com o advento da lei 13.655/18 percebe-se uma nova atuação dos tribunais 
perante os julgamentos para com os gestores públicos, ou seja, as alterações na lei que 
rege o Direito brasileiro, consagra de forma definitiva o controle consensual da 
Administração Pública, estabelecendo mecanismos que visam predominar a noção de 
consensualidade e justiça. 
 
FONTES: 
https://danicoelho1987.jusbrasil.com.br/artigos/586158440/resumo-sobre-a-lei-de-
introducao-as-normas-do-direito-brasileiro-lindb 
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/issue/view/4255 
https://thiisouza.jusbrasil.com.br/artigos/643880060/lindb-lei-de-introducao-as-normas-
do-direito-brasileiro-resumo 
https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI280906,51045-
Alteracoes+na+LINDB+e+o+novo+parametro+para+responsabilizacao+de 
https://danicoelho1987.jusbrasil.com.br/artigos/586158440/resumo-sobre-a-lei-de-introducao-as-normas-do-direito-brasileiro-lindb
https://danicoelho1987.jusbrasil.com.br/artigos/586158440/resumo-sobre-a-lei-de-introducao-as-normas-do-direito-brasileiro-lindb
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/issue/view/4255
https://thiisouza.jusbrasil.com.br/artigos/643880060/lindb-lei-de-introducao-as-normas-do-direito-brasileiro-resumo
https://thiisouza.jusbrasil.com.br/artigos/643880060/lindb-lei-de-introducao-as-normas-do-direito-brasileiro-resumo
https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI280906,51045-Alteracoes+na+LINDB+e+o+novo+parametro+para+responsabilizacao+de
https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI280906,51045-Alteracoes+na+LINDB+e+o+novo+parametro+para+responsabilizacao+de
https://jus.com.br/artigos/7487/o-papel-dos-tribunais-de-contas-no-brasil 
 
 
02: O Ministério Público como instituição 
O Ministério Público, consoante o art. 127, caput, da Constituição Federal, é 
instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a 
defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais 
indisponíveis. 
É configurado, no Brasil, como instituição autônoma e independente, que não está 
subordinada aos Poderes Executivo, legislativo ou Judiciário, o que lhe garante condições 
de fiscalizar de forma mais efetiva o cumprimento da lei. 
A finalidade de sua existência, como diz o próprio texto constitucional, é a defesa 
da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais 
indisponíveis, isto é, a função de defesa da sociedade no regime democrático instituído 
pela Constituição de 1988, tendo sua atuação comprometida com a defesa da cidadania e 
da dignidade da pessoa humana. 
Para assegurar o cumprimento de tão importantes funções, a Instituição foi dotada 
de uma série de garantias e princípios. O parágrafo primeiro do art. 127 da Constituição 
Federal fixa os princípios institucionais do Ministério Público cuja observância é 
obrigatória. São eles: 
• Unidade - seus vários agentes integram uma só corporação, para efeito 
institucional; 
• Indivisibilidade - seus vários membros podem ser indiferentemente substituídos 
uns pelos outros sem que haja, necessariamente, alterações subjetivas nos 
processos; 
• Independência - liberdade de atuação conforme consciência jurídica, sem 
ingerência externa ou da própria instituição. 
As garantias asseguradas pela Constituição Federal são: 
• Autonomia funcional e administrativa (art. 127, § 2º); 
• Autonomia financeira (art. 127, § 3º); 
• Autonomia legislativa (art. 128, § 5º); 
• Vitaliciedade após 02 anos de exercício (art. 128, § 5º, I, "a"); 
• Inamovibilidade, salvo por razão de interesse público, mediante decisão do órgão 
colegiado do MP, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada 
ampla defesa (art. 128, § 5º, I, "b"); 
• Irredutibilidade de subsídio (art. 128, § 5º, I, "c"). 
O Ministério Público Brasileiro abrange os Ministérios Públicos dos Estados e o 
Ministério Público da União. 
Cada um dos 26 Estados da Federação possui um Ministério Público que atua 
através de suas Promotorias de Justiça em todos os seus municípios. 
https://jus.com.br/artigos/7487/o-papel-dos-tribunais-de-contas-no-brasil
O Ministério Público da União subdivide-se em quatro ramos: Ministério Público 
Federal, Ministério Público do Trabalho, Ministério PúblicoMilitar e Ministério Público 
do Distrito Federal e Territórios. 
Cada uma dessas Instituições é autônoma em relação às demais, possuindo 
autonomia para elaborar e executar seu orçamento, realizar concursos de ingresso na 
carreira e desenvolver as atividades estabelecidas pela Constituição e pela lei com 
absoluta independência. 
Os Ministérios Públicos Estaduais possuem como Chefe Institucional o 
Procurador-Geral de Justiça, escolhido pelo Governador do Estado a partir de lista tríplice 
elaborada pelos membros da Instituição. 
Os Procuradores de Justiça e os Promotores de Justiça são os agentes da lei e da 
sociedade na defesa da cidadania e do interesse social. 
Os Procuradores de Justiça atuam na Segunda Instância, representando o 
Ministério Público perante o Tribunal de Justiça do Estado. Os Promotores de Justiça são 
os representantes do Ministério Público na Primeira Instância, atuando nos processos em 
tramitação nos fóruns de todas as comarcas do Estado. 
Atribuições 
• Exigir dos poderes públicos e dos serviços de relevância pública o respeito aos 
direitos elencados na Constituição, promovendo as medidas necessárias à sua 
garantia; 
• Proteger os interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos, dentre os 
quais se sobressai a defesa do meio ambiente, do consumidor e do patrimônio 
público; 
• Proteger os direitos dos idosos, dos portadores de necessidades especiais e das 
crianças e dos adolescentes e 
• Exercer o controle externo da atividade policial. 
 
