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< DESCRIÇÃO Principais acidentes em ambientes de laboratório e ações de primeiros socorros. PROPÓSITO Compreender os principais acidentes em ambiente laboratorial e os primeiros socorros, algo essencial para atuar de forma rápida e eficiente, pois isso contribui para manter a segurança e reduzir danos provocados pelos acidentes. PREPARAÇÃO Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos um dicionário de termos técnicos da área da saúde para entender termos específicos da área. OBJETIVOS MÓDULO 1 Descrever os principais tipos de acidentes que ocorrem em ambientes de laboratório MÓDULO 2 Relacionar as ações de primeiros socorros às principais consequências dos acidentes que ocorrem em ambientes de laboratório INTRODUÇÃO O trabalho em laboratório exige do profissional habilidades e competências técnicas específicas da área. Porém, além disso, o profissional deve estar atento a outros fatores. O ambiente laboratorial é um local onde os profissionais estão expostos a riscos físicos, químicos e biológicos. Apesar de serem preconizadas inúmeras medidas para garantir a segurança do trabalho no laboratório, o risco de acidentes é grande. Sendo assim, os profissionais precisam conhecer os principais tipos de acidentes e as medidas de primeiros socorros relacionadas a eles, a fim de reduzir os danos. Vamos aprender como agir diante de acidentes nos ambientes de laboratório. Para isso, você conhecerá os principais tipos de acidentes que ocorrem em laboratórios e as ações de primeiros socorros relacionadas a eles. MÓDULO 1 Descrever os principais tipos de acidentes que ocorrem em ambientes de laboratório RISCO E PERIGO NO CONTEXTO DO LABORATÓRIO Não podemos contestar o papel dos laboratórios no desenvolvimento da sociedade. Seja a produção de um simples analgésico, no apoio ao diagnóstico ou na nanomedicina, tudo isso passa pelo ambiente laboratorial. Os profissionais que trabalham nesses ambientes precisam se manter em constante aperfeiçoamento técnico para acompanhar os avanços tecnológicos. Fonte: Shutterstock.com Entretanto, esses ambientes tão importantes para a sociedade podem ser muito perigosos e expõem potencialmente os profissionais a diferentes riscos, como contaminação por produtos químicos, contaminação com material biológico, ferimentos com materiais cortantes ou até mesmo quedas ou explosões. Fonte: Shutterstock.com Você sabia que perigo e risco, apesar de andarem juntos, são coisas diferentes? Vamos entender isso melhor? PERIGO Perigo é qualquer coisa ou situação que pode provocar danos à saúde de qualquer espécie. RISCO De forma diferente, o risco é a probabilidade de que esses danos aconteçam. Um profissional que trabalha em um laboratório de pesquisa ou de análises clínicas, por exemplo, lida constantemente com o perigo (situações que podem provocar danos). Muitas vezes, as soluções utilizadas nos laboratórios são preparadas com reagentes tóxicos e inflamáveis, e até mesmo a simples coleta de uma amostra de sangue para um exame ou durante a doação, devido aos materiais perfurocortantes utilizados, pode oferecer riscos. Assim, há alto risco de danos, como a inalação desses reagentes, caso não sejam manipulados de forma correta. Há também a possibilidade de os profissionais se acidentarem durante a coleta, o que pode provocar doenças infectocontagiosas. Fonte: Shutterstock.com Outro exemplo clássico são os bombeiros. Eles não podem reduzir os perigos a que estão expostos, então adotam medidas para diminuir a chance de o dano acontecer. Para isso, eles têm protocolos de segurança, passam por treinamentos e usam equipamentos de proteção. Isso faz com que, apesar de os perigos da profissão continuarem, os riscos sejam diminuídos. Assim como os bombeiros, os profissionais nos ambientes de laboratório estão expostos a riscos químicos, biológicos, físicos, ergonômicos e de acidentes. Também devem ser adotados protocolos, treinamentos e a utilização dos equipamentos de proteção individual e coletiva. Exercer suas funções com cuidado, respeitando as questões de biossegurança e conhecendo quais são os riscos que encontraremos em um ambiente laboratorial, é de suma importância não apenas individualmente, como também coletivamente, evitando danos à sociedade e ao meio ambiente. Fonte: Shutterstock.com RISCOS QUÍMICOS Os produtos químicos encontrados no laboratório têm um amplo espectro de propriedades físicas, químicas e toxicológicas. Os riscos associados aos produtos químicos devem ser bem compreendidos antes de seu uso em um equipamento, experimento, exame, uma manipulação ou durante a preparação de solução, ou então na simples preparação de uma lâmina para observação ao microscópio. A manipulação deve ser cuidadosa desde sua abertura até o descarte final. Antes de manipular, devemos sempre conhecer o produto com o qual iremos trabalhar. É de suma importância saber: Se sofre decomposição, peroxidação ou polimerização pela ação da luz, do calor ou de ambos. Se é instável ou reativo frente à água e ao ar. A forma mais apropriada de manipulação. Tipo de luva que deve ser utilizado. Tipo de frasco armazenado. Local de manipulação. Se é ou não necessária a utilização de uma capela de exaustão. Os produtos químicos são encontrados nos laboratórios nas formas líquidas, sólidas e gasosas e, quando absorvidos pelo organismo, pelas vias respiratórias (inalação), pela via cutânea (contato com a pele) e pela via digestiva, podem produzir efeitos tóxicos e danos à saúde. EXEMPLO Alguns exemplos são queimaduras em geral, dermatites de contato, irritação nas mucosas, vias áreas, ação tóxica no sistema nervoso, aplasia de medula, asfixias e efeitos carcinogênicos, mutagênicos e teratogênicos. A seguir, podemos ver alguns riscos e cuidados na manipulação de algumas substâncias utilizadas nos laboratórios. Quadro 01: Riscos e cuidados na manipulação dos produtos químicos Produto químico Riscos Manipulação Solventes Benzeno Carcinogênico. Sempre que possível, substitua-o por tolueno, menos tóxico. Evite o contato com a pele e a inalação de seus vapores. Use a capela ao manipulá- lo, protegido por luvas, óculos e máscara. Tetracloreto de carbono Exposição aos vapores em altas concentrações no ar pode levar à morte por falha respiratória. Exposição menos severa pode causar danos aos rins e ao fígado. Sempre que possível, substitua-o por diclorometano, que oferece menor risco. Manipule-o na capela, usando os equipamentos de proteção adequados. Clorofórmio Exposição aos vapores em altas concentrações no ar pode levar à morte por falha respiratória. Exposição menos severa pode causar Manipule-o na capela, usando os equipamentos de proteção adequados. Pode ser substituído, com vantagens para a danos aos rins e ao fígado. segurança, pelo diclorometano. Éter etílico Seus vapores são mais pesados do que o ar e podem se propagar pela bancada e atingir fontes de ignição, causando incêndios, pois é extremamente inflamável. O produto anidro tende a formar peróxidos. Pode afetar o sistema nervoso central, causando inconsciência ou mesmo a morte, se a exposição for severa. Manipule-o sempre na capela. Metanol É um líquido inflamável que reage explosivamente com brometos, ácido nítrico, clorofórmio, hipoclorito de sódio, zinco dietílico, soluções de alquilaluminatos, trióxido de fósforo, peróxido de hidrogênio, terc- butóxido de potássio Manipule-o sempre na capela. e perclorato de chumbo. Etanol É um líquido inflamável, e seus vapores podem formar misturas explosivas com o ar em temperatura ambiente. O etanol reage vigorosamente com vários agentes oxidantes e com outras substâncias químicas, como nitrato de prata, ácido nítrico, perclorato de potássio, peróxido de hidrogênio, permanganato de potássio, entre outros. Manipule-o sempre na capela. Aldeídos Formaldeídos A exposição aos seus vapores podecausar câncer nos pulmões e na nasofaringe. Pode também causar irritação na pele, nos olhos e no trato respiratório e edemas. Deve ser manipulado na capela, usando-se os equipamentos de proteção adequados Hidrácidos Ácido fluorídrico Tanto na forma gasosa como em solução, é capaz de penetrar profundamente nos tecidos, através da pele. São irritantes ao sistema respiratório. Devem ser manipulados na capela, para quaisquer propósitos, com o operador usando luvas e máscara contra gases. Ácido clorídrico Possui alta ação corrosiva sobre a pele e as mucosas, podendo produzir queimaduras, cuja gravidade dependerá da concentração da solução. Pode se tornar inflamável. Deve ser manipulado na capela, para quaisquer propósitos, com o operador usando luvas e máscara contra gases. Oxiácidos Ácido sulfúrico É um poderoso agente desidratante. Na forma concentrada, reage explosivamente com potássio e sódio metálicos, permanganatos, cloratos, álcool benzílico. Além disso, oferece risco de provocar queimaduras severas na pele e nos olhos, Deve ser manipulado na capela, usando-se equipamento de proteção. mesmo em soluções diluídas. Ácido nítrico É um agente oxidante forte, capaz de destruir estruturas proteicas. Pode provocar queimaduras severas na pele e nos olhos, mesmo em soluções diluídas. O