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Epônimos em Propedêutica Médica (2015)

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Índice Remissivo
EPÔNIMOS EM PROPEDÊUTICA MÉDICA
Copyright
Dedicatória
Prefácio
Exame Físico Geral, Ectoscopia ou Somatoscopia
Exame da Cabeça e do Pescoço
Exame do Sistema Tegumentar
Exame do Aparelho Respiratório
Exame do Aparelho Cardiovascular
Exame do Sistema Vascular
Exame do Abdome
Exame Neurológico
Exame Osteomioarticular
Exame Ginecológico
Exame Obstétrico
2
EPÔNIMOS EM PROPEDÊUTICA
MÉDICA
1ª Edição
HENRIQUE DE FIGUEIREDO MARISCO
Acadêmico de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT),
campus de Cuiabá.
Contato: hfmarisco@gmail.com
3
4
Copyright
Autor
Henrique de Figueiredo Marisco
Editor
Caroline Azevedo Brim
Copyright © 2015 Henrique de Figueiredo Marisco
Embora toda precaução tenha sido tomada na preparação deste livro, a
editora e o autor não assumem nenhuma responsabilidade por erros ou
omissões, ou por danos resultantes da utilização das informações aqui
contidas.
MARISCO, H. F.; BRIM, C. A. Epônimos em Propedêutica Médica. 1ª ed.
Tangará da Serra - MT: edição do autor, 2015.
Marisco HF, Brim CA. Epônimos em Propedêutica Médica. 1ª ed. Tangará
da Serra - MT: edição do autor; 2015.
5
Dedicatória
À Caroline...
Em um mundo que é um oceano de justificativas para a minha
misantropia, você é minha ilha de lucidez, bondade e alegria.
6
Prefácio
Na grande maioria das ciências, a tendência em relação aos epônimos é,
felizmente, a abolição de seu uso. Ainda que sirvam de homenagem ao
pesquisador (e também de fator motivacional para futuros cientistas), os
epônimos não são uma forma intuitiva de nomenclatura, falhando em
estabelecer um elo lógico entre o fenômeno descrito e seu nome, o que
obriga o estudante a memorizar ambos.
Entretanto, contrária à tendência de outras ciências, a Propedêutica
Médica abriga uma miríade de epônimos que ainda são ativamente
utilizados por alunos e professores nas faculdades de Medicina deste
país.
Possivelmente, a explicação para tal resistência em abolir os epônimos
reside no fato de que muitos sinais e manobras da Propedêutica Médica
tomariam demasiado tempo para serem descritos em um ambiente
clínico, sendo os epônimos, portanto, um meio ágil de registrar a
existência de um fenômeno complexo em determinado paciente. À luz
desta tese, afirmo que existem, de fato, alguns epônimos cuja resistência
ao tempo certamente não é danosa ao aprendizado da Medicina.
Todavia, a evolução dos exames de imagem tornaram inteiramente
inúteis alguns sinais e manobras que outrora eram rotineiramente
utilizados, a exemplo do Sinal de Queckenstedt e da Sucussão
Hipocrática, condenando-os a um limbo de epônimos obscuros cujas
aparições nesta obra justificam-se meramente por motivos de interesse
histórico, sendo este, afinal, um livro exclusivamente voltado ao registro
e descrição de epônimos.
Alheio a dúbia utilidade dos epônimos, escrevi esta pequena e
despretensiosa obra com a esperança de que seja útil a quem possa
interessar, posto que fui motivado por pedidos de colegas que desejam
dispor de uma maneira rápida e objetiva de consulta aos epônimos,
especialmente quando encurralados por um ominoso preceptor.
Boa leitura!
7
- Marisco
8
Exame Físico Geral,
Ectoscopia ou Somatoscopia
• Ângulo de Charpy: formado pelas duas porções do gradil costal juntas
ao apêndice xifoide do esterno. Utilizado em conjunto com outras
evidências para avaliar o biotipo do paciente.
> 90° = brevelíneo, pícnico, hiperestênico ou endomorfo
~ 90º = normolíneo, harmônico, estênico ou mesomorfo
< 90º = longilíneo, leptossômico, hipoestênico ou ectomorfo
• Pulso de Corrigan: é o pulso em martelo d'água (ascensão e descida
rápidas); surge em pacientes com insuficiência aórtica, persistência do
canal arterial, fístulas AV, hipertireoidismo.
• Método de Riva-Gouche: método palpatório de mensuração da pressão
arterial, realizado antes do método auscultatório. Insufla-se o manguito
de 10 em 10 mmHg até que o pulso desapareça, desinsuflando-o de 2 - 4
mmHg/segundo até que se volte a sentir o pulso.
• Sinal de Lennander (dissociação axilo-retal): é a diferença entre as
temperaturas axilar e retal acima de 1º C (abaixo disso, é preciso lembrar
que a dissociação é fisiológica), sugerindo inflamação pélvica ou intra-
abdominal.
• Febre de Paul-Ebstein: hipertermia periódica na qual o paciente
apresenta períodos (dias) febris seguidos de períodos sem febre. É
própria da doença de Hodgkin.
• Manobra de Heimlich: é o melhor método pré-hospitalar de
desobstrução das vias aéreas superiores por corpo estranho. A manobra
induz uma tosse artificial, que deve expelir o objeto da traqueia da
vítima. A pessoa a aplicar a manobra deverá posicionar-se atrás da
vítima, fechar o punho e posicioná-lo com o polegar para dentro, entre a
cicatriz umbilical e o esterno. Com a outra mão, deverá segurar o seu
punho e puxar ambas as mãos em sua direção, com um rápido
9
empurrão para dentro e para cima a partir dos cotovelos. Deve-se
comprimir vigorosamente a parte superior do abdome contra a base dos
pulmões, para expulsar o ar que ainda resta e forçar a eliminação do
bloqueio. É essencial repetir a manobra cerca de cinco a oito vezes.
• Escala de Glasgow: é um método utilizado para avaliar o nível de
consciência (percepção do mundo exterior e de si próprio), sendo
frequentemente utilizada em pacientes que sofreram traumatismo
cranioencefálico (TCE). Baseia-se em três parâmetros: abertura ocular,
melhor resposta verbal e melhor resposta motora. O escore mínimo é 3
(coma profundo) e o máximo é 15 (LOTE - lúcido e orientado no tempo e
espaço).
1. Abertura ocular: (4) espontânea, (3) ao chamado, (2) à dor, (1)
nenhuma.
2. Melhor resposta verbal: (5) orientado e conversa, (4) desorientado e
conversa, (3) palavras inapropriadas, (2) sons incompreensíveis, (1)
nenhuma.
3. Melhor resposta motora: (6) obecede a comandos, (5) localiza a dor, (4)
flexão-retirada, (3) decorticação, (2) descerebração, (1) nenhuma.
• Hipocratismo digital (ou baqueteamento digital): é a hipertrofia das
falanges distais dos quirodáctilos, somada a um aumento da
convexidade do leito ungueal (unhas em vidro de relógio). Está
associado a uma extensa lista de patologias, sobretudo doenças
pulmonares e cardiopatias congênitas com shunt direito-esquerdo,
podendo também associar-se a patologias digestivas ou neoplasias.
Quanto à etiopatogênese do hipocratismo digital, uma das hipóteses
mais aceitas sugere que aglomerados de plaquetas, alojados nos vasos
sanguíneos digitais periféricos, secretam PDGF (platelet derived growth
factor), que leva à angiogênese, aumento da permeabilidade capilar e
mudanças no tecido conectivo. Outros estudos reafirmaram o papel do
PDGF e constataram que um regime hipóxico nos tecidos dos
quirodáctilos leva a um aumento dos níveis de PDGF e VEGF (vascular
endothelial growth factor).
10
Exame da Cabeça e do Pescoço
• Sinal de Romaña (chagoma de inoculação): é um edema inflamatório
bipalpebral unilateral que ocorre na fase aguda da doença de Chagas. O
chagoma de inoculação frequentemente aparece nessa região porque a
face permanece descoberta durante o sono, e os triatomíneos, insetos
hematófagos que servem de vetor ao protozoário Trypanosoma cruzi,
têm hábitos noturnos.
• Síndrome de Horner: ocorre lesão da inervação simpática cervical que,
carreada pelo NC III (oculomotor), inerva o músculo de Müller
(responsável pela elevação da pálpebra superior, juntamente com o
músculo elevador da pálpebra), as glândulas sudoríparas da fronte
ipsilateral e o músculo ciliar responsável pela midríase (dilatação
pupilar, com diâmetro > 5 mm). Observa-se, portanto, blefaroptose,
anidrose, miose (contração pupilar, com diâmetro < 3 mm) e enoftalmia.
Uma causa clássica é o tumor de Pancoast (tumor no ápice pulmonar).
• Sinal de Bell: ocorre lesão do NC VII(facial), que inerva os músculos da
mímica facial (músculos branquioméricos, segundo a origem
embriológica), inclusive o músculo orbicular do olho. Para avaliar a lesão
do NC VII, solicita-se ao paciente que feche os olhos. No lado afetado,
observa-se lagoftalmia (incapacidade de fechar as pálpebras
completamente) e, através do espaço entre as pálpebras entreabertas,
nota-se que o globo ocular gira para cima, expondo a porção inferior da
esclera e ocultando a íris, constituindo o sinal de Bell. Em outras
palavras, o sinal de Bell é quando se torna possível, em função da
lagoftalmia, observar a movimentação fisiológica do globo ocular
durante o fechamento dos olhos.
Obs: lembrar que a paralisia facial central afeta apenas o quadrante
inferior contralateral (não há sinal de Bell), ao passo que a paralisia
periférica afeta toda a hemiface ipsilateral.
• Anel de Kayser-Fleischer: anel de coloração ocre, que se localiza nas
bordas da córnea, próximo à região do limbo. Causado por deposição de
11
cobre na membrana de Descemet. A causa mais frequente é a doença de
Wilson, um erro inato do metabolismo do cobre.
• Manchas de Brushfield: pontos de hipopigmentação da íris, observada
na síndrome de Down.
• Manchas de Bitot: são áreas branco-acinzentadas com deposição de
queratina, localizadas superficialmente na conjuntiva. Estas áreas são
ovais, triangulares ou irregulares, sendo um sinal de deficiência de
vitamina A (retinol) e, portanto, associam-se com cegueira noturna.
