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1 Semiologia –Exame Físico Somatoscopia: Precauções durante o exame: 9 Exposição a AIDS, hepatite B e hepatite C, Tuberculose e outras infecções; 9 Nunca cheirar o hálito diretamente; 9 Lavar SEMPRE as mãos (antes e depois de examinar!) Durante a anamnese, observar: 9 Sinais de desconforto ao chegar; 9 Consciência, marcha e fala Æ grau de orientação! Sonolento, torporoso, obnubilado, coma (superficial/profundo); 9 Peso, altura, biometria; 9 Atitude (típica ou atípica), postura; 9 Estado geral: saúde, nutrição, higiene, muletas, cadeira de rodas; 9 Pele, mucosas, fâneros e circulação colateral. Não esquecer o dorso! 9 Tom de voz, olhar; 9 Dor, agitação, tremores, suores, ansiedade, palidez, dispneia, cianose, sede, etc; 9 Examinar bem as mãos; 9 Face Æ fácies típicas? Avaliação do estado geral: 9 BEG – bom estado geral; 9 REG – regular estado geral; 9 MEG – mau estado geral. Cumprimentar o paciente, se apresentar, lavar as mãos, esquentar mãos e estetoscópio antes dos procedimentos. Fazer perguntas para saber se o paciente está lúcido e orientado no tempo e espaço (LOTE). Cabeça e Pescoço Inspeção 9 Analisar fácies (atípica, hipocrática, basedowiana, lúpica, sofrimento, Cushingoide, Mongoloide, Adenoideana, Parkinsoniana, Leonina, renal, miastênica, mexidematosa, acromegálica, esclerodérmica, etc) 9 Analisar tamanho craniano (atípico, macrocefalia/hidrocefalia, microcefalia, turricefalia/acrocefalia, escafocefalia, dolicocfalia, braquicefalia, plagiocefalia, etc) 9 Analisar fontanela anterior (normotensa, abaulada, fechada, aberta) 9 Simetria ou assimetria do rosto: movimentos involuntários, edema, massas, etc. Paralisia facial periférica: desvio da comissura labial para lado saudável. 2 9 Presença de alguma lesão; 9 Analisar pele: normocorada, ictérica, cianose, palidez, textura, espessura, pigmentação, lesões, distribuição do cabelo, acne, etc. 9 Veia jugular: se apresenta turgência. Inspeção e Palpação do Couro Cabeludo Buscar abaulamentos, depressões, nódulos, lesões, cicatrizes. Indicar o local. Cabelo: quantidade, qualidade (brilho, etc), distribuição, padrão de perda (se houver), caspa. Palpação do Rosto 9 Seios da face: indicar se há dor à palpação. Frontais, maxilares. Olhos Indicar olho acometido. 9 Pálpebras: edema, (blefaro)ptose, pilificação (padrão observado é normal?), ectrópio, entrópio, xantelasma, hordéolo, epicanto, equimose, etc. 9 Supercílios: madarose (Hanseníase, esclerodermia, desnutrição acentuada); 9 Fenda palpebral: aumentada, normal, diminuída. 9 Conjuntivas: normocoradas, hiperemiadas, hipocoradas. 9 Exoftalmia, protrusão, enoftalmia, microftalmia, hipertelorismo (afastamento das cavidades orbitárias) 9 Analisar esclera: anictérica, ictérica, azulada, hiperemiada. 9 Analisar pupilas com lanterna: reação à luz, comparação do tamanho entre as duas pupilas. Isocóricas, anisocoria, miose, midríase. 9 Fotorreação direta (em qual olho ocorre); 9 Fotorreação consensual; 9 Analisar musculatura ocular: teste com a caneta – estrabismo (convergente, divergente, hipertropia, hipotropia, ciclotropia) e nistagmo (oscilação tênue rítmica dos olhos – horizontal ou vertical). Alterar distância também. 9 Exame de campo visual. Nariz 9 Analisar a mucosa nasal apertando a ponta do nariz e vendo a coloração da mucosa com a ponta da lanterna. Normocorada, hiperemiada, violácea, edemaciada. Indicar o lado.1 9 Presença ou ausência de secreção: purulenta, mucopurulenta, piossanguinolenta, sangramento. Indicar lado. 9 Hipertrofiado, em sela, destruição da estrutura. 1 Rinite viral: hiperemia e edema. Rinite alérgica: pálida, cianótica ou vermelha. 3 Boca 9 Inspeção dos lábios: normocorados, cianóticos, edemaciados, presença de lesões, rachaduras, hidratados, queilite angular. Indicar se é lábio superior ou inferior. 9 Pedir para paciente abrir e fechar a boca, verificar se há baba (estado de hidratação). 9 Ver cor e arquitetura do palato duro. 9 Inspeção da língua: tamanho, coloração, atípica, geográfica, saburrosa, escrotal, lisa, cianótica, hidratação, edema, lesões. Indicar locais. 9 Pedir ao paciente que levante a língua para avaliar embaixo também. 9 Simetria à protrusão (teste NC XII – hipoglosso). 9 Analisar lado e ventre da língua (maioria dos cânceres) Æ palpação indicada em pacientes homens acima de 50 anos etilistas e tabagistas. 9 Inspeção das gengivas (normocoradas, cianose, tumefeitas, hiperemiadas, presença de sangramentos. Indicar local). 9 Inspeção dos dentes: bom ou mau estado, dentes faltando, descoloridos, posição anormal. 9 Palpação da mucosa: colocar luva e fazer análise da mucosa em busca de lesões2, depressões, nódulos, etc. Manchas de Koplik. Faringe 9 Usar abaixador de língua no terço distal da língua para examinar a garganta juntamente com uma lanterna. Pedir para paciente dizer “e”. Examinar aspecto da úvula (lesão de NC X Î palato mole não se eleva e úvula se desvia para lado contralateral Æ Sinal da Cortina). 9 Examinar tonsilas: hipertrofia, atrofia, hiperemia, cáseo, exsudato, lesões. Indicar o local. Ouvidos 9 Usar o otoscópio. Adultos: puxar a orelha delicadamente para cima; crianças: puxar para o lado. 9 Cone luminoso: presente ou ausente; indicar o lado. 9 Membrana timpânica: íntegra, normocorada, hiperemiada, exsudato. Indicar o lado. 9 Otorragia ou otorreia. Indicar o lado. Pescoço 9 Palpação dos linfonodos: mentonianos, submandibulares, faríngeos (amígdalas), cervicais anteriores, cervicais posteriores, occipitais, 2 Afta: lesão ulcerada com base eritematosa. 4 retroauriculares, pré-auriculares, supraclaviculares3. Indicar se são móveis ou fixos, se são palpáveis ou não, indolores ou dolorosos, pétreos ou elásticos. Indicar o lado. 9 Pré-auriculares: usar 1º e 2º dedos com movimentos gentis e em rotação para palpar. 9 Turgência de jugulares ou carótidas; dizer o lado. 9 Tireoide: localizar a cartilagem tireoide e a cartilagem cricoide e 2cm acima da fúrcula esternal é a localização aproximada da tireoide. 9 Realizar a palpação da tireoide com o paciente com o pescoço reto, levemente levantado, rosto virado para o lado, analisando os lobos mais precisamente. Indicar se é palpável ou não palpável (indicar lado). Se notar aumento ou anomalia, auscultar. Fazer palpação por trás. Consistência (mole na doença de Graves, endurecida na de Hashimoto ou com nódulos malignos), tamanho e forma da tireoide, nódulos (benignos ou malignos) e se está dolorida (sensível em tireoidites). Abdome Não se faz palpação e percussão antes de auscultar! Inspeção Estática 9 Paciente deitado na maca com a cabeceira baixa. Abordar paciente pelo lado direito. Pedir permissão e expor o abdome corretamente. Pode observar de cima pra baixo ou tangencialmente. 9 Formato do abdome: globoso (aumento simétrico – ascite volumosa, gravidez, hepatoesplenomegalias volumosas, obesidade, etc), em batráquio (aumento assimétrico – neoplasia, hérnia), escavado (doença terminal, desnutrição grave), em avental, atípico. 9 Lesões dermatológicas: herniações; estrias. 9 Circulação colateral: 2 tipos principais: tipo porta (“cabeça de medusa”) e tipo cava (de baixo pra cima). 9 Sinal de Cullen: equimose na região periumbilical Æ gravidez ectópica, pancreatite aguda. 9 Sinal de Grey-Turner: equimose na região dos flancos. Surge em 24-48hrs; exclusivo da pancreatite necrohemorrágica (parte da síndrome do abdome agudo). 9 Presença de pulsações (pessoas magras Æ pulsação da aorta abdominal na região epigástrica: fisiológico), massas, assimetria de abdome. Pulsação patológica na região periumbilical (aneurisma de aorta abdominal). 9 Cicatriz umbilical. 