recipiente que o contém deve ser aberto com cuidado, porque, se a parte inerte interna da tampa se romper, a parte plástica é atacada, criando pressão positiva no interior, projetando o ácido no ato da abertura. Reage de forma descontrolada com anidrido acético e de forma explosiva com flúor e acetonitrila. A amônia se inflama na presença de seus vapores. Ácido perclórico É um poderoso agente oxidante, incolor, capaz de reagir explosivamente com compostos e materiais orgânicos. Causa queimaduras Forma percloratos explosivos em dutos metálicos do sistema de exaustão de capelas, exigindo, portanto, capela especial. Deve ser manipulado severas na pele e nos olhos. somente por técnico experiente. Ácido acético glacial É um solvente excelente para diversos compostos orgânicos, fósforo e enxofre. Seus vapores são extremamente irritantes aos olhos e ao sistema respiratório, e podem atacar o esmalte dos dentes se a exposição for de longa duração. O contato com a pele provoca severas queimaduras. Deve ser manipulado em capela, exigindo o uso de equipamento de proteção. Os frascos de ácido acético devem ser estocados longe de materiais oxidantes e, de preferência, entre 20 °C e 30 °C (quando estocado em temperaturas inferiores, pode solidificar, provocando ruptura do frasco). Bases Soluções de hidróxidos de metais alcalinos (sódio e potássio) São corrosivas e provocam danos na pele e nos tecidos dos olhos. Além disso, são extremamente exotérmicas durante a preparação. Ao preparar tais soluções, deve-se usar luvas, óculos de proteção e avental. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal O risco de efeitos tóxicos aos humanos frente a essas substâncias está relacionado à extensão da exposição e à toxicidade inerente de um produto químico. A extensão da exposição é determinada pela dose, duração, frequência da exposição e via de exposição. A exposição, mesmo a grandes doses de produtos químicos com pouca toxicidade, como o tampão de fosfato, apresenta baixo risco. Em contraste, mesmo pequenas quantidades de produtos químicos com alta toxicidade inerente ou corrosividade podem causar efeitos adversos significativos. A duração e a frequência da exposição também são fatores essenciais para determinar se um produto químico produzirá efeitos prejudiciais. Uma única exposição a alguns produtos químicos é suficiente para produzir um efeito adverso à saúde; para produtos, a exposição repetida é necessária para produzir efeitos tóxicos. Para a maioria das substâncias, a via de exposição (através da pele, dos olhos, do trato gastrointestinal ou respiratório) também é uma consideração importante na avaliação de risco. Para produtos químicos que têm sua ação tóxica sistêmica, a dose interna no órgão-alvo é um fator crítico e importante. A exposição a substâncias tóxicas com ação rápida (aguda) pode ser orientada por parâmetros de toxicidade definidos com base em estudos com animais e, frequentemente, exposição humana por envenenamento acidental. EXEMPLO A automação nos laboratórios de análises clínicas possibilitou exames com resultados mais rápidos, mas a quantidade de produtos químicos utilizados aumentou consideravelmente, levando risco não apenas ao manipulador, mas também à sociedade, caso o descarte desses materiais não seja realizado de forma correta. Para a realização de um hemograma automatizado, algumas substâncias, como cianeto de potássio, ácido fórmico e dimetilureia, são utilizadas. A inalação de cianeto causa danos rápidos, podendo levar à parada respiratória em poucos segundos, o que pode causar a morte, caso o tratamento não seja feito de forma rápida. Entretanto, se a via de exposição for cutânea, necessita-se de grandes áreas de exposição, e o início das manifestações é adiado por horas. Além disso, se o manejo desse resíduo para o descarte não for feito de maneira correta, ele pode ser tóxico para várias espécies aquáticas. O ácido fórmico pode causar danos à retina e ao nervo óptico, e a dimetilureia pode causar danos ao DNA. Ao considerar os possíveis perigos de toxicidade durante o planejamento de um experimento, é importante reconhecer que a combinação dos efeitos tóxicos de duas substâncias pode ser significativamente maior do que o efeito tóxico de qualquer uma das substâncias isoladamente. Todo o pessoal do laboratório deve compreender os conceitos- chave envolvidos na avaliação dos riscos associados ao uso de produtos químicos tóxicos. É importante ressaltar que os dados quantitativos análogos necessários para tomar decisões sobre a neurotoxicidade e imunogenicidade de vários produtos químicos, muitas vezes, não estão disponíveis. VOCÊ SABIA Produtos químicos perigosos são definidos pela OSHA como quaisquer produtos químicos que oferecem perigo para a integridade física e/ou saúde. Os laboratórios que manipulem esses tipos de produtos químicos devem ter uma Ficha de Informações de Segurança de Produto Químico (FISPQ) para cada reagente utilizado nos seus ensaios. De acordo com a NBR 14725, da ABNT, o fornecedor deve disponibilizar uma FISPQ completa para cada javascript:void(0) substância ou preparo, com as informações relevantes quanto à segurança, à saúde e ao meio ambiente. OSHA Occupational Safety and Health Administration – USA. RISCOS BIOLÓGICOS Os perigos biológicos abrangem microrganismos (bactérias, fungos, vírus, organismos recombinantes e vetores virais) e agentes biológicos introduzidos em animais experimentais. Podem ser adquiridos por meio de inalação, contaminação por contato, exposição acidental, dermatoses e acidentes com perfurocortantes. Questões de saúde e segurança, como contenção, capacidade de replicação e efeito biológico potencial, são importantes para manter a segurança no ambiente de laboratório. Os danos provocados pelo contato com material biológico podem ser imediatos ou demorar muito para se manifestar, demonstrando a importância de que todos os membros da equipe do laboratório recebam proteção suficiente, mesmo que os perigos ainda não sejam conhecidos. Ao trabalhar com materiais biológicos: Identifique os perigos associados ao agente infeccioso ou material biológico utilizado. Verifique as atividades que podem levar à exposição ao agente ou material infeccioso. Verifique a probabilidade de que uma exposição cause uma infecção adquirida em laboratório, a gravidade das consequências de tal exposição e a possibilidade de um agente infeccioso ser liberado ou transportado para áreasexternas ao laboratório ou para a comunidade do entorno. RISCOS FÍSICOS Os riscos físicos são aqueles gerados por equipamentos, gases comprimidos, equipamentos elétricos, lasers, radiação e considerações sísmicas e riscos térmicos. Esses riscos podem levar a danos ao organismo. A seguir, podemos conhecer alguns danos provocados pelos riscos físicos. Quadro 02: Riscos físicos e ações no organismo. Tipo de risco Ação no organismo Temperatura extrema (calor) Vasodilatação, ativação das glândulas sudoríparas, exaustão do calor, desidratação e choque térmico. Temperatura extrema (frio) Vasoconstrição periférica, diminuição gradual de todas as atividades fisiológicas, tremor, hipotermia e gangrena em extremidade do corpo. Umidade Micoses, doenças respiratórias e reumáticas. Ruído Estresse, dores de cabeça e/ou perda auditiva. Radiação (ionizante ou não ionizante) Lesões no sistema nervoso, no aparelho gastrointestinal e na medula óssea. Queimaduras, tonteiras e náuseas. Leucemia ou outro tipo de câncer. Morte (em poucos dias ou em um espaço de 10 a 40 anos). Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Fonte: Shutterstock.com Além disso, os perigos físicos em ambientes de laboratório incluem explosivos, gases inflamáveis, aerossóis inflamáveis, gases oxidantes, gases sob pressão, líquidos inflamáveis, sólidos inflamáveis, substâncias autorreativas, líquidos pirofóricos, sólidos pirofóricos, substâncias de autoaquecimento, substâncias que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis, líquidos oxidantes, sólidos oxidantes, peróxidos orgânicos e corrosivos para os metais. Outra fonte de risco físico são os materiais cortantes e vidros. Os locais de armazenamento desses materiais devem estar presentes nos laboratórios, e seguir as regras de segurança pode ajudar a evitar acidentes. Use apenas recipientes à prova de furos e vazamentos que estejam claramente rotulados. Treine os funcionários para que nunca removam as tampas ou tentem transferir o conteúdo. Certifique-se de que esses recipientes sejam usados apenas para “objetos cortantes” e que sejam substituídos quando estiverem três quartos cheios, para evitar o transbordamento. RISCO ERGONÔMICO O risco ergonômico advém do fato de que muitas operações no laboratório podem fazer com que os trabalhadores assumam posturas inadequadas ou repetitivas. Esse risco está relacionado à execução e organização de todo tipo de tarefa. Em um laboratório, temos como exemplo o trabalho por longos períodos em uma capela de fluxo laminar ou ficar olhando lâminas em um microscópio por longos períodos. Esse risco pode gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos e provocar sérios danos à saúde do trabalhador, pois produz alterações no