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Hipertensão no cotidiano odontológico Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) 2 Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) 3 • Precisamos conhecer as doenças de base do nosso paciente odontológico para podermos conduzir o tratamento odontológico adequado; • Mesmo porque iremos anestesiar, medicar, realizar procedimentos invasivos nos nossos pacientes. In tr o d u ç ã o Doença crônica não transmissível Etiologia multifatorial Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) Problema de saúde pública Envelhecimento da população 4 D e fi n iç ã o Pressão Arterial Pressão Arterial é a pressão exercida pelo sangue nos vasos sanguíneos durante a circulação. 5 D e fi n iç ã o HIPERTENSÃO: - Ocorre quando a pressão que o sangue exerce nas paredes das artérias é forte demais. - É caracterizada por níveis elevados e sustentados de PA ≥ 140 x 90 mmHg. Para que a manutenção da circulação ocorra, o coração realiza movimentos de contração e relaxamento, denominados de SÍSTOLE e DIÁSTOLE. SÍSTOLE: é a contração do coração para levar sangue até as artérias. É o valor mais alto e o primeiro a ser medido durante a aferição da pressão. DIÁSTOLE: é o momento em que o coração relaxa para se abastecer de sangue. É o menor valor e o segundo a ser medido durante a aferição da pressão. 6 D e fi n iç ã o Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) • O diagnóstico da HAS consiste na média da PA verificada em pelo menos 3 dias diferentes com intervalo mínimo de 1 semana entre as medidas. • A constatação de 1 valor elevado em apenas 1 dia não é suficiente para estabelecer o diagnóstico. 7 D ia g n ó s ti c o 8 Classificação da Pressão Arterial C la s s if ic a ç ã o d a P A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) Problema de Saúde Pública: No Brasil: - 32% dos adultos são hipertensos (1 adulto em cada 3 é hipertenso) Chegando a: - 50% das pessoas entre 60 e 69 anos - 75% das pessoas com mais de 70 anos 9 E p id e m io lo g ia Prof. Ma. Marlene Cruz 10 F a to re s d e R is c o Complicações da Hipertensão Arterial Sistêmica Alterações cardíacas: - O aumento da pressão arterial obriga o coração a trabalhar com sobrecarga, aumentando o risco de infarto e insuficiência cardíaca. 11 C o m p li c a ç õ e s d a H A S Alterações neurológicas: Os pequenos vasos são danificados com o aumento da pressão arterial, podendo provocar a longo prazo: enrijecimento das artérias, bloqueios e obstrução de vasos, acidente vascular encefálico (AVE). 12 Complicações da Hipertensão Arterial Sistêmica C o m p li c a ç õ e s d a H A S Alterações renais: a falta de controle da pressão arterial pode levar o dano a artéria renal, impedindo que os rins realizem a função de filtração, promovendo maior retenção hídrica e elevação maior da pressão arterial. 13 Complicações da Hipertensão Arterial Sistêmica C o m p li c a ç õ e s d a H A S Alterações oftálmicas: A Hipertensão Arterial Sistêmica pode provocar uma alteração das artérias que irrigam a retina, aumentando o risco de hemorragias, com perda da acuidade visual e até mesmo cegueira. 14 Complicações da Hipertensão Arterial Sistêmica C o m p li c a ç õ e s d a H A S Tratamento da HAS Tratamento não Medicamentoso Envolve Mudanças no Estilo de Vida (MEV). Tratamento Medicamentoso 16 Tratamento da HAS T ra ta m e n to Tratamento não Medicamentoso: Mudanças no Estilo de Vida (MEV): • Redução de peso; • Alimentação saudável; • Atividade física; • Moderação no consumo de álcool; • Remoção do hábito de fumar; • Substituição de anticoncepcionais hormonais orais. 17 Tratamento da HAS T ra ta m e n to Tratamento Medicamentoso: são utilizados muitas classes de medicamentos de acordo com a necessidade de cada pessoa, e muitas vezes, são associados 2 ou mais medicamentos: • Hidrocloritiazida (diurético) • Enalapril • Captopril • Losartana • Atenolol • Anlodipino 18 Tratamento da HAS T ra ta m e n to Atendimento Odontológico • Durante a anamnese devem ser coletadas informações a respeito: do diagnóstico de hipertensão, forma de tratamento e medicamentos em uso, bem como a adesão deste paciente ao regime terapêutico. • A alta prevalência da HAS indica a adoção de uma rotina de verificação da PA antes de iniciar qualquer tratamento. 20 Orientações para a Consulta Odontológica A te n d im e n to O d o n to ló g ic o • A principal preocupação do dentista que vai tratar de um paciente hipertenso é minimizar: • o risco de elevação rápida da PA e • a queda brusca de PA e hipotensão ortostática, que podem cursar com uma queda ou um desmaio (ROSÁRIO et al., 2009) 21 Orientações para a Consulta Odontológica A te n d im e n to O d o n to ló g ic o • Precisamos então prevenir uma crise hipertensiva, pois o atendimento odontológico esta intimamente ligado ao medo, que promove aumento da ansiedade e, por conseguinte, do estresse: - Realizar consultas curtas e referencialmente no período da manhã; - Controlar eventos de dor, conversar e distrair o paciente e, quando necessário, indicar o uso de ansiolíticos; - Quando o procedimento precisar de anestesia, o profissional deve dar preferencia as soluções anestésicas que contenham felipressina como vasoconstritor (PEGORARO; OLIVEIRA, 2015). 