3 Gânglio de Virchow:aumento do linfonodo supraclavicular esquerdo Î câncer do TGI. Linfonodomegalias do lado direito: tumores do tórax ou mama. 5 Inspeção Dinâmica 9 Manobra de Valsalva: pedir para paciente assoprar a mão sem deixar o ar sair Î aumento da pressão intra-abdominal para pesquisa de hérnia umbilical. 9 Manobra de Smith Bates: pedir ao paciente que inicie um abdominal e volte Î aumento da pressão intra-abdominal para pesquisa e hérnia umbilical. Ausculta 9 Considerar 4 quadrantes: superior direito, superior esquerdo, inferior direito e inferior esquerdo. 9 Ondas peristálticas: contar ondas peristálticas/minuto no quadrante onde for mais audível. Normal: 5-40 Aumentada (diarreia, retocolite, síndrome do intestino irritável, obstrução intestinal – fase aguda), contínua ou ausente (obstrução intestinal – fase crônica). 9 Ruídos hidroaéreos (“ar passando pela boca de uma garrafa” – ar passando por coleção de líquido) 9 Borborigmo: escutado sem estetoscópio. 9 Sopros nas artérias intra-abdominais: renais, ilíacas, femorais, aorta abdominal. Normal: não auscultável; sopros em situações patológicas (compressão extrínseca ou obstrução intrínseca – aterosclerose Î turbilhonamento). Paciente com HAS: auscultar artérias renais (estenose é uma das causas de HAS secundária; produz sopro) 9 Loja hepática e loja esplênica: presença e sopros quando se tem neoplasias nessas regiões. Palpação 9 Perguntar ao paciente se sente dor em algum lugar antes de começar a palpação Æ palpar região dolorosa por último. 9 Palpação superficial: observar a parede abdominal. Nódulos (lipoma), massa. 9 Tensão da parede abdominal Æ paciente com dor enrijece parede abdominal 9 Reflexo cutâneo Æ hipo- (patologia de coluna) ou hiperestesia (hepatopatologias). 9 Palpar superficialmente os 9 quadrantes. 9 Palpação profunda: início por palpação genérica dos 9 quadrantes: hipocôndrio direito, epigástrico, hipocôndrio esquerdo, flanco direito, mesogastro, flanco esquerdo, fossa ilíaca direita, hipogastro/suprapúbis e fossa ilíaca esquerda. 6 9 Fígado – 3 manobras: � Bimanual (fazer rechaço com mão esquerda e com a direita começar a palpar profundamente na fossa ilíaca direita até o hipocôndrio direito – fígado aumenta longitudinalmente); � Garra4 (com as duas mãos no hipocôndrio direito; importante para ver se fígado está aumentado, além de possibilitar sentir melhor sua borda – alguns aspectos sugerem patologia específica). Bordas muito arredondadas sugerem hepatite, borás duras e com nódulos sugerem câncer. � Polegar esquerdo: começando na fossa ilíaca direita e subindo para o hipocôndrio direito – ver a vesícula no ponto cístico: traçar uma linha da crista ilíaca esquerda passando pela cicatriz umbilical, até o rebordo costal. Vesícula não é palpável em condições fisiológicas. 9 Sinal de Courvoisier-Terrier (no ponto cístico): positivo se vesícula palpável 9 Sinal de Murphy (no ponto cístico): mantendo o polegar sobre o abdome, pede-se para o paciente expirar. Descer o polegar junto com musculatura o paciente e manter pressionado. Pedir para inspirar e manter o polegar pressionado. Ao sinal de dor, paciente irá suspender a respiração Î sinal positivo: indicativo de colecistite aguda. 9 Baço – 2 manobras: � Bimanual: baço aumenta transversalmente Î começar palpação da fossa ilíaca direita, em direção ao hipocôndrio esquerdo. � Garra: passar para lado esquerdo do paciente. � Posição de Schuster: paciente fica em decúbito lateral direito, flexiona a perna de cima e estende a outra, tirando o braço da frente para diminuir a tensão da parede abdominal. Repetir as duas manobras do baço, passando para o lado esquerdo apenas para fazer a manobra em garra. 9 Rins – 3 manobras: � Método de Guyon: examina paciente em decúbito dorsal – quando o rim está muito aumentado, pode ser sentido na região do flanco Î palpar os flancos bimanualmente, fazendo um rechaço sempre com a mão esquerda. 4 Manobra de Mathieu-Cardarelli 7 � Método de Israel: pedir para paciente ficar em decúbito lateral esquerdo e examinar o rim que ficar para cima, fazendo rechaço no flanco. Trocar de lado. � Método de Goeller: pedir para o paciente ficar em pé e colocar um joelho sobre uma cadeira. Examinar o lado da perna fletida. Pedir para o paciente trocar a perna (não precisa trocar de lado do paciente). � Sinal de Giordano: investigar distensão de cápsula renal – pielonefrite ou hidronefrose pela litíase renal. Sinal positivo se o paciente relatar dor. Pressão dos dedos pode ser suficiente para causar dor. Se não, usar percussão do punho nos ângulos costovertebrais (figura). � Palpação de pontos ureterais dolorosos: 2ª e 3ª linhas imaginárias – palpar somente a porção superior e média do ureter para localizar em que altura do ureter o cálculo está. Percussão Macicez/timpanismo. Região periumbilical tende ao timpanismo (gases no intestino delgado); porção final do intestino tende à macicez (fezes). Importante saber percussão normal das regiões. Percussão é feita nos 9 quadrantes. 9 Sinal de Joubert: presença de gás na região infradiafragmática – ruptura de víscera oca Î Pneumoperitônio: por ex.: úlcera péptica perfurada – gás acumula nessa região e, por causa da anatomia, se acumula mais na direita do que na esquerda. Gás se concentra mais na loja hepática Î hipertimpanismo à percussão (parece um tambor). Raio-X evidencia ar na região infradiafragmática. 9 Sinal de Torres-Homem: dor à percussão na loja hepática. Característico do abscesso hepático (febre de origem obscura). Precisa de ultrassonografia para confirmar (muito sensível para doenças do trato biliar). 9 Hepatimetria: delimitar limites superior e inferior do fígado e medir com fita métrica. Embora se possa medir o lobo esquerdo e direito, vamos medir apenas o direito. Começar a percussão na fosse ilíaca direita (timpanismo) e ir subindo até escutar macicez = limite inferior. Também é constatável por palpação profunda. Percutir, então, a partir do 2º espaço intercostal (pulmão é timpânico) até escutar macicez = limite superior. Medir: 9-12cm é normal. Mulheres: mama se insere no 5º espaço intercostal – começar percussão ali. 9 Espaço de Traube: delimitado por linha axilar anterior, rebordo costal esquerdo, apêndice xifoide e 6º espaço intercostal esquerdo. Espaço virtual que consiste na topografia do baço. Percutir 2 espaços intercostais dentro do espaço de Traube. Normal: timpanismo Î Traube livre. Macicez: esplenomegalia (possivelmente ainda não palpável). 9 Ponto de McBurney: traçar linha da cicatriz umbilical até crista ilíaca direita Æ fica no terço proximal da crista ilíaca – localização anatômica do apêndice. 9 Sinal de Bloomberg: no ponto de McBurney – positivo: descompressão dolorosa. Também pode ser usado em outras situações: diverticulite 8 (“apendicite do lado esquerdo”) pode ter descompressão dolorosa se comprometer peritônio parietal nessa região. Descompressão dolorosa difusa: peritonite bacteriana espontânea. 9 Sinal de Rovsing: compressão em rolamento na fossa ilíaca esquerda com mão cerrada no sentido ínfero superior Î retrocesso de gás Î dor no ponto de McBurney. Apendicite. 9 Sinal do Psoas: músculo passa atrás do apêndice. Pedir para o paciente fazer contra-resistência com a perna esquerda levantada. Positivo se relatar dor. Apendicite. 9 Sinal do Obturador: dor na fossa ilíaca direita à rotação interna passiva da coxa. Apendicite. 9 Sinal do Piparote: para ascite de grande volume. Pedir ao paciente que coloque a mão sobre a cicatriz umbilical. Dá um peteleco do lado direito e sente se onda se propaga para o outro lado. 9 Semicírculo de Skoda: quando paciente com ascite não muito volumosa se deita, líquido se desloca para os flancos. Ao percutir, escutará macicez lateral e timpanismo no centro. Ao pedir para pacienteficar em decúbito lateral, líquido forma um semicírculo e, ao começar a percussão de cima pra baixo, vai escutar timpanismo e depois macicez (líquido). 