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1 ATIVIDADE INDIVIDUAL AVALIATIVA - A1 Segunda parte da avaliação 1 (AV 1) – 5,0 pontos. Importante: As questões objetivas deverão ser justificadas juridicamente 1.ª Questão: (1,0 ponto) Vitor é produtor de vídeos e consulta a sociedade empresária Videolog Ltda. sobre a comercialização de um tipo específico de câmera de filmagem. No dia 19 de outubro, Vitor envia e-mail à Videolog indagando o preço cobrado por cada câmera. Em 22 de outubro, a Videolog envia e-mail de resposta informando o preço individual de cada câmera. Em 25 de outubro, Vitor envia outro e- mail, informando que teria interesse em adquirir o produto e indagando se haveria a possibilidade de desconto se fossem adquiridas quatro câmeras. Termina esse mesmo e-mail encomendando os produtos, para entrega em 30 dias. No dia 27 de outubro, a Videolog responde afirmativamente quanto ao desconto e à entrega em 30 dias, sendo esse e-mail visualizado por Vitor no dia 30 de outubro. Pode-se considerar que o contrato foi celebrado entre as partes na seguinte data: a) 19 de outubro; b) 22 de outubro; c) 25 de outubro; d) 27 de outubro; e) 30 de outubro. R: D Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta. Art. 434 Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto: I - no caso do artigo antecedente; II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; III - se ela não chegar no prazo convencionado. Ou seja, quando Vitor aceitou a proposta com modificações (desconto pela compra de quatro câmeras), ele passou a ser proponente, ou seja, emitiu nova proposta. A nova Disciplina: Direito Contratual Docente: Luiz Carlos Secca Turma: 4DIR35A A1 (X) A2 ( ) A3 ( ) Aluno(a): Gabriel Manges Coelho Matrícula: 20191102977 Data: 01 a 07/10/2021 Nota da Prova: Nota de Trabalho(s): ------------ Nota Final: Orientações: O aluno terá um prazo de uma semana para elaborar as questões objetivas e discursiva. Está autorizada a consulta a doutrina, a lei e ao material pedagógico da disciplina. Elabore as questões individualmente e após a conclusão anexe à plataforma na aba “Atividade Individual Avaliativa”. Prazo limite para anexação da avaliação é improrrogável - 07/10/2021. CUIDADO! A ANEXAÇÃO DA PRESENTE AVALIAÇÃO EM ABA DIVERSA DA INDICADA A INVALIDARÁ. 2 proposta foi aceita, com expedição dela em 27 de outubro, pela Videolog. Não houve exceção, como se depreende dos incisos do art. 434. 2.ª Questão: (1,0 ponto) Souto aceitou transportar mercadorias que lhe foram entregues por Sátiro. Foi estipulado no contrato por Sátiro que a carga deverá ser entregue a Amélia, que não é parte no contrato. Consideradas essas informações e o disposto na legislação civil sobre estipulações contratuais em favor de terceiros, é correto afirmar que: a) somente Sátiro, na condição de estipulante, pode exigir o cumprimento da obrigação de entrega da carga perante o transportador Souto; b) somente Amélia, na condição de terceiro em favor de quem se estipulou a obrigação, pode exigir o cumprimento da entrega da carga perante o transportador Souto; c) se à Amélia for atribuído o direito de reclamar do transportador a entrega da carga, poderá Sátiro exonerar Souto dessa obrigação; d) tanto o estipulante Sátiro quanto a destinatária Amélia poderão, individual ou conjuntamente, exigir o cumprimento da obrigação de Souto e alterar as condições e normas do contrato; e) Sátiro, na qualidade de estipulante, pode reservar-se o direito de substituir a destinatária da carga, Amélia, independentemente da sua anuência e da do transportador. R: Pode-se afirmar que a opção E, é a correta, com vista no Art. 438, do CC. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante. 3.