organismo e no estado emocional, comprometendo a produtividade, a saúde e a segurança. O que é considerado aceitável para uso breve ou ocasional pode se tornar problemático se executado por longos períodos ou com muita frequência. RISCO DE ACIDENTES Muitos acidentes são resultado de uma administração inadequada. Escorregões, tropeções e quedas são muito comuns, mas podem ser facilmente evitados. Comece com áreas de armazenamento seguras e organizadas – o armazenamento de material não deve criar riscos. Mantenha as áreas de armazenamento livres de acúmulo de materiais que possam causar tropeço, incêndio e explosão ou proporcionar abrigo para pragas. ERGONÔMICO Ergonomia é a ciência que estuda a interação do homem com o ambiente de trabalho. javascript:void(0) Fonte: Shutterstock.com Piso molhado também é um grande risco de acidente. Lembrem-se sempre de sinalizar caso o piso esteja molhado. Outra fonte de acidentes potencialmente fatais e que ocorrem com muita frequência relaciona-se à eletricidade. Uma das causas é o uso de tomadas elétricas sem o aterramento para evitar eletrocussões acidentais. Outro risco elétrico muito comum é o uso impróprio de cabos de extensão flexíveis. Não os use como substitutos para a fiação permanente. O isolamento do cabo deve estar em boas condições e continuar até as extremidades do plugue. Nunca repare rachaduras, quebras, cortes ou rasgos com fita isolante. Descarte o cabo de extensão ou encurte-o, instalando uma nova extremidade do plugue. ATENÇÃO Tome cuidado para não passar cabos de extensão por portas ou janelas, onde podem ficar presos ou ser cortados. Sempre esteja ciente dos riscos potenciais de tropeços ao usá-los. Use apenas ferramentas e equipamentos aterrados e nunca remova o pino de aterramento das extremidades do plugue. Além disso, não use cabos de extensão em série — obtenha o comprimento certo de cabo para o trabalho. A fim de garantir a segurança no ambiente laboratorial, é feita uma análise de todos os fatores que podem causar danos à saúde dos trabalhadores (seja acidente, seja doença do trabalho). Esses riscos são representados de forma gráfica, gerando o mapa de risco, no qual os riscos são identificados por meio de círculos de diferentes tamanhos e cores. Mapear os riscos existentes no laboratório é fundamental para traçar as medidas de segurança. Outro fator que contribui para aumentar a segurança nos laboratórios são os sinais de indicação de risco. Fonte: Shutterstock.com Sinalização de risco. Os laboratórios contêm produtos químicos perigosos que podem causar acidentes laboratoriais, como ácidos fortes e neurotoxinas, além de vários equipamentos, como bicos de Bunsen, com grande consumo de gás natural, autoclaves e alguns tipos de materiais explosivos. Além disso, contêm organismos infecciosos. Portanto, existem algumas regras de segurança que devem ser observadas para proteger as pessoas no laboratório da exposição a qualquer risco. Apesar dessas regras estritas, algumas vezes podem ocorrer alguns acidentes de laboratório não intencionais. Diante de tantos riscos, mesmo que sejam usadas todas as medidas de proteção, ainda assim, o risco de acidentes em ambiente de laboratórios é real. Fonte: Shutterstock.com Vamos lembrar de alguns acidentes de laboratório importantes. Fonte: Shutterstock.com Vírus Marburg. Em 1967, um grupo de trabalhadores do Laboratório de Marburg, na Alemanha, começou a sofrer de vários sintomas, como febre, diarreia, vômito e hemorragia interna, e sete trabalhadores acabaram morrendo. Após uma investigação minuciosa, os cientistas identificaram a causa da epidemia: um par de macacos importados de Uganda para pesquisas sobre a poliomielite. Os animais carregavam um vírus extremamente perigoso que não havia sido descoberto antes. Eles o chamaram de vírus Marburg, em homenagem à cidade onde foi descoberto. SAIBA MAIS Desde sua descoberta, permaneceu misterioso, ressurgindo, matando e então desaparecendo. O pior surto da pandemia ocorreu em Angola, em 2005, matando mais de 200 pessoas, e nenhum tratamento foi descoberto até agora. Fonte: Shutterstock.com Em 1997, a famosa química Karen Wetterhahn morreu após envenenamento por mercúrio, pois algumas gotas de dimetilmercúrio caíram em suas mãos, apesar de usar luvas. As gotas penetraram as luvas, alcançaram a pele e entraram em seu corpo. Após alguns meses, ela começou a sentir sintomas de envenenamento por mercúrio, como perda de equilíbrio e dificuldade de fala, visão e audição. Ela, então, entrou em coma e morreu. Em janeiro de 2010, um laboratório de química na Universidade de Tecnologia do Texas explodiu enquanto dois estudantes conduziam alguns experimentos para fazer derivados de uma substância explosiva chamada perclorato de níquel hidrazina. Eles cometeram um erro muito perigoso: criaram 10 gramas da substância, apesar da advertência do supervisor para não fazer mais de 100 miligramas. Quando um dos alunos esmagou a substância com um pilão, ocorreu uma terrível explosão. Felizmente, ninguém morreu, mas o aluno sofreu queimaduras e perdeu três dedos. Fonte: IrinaK / Shutterstock.com SAIBA MAIS Os acidentes laboratoriaisde criticidade são aqueles que envolvem uma reação em cadeia de fissão nuclear descontrolada. Às vezes, são referidos como uma excursão crítica, uma excursão crítica de energia ou uma reação em cadeia divergente. Fonte: Shutterstock.com Fonte: Shutterstock.com TIPOS DE ACIDENTES NO AMBIENTE LABORATORIAL Os acidentes mais frequentes nos ambientes de laboratório estão divididos em cinco tipos: Fonte: Shutterstock.com Acidente por derramamento de substância Fonte: Shutterstock.com Acidente por gases e vapores tóxicos Fonte: Shutterstock.com Cortes ou perfurações Fonte: Shutterstock.com Queimaduras Fonte: Shutterstock.com Quedas Compreender como esses acidentes acontecem e os tipos de danos que eles causam é fundamental para a segurança no laboratório. ACIDENTES POR DERRAMAMENTO DE SUBSTÂNCIAS É muito importante lembrar que o trabalho no laboratório envolve o manuseio de diversos produtos químicos e biológicos que podem provocar danos à saúde. Mesmo que estejamos atentos às medidas de segurança, acidentes com esses produtos são frequentes. Imagine respingos de material biológico contaminado por hepatite C caindo no seu olho, substâncias citotóxicas derramando no seu corpo, substâncias corrosivas caindo sobre você. Fonte: Shutterstock.com As consequências desses derramamentos estão relacionadas ao tipo de produto a que o profissional foi exposto. As substâncias cáusticas podem provocar queimaduras, as quais chamamos de queimaduras químicas. A seguir, são apresentadas as substâncias cáusticas mais comuns nos ambientes de laboratório. Quadro 3: Substâncias cáusticas envolvidas na maioria dos acidentes em ambiente de laboratório. Hidróxido de sódio Hidróxido de potássio Hidróxido de cálcio Hidróxido de Lítio Hidróxido de Amônio Hipoclorito de Sódio Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal SAIBA MAIS Caso a substância derramada seja inflamável, devemos limpar a área com substância absorvente, como mantas específicas ou vermiculita. No caso do derramamento de produtos químicos, são utilizados kits de limpeza, que devem conter substâncias absorventes, como areia, mantas ou absorventes granulados, tipo vermiculita e mantas de polipropileno, além de pá, vassoura, sacos plásticos, etiquetas autoadesivas, baldes plásticos, solução de bicarbonato de sódio e gluconato de cálcio (para derrames de ácido fluorídrico), além de todos os equipamentos de proteção individual. Em seguida, esse material deve ser destinado ao local de depósito de resíduos apropriado. O derramamento de material biológico pode levar a quadros infecciosos, dependendo do tipo de exposição, do tipo de material e do tipo de agente infeccioso presente. Em casos de contato de sangue contaminado por HIV com mucosas, o risco de infecção é de 0,09%. Este tipo de acidente também não exclui o risco de infecção por hepatite B e hepatite C. No caso de derramamento desse tipo de material, a área deve ser limpa com papel-toalha, para minimizar a área afetada, e hipoclorito de sódio, por pelo menor 30 minutos. Depois, todo o material deve ir para o descarte. Fonte: Shutterstock.com VOCÊ SABIA Uma prática muito comum que ocorria em laboratórios era a pipetagem de líquidos por meio da aspiração pela boca. A técnica consistia em colocar uma porção de algodão no fim da pipeta de vidro e, nesse lugar, sugar com a boca o líquido desejado. Entretanto, muitas vezes, o algodão não era capaz de parar o líquido, que acabava entrando na boca dos praticantes dessa técnica. Como você pode supor, dependendo do produto aspirado, acabava lesionando a mucosa oral ou até mesmo provocando intoxicação ou doença infecciosa. Casos bastante graves foram registrados com a pipetagem de bases fortes por essa técnica, visto que bases fortes apresentam o íon hidroxila, que penetra facilmente nos tecidos, causando destruição celular imediatamente após o contato e causa danos por meio da desnaturação proteica e saponificação de lipídios. Muitas vezes, os profissionais se descuidam ou minimizam os riscos advindos desse tipo de