FONTE: 
http://www.mpsp.mp.br/conheca-o-mpsp/sobre-a-instituicao 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.mpsp.mp.br/conheca-o-mpsp/sobre-a-instituicao
 
 
 
03: Tutela dos direitos da personalidade 
De acordo com a definição clássica, os direitos da personalidade são o conjunto 
de caracteres e atributos da pessoa humana, referentes ao seu desenvolvimento físico, 
moral, espiritual e intelectual. Eles estão intimamente atrelados à ideia de direitos 
existenciais (extrapatrimoniais). 
Os direitos da personalidade englobam a integridade física (abrange o direito à 
vida, à saúde e ao próprio corpo), a integridade intelectual (abrange a liberdade de 
pensamento e os direitos morais do autor, nos termos do art. 24 da Lei nº 9.610/1998) e a 
integridade moral (abrange a proteção à honra, ao recato e à identidade pessoal). 
É incontroverso que essa classificação tripartida envolve um rol meramente 
exemplificativo. Aliás, todo e qualquer rol de direitos da personalidade é meramente 
exemplificativo, porque os direitos da personalidade têm como cláusula geral o princípio 
da dignidade da pessoa humana (1ª parte do Enunciado nº 274 do Conselho da Justiça 
Federal – “CJF “). 
Quanto à origem dos direitos da personalidade, a doutrina majoritária, seguida por 
Carlos Alberto Bittar, Caio Mário da Silva Pereira e Carlos Roberto Gonçalves, acredita 
que os direitos da personalidade originam-se do jusnaturalismo. Os direitos da 
personalidade resultam dos valores e, portanto, são anteriores ao próprio ordenamento 
jurídico. Essa posição visa a enaltecer a tutela dos direitos da personalidade, impedindo 
o Estado de aniquilar tais direitos. 
Por outro lado, Cristiano Chaves de Farias, Nelson Rosenvald e Gustavo Tepedino 
defendem que o próprio ordenamento jurídico produz os direitos da personalidade, e não 
os valores sociais. Segundo eles, o primeiro entendimento foi relevante no momento 
histórico de reação aos Estados totalitários. Mas, uma vez consolidado o regime 
democrático, esse segundo entendimento evita o aniquilamento de direitos da 
personalidade em prol de valores supostamente humanistas. Assim, ao contrário do que 
pode parecer, esse entendimento confere maior proteção aos direitos da personalidade, já 
que um suposto interesse público não tem o condão de aniquilar os direitos da 
personalidade. Seriam exemplos desses falsos interesses públicos a experimentação 
científica em seres humanos em prol de prevenção de doenças, a aplicação de penas 
corporais em países muçulmanos e os linchamentos públicos. 
Além disso, essa seria a única forma de explicar a proteção dos direitos morais do 
autor, que é inimaginável sem o ordenamento jurídico. 
Critica-se essa corrente com base no risco de engessamento da proteção dos 
direitos da personalidade, trazido pelo próprio Estado. Contra-argumenta-se que o risco 
é mitigado pelo princípio da dignidade da pessoa humana. É inegável que essa posição 
vem ganhando espaço na doutrina e na jurisprudência. 
Além da tutela repressiva (art. 12, 2ª parte), o Código Civil prevê a tutela 
preventiva dos direitos da personalidade (art. 12, 1ª parte), que é um desdobramento da 
despatrimonialização do direito civil. Em regra, a tutela dos direitos patrimoniais ocorre 
de forma repressiva. Porém, essa lógica é insuficiente para proteção da dignidade da 
pessoa humana, o que possibilita a aplicação dos mecanismos de tutela específica, 
previstos no art. 461 do Código de Processo Civil (Enunciado nº 140 do CJF). 
Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald defendem que há uma terceira 
espécie de tutela dos direitos da personalidade: a tutela reintegratória, que busca o retorno 
ao status quo ante. Exemplo: o direito de resposta e a retratação pública. Recentemente, 
o Superior Tribunal de Justiça (“STJ “) entendeu que a tutela reintegratória não exclui a 
ressarcitória, pelo princípio da reparação integral, previsto no art. 944 do Código Civil 
(REsp 959.565). A tutela reintegratória não elide completamente os danos 
extrapatrimoniais, mas apenas minimizam seus efeitos, visto não ser possível a 
recomposição dos bens jurídicos sem conteúdo econômico (retorno ao status quo ante). 
Os direitos da personalidade relacionam-se diretamente com diversas situações 
práticas vivenciadas pelos sujeitos de direito no exercício de seus mais variados direitos 
no seio da sociedade. 
Muitas delas extremamente sensíveis ao debate e à opinião pública, a solução 
jurídica a ser adotada requer sensibilidade social e profundo domínio do significado 
jurídico dos conceitos envolvidos, estando o operador do Direito ciente de que tal solução, 
longe de ser universal, encontra-se em constante evolução, assim como a sociedade. 
 
FONTE: 
https://www.rkladvocacia.com/os-direitos-da-personalidade/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.rkladvocacia.com/os-direitos-da-personalidade/
 
 
 
 
 
 
04: Maioridade Penal 
Maioridade penal é o estabelecimento de uma idade a partir da qual os cidadãos 
sejam inteiramente responsáveis pelos atos criminosos que cometem. 
A maioridade penal no Brasil e na maioria dos países ocidentais é de 18 anos. 
O estabelecimento de uma idade mínima que determina que uma pessoa se torna 
adulta varia de acordo com a cultura, momento histórico, gênero e religiões. 
Na maioria dos países ocidentais, a maioridade vem a partir dos 18 anos. No 
entanto, no Japão, essa idade é 21 anos. Igualmente em algumas tribos indígenas a 
iniciação para a vida adulta começa aos 13 anos. 
Para as meninas, em muitas culturas, o sinal da vida adulta seria a chegada da 
primeira menstruação quando ela teria se transformado em mulher com capacidades 
reprodutivas. 
Por isso, devemos entender a maioridade em múltiplos aspectos. No Brasil, apesar 
da maioridade penal vir aos 18 anos, o voto é facultativo para os menores de 16 a 18 anos, 
por exemplo. 
Desta maneira, o conceito de maioridade pode vir ou não acompanhado de mais 
responsabilidades na vida pública, social e política. 
A discussão sobre a redução da maioridade penal em caso de crimes hediondos 
gera debates acalorados. Vários são os argumentos a favor e contra a medida. 
Vejamos quais são os pontos de vistas defendidos por quem deseja a redução da 
maioridade penal: 
• Discernimento: um jovem de 16 a 18 já tem condições de saber o que é certo e 
errado. Assim é plenamente capaz de ser responsabilizado por um crime 
hediondo. 
•Medidas punitivas insuficientes: as medidas previstas no Estatuto da Criança e do 
Adolescente não dariam conta e vários menores se aproveitavam disso para 
cometer crimes. 
• Diminuição de aliciamento por parte do tráfico de drogas: muitos menores são 
recrutados porque os narcotraficantes sabem que eles não irão para a cadeia. 
Por outro lado, quem é contra redução da maioridade penal, lembra sobre os 
problemas estruturais brasileiros como: 
• Desigualdade: os problemas sociais do Brasil atingem principalmente os 
adolescentes negros e pobres o que agravaria o racismo e marginalização deste 
grupo social. 
• Educação: a criminalidade entre adolescentes e jovens deveria ser solucionada 
com investimentos em educação e saúde e não com punição. 
• Modelo prisional: as cárceres no país não são preparadas para ressocializar adultos 
e muito menos estariam adequadas para receber jovens. 
 