9 Sinal da poça: pedir ao paciente que fique de pé e apoie os dois braços na maca. Líquido de pequena monta se deslocará para a região periumbilical. Ao percutir, encontra-se timpanismo nos flancos e macicez na região periumbilical. Como Registrar os Achados do Exame 9 Abdome atípico 9 Indolor à palpação profunda e superficial, ausência de visceromegalia e massas 9 Ausência de massas, pulsação, dermatose, equimose ou herniação 9 Peristalse presente – xx por minuto 9 Ausência de sopros 9 Hepatimetria (cm) 9 Traube livre 9 Sinais: positivos ou negativos 9 Respiratório Inspeção 1. Estática: Observar frontalmente, tangencialmente e posteriormente a forma do tórax: ¾ Atípico ¾ Típico: barril/tonel (aumento do diâmetro antero-posterior –enfisema, DPOC), pectus carinatum, pectus escavatum, em sino (grandes ascites, grandes hepatomegalias) ¾ Tatuagens ¾ Abaulamentos ¾ Depressões ¾ Simetria ¾ Cicatrizes ¾ Circulação colateral ¾ Lesões de pele: manchas acrômicas podem ser vitiligo ou Hanseníase (sem sensibilidade – pedir para fechar olhos e tocar com um estilete para pesquisar sensibilidade) Observar também a coluna vertebral: ¾ Cifose ¾ Lordose ¾ Escoliose É feita ao redor do paciente: frontalmente, tangencialmente e posteriormente! 2. Dinâmica: 9 Observar a frequência respiratória através das incursões abdominais: eupneico, taquipneico, bradipneico. � Homens e crianças: respiração predominantemente abdominal � Mulheres: respiração predominantemente torácica � Tipo respiratório de Duchenne (inverso abdominal): tórax se contrai na inspiração e abdome se dilata Î pericardites � Padrão respiratório paradoxal: depressão subcostal e dilatação abdominal. Comum em bebês. 9 Sempre procurar sinais de esforço/desconforto respiratório5: � Utilização da musculatura acessória para respirar: esternocleidomastoideo e trapézio � Batimento de asas de nariz � Tiragens intercostais, subcostais � Retração de fúrcula � Taquipneia Æ o mais valorizado! � Cianose: em RN, cianose perioral pode ser hipoglicemia ou cardiomiopatia congênita. Generalizada, de extremidades ou perioral. � Gemência Æ muito comum em lactentes; fácies de sofrimento acompanham (doença aguda). É expiratória. 5 Observar a posição da traqueia é útil porque é deslocada para o lado quando há pneumotórax, derrame pleural e atelectasia. Paciente deitado na maca para contar! curvaturaexcessiva p fora curvaturaexcessivapldentro v curvaturalateral µ lado oposto G ladoda atelectasia ladooposto 10 Frequências Respiratórias: ¾ Adulto: 16/20 irpm ¾ RN: 50/60 irpm ¾ Lactente: 40/50 irpm ¾ 1ª infância: 30/40 irpm ¾ 2ª infância: 20/30 irpm É mais fácil de ser observada com o paciente em decúbito dorsal. Observar principalmente se há taquipneia (e outros sinais de esforço respiratório). Síndrome infecciosa febril + taquipneia + esforço respiratório: pensar em condensação pulmonar Cetoacidose diabética: ritmo respiratório de Kussmaul Palpação 1. Expansibilidade torácica6: a. Lobo médio e Língula: com o paciente deitado sobre a maca, examinar pelo lado direito. Com o examinador mais para o lado caudal, na altura do joelho do paciente, apoiar as mãos acima do rebordo costal e fazer a prega cutânea. Pedir para respirar profundamente. b. Ápices: com o paciente de pé, palpar 7ª vértebra cervical e colocar polegares sobre ela em um ângulo reto. Repousa as palmas completamente sobre os ombros do paciente, relaxadas. Pede para paciente respirar fundo (inspira pelo nariz e expira pela boca semiaberta) e observa a alteração do ângulo entre os polegares: diminui na expiração e aumenta na inspiração. É importante comparar os dois lados para ver se há simetria na expansibilidade (pode diminuir em hemitórax acometido por lesão). c. Bases: com as mãos bem espalmadas, polegares na altura da 10ª costela, fazer prega cutânea no gradil costal no dorso do paciente. Enfisema pulmonar: expansibilidade muito diminuída. Exame normal: expansibilidade preservada e simétrica. 2. Flexibilidade Torácica: � Em mulheres, colocar a mão acima da mama. 66 Causas de diminuição/atraso de expansibilidade unilateral: fibrose crônica do pulmão ou pleura subjacentes, derrame pleural, pneumonia lombar, obstrução brônquica unilateral. Elasina.mn illumine 11 � Compressão leve e rápida Æ fazer duas compressões porque precisa avaliar compressão e expansão. � Hemitórax esquerdo, direito e parte latero-lateral. � No caso de fratura de costela ou algum processo inflamatório, paciente refere dor. � Precisa abordar os dois lados do paciente – não tem como permanecer somente do lado direito. 3. Frêmito Toracovocal: 9 Método em escada para não esquecer nenhuma parte. 9 Pedir para paciente falar “33” sempre que for encostando a mão. 9 Fazer no hemitórax direito e no esquerdo, no sentido antero-posterior e latero-lateral. 9 Evitar escápula e coluna vertebral, pode pedir paciente para se abraçar para afastar mais as escápulas. 9 Usar sempre a mesma mão para a pesquisa (mais sensível) 9 Começar acima das escápulas 9 Fazer em um lado e depois no outro antes de descer mais a mão, para comparar um lado com o outro! 9 Na região anterior: supraclavicular, infraclavicular e mais 1 ponto de cada lado (acima dos seios)! 9 Derrame pleural: FTV muito diminuído ou ausente, coincidindo com a parte superior do líquido 9 Síndrome de condensação pulmonar: FTV aumentado. OBS: � RN – muito importante palpar a clavícula para ver se há crepitação Æ fratura � Biotipo/Tipo Constitucional: ¾ Normolíneo (intermediário, estênico): equilíbrio entre membros e tronco, ângulo de Charpy7 reto, corpo proporcional ¾ Brevelíneo (curto, pícnico, hiperestênico): Membros curtos, tórax alargado, abdome globoso, pescoço curto e grosso, panículo adiposo desenvolvido e ângulo de Charpy obtuso Æ normalmente pacientes obesos, com tendência a HAS, diabetes, hipercolesterolemia (síndrome metabólica). ¾ Longilíneo (longo, hipoestênico, leptossômico): predomínio dos membros sobre tronco, tórax alargado e chato, pescoço longo e delgado, musculatura e panículo adiposo escassos e ângulo de Charpy agudo Æ mais propensos a doenças no aparelho respiratório, principalmente tuberculose. 7 Ângulo de Charpy: formado pelas duas porções do gradil costal junto ao apêndice xifoide. Hoje, a análise biotipológica só é importante para exame do aparelho circulatório e na interpretação do coração em raio-x de tórax e ECG. pneumonia atelectasia 12 Percussão 9 Nos mesmos pontos onde pesquisou o FTV Æ 8 pontos na região posterior 9 Evitar escápulas e coluna vertebral 9 Som característico: som claro atimpânico 9 Som maciço: reflete ausência de ar e algo denso no local percutido (som gerado na percussão de órgãos maciços, como fígado). Patologias (ex: pneumonia) Æ hepatização do parênquima pulmonar e atelectasia8. 9 Som timpânico: presença de ar (ex: percussão do estômago vazio). Importante no diagnóstico de pneumotórax hipertensivo. 9 Som submaciço: som alcançado na percussão da transição entre o pulmão e fígado, “mistura” dos sons maciço e atimpânico. Evidenciado nos pacientes com DPOC. 9 Exame normal: som claro atimpânico e simétrico em todas as regiões pesquisadas 9 Enfisema pulmonar: hipertimpanismo Ausculta 9 Murmúrio vesicular: som básico. Pode ser: ¾ Normal: presente/audível em ambos os hemitórax, ou presente universalmente, etc. ¾ Diminuído: fibrose pulmonar ou DPOC ¾ Abolido: pneumectomizados, derrame pleural, pneumotórax. 9 Sopro tubário/traqueal: auscultado normalmentena fúrcula. Em outras regiões, sugere condensação pulmonar (1ª hipótese). Diminuído em idosos e pacientes enfisematosos. 