22 Orientações para a Consulta Odontológica A te n d im e n to O d o n to ló g ic o Sinais e sintomas característicos de uma crise hipertensiva: • elevação da PA, • cefaleia, • tontura, • mal-estar, • confusão mental e • distúrbios visuais 23 Orientações para a Consulta Odontológica A te n d im e n to O d o n to ló g ic o * O atendimento deve ser interrompido imediatamente. O que fazer diante de uma crise hipertensiva? • O paciente deve ser colocado em posição confortável e seus sinais vitais devem ser monitorados; • Ligar par o SAMU; • O profissional deve administrar captopril (vasodilatador), de 25 mg a 50 mg via oral; • Uma vez controlada a crise, o paciente deve ser encaminhado para avaliação médica. (PEGORARO; OLIVEIRA, 2015). 24 Orientações para a Consulta Odontológica A te n d im e n to O d o n to ló g ic o • Infelizmente, não existem “receitas de bolo” e limites pressóricos que limitem ou que permitam o atendimento odontológico ambulatorial. • Mas, a pressão arterial acima de 180X110 mmHg é considerada caso de urgência médica, prevalecendo sobre a urgência odontológica. 25 Orientações para a Consulta Odontológica A te n d im e n to O d o n to ló g ic o • Para o paciente normotenso (PA ≤120x80 ou até 135x85mmHg) e/ou com PA limítrofe (abaixo de 139/89mmHg) podem receber qualquer tipo de tratamento odontológico. 26 Orientações para a Consulta Odontológica A te n d im e n to O d o n to ló g ic o • Os hipertensos (PA ≥140x90 mmHg) deverão ter sua PA avaliada previamente, e verificar o tipo de atendimento necessário: 16/09/2020 Prof. Ma. Marlene Cruz 27 Orientações para a Consulta Odontológica • PA ≥ 140x90 mmHg até < 180x90 mmHg: só podemos realizar atendimento de urgência e encaminhar para consulta médica. • PA ≥ 180x95 mmHg: suspender o atendimento e encaminhar ao médico.A te n d im e n to O d o n to ló g ic o Procedimentos invasivos (que tem sangramento previsto): - exodontias, implantes, procedimentos periodontais e profilaxia - necessitam avaliação de risco antes da execução do procedimento. Manisfestações Bucais • A HAS por si só não causa manifestações bucais • Porém há manifestações secundárias, decorrentes do uso de medicamentos para o controle da pressão arterial: o uso de medicamentos anti-hipertensivos, podem ocasionar boca seca e alterações no paladar. 29 Manifestações Bucais A te n d im e n to O d o n to ló g ic o • Outro efeito colateral que também e verificado com muita frequência em todas as classes de hipertensivos é a xerostomia,que é responsável por outros efeitos colaterais: - aumento da incidência de cárie, - disgeusia (diminuição do paladar), - sensação de queimação/ ardência bucal, - dificuldade de deglutição. 30 Manisfestações Bucais A te n d im e n to O d o n to ló g ic o • Como forma de evitar e amenizar os efeitos provocados pela xerostomia induzida pelos anti-hipertensivos, pode-se prescrever: - Saliva artificial como o Salivan Spray (Carmelose Sódica), com aplicações várias vezes ao dia de acordo com a necessidade de cada paciente; - Ingestão de água com mais frequência; - Mascar chiclete sem açúcar para estimular a produção de saliva; - Evitar o uso de enxaguatórios com álcool (pois aumentam a sensação de boca seca além da forte ardência bucal). Prof. Ma. Marlene Cruz 31 Manifestações Bucais A te n d im e n to O d o n to ló g ic o - Sialogogos como a pilocarpina 30 minutos antes das refeições Considerações Finais • A HAS é uma doença crônica muito prevalente, sendo que os indivíduos hipertensos requerem cuidados especiais no atendimento odontológico: • As crises hipertensivas podem ocorrer a qualquer momento, em qualquer lugar e com qualquer paciente; • É recomendado o uso de um protocolo de atendimento em saúde bucal direcionado para esses pacientes; • Devemos utilizar medidas de controle de ansiedade e do medo relacionado ao tratamento odontológico. 32 C o n s id e ra ç õ e s F in a is Considerações Finais • Além das orientações odontológicas, devemos estimular a prática de exercícios físicos (caminhada); alimentação saudável; acompanhamento médico. 33 C o n s id e ra ç õ e s F in a is • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: Hipertensão Arterial Sistêmica. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 128 p. : il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 37). • Ana Emília Figueiredo de Oliveira; Ana Estela Haddad (Org.). Odontologia para pacientes com comprometimento sistêmico. Universidade Federal do Maranhão. UNA-SUS/UFMA - São Luís: EDUFMA, 2018. 34 Referências R e fe rê n c ia s mcoimbracruz@gmail.com Prof. Ma. Marlene CruzObrigada!
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