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Resumo geral_ Habilidades Clínicas - P2

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Clínicas - P2
SINAIS VITAIS
Aspecto Geral
(Bom - Regular - Ruim)
Inspeção: higiene, orientação do tempo e espaço,
estado de alerta, aspecto de emagrecimento, palidez,
fácies de doenças crônicas, coloração, fala e
linguagem, marcha, hidratação (sede, pele e mucosas
secas, olhos afundados e hipotônicos, fontanelas
deprimidas)
Avaliação Antropométrica
Aferição da altura: em balança com estadiômetro ou
fita métrica extensível.
➔ Pontos anatômicos que devem estar próximos à
parede/estadiômetro: calcanhares, panturrilha,
glúteos, escápulas e ombros.
➔ Os joelhos devem estar esticados, os pés juntos e
os braços estendidos
➔ Cabeça erguida formando um ângulo de 90°
➔ Olhos mirando o horizonte
➔ O estadiamento deve ser abaixado até a altura do
cabelo (sem adornos)
Obs: Em crianças com menos de 2 anos deve ser
medida deitada com uma régua
Peso Corporal:
➔ Balança mecânica tipo plataforma digital
➔ A balança deve ser calibrada antes
➔ Paciente descalço, com menor quantidade
possível de roupa e com os braços ao longo do
corpo.
➔ O avaliador deve estar a frente da balança e a
esquerda do paciente
Índice de Massa Corporal (IMC):indica o estado
nutricional. OBS: Não separa músculo de gordura!
IMC = PESO ATUAL (kg) / ALTURA² (M)
Circunferência da Cintura
➔ Diagnóstico da obesidade abdominal
➔ Reflete a gordura visceral
Semiotécnica: determinada com uma fita métrica
inextensível em cm, posicionada no ponto entre a
última costela e a crista ilíaca, sem fazer pressão, em
plano horizontal.
Temperatura Corporal
➔ Axilar: 35,5 a 37°
➔ Bucal: 36 a 37,4°
➔ Retal: 36 a 37,5°
Ritmo e Frequência Respiratória
Sucessão regular de movimentos respiratórios +
amplitude de profundidade mais ou menos igual =
ritmo e frequência respiratórios normais.
Valor de referência: 16 a 20 rpm (respirações por
minuto) -EUPNEIA
Possui variações: Crianças 0 a 2 meses= 60 rpm / 2
meses a 1 ano= 50 rpm / 1 ano= 40 rpm.
Taquipneia: FR acima de 20rpm;
Bradipneia: FR abaixo de 16rpm;
Eupneia: sucessão regular de movimentos
respiratórios;
Dispneia: movimentos respiratórios amplos e
desconfortáveis para o paciente;
Ortopneia: dificuldade para respirar deitado.
´´Orientar o paciente quanto ao procedimento →
(não se deve contar ao paciente que sua FR está
sendo verificada, uma vez que inconscientemente
alteramos o nosso padrão respiratório) → colocar o
paciente em decúbito dorsal e com o tórax e o
abdome descobertos → Observar os ciclos
respiratórios e contar durante 1 minuto inteiro →
anotar → lavar as mãos´´
RITMO E FREQUÊNCIA DO PULSO
Déficit de pulso: número de pulsações menor que a
FC – fibrilação atrial e extrassístolia.
O ritmo é verificado pela sequência das pulsações,
diferenciando-se em:
1. Pulso regular:pulsações ocorrem em intervalos
iguais;
2. Pulso irregular:intervalo entre as pulsações ora são
mais longos, ora são mais curtos.
Normacardia: 60-100 pulsações por minuto.
Taquicardia: acima de 100 pulsações por minuto
(causas: exercícios físicos, emoções, e fibrilação
atrial);
Bradicardia: abaixo de 60 pulsações por minuto
(causas: bloqueio atrioventrincular, icterícia e
infecções virais).