9 Ruídos adventícios: sons que envolvem alterações patológicas do sistema respiratório. Podem ser simplificados nos 3 grupos seguintes: ¾ Sons contínuos: � Sibilos: sons agudos, semelhantes a um assobio ou chiado, gerados pela passagem de ar em brônquios e bronquíolos estreitados. Predominam na expiração, podendo ocorrer também na inspiração. Pacientes com asma9, DPOC, bronquite, asma cardíaca, bronquiolite. � Roncos: sons mais graves, predominando na inspiração, semelhantes ao roncar das pessoas. Secreção em grandes vias aéreas; normalmente têm intensidade alterada após tosse e expectoração. Podem ser nas VAS (roncos nasais). Paciente muito tempo acamado acumula secreção Æ pedir para tossir antes para facilitar a ausculta. 8 Atelectasia: colapso parcial ou total do pulmão ou lóbulo pulmonar que ocorre quando os alvéolos não são apropriadamente insuflados (?). Resulta em diminuição da complacência pulmonar. 9 Broncoconstrição devido à inflamação diminui calibre das vias aéreas, produzindo sibilo. 13 ¾ Sons descontínuos: � Estertores finos (crepitantes): são sons agudos, audíveis no final da expiração, de curta duração, correspondendo ao líquido ou exsudato nos alvéolos (intra-alveolares), devido a processos inflamatórios. O som se assemelha ao atrito entre os fios de cabelo. Alvéolo se distende e faz barulho de saco molhado. A tosse, por mobilizar secreções em vias aéreas proximais, facilita a passagem do ar para os alvéolos congestos, tornando mais nítida sua ausculta. Primeiras hipóteses diagnósticas: pneumonia ou ICC. � Estertores grossos (subcrepitantes ou bolhosos): são sons graves, extra-alveolares, audíveis no início da inspiração e em toda expiração, correspondendo à abertura e fechamento de vias aéreas superiores com secreção. O som é semelhante ao assoprar um copo com água com um canudo para fazer bolhas, podendo ser definidas bolhas (mais agudo), médias bolhas ou grossas bolhas (mais grave). A tosse mobiliza estas secreções, sendo modificado, portanto, com tal manobra. ¾ Atrito Pleural: ocorre quando o paciente está em processo de instalação de derrame pleural, precedendo-o. Assemelha-se ao ranger do couro. Quando o derrame pleural se instala, o atrito pleural desaparece. ¾ Estridor: som que assusta – mães dizem que o filho está com tosse de cachorro – e se deve a inflamação na laringe Î estreitamento Î estridor à passagem de ar. Presente na laringite estridulosa e laringotraqueomalácea (deficiência na cartilagem das vias aéreas, que gera uma respiração ruidosa). Exame normal = murmúrio vesicular presente/audível em ambos os hemitórax, ou presente universalmente, etc. Ausência de ruídos adventícios. Exame alterado Î dizer qual ruído adventício está auscultando e em que local. Obs: presença de sibilo localizado, mesmo após tosse, pode ser indicativo da presença de corpo estranho Æ muito comum em crianças. Pesquisar se não pode ser tuberculose. Após exclusão e à persistência do sibilo, pensar em corpo estranho. Quase sempre se instala no pulmão direito porque o brônquio fonte é mais calibroso e mais vertical. não desaparecem na tosse se modifica com a tosse O 14 Sd. de Condensação DPOC Derrame Pleural Atelectasia Pneumotórax ICCE Inspeção Esforço respiratório Taquipneia Tórax em tonel RX revela desvio contra-lateral do mediastino, abaulamento RX revela desvio ipsilateral do mediastino RX revela desvio contra-lateral do mediastino RX revela mediastino centrado Palpação Expansibilidade do local Frêmito toracovocal Expansi- bilidade universal Frêmito toracovocal Expansibilidade Frêmito toracovocal ausente Expansibilidade Frêmito toracovocal ou ausência Expansibilidade Frêmito toracovocal ou ausente Nada Percussão Submacicez Macicez Hipertimpânico Submacicez a macicez Macicez Hipertimpânico ou timpânico Nada Ausculta Estertores finos Sopro tubário Roncos, sibilos, estertores Atrito pleural Î ausente Ausente Atrito pleural ocasional Estertores crepitantes nas bases ao final da inspiração Sibilos Comentários sobre algumas síndromes do aparelho respiratório: ¾ Paciente com febre, tosse com secreção/expectoração que pode ir tornando-se cada vez mais densa, com aspecto de cor de tijolo (hemoptise), queda do estado geral, certa dificuldade respiratória Î sinais de esforço respiratório (vide pág. 9) Æ são básicos para o diagnóstico das síndromes respiratórias. ¾ Taquipneia é o padrão-ouro para diagnóstico de pneumonia. Muito encontrada em síndrome de condensação. ¾ Síndrome de condensação é um processo de solidificação/hepatização do tecido pulmonar. Infecção (seja Streptococcus sp. ou Staphyloccocus sp.) gera hepatização do tecido: se condensa, se agrega e perde permeabilidade Î ar não penetra com a mesma facilidade. É uma situação estrutural do pulmão, que se solidifica, se consolida. Não confundir com processo de fibrose. Frêmito aumenta porque o som se transmite com mais intensidade. ¾ DPOC: Enfisema10 Pulmonar Æ tórax em tonel, expansibilidade difusamente diminuída (será muito discreta nas manobras). Restrição à passagem de ar diminui o frêmito. Ar retido aumenta o timpanismo Î hipertimpanismo. Paciente muito sujeito à infecções Î roncos, sibilos (devido a broncoespasmo na via aérea distal), estertores. 10 O enfisema caracteriza-se por destruição dos espaços aéreos envolvidos na troca gasosa, ou seja, bronquíolos respiratórios, ductos alveolares e alvéolos. As paredes dessas estruturas tornam-se perfuradas e mais tarde seu lúmen é obstruído pela coalescência de pequenos espaços aéreos independentes para formar espaços aéreos anormais e muito maiores. Ô 53 acuso soro crônica o 15 ¾ Derrame pleural: líquido no hemitórax empurra mediastino para o lado oposto (visto no raio-x); expansibilidade diminuída; líquido diminui muito o frêmito ou o torna ausente, torna a percussão maciça e impede ausculta. ¾ Pneumotórax: ar também rechaça mediastino para o lado oposto, expansibilidade estará diminuída, frêmito diminuído ou ausente. Presença de ar confere à percussão hipertimpanismo. Atrito pleural ocasional Æ quando é auscultado, significa que paciente desenvolverá derrame Æ atrito desaparece. ¾ ICCE: dificuldade de ejeção do sangue Æ volta e se acumula na árvore pulmonar Æ estertores crepitantes, principalmente no final da expiração. ICCE é bem diferente da pneumonia, porque ICCE não tem febre, apresenta história de dispneia progressiva, ortopneia (acorda sem ar de madrugada). Sistema Cardiovascular Revisão de Conceitos Importantes 9 Valvas tricúspide e mitral: atrioventriculares 9 Valvas aórtica e pulmonar: semilunares 9 Sístole: valva aórtica está aberta, permitindo a ejeção do sangue e a valva mitral está fechada, impedindo regurgitação para o átrio esquerdo. 9 Diástole: valva aórtica está fechada, prevenindo regurgitação para o ventrículo esquerdo e a valva mitral está aberta, permitindo ao sangue fluir o átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo relaxado. 9 Entender as inter-relações das pressões nessas três câmaras (átrio esquerdo, ventrículo esquerdo e aorta) e o movimento das valvas é fundamental para entender os sons cardíacos. 9 Na ausculta, a primeira e segunda bulhas definem a duração da sístole e diástole. 