• Sinal do Menisco: se a câmara anterior do olho é rasa, quando se
incide uma fonte luminosa, observa-se uma sombra em forma de meia-
lua (menisco) no lado medial da íris. Em paciente com câmara anterior
rasa, uma dilatação pupilar com colírio anticolinérgico (atropina 0,5% ou
1%) para a realização de fundoscopia pode desencadear glaucoma
agudo.
• Pupila de Argyll-Robertson: miose permanente, perda da reação
fotomotora e conservação da reação de acomodação-convergência.
Observada na neurossífilis.
• Cartão de Snellen: utilizado para avaliar a acuidade visual.
• Cartões de Ishihara: teste de cores para a detecção de daltonismo.
• Sinal de Battle: equimose retroauricular. Sugere fratura de base de
crânio. Pode se associar com otoliquorreia, otorragia, rinoliquorreia e
rinorragia.
• Mancha de Koplik: pequenos pontos brancos que aparecem na mucosa
oral. São características do sarampo e antecedem o exantema.
• Pescoço de Stokes: pescoço edemaciado, cianótico e com as veias
jugulares externas ingurgitadas. Ocorre em função da estase venosa em
casos de ocupação mediastínica por adenopatias, tumores ou aneurisma
da aorta, que tenham determinado compressão da veia cava superior.
• Sinal de Troisier & Linfonodo de Virchow: um gânglio solitário palpável
na região supraclavicular esquerda, correspondente a uma lesão
metastática proveniente de doença maligna torácica ou abdominal,
especialmente de estômago e pâncreas.
• Manobra de Pemberton: utilizada para a pesquisa de bócio
mergulhante no mediastino superior. Solicita-se ao paciente que eleve
12
os braços paralelamente à cabeça, com o pescoço estendido. Esta
manobra pode fazer a calota (ou polo cefálico) do bócio aflorar à fúrcula
esternal, além de provocar a congestão venosa superficial da face
(levando à rubor facial), por dificultar, na presença do bócio
mergulhante, a drenagem das veias jugulares.
• Sinal de Dorendorf: distensão pulsátil unilateral da veia jugular
esquerda, com empastamento da fossa supraclavicular. Indica
compressão venosa e linfática.
• Sinal de Boinet: distensão pulsátil unilateral da veia jugular direita.
Indica compressão do tronco braquiocefálico por tumor ganglionar ou
aneurisma da crossa aórtica.
• Sinal de Hirtz: palpação da aorta na fúrcula esternal por dilatação ou
aneurisma da aorta. Pode ocorrer fisiologicamente em idosos por
alongamento da aorta.
• Sinal de Oliver-Cardarelli: percepção de movimentação da laringe para
baixo (em sincronia com o pulso arterial), após elevação manual da
cartilagem cricoide. Ocorre no aneurisma de crossa aórtica, pois a
crossa aneurismática transmite ao brônquio fonte esquerdo sua
pulsação.
Obs: o mesmo sinal, quando obtido com o paciente em leve extensão da
articulação atlanto-occiptal, conferindo o mesmo achado e tendo o
mesmo valor propedêutico, é chamado de Sinal de Mac-Donnel.
• Sinal de Musset: pulsação extensora da cabeça devido à insuficiência
valvar aórtica.
• Sinal de Feletti: pulsação flexora da cabeça, frequente no aneurisma da
aorta ascendente.
• Dentes de Hutchinson: incisivos centrais superiores espaçados e com
um entalhe central. Característicos da sífilis congênita.
• Sinal de Chvostek (hipocalcemia): presença de espasmos dos músculos
faciais em resposta à percussão direta da região zigomática. É um dos
sinais clássicos de tetania observados na hipocalcemia, sendo também
encontrado na alcalose metabólica e na hipomagnesemia.
• Trompas de Eustáquio: a tuba auditiva ou trompa de Eustáquio é um
canal que liga o ouvido médio à faringe e que ajuda a manter o
13
equilíbrio da pressão do ar entre os dois lados da membrana timpânica.
O terço posterolateral da tuba é ósseo e o restante é cartilagíneo. A tuba
auditiva é revestida por mucosa, que é continua posteriormente com a
mucosa da cavidade timpânica e anteriormente com a mucosa da
rinofaringe.
14
Exame do Sistema Tegumentar
• Sinal de Nikolsky: é positivo quando, exercida uma delicada tração da
pele sã perilesional em algumas buloses, têm-se como resultado o
destacamento da epiderme, com formação de uma bolha. Não é um
sinal diagnóstico, mas, quando presente, determina atividade da doença.
Pode ocorrer nos pênfigos, penfigoides e em alguns casos de eritema
multiforme.
• Sinal de Auspitz (orvalho sangrento): está presente nas lesões
psoriásicas e ocorre quando surgem pontos de sangramento (decorrente
da lesão dos capilares da derme papilar) ao se proceder à curetagem das
escamas da lesão.
• Fenômeno isomórfico de Koebner: ao se provocar um trauma sobre a
pele sã, geralmente pela coçadura, há reprodução das lesões da
dermatose no formato do trauma. Ocorre na herpes simples, psoríase,
líquen plano, vitiligo e outras.
• Manchas de Janeway: lesões eritematosas ou hemorrágicas, planas e
indolores, geralmente nas regiões palmar e plantar.
• Nódulos de Osler: lesões eritematosas, elevadas e dolorosas,
geralmente nas regiões palmar e plantar.
• Pápulas de Gottron: são lesões eritematosas, descamativas, que
ocorrem nas regiões extensoras dos dedos das mãos, sobretudo nas
articulações metacarpofalangianas e interfalangianas proximais. Típicas
da dermatomiosite.
• Sinal de Gottron: presente quando o mesmo padrão de lesão acima
descrito aparece nos cotovelos, joelhos e tornozelos. Associa-se com
heliotropo (eritema palpebral bilateral violáceo, característico da
dermatomiosite).
• Sinal de Filatov: palidez perioral. Característico da escarlatina.
• Sinal de Pastia: lesões exantemáticas acentuadas com linhas de
vermelho intenso. Também característico da escarlatina.
15
• Sinal de Zileri: descamação ao se estirar a pele. Ocorre na pitiríase
versicolor.
• Sinal de Sampaio: bainha gelatinosa nas raízes dos cabelos. Ocorre na
pseudopelada e no lúpus eritematoso, indicando atividade da doença.
• Sinal de Darier: surgimento de edema subcutâneo urticariforme à
fricção de uma lesão. Ocorre na mastocitose.
• Sinal de Hutchinson: é o desenvolvimento de pigmentação na base da
melanoníquia linear, envolvendo a prega ungueal proximal e a pele
periungueal. Sugere melanoma (necessita de confirmação hispatológica),
refletindo o crescimento radial do tumor. Pode se associar com
ulceração do leito ungueal e/ou granuloma, reforçando a hipótese de
melanoma.
• Sinal de Crowe: presença de efélides nas regiões axilar e genital. Típico
da neurofibromatose.
• Sinal de Chvostek (perda de pêlos pubianos): não é o mesmo sinal que
ocorre por conta dadeficiência de cálcio, apesar de ter o mesmo nome.
Significa a perda de pêlos pubianos e axilares, principalmente, em
pacientes com cirrose hepática.
• Sinal de Leser-Trélat: aparecimento súbito de múltiplas ceratoses
seborreicas (múltiplas lesões pigmentadas na pele), geralmente com
uma base inflamatória. Isso pode ser um sinal de malignidade interna
como parte de uma síndrome paraneoplásica, frequente em
adenocarcinomas gastrointestinais.
16
Exame do Aparelho
Respiratório
• Ritmo respiratório de Cheyne-Stokes: pausas de apneia seguidas de
movimentos respiratórios que se elevam gradativamente para depois
diminuírem pouco a pouco. Ocorre em casos de insuficiência cardíaca,
tumores cerebrais, intoxicação por morfina, etc. Pode ser observado
fisiologicamente em crianças e idosos.
• Ritmo respiratório de Biot: irregular, com pausas de apneia
completamente aleatórias. Ocorre em casos de meningite, lesões
bulbares, etc.
• Ritmo respiratório de Kussmaul: inspirações profundas, trabalhosas e
ruidosas, com expirações rápidas e breves (ex: cetoacidose diabética, em
que a respiração de Kussmaul tenta reverter a acidose metabólica).
• Tipo respiratório de Duchenne (a.k.a. inverso abdominal ou sinal de
Hoover): durante a expiração, o tórax se retrai e o abdome se dilata.
Manifesta-se em pericardites. Associado com pulso paradoxal e sinal de
Kussmaul (descrito no próximo capítulo).
• Manobra de Ruault: com o paciente sentado e o médico posicionado
atrás do paciente, este último posiciona as mãos sobre o trapézio do
primeiro, com os dedos em direção às clavículas e os polegares na
parede posterior, em direções convergentes, formando um prega
cutânea. Avalia a expansibilidade das porções superiores do tórax
durante o ciclo respiratório.
• Sinal de Ruault: assimetria de amplitude observada nos ápices.
• Manobra de Lásegue: utilizada para avaliar a expansibilidade
(amplitude das incursões) nas bases pulmonares.
• Linfonodo de Irish: linfonodo axilar esquerdo aumentado,
caracteristicamente, no adenocarcinoma gástrico.
• Linfonodo de Virchow / Sinal de Troisier: linfonodo supraclavicular
17
esquerdo aumentado em neoplasias abdominais, tipicamente,
estômago, pâncres e fígado.
• Ortopercussão de Von Plesch: percussão digitodigital especial dos
ápices pulmonares. Deve-se apoiar a ponta do terceiro quirodáctilo
(plexímetro) na fossa supraclavicular e flexioná-lo de maneira a formar
um ângulo de 90º com sua falange proximal e, com o dedo da outra mão
(plexor), percutir a interfalangiana proximal do plexímetro.
• Sopro de Beau: sopro glótico que pode ser detectado durante a
ausculta do aparelho respiratório.
• Sinal de Craven: dor à percussão direta do esterno. Sugere leucose,
costocondrite, síndrome de Tietze.
• Sinal de Lemos-Torres: abaulamento expiratório localizado nos últimos
espaços intercostais, principalmente à expiração forçada, nos pequenos
e médios derrames.
• Sinal de Litten: é a ausência da visualização da depressão intercostal
inspiratória no hemitórax acometido por derrame pleural.
• Sinal de Signoreli: macicez na percussão das apófises espinhosas da
coluna vertebral. Usado para diferenciar derrame pleural de atelectasia
(em que o som é claro pulmonar à percussão da coluna torácica).
• Parábola de Demoiseau: delimita o limite superior do derrame pleural.
• Ressonância Skódica: hipersonoridade nas áreas que se situam ao
redor de uma condensação ou acima de um derrame pleural.