No Brasil, para as infrações cometidas por menores de 18 anos, deve-se observar 
o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Este privilegia a educação do indivíduo e 
não sua punição. 
De tempos em tempos, contudo, volta à discussão no Brasil sobre a necessidade 
de reduzir a maioridade penal. Em 2015, a iniciativa coube ao do deputado Efraim Filho 
(DEM/PB) que pretendia reduzir a maioridade pena de 18 para 16 anos em caso de crimes 
hediondos. 
Os crimes hediondos são aqueles considerados os mais graves e revoltantes do 
ponto de vista da moral vigente. No Brasil são reconhecidos como hediondos o estupro, 
homicídio, latrocínio (roubo seguido de morte), prostituição de menores ou vulneráveis, 
dentre outros. 
Como no Brasil a maioridade é um assunto consagrado no texto constitucional, o 
deputado propôs uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) a fim de que fosse 
incorporada à Constituição brasileira. A PEC foi votada e passou pela Câmara dos 
Deputados, em 2015, mas foi rejeitada no Senado. 
 
FONTE: 
https://www.todamateria.com.br/maioridade-penal/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.todamateria.com.br/maioridade-penal/
 
 
 
 
 
 
 
05: CNMP – Conselho Nacional do Ministério Público – atuações recentes 
O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) atua em prol do cidadão 
executando a fiscalização administrativa, financeira e disciplinar do Ministério Público 
no Brasil e de seus membros, respeitando a autonomia da instituição. O órgão, criado em 
30 de dezembro de 2004 pela Emenda Constitucional nº 45, teve sua instalação concluída 
em 21 de junho de 2005. A sede fica em Brasília-DF. 
Formado por 14 membros, que representam setores diversos da sociedade, o 
CNMP tem como objetivo imprimir uma visão nacional ao MP. Ao Conselho cabe 
orientar e fiscalizar todos os ramos do MP brasileiro: o Ministério Público da União 
(MPU), que é composto pelo Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público 
Militar (MPM), Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Distrito Federal e Territórios 
(MPDFT); e o Ministério Público dos Estados (MPE). 
Presidido pelo procurador-geral da República, o Conselho é composto por quatro 
integrantes do MPU, três membros do MPE, dois juízes, indicados um pelo Supremo 
Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça, dois advogados, indicados 
pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e dois cidadãos de notável 
saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo 
Senado Federal. 
Antes da posse no CNMP, os nomes apresentados são apreciados pela Comissão 
de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), do Senado Federal, depois vão ao Plenário 
do Senado e seguem para a sanção do presidente da República. 
Pautado pelo controle e pela transparência administrativa do MP e de seus 
membros, o CNMP é uma entidade aberta ao cidadão e às entidades brasileiras, que 
podem encaminhar reclamações contra membros ou órgãos do MP, inclusive contra seus 
serviços auxiliares. As reclamações devem ser feitas por escrito diretamente ao CNMP, 
por fax (61) 3366-9100 ou por e-mail: secretaria@cnmp.mp.br 
É papel do CNMP: 
• Zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, 
podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou 
recomendar providências; 
• Zelar pela observância do art. 37 da Constituição Federal e apreciar a 
legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do 
Ministério Público da União e dos Estados; 
• Receber reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da 
União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem 
prejuízo da competência disciplinar e correcional da instituição, podendo 
avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a 
disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos 
proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções 
administrativas, assegurada ampla defesa; 
• Rever os processos disciplinares de membros do Ministério Público da 
União ou dos Estados julgados há menos de um ano; 
• Elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias 
sobre a situação do Ministério Público no País e as atividades do Conselho. 
MISSÃO: Fortalecer, fiscalizar e aprimorar o Ministério Público, zelando pela 
unidade e pela autonomia funcional e administrativa, para uma atuação sustentável e 
socialmente efetiva. 
VISÃO: Ser reconhecido como instituição ética, ágil e essencial à efetividade 
e ao fortalecimento do Ministério Público em favor da sociedade. 
VALORES: 
• Ética 
• Cidadania 
• Efetividade 
• Transparência 
• Sustentabilidade 
A estrutura do CNMP está organizada a fim de efetivar o cumprimento da 
fiscalização e da orientação do exercício administrativo e financeiro do Ministério 
Público no Brasil, além de promover a integração e o desenvolvimento da instituição. 
O Plenário é constituído pelos 14 conselheiros do CNMP, o Plenário controla a 
atuação administrativa e financeira do Ministério Público e o cumprimento dos deveres 
funcionais dos seus membros. Aos atos e decisões do Plenário do Conselho não cabe 
recurso, salvo o de embargos de declaração. As sessões do Plenário poderão ser 
ordinárias, com realização em dias úteis mediante prévia comunicação aos conselheiros, 
e extraordinária, convocadas pelo presidente fora do calendário semestral estabelecido, 
com, pelo menos, cinco dias de antecedência. 
A presidência do CNMP é exercida pelo procurador-geral da República, a quem 
compete atuar para o fortalecimento e o aprimoramento do Ministério Público, 
assegurando sua autonomia para um trabalho responsável e socialmente efetivo. 
A Corregedoria fica com o dever de executar as funções executivas do Conselho, 
de inspeção e correição geral, a Corregedoria Nacional do Ministério Público é um órgão 
do CNMP. 
As comissões do CNMP são instituídas pelo Plenário para o estudo de temas e 
atividades específicos da instituição ou relacionados às suas competências. De caráter 
permanente ou temporário, as comissões são formadas pelos membros do Conselho, 
sendo que os presidentes de cada comissão são eleitos pelo voto da maioria do Plenário 
para mandato de um ano. Atualmente, o CNMP possui seis comissões permanentes e 
uma provisória. 
A Secretária-geral tem como função exercer as atividades de apoio técnico-
administrativo necessárias à preparação e à execução das funções do CNMP. Diretamente 
subordinada à Presidência, a Secretaria atua também nos serviços cartorários do CNMP, 
como receber, autuar e movimentar os processos em tramitação. 
FONTE: 
https://www.cnmp.mp.br/portal/institucional/o-cnmp/apresentação 
https://www.cnmp.mp.br/portal/institucional/o-cnmp/estrategia-institucional 
https://www.cnmp.mp.br/portal/institucional/o-cnmp/estrutura 
06: Petição eletrônica – sonho ou realidade nos nossos Tribunais 
O grande problema e a maior fonte de crítica do Judiciário brasileiro é, sem 
dúvida, o tempo de duração de uma dadademanda judicial até a sua solução final, 
dito de outro modo, a morosidade judicial quanto à prestação jurisdicional. 
É dentro deste contexto, e, sobretudo, de atendimento ao princípio da duração 
razoável do processo, que se buscou no processo eletrônico um meio de se atingir o 
objetivo de maior celeridade na administração da Justiça. 