FREQUÊNCIA DE PULSO = FREQUÊNCIA CARDÍACA
USAR O PULSO RADIAL OU AUSCULTA CARDÍACA
Em geral, faz-se a análise usando o pulso radial. Mas
pode usar também o carotídeo (em situações de
emergência) e mais raramente o pulso femoral.
OBS. O pulso periférico desaparece quando a
pressão sanguínea ou a tensão arterial é baixa (por
exemplo, em um desmaio).
Se o ponto onde tomamos o pulso estiver afastado do
coração, estamos a tomar um pulso periférico (por
exemplo, o pulso radial). Se a zona onde tomamos o
pulso estiver próxima do coração, o pulso é central
(por exemplo, o pulso carotídeo).
POR AUSCULTA CARDÍACA
1. Lavar as mãos
2. Colocar o paciente em posição confortável e
orientá-lo quanto ao exame.
3. Identificação e palpação do pulso carotídeo
(artéria carótida comum):
4. Colocar as olivas do estetoscópio nas orelhas, com
o côncavo da curvatura voltada para frente;
5. Posicionar a campânula do estetoscópio
suavemente sobre o ictus cordis evitando
compressão excessiva;
6. Palpar o pulso corotídeo concomitantemente e
atentarse para a ausculta de B1, B2 e dos silêncios.
Observe que B1 coincide com o pulso carotídeo.
7. Contar os ciclos durante um minuto;
8. Lavar as mãos ao término
POR PALPAÇÃO DO ICTUS CORDIS
1.Lavar as mãos;
2. Colocar o paciente em posição confortável e
orientá-lo quanto ao exame;
3. Identifique o local do íctus cordis;
4. Informe ao paciente que você irá palpar o coração
(região do Íctus cordis);
5. Coloque a região central da sua palma na região,
que é a única que deverá ter contato com a pele da
região. Os seus dedos deverão estar em
hiperextensão;
6. Cada impulsão do íctus corresponde a uma sístole.
Contar o número de sístoles durante um minuto;
7. Lavar as mãos ao término.
Métodos para aferir a pressão arterial:
A) Direto –Fornece a pressão direta ou intra-arterial.
Por ser um procedimento
invasivo e exigir equipamento mais sofisticado, é
reservado para pesquisa.
B) Indireto –Rotineiramente , utiliza-se a técnica
auscultatória-palpatória. Apesar
de relativamente imprecisa , todos os dados clínicos
atuais e os estudos
populacionais que relacionam mortalidade ou
morbidade pela hipertensão arterial
foram obtidos por este método.
Quando se utiliza a técnica palpatória, REGISTRA-SE
APENAS A PRESSÃO
SISTÓLICA.
Cumpre ressaltar que a pressão diastólica obtida
pelo método indireto é menor do que a diastólica no
interior da artéria.
Recomendações:
→Repouso mínimo de três minutos,
colocando o paciente em várias posições;
→Localizar corretamente as pulsações
da artéria braquial, colocar o manguito e
o receptor do estetoscópio na posição
correta (nunca debaixo do manguito);
→Inflar o manguito até o
desaparecimento do pulso radial, soltar o
ar de maneira contínua;
PROCEDIMENTO:
1. Localizar as pulsações da artéria braquial.
2. Colocar o manguito 2 cm acima da fossa cubital.
3. Palpar o pulso radial (pode também ser feito na
artéria braquial).
4. Inflar o manguito até o desaparecimento do pulso
radial; em seguida , desinsuflar o manguito
lentamente. Quando desaparecer o pulso, será
obtido o valor da pressão sistólica.
5. Colocar o estetoscópio sobre a artéria braquial e
insuflar o manguito cerca de 30 mmHg acima do
valor encontrado para a pressão sistólica pelo
método palpatório.
6. Soltar o ar, de maneira contínua , à razão de 2 a 3
mmHg/segundo, até o completo esvaziamento da
câmara.