9 Importante: palpar os pulsos ao mesmo tempo para saber o ritmo e se estão iguais! Registrar se estão palpáveis, com ritmos simétricos, se é fino/amplo (com o tempo, se entende isso) etc. Caso haja diferença, pode colocar “ritmo assimétrico”. Se todos estiverem normais, basta dizer “pulsos periféricos”. No caso de alteração, descrever o pulso. Sempre que examinar o paciente,ele precisa estar sem blusa e as mulheres sem sutiã (preferencialmente). Explicar o que vai fazer; se necessário, pedir para mobilizar o seio para palpar o ictus. Fazer inspeção de frente e tangencial! Pulso Jugular É reflexo da função e anatomia das cavidades direitas do coração. Devido à sua anatomia, com trajeto retilíneo em direção ao átrio direito, a veia jugular interna 16 direita deve ser preferida para o estudo. Ela reflete a pressão no átrio direito, ou Pressão Venosa Central. É preciso, primeiro, se certificar de que se trata da veia jugular que estamos observando, e não da artéria carótida. Pulso Jugular Interno Pulso Carotídeo Facilmente visível Pouco visível Raramente palpável Facilmente palpável Ondas múltiplas Onda única Pulso é reduzido ou some à pressão digital Pulso não se altera à pressão digital Manobra de Rivero Carvallo11 diminui a altura do pulso Manobra de Rivero Carvallo não altera o pulso Elevação da cabeceira diminui a altura do pulso; abaixamento eleva a altura Alteração do ângulo da cabeceira não altera o pulso 9 Deixar paciente confortável. Pode elevar um pouco a cabeça com um travesseiro para relaxar o esternocleidomastoideo. 9 Elevar a cabeceira da maca a 30° (fundamental para o pulso venoso jugular). Vire a cabeça do paciente levemente (30-45°) para o lado oposto ao que este sendo examinado. 9 Identificar a VJI: supraclavicular, na base do pescoço. Precisa visualizar a pulsação e, ao colocar o dedo, ela não deve ser palpável. 9 Fazer inspeção tangencial de forma a visualizar melhor o pulso. Pode subir a parte caudal da maca para aumentar o retorno venoso e facilitar a visualização. Outra forma de aumentá-lo seria comprimindo o abdome. 11 Manobra de Rivero Carvallo: aumenta o retorno venoso, aumentando o sopro de insuficiência tricúspide. A manobra consiste em pedir ao paciente que faça uma inspiração longa e mais profunda, sem prender o ar. Mais eficaz com o tórax na posição ortostática. 17 Pulso Carotídeo É um ótimo reflexo do ventrículo esquerdo. 9 Importante para detecção de estenose ou insuficiência da valva aórtica. 9 Palpação da artéria carótida: achar o triângulo entre o ângulo da mandíbula, esternocleidomastoideo (ECOM) e traqueia. Pode ser palpado desviando-se o ECOM lateralmente. Deve-se evitar a palpação junto ao ângulo da mandíbula pela possibilidade de manobra vagal. 9 Importante: NUNCA palpar ambas as carótidas simultaneamente para evitar síncope do paciente. 9 Ausculta12: pedir para paciente parar de respirar, se não vai escutar o som do ar entrando na traqueia (sopro tubário). Pesquisar presença de sopros. 9 Pesquisa do frêmito: colocar a parte lateral da mão ao longo da artéria. Se houver alguma obstrução ao fluxo, gera uma turbulência, a qual gera um som (sopro). Esse som gera o frêmito. Portanto, é preciso auscultar e pesquisar o frêmito. Não precisa pesquisar frêmito se não auscultar fúrcula. Palpação da Fúrcula Esternal Palpa-se a fúrcula esternal para pesquisar o arco aórtico (pode ter um aneurisma, por exemplo), além de permitir pesquisar o átrio direito (anatomicamente o mais próximo). No caso de aumento de câmara do AD, pode-se senti-lo na fúrcula. 9 Palpar para baixo. 12 Estenose Aórtica: sopro é melhor audível no foco aórtico, irradiando-se para base do pescoço e carótida. 18 Palpação da Região Epigástrica 9 Coloca a ponta do dedo logo abaixo do processo xifoide. 9 Pesquisa de dilatação do ventrículo direito. Neste caso, sentirá pulsação pontual na ponta do dedo. 9 Palma da mão: pesquisa de aneurisma de aorta abdominal. Nesse caso, sente pulsação. Ictus Cordis É o ápice do coração, a extremidade do ventrículo esquerdo. Localização: paciente deve estar em decúbito dorsal com a cabeceira do leito a 30°, seu tórax exposto e membros não cruzados, repousando sobre o leito. Encontra-se entre o 4º e 5º espaços intercostais, na linha hemiclavicular esquerda (de 6- 10cm à esquerda da linha média). Geralmente, na região inframamária. Pode mudar de acordo com o biótipo do paciente. Inspeção: abaixa a maca quase a 0° e faz-se inspeção tangencial para ver se ictus tem pulsação visível. Pode pedir para o paciente parar de respirar um pouco. Palpação: 9 Se não conseguir palpar, pedir para paciente ficar em decúbito lateral esquerdo, com a perna direita semiflexionada e a direita estendida, de forma a aproximar o coração da caixa torácica. Permanecer à direita da maca. 9 Outra posição é com o paciente sentado: com as pernas esticadas, ou pode sentar na maca de lado e pedir para inclinar-se para frente e expirar, fazendo uma pausa na respiração. Atenção para não “abraçar” o paciente! 9 Ao se sentir a pulsação, desliza-se a mão procurando o lugar onde o pulsar do ictus se encontra mais forte; deslizar a mão de maneira que fique apenas a 19 polpa digital sobre o mesmo. É importante dizer que o ictus não deve ultrapassar duas polpas digitais. 9 Saber o número de polpas digitais usadas para palpar. Pulso Braquial 9 A artéria braquial passa por baixo do bíceps. Usa-se esse músculo de referência para palpá-la. Palpar ambos os lados com as duas mãos. 9 Puxa o bíceps pra cima. Pode pedir pra fazer um muque pra ajudar. 9 Palpação da artéria braquial no epicôndilo. Palpar cada lado separadamente e depois juntos, para fins de comparação. Pulso Radial 9 A artéria radial passa sobre o processo estiloide do rádio. 9 Palpar cada lado de uma vez e depois ambos juntos para comparar. 20 Pulso Femoral 9 Referências anatômicas: crista ilíaca e sínfise púbica. Traçar uma linha imaginária e palpar bem no meio. 9 Como essa artéria é de grosso calibre, pode-se palpá-la com o polegar,ao contrário das outras. 9 Artéria é dura, tem uma tensão, portanto é interessante apertá-la e segurá-la contra uma protuberância óssea, de forma a sentir o pulso. Pulso Poplíteo 9 É bem profundo. 9 Não é sentido diretamente, sente-se um reflexo dele. 9 Palpação bimanual com as mãos em garra. Não é possível, portanto, palpar ambos simultaneamente. 9 Pede para o paciente soltar todo o peso da perna e levanta a perna dele. 9 Em crianças, usar o polegar. 21 Pulso Tibial Posterior 9 Pedir para o paciente tirar os sapatos e meia. 9 Palpado imediatamente atrás do maléolo medial. 9 Palpar no máximo 2cm acima, porque depois a artéria passa por baixo da musculatura e não pode ser palpada. Pulso Pedioso 9 Artéria dorsal do pé é palpada no dorso do pé entre o 3º e 4º metatarsos, próximo ao tendão do hálux. Pode pedir para paciente flexionar o hálux para achar o tendão. 9 A artéria é lateral ao tendão. Ausculta Não há uma sequência rígida para se fazer a ausculta, mas é, de certa forma, uma convenção fazê-la na sequência do ciclo cardíaco. Fluxo sanguíneo: átrio esquerdo Æ Valva Mitral Æ ventrículo esquerdo Æ Valva Aórtica Æ circulação sistêmica (grande circulação) Æ átrio direito Æ Valva Tricúspide Æ ventrículo direito Æ Valva Pulmonar Æ pequena circulação. A ausculta, portanto, segue essa ordem do fluxo sanguíneo, sendo feita na seguinte ordem: 1. Foco Mitral 2. Foco Aórtico 3. Foco Aórtico Acessório 4. Foco Tricúspide 5. Foco Pulmonar Não precisa seguir essa sequência, mas como ela segue o ciclo cardíaco, ela facilita na hora de construir um diagnóstico no caso de 22 alteração. Em todos os focos pode-se escutar B1 e B2, mas em determinados focos, a ausculta é melhor. Os focos não correspondem à posição anatômica, e sim à área de abrangência daquela característica anatômica. Os focos correspondem ao local onde se ausculta melhor esta característica.9 B1: melhor auscultado nos focos Mitral (principalmente) e Tricúspide. 1. Foco Mitral Æ coincide com a ponta do coração (ictus) Î 4º e 5º espaços intercostais na linha hemiclavicular esquerda, inframamário. 2. Foco Aórtico Æ 2º espaço intercostal direito na linha paraesternal. 