• Linhas B de Kerley: finas opacidades lineares observadas na radiografia
de tórax, representando o espessamento dos septos de tecido conectivo
que separam os lóbulos pulmonares secundários. É um achado comum
a várias alterações pulmonares, embora sua presença seja
particularmente destacada nos casos de edema pulmonar e de linfangite
carcinomatosa.
• Sinal do S reverso de Golden: é um sinal visto no imageamento do
tórax, que sugere uma massa central no pulmão ou colapso do pulmão.
Foi primeiramente descrito em associação com o carcinoma bronquial,
mas também é visto no câncer metastático, nos nós de linfa alargados e
no colapso do lobo superior direito do pulmão.
• Tríade de Garland: é um padrão de linfonomegalia que pode pode ser
18
observado em casos de sarcoidose. Em uma radiografia do tórax, pode-
se observar aumento dos linfonodos paratraqueais direitos, hilares
direitos e hilares esquerdos. A linfadenopatia hilar geralmente é
simétrica e massiva ("linfonodos batata"), mas não atinge a borda
cardíaca, distinguindo-a do linfoma. Os linfonodos paratraqueais
esquerdos e aortopulmonares são também frequentemente
aumentados, entretanto, são mais difíceis de identificar.
• Sucussão hipocrática: as mãos do examinador devem ser posicionadas
na base do tórax do paciente, em posição diametralmente oposta e no
sentido ântero-posterior. Assim, o médico deve posicionar o ouvido no
hemitórax afetado do paciente e, em seguida, deve sacudi-lo
bruscamente. A sucussão hipocrática era utilizada para o diagnóstico de
hidropneumotórax, antes do desenvolvimento da imagenologia.
• Sinal de Pitres: colocando uma moeda na parede anterior do tórax, um
auxiliar percutirá sobre ela com outra moeda, e o observador auscultará
na parede posterior, num local diametralmente oposto. Será percebido
um ruído surdo de curta duração e desprovido de timbre metálico. No
hidrotórax, o som é auscultado de maneira nítida, tal como se o choque
da moeda se produzisse junto do ouvido do examinador.
• Tampões de Dittrich: massa cinzenta ou amarelada, do tamanho de
uma ervilha ou menor, formadas nos brônquios e quando esmagadas
exalam um odor fétido. Característico das bronquiectasias e da
bronquite pútrida.
19
Exame do Aparelho
Cardiovascular
• Ângulo de Louis: protuberância na junção do manúbrio com o corpo do
esterno, utilizado como referencial anatômico para identificar os
espaços intercostais.
• Ponto de Erb: é o foco aórtico acessório da ausculta cardíaca. Localiza-
se entre os focos pulmonar e tricúspide, no terceiro espaço intercostal
na linha paraesternal esquerda.
• Sinal de Levine: presença de punho cerrado sobre o tórax, ao se
queixar de dor torácica. Característico da isquemia miocárdica.
• Posição de Blechmann (ou sinal do travesseiro): o paciente se
apresenta deitado em decúbito ventral e abraçado a um travesseiro.
Essa posição aumenta o retorno venoso ao átrio direito e, portanto, alivia
os sintomas de pericardite constritiva e derrame pericárdico. Nessa
situação, outra posição adotada é a genopeitoral ("prece maometana").
• Sinal de Frank (ou sinal de Linchstein): pregas transversais no lóbulo
auricular e na região anterotragal. Indica predisposição à
coronariopatias, visto que representa a atrofia de regiões cartilaginosas
pouco vascularizadas, por provável deficiência de microcirculação. É um
sinal de pouco valor (sobretudo quando isolado), tendo mais relevância
quando presente em indivíduos que ainda não atingiram 40 anos de
idade.
• Sinal de Williams: observado em impulsos apicais (ictus cordis) que
abrangem áreas extensas, impelindo estruturas ósseas e cartilaginosas
além do espaço intercostal. Sugere grandes cardiomegalias e, menos
frequentemente, derrames pericárdicos (líquidos ou gasosos) de grande
monta.
• Sinal de Kussmaul: pulso venoso indiferente à inspiração, ou que se
eleva em altura durante a inspiração. Ocorre nos casos de pericardite
20
constritiva, tamponamento cardíaco, derrame pericárdico, derrame
pleural, etc. Em suma, ocorre quando forças atuam "de fora para dentro"
sobre o coração, comprimindo-o.
• Tríade de Beck: é a tríade do tamponamento cardíaco. (1) Hipofonese
de bulhas, (2) turgência jugular e (3) hipotensão arterial. Nem sempre os
três elementos da tríade estão presentes em casos de tamponamento
cardíaco.
• Manobra de Rivero-Carvallo: inspiração profunda (sem realizar apneia
inspiratória), seguida de expiração. Deve ser realizada com o tórax do
paciente em ortostase.Durante a inspiração, há diminuição da pressão
intratorácica e consequente aumento do retorno venoso para o átrio
direito, diminuindo a altura do pulso jugular interno. Intensifica os
sopros e as bulhas extras do lado direito do coração.
• Manobra de Müller: o paciente deve realizar inspiração forçada,
mantendo boca e nariz fechados com o dorso da mão. Tal como na
manobra de Rivero-Carvallo, há diminuição na pressão intratorácica. É
utilizada para provocar o desdobramento da segunda bulha cardíaca
(B2), com a vantagem de abolir os sons da ausculta respiratório, que se
anulam durante a apneia inspiratória.
• Manobra de Valsava: o paciente deve realizar expiração forçada
durante aproximadamente 10 segundos, com boca e nariz fechados com
o dorso da mão. Essa manobra provoca o aumento da pressão
intratorácica, causando um esvaziamento sanguíneo pulmonar que
segue para o ventrículo esquerdo. Além disso, o retorno venoso ao átrio
direito é diminuído. Isso resulta em aumento de sopros sistólicos do
lado esquerdo do coração (em casos de prolapso mitral ou de hipertrofia
septal assimétrica). O desdobramento paradoxal também tende a
aumentar, entretanto, outros sopros tendem a diminuir.
• Sopro de Carey-Coombs: mesodiastólico, de curta duração e
geralmente acompanhado de B3, sendo melhor auscultado no foco
mitral. Pode ocorrer no infarto do miocárdio e na cardite aguda na febre
reumática. A valva mitral insuficiente permite refluxo sanguíneo para do
ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo, o que eleva o volume
sanguíneo nesta câmara. Dessa forma, ocorre um hiperfluxo na diástole
atrial que, mesmo com uma valva mitral não estenosada, gera um
turbilhonamento e consequente sopro.
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• Sopro circular de Miguel Couto: sopro da insuficiência mitral que se
irradia em circunferência para o dorso.
• Sopro de Graham-Steel: consequente à insuficiência da valva pulmonar
causada por hipertensão arterial pulmonar. É um sopro mesodiastólico,
muitas vezes relacionado com cardiopatias congênitas.
• Duplo sopro de Alvarenga-Duroziez: é um duplo sopro, audível ao se
comprimir à artéria femoral, ao nível da região inguinal. Comprimindo-se
qualquer artéria, o estreitamento provocado pela compressão determina
a ausculta de um sopro sistólico, porém não será seguido de um
segundo sopro. Na insuficiência aórtica, o grande aumento da pressão
sistólica é seguido de uma contração maior das artérias, no caso a
femural, que provocará o segundo sopro.
• Duplo tom de Traube: auscultando-se a artéria femoral ao nível da
região inguinal, sem compressão, ouve-se o tom naturalmente audível
em todas as artérias. Na insuficiência aórtica, ouve-se em seguida outro
ruído de pequena intensidade, imediatamente após o primeiro.
• Pulso capilar de Quinck: o pulso capilar de Quinck é impropriamente
chamado capilar, quando na verdade é arteriolar. A compressão da
borda livre da unha normalmente provoca uma área de palidez sem
qualquer onda pulsátil. Na insuficiência aórtica, a mesma manobra
provoca a verificação nítida de uma onda pulsátil na área pálida da
compressão. O mesmo pulso poderá ser verificado com a vitro-pressão
pela lamina de vidro na face interna, mucosa, do lábio inferior
propositadamente evertido.
• Sinal de Montard-Martin: é a pulsação da artéria lateral dos dedos,
sentida nos pacientes portadores de insuficiência aórtica.
• Sinal de Friedrich-Mueller: é a pulsação do véu do palato encontrado
nos paciente com insuficiência aórtica.
• Sinal de Huchard: é a pulsação das amigdalas encontrada nos
pacientes com insuficiência aórtica.
• Sinal de Landoff: Este sinal corresponde à alternância rítmica de miose
e midriase que ocorre nos pacientes com insuficiência aórtica.
• Sinal de Minervini: é a pulsação da base da língua nos casos de
pacientes portadores de insuficiência aórtica.
22
• Sopro de Austin-Flint: é um sopro em ruflar diastólico no foco mitral
conseqüente a grave insuficiência da valva aórtica. Admite-se que a
gênese deste sopro se deva ao aumento da pressão diastólica final do
ventrículo esquerdo na insuficiência aórtica grave.
• Sinal de Hamman: é o som de mastigação, estridente, em sincronia
com os batimentos cardíacos, ouvido sobre o precórdio no enfisema
mediastinal espontâneo, sendo produzido pelo choque mecânico do
batimento cardíaco contra os tecidos preenchidos de ar. Observado nos
casos de pneumomediastino ou pneumopericárdio, associado ao
ferimento traqueobronquial.
23
Exame do Sistema Vascular
• Sinal de Godet (sinal do cacifo): é um sinal clínico avaliado por meio da
pressão digital sobre a pele, por pelo menos 5 segundos, a fim de se
evidenciar edema. É considerado positivo se a depressão ("cacifo")
formada não se desfizer imediatamente após a descompressão. Nos
edemas generalizados, pode-se evocar o "cacifo" mais facilmente nos
membros inferiores, comprimindo o terço distal da região pré-tibial.
• Sinal de Trousseau de malignidade: estado de hipercoagulabilidade
que provoca trombose venosa extensa e recorrente, mesmo com
tratamento anticoagulante. Está relacionado com algumas malignidades,
especialmente adenocarcinomas do pâncreas e do pulmão.