CABEÇA E PESCOÇO
Tireoide
Inspeção geral: hiperemia (indica infecção), edemas,
exoftalmia (olho arregalado), abaulamentos e
ondulações, bócios, linfoedemas associados
Palpação: Temperatura, tamanho (volume
maior/menor), superfície (nódulo ou bócio
multinodular), consistência (fibroelástica ou
endurecida), dor, mobilidade e temperatura.
Ausculta:
Em caso de tireotoxicose: aumento de hormônios =>
aumento da vascularização => Causa sopros
Técnicas
➔ Palpação anterior- realizada com as faces ventrais
e as polpas digitais dos dedos médios, indicador e
polegar
➔ Palpação posterior - paciente sentado, examinador
em pé atrás, polegares fixos na nuca com as pontas
dos indicadores e médios quase se tocando na
linha mediana (empurra um lobo para examinar o
outro)
➔ Avaliação dinâmica - pedir para o paciente deglutir
a fim de avaliar a mobilidade da glândula
Obs: primeiro de um lado e depois do outro, sempre
comparar, não palpar os dois de uma vez.
cada lobo deve ter o tamanho de 1 polpa digital
Sinal de Pemberton (rosto vermelho na manobra)
Manobra de Pemberton:pedir para que o paciente
levante os dois braços e analisar se existe
congestão facial. Se a face ficar vermelha e
inchada, significa que a tireoide está
comprimindo as veias faciais.
Hipertireoidismo: nervosismo,
emagrecimento, intolerância
ao calor, sudorese,
palpitações, diarreia,
taquicardia, hipertensão
sistólica, pele quente, lisa e
úmida, tremor, exoftalmia e
fácies basedowiana.
Hipotireoidismo: cansaço,
letargia, aumento de peso,
intolerância aofrio,
constipação intestinal,
bradicardia, redução da
pressão sistólica e aumento
da diastólica, bulhas
cardíacas abafadas, pele
seca, áspera e fria,
sonolência, síndrome do
túnel do carpo, neuropatia
periférica, edema periorbitário e fácies mixedematosa.
Linfonodos
Linfonodos cervicais anteriores: drena laringe,
orofaringe, pescoço anterior e língua.
Linfonodos cervicais posteriores: drena pescoço,
couro cabelo e pele do tórax. Linfonodos occipitais:
drenam pescoço e couro cabeludo.
Linfonodos bucais: drenam a zona intermediária da
face.
Linfonodos submandibulares: drenam cavidade oral.
Linfonodos retroauriculares: drenam o couro
cabeludo.
Linfonodos pré-auriculares e parotídeos: drenam
glândulas parótidas, bochechas, couro cabeludo,
porção superior da face e região tempora
Linfonodos axilares: drenam mama, extremidade
superior da parte torácica.
Linfonodos epitrocleanos: drenam forame ulnar, as
mãos.
Linfonodos infraclaviculares: drenam mama e braço.
Linfonodos das virilhas: são os linfonodos inguinais.
Linfonodos poplíteos;
Palpação: realizada com as polpas digitais e a face
ventral dos dedos médio, indicador e polegar, no
caso da extremidade cervical, ajusta-se a cabeça em
uma posição que relaxe os músculos do pescoço,
inclinando levemente a cabeça para o lado que
deseja examinar.
➔ LINFONODOS CERVICOFACIAIS NÍVEL 1:Polpas
digitais da mão direita no nível 1. E no nível 5 com a
mão esquerda segura a cabeça do paciente usando
as polpas digitais da mão direita para fazer
movimentos circulares na região que corresponde
aos linfonodos.
➔ LINFONODOS CERVICOFACIAIS NÍVEL 3:São os da
cadeia jugular, apreende-se o músculo
esternocleidomastóideo entre o polegar e os dedos
indicador e médio de uma das mãos.
➔ POR COMPRESSÃO BIODIGITAL:É a palpação dos
linfonodos, cadeias bucal, parótidea, préauricular,
retroauriciular e occipital. Executa-se movimentos
giratórios. Utiliza-se dedo indicador e médio.
Localização: em relação ao grupo ganglionar.