Com o advento da Lei 11.419/2006, primeiro passo para a implantação do 
processo eletrônico no Brasil e a partir de quando efetivamente muito se passou a 
discutir e pensar sobre como efetivamente utilizar estas inovações tecnológicas de 
modo a assegurar a celeridade da prestação jurisdicional, de um lado e, de outro, 
assegurar o amplo acesso às informações, dados, decisões etc., por todos os 
advogados. 
De início, pode-se imaginar que o processo eletrônico contribui positivamente 
para uma maior (i) publicidade das informações, (ii) velocidade de comunicação dos 
atos processuais e (iii) facilidade na realização das rotinas cartorárias (juntada de 
petições, atos ordinatórios, despachos de mero expediente etc.). 
Mas há desvantagens também. 
Talvez a mais grave seja a dos excluídos do mundo digital, excluídos esses 
que não necessariamente o sejam em razão de ordem econômica, mas simplesmente 
porque não acompanharam a evolução quase que diária deste campo virtual. 
Muito embora, não podemos desconsiderar que o fator econômico poderá sim 
ser uma causa de exclusão de determinados advogados em face dos custos inerentes 
à integração ao processo digital. 
https://www.cnmp.mp.br/portal/institucional/o-cnmp/apresentação
https://www.cnmp.mp.br/portal/institucional/o-cnmp/estrategia-institucional
https://www.cnmp.mp.br/portal/institucional/o-cnmp/estrutura
Esta situação é ainda mais preocupante quando determinados tribunais 
decidem administrativamente que a partir de tal momento somente se receberão 
petições eletrônicas/digitalizadas. O advogado menos habituado com este mundo 
digital se vê, de uma hora para outra, impedido de exercer sua atividade profissional 
e, em dadas situações, para não dizer na sua maioria, esta constatação se dá diante de 
um prazo fatal! 
Para este intento (processo eletrônico), o Estado deve garantir às partes e 
disponibilizar nas sedes dos tribunais e foros em geral um serviço de informatização 
capaz de possibilitar atender o amplo exercício ao direito de defesa e de petição, sob 
pena do processo não poder ser exclusivamente eletrônico, como pretendem alguns. 
Mas não é só. Outra desvantagem contundente do processo eletrônico, nos dias 
de hoje, está ligada diretamente à questão da segurança dos documentos digitais, 
sendo que, de um lado, há de se ter o cuidado para se garantir a inviolabilidade de tais 
documentos e, de outro, o livre acesso a esses mesmos documentos pelas partes e 
advogados em geral. 
Atualmente, coexistem dois sistemas de identificação que parecem ser 
utilizados pelos tribunais em geral. Um deles é o de certificação digital, utilizado, por 
exemplo, pelo Superior Tribunal de Justiça e pelo Supremo Tribunal Federal. O outro 
é o de credenciamento dos advogados diretamente no Tribunal, como por exemplo, 
acontece no Tribunal Regional Federal da 1ª Região e na Justiça Federal do Distrito 
Federal. 
É de se ressaltar, contudo, que a utilização de novas ferramentas no campo do 
Direito não é tarefa fácil, seja porque estamos diante de um ambiente absolutamente 
formal e ritualístico, seja porque toda inovação traz consigo uma necessidade de 
adaptação por parte de seus operadores, tais como investimento em infraestrutura, 
aparelhamento tecnológico, treinamento de pessoal etc. 
O inusitado, no entanto, para não dizer tragicômico, é que, mesmo aquilo que 
seria vantajoso no processo eletrônico (velocidade de comunicação dos atos 
processuais, facilidade na realização das rotinas cartorárias, juntada de petições etc.) 
às vezes se mostra absolutamente contraproducente. 
Os advogados, mais cautelosos, devem sempre que despachar determinado 
caso com o magistrado, levar consigo o processo eletrônico impresso (a famosa pasta 
de arquivo), pois, do contrário, pode se esperar o pior. 
Ou o julgador poderá não conseguir acessar os autos eletrônicos no momento 
da audiência e, assim, tal solenidade se mostrará pouco frutífera, ou, até mesmo sob 
o ponto de vista prático, o despacho sobre determinado ponto da demanda se mostrará 
totalmente ineficaz, pois a falta de estrutura dos tribunais em geral e até mesmo de 
traquejo, neste ponto, dos próprios operadores do direito (imaginem a seguinte cena: 
o magistrado de um lado da mesa, com seu computador, visualizando o processo, e, 
do outro lado da mesa, o advogado, sem acesso à tela, tendo que reproduzir de cabeça 
ou, quando muito, indicar ao magistrado na tela de seu computador o trecho que 
pretende esclarecer, enaltecer ou refutar) impossibilitarão a plena cognição do ponto 
que se visava esclarecer ou debater. 
Isso sem falar em tantas outras dificuldades do dia a dia cibernético que a 
princípio não deveriam mais ocorrer como, por exemplo, a demora tanto na juntada 
de petições urgentes como na conclusão do processo ao magistrado (isto ainda deve 
causar espécie em se tratando de processo eletrônico). 
Não se pode negar, no entanto, que é preciso utilizar cada vez mais as 
vantagens tecnológicas de nosso tempo para o campo do Direito e que estes primeiros 
passos, na seara do processo eletrônico, ainda que derrapantes aqui e acolá se 
mostrarão de fundamental importância no futuro. Não há dúvidas, também, de que a 
utilização das inovações tecnológicas no campo do direito será facilitadora, 
catalisadora, de uma marcha processual mais ágil. 
No entanto, essa alteração significativa nos usos e costumes do trato das lides 
perante o Judiciário deveria ocorrer de maneira mais gradual, não podendo, sobretudo, 
ser imposta pelo Poder Judiciário como se este fosse o único responsável pela 
administração da Justiça, olvidando-se o comando constitucional que claramente 
assegura que o advogado é indispensável à administração da justiça. 
Neste sentido, inclusive, há que se ter sempre presente que outros pontos 
exigem igual reflexão dentro deste cenário desanimador e carente de mudanças para 
que tenhamos uma administração efetivamente mais célere da Justiça e ao alcance de 
todos no futuro breve. 
É importante, contudo, que as soluções eventualmente apresentadas e adotadas 
se deem sem atropelos e, sobretudo, sem prejuízo das garantias constitucionalmente 
já asseguradas e que são tão caras aos cidadãos em geral. 
Nossa tábua de salvação é mais uma vez a Ordem dos Advogados do Brasil, 
que vem atuando, desde o início, fervorosamente na defesa das nossas prerrogativas, 
demonstrando sempre uma enorme preocupação com os atropelos e, por que não, 
açodamentos, com as implantações dos diversos sistemas de processo eletrônico nos 
Tribunais do Brasil. 
A luta é árdua. E às vezes parece desigual, pois, apesar de todas as críticas já 
manifestadas pela Ordem e de tantos outros (magistrados, advogados, servidores etc.) 
a respeito do assunto e, ainda, da recente conclusão do Colégio de Presidentes da 
Entidade no sentido de que da forma como está, o processo eletrônico judicial exclui 
o cidadão da Justiça brasileira, o Conselho Nacional de Justiça lançou, há poucos dias, 
em 21 de junho de 2011, a criação do Processo Judicial Eletrônico (PJe), e o fez à 
total revelia das opiniões, críticas e contribuições da Ordem dos Advogados do Brasil. 
Temos a certeza, no entanto, de que a OAB não permitirá o desrespeito das 
prerrogativas profissionais e permanecerá vigilante quanto aos abusos eventualmente 
existentes. 
 