• Sinal de Trousseau de tetania latente: observado em pacientes com
hipocalcemia, quando espasmos carpais podem ser provocados ao se
ocluir a artéria braquial. Para realizar esta manobra, coloca-se um
manguito ao redor do braço do paciente, insuflando-o até que atinja
uma pressão maior que a sistólica (cerca de 20mmHg maior), mantendo-
o no local por 3 minutos. Antecede a hiperreflexia e a tetania, mas é
menos sensível do que o sinal de Chvostek para hipocalcemia. O sinal de
Trousseau também é conhecido como main d'accoucheur (Francês para
"mão de parteira") porque os dedos estendidos parecem com a posição
da mão de uma parteira durante o nascimento de um bebê.
• Sinal de Homans: desconforto ou dor na panturrilha após dorsiflexão
passiva do pé. Sugere trombose venosa profunda (TVP), mas é preciso
considerar a possibilidade de estiramento muscular.
• Sinal de Olow: dor à compressão da musculatura da panturrilha contra
o plano ósseo, indicando trombose das veias da panturrilha.
• Síndrome de Leriche: obstrução aterosclerótica da bifurcação
aortoilíaca, levando à atrofia muscular nos membros inferiores. Ressalta-
se que também há atrofia de membros inferiores nos casos de
coarctação da aorta.
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• Fênomeno de Raynaud (FRy): caracteriza-se por episódios reversíveis de
vasoespasmos de extremidades, associados a palidez, seguido por
cianose e rubor de mãos e pés, que ocorrem usualmente após estresse
ou exposição ao frio. O FRy primário é um evento funcional benigno e
não está associado a nenhuma doença ou condição subjacente, ao
passo que o FRy secundário pode estar associado a uma série de
condições, principalmente a doenças reumáticas autoimunes.
• Manobra de Allen: tem por objetivo verificar a permeabilidade das
artérias ulnar e radial. Com a face palmar do paciente voltada para cima
e o punho cerrado , o examinador comprime firmemente as artérias
ulnar e radial, solicitando em seguida que o paciente relaxe o punho.
Feito isso, a mão do paciente ficará hipocorada. O examinador deve,
então, desobstruir somente a artéria cuja permeabilidade seja objeto de
avaliação do exame. Caso a artéria em questão esteja pérvia, a região
palmar apresentará rubor em 3 a 5 segundos.
• Manobra de Adson: utilizada para avaliar se há compressão da artéria
subclávia e do plexo braquial (síndrome do desfiladeiro torácico). Com o
paciente sentado, o examinador deve palpar o pulso radial e auscultar a
região supraclavicular ipsilateral. Em seguida, solicita-se que o paciente
inspire profundamente, permaneça em apneia inspiratória e rotacione
lateralmente a cabeça, em direção ao lado que está sendo auscultado.
Neste momento, o examinador deve realizar a extensão da articulação
atlanto-occiptal do paciente. Havendo compressão da artéria subclávia, o
pulso radial diminuide intensidade ou desaparece, e surge um sopro na
região supraclavicular (o sopro pode desaparecer se houver oclusão
total da artéria). Além disso, o paciente pode se queixar de parestesia ou
dor no membro superior. Algumas das causas da síndrome do
desfiladeiro torácico são: compressão pelo músculo escaleno anterior,
costela cervical, processo transverso de C7 e bridas fibróticas.
• Síndrome de Paget-Schrötter: trombose de veia subclávia, levando à
formação de edema, ectasia venosa e cianose em membro superior.
Dentre as possíveis causas, destacam-se as punções de veia subclávia,
estados de hipercoagulabilidade e esforços excessivos com o membro
superior.
• Manobra de Brodie-Trendelenburg: utilizada para diagnóstico de
insuficiência da válvula ostial da veia safena interna e das válvulas de
25
veias perfurantes. Com o paciente em decúbito dorsal, é preciso preciso
esvaziar as veias varicosas, erguendo os membros inferiores e
massageando-os em sentido caudocranial. Feito isso, aplica-se um
torniquete no terço proximal da coxa do paciente. Solicita-se ao paciente
que fique em posição ortostática. Caso as veias varicosas se encham
rapidamente, em sentido caudocranial, isso indica insuficiência das
válvulas de veias perfurantes. Após a retirada do torniquete, se as veias
varicosas se encherem rapidamente, em sentido craniocaudal, isso
indica insuficiência da válvula ostial da safena interna.
• Manobra de Denecke-Payr: dor à compressão da planta do pé contra o
plano ósseo. Sugere trombose das veias profundas do pé.
• Prova de Schwartz: palpa-se a veia safena magna com uma das mãos e,
com a outra, realiza-se percussão direta em regiões da safena magna
distais à palpação. A propagação retrógrada de ondas de transmissão
(percebida pela mão que palpa a safena magna proximalmente) sugere
insuficiência valvular e hipertensão venosa.
• Sinal de Stemmer: quando é impossível pinçar a pele da parte superior
dos pododáctilos. Ocorre em casos de linfedema.
• Tríade de Virchow: representa os fatores de risco para a formação de
trombos. Os elementos da tríade são: lesão do endotélio vascular (ex:
hipertensão arterial, diabetes mellitus), estase sanguínea (ex: longas
viagens) e estado de hipercoagulabilidade (ex: uso de anticoncepcionais).
• Sinal de Pratt: veias pré-tibiais túrgidas. Ocorre quando existe um
trombo impedindo a drenagem do sistema superficial para o profundo
(veias sentinelas).
• Sinal de Neuhoff: empastamento muscular da panturrilha que pode
ocorrer nos casos de trombose venosa profunda.
• Sinal de Duque: retificação do oco poplíteo (retificação do S itálico).
Ocorre na trombose venosa profunda.
• Sinal de Löwenberg: dor à compressão da panturrilha usando-se um
esfigmomanômetro com pressão entre 60 e 180 mmHg. Ocorre nos
casos de trombose venosa profunda. Ressalta-se que um indivíduo
saudável tolera pressões em torno de 250 mmHg.
• Sinais de Ducuing: trombose das veias pélvicas e ilíacas internas, com
26
edema pubiano, edema de órgãos genitais externos, disúria, retenção ou
incontinência urinária, meteorismo, tenesmo e disquezia. 
27
Exame do Abdome
• Ângulo de Treitz: ângulo formado entre a porção descendente a parte
horizontal inferior do duodeno, sendo utilizado clinicamente para
diferenciar hemorragias digestivas altas e baixas.
• Ponto de McBurney: traçando-se uma linha entre a cicatriz umbilical e a
espinha ilíaca anterossuperior, o ponto se localiza na junção do terço
 lateral com os dois terços mediais da linha.
• Ponto de Guyon: localiza-se na interseção do bordo externo da coluna
vertebral com a costela que corresponde à saída (pelo forame de
conjugação) do XII nervo intercostal (nervo subcostal). Também é
conhecido como ponto costovertebral.
• Ponto de Pasteau: ponto suprailíaco lateral. Localiza-se a 1 cm acima
da crista ilíaca anterossuperior, sobre a linha medioaxilar. Corresponde
ao ramo perfurante lateral do XII nervo intercostal.
• Espaço de Traube: delimitado superiormente pelo 6º espaço intercostal
esquerdo, lateralmente pela linha axilar anterior e inferiormente pelo
rebordo costal. O espaço de Traube deve ser timpânico à percussão.
Macicez nessa região é forte indício de esplenomegalia, mas outras
causas existem (plenitude gástrica pós-prandial, fecaloma,
adenocarcinoma gástrico, ascite volumosa, situs inversus ou extenso
derrame pleural à esquerda.
• Linha de Piorry: vai da fúrcula esternal à extremidade distal da primeira
costela flutuante esquerda, passando pelo espaço de Traube. Macicez à
percussão no espaço de Traube medialmente a linha de Piorry indica
esplenomegalia verdadeira, haja vista que o baço congesto cresce em
sentido medial, projetando-se para a região da cicatriz umbilical.
• Linha de Spiegel: linha semilunar ao longo da borda lateral do músculo
reto do abdome.
• Triângulo de Hasselbach: é uma região triangular, limitada
inferiormente pelo ligamento inguinal e superiormente pela borda do
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reto abdominal e vasos epigástricos inferiores. É um dos pontos frágeis
da parede abdominal, propenso a herniação inguinal direta.
• Sinal de Cruveilhier-Baumgarten: na presença de obstrução ou
resistência ao fluxo sanguíneo da veia porta, há recanalização da veia
umbilical e circulação colateral superficial na parede abdominal, com
fluxo centrífugo em relação a cicatriz umbilical (circulação portal do tipo
caput medusae). A ausculta das calibrosas veias de circulação colateral
revela um zumbido venoso, constituindo o sinal de Cruveilhier-
Baumgarten.
• Sinal de Blumberg: dor à descompressão brusca no ponto de
McBurney. Indica irritação peritoneal e está fortemente associado com
apendicite.
• Sinal de Aaron: é a dor sentida no espigástrio ou précordio quando se
pressiona o ponto de McBurney ou a fossa ilíaca direita. Esse sinal
sugere apendicite aguda.
• Sinal de Rovsing: dor no quadrante inferior direito à palpação do
quadrante inferior esquerdo. Utilizado para a pesquisa de apendicite.
Deve-se tentar "ordenhar" o conteúdo do intestino grosso a partir do
cólon sigmoide, em direção ao ceco, visando distender o apêndice
vermiforme. Em casos de apendicite, a distensão provocará dor.
• Sinal de Courvoisier-Terrier: vesícula biliar indolor e palpável em
hipocôndrio direito, indicando progressiva distensão da vesícula por
compressão tumoral de vias biliares extra-hepáticas (ex: tumores
periampulares, principalmente câncer de cabeça do pâncreas).
• Sinal de Murphy: durante a expiração, comprime-se com o polegar o
ponto de junção entre o rebordo costal direito e a borda lateral do
músculo reto abdominal (ponto cístico). Ao realizar a inspiração, o
paciente irá expandir o abdome, projetando a vesícula biliar em direção
ao polegar do examinador. Em casos de colecistite, isso será doloroso
ao paciente, forçando-o a interromper a inspiração.
• Manobra de percussão de Murphy: realiza-se punho-percussão indireta
na junção do rebordo costal com a musculatura paravertebral. O
examinador deve posicionar uma mão espalmada sobre a região lombar
do paciente, que deverá ficar entre o dorso (do paciente) e o punho (do
examinador). O paciente irá sentir dor em casos de pielonefrite, mas
29
também poderá sentir dor em casos de cálculo ureteral ou mesmo
compressão de raiz nervosa por hérnia discal.
• Sinal de Giordano: dor à percussão da junção do rebordo costal com a
musculatura paravertebral. Realiza-se a percussão direta com a borda
ulnar da mão, que deve estar espalmada. Indica pielonefrite e apresenta
valor propedêutico análogo à manobra de percussão de Murphy.