Tamanho ou volume: 0,5 a 2,5cm de diâmetro.
Coalescência: se juntam dois ou mais linfonodos
em uma massa. Fruto de processos inflamatório ou
neoplásico.
Consistência: endurecido, amolecido, com
flutuação (normal: elásticos).
Mobilidade: através da palpação deslizante;
Sensibilidade: doloroso ou não.
Alterações da pele: presença de sinais flogísticos
(edema, calor, rubor e dor) e presença de
fistulização.
Processo
inflamatório
(Adenites): sinais
flogísticos da pele
circunjacente,
associados a
sensibilidade
aumentada em
relação a um
linfonodo aumentado e aderido aos planos
superficiais.
Micose ou
tuberculose:
constatação de
fístulas
Linfomas ou leucoses: linfonodos muito volumosos
Neoplasia maligna: linfonodos duros e fixos, e
coalescentes (junção de 1 ou +)
TÓRAX
Regiões Torácicas
Região supraclavicular: é a área delimitada pela
borda superior da clavícula, pelo prolongamento
cervical da linha esternal e pela borda superior do
trapézio
Região clavicular: corresponde à área de projeção
superficial da clavícula
Região infraclavicular: compreende a área delimitada
pela borda inferior da clavícula, pela borda anterior
do deltoide, por uma linha horizontal traçada a partir
da 3a articulação condroesternal e pela borda do
esterno
Região mamária: seu limite superior corresponde ao
limite inferior da região infraclavicular. Os limites
laterais são as linhas axilares anteriores e a linha
esternal. O limite inferior é demarcado por uma linha
horizontal que parte da 6a articulação condroesternal
Região inframamária: é circunscrita pela linha
horizontal que passa pela 6a articulação
condroesternal, pela reborda costal e pela linha axilar
anterior
Região supraesternal: o limite superior são os
primeiros anéis da traqueia; o inferior, a fúrcula
esternal e os laterais, as bordas internas dos
músculos esternocleidomastóideos
Região esternal superior: o limite superior é a fúrcula
esternal; o inferior, uma linha transversa que passa
pela 3a articulação condroesternal e os laterais são
as linhas esternais
Região esternal inferior: compreendida entre a linha
transversal que passa pela 3a articulação
condroesternal e o apêndice xifoide
Região axilar: limitada pelo côncavo axilar, pelas
linhas axilares anterior e posterior e pelo
prolongamento da linha horizontal que passa pela 6a
articulação condroesternal
Região infra-axilar: compreende desde o limite
inferior da região axilar até a reborda costal, tendo
como limites laterais as linhas axilares anterior e
posterior
Região supraescapular: esta região apresenta forma
triangular; cujo limite superior é a borda superior do
trapézio; o inferior, a borda superior da omoplata e
seu prolongamento até a coluna vertebral; o limite
interno é a linha medioespinal
Região supraespinhosa: corresponde à fossa
supraespinhosa
Região infraespinhosa: corresponde à fossa
infraespinhosa
Região infraescapular: seu limite superior é uma linha
horizontal traçada pela ponta inferior da escápula
até a linha medioespinal, a qual faz o limite interno. O
limite inferior é o próprio limite inferior do tórax.
Lateralmente, vai até a linha axilar posterior
Região interescapulovertebral: área compreendida
entre a borda interna da escápula e a linha
medioespinal.
EXAME DAS MAMAS
Mama Feminina:A superfície das mamas é lisa,
sendo visível a rede venosa superficial. O mamilo
situa-se no centro da aréola. Ambos são
pigmentados. Na aréola encontram-se pequenas
elevações que são os tubérculos de Montgomery. As
mamas são constituídas, além da pele e do tecido
celular subcutâneo que a recobrem, da cápsula
superficial da fáscia, ácinos mamários onde o leite é
produzido, ductos, dúctulos, seio e óstio do ducto,
glândulas areolares, tecidos conjuntivo e adiposo. A
cápsula profunda da fáscia separa o espaço
retromamário dos músculos peitorais.