3. Foco Aórtico Acessório Æ 3º espaço intercostal esquerdo na linha paraesternal. Frequentemente é melhor que o foco aórtico para auscultar. 4. Foco Tricúspide Æ 4º espaço intercostal na linha paraesternal esquerda, e também na base do processo xifoide (região de abrangência). 5. Foco Pulmonar Æ 2º espaço intercostal na linha paraesternal esquerda. 9 Começar a auscultar e palpar o pulso arterial junto: o pulso arterial é sentido normalmente imediatamente após B1 (B1: fecha mitral e tricúspide, sangue é ejetado do ventrículo esquerdo e, então sente-se o pulso). Para ter certeza de que o “Tum” é B1, palpa-se o pulso arterial – ouve “Tum”, sente o pulso e então ouve-se “Tá”. Se houver um sopro entre as bulhas, consegue identificar se é sistólico13, diastólico14, próximo de B1, ou de B2, para montar as hipóteses diagnósticas. 9 Pode palpar o pulso radial ou carotídeo, por serem pulsos fáceis de serem palpados,além de serem mais centrais, o que diminui a interferência da resistência vascular periférica. 9 Fica um tempo até localizar B1 e B2 (até se acostumar com o som). 9 Não precisa palpar enquanto ausculta todos os focos. Se na primeira ausculta conseguir identificar o que é B1 e o que é B2, não precisa mais palpar o pulso. 9 Começar com foco mitral. Logo abaixo da clavícula já é o primeiro espaço intercostal. 9 Aórtico 9 Aórtico Acessório 9 Tricúspide 13 Sopros sistólicos: fisiológicos 14 Sopros diastólicos: patológicos 23 9 Pulmonar Ficar um tempo auscultando para se acostumar com o som e aprender. Sons de baixa frequência: usar campânula, porque o som se propaga melhor no ar. Como a campânula é funda, tem mais ar, melhorando a propagação do som de baixa frequência. Sons de alta frequência: usar diafragma. � B1 e B2: sons de alta frequência. � B3 e B4: sons de baixa frequência. Logo, se auscultar apenas com o diafragma, B3 e B4 podem passar despercebidos. É importante auscultar com os dois lados. Não precisa auscultar em todos os focos, mas é imprescindível auscultar na Mitral, Aórtico e Aórtico Acessório tanto com a campânula e o diafragma. ¾ B3: vem logo depois de B2. Ouve-se “Tum-Trá”. É antes do pulso, longe dele. ¾ B4: é imediatamente antes do pulso. ¾ Pulso jugular reflete a chegada de sangue no átrio direito. Ainda não aconteceu B1, logo, é visualizado antes de B1. Pulso jugular ------- B1 ------- Pulso Arterial � B4 é fisiológica no idoso devido a alteração de complacência de átrio e ventrículo, então é fisiológica em idoso porque há algum grau de patologia. � B3, ao contrário de B4, pode, sim, ser fisiológica. Desdobramento de B2: valvas, na verdade, não fecham juntas, mas não conseguimos observar isso. Em algumas situações, seu tempo de fechamento muda e se prolonga, permitindo auscultar as duas (desdobramento de B2). Normalmente, valva aórtica fecha antes da valva pulmonar. Situações fisiológicas em que há desdobramento de B2: síndromes hipercinéticas, que levam à taquicardia. Na taquicardia, a frequência aumenta e o tempo da sístole e diástole fica muito próximos (normalmente, o tempo da sístole é menor e da diástole é maior). ¾ Inspiração: aumenta o retorno venoso, o que aumenta a quantidade de sangue a ser ejetado do ventrículo direito, em direção ao pulmão. Como há mais sangue, a valva aórtica fecha, mas a valva pulmonar demora mais tempo para se fechar, levando a desdobramento fisiológico de B2. ¾ Melhor auscultado nos focos aórtico e pulmonar. ¾ Não é um desdobramento fixo: desdobra mais na inspiração ou em manobras que induzam ao aumento de retorno venoso. ¾ Pode também haver desdobramento de B2 na inspiração, mas é mais comum em crianças e mais difícil em adultos. ¾ Se o desdobramento some quando o paciente senta (estava em decúbito dorsal), isso indica que é fisiológico, porque o retorno venoso diminuiu. Se estiver fixo (não sumiu), é patológico. ¾ Pode ser confundido com B3. B2 é melhor auscultado nos focos aórtico e pulmonar; é um som sistólico. B3 é um som diastólico: palpar pulso arterial. Se for B3, som não será auscultado junto com o pulso. 24 Pressão Arterial Sistêmica Método auscultatório: 9 Paciente deve estar confortável, em repouso por pelo menos 5mins, sem fumar há pelo menos 30mins. 9 Localizar o pulso da artéria braquial. 9 Colocar o manguito justo, com a folga de 1 dedo, sobre a artéria braquial. A parte que insufla deve estar sobre o trajeto da artéria (vem escrito no manguito). 9 Palpar o pulso da artéria radial e insuflar de 10 em 10mmHg até o pulso desaparecer. 9 Desinsuflar o manguito na velocidade de 2-4mmHg/segundo até voltar a sentir o pulso radial Î pressão arterial sistólica aferida pelo método palpatório. 9 Aguardar 1 minuto. 9 Insuflar o manguito 20-30mmHg acima da pressão aferida à palpação e colocar o estetoscópio sobre a artéria braquial (fossa cubital) e auscultar os sons de Korotkoff, desinsuflando o manguito 2-4mmHg/segundo. 9 Primeiro som audível: pressão sistólica. 9 Último som audível: pressão diastólica. 9 Auscultar até 0mmHg. 25 Sistema Osteomuscular Osteoartrite e artrose são queixas muito comuns. Tendinite e artrite são queixas extra- articulares que podem ser resolvidas pelo generalista. LES e artrite são os reumatismos mais frequentes. Paciente hipertenso pode fazer uso de diazida, um diurético que causa artrite. Artrite Æ sinais flogísticos Anamnese Idade ¾ Crianças: febre reumática ¾ Adultos: LES e artrite reumatoide ¾ >50 anos: gota Sexo ¾ Feminino: LES ¾ Masculino: Gota É importante na anamnese descrever a ocupação do paciente, colchão, histórico de amigdalites, uso de medicamentos diuréticos, além de sintomas extra-articulares na revisão dos sistemas, como: febre, fraqueza, anorexia, uretrite (Síndrome de Reiter ou artrite gonocócica), diarreia, lesões descamativas e sinal de asa de borboleta. Os sintomas importante a serem investigados na HDA são: 9 Crepitação 9 Rigidez matinal (> ou < 30 minutos) 9 Edema 9 Limitação de movimentos 9 Artralgia � Súbita (ex: crise de gota) � Mono articular (gota) � Poliarticular � Insidiosa (osteoartrite/artrose) � Cumulativa (artrite reumatoide) � Migratória (característica da febre reumática) Artralgias de causa extra-articular: ¾ Bursites, tendinites, tendossinovites, miosites (mialgias) ¾ Cervicalgia: pode irradiar para MS devido ao comprometimento de raiz nervosa Î parestesia, hemiparesia, etc. ¾ Lombalgia: pode irradiar para MI (Síndrome da Cauda Equina). Na linha média ou não. Artrite reumatoide compromete a membrana sinovial Î líquido extravasa Gota: cristais de ácido úrico comprometem membrana sinovial Hérnia de disco e osteócrito (bico de papagaio) podem ter os mesmos sintomas por comprometimento de raiz nervosa. 26 Articulação Temporomandibular (ATM) 9 Inspeção: comparar lados, ver abaulamento. Parotidite Î abaulamento da ATM. 9 Palpação: na frente do trago, pedir ao paciente para abrir a boca. Verificar crepitação e dor palpação. 9 Movimentos ativos: abrir e fechar a boca (palpar com 3 dedos); protrusão e retração; lateralização. Cintura Escapular 3 articulações: 9 Articulação Acromioclavicular 9 Articulação gleno-umeral 9 Articulação esterno-clavicular Dor torácica na altura do precórdio também pode ser comprometimento de articulação: se a dor aumenta, é de origem osteoarticular e não cardíaca. 27 9 Inspeção: procura de edemas ou sinais flogísticos 9 Palpação: pontos dolorosos: ¾ Acromial (bursa) ¾ Processo coracoide ¾ Tubérculo maior (inspeção de Síndromede Resposta Inflamatória Sistêmica) ¾ Bicipital (sulco intertubercular) 9 Amplitude: ¾ Flexão ¾ Extensão ¾ Abdução ¾ Adução ¾ Rotação interna ¾ Rotação externa Manobras: 1. Teste do Cruzamento: Articulação acromioclavicular: adução na altura da clavícula. A estrutura mais lesionada no ombro é o manguito rotador. Quando há tendinite, o paciente refere dor no local quando faz o teste do cruzamento. 