acidente. Não permita que isso aconteça na sua vida profissional. Fique atento ao menor sinal de derramamento. E lembre-se: o contato mínimo com determinados produtos químicos ou biológicos pode provocar grandes danos. ACIDENTES CAUSADOS POR GASES E VAPORES TÓXICOS Fonte: Shutterstock.com De maneira geral, a inalação de gases que não sejam o oxigênio provoca alterações no organismo. A literatura aponta que os riscos de acidentes envolvendo gases são muito grandes em ambientes de laboratório, pois alguns são extremamente perigosos, podendo causar graves danos ou até mesmo a morte. Fonte: Shutterstock.com Podemos citar o gás de amônia, um gás altamente perigoso que provoca danos gravíssimos aos pulmões. Outros gases, como o cloro, dióxido de enxofre, cloreto e sulfeto de hidrogênio, têm alta toxicidade, e, dependendo do volume inalado, podem causar a morte. É importante ressaltar que, além de todo o sistema respiratório, os gases e vapores tóxicos podem afetar outros órgãos ou sistemas. Por exemplo, a inalação de butano afeta diretamente os sistemas nervoso e cardiovascular. Fonte: Shutterstock.com A literatura aponta que a letalidade de alguns gases ou vapores tóxicos é tão grande que muitos são utilizados como armas químicas. Um exemplo é o gás Sarin, derivado do organofosforado, que, por sua capacidade de provocar danos e seu baixo custo de produção, é utilizado pelos grupos terroristas. Em 2020, no porto do Líbano, o armazenamento inadequado de nitrato de amônio — um gás tóxico — ocasionou uma explosão de proporções gigantescas. Além da devastação, a explosão levou à morte cerca de 150 pessoas, deixou mais de 5 mil feridos. A longo prazo, os libaneses podem desenvolver problemas respiratórios pela inalação desse gás. Fonte: Shutterstock.com Porto de Beirute, Líbano. SUBSTÂNCIAS VOLÁTEIS São substâncias em estado líquido que apresentam alta pressão de vapor e se transformam facilmente no estado gasoso. Quando inaladas, podem ser introduzidas no organismo pela aspiração, pelo nariz, pela boca ou por contato dérmico, causando sérios danos. É importante ressaltar que existem diferentes substâncias voláteis, a exemplo de solventes que estão no dia a dia de um laboratório, como o formaldeído (formol), xilenos (xilol) e ácidos fumegantes (ácido sulfúrico, benzeno, ácido clorídrico, ácido cianídrico, ácido sulfúricos etc.). São formadores de vapores com alto grau de risco químico e, sendo assim, devem ser manuseados em capelas de exaustão. javascript:void(0) Fonte: Shutterstock.com Fonte: Shutterstock.com ACIDENTES ENVOLVENDO PERFURAÇÕES OU CORTES De acordo com o Centro de Controle de Doenças (CDC), a exposição ocupacional a patógenos transmitidos pelo sangue devido a acidentes com materiais perfurocortantes é um problema sério. Somente no ambiente hospitalar acontecem cerca 400 mil acidentes por ano. Em hospitais, 80% (4 em 5) das lesões perfurocortantes são devidas ao uso de agulhas/seringas hipodérmicas, agulhas de sutura, scalp (dispositivo em aço tipo borboleta), agulhas para coleta de sangue, bisturis e estiletes. Os ferimentos por perfurocortantes estão principalmente associados à transmissão ocupacional dos vírus: Fonte: Shutterstock.com HEPATITE B (HBV) Fonte: Shutterstock.com HEPATITE C (HCV) Fonte: Shutterstock.com IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (HIV) No entanto, foram implicados na transmissão de mais de 20 outros patógenos, como: blastomicose, leptospirose, criptococosse, malária, difteria, Mycobacterium tuberculosis, ebola, Rocky Mountain, gonorreia, febre maculosa, tifo esfoliante, Streptococcus pyogenes, sífilis e herpes. Dados mostram que, em um acidente com material perfurocortante envolvendo material biológico, a chance de adquirir hepatite B é de 1 em 5 (se você não for vacinado); hepatite C é de 1 em 50 e HIV é de 1 em 300. O risco de contaminação depende de algunsfatores, como carga viral do paciente, tamanho e profundidade do ferimento e volume de sangue exposto. DICA Diante da possível gravidade desse tipo de acidente, você deve sempre organizar sua área de trabalho com recipientes apropriados para descarte de objetos cortantes dentro do alcance; trabalhar em áreas bem iluminadas; receber treinamento sobre como usar objetos cortantes e dispositivos de segurança; avaliar qualquer perigo antes de manusear objetos cortantes. Fonte: Shutterstock.com ATENÇÃO Nunca devemos reencapar agulhas ou objetos perfurocortantes, pois grande parte dos acidentes ocorrem nesse momento. Além de risco biológico, os acidentes com materiais perfurocortantes podem provocar lesões profundas ou extensas, que podem ocasionar sangramento muito rápido. A perda de sangue tem consequências graves, podendo levar a hemorragias. Nesses casos, devemos estar aptos a reconhecer rapidamente os sinais de gravidade. No próximo módulo, aprenderemos como agir em casos de hemorragia. SAIBA MAIS A perda de dois litros de sangue em um adulto pode causar grave comprometimento da circulação, que geralmente resulta em colapso e, até mesmo, em morte. CONDUTAS DIANTE DA EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO Neste vídeo, a especialista Fátima Cristina Alves de Araujo aborda às principais medidas após acidentes com perfurocortantes: ACIDENTES PROVOCADOS POR QUEIMADURAS As queimaduras são causadas por situações que produzem calor suficiente para danificar a pele. Essas lesões podem ocorrer por várias causas, como: fontes de calor (fornos, estufas ou a própria chama direta); queimaduras elétricas; queimaduras por radiação; produtos químicos comumente usados em laboratórios, como ácidos fumegantes (ácido nítrico e ácido sulfúrico). Esses produtos são capazes de provocar queimadura química, que atinge, além da pele, o trato respiratório e podem até mesmo provocar alterações em todo o organismo. Fonte: Shutterstock.com As queimaduras são classificadas de acordo com as camadas da pele atingidas, como queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus. Vamos conhecê-las? 1º GRAU As queimaduras de primeiro grau atingem a camada mais superficial da pele. Seus principais sintomas são vermelhidão, inchaço e dor. É importante mencionar que queimaduras de primeiro grau não apresentam bolhas. Fonte: Shutterstock.com Queimadura de 1º grau. 2º GRAU As queimaduras de segundo grau atingem a epiderme e parte da derme. Podem ser superficiais ou profundas, e isso faz com que seus sintomas sejam diferentes, com aparecimento de bolhas ou frictenas. As queimaduras mais superficiais têm bolhas rosadas, úmidas e dolorosas; já as profundas têm bolhas brancas, secas e pouco dolorosas. Fonte: Shutterstock.com Queimadura de 2º grau. 3º GRAU Queimaduras de terceiro grau atingem todas as camadas da pele e anexos. São indolores, pois os nervos responsáveis pelo impulso da dor também foram destruídos. Nesse tipo de queimadura, o aspecto é esbranquiçado ou enegrecido. Fonte: Shutterstock.com Queimadura de 3º grau. Na figura a seguir, vemos as diferenças das lesões nos tipos de queimaduras: Fonte: Shutterstock.com Tipos de queimaduras. GRAVIDADE DAS QUEIMADURAS A gravidade das queimaduras é a combinação entre profundidade, extensão e área da lesão. Normalmente, as queimaduras na cabeça e região genital são consideradas mais graves. Em casos de queimaduras nas mãos, pés, face, períneo, pescoço e olhos, em qualquer profundidade e extensão, é necessário tratamento hospitalar. EXTENSÃO DAS QUEIMADURAS A extensão das queimaduras é calculada pela porcentagem da área corporal queimada. Nessa classificação, queimaduras leves são aquelas que atingem menos de 10% do corpo; médias atingem entre 10% e 20% da superfície corporal queimada; graves atingem mais de 20%. Para verificar a extensão, pode ser utilizada a regra dos nove ou a regra da palma da mão. Na regra da palma da mão, a extensão da queimadura é calculada levando em conta que a palma da mão representa 1% da superfície corporal. Assim, podemos estimar a extensão da queimadura pelo “número de palmas”. Na regra dos nove, que é a forma mais utilizada, é atribuído a cada segmento corporal o valor nove (ou múltiplo dele): Cabeça – 9 % (sendo 4,5 em cada lado). Tronco (frente) – 18%. Tronco (costas) – 18%. Membros superiores – 9% cada. Membros inferiores – 18% cada. Genitais – 1%. Em seguida, os valores encontrados são somados, e é verificada a extensão. Foto: Fátima Cristina Alves de Araujo. Regra dos nove. VAMOS A UM EXEMPLO? Após uma explosão no laboratório, um estudante queimou os dois braços e o tórax. Utilizando-se a regra dos nove, temos o seguinte: cada membro superior é igual a 9%, totalizando 18%, e o tórax representa 18%. Assim, ao somar as áreas queimadas, vemos que o estudante teve uma extensão de 36% do corpo queimado. Tal caso seria considerado um caso grave. ACIDENTES CAUSADOS POR QUEDAS No ambiente laboratorial, podemos ter a possibilidade de derramamento de substâncias que podem tornar o chão escorregadio. Além disso, locais onde as instalações elétricas têm a fiação exposta podem levar o profissional à queda. A manutenção de equipamentos, especialmente cadeiras e bancos, também pode ocasionar a queda. VOCÊ SABIA Yoon e Lochhart (2006) relatam que, nos EUA, no