Mama Masculina:é rudimentar, com aréola e mamilo
de menores proporções. Na adolescência, costuma
haver um transitório desenvolvimento dessas
glândulas.
Divisão das mamas:
Drenagem Linfática:
➔ 75% = Linfonodos Axilares
➔ 15% = Linfonodos infraclaviculares,
supraclaviculares e paraesternais
Pele: coloração e se há ou não retrações ou edema. O
aspecto de casca de laranja e a retração da pele são
sinais importantes para o diagnóstico das neoplasias
malignas. Os processos inflamatórios (mastite)
denunciam-se na superfície do órgão por meio dos
clássicos sinais flogísticos (calor, rubor, edema e dor).
Na região dos mamilos devem-se procurar erosões,
crostas e descamação.
Tamanho, forma e simetria: São analisados
comparando-se uma mama com a outra.
Protuberâncias: anotar localização, usando-se como
referência a divisão em quadrantes, tamanho, forma,
contorno, consistência, mobilidade e sensibilidade.
Posição dos mamilos: É analisada pela comparação
de um lado com o outro
Secreção: A secreção, espontânea ou provocada pela
expressão da glândula mamária, merece
investigação minuciosa, anotando-se as
características da substância encontrada. Secreção
láctea sem relação com gestação e lactação prévias
é denominada galactorreia não puerperal. As
principais causas são hormonais e farmacológicas.
Secreção não láctea unilateral sugere doença
mamária local, que pode ser benigna ou maligna.
Sensibilidade: definir se a dor é espontânea ou se só
aparece quando se faz a palpação do órgão
Contextura e consistência: variam com idade, número
de gestações e fase do ciclo menstrual. Em condições
normais, a consistência é firme e podem ser
reconhecidos os lóbulos glandulares.
Alterações do parênquima mamário: áreas de
condensação e os nódulos.
Áreas de condensação: apresentam consistência
mais firme em relação ao parênquima mamário
circunjacente (displasias mamárias)
Semiotécnica
➔ Paciente deve estar sentada na mesa de exame,
com braços rentes ao tórax, vestida apenas com um
avental aberto na frente e recebendo luz em
incidência oblíqua.
➔ Inspeção Estática:em por objetivo analisar a
simetria, o trofismo, as dimensões e a forma das
mamas, das papilas e das aréolas e se há
alterações da superfície representadas por
depressões, abaulamentos,retrações da superfície
mamária ou da papila.
➔ Inspeção Dinâmica:realizada por meio de duas
manobras: levantamento dos braços para aumentar
a tensão dos ligamentos suspensores e contração
dos músculos peitorais. Essas manobras revelam ou
acentuam retrações, abaulamentos, tumores,
alterações papilares e areolares. Tais alterações
ocorrem, em geral, nos tumores malignos
avançados da mama, sendo menos frequentes nos
benignos.
➔ Palpação: deve ser iniciada pela mama
supostamente normal. Cada mama deve ser
palpada com a mão oposta, devendo o examinador
pousar a outra mão sobre o ombro oposto da
paciente, ou seja, com a mão direita palpa-se a
mama esquerda e com a esquerda palpa-se a
direita.
Primeira etapa (paciente sentada)
1. Inicia-se a palpação de forma global, tomando-se a
mama à altura da papila com a mão espalmada,
procurando conter toda a glândula na palma da
mão
2. Palpação por quadrantes: exame, então, é feito com
a face palmar dos dedos juntos, que percorrem
quadrante por quadrante.
3. Manobra de Bloodgood(palpação digital)
4. Essas manobras podem ser feitas por quadrante,
como foi assinalado, ou também de maneira
“radiada”, isto é, partindo da papila mamária no
sentido das regiões periféricas.
5. Palpação dos linfonodos: toma-se o braço da
paciente com a mão homóloga do examinador –
mão direita do examinador/braço direito da
paciente –, que é mantido em posição horizontal e
apoiado sobre o braço do examinador, de modo a
deixar livre o acesso ao oco axilar.