ª Questão: (1,0 ponto) Maurício, pretendendo vender um violino que recebera em doação feita por sua avó, quando ainda estava viva, publicou anúncio em um site de vendas, apresentando a marca do instrumento e as especificações, inclusive o ano de fabricação, o modelo e o estado de conservação. Anexou a fotografia do instrumento e fez constar do anúncio o preço no valor de dois mil reais. Vários contatos foram feitos, sendo que, no mesmo dia em que foi divulgada a publicidade, Vanildo, músico profissional, se dirigiu à residência de Maurício, com os dois mil reais em dinheiro, para aquisição do bem. Acontece que Maurício, impressionado com o grande número de contatos feitos em decorrência da publicação do anúncio, declarou para Vanildo que não realizaria a venda naquele momento, pois gostaria de aguardar uma oferta mais vantajosa. Nesse caso, pode-se afirmar que: a) é direito potestativo de Maurício manifestar arrependimento pela oferta, sem qualquer consequência jurídica, já que o contrato não chegou a ser formalizado; 3 b) houve celebração do contrato, já que a oferta ao público equivale à proposta, havendo, contudo, direito ao arrependimento, desde que Vanildo seja indenizado pelas perdas e danos; c) é direito potestativo de Maurício manifestar arrependimento pela oferta, já que o contrato não chegou a ser formalizado, ficando, contudo, obrigado a indenizar Vanildo pelas perdas e danos sofridos; d) é direito subjetivo de Maurício manifestar arrependimento pela oferta, já que o contrato não chegou a ser formalizado, ficando, contudo, obrigado a indenizar Vanildo pelas perdas e danos sofridos; e) houve celebração do contrato, já que a oferta ao público equivale à proposta, sendo, portanto, obrigatória, não havendo direito ao arrependimento. R: Segundo a regra estampada no art. 427, CC, a proposta de contrato obriga o proponente. Portanto, a princípio, Maurício ficou vinculado à sua proposta. É certo que o art. 428, CC arrola algumas hipóteses excepcionais em que a proposta deixaria de ser obrigatória. Mas nenhuma delas se encaixa na situação da questão. E ainda que a proposta de Maurício seja considerada como “oferta ao público”, ela equivale a uma proposta normal de contrato (salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos, o que não é a hipótese tratada). É certo que a oferta pode ser corrigida, revogada ou cancelada pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada, o que também não foi a hipótese da questão. Desta forma, havendo a conjunção entre as duas vontades, coincidentes e contrapostas (Maurício = proponente ou policitante e Vanildo = aceitante ou oblato), o contrato está perfeito, não havendo possibilidade de arrependimento. 4.ª Questão: (2,0 pontos) Tereza, em 10/11/2008, celebrou com Artur Contrato, registrado no cartório competente, contrato este em que ela prometia vender a ele seu veículo ano 2004, na 1º semana de Janeiro/2009, sem estipulação de direito de retratação. O interesse de Artur em adquirir o veículo deveu-se por conta da quantidade ínfima de quilômetros rodados, cerca de mil por ano, ficou acertado que Artur pagaria Tereza o preço constante na tabela FIPE. Entretanto, na data avençada para o cumprimento da obrigação, Tereza comunicou a Artur que a promessa de vender o veículo devia-se a sua intenção de adquirir um carro novo, o que ela desistira de fazer e por isso o contrato estaria desfeito, inconformado com a decisão de Teresa, Artur procurou escritório de Advocacia para informação de seus direitos. Considerando a situação hipotética. Especifique, com a devida fundamentação, a natureza do negócio jurídico celebrado entre Artur e Teresa, e indiquese há providências que podem ser adotadas, por Artur, para o cumprimento do contrato ou se contrato está efetivamente desfeito por Tereza? R: Foi firmado entre Tereza e Artur um contrato de promessa de compra e venda. Como não foi previsto o direito de arrependimento, Artur poderá exigir a celebração do contrato definitivo, assinando prazo para que a outra parte o faça (art. 463, CC). Esgotado o prazo, poderá Artur requerer a adjudicação compulsória do bem, podendo o juiz suprir a vontade da parte inadimplente (art. 464, CC), bem como, poderá pedir perdas e danos.