Reino Unido e na Suécia, os acidentes de trabalho relacionados a escorregões, tropeções e quedas compreendem entre 20% e 40% dos acidentes de trabalho. No entanto, na literatura, quando se faz uma busca a partir do termo “risco de queda”, observa-se que a maior parte dos estudos é voltada para o risco de queda que envolve os pacientes. Minimizar os riscos de queda em ambientes de laboratório tem uma função importante na prevenção de incapacidades, além de ajudar a reduzir os gastos com saúde. Dependendo da gravidade do acidente, o profissional vai precisar ser submetido a procedimentos caros e por longo período. Escorregar em um piso molhado e não sinalizado pode ocasionar fratura de punho, fazendo com que o acidentado seja operado e necessite do serviço de fisioterapia, levando um longo período para voltar a estar apto a exercer suas atividades profissionais novamente. Cair de um banco não ergonômico e com manutenção precária pode provocar lesão na coluna vertebral, com o risco de invalidez permanente. Fique atento aos sete maiores causadores de acidentes em laboratórios e às maneiras de evitá-los. Trabalhar no laboratório pode ser uma ótima maneira de você obter conhecimento profundo sobre os tópicos científicos e aplicar conceitos enquanto trabalha cooperativamente. Ficar seguro no laboratório significa saber quais perigos você pode encontrar e como evitá-los. FOGO Ao lidar com superfícies quentes, como o bico de Bunsen ou uma chapa de aquecimento, pratique e reveja os procedimentos para minimizar incêndios. Certifique-se de que todos os materiais inflamáveis no laboratório estejam devidamente lacrados e armazenados, e não se esqueça de inspecionar os queimadores em busca de vazamentos para evitar chamas repentinas. Além disso, certifique-se de que, perto do bico, não haja nenhum material explosivo. E mais: não é permitido botijão de gás dentro do laboratório, prática muito observada em laboratórios de microbiologia e pesquisa. O recomendado agora é a utilização de gás encanado. Fonte: Shutterstock.com Bico de Bunsen. QUEIMADURAS DE CALOR Manusear itens quentes apressadamente e sem as ferramentas adequadas pode resultar em queimaduras graves. Use corretamente pinças, luvas apropriadas, banhos de água e outros equipamentos de refrigeração, e nunca toque em superfícies quentes com as mãos desprotegidas. Fonte: Shutterstock.com Pinças utilizadas para pegar materiais quentes. QUEIMADURAS QUÍMICAS É importante tratar os produtos químicos com respeito e cautela. Eles devem ser medidos, transferidos com cuidado e armazenados em recipientes apropriados. Luvas de proteçãosão essenciais ao manusear produtos químicos. As luvas de borracha natural são indicadas para a manipulação de ácidos, álcalis diluídos e sais cetonas. Luvas de Neoprene são usadas para manipular solventes clorados, álcool, álcalis e derivados do petróleo. As luvas nitrílicas geralmente têm mais resistência que a borracha natural. Já as luvas de cloreto de polivinila são indicadas para a manipulação de ácidos, álcalis, gorduras e álcoois. Fonte: Shutterstock.com Luvas de nitrilas. CORTES E ARRANHÕES Ao usar ferramentas afiadas (como materiais cirúrgicos, lâminas, agulhas etc.), você deve manuseá-las com segurança. Além disso, ao descartar itens afiados, como vidros quebrados, agulhas ou lâminas de barbear usadas para cortar materiais de laboratório, certifique-se de que o descarte esteja sendo feito de forma correta (em caixas rígidas e sinalizadas), para evitar acidentes e possíveis contaminações. Existem grandes taxas de acidentes e contaminação dos profissionais que trabalham recolhendo os resíduos hospitalares, laboratoriais e até mesmo domésticos, devido ao descarte incorreto. Fonte: Shutterstock.com CONTAMINAÇÃO "Lave as mãos" pode parecer um conselho básico, mas é importante seguir procedimentos cuidadosos de lavagem das mãos. Antes e depois de interagir com qualquer substância estranha, você deve lavar bem as mãos e proteger as roupas e a pele com aventais de laboratório, luvas e/ou óculos, conforme necessário. Sair do laboratório com bactérias, tecidos ou outras substâncias potencialmente prejudiciais em sua pele ou em suas roupas pode resultar na contaminação de superfícies, como as mesas de refeitórios, causando a disseminação desses microrganismos para outras pessoas. A partir da contaminação pelo SARS-COV, o mundo conseguiu dimensionar a importância de lavar as mãos, lembrando que a melhor e a principal medida profiláctica para evitar a contaminação é a limpeza das mãos. Fonte: Shutterstock.com Variabilidade de microrganismos na nossa pele. INALAÇÃO A inalação acidental de gases em um espaço mal ventilado pode causar dores de cabeça, náuseas, desmaios e, dependendo do gás inalado, até a morte. Certifique-se de abrir janelas, usar ventiladores e equipamentos para medir a quantidade de emissão de gás em uma sala a fim de garantir a segurança. Fonte: Shutterstock.com Manômetro. DERRAMAMENTOS E RUPTURAS Derramar líquidos e derrubar utensílios de vidro são normalmente a consequência por não seguir os procedimentos corretos. Você deve passar cuidadosamente por cada etapa do laboratório para evitar movimentos apressados. Fique atento aos perigos potenciais que podem advir do derramamento de produtos químicos e da quebra de vidros no laboratório. Você deve seguir as instruções do laboratório no caso de ocorrer um derramamento ou uma quebra. Fonte: Shutterstock.com VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. DESCREVA A SITUAÇÃO CORRETA EM RELAÇÃO A ACIDENTES COM VAPORES E GASES TÓXICOS EM AMBIENTES DE LABORATÓRIO: A) Acidentes com gases e vapores tóxicos são raros nos ambientes de laboratório. B) Acidentes com gases e vapores tóxicos, além do sistema respiratório, podem atingir outros sistemas, como o circulatório e o neurológico. C) Caso sejam seguidas todas as medidas de segurança, não há chance de ocorrer acidentes com gases e vapores tóxicos em ambientes de laboratório. D) Apesar de o trabalho em laboratório envolver o manejo de gases, poucos têm efeitos tóxicos. E) Cuidados com gases e vapores tóxicos devem ser tomados somente em ambientes de laboratório, pois não são usados em outros setores da sociedade. 2. APONTE QUAL ALTERNATIVA DESCREVE CORRETAMENTE SITUAÇÕES SOBRE ACIDENTES ENVOLVENDO QUEIMADURAS EM AMBIENTES DE LABORATÓRIO. A) As queimaduras químicas, por serem mais superficiais, provocam menos danos que as queimaduras térmicas. B) A gravidade da queimadura é medida pela sua profundidade. Quanto mais profunda, mais grave a queimadura. C) Em um acidente envolvendo queimadura, é importante saber o grau e a extensão da ferida a partir da regra dos nove. D) Uma queimadura em ambiente de laboratório foi classificada como sendo de 2º grau por apresentar vermelhidão, dor e inchaço. E) A queimadura em profissional acidentado em um laboratório foi classificada como de 3º grau por apresentar bolhas brancas, secas e pouco dolorosas. GABARITO 1. Descreva a situação correta em relação a acidentes com vapores e gases tóxicos em ambientes de laboratório: A alternativa "B " está correta. A inalação de gases que não sejam o oxigênio causa danos aos humanos. Dentro desse contexto, podemos citar alguns gases, como o butano, que provocam lesões nos sistemas circulatórios e neurológicos, além do sistema respiratório. 2. Aponte qual alternativa descreve corretamente situações sobre acidentes envolvendo queimaduras em ambientes de laboratório. A alternativa "C " está correta. A gravidade de uma queimadura é medida pela área, profundidade e extensão, e a regra dos nove é uma estratégia para calcular a extensão. A queimadura sem bolha e com vermelhidão e dor é classificada como de 1º grau; aquelas com bolhas, sejam rosáceas ou brancas, são de 2º grau. As queimaduras indolores com placas brancas ou enegrecidas são de 3º grau. MÓDULO 2 Relacionar as ações de primeiros socorros às principais consequências dos acidentes que ocorrem em ambientes de laboratório AÇÕES PARA PRINCIPAIS EMERGÊNCIAS EM AMBIENTES DE LABORATÓRIO Vamos agora aprender sobre os primeiros socorros voltados para as consequências dos principais acidentes que ocorrem no ambiente de laboratório. Fonte: Shutterstock.com Fonte: Shutterstock.com Dentre eles, estão: Ações para redução dos danos causados por derramamento de líquidos. Cuidados com pessoas inconscientes. Transporte de feridos. Medidas de controle de hemorragia. Cuidados com pessoas queimadas ou com fratura, entorse ou luxação. Atendimento a politraumatizados. Compreender como essas medidas são realizadas é fundamental para que, frente a algum acidente, você esteja apto a prestar um socorro rápido, saiba onde fica o kit de primeiros socorros no laboratório e quais medidas devem ser serem adotadas. Evite pânico. O tempo salva vidas. Vamos juntos ver como devemos agir diante das principais emergências em ambientes de laboratório. PRIMEIROS SOCORROS PARA SITUAÇÕES DE DERRAMAMENTO DE SUBSTÂNCIAS As substâncias capazes de provocar acidente por derramamento são classificadas como: CANCERÍGENAS CÁUSTICAS CORROSIVAS IRRITANTES Dependendo da substância e da área afetada no corpo, algumas medidas de primeiros socorros