6. Palpa-se a axila com a mão oposta, aprofundando-a
tanto quanto possível à procura de linfonodos
eventualmente aumentados. Procede-se da mesma
maneira no outro lado. Em seguida, examinam-se as
regiões infraclaviculares, as fossas
supraclaviculares e as regiões laterais do pescoço.
Segunda etapa (paciente deitada)
1. A paciente em decúbito dorsal com as mãos
cruzadas atrás da nuca, estando as mamas
descobertas.
2. O examinador posiciona-se atrás da sua cabeça,
palpando cada mama com a mão homóloga ao lado
que examina (devido ao achatamento da mama
sobre o gradil costal, nesta posição evidenciam-se
melhor os tumores pequenos ou de localização mais
profunda)
3. Completa-se o exame com a expressão das papilas
mamárias, que deve ser realizada com os dedos e
por quadrante, procurando localizar pelo tato o
ducto do qual se obteve secreção. O aspecto da
secreção varia de citrino claro ao francamente
sanguinolento. Esfregaços feitos com este material
podem fornecer informações preciosas para o
diagnóstico de diversas enfermidades. As
secreções esverdeadas e sanguinolentas costumam
indicar doença dos ductos mamários, tais como
papilomas ou carcinomas intraductais.
EXAME DOS PULMÕES
O paciente deve sentar-se em uma banqueta, na
mesa de exame ou no próprio leito. O examinador fica
de pé, movimentando-se ao seu redor.
Semiotécnica compreende: inspeção, palpação,
percussão e ausculta.
INSPEÇÃO
Inspeção estática: forma do tórax + presença ou
ausência de abaulamentos e depressões.
Inspeção dinâmica: tipo respiratório, o ritmo e a
frequência da respiração, a amplitude dos
movimentos respiratórios, a presença ou não de
tiragem e a expansibilidade dos pulmões.
➔ Chato: normal (escápulas sobressaem)
➔ Tonel: tórax em barril (enfisema pulmonar
➔ Cifótico: encurvamento posterior (tuberculose)
➔ Infundibuliforme (pectus excavatum): tórax em funil,
depressão no terço inferior do esterno (raquitismo)
➔ Cariniforme (pectus carinatum): tórax de pombo
(raquitismo)
Sulcos de Harrison
e rosário raquítico:
São deformações
das costelas
determinadas pelo
raquitismo. As
próprias
denominações –
sulcos e rosários –
indicam o aspecto dessas anormalidades.
TIPO RESPIRATÓRIO
Condições normais:
➔ Costal Superior: em condições normais.
Deslocam parte superior do tórax para cima e
para frente;
➔ Toraco Abdominal: musculatura diafragmática.
RITMO RESPIRATÓRIO
Respiração Dispneica (dispineia):sucessão regular
de movimentos respiratórios amplos e quase sempre
desconfortáveis para o paciente (insuficiência
cardíaca, enfisema pulmonar, bronquite, pneumonias,
atelectasia, pneumotórax, derrame pleural e anemias
graves )
Platipneia: é a dificuldade para respirar em posição
ereta, que se alivia na posição deitada; ou seja, é o
contrário da dispneia de decúbito. Pode ocorrer após
pneumectomia
◗ Ortopneia: é a dificuldade para respirar mesmo na
posição deitada
◗ Trepopneia: é a condição na qual o paciente se
sente mais confortável para respirar em decúbito
lateral. Pode ocorrer na insuficiência cardíaca
congestiva e no derrame pleural
◗ Respiração de Cheyne-Stokes: também chamada
dispneia periódica, uma vez que o paciente
apresenta, de modo cíclico, incursões respiratórias
que vão se tornando cada vez mais profundas até
atingirem uma amplitude máxima; neste momento, os
movimentos começam a diminuir gradativamente,
podendo ocorrer apneia; se isso acontece, o paciente
permanece sem respirar alguns segundos, ao fim dos
quais repete-se a mesma sequência; e, assim,
sucessivamente
Respiração de Biot: caracteriza-se fundamentalmente
pela ocorrência de períodos de apneia que
interrompem a sequência das incursões
respiratórias. Há também nítidas variações na
amplitude dos movimentos torácicos, observando-se
uma verdadeira arritmia respiratória (meningite,
neoplasias,hematoma extradural, indica mau
prognóstico)
Respiração de Kussmaul (peixe fora d´agua): a
principal característica deste ritmo respiratório são
as amplas e rápidas inspirações interrompidas por
curtos períodos de apneia após as quais ocorrem
expirações profundas e ruidosas, que, por sua vez,
são sucedidas por pequenas pausas de apneia
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA
PALPAÇÃO
Estrutura da parede torácica: pele, tecido
subcutâneo, músculos, cartilagens e ossos.