• Lobo de Riedel: é uma variação anatômica do fígado em que o lobo
direito é alongado. Deve ser diferenciado de um possível crescimento
neoplásico.
• Sinal de Cullen: equimose periumbilical que pode ser observada
quando há sangramento retroperitoneal. Pancreatite necrosante e
gravidez ectópica rota estão entre as possíveis causas.
• Sinal de Grey-Turner: equimose nos flancos. Podeestar presente em
casos de sangramento retroperitoneal, tendo valor propedêutico
semelhante ao sinal de Cullen. Pancreatite necrosante é uma causa
frequente.
• Manobra de Valsava: descrita no capítulo "Exame do Aparelho
Cardiovascular". Aqui, ressalta-se que a manobra também leva ao
aumento da pressão intra-abdominal, permitindo avaliar herniações
através da parede do abdome.
• Manobra de Smith-Bates: utilizada para avaliar massas visíveis no
abdome. Solicita-se ao paciente, em decúbito dorsal, que realize flexão
do quadril, sustentando os membros inferiores em extensão. Dessa
maneira, o paciente irá contrair a musculatura do abdome. Caso a massa
permaneça visível e palpável, significa que é uma massa da parede
abdominal (ex: lipoma) ou que há enfraquecimento ou falha na
musculatura abdominal (hérnias). Se a massa desaparecer, ela está
abaixo da musculatura da parede abdominal.
• Manobra de Schuster: utilizada para a palpação do baço. O paciente é
colocado em semidecúbito lateral direito, com o braço esquerdo sobre a
cabeça. O membro inferior direito permanece em posição neutra,
enquanto o esquerdo é fletido (joelho e quadril). Apoia-se a mão
esquerda por sobre o rebordo costal e a direita é usada para palpar
desde a cicatriz umbilical até abaixo do rebordo costal, em direção ao
baço. Ressalta-se que o baço não é palpável no adulto normal, mas pode
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ser palpável em crianças e em casos de esplenomegalia.
• Manobra de Debakey: utilizada para delimitar a posição de um
aneurisma de aorta abdominal em relação às artérias renais (suprarrenal
ou infrarrenal). Tenta-se inserir a mão entre o rebordo costal e a margem
superior do aneurisma. Não sendo possível inserir a mão, trata-se de um
aneurisma suprarrenal. Do contrário, quando é possível inserir a mão,
conclui-se que o aneurisma é infrarrenal.
• Método de Guyon: utilizado na palpação renal. Com o paciente em
decúbito dorsal, põe-se uma mão na região dorsal, tracionando o rim
anteriormente, enquanto a outra mão entra abaixo do rebordo costal
anteriormente, ao encontro da mão esquerda, tentando pegar o rim
entre as duas mãos. Em alguns pacientes emagrecidos e com a
musculatura abdominal flácida, o pólo superior do rim direito pode ser
palpável. Em condições patológicas como a hidronefrose, rim policístico
e tumores, o rim pode se tornar palpável.
• Manobra de Israel: utilizada na palpação renal. Com o paciente em
decúbito lateral e membros superiores sobre a cabeça, o examinador
posiciona as mãos diametralmente opostas uma a outra, uma na região
lombar e outra no flanco do paciente, tentando pegar o rim.
• Método de Goelet: utilizado na palpação renal. Com o paciente em
ortostase, flete-se o joelho do lado que será palpado, apoiando-o sobre
uma cadeira. A seguir, faz-se uma tração anterior com uma das mãos
enquanto a outra é usada na tentativa de palpar o pólo inferior do rim.
• Posição de Sims: decúbito lateral esquerdo com os membros
superiores fletidos sobre o abdome. Utilizada para realizar o toque retal.
• Sinal de Jobert: timpanismo à percussão de áreas de macicez do
abdome (ex: loja hepática), por perfuração de víscera oca
(pneumoperitôneo). Isso ocorre porque o ar, sendo menos denso do que
o líquido, tende a ocupar as regiões superiores (infradiafragmáticas) do
abdome.
• Sinal de Chilaiditi: timpanismo à percussão da loja hepática, por
interposição temporária ou permanente do cólon ou intestino delgado
no espaço hepatodiafragmático. Quando essa interposição é sintomática
(dor abdominal, náuseas, dor retroesternal, sintomas respiratórios,
vômitos, distensão abdominal, obstrução ou suboclusão intestinal ),
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caracteriza a síndrome de Chilaiditi.
• Sinal de Torres-Homem: dor à percussão da loja hepática, geralmente
em função de abcesso hepático.
• Sinal de Kehr: é a ocorrência de dor aguda no ombro devido a presença
de sangue ou outros irritantes na cavidade peritoneal homolateral
quando o paciente está deitado e com as pernas elevadas. O sinal de
Kehr no ombro esquerdo é considerado um sinal clássico de ruptura de
baço.
• Nódulo da Irmã Maria José: nódulo umbilical (decorrente de
linfonodomegalia) metastático, indicativo de neoplasia intra-abdominal.
• Pêntade de Reynolds: é o conjunto de cinco sinais e sintomas
associados à colangite tóxica. São eles: (1) dor abdominal, (2) icterícia, (3)
febre com calafrios, (4) choque séptico e (5) confusão mental.
• Tríade de Charcot: é o conjunto de três sinais e sintomas associados à
colangite (processo de infecção das vias biliares). São eles: (1) icterícia,
(2) dor abdominal e (3) febre com calafrios.
• Tríade de Mackler: caracteriza a ruptura transmural do esôfago
(síndrome de Boerhaave). Os elementos da tríade são (1) vômito, (2) dor
torácica e (3) enfisema subcutâneo (tórax e pescoço).
• Sinal de Ringler: visualização, na radiografia de abdome, da parede
gástrica ou intestinal devida à presença de gás na cavidade abdominal
(pneumoperitôneo).
• Cicatriz de Kocher: cicatriz arqueada subcostal, localizada no
hipocôndrio direito. Indica colecistectomia aberta.
• Incisão de Lanz: realizada no ponto de McBurney, seguindo o sentido
das fibras do músculo oblíquo externo.
• Incisão de Pfannenstiel: é uma incisão transversal (levemente arqueada
em sentido cranial) realizada logo acima da sínfise púbica, utilizada em
procedimentos ginecológicos, como, por exemplo, o parto cesáreo.
Permite boa visualização da pelve central, mas a visualização das
porções laterais da pelve e partes superiores do abdome é limitada.
• Hérnia de Littré: presença de um divertículo de Meckel em um saco
herniário.
32
• Hérnia de Garengeot: apêndice cecal no conteúdo de hérnia femoral.
• Hérnia de Spiegel: protrusão na linha de Spiegel. É causada por um
defeito na aponeurose do músculo transverso abdominal.
• Divertículo de Meckel: é um divertículo congênito, uma pequena
protuberância do intestino delgado presente ao nascimento. A maioria
dos pacientes são assintomáticos. Se os sintomas ocorrem, eles
tipicamente aparecem antes dos dois anos de idade, sendo feito o
diagnóstico por cintilografia com tecnécio-pertecnetato de sódio e o
tratamento por resseção cirúrgica.
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Exame Neurológico
• Síndrome de Sturge-Weber: também conhecida como angiomatose
encefalotrigeminal, é um distúrbio neurocutâneo com a formação de
angiomas nas leptomeninges e na pele da face, tipicamente nas áreas de
inervação dos ramos oftálmico (V1) e maxilar (V2) do NC V (trigêmeo). O
angioma portovinhoso da face (nevus flammeus) é característico dessa
síndrome.
• Doença de Parkinson: é um distúrbio neurodegenerativo crônico e
progressivo, sendo caracterizada por sinais e sintomas motores (tremor
de repouso, rigidez, bradicinesia, instabilidade postural) e não-motores
(autonômicos, psiquiátricos, cognitivos e distúrbios do sono). Na doença
de Parkinson idiopática, ocorre degeneração dos neurônios
dopaminérgicos pigmentados da pars compacta da substância negra e
formação de corpos de Lewy (agregados anormais de proteínas que se
desenvolvem no interior das células nervosas).
• Sinal de Meyerson: é uma alteração patológica do reflexo glabelar,
indicativo de doença de Parkinson. O reflexo glabelar pode ser evocado
através da percussão digital direta da glabela, provocando um sutil e
breve semicerramento das pálpebras. Em indivíduos normais, o reflexo
se exaure após 2-4 evocações. Já nos pacientes com doença de
Parkinson, o reflexo glabelar pode ser evocado ininterruptamente por
várias vezes, jamais exaurindo.
• Doença de Alzheimer: é um distúrbio progressivo e incurável, que
prejudica funções cognitivas e comportamentais, sendo a forma mais
comum de demência. A causa da doença não é completamente
conhecida, mas está ligada à atrofia hipocampal e à formação de placas
senis e novelos fibrilares em várias áreas do córtex cerebral. Nos
primeiros estágios, o sintoma mais comum é a dificuldade em recordar
eventos recentes (perdade memória a curto prazo).
• Marcha de Todd: característica da hemiplegia provocada por acidente
vascular encefálico (AVE) em ramos da artéria cerebral média, causando
34
danos ao córtex motor primário. O paciente adquire uma postura tônica
em flexão do membro superior e em extensão do membro inferior do
dimídio acometido. Assim, o paciente não consegue fazer a flexão da
coxa, extensão da perna e dorsiflexão do pé habituais e,
consequentemente, caminha fazendo um semicírculo a partir do quadril
com o membro inferior estendido, o pé em inversão e o braço
flexionado e rígido. Também é conhecida como marcha ceifante, marcha
helicoidal ou marcha hemiplégica.
• Postura de Wernicke-Mann: é uma anomalia postural típica da
hemiplegia por AVE. Caracteriza-se pela adução das mãos e dedos com a
flexão sustentada do antebraço e a extensão sustentada do membro
inferior ipsilateral. O pé do membro inferior estendido permanece em
flexão plantar.
• Marcha de Trendelenburg: característica das miopatias, em que a
fraqueza da musculatura pélvica, principalmente dos músculos glúteos
médios, força o paciente a caminhar com rotação exagerada da pelve,
arremessando ou rolando os quadris de um lado para o outro a cada
passo, para deslocar o peso do corpo, assemelhando-se ao andar de um
pato. Fisiologicamente, essa marcha pode ser observada em algumas
pacientes no último trimestre da gravidez. Também é conhecida como
marcha anserina, marcha do pato ou marcha miopática.