distintas precisam ser tomadas. PRODUTOS QUÍMICOS EM CONTATO COM OS OLHOS Certos produtos, como hidróxido de sódio e hidróxido de amônio, podem destruir a visão em pouco tempo. Por isso, use sempre óculos de proteção. Porém, caso o acidente aconteça, você deve se dirigir à estação de lavagem dos olhos de emergência e proceder da seguinte forma: Fonte: Shutterstock.com Remover as lentes de contato, caso use. Fonte: Shutterstock.com Lavar os olhos com bastante água por cerca de 10 a 15 minutos. Fonte: Shutterstock.com Como em qualquer outro acidente, buscar um serviço de emergência. PRODUTOS QUÍMICOS NA BOCA Mesmo sendo difícil de acontecer, há a possibilidade de que produtos químicos ou biológicos atinjam sua boca. Caso isso ocorra, você deve: cuspir o produto e lavar a boca com bastante água. EM VÁRIOS GRAUS Os graus de risco são encontrados nos rótulos de suas embalagens e na FISPQ. CENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÃO Cada região pode ter um centro de controle de intoxicação, e os contatos desses centros podem ser obtidos na internet. ATENÇÃO Muitos produtos químicos são venenosos em vários graus. Se a vítima tiver engolido um produto químico, anote o nome do produto, entre em contato com o Centro de Controle de Intoxicação da sua área e busque atendimento médico. É essencial que o manejo seja feito de forma rápida e que se consulte,na FISPQ, as informações sobre como proceder para a descontaminação da pele e de outros órgãos afetados. PRODUTOS QUÍMICOS NA PELE Caso seja atingida uma pequena área, em primeiro lugar, você deve lavar com água corrente por 15 minutos; se não houver sinal de queimadura, use água e sabão. Se a dor javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) voltar após 15 minutos, deve-se repetir a operação. Não se deve usar solventes, pois eles podem remover a camada da epiderme e causar irritação e inflamação. No caso de substâncias inflamáveis, deve-se utilizar uma escova. Atenção: DERRAMAMENTO DE ÁCIDO Neutralizar com bicarbonato de sódio. DERRAMAMENTO DE BASE Neutralizar com ácido bórico. DERRAMAMENTO DE ÁCIDO HIDROFLUORÍDRICO (HF) Lave e enxágue o local por cinco minutos, aplique imediatamente gel de gluconato de cálcio e procure atendimento médico. Em caso de derramamento em grande quantidade, o acidentado deve entrar imediatamente no chuveiro de segurança e permanecer sob ele por, no mínimo, 15 minutos ou até que a substância tenha saído totalmente. É importante que todos tenham treinamento para usá-lo corretamente. As orientações de uso devem estar localizadas próximo ao equipamento, e o chuveiro deve ser colocado em lugar acessível. ATENÇÃO Você nunca deve aplicar, no local atingido, produtos como pomadas, pasta de dente ou outras substâncias da crendice popular. O serviço de saúde de emergência é que deve orientar o tratamento adequado. Se o derramamento ocorrer sobre a roupa, remova imediatamente todo o tecido contaminado, além de sapatos, roupas íntimas e ornamentos sob um chuveiro ou água corrente. Produtos químicos podem ser absorvidos pela roupa e continuar a apresentar perigo de exposição. Veja, no Explore+, um guia prático com ações de primeiros socorros a serem tomadas a partir do contato com produtos químicos. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) MATERIAL BIOLÓGICO Acidentes envolvendo materiais biológicos são os mais frequentes entre profissionais de saúde, seja por derramamento em mucosa ou pele não íntegra, seja por lesão percutânea. Os patógenos transmitidos mais facilmente por esses tipos de acidentes são HIV, HBV e HCV. Em caso de derramamento de material biológico na pele íntegra, é preciso lavá-la com água corrente e sabão, sem utilizar produtos irritantes. Caso o acidente ocorra nas mucosas, ou na pele não íntegra, além de lavar a área afetada, o acidentado deve procurar o atendimento médico para notificar e, se necessário, iniciar a profilaxia contra as doenças infecciosas. No Explore+, conseguimos ver como é feita a profilaxia. Fonte: Shutterstock.com PRIMEIROS SOCORROS PARA ACIDENTES QUE CAUSEM CORTES Os ferimentos causados por acidentes com materiais perfurocortantes em ambientes de laboratório geralmente são pequenos. Nesses casos, deve-se considerar a profundidade do corte. Sendo assim, você deve agir da seguinte forma: Fonte: Shutterstock.com Quadro 04: Primeiros socorros para cortes SUPERFICIAIS PROFUNDOS Lavar com água e sabão. Utilizar antisséptico. Cobrir com compressa, preferencialmente estéril. Conter o local atingido com compressa preferencialmente estéril. Se o sangramento parar, lave a ferida com água e sabão. Cubra com compressa, preferencialmente estéril. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Quando há a solução de continuidade da pele, ou seja, uma lesão, e a perda sanguínea é intensa, estamos diante de um quadro de hemorragia. A gravidade da hemorragia é medida pelo tipo de vaso lesado (veia ou artéria), calibre do vaso, volume e pela velocidade da perda sanguínea. Frente a quadros hemorrágicos, é de suma importância que você reconheça os sinais de gravidade: a pulsação torna-se fraca; a pele fica fria e arroxeada, além de apresentar suor pegajoso; há queda da pressão arterial e a respiração torna-se rápida e profunda. Em casos de hemorragias graves, o estado de consciência pode ficar alterado, levando até a um quadro de desmaio. Para controlar uma hemorragia, você precisa: Fonte: Shutterstock.com Pressionar diretamente o ferimento. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Fonte: Shutterstock.com Elevar a área afetada, para que ela fique acima da linha do coração (a ação da gravidade ajuda a reduzir o fluxo sanguíneo da área lesionada). Fonte: Shutterstock.com Ainda é necessário realizar pressão indireta por meio da compressão do pulso arterial anterior à área lesionada. javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Fonte: Shutterstock.com Caso nenhuma dessas medidas tenham surtido efeito, aplica-se o torniquete. Torniquete é um dispositivo de constrição ou compressão usado para controlar a circulação venosa e arterial em uma extremidade por determinado tempo. Deve ter seu uso postergado ao máximo, pois, na tentativa de conter a hemorragia, ele provoca esmagamento do tecido e isquemia na extremidade do membro atingido. A técnica de realização do torniquete consiste em: enrolar o membro afetado com uma atadura ou tiras de pano de cerca de dez centímetros; amarrar, junto, uma caneta ou outro material rígido, de formato parecido, para que possa ser usado como uma válvula que permita controlar a pressão sobre o membro afetado; afrouxar o torniquete a cada 10 a 15 minutos. Lembre-se de que o torniquete só deve ser usado em situações extremas. A imagem a seguir é a ilustração de um torniquete: Foto: Fátima Cristina Alves de Araujo. Técnica de confecção do torniquete. RELEMBRANDO O torniquete precisa ser afrouxado a cada 10 a 15 minutos para evitar isquemia das extremidades do membro atingido. Fonte: Shutterstock.com. PRIMEIROS SOCORROS PARA ACIDENTES NOS QUAIS HÁ ALTERAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA Síncope Popularmente conhecida como desmaio, significa perda repentina e breve da consciência e da postura causada pela diminuição do fluxo sanguíneo para o cérebro. No desmaio, além da perda de consciência, há perda de tônus muscular. Frente a alguém desmaiado, você deverá: DEITAR A PESSOA DE COSTAS. POSICIONAR A CABEÇA MAIS BAIXA QUE O CORPO. AFROUXAR A ROUPA. EVITAR AGLOMERAÇÃO DE PESSOAS EM VOLTA. Choque É uma condição médica séria que, além da perda da consciência, envolve outros sinais, tais como: Palidez. Suor. Pele fria e úmida. Respiração acelerada (menor que 8 ou maior que 28 respirações por minuto). Pulso fraco e rápido (maior que 100 batimentos por minutos - bpm). A situação de choque significa que o organismo está entrando em colapso, por isso peça ajuda médica com urgência. Enquanto aguarda a chegada da equipe, deite a pessoa com os pés elevados a cerca de 30 centímetros, afrouxe qualquer roupa apertada e procure aquecê-la. PRIMEIROS SOCORROS PARA SITUAÇÕES EM QUE É NECESSÁRIO O TRANSPORTE DA VÍTIMA A importância do transporte adequado para uma pessoa gravemente ferida não pode ser subestimada. Às vezes, é necessário transportar a vítima até um serviço médico. Métodos inadequados ou descuidados frequentemente aumentam a gravidade da lesão e podem até causar invalidez permanente ou mesmo a morte. Fonte: Shutterstock.com Transporte em primeiros socorros. 1º ASPECTO 2º ASPECTO 3º ASPECTO 4º ASPECTO 1º ASPECTO Não se apresse em mover uma pessoa ferida. Observe todo o cenário do acidente. Você precisa fazer um exame completo e se certificar de que todos os ferimentos estejam protegidos por curativos adequados, talas etc. 2º ASPECTO Nunca mova uma vítima, a menos que saiba como fazê-lo e para onde levá-la. Tente posicioná-la de forma que os sinais visuais de alerta possam ser observados. Mantenha a vítima coberta e aquecida. Esteja atento, pois a vítima pode estar assustada e precisar de garantias de suporte de emergência frequentes. 