2. Manguito rotador: grupo de músculos escapuloumerais que rotacionam o ombro lateralmente. Estender o cotovelo passivamente e elevá-lo para trás Æ verificar tendinite supraespinhosa. 3. Teste de coçar de Apley: tendinite no manguito rotador Rotação geral do ombro. 4. Sinal da Queda do Braço: Pedir ao paciente que abduza o braço completamente ao nível do ombro e o abaixe lentamente. Sinal positivo no caso de o paciente não conseguir manter o braço completamente abduzido ao nível do ombro, indicando ruptura no manguito rotador. Abdução acima do nível do ombro se dá por ação do deltoide. Cotovelo 3 articulações: 9 Úmero-ulnar 9 Rádio-ulnar 9 Rádio-ulmeral 28 Lesões: 9 Epicondilite medial (golfista) 9 Epicondilite lateral (tenista) 9 Sinovite 9 Bursite olecraniana ¾ Palpar epicôndilos ¾ Amplitude: flexionar e estender; pronação e supinação Articulações do Punho 3 articulações: 9 Radiocárpica 9 Intercárpica 9 Radioulnar distal 9 Palpação: edema, nódulos 9 Amplitude: flexão e extensão; abdução e adução Síndrome do Túnel do Carpo: O nervo mediano inerva a região da palma da mão, e, quando há tendinite, ele é comprimido, podendo provocar parestesia e fraqueza. 29 Manobras: 1. Teste de Phalen: Pedir para o paciente segurar as mãos na posição ao lado por 60s. Esta posição comprime o nervo mediano. 2. Teste de Tinel: fazer uma leve percussão no local indicado pela seta. 3. Teste de Abdução/Fraqueza do Polegar: pedir ao paciente para o paciente erguer o polegar perpendicularmente à palma, enquanto se aplica resistência na falange distal. Esse teste é usado para pesquisar a força do abdutor curto do polegar, que é inervado apenas pelo nervo mediano. 30 Articulações das Mãos 9 Articulações interfalangianas distais Æ flexão e extensão 9 Articulações interfalangianas proximais Æ flexão e extensão 9 Articulações metacarpofalangianas Æ flexão e extensão; adução e abdução Osteoartrite compromete as articulações interfalangianas distais Î Nódulos de Heberden Artrite reumatoide poupa as articulações interfalangianas distais e compromete as proximais Î Nódulos de Bouchard Tenossinovite de De Quervain A Tenossinovite de De Quervain se manifesta sobre os tendões extensor e abdutor onde cruzam pelo processo estiloide do rádio. Manobras: 1. Preensão Manual 2. Teste de Finkelstein (Movimento do Polegar): 31 Quadril Articulação coxofemoral 9 Amplitude: flexão e extensão; abdução e adução; rotação externa e interna 9 Inspeção da marcha 9 Palpação da bursa trocantérica Manobras: 1. Teste de Thomas: Faz o achatamento da lordose. É importante verificar a contração da coxa contralateral. 2. Manobra de Patrick-Fabere: Consiste em uma flexão, abdução e rotação externa simultâneas. Fazer abdução e adução com estabilização contralateral. O objetivo é investigar dor na articulação sacroilíaca. Em caso de inflamação, paciente refere dor na região posterior. 3. Rotação interna e externa da coxa com perna flexionda a 90°. 32 Joelho 2 articulações: 9 Tíbiofemural 9 Patelofemural Inspeção: 9 Observar marcha 9 Genu varum 9 Genu valgum 9 Bursites Palpação: 9 Bursa suprapatelar 9 Bursa pré-patelar 9 Bursa anserina (2,5-5cm abaixo do joelho) 9 Laterais Perguntar se paciente sente dor! Amplitude: 9 Flexão e extensão 9 Rotação interna e rotação externa Manobras: 1. Sinal do Abaulamento: Observado em derrames menores. Comprimir a área suprapatelar e medial e percutir a área lateral. 33 2. Sinal do Balão: Quando se faz compressão, líquido se acumula e patela fica boiando. Pode afundar a patela Æ sinal da tecla. Colocar o polegar e indicador nos lados da patela e comprimir a bursa patelar contra o fêmur. Verificar sinal da tecla. 3. Rechaço da Patela Avalia grandes derrames. Empurrar a patela firmemente contra o fêmur. 4. Teste da Abdução Forçada: Investiga o ligamento colateral medial. 5. Teste da Adução Forçada: Investiga o ligamento colateral lateral. 6. Sinal da Gaveta Anterior: Investiga o ligamento cruzado anterior. 7. Sinal da Gaveta Posterior: Investiga o ligamento cruzado posterior. 34 Tornozelo e Pé 4 articulações: 9 Tibiotársica 9 Metatarsofalangeanas 9 Interfalangeanas proximais 9 Interfalangeanas distais Inspeção: 9 Pé varo/valgo 9 Pé plano/cavo Palpação: 9 Nódulos reumatoides 9 Tendões (tendinites) 9 Podagra: artrite da articulação do 1º metatarso falangeano. É associada à gota. Exame Físico: Amplitude: flexão e extensão; inversão e eversão. Coluna Vertebral Inspeção: 9 Lordose 9 Cifose 9 Escoliose Palpação: 9 Musculatura paravertebral 9 Espondilolistese: quando o corpo vertebral sai do lugar 9 Processos espinhosos: escoliose, hérnia e artrite Não se faz mais percussão! 35 Manobras: 1. Teste de Laségue: Levantar a perna do paciente e ver se sente dor lombar. 2. Teste de Bragard: Levantar a perna do paciente e fazer uma dorsoflexão do pé. Ambos os testes acima investigam compressão radicular e hérnia de disco. 3. Teste de Schober: Examina anquilose vertebral (rigidez) para investigar espondilite anquilosante. Marca-se a articulação sacroilíaca e faz-se uma segunda marca 10cm acima. Pedir ao paciente eu flexione a coluna e então mede-se a distância entre os dois pontos marcados. A nova medida deverá ser 4-5cm maior para o teste ser normal. Sinais Extra-Articulares 1. Tofos: depósitos de ácido úrico na derme que ocorrem na gota. 2. Nódulos subcutâneos 3. Asa de Borboleta 4. Lesões Cutâneas da Psoríase Exame Neurológico É de extrema importância na anamnese que se pergunte sobre: 9 Início da doença 9 Modo de instalação da doença 9 Evolução cronológica dos sintomas Doença hemorrágica ou isquemia cerebral são doenças agudas, de início súbito. Já Parkinson e Alzheimer se desenvolvem durante anos. Quando um paciente se queixa da “pior dor-de-cabeça da vida”, a primeira hipótese diagnóstica tem que ser hemorragia subaracnoidea. 36 A evolução dos sintomas também apresenta pistas para o diagnóstico. Um tumor cerebral, por exemplo, tem evolução progressiva dos sintomas. Esq: AVE isquêmico. Dir: AVE hemorrágico. Ambos têm início recente na HDA. Exame Neurológico: 1. Marcha 2. Estado mental 3. Avaliação de pares cranianos 4. Exame de força motora 5. Sensibilidade tátil e dolorosa 6. Sensibilidade profunda 7. Reflexos profundos e superficiais 8. Coordenação Nervos Cranianos I – Olfativo/Olfatório II – Óptico III – Oculomotor IV – Troclear V – Trigêmeo VI – Abducente VII – Facial VIII – Vestibulococlear IX – Glossofaríngeo X – Vago XI – Acessório XII – Hipoglosso Os nervos oculomotor, troclear e abducente são estudados juntos, bem como o glossofaríngeo e o vago. 37 I – Olfativo/Olfatório O nervo cruza pela lâmina crivosa do osso etmoide. Quando o paciente está resfriado, há edema de mucosa, que se sobrepõe aos nervos olfatórios. Avaliação: 9 Usam-se substâncias com odores conhecidos, como canela, café, cravo, álcool, etc. 9 Paciente de olhos fechados deve reconhecer o aroma que o examinador coloca diante de cada narina. 9 Devem-se afastar condições que impeçam oreconhecimento do odor, como resfriado comum e atrofia de mucosa (pacientes com rinite alérgica mal tratada). Fraturas do andar anterior da base do crânio e tumores da goteira olfativa podem causar comprometimento deste nervo. Sintomas: 9 Hiposmia 9 Anosmia 9 Parosmia (perversão do olfato) 9 Cacosmia II – Óptico Avaliar: 9 Acuidade visual Æ pedir ao paciente para ler (mesa, parede da sala de exame). Avaliar olhos separadamente. Ambliopia: diminuição da acuidade visual Amaurose: ausência da acuidade visual 9 Campo visual Æ campimetria. Vide semiologia de cabeça e pescoço. 