• Sinal de Romberg: é usado para avaliar o funículo posterior da medula
espinal, que é responsável pela batiestesia (propriocepção), tato
epicrítico e palestesia (sensação vibratória). Solicita-se que o paciente
fique de pé, olhando para frente e com os braços juntos ao corpo.
Depois, solicita-se que o paciente feche os olhos. Caso o paciente perca
o equilíbrio, o teste é positivo, indicando lesão do funículo posterior. Um
teste Romberg positivo sugere que a ataxia é de natureza sensorial, ou
seja, depende da perda da propriocepção. Um teste Romberg negativo
sugere que a ataxia é de natureza cerebelar, ou seja, depende de
disfunção localizada do cerebelo. Além disso, nos casos em que o
paciente cai sempre para o mesmo lado, é preciso considerar a hipótese
de lesão vestibular, especialmente se o paciente apresentar lateropulsão
e marcha em estrela.
Obs: a função de palestesia do funículo posterior é avaliada por meio
do uso de diapasão nas proeminências ósseas do paciente, que deve
estar de olhos fechados.
35
estar de olhos fechados.
Obs: a posição de pé depende da integridade da visão, da
propriocepção, dos órgãos vestibulares, do cerebelo e da integridade
dos músculos.
Obs: o examinador deve sempre estar pronto para amparar o paciente,
em vista da possibilidade de queda.
• Sinal de Gowers: em algumas miopatias (ex: distrofia muscular de
Duchenne), o paciente miopático, objetivando se levantar de uma
posição sentada, deve se virar em posição genupalmar e utilizar os
membros superiores para começar a se erguer, apoiando-se
primeiramente no chão e, posteriormente, no próprio corpo, até ficar de
pé. Isso ocorre em função da fraqueza da musculatura proximal dos
membros.
• Manobra de Mingazzini (para os membros superiores): utilizada para
avaliar a força da musculatura proximal dos membros superiores,
juntamente com o teste do desvio pronador. Consiste na extensão dos
braços com as mãos pronadas e estendidas e os olhos fechados,
devendo o paciente manter essa posição por 20 a 30 segundos
ininterruptos. Pacientes com fraqueza não suportam manter os braços
nessa posição, ocorrendo decaimento das mãos e dos braços. Ressalta-
se que a fraqueza pode ser uni ou bilateral, e a manobra de Mingazzini
permite discernir entre uma e outra, revelando o membro acometido.
• Manobra de Mingazzini (para os membros inferiores): utilizada para
avaliar a força da musculatura flexora do quadril (músculo psoas) e
extensora da perna (músculo quadríceps). O paciente deve, em decúbito
dorsal, flexionar a perna e o quadril, de modo que haja dois ângulos de
90º: um entre as pernas e as coxas e outro entre as coxas e o quadril,
devendo o paciente sustentar essa posição por 20-30 segundos. O
examinador deve avaliar oscilações e indícios de fraqueza.
• Manobra de Barret: utilizada para avaliar a força da musculatura flexora
da perna (compartimento muscular posterior da coxa). O paciente deve,
em decúbito ventral, flexionar a perna, mantendo um ângulo obtuso
(maior que 90º) entre a perna e a coxa, sustentando essa posição por 20-
30 segundos. O examinador deve avaliar oscilações e indícios de
fraqueza.
• Manobra de Stewart-Holmes: utilizada para avaliar a integridade da
função cerebelar. O paciente deve estar sentado, de punho cerrado, com
o braço junto ao corpo e o antebraço formando um ângulo agudo
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(menor que 90º) com o braço. Solicita-se que o paciente realize vigorosa
flexão do antebraço, contra a resistência oferecida por uma mão do
examinador. A outra mão do examinador age como anteparo entre o
punho e o ombro ou face do paciente. Subitamente e sem aviso, o
examinador deve soltar o punho do paciente. Avalia-se se o paciente
consegue parar o movimento ou se o punho se choca contra a mão do
examinador.
• Manobra de Jendrassik: é uma manobra de distração. Solicita-se ao
paciente que enganche uma mão na outra e tente separá-las com
bastante força, enquanto o examinador pesquisa os reflexos tendinosos
nos membros inferiores do paciente.
• Sinal de Babinski: presente na síndrome do neurônio motor superior e
em crianças de até 1 ano de idade, devido à incompleta mielinização dos
tratos corticoespinais. Consiste em dorsiflexão dos dedos,
especialmente do hálux, após uma estimulação da pele (utilizando-se
ponta romba) da superfície lateral da face plantar da região do calcâneo
até a articulação metatarsofalangiana do 2º pododáctilo. Essa resposta
pode ser acompanhada de separação variável ou abertura em leque dos
quatro artelhos laterais.
Obs: a resposta do sinal de Babinski pode ser evocada de outras
maneiras em pacientes com síndrome do neurônio motor superior. São
os chamados sucedâneos ou equivalentes de babinski (sinas de
Chaddock, Gordon, Oppenheim, Shaefer e Austregésilo).
• Sinal de Chaddock: sucedâneo de Babinski. Deve-se estimular a face
lateral do dorso do pé, do maléolo lateral até o quinto pododáctilo.
Alguns autores afirmam que o sinal de Chaddock é mais sensível do que
o próprio sinal de Babinski para lesões piramidais.
• Sinal de Gordon: sucedâneo de Babinski. Deve-se comprimir a
musculatura da panturrilha.
• Sinal de Oppenheim: sucedâneo de Babinski. Deve-se utilizar o polegar
e o indicador para exercer pressão sobre a face medial da tíbia do
paciente, desde a região infrapatelar até o tornozelo. Pode ser
combinado com o sinal de Babinski para aumentar sua sensibilidade.
• Sinal de Shaefer: sucedâneo de Babinski. Deve-se comprimir o tendão
aquileu.
• Sinal de Austregésilo: sucedâneo de Babinski. Deve-se comprimir o
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músculo quadríceps na região distal da coxa.
• Manobra de Szapiro: utilizada para sensibilizar a evocação do sinal de
Babinski e seus sucedâneos. Consiste em uma pressão contra o dorso
do 2º ao 5º pododáctilo, causando flexão plantar passiva firme, enquanto
se evoca os sinais de dorsiflexão plantar.
• Sinal de Hoffmann: pesquisado segurando-se a mão do paciente
completamente relaxada, com a outra mão segurando o dedo médio do
paciente entre os dedos médio e indicador do examinador, como se
fosse um cigarro. Com um movimento rápido e vigoroso, comprime-se a
unha do dedo do paciente, liberando-a rapidamente logo em seguida.
Ocorre adução e flexão do polegar com flexão do indicador. Algumas
vezes, ocorre flexão de todos os quirodáctilos. Indica lesão do neurônio
motor superior e é considerado um equivalente do sinal de Babinski
para os membros superiores. Entretanto, ressalta-se que, na avaliação
de lesões do córtex motorou dos tratos corticoespinais, os sinais nos
membros inferiores são mais constantes, mais confiáveis e mais
clinicamente relevantes.
• Sinal de Tromner: o examinador segura a mão do paciente pela
articulação metacarpofalangiana do dedo médio e, com a outra mão,
realiza um golpe rápido de baixo para cima no dedo médio do paciente.
Evoca-se a mesma resposta do sinal de Hoffmann.
Obs: esses sinais podem estar presentes em pessoas saudáveis,
principalmente em mulheres jovens.
• Sinal do platisma de Babinski: paralisia do músculo platisma nas
paralisias faciais. O músculo plastisma é inervado por um ramo cervical
do nervo facial, sendo responsável por tracionar o lábio inferior e o
ângulo bucal, abrindo parcialmente a boca (expressão de horror) e puxar
a pele sobre a clavícula em direção à mandíbula.
• Teste de Rinne: utilizado para avaliar a integridade da audição,
especificamente da condução aérea do som. Coloca-se um diapasão
vibrante sobre o processo mastoide do paciente, solicitando que o
paciente avise assim que parar de escutar a vibração. Quando a vibração
não mais for ouvida, o examinador deve posicionar o diapasão
imediatamente ao lado do ouvido do paciente, que, em condições
normais, deve escutar o som do diapasão. Feito isso, existem os
seguintes cenários:
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1. O paciente nada escuta (teste de Rinne negativo). Isso significa que a
condução aérea (CA) é menor do que a condução óssea (CO) (ou seja, CA
< CO), indicando injúria ao ouvido médio ou externo.
2. O paciente escuta o som do diapasão (teste de Rinne positivo, CA >
CO). Indica que a audição do paciente está íntegra ou que a perda
auditiva têm etiologia neurossensorial (o paciente apresentará
diminuição tanto na CA quanto na CO, mantendo a proporção CA > CO).
Obs: o teste deve ser realizado em ambos os ouvidos.
• Teste de Weber: coloca-se um diapasão vibrante no topo da cabeça do
paciente. O examinador deve perguntar se o paciente está escutando o
som da vibração com a mesma intensidade em ambos os ouvidos. Feito
isso, existem os seguintes cenários:
1. Um paciente com perda auditiva condutiva unilateral deve ouvir o
diapasão com mais intensidade no lado da orelha afetada. Isto acontece
porque o problema de condução mascara o barulho do ambiente da
sala, ao passo que a orelha interna (que funciona normalmente) recebe o
som através dos ossos do crânio, gerando a percepção de que o som se
torna mais intenso na orelha afetada.
2. Um paciente com perda auditiva neurossensorial unilateral escuta o
som mais intensamente na orelha não-afetada, porque a orelha afetada
é menos efetiva em absorver o som mesmo que ele seja transmitido
diretamente por condução óssea para o ouvido interno.
Obs: o teste de Weber é útil para indivíduos que possuem defeitos
auditivos unilaterais, posto que não se pode, por meio desse teste,
confirmar uma audição normal porque não é medida quantitativamente
a sensibilidade ao som. Os defeitos auditivos que afetam ambas as
orelhas igualmente (ex: presbiacusia) irão produzir um resultado
aparentemente normal.
• Prova de Schwabach: estuda a duração da condução óssea em
segundos, comparando-a com a de um ouvido normal. É feita
colocando-se um diapasão vibrante sobre o processo mastoide do
paciente.
• Sinal de Brudzinski: pesquisado por meio da flexão passiva do pescoço
de um paciente em decúbito dorsal. Em casos de irritação meníngea (ex:
meningite, hemorragia subdural, etc.), o paciente irá sentir dor, flexionar
as pernas e impedir a flexão passiva do pescoço.
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• Sinal de Kernig I: pesquisado por meio da flexão passiva do tronco de
um paciente em decúbito dorsal. Apresenta a mesma resposta e o
mesmo valor propedêutico do sinal de Brudzinski.