FONTE: 
https://www.conjur.com.br/2011-ago-01/processo-eletronico-realidade-
sonho?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter 
https://www.conjur.com.br/2011-ago-01/processo-eletronico-realidade-sonho?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter
https://www.conjur.com.br/2011-ago-01/processo-eletronico-realidade-sonho?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter07: Direito e internet 
A internet passou a existir na guerra fria em 1960 a 1970, pois o governo norte-
americano pretendia adquirir um sistema que possibilitasse a troca de informações 
entre os seus computadores militares. Além disso, tal governo almejava uma 
tecnologia de resistência que mesmo acontecendo um ataque nuclear os dados 
pudessem ser preservados. A partir desse ponto entre a comunicação da Universidade 
da Califórnia e um centro de pesquisa em Stanford surgiu a ARPANET (Advanced 
Research Projects Agency Network), o antecessor da Internet, ligando quatro 
computadores. Posteriormente, mais computadores se juntaram a estes. Então, o 
próximo passo, foi já com o projeto internet ligar as universidades para que fosse 
possível uma transmissão de dados de forma mais eficaz, rápida e segura. 
Já no Brasil, a iniciativa para disponibilização da internet ao público começou 
em 1995, com a atuação do governo federal (por meio do Ministério da Comunicação 
e do Ministério de Ciência e Tecnologia) no sentido de implantar a infraestrutura 
necessária e definir parâmetros para a posterior operação de empresas privadas 
provedoras de acesso aos usuários. Tal tecnologia em apreço prosseguiu no Rio de 
Janeiro em 1988 no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), o qual 
conseguiu acesso à Bitnet, por meio de uma conexão de 9 600 bits por segundo 
estabelecida com a Universidade de Maryland. 
Diante desse contexto, percebemos que é inimaginável o nosso cotidiano sem 
a internet. Outrossim, ela facilita a pesquisa e democratiza a informação. E ainda, 
permite rapidez no acesso de informações, pois consultá-la sobre qualquer tema é 
mais rápido, dificilmente as pessoas consultam livros para isso; menor consumo de 
recursos, pois há quantidade de informações em um só lugar. Não existe atualmente 
outro suporte que forneça tantas informações disponíveis. 
Ademais, não é mais necessário gastar um valor dispendioso para deslocar-se 
até um país para se adquirir um produto desejado, tudo o que se tem a fazer é navegar 
em alguns sites e então adquirir a mercadoria. Toda essa movimentação de produto, 
serviço e dinheiro cibernético gera facilidade na compra, pois há a praticidade de não 
precisar sair de casa. Além do que, o acesso a serviços de qualquer lugar do mundo 
evita os deslocamentos, exemplo disso são as transações bancárias via sistema 
bankline e os cursos EAD possibilitando as pessoas adquirirem formação em nível 
superior a distância, permitindo assim até mesmo o surgimento de inúmeras 
profissões. Tudo isso sem mencionar a utilidade na gestão das empresas, comércios e 
órgãos públicos. Também se deve considerar que ela permite contato em tempo real 
com pessoas que estão distantes e está entre os meios de entretenimento preferido. 
Estamos na época da era digital e consequentemente dependemos da internet, 
seja diretamente ou indiretamente e imaginar o mundo sem ela é algo insonhável. No 
entanto, toda essa dependência da internet acarreta – na maioria dos casos – a 
exposição da intimidade e a privacidade do homem, logo, é compreender que a 
privacidade e outros princípios correlatos estão contextualizados na sociedade da 
informação. Tudo isso porque apesar da internet ser um meio tão recorrente ainda é 
impossível se falar em controle específico e minucioso de tal tecnologia. 
A legislação brasileira garante que à imagem, honra, intimidade e a vida 
privada são invioláveis. Também em seu Artigo 5º, inciso X, a Constituição Federal 
garante que a privacidade é um direito básico, contudo, é justamente esse direito que 
muitas vezes é transgredido na internet. Contribui Alexandre Moraes que “A proteção 
constitucional refere-se, inclusive, à necessária proteção à própria imagem diante dos 
meios de comunicação em massa”. 
É diante desses argumentos que percebemos que muitos problemas são 
ocasionados pelo mau uso da internet em nosso país. Muitas vezes as pessoas, 
empresas, órgãos governamentais expõem-se em demasia na internet, seja pela falta 
de conhecimento ou pela inocência e isso na maioria dos casos facilita a intervenção 
de hacker ou crackers. Na prática, os dois termos servem para conotar pessoas que 
têm habilidades com computadores, porém, cada um usa essas habilidades de formas 
bem diferentes. 
Os hackers utilizam todo o seu conhecimento para melhorar softwares de 
forma legal e não invadem um sistema com o intuito de causar danos. No entanto, os 
crackers têm como prática a quebra da segurança de um software e usam seu 
conhecimento de forma ilegal, portanto, são vistos como criminosos. Até mesmo sites 
oficiais são atacados, como foi o caso ocorrido em junho de 2011, no Brasil, páginas 
de ministérios, da Presidência, Senado, Receita e IBGE estiveram na mira dos 
invasores. 
A ciência do Direito tem por finalidade a regulação das relações sociais, cuja 
finalidade é manter a ordem social por meio de suas pesquisas e doutrinas. Sendo 
assim da mesma forma que a sociedade está em constante transformação e evolução, 
o Direito deve (assim como os profissionais e os acadêmicos da área) acompanhar 
estas tendências. 
Desse modo, celeridade da internet provoca a área jurídica em todos os 
aspectos, pois regulamentar as relações sociais ocorridas no âmbito da tecnologia da 
informação é desafiador para o ramo direito, tendo em vista justamente a celeridade. 
Aliás, tal ramo é conhecido por diversas nomenclaturas como "Direito Informático", 
"Direito Eletrônico", "Direito da Tecnologia da Informação", "Direito da Internet", 
ou ainda "Direito Cibernético". 
Contudo, o termo "Direito Digital" tem se tornado popular no Brasil para 
indicar questões jurídicas relativas à Internet. Enfim, é um campo do Direito que se 
propõe a estudar aspectos jurídicos do uso de computadores e da tecnologia da 
informação em geral, com fundamento no crescente desenvolvimento da Internet e 
na importância da tecnologia da informação e da informática nas relações jurídicas, 
sendo por isso, uma nova área do estudo do Direito. 
Diante disso, o efetivo acompanhamento da área Jurídica nas demandas 
Cibernéticas com a regulamentação e atualização trarão diversas soluções 
necessárias. 
FONTE: 
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-127/direito-x-internet/ 
 