3º ASPECTO Para transportar um acidentado de forma segura, você precisa se lembrar da transferência primária, às vezes chamada de transferência de cena, que é o movimentode remover o paciente da cena do acidente para um hospital e requer atenção especial para não agravar os danos. 4º ASPECTO Se a vítima estiver consciente, evite qualquer dor ou dano adicional. Avalie a lesão e decida se a melhor maneira de levar a vítima ao hospital é de ambulância ou carro. Caso seja necessário deslocar uma pessoa gravemente ferida, esta deve ser sempre transportada deitada sobre uma maca ou sobre uma maca improvisada. Ao transportar uma vítima por método de maca, ela deve ser levada, primeiro, com os pés no nível do solo, subindo primeiro a cabeça. Em casos de fraturas de perna ou quadril, a vítima deve ser transportada primeiro com os pés voltados para a direção à qual se está dirigindo, a fim de evitar que o peso do corpo desça contra o membro lesionado. É importante que o paciente esteja fixado à maca para evitar quedas. Se a pessoa estiver inconsciente, sangrando muito ou tiver dificuldade para respirar, isso deve ser tratado primeiro, controlando o sangramento com pressão direta e realizando Reanimação Cardiopulmonar (RCP), se necessário. Nesses casos, é melhor suspeitar de uma lesão nas costas ou no pescoço. Se você não conseguir uma resposta da pessoa e achar que ela pode estar sofrendo de parada cardíaca, siga os seguintes passos: 1º PASSO Peça ajuda. Diga a alguém próximo para ligar para o 192 (SAMU). Peça a essa pessoa ou a qualquer outra que esteja na cena para trazer um DEA (desfibrilador externo automático), se houver um em mãos. Essa ação precisa ser rápida — o tempo é essencial. Fonte: Shutterstock.com 2º PASSO Se você estiver sozinho com um adulto com esses sinais de parada cardíaca, ligue para o 192 e obtenha um DEA (se houver um disponível). Fonte: Shutterstock.com 3º PASSO Verifique a respiração. Se a pessoa não estiver respirando ou apenas ofegante, realize RCP. Fonte: Shutterstock.com Como fazer reanimação cardiopulmonar? Empurre para baixo no centro do tórax, pelo menos 5 cm, a uma taxa de 100 a 120 compressões por minuto, permitindo que o tórax volte à sua posição normal após cada impulso. Fonte: Shutterstock.com A cada 30 compressões, faça duas ventilações boca-máscara ou bolsa-máscara (Ambu). Fonte: Shutterstock.com Máscara para ventilação boca-máscara. Fonte: Shutterstock.com Equipamento para ventilação bolsa-máscara (Ambu). Use o desfibrilador externo automático assim que ele chegar. Continue administrando RCP até que a pessoa comece a respirar ou se mover, ou até que alguém com treinamento mais avançado assuma o controle, como um membro da equipe do SAMU. Nem sempre há DEA ou máscara disponíveis. Nesses casos, a RCP pode ser feita manualmente. Isso significa que você fará somente compressões torácicas ininterruptas de 100 a 120 por minuto até a chegada dos socorristas. Nunca faça respiração boca a boca. RECOMENDAÇÃO A cada cinco ciclos ou dois minutos, reavalie a vítima. Essa reavaliação não deve ultrapassar os dez segundos. MNEMÔNICO Conjunto de técnicas utilizadas para auxiliar o processo de memorização. PRIMEIROS SOCORROS A ACIDENTES QUE PROVOCAM POLITRAUMATISMO Em ambientes laboratoriais, a maior parte dos acidentes tem menor potencial de morte. Contudo, na literatura, há relatos de acidentes graves que levaram à morte e a amputações. Sendo assim, é fundamental que você respeite todas as normas de segurança e, caso acidentes graves aconteçam, esteja apto a agir. A abordagem básica inclui assegurar a permeabilidade das vias aéreas, a proteção contra aspiração e o fornecimento de oxigenação e ventilação adequados. As manobras básicas das vias aéreas são essenciais. Muitos pacientes podem ser tratados apenas com manobras simples, evitando a necessidade de tubo endotraqueal. Mesmo que seja necessária a intubação orotraqueal, começar com as manobras básicas das vias aéreas estabiliza o paciente e permite manobras de reanimação e oxigenação efetivas. Muitos estudos mencionam que o manejo das vias aéreas começa na intubação, mas a intubação imediata raramente é o primeiro passo para a ressuscitação. Existe um mnemônico que representa a sequência de letras que ajuda a memorizar as ações que devem ser tomadas frente a um acidente no qual haja o risco de a vítima estar politraumatizada. Essa sequência é conhecida como ABCDE do trauma, e as letras derivam dos termos em inglês: Fonte: Shutterstock.com AIRWAY Significa vias aéreas pérvias. javascript:void(0) Fonte: Shutterstock.com BREATHING Relaciona-se com a respiração. Fonte: Shutterstock.com CIRCULATION Refere-se à circulação. Fonte: Shutterstock.com DISABILITY Equivale à etapa de avaliação neurológica. Fonte: Shutterstock.com EXPOSURE Significa avaliar as lesões. Vamos aprender o que fazer em cada etapa do ABCDE do trauma. Fonte: Shutterstock.com Manobra de elevação do queixo. Etapa (A): Vias aéreas pérvias Proteja a coluna cervical, imobilizando-a, mas atenção: caso o pescoço esteja desalinhado, não tente retificá-lo. Avalie se as vias aéreas estão pérvias: se a vítima estiver consciente, faça perguntas simples, mas posicione-se de maneira que ela não precise virar a cabeça para responder; se a vítima estiver inconsciente, com alteração na voz ou ronco, execute as seguintes manobras: elevação do queixo (chin lift) ou anteriorização da mandíbula (jaw thuist). Etapa (B): Movimentos respiratórios Analise a respiração: veja se está rápida ou lenta, profunda ou superficial. Uma forma de não esquecer o que fazer quando estiver avaliando a respiração é memorizar a sequência ver, ouvir e sentir: VEJA Se o tórax está expandindo. OUÇA O som da respiração. SINTA Se o ar está saindo da vítima. Se você identificar problemas, ofereça suporte ventilatório. Etapa (C): Alterações circulatórias Avaliação do sistema circulatório. Sinta se há pulsação carotídea. Caso não haja, inicie imediatamente manobras de reanimação cardiopulmonar. Em caso de hemorragia, você deverá seguir as orientações contidas no tópico sobre primeiros socorros para acidentes que causam hemorragia. Fonte: Shutterstock.com Verificação do pulso carotídeo. Fonte: Shutterstock.com Avaliação das pupilas. Etapa (D): Avaliação neurológica Avaliação do nível de consciência. Em caso de vítimas acordadas, pergunte coisas simples, como nome e idade. Verifique a reatividade das pupilas, ou seja, se elas contraem com a exposição à luz. Isso deve ser feito com uma lanterna. Atualmente, a lanterna do celular é um ótimo instrumento. Pupilas que não reagem à luz ou pupilas que reagem de forma assimétrica são sinais de gravidade. Avalie a sensibilidade dos membros. A fase D tem como objetivo prevenir lesões cerebrais devidas à má perfusão. Etapa (E): Avaliação das Lesões Avaliação da extensão das lesões. Com a vítima já estabilizada, você deve avaliá-la e mantê-las aquecida para prevenir a hipotermia. ATENÇÃO Lembre-se: antes de começar o ABCDE, peça ajuda! ABCDE E ACIDENTES EM AMBIENTES DE LABORATÓRIO Neste vídeo, a especialista Fátima Cristina Alves de Araujo demostra a importância de conhecer as ações preconizadas no ABCDE: PRIMEIROS SOCORROS PARA ACIDENTES QUE ENVOLVAM QUEIMADURA Como aprendemos, no ambiente de laboratório, diversas fontes de calor e produtos químicos podem provocar queimaduras. Vale lembrar que a gravidade das queimaduras depende da extensão, da profundidade e da parte do corpo atingida. Por exemplo: uma queimadura na face pode ser agravada pela lesão das vias aéreas. Vamos, agora, ver o passo a passo do manejo em caso de queimadura. Queimaduras de 1º e 2º graus 1º PASSO 2º PASSO 3º PASSO 4º PASSO 1º PASSO Retirar as roupas quentes ou queimadas, tendo o cuidado de não tirar aquelas que estejam grudadas na pele. Esse cuidado é importante, pois as queimaduras podem causar edema rapidamente. 2º PASSO Lavar o local com água fria ou corrente, como no chuveiro de emergência ou lava-olhos, até que a dor desapareça. 3º PASSO Não furar as possíveis bolhas. 