• Sinal de Kernig II: pesquisado por meio da extensão passiva da perna
de um paciente em decúbito dorsal, com a coxa flexionada sobre o
quadril (formando um ângulo de 90º) e a perna flexionada sobre a coxa
(formando outro ângulo de 90º). Em casos de irritação meníngea,
ocorrerá dor à extensão.
• Sinal de Laségue: pesquisado por meio da flexão passiva da
coxofemoral de um paciente em decúbito dorsal, com a perna em
extensão. Em casos de irritação meníngea, bem como nas radiculopatias
e ciatalgias, ocorre dor à elevação passiva de um dos membros
inferiores do paciente.
• Sinal de Betcherew (Laségue cruzado): pode ocorrer em pacientes com
hérnias de disco intervertebral muito sintomáticas, em que a elevação da
perna sã causa dor na perna afetada.
• Sinal de Bikele: pesquisado por meio da extensão do braço de um
paciente em decúbito dorsal, com o braço em rotação lateral e o
antebraço fletido. Em casos de irritação meníngea, ocorre dor e
resistência à extensão.
• Sinal de Neri: é a flexão do joelho da perna acometida quando se pede
ao paciente que, em posição ortostática, toque o solo com os
quirodáctilos, fletindo apenas o tronco e mantendo os membros
inferiores em extensão. O sinal de Neri está presente em radiculopatias.
• Sinal de Bragard: é pesquisado realizando-se a manobra do sinal de
Laségue com a dorsiflexão passiva do pé, como uma forma de
sensibilizar o sinal de Laségue.
• Sinal de Lhermitte: é a sensação de choques que percorrem a coluna
cervical e dorsal, com irradiação para os membros superiores, e por
vezes até os inferiores quando o paciente realiza a flexão da coluna
cervical. O sinal é inespecífico, denotando apenas acometimento
medular. É um sintoma clássico de esclerose múltipla, mas pode ser
encontrado em diversas condições, como mielite transversa, doença de
Behçet, mielopatia por radiação, deficiência de vitamina B12
(cobalamina), espondilose cervical e má formação de Arnold-Chiari. O
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sinal também pode ser encontrado em pacientes com abstinência de
medicamentos psicotrópicos, como inibidores seletivos da recaptação
de 5-hidroxitriptamina (serotonina), principalmente Paroxetina and
Venlafaxina.
• Sinal de Westphal-Erb: diminuição ou ausência do reflexo patelar. É
 um sinal precoce de tabes dorsalis.
• Teste de Dix-Hallpike (ou de Nylen-Barany): é uma manobra diagnóstica
usada para identificar a vertigem posicional paroxística benigna (VPPB).
A manobra consiste na movimentação da cabeça do paciente de forma a
promover um deslocamento da endolinfa e, conseqüentemente, da
cúpula do canal semicircular posterior. Na manobra de Dix-Hallpike, o
paciente está inicialmente em posição sentada, com a cabeça rodada
lateralmente (direita ou esquerda, conforme o lado a ser testado), em
aproximadamente 45 graus. Com o examinador segurando a cabeça do
paciente, promove-se um brusco e rápido movimento de deitar, em
decúbito dorsal horizontal. Ao ser deitado, por não haver uma fixação
horizontal da cabeça, esta fica pendente para trás, em aproximadamente
30 graus. O paciente fica imobilizado nessa posição, com os olhos
abertos e olhar fixo. Nos portadores de VPPB, ocorre um evidente
nistagmo, alguns segundos após o estímulo (com latência), que dura
menos de 45 segundos (esgotável).
• Convulsão Bravais-Jacksoniana: convulsão epiléptica que se inicia em
um dimídio, podendo ou não se generalizar. Pode afetar um único
membro.
• Coreia de Huntington: é um distúrbio autossômico dominante incurável
associado com perda neuronal, atrofia e astrogliose principalmente do
núcleo caudado e putâmen. Sinais característicos, que se iniciam na
idade adulta (salvo raríssimas exceções), incluem movimentos
involuntários, demência e mudanças comportamentais.
• Coreia de Sydenham: é uma complicação da febre reumática aguda
que, geralmente, afeta crianças e adolescentes de 5 a 15 anos de idade.
Ocorre após uma infecção (não tratada) por estreptococos do grupo A e
um período latente de 1 a 6 meses. Alguns pacientes sofrem de sequelas
neurológicas permanentes.
• Afasia de Broca (afasia motora): ocorre por lesão do giro frontal inferior
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do hemisfério esquerdo. O paciente consegue compreender o que lhe é
dito e consegue realizar leitura passiva, mas é incapaz defalar e escrever
adequadamente, apresentando grande dificuldade.
• Afasia de Wernicke (afasia sensitiva): ocorre por lesão da parte
posterior do giro temporal superior (área 22 de Brodmann). O paciente
não compreende o que lhe é dito e responde com palavras fluentemente
conectadas, mas sem sentido e fora de contexto.
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Exame Osteomioarticular
• Sinal de Froment: é um teste utilizado para avaliar paralisia do nervo
ulnar (C8 - T1), especificamente a ação do músculo adutor do polegar. O
teste avalia o paciente enquanto ele segura uma folha de papel com o
polegar.
• Sinal de Gorlin: é a capacidade de tocar o ápice do nariz com a língua.
Está presente em 10% da população geral e em 50% dos indivíduos com
a síndrome de Ehlers-Danlos (grupo de doenças hereditárias do tecido
conectivo, causadas por síntese defeituosa de colágeno).
• Manobra de Ortolani: utilizada para investigar displasia congênita de
quadril. Consiste na flexão dos membros inferiores seguida de abdução
da coxa. Na existência de uma displasia de quadril, ocorre um estalo.
• Manobra de Barlow: utilizada para investigar displasia congênita de
quadril. É realizada ao se aduzir o quadril (trazendo em direção à linha
média) enquanto se aplica uma pequena pressão sobre o joelho,
direcionando a força posteriormente. Se o quadril é deslocável - ou seja,
se o quadril pode ser deslizado para fora do acetábulo com esta
manobra - o teste é considerado positivo. A manobra de Ortolani é então
usada para confirmar o achado positivo.
• Teste de Finkelstein: é usado para diagnosticar a síndrome de De
Quervain em pessoas que tem dor no pulso. Para realizar o teste, o
examinador segura o polegar do paciente e realiza um desvio ulnar da
mão. Se a dor ocorrer no terço distal do rádio, o teste é indicativo da
síndrome.
• Nódulos de Heberden: é uma manifestação articular provocada pela
osteoartrose ou osteoartrite, gerando um abaulamento que acomete as
articulações interfalangianas distais. É mais comum em mulheres (10 :
1), tendo seu início por volta da quinta década de vida (coincidindo com
as alterações hormonais próprias da menopausa). Frequentemente, o
acometimento de mãos é do tipo bilateral e simétrico. Pode haver
vermelhidão local, dor e edema por períodos variáveis.
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• Nódulos de Bouchard: são nódulos rígidos localizados nas articulações
interfalangianas proximais. Podem ser um sinal de osteoartrite ou, mais
raramente, de artrite reumatoide. Frequentemente observados na
osteoartrite, esses nódulos são causados pela calcificação da cartilagem
articular (osteófitos). Aparecem com menor incidência na artrite
reumatoide, sendo causados, nesse caso, pela deposição de anticorpos
no líquido sinovial.
Obs: na artrite reumatoide, não ocorrem nódulos interfalangianos
distais.
• Teste de Fabere (ou teste de Patrick): é utilizado para a pesquisa de
sacroileíte em pacientes com queixa de lombalgia. O joelho é flexionado
noventa graus para o lado afetado e o maléolo lateral é apoiado sobre o
joelho não-afetado. Segurando a pelve firmemente contra a mesa de
exame, o joelho afetado é empurrado em direção à mesa, uma manobra
que realiza rotação lateral da perna na articulação do quadril. Se houver
dor, o teste é considerado positivo e a sua interpretação depende da
localização da dor. Caso a dor seja em localização posterior e do lado
contrário, uma sacroileíte é mais provável; por outro lado se a dor for
anterior e do mesmo lado, então provavelmente trata-se de lesão da
articulação coxo-femoral.
• Teste de Gaenslen: assim como o teste de Fabere, também é utilizada
para investigar causas musculoesqueléticas de lombalgia. O paciente
deve estar em decúbito dorsal, com o membro inferior a ser testado em
flexão máxima e o outro membro em extensão. A seguir, o examinador
posiciona uma mão na parte anterior da coxa do membro em extensão e
a outra mão sobre o joelho da perna em flexão, pressionando-o de
modo a realizar flexão passiva máxima da articulação coxofemoral. O
teste é positivo quando provoca lombalgia.
• Teste de Schober: é utilizado na pesquisa de espondilite anquilosante
(forma de artrite reumatoide na coluna vertebral). É realizado com o
paciente em posição ortostática. Com o auxílio de uma fita métrica e
uma caneta, marca-se um ponto a 10 cm acima de uma linha que liga as
espinhas ilíacas posterossuperiores. Pede-se ao paciente que realize a
flexão da coluna vertebral. Normalmente, a distância entre a linha e o
ponto (que era de 10 cm) aumenta 5 cm, totalizando 15 cm. Na
espondilite anquilosante, não se observa aumento de 5 cm na distância
entre a linha e o ponto.
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Obs: menor mobilidade da coluna vertebral também pode ser causada
por osteoartrite (artrose), constituindo diagnóstico diferencial.
• Sinal de Tinel: é utilizado para detectar neuropraxias. Realiza-se uma
percussão sobre um nervo para desencadear sensações de
formigamento em sua área de inervação.
• Sinal de Phalen: solicita-se ao paciente que mantenha seus punhos em
flexão completa e forçada (empurrando as superfícies dorsais de ambas
as mãos uma contra a outra) por 30-60 segundos. Essa manobra
aumenta moderadamente a pressão no túnel do carpo e possui o efeito
de comprimir o nervo mediano entre a borda proximal do ligamento
transverso do carpo e a borda anterior da porção distal do rádio. Ao
comprimir o nervo mediano no interior do túnel do carpo, sintomas
característicos (como queimação, pontada ou formigamento no polegar,
indicador, dedo médio e dedo anelar) são considerados sinais positivos
e sugerem uma síndrome do túnel do carpo
• Sinal de Trendelenburg: indica fraqueza da musculatura abdutora do
quadril. É dito positivo se, quando o quadril de um paciente que está de
pé sustentado por somente uma perna, cai para o lado da perna
levantada. A fraqueza é presente no lado da perna em contato com o
chão. Sugere lesão do nervo glúteo superior, que provoca paralisia dos
músculos glúteo médio e mínimo.