 
08: Lei Maria da Penha 
A Lei Maria da Penha foi sancionada em 7 de agosto de 2006 pelo presidente 
Luiz Inácio Lula da Silva. Com 46 artigos distribuídos em sete títulos, ela cria 
mecanismos para prevenir e coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher 
em conformidade com a Constituição Federal (art. 226, § 8°) e os tratados 
internacionais ratificados pelo Estado brasileiro (Convenção de Belém do Pará, Pacto 
de San José da Costa Rica, Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem 
e Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a 
Mulher). 
O Título I determina em quatro artigos a quem a lei é direcionada, ressaltando 
ainda a responsabilidade da família, da sociedade e do poder público para que todas 
as mulheres possam ter o exercício pleno dos seus direitos. 
Já o Título II vem dividido em dois capítulos e três artigos: além de configurar 
os espaços em que as agressões são qualificadas como violência doméstica, traz as 
definições de todas as suas formas (física, psicológica, sexual, patrimonial e moral). 
Quanto ao Título III, composto de três capítulos e sete artigos, tem-se a 
questão da assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar, com 
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-127/direito-x-internet/
destaque para as medidas integradas de prevenção, atendimento pela autoridade 
policial e assistência social às vítimas. 
O Título IV, por sua vez, possui quatro capítulos e 17 artigos, tratando dos 
procedimentos processuais, assistência judiciária, atuação do Ministério Público e, 
em quatro seções (Capítulo II), se dedica às medidas protetivasde urgência, que estão 
entre as disposições mais inovadoras da Lei n. 11.340/2006. 
No Título V e seus quatro artigos, está prevista a criação de Juizados de 
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, podendo estes contar com uma 
equipe de atendimento multidisciplinar composta de profissionais especializados nas 
áreas psicossocial, jurídica e da saúde, incluindo-se também destinação de verba 
orçamentária ao Judiciário para a criação e manutenção dessa equipe. 
O Título VI prevê, em seu único artigo e parágrafo único, uma regra de 
transição, segundo a qual as varas criminais têm legitimidade para conhecer e julgar 
as causas referentes à violência de gênero enquanto os Juizados de Violência 
Doméstica e Familiar contra a Mulher não estiverem estruturados. 
Por fim, encontram-se no Título VII as disposições finais. São 13 artigos que 
determinam que a instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra 
a Mulher pode ser integrada a outros equipamentos em âmbito nacional, estadual e 
municipal, tais como casas-abrigo, delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços 
de saúde, centros de educação e reabilitação para os agressores etc. Dispõem ainda 
sobre a inclusão de estatísticas sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher 
nas bases de dados dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e Segurança, além de 
contemplarem uma previsão orçamentária para o cumprimento das medidas 
estabelecidas na lei. Um dos ganhos significativos trazidos pela lei, conforme consta 
no art. 41, é a não aplicação da Lei n. 9.099/1995, ou seja, a violência doméstica 
praticada contra a mulher deixa de ser considerada como de menor potencial ofensivo. 
 