4º PASSOCobrir a região com pano estéril ou limpo. Queimaduras de 3º grau Fonte: Shutterstock.com 1º PASSO Retirar as roupas quentes ou queimadas, tendo o cuidado de não tirar aquelas que estejam grudadas na pele. Esse cuidado é importante, pois as queimaduras podem causar edema rapidamente. Fonte: Shutterstock.com 2º PASSO Cobrir a pele com pano estéril. Fonte: Shutterstock.com 3º PASSO Pedir ajuda médica com urgência. ATENÇÃO Em casos de incêndio, você deve seguir as orientações da brigada interna de incêndio. Caso não haja, é importante manter a calma e sair do local o mais breve possível. Não tente combater o fogo caso não tenha treinamento para isso. Existem diferentes tipos de extintores, para diversas situações de incêndio. O uso do extintor inadequado pode piorar o incêndio e causar mais danos. Não coloque nenhuma substância sobre a área queimada. Fonte: Shutterstock.com PRIMEIROS SOCORROS A ACIDENTES QUE PROVOCAM FRATURAS OU LESÕES ARTICULARES As quedas podem provocar fraturas, entorses ou luxações. É importante saber que fratura significa a quebra de um osso. As fraturas podem ser de vários tipos. As incompletas acontecem quando o osso quebrado não está completamente separado. Há situações nas quais a fratura se dá em linha reta ao longo do osso, ou pode ocorrer a quebra do osso em diagonal. Torções podem provocar quebra em espirais ao redor do osso. Há também casos em que o osso é esmagado ou se quebra em três ou mais pedaços e há fragmentos no local da fratura. Fonte: Shutterstock.com Em outro tipo de fratura, o mesmo osso é fraturado em dois lugares, então há um segmento "flutuante" de osso. Quando falamos em entorse, estamos nos referindo ao alongamento dos ligamentos ou tendões. Já luxação significa que o osso se deslocou da articulação. Saiba que, depois da dor nas costas, as lesões que envolvem fraturas e entorses são as principais causas de afastamento do trabalho. Acidentes que envolvem fratura requerem atenção médica. São sinais de gravidade de uma fratura: Avaliação da gravidade das fraturas ETAPA 1 Dor mediante pressão ou movimento suave. ETAPA 2 Forte sangramento. ETAPA 3 Membro ou articulação deformados. ETAPA 4 Extremidade do membro afetado cianótica ou sem pulso. ETAPA 5 javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) Suspeita de fratura na cabeça, no pescoço ou sem pulso. ETAPA 6 Osso perfurando a pele. ETAPA 7 A pessoa não responder, respirar ou se mover. Como agir em caso de fratura: Fonte: Shutterstock.com Não mova a pessoa, exceto se necessário, para evitar mais ferimentos. Pare qualquer sangramento. javascript:void(0) javascript:void(0) Fonte: Shutterstock.com Fonte: Shutterstock.com Aplique pressão sobre a ferida com um curativo estéril, um pano limpo ou uma peça de roupa limpa. Imobilize a área ferida. Fonte: Shutterstock.com Fonte: Shutterstock.com Não tente realinhar o osso ou empurrar para dentro um osso que está saindo. Faça uma tala na área acima e abaixo dos locais da fratura somente se você estiver apto e se a ajuda profissional não estiver disponível. Fonte: Shutterstock.com Fonte: Shutterstock.com Aplique compressas de gelo para limitar o inchaço e ajudar a aliviar a dor. RECOMENDAÇÃO Não aplique gelo diretamente na pele. Enrole o gelo em uma toalha, um pano ou outro material. Fique alerta caso o ferido apresente: tontura, respiração curta e rápida e rebaixamento do nível de consciência. Nesse caso, haja como se fosse um caso de choque. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. DIANTE DAS PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO, ALGUMAS DAS MAIS RELEVANTES MEDIDAS DE PRIMEIROS SOCORROS A SEREM ADOTADAS SÃO AS SEGUINTES: A) Em casos de acidentes com derramamento de substâncias ácidas, precisamos neutralizá-las com água corrente abundante. B) Os chuveiros e lava-olhos de emergência são medidas importantes para acidentes com derramamento de soluções, devendo estar em local de fácil acesso. C) Em caso de acidentes envolvendo o derramamento de material biológico, o socorro envolve lavagem exaustiva, e o profissional pode retornar imediatamente ao trabalho. D) Em caso de acidentes nos quais produtos químicos sejam engolidos, a medida de primeiros socorros envolve cuspir o material ingerido e lavar a boca exaustivamente. E) Acidentes provocados pelo derramamento de bases devem ser neutralizados com bicarbonato de sódio. 2. PERDA OU REBAIXAMENTO DA CONSCIÊNCIA PODEM ACONTECER EM ACIDENTES DE LABORATÓRIOS. DIANTE DISSO, RELACIONE AS PRINCIPAIS AÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS. A) Caso se depare com alguém inconsciente, você deve, em primeiro lugar, deitar a vítima de costas e elevar as pernas dela. B) Você precisa observar sinais de choque em vítimas inconscientes antes de transportá- las. C) Em caso de vítimas conscientes, você deve transportá-las imediatamente para o hospital. D) Como o tempo é fundamental nas ações de primeiros socorros, caso você presencie algum acidente, deve transportar a vítima para o hospital imediatamente. E) Caso a vítima esteja sangrando, você deve acelerar a remoção dela para o hospital. GABARITO 1. Diante das principais consequências dos acidentes de trabalho, algumas das mais relevantes medidas de primeiros socorros a serem adotadas são as seguintes: A alternativa "B " está correta. Em caso de derramamento de substância em grande quantidade, chuveiros e lava-olhos de emergência são as medidas de primeiros socorros. Os chuveiros também são importantes em caso de queimaduras causadas pelo fogo. Eles precisam ficar em local de fácil acesso e com instruções visíveis. 2. Perda ou rebaixamento da consciência podem acontecer em acidentes de laboratórios. Diante disso, relacione as principais ações de primeiros socorros. A alternativa "B " está correta. O transporte da vítima só deve ser realizado com segurança. Se ela estiver inconsciente, com dificuldade para respirar ou sangrando muito, essas condições devem ser solucionadas antes de transportá-la. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Analisamos os principais acidentes que ocorrem nos ambientes de laboratório e as consequências desses acidentes e os primeiros socorros a serem prestados. Como vimos neste tema, os ambientes de laboratório são locais com grandes riscos de acidentes relacionados a derramamento de substâncias químicas e materiais biológicos, gases e vapores tóxicos, perfuração e cortes, queimaduras e quedas. Além disso, reconhecemos as principais ações de primeiros socorros voltadas para as consequências dos acidentes em ambientes de laboratório. Vimos medidas voltadas para primeiros socorros em situações em que há derramamento de líquidos; quando as vítimas encontram-se inconscientes; quando há necessidade de transportá-las. Abordamos também situações que envolvem hemorragia, queimaduras, fraturas, entorses e luxações, além do atendimento a politraumatizados. Gastar tempo com as regras de segurança é a marca registrada de um trabalho de sucesso. Ao não economizar sua atenção com a segurança, você terá mais tempo para experimentar e aprender sem o drama de um acidente perigoso. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos de Intervenção para o SAMU 192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada. Cartilha para tratamento de emergência das queimaduras. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2012. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Microbiologia clínica para o controle de infecção relacionada à assistência à saúde – Módulo 1: Biossegurança e Manutenção de Equipamentos em Laboratório de Microbiologia Clínica. Brasília: Anvisa, 2013. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para profilaxia pós-exposição(PEP) de risco à infecção pelo HIV, IST e hepatites virais. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. CLAYTON, A. M.; HAYES, J.; LATHROP, G. W; POWELL, N. Development of an Occupational Risk Assessment Tool for Laboratory Animal Facilities. Applied Biosafety: Journal of ABSA International, v. 24, n. 2, p. 72–82, 2019. CRESPO, R. P. T. PHTLS: atendimento pré-hospitalar ao traumatizado. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2020. HERRANZ, L. E.; JACQUEMAIN, D.; NITHEANANDAN, T.; SANDBERG, N.; BARRÉ, F.; BECHTA, S.; NAKAMURA, H. (2020). The working group on the analysis and management of accidents (WGAMA): a historical review of major contributions. Progress in Nuclear Energy, 127, 103432. SECRETARIA DE SAÚDE. Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde. Diretoria de Vigilância e Controle Sanitário. Manual de Biossegurança. Salvador: Universidade Federal da Bahia, 2001. SENAC. Primeiros socorros: como agir em situações de emergência. São Paulo: SENAC, 2019. SUEOKA, J. S. APH Resgate: emergência em trauma. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2020. WALTERS, A. U. C. et al. Chemical laboratory safety awareness, attitudes and practices of tertiary students. Safety Science, v. 96, p. 161–171, 2017. YOON, H.; LOCKHART, T. E. Nonfatal occupational injuries associated with slips and falls in the United States. Int. J. Ind. Ergon., v. 36, n. 1, p. 83–92, 2006. EXPLORE+ Veja como Valéria Aparecida Farla e outros autores abordam os perigos no ambiente de laboratório no artigo Perigos e riscos na medicina laboratorial: identificação e avaliação. Para aprender mais sobre acidentes em laboratórios químicos e primeiros socorros, visite a página da Fiocruz e busque por Situações de emergência em laboratórios químicos e acesse Quadro primeiros socorros frente a acidentes envolvendo produtos químicos. Para conhecer mais sobre os gases tóxicos usados como armas químicas, leia o artigo Defesa química: histórico, classificação dos agentes de guerra e ação dos javascript:void(0); javascript:void(0); neurotóxicos. Para conhecer mais sobre a profilaxia no caso de acidentes com material biológico, consulte Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para profilaxia pós-exposição (PEP) de risco à infecção pelo HIV, IST e hepatites virais, produzido pelo Ministério da Saúde. No site da ANVISA, acesse os materiais que explicam detalhadamente o processo de lavagem das mãos. A respeito de RCP, vale assistir ao vídeo Diretrizes 2015 da RCP pela American Heart Association (AHA), disponível no YouTube. CONTEUDISTA Fátima Cristina Alves de Araujo CURRÍCULO LATTES javascript:void(0); javascript:void(0);
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