38 9 Fundoscopia: estudo do fundo do olho com o oftalmoscópio, que avalia o tecido nervoso (retina e papila óptica) e os vasos (artérias, veias e capilares). Importante na detecção do glaucoma. III – Oculomotor; IV – Troclear e VI – Abducente São estudados juntos! IV – Troclear inerva o músculo oblíquo superior (preso em um sistema de roldana a uma estrutura chamada tróclea) VI – Abducente inerva o músculo reto lateral III – Oculomotor inerva os músculos restantes e a musculatura levantadora palpebral Avaliar a motilidade extrínseca e intrínseca. Motilidade Extrínseca: � Reto medial � Reto inferior � Reto superior � Reto lateral � Oblíquo superior � Oblíquo inferior 39 Motilidade Intrínseca: O exame da motilidade intrínseca é mais específico para a musculatura da pupila e é realizado em seguida da motilidade extrínseca dos globos oculares. O SN Parassimpático contrai o músculo circular da íris quando luz forte incide sobre o olho, levando à miose. Quando há baixa luminosidade, o SN Simpático contrai o músculo radial da íris, causando midríase. Verificar: 9 Reflexo consensual 9 Reflexo fotomotor direto 9 Reflexo de acomodação: aproximar obeto dos olhos; pupilas deverão se contrair normalmente. ¾ Pupilas isocóricas ¾ Pupilas anisocóricas: ¾ Midríase: Midríase paralítica: na lesão unilateral do oculomotor, a pupila entra em midríase homolateral (predomínio do simpático) e não responde a estímulo algum. A pupila oposta permanece normal. ¾ Miose: pode ser causada por sedativos pesados 40 ¾ Discoria: pupila irregular. Pode ser familiar ou causada por traumas, cirurgias, sífilis, etc. V – Trigêmeo É um nervo misto, sendo constituído por raiz motora e raiz sensitiva. 9 Raiz Motora: Nervo mastigador inerva os músculos destinados à mastigação: temporal, masseter e pterigoide. Lesão unilateral: 1. Atrofia das regiões temporais e masseterianas. 2. Abertura da boca promove desvio da mandíbula para o lado da lesão. 3. Ao trincar os dentes, nota-se debilidade do lado paralisado. 4. Dificuldade de lateralização da mandíbula. 9 Raiz Sensitiva: é composta pelos nervos oftálmico, maxilar e mandibular. Responsável pela sensibilidade da metade anterior do segmento cefálico. Exame é semelhante ao estudo da sensibilidade superficial. Cabe acrescentar pesquisa de sensibilidade corneana: avaliar o reflexo córneo-palpebral, que faz o paciente piscar quando algo encosta na córnea. 41 Pode-se usar uma mecha de algodão para encostar suavemente entre a esclerótica e córnea. Paciente deve estar com os olhos virados para o lado oposto. Causas de alterações do trigêmeo: 9 Herpes zoster 9 Traumatismo 9 Tumores Comprometimento de raiz sensitiva Î dor na área correspondente à sua distribuição Î neuralgia do trigêmeo. VII – Facial Do ponto de vista semiológico interessa a raiz motora, que se divide em: ¾ Têmporo-facial ¾ Cérvico-facial Distribuem-se para a mímica facial. Exame: 9 Enrugar a testa 9 Franzir os supercilhos 9 Cerrar as pálpebras 9 Mostrar os dentes 9 Assobiar Paralisia Unilateral: ¾ Olho permanece semiaberto (lagoftalmia) ¾ Não pisca ¾ Epífora (lacrimejamento) ¾ Desvio da boca para o lado normal Prosopoplegia: paralisia da face Diplegia facial: paralisia bilateral da face 42 Paralisia da Face: 1. Tipo central (supranuclear): Apenas a metade inferior da face contralateral é atingida (AVC, tumores). 9 Metade inferior de uma hemiface 9 Contralateral à lesão 9 Lesão no trato córtico-nuclear (supranuclear) 9 Geralmente é mais grave 9 Causas: tumor, abscesso cerebral, AVC 2. Tipo periférica (infranuclear): Toda a hemiface homolateral é atingida. 9 Toda uma hemiface 9 Homolateral à lesão 9 Lesão no núcleo motor do nervo facial (nuclear) ou infranuclear (no nervo facial – mais comum) 9 Geralmente é menos grave 9 Causas: idiopática, viral, diabetes e trauma do nervo. Nervo intermédio/Intermediário de Wrisberg: ¾ Curto trajeto ao nervo facial ¾ Pode ser acometido quando nervo facial é acometido ¾ Função: recolhe as impressões gustativas dos 2/3 anteriores da língua (doce, amargo, salgado e ácido) VIII – Vestibulococlear 2 Raízes: ¾ Coclear Æ audição ¾ Vestibular Æ equilíbrio O exame completo deste nervo requer aparelhagem especializada. No exame neurológico de rotina faz-se apenas uma exploração mais ou menos grosseira destas duas raízes do nervo. Exame da Raiz Coclear: 1. Diminuição gradativa da intensidade da voz natural 2. Voz cochichada 3. Atrito suave das polpas digitais próximo ao ouvido 4. Audiometria 43 5. Prova de Rinne: Aplicar o diapasão na região mastoide e quando deixar de ouvir a vibração, colocar o aparelho próximo ao ouvido. Rinne positivo: quando o paciente acusa audição do som (normal). Rinne negativo: paciente não ouve o som – a transmissão óssea é mais prolongada do que a aérea Î deficiência auditiva de condução. Surdez de condução: paciente escuta o diapasão no mastoide (condução óssea), mas não escuta o diapasão próximo ao conduto auditivo externo (condução aérea). Surdez de percepção: condução óssea e aérea estão comprometidas. Alterações auditivas: ¾ Hipoacusia ¾ Zumbido ¾ Hiperacusia ¾ Alucinações Afastadas as causas de diminuição ou de abolição de acuidade por transmissão aérea (cerume, otosclerose), a causas mais comuns de lesão da raiz coclear são a rubéola, trauma, tumores, etc. Os sintomas irritativos (zumbidos) podem estar ou não associados a déficit de audição, ou depender de focos corticais (alucinações). Raiz Vestibular: Seu acometimento pode ser percebido na anamnese quando paciente se queixa de estado vertiginoso, vômitos, náusea e desequilíbrio. Vertigem: incômoda e ilusória sensação de deslocamento do corpo ou dos objetos, sem alteração da consciência. Sinais: 9 Nistagmo Æ não necessariamente traduz doença! Movimentos oculares ritmados com dois componentes: rápido e lento. Pode ser espontâneo ou provocado (olhar extremo). Pode ser horizontal, vertical, rotatório e misto. 9 Desvio lateral durante a marcha 9 Desvio postural 9 Prova de Romberg: paciente de pé ou sentado com os olhos fechados e os membros superiores estendidos para a frente e elevados em ângulo reto com o 44 corpo. Os braços irão desviar-se para o lado do labirinto lesado, e o corpo tenderá a cair para o mesmo lado. 9 Provas calórico e rotatória IX – Glossofaríngeo e X – Vago Examinados juntos devido às estreitas ligações entre origem, trajeto e distribuição. IX – Glossofaríngeo: inerva 1/3 posterior da língua. Lesão unilateral pode caracterizar- se por distúrbios da gustação do terço posterior da língua (hipogeusia e ageusia). Pode aparecer disfagia. X – Vago: lesão isolada pode levar à disfonia: alteração da fonação. Alteração no volume e qualidade da voz (voz rouca). Lesão unilateral do NC IX e NC X provoca: 9 Desvio do véu palatino para o lado normal, quando o paciente pronuncia as vogais “a” ou “e”. 9 Desvio da parede posterior da faringe para o lado normal (“sinal da cortina”). 9 Disfagia com regurgitação de líquidos pelo nariz e diminuição ou abolição do reflexo velopalatino.XI – Acessório 45 Essencialmente motor. Inerva o esternocleidomastoideo e porção superior do trapézio. Lesão: leva a fraqueza 9 Deficiência na elevação do ombro (trapézio) 9 Deficiência na rotação da cabeça para o lado oposto (esternocleidomastoideo) XII - Hipoglosso Essencialmente motor. Inerva basicamente a língua. Exame: 9 Inspeção da língua 9 Avaliar movimentos da língua para todos os lados 9 Forçar língua de encontro à bochecha 9 Avaliar a consistência Lesões unilaterias: ¾ Atrofia e fasciculação da metade comprometida ¾ Protrusão da língua leva a desvio para o lado doente Lesões bilaterais: ¾ Atrofia ¾ Fasciculações ¾ Paralisia 46 ¾ Disartria acentuada ¾ Dificuldade para mastigar e deglutir Tumor de base de língua é causa comum de lesão.
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