FONTE: 
https://www.institutomariadapenha.org.br/lei-11340/resumo-da-lei-maria-da-
penha.html 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.institutomariadapenha.org.br/lei-11340/resumo-da-lei-maria-da-penha.html
https://www.institutomariadapenha.org.br/lei-11340/resumo-da-lei-maria-da-penha.html
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
09: Medidas de urgência no processo civil e processos coletivos 
As medidas de urgências são remédios constitucionais que visam a tomada de 
providências antes do desfecho final do processo, visando retirar as situações graves 
de risco de dano à efetividade do processo ou prejuízos que podem decorrer de sua 
demora e que ameaçam a conclusão natural do processo e sua efetiva prestação 
jurisdicional. 
O direito de ação decorre da função jurisdicional do estado, exercida 
tipicamente pelo Poder Judiciário, que intermedeia e soluciona os conflitos que 
chegam à sua seara, objetivando a aplicação da Lei e pacificação social. 
O procedimento comum não elimina esses tipos de riscos. Para tanto, fazer-se 
necessário afastar uma série de situações que podem interferir no andamento célere 
do processo, tornando-o mais lento, como também, afastar qualquer ato que possa 
trazer prejuízos que influenciam na eficácia do provimento final. 
Dessa forma, o lento andamento dos processos comum vinha a causando danos 
permanentes aos demandantes que, na sentença final, via seu direito perdido no 
tempo, por não se obter mais formas de resgatá-lo, visto que talvez o objeto houvesse 
se deteriorado, desaparecido e entre outras situações. 
Assim, houve a necessidade de se criar um procedimento que resguardasse os 
direitos colocados à discussão perante o Judiciário. 
Ante esses problemas é que se fez necessário a criação das Medidas de 
Urgências, que são procedimentos de ritos diferentes, previsto como um remédio 
constitucional, mais ágeis e capazes de resguardar o objeto da ação até a sua efetiva 
entrega para quem de direito. 
Inicialmente o ordenamento jurídico brasileiro previu as medidas cautelares 
com o objetivo de garantir ou assegurar direito futuro, e posteriormente com a reforma 
processual de 1994, foi introduzida a tutela antecipada que é capaz de antecipar os 
efeitos da sentença de mérito. 
Após a reforma processual, o nosso sistema incluiu dois regimes distintos: de 
um lado, o da tutela cautelar (com os requisitos do fumus boni juris e do periculum in 
mora) e, de outro, o da tutela antecipada (baseada na verossimilhança da alegação e 
no fundado receio de dano ou no abuso do direito de defesa). 
A mudança foi positiva, porém trouxe também diversos problemas em relação 
a sua distinção, onde, não raro, pleiteava-se uma no lugar da outra. 
Tanto uma como a outra formam o gênero das tutelas de urgência, e embora 
sejam diferentes, estas foram objeto de discussão jurisprudencial e doutrinária no 
tocante a possível aplicação do instituto da fungibilidade, qual solucionou esse 
impasse entre as duas medidas (cautelar e antecipatória) por meio da lei 10.444 de 
2002, que acrescentou o § 7º ao artigo 273 do CPC. 
Ante a evolução das medidas de urgência no nosso ordenamento jurídico, que 
a priori trouxe a medida cautelar, e por meio da reforma processual de 1994 introduziu 
a tutela antecipada, vemos que a tendência é sempre atrelada à maior efetividade 
processual. 
Convém citar o ilustre doutrinador BEDAQUE, que em sua obra “Tutela 
cautelar e tutela antecipada: tutelas sumárias e de urgência (tentativa de 
sistematização)” (2ª ed. São Paulo: Editora Malheiros, 2001), mencionava sobre a 
possibilidade de unificação das medidas de urgência de modo a garantir maior 
efetividade processual. 
Anos depois, o novo CPC adota um sistema muito mais simples, unificando o 
regime, estabelecendo os mesmos requisitos para a concessão da tutela cautelar e da 
tutela satisfativa (probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil 
do processo). 
O Brasil foi o pioneiro entre os países de civil law na elaboração e 
implementação dos processos coletivos. Após a reforma da Lei da Ação Popular, em 
1977, os direitos difusos relacionados ao patrimônio ambiental receberam tutela 
jurisdicional através da legitimação do cidadão. Em seguida, a Lei nº 6.938/81 
concedeu titularidade ao Ministério Público para as ações ambientais de 
responsabilidade penal e civil. A partir da Lei nº 7.347/85 – Lei da Ação Civil Pública 
− que os interesses transindividuais, pertinentes ao meio ambiente e ao consumidor, 
tiveram tutela diferenciada, intermediados por princípios e regras que romperam a 
estrutura individualista do processo civil brasileiro e influenciaram o Código de 
Processo Civil. 
Tratava-se de uma tutela restrita a objetos determinados (o meio ambiente e 
os consumidores), até que a Constituição de 1988 viabilizou a proteção coletiva dos 
interesses/direitos transindividuais, sem limitação ao objeto do processo. Em 1990, 
com o Código de Defesa do Consumidor, surgiu um verdadeiro microssistema de 
processos coletivos, com interação entre os dispositivos que tratam do assunto. 
A conceituação do processo coletivo decorre de seu objeto litigioso, podendo 
ser uma situação jurídica ativa ou passiva. A relação jurídica é coletiva quando, em 
seu polo ativo ou passivo, há um grupo, na qual poderá envolver direito (situação 
jurídica ativa) ou dever (situação jurídica passiva). 
É considerada uma espécie de tutela jurisdicional que visa a proteção de 
determinadas espécies de direitos materiais. Cabe ao legislador determinar quais são 
esses direitos, sem que haja, necessariamente, uma relação entre a natureza do direito 
tutelar e a tutela coletiva. Isto é, ainda que os direitos sejam de natureza individual, 
podem ser protegidos pela tutela coletiva por determinação expressa do legislador. 
Os efeitos da sentença proferida devem ser pontuados de acordo com o modelo 
processual adotado. 
No modelo representativo, há ampla participação de todos os interessados, a 
fim do provimento jurisdicional, representados por um legitimado. Os efeitos são 
limitados, como consta no art. 16, da Lei nº 7.347/85. 
Também há previsão legal em relação aos efeitos da coisa julgada na sentença 
coletiva na normados arts. 103 e 104, do Código de Defesa do Consumidor. 
Observa-se que a extensão dos efeitos depende do resultado do julgamento. 
Assim, procedendo o pedido inicial, haverá ampliação subjetiva da eficácia do 
julgado. Entretanto, se o pedido for julgado improcedente devido a insuficiência 
probatória, os interessados e legitimados não serão vinculados. Isso porque os 
legitimados detêm o direito ao devido processo legal, a ampla defesa, ao contraditório 
e a isonomia, objetivando, individualmente, a reversão da demanda que for 
desfavorável. Da mesma forma, consta no art. 18, da Lei nº 4.717/65. 
No modelo participativo, considerando a participação ampla dos interessados 
na construção do provimento jurisdicional, a limitação aos efeitos da sentença é vista 
como inviável e desnecessária. A possibilidade de o processo representar o conflito 
coletivo de forma mais abrangente será maior, quanto maior for a participação dos 
interessados na formação do mérito. Assim, haverá repercussões nos efeitos e na 
extensão da sentença coletiva e da coisa julgada, em que a coisa julgada alcançará a 
todos os interessados coletivos, tendo em vista que o provimento será referência para 
a identificação dos legitimados na ação coletiva, que sofrerão os efeitos da sentença 
proferida. 
Logo, nas ações coletivas o provimento jurisdicional será legítimo quando 
constituído através da participação dos interessados, sem que os efeitos da sentença 
se limitem quanto ao território e a quem sofrerá seus efeitos. 
 