• Triângulo de Codman: é um termo usado para descrever a área
triangular de novo osso subperiosteal que é criada quando uma lesão,
frequentemente um tumor, eleva o periósteo para longe do osso. As
principais causas deste sinal são osteossarcoma, sarcoma de Ewing e
abscesso subperiosteal.
• Artropatia de Charcot: a neuro-osteoartropatia (Pé de Charcot), é uma
deformação das articulações secundária a uma disfunção da
sensibilidade proprioceptiva profunda, causada por neuropatia periférica
ou doenças da medula, especialmente na região cervical. As etiologias
mais comuns são a sífilis, o diabete, a condropatia ulceromutilante
familiar e a hanseníase. Há duas teorias para explicar a patogênese: a
mecânica, que fundamenta-se na lesão causada por microtraumas
articulares não percebidos devido a anestesia da articulação; e a
vasculossimpática, que propõe a existência de desordens vegetativas
vasomotoras secundárias a lesão dos centros simpáticos medulares.
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• Artropatia de Jaccoud: é uma artropatia deformante e não erosiva,
caracterizada pelo desvio ulnar (dedos em vendaval) dos quirodáctilos II,
III, IV e V, com subluxação metacarpofalangiana. Foi inicialmente descrita
como uma consequência pós-febre reumática, mas também é observada
em associação com lúpus eritematoso sistêmico e diversas outras
afecções reumáticas e não reumáticas.
• Doença de Paget (óssea): distúrbio benigno, sistêmico, que altera a
velocidade do metabolismo ósseo. A velocidade das ações osteolíticas
(reabsorção) e osteoblásticas (deposição) estão aumentadas, levando à
destruição progressiva dos ossos do organismo, e posterior
reconstrução de um osso desorganizado. A etiologia é obscura.
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Exame Ginecológico
• Mittelschmerz: não é um epônimo, e sim um termo alemão que
significa "dor no meio", pois é uma dor que ocorre durante a ovulação,
ou seja, no meio do ciclo menstrual. Geralmente, é uma dor unilateral
que ocorre na pelve ou no andar inferior do abdome, de inicio súbitoe
que se atenua em algumas horas, embora possa durar até dois dias.
Durante a liberação do folículo maduro, pequenas quantidades de fluido
e sangue podem levar à irritação do peritôneo que circunda o ovário,
provocando a mittelschmerz.
• Processo de Spence: é a porção da glândula mamária que se insinua
em direção à linha axilar anterior. Possui densidade elevada de tecido
mamário, sendo sítio frequente de neoplasias.
• Ligamentos de Cooper: aponeurose que age como ligamento
suspensor da mama.
• Doença de Paget (da mama): lesão eritemato-descamativa que atinge a
papila e a aréola do mamilo, estendendo-se para a região periareolar e
dando à mama um aspecto de casca de laranja (peau d'orange). A lesão
elementar secundária mais característica é a crosta. Ainda pode-se
observar eritema, pele espessada, áspera e rugosa. Aproximadamente 50
% dos casos de doença de Paget ocorrem com massa palpável, quando,
frequentemente, a doença está associada a um carcinoma infiltrante.
Nesses casos, tem sido relatado comprometimento axilar em 45 a 66%.
Nos casos sem nódulo palpável, observa-se associação com carcinoma
ductal in situ em aproximadamente 90% dos casos.
• Fundo de saco de Douglas: espaço existente entre o colo do útero e as
paredes vaginais, constituídos pelos fórnices anterior, posterior, lateral
direito e lateral esquerdo.
• Trompas de Falópio: também conhecidas como tubas uterinas,
são tubos contráteis, medindo cerca de 10 cm, que se estendem do
ângulo súpero-lateral do útero para os lados da pelve, estando
suspensas pelas mesossalpinges (pregas peritoneais). As tubas uterinas
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transportam os óvulos que romperam a superfície do ovário até a
cavidade do útero. Por elas passam em direção oposta os
espermatozoides e é onde, habitualmente, ocorre a fecundação. As tubas
uterinas estão subdivididas em quatro partes: uterina, istmo, ampola e
infundíbulo.
• Glândulas de Skene: também conhecidas como glândulas parauretrais
ou "próstata feminina", apresentam ductos parauretrais que
desembocam bilateralmente à abertura da uretra. Secretam um fluido
de composição química algo semelhante à secreção da próstata
masculina e, em algumas mulheres, possibilita a ejaculação feminina. 
• Glândulas de Bartholin: são um par glândulas racemosas compostas,
do tamanho de ervilhas, que desembocam nas regiões posteroinferiores
do vestíbulo da vagina, lateralmente à esquerda e à direita. São análogas
às glândulas bulbouretrais masculinas e secretam um fluido que
lubrifica o vestíbulo da vagina durante o ato sexual.
• Grânulos de Fordyce: são glândulas sebáceas ectópicas na face interna
dos pequenos lábios, formando pápulas amareladas indolores. São mais
comumente encontradas na mucosa oral e sobre o lábio superior, além
de também poderem estar presentes no pênis. Não estão associadas ao
folículo piloso e seu duto se abre diretamente na superfície da pele.
Quando trazem prejuízo estético ao paciente, pode-se utilizar ablasão
com laser CO2 como forma de tratamento.
• Ponto de Gräfenberg (ponto 'G'): acredita-se que seja uma área erógena
da mulher, localizada de 5 a 7 cm do introito, na parede vaginal anterior.
Quando estimulada, pode provocar intensa excitação sexual, orgasmos
vigorosos e ejaculação feminina. A literatura apresenta grande discórdia
quanto a localização, estrutura, definição e mesmo quanto a existência
do ponto G. Um amplo estudo realizado em 2009 na Inglaterra concluiu
que a existência do ponto G é improvável e subjetiva, sendo largamente
baseada em questionários, experiências pessoais e evidências
anedóticas de pouco valor científico.
• Espéculo de Collins: espéculo vaginal utilizado para afastar as paredes
vaginais e permitir a visualização da genitália interna no exame
ginecológico. É composto por duas valvas articuladas, uma presilha em
forma de borboleta e é disponibilizado, geralmente, em três tamanhos. 
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• Esfregaço de Papanicolaou: realiza-se coleta tríplice de amostras
(parede vaginal posterior, ectocérvice e endocérvice). As amostras da
parede vaginal posterior e a ectocérvice são coletadas com a espátula de
Ayre, ao passo que a amostra da endocérvice é coletada com a escova
endocervical (cytobrush). O material é depositado na lâmina e o líquido
fixador é borrifado a uma distância de 20-25 cm, segundo os parâmetros
propostos pelo sistema de Bethesda. O objetivo primordial desse exame
é a prevenção do câncer ginecológico por meio de pesquisa ao
microscópio óptico de células suspeitas de neoplasia.
• Teste de Schiller: cora-se o colo uterino com solução de lugol à base de
iodo. O lugol cora o glicogênio intracelular. O epitélio escamoso se cora
intensamente (pois apresenta alto teor de glicogênio) e o epitélio
glandular moderadamente. Células que estão em replicação intensa não
atingem valores de glicogênio intracelular normais, sendo fracamente
coradas. Áreas não coradas tornam o resultado do teste positivo e
sugerem lesões em que há replicação celular acelerada, característica de
infecções por HPV e neoplasias. Estas pacientes devem ser
encaminhadas para avaliação complementar.
• Manobra de Weibel: utilizada para avaliar se um tumor é anexial ou
uterino. Baseia-se em observar a mobilidade do colo do útero quando se
movimenta o tumor pelo abdome. Obviamente o tumor de origem
uterina, quando mobilizado, modificará a posição do colo.
• Manobra de Hegar: tem o mesmo preceito da manobra de Weibel.
Mobiliza-se o tumor após colocar uma pinça de Pozzi no colo do útero e
sua movimentação permite inferir a localização do tumor
• Exercícios de Kegel: exercícios físicos que têm como finalidade
fortalecer o músculo pubococcígeo. Estes exercícios consistem na
contração e relaxamento dos músculos que controlam a micção. O
objetivo é restaurar o tônus muscular e a força dos músculos, de modo a
prevenir ou reduzir problemas do assoalho pélvico e aumentar a
gratificação sexual. Os exercícios de Kegel são tidos como um bom meio
para tratar o prolapso vaginal e prevenir o prolapso uterino nas
mulheres, podendo também servir como medida terapêutica para a
incontinência urinária, tanto nos homens como nas mulheres.
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Exame Obstétrico
• Sinal de Chadwick (ou sinal de Jacquemier): é um amolecimento e
descoloração azulada do cérvice, vagina e vulva, causados por congestão
venosa. Este sinal pode ser observado 6-8 semanas após a concepção, e
geralmente é usado como um sinal precoce de gravidez.
• Sinal de Goodell: é o amolecimento do colo do útero e da vagina,
sendo geralmente um sinal indicador de gravidez.
• Sinal de Halban: pode surgir devido à intensificação da nutrição dos
folículos pilosos em função das alterações hormonais inerentes à
gravidez, levando ao aparecimento de pelos finos e macios (lanugem),
geralmente na face e/ou couro cabeludo
• Rede de Haller: em resposta às alterações hormonais inerentes à
gravidez, a vascularização das mamas se torna mais rica, formando um
padrão reticular visível sob a pele, denominado rede de Haller. Além
disso, a distensão das mamas pelo crescimento do parênquima das
glândulas mamárias e o edema de pequena monta provocado pela
progesterona colaboram para tornar a rede de Haller mais visível.
• Sinal de Hegar: com 6 a 8 semanas de gravidez, o útero adquire
consistência elástica e amolecida, principalmente na região istmo do
cérvice, o que permite que ele seja fletido sobre o colo uterino quando
examinado simultaneamente pela palpação suprapúbica e pelo toque
vaginal (palpação bimanual). Tem-se a sensação de que o corpo do útero
está separado do cérvice.
• Sinal de Hunter: aparecimento de uma aréola secundária nas mamas,
que surge com a gravidez.
• Sinal de Kluge: coloração violácea da mucosa vaginal, em função da
congestão vascular.
• Sinal de Nobile-Budin: ao exame bidigital do fundo de de Douglas,
pode-se perceber que os fórnices laterais estão ocupados pelo útero
gravídico, que assumiu forma globosa.
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• Sinal de Osiander: pelo

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