FONTE: 
https://anacarlart.jusbrasil.com.br/artigos/380613059/as-medidas-de-urgencia-a-luz-
do-novo-codigo-de-processo-civil 
https://areadny.jusbrasil.com.br/artigos/533676061/processo-coletivo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10: Súmula Vinculante 
As súmulas vinculantes são instrumentos jurídicos de extrema importância 
para a garantia da segurança jurídica e para que as normas constitucionais sejam 
interpretadas e aplicadas de forma uniformizada. 
Embora seja um assunto que já foi pacificado legalmente desde 2004, as 
súmulas vinculantes ainda surtem muitas dúvidas em profissionais do direito, além de 
ser um tema frequentemente cobrado em concursos públicos da área. 
Além de lidar com a legislação vigente e com a jurisprudência dos tribunais a 
respeito de certos temas, o advogado também deve estar a par do que o Supremo 
https://anacarlart.jusbrasil.com.br/artigos/380613059/as-medidas-de-urgencia-a-luz-do-novo-codigo-de-processo-civil
https://anacarlart.jusbrasil.com.br/artigos/380613059/as-medidas-de-urgencia-a-luz-do-novo-codigo-de-processo-civil
https://areadny.jusbrasil.com.br/artigos/533676061/processo-coletivo
Tribunal Federal traz em suas súmulas vinculantes, uma vez que essas pacificações 
interpretativas da constituição afetam o Poder Judiciário e a Administração Pública 
como um todo. 
Fundamental para a manutenção da segurança jurídica e para garantir uma 
interpretação unificada do texto constitucional, as súmulas vinculantes são muito 
importantes no arsenal de conhecimento jurídicos de advogados de todas as áreas. 
A súmula nada mais é do que a pacificação jurisprudencial que um tribunal 
tem a respeito da interpretação e aplicação de uma norma jurídica qualquer. 
Todos os tribunais do país criam suas súmulas, unificando o pensamento dos 
órgãos colegiados acerca de alguma norma ou tema específico, evitando que haja 
discordância a respeito da aplicação de determinada legislação. 
A súmula vinculante, no entanto, não apenas traz a pacificação jurisprudencial 
a respeito de um tema, mas também obriga todo o Poder Judiciário e a Administração 
Pública a seguir o que foi determinado por ela. 
É daí que vem o termo “vinculante”, uma vez que ela vincula os demais órgãos 
do Judiciário e do Executivo a seguir o que for apresentado por ela. Por ter esse poder 
normativo, a súmula vinculante pode ser aplicada exclusivamente pelo Supremo 
Tribunal Federal (STF). 
Trata-se, portanto, de um dispositivo constitucional que possibilita que a mais 
alta instância do Poder Judiciário crie normas que possuem efeito de leis, tendo que 
ser cumpridas, desempenhando, na matéria, o papel que é do Poder Legislativo. 
As súmulas vinculantes surgiram no Brasil apenas em 2004, com a aprovação 
e aplicação da Emenda Constitucional nº 45/2004, que editou diversos dispositivos 
constitucionais e implementou o artigo 103-A. 
Assim sendo, deu-se o poder ao Supremo Tribunal Federal (STF) de 
estabelecer uma normativa para todo o Poder Judiciário e Executivo, através da 
Administração Pública. 
Embora esse poder normativo seja limitado (deve incidir necessariamente 
sobre matéria constitucional), ele escapa da divisão comum dos três poderes, uma vez 
que concede ao órgão máximo do Judiciário a possibilidade de legislar sobre 
determinado assunto. 
Essa possibilidade é baseada não no direito clássico romano, mas sim no 
direito norte-americano, onde em vários aspectos a jurisprudência formada tem peso 
maior para a normatização de ações judiciais do que a própria legislação. 
Além da disposição constitucional, através do artigo 103-A, as súmulas 
vinculantes são regulamentadas através da lei nº 11.417, de 19 de dezembro de 2006, 
que regulamentou o artigo 103-A da Carta Maior brasileira, além de outros artigos. 
A súmula vinculante tem como principal objetivo unificar a interpretação e 
aplicação do texto constitucional dentro do Poder Judiciário e da Administração 
Pública em todas as suas esferas. 
Ao pacificar um determinado tema constitucional por ofício ou por pressão de 
terceiros, os ministros do STF acabam por uniformizar a atuação do Judiciário, 
tornando-o mais coeso, dando mais segurança jurídica às pessoas e limitando a 
atuação dos demais juízes à interpretação soberana da Carta Maior. 
Uma súmula vinculante, no entanto, não pode ser criada sem um motivo e sem 
o atendimento de certos requisitos para a sua existência. 
O artigo 103-A da Constituição Federal aponta quais são os requisitos para a 
criação do dispositivo. 
Em primeiro lugar, a súmula vinculante só pode ser criada pelo Supremo 
Tribunal Federal, e obrigatoriamente precisa estar relacionada com algum impasse 
envolvendo normativas constitucionais. 
Embora tenham nomes similares, as aplicações de súmulas e súmulas 
vinculantes são completamente distintas. 
Em suma, a súmula é a formalização de como um determinado tribunal encara 
um assunto específico, tornando a sua jurisprudência sobre o tema pacificada e, com 
isso, dando mais segurança jurídica para quem ingressar na justiça com uma demanda 
próxima a da súmula. 
A súmula, portanto, é a visão jurisprudencial daquele tribunal em específico 
sobre o tema. Diferentes tribunais possuem diferentes jurisprudências sobre diferentes 
temas, criando suas próprias súmulas. 
Embora exista certo esforço para padronizar a jurisprudência, não há garantia 
de que uma súmula do Tribunal de Justiça de São Paulo vá ser aplicada igualmente 
no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, por exemplo. 
A súmula vinculante, por sua vez, é um tipo de súmula realizada 
exclusivamente pelo STF, que tem como base uma matéria constitucional e, diferente 
das súmulas comuns, obrigatoriamente terá que ser seguida por todo o Poder 
Judiciário e pela Administração Pública. 
Ou seja: enquanto a súmula comum é o entendimento pacificado 
jurisprudencial de um tribunal sobre um tema do direito, a súmula vinculante é uma 
normatização, vinda do STF, que obriga ao Judiciário e ao Executivo a cumprir 
determinada norma constitucional conforme for apontado pela súmula vinculante. 
A súmula vinculante tem como objetivo proporcionar mais segurança jurídica 
e coesão na aplicação de normas e princípios constitucionais dentro do ordenamento 
jurídico brasileiro. 
Ela realiza esses objetivos ao determinar que todo o Poder Judiciário e a 
Administração Pública realizem o que for determinado pelos ministros do STFa 
respeito da matéria específica. 
De acordo com o artigo 103-A da Constituição Federal, a súmula vinculante 
terá os seus efeitos válidos a partir do momento em que for publicada na imprensa 
oficial. 
A partir deste momento, todos os órgãos e agentes do Poder Judiciário 
brasileiro e da Administração Pública, em todas as suas esferas (Federal, Estadual e 
Municipal) terão que atuar em conformidade com o que for estabelecido pela súmula 
a respeito da situação específica. 
 
FONTE: 
https://www.projuris.com.br/sumula-vinculante 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.projuris.com.br/sumula-vinculante

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