Expansibilidade ou motilidade:
Manobras de expansibilidade:
Ápices: o examinador se posiciona atrás do paciente,
pousando ambas as mãos sobre as regiões que
correspondem aos ápices pulmonares, de tal modo
que os polegares se toquem levemente, em ângulo
quase reto, no nível da vértebra proeminente. Os
demais dedos do examinador, justapostos e
semifletidos, exercem leve pressão sobre o tórax.
Solicita-se, então, ao paciente que respire mais
fundo, e, enquanto isso, o examinador observa a
movimentação de suas mãos.
Bases: O examinador atrás do paciente, de pé ou
sentado. Seus polegares devem estar próximos ou
mesmo juntos na altura das apófises espinhosas da
9a ou 10a vértebra torácica, enquanto a palma da
mão e a face ventral dos dedos, estendidos e
justapostos, devem abarcar o máximo da área
correspondente às bases pulmonares. Os dedos bem
aderidos à parede torácica de tal modo que a
movimentação dessa região leve consigo a mão do
examinador. Analisa-se a mobilidade das bases
pulmonares durante a respiração tranquila e também
após algumas incursões respiratórias profundas. A
amplitude da movimentação das mãos do
examinador indica o grau de expansibilidade dos
lobos inferiores dos pulmões.
Diminuição da expansibilidade:
➔ Unilateral: localização apical traduz processo
infeccioso ou cicatricial do ápice pulmonar; basal
ocorre no derrame pleural, nas hepatomegalias e
nas esplenomegalias; difusa no pneumotórax, no
hidrotórax, na atelectasia, na pleurodinia e no
traumatismo torácico
➔ Bilateral: localizado nos ápices indica processo
infeccioso ou cicatricial; basal, gravidez, ascite,
obesidade grave e derrame pleural bilateral;
difusa, enfisema pulmonar, esclerodermia e
senilidade.
FRÊMITO TORACOVOCAL
Vibrações percebidas pela mão do examinador
quando o paciente emite algum som
Semiotécnica: O examinador coloca as mãos no tórax
e pede pro paciente pronunciar 33, ao mesmo tempo,
as mãos seguem toda a extensão da parede torácica
(face anterior, lateral e posterior)
As regiões homólogas devem ser comparadas
Observar: as variações da
intensidade do frêmito
toracovocal que sofre
alterações por fatores
extrapulmonares (mais fraco
em mulheres pelo timbre da
voz e pessoas com a parede
espessa por hipertrofia
muscular ou aumento do
panículoadiposo)
➔ Aumento do FTV: consolidaçãode uma área
pulmonar (pneumonia, infarto pulmonar)
➔ Diminuição ou desaparecimento do FTV:
anormalidade que impede a transmissão das
ondas sonoras originadas na laringe (derrame
pleural, espessamento da pleura, atelectasia por
oclusão brônquica, pneumotórax e enfisema)
PERCUSSÃO
Face anterior e lateral: paciente sentado ou deitado
Face posterior: apenas sentado
Faces laterais: paciente com as mãos na cabeça
Percussão digito digital: se atentar ao ruído
provocado pelo golpe e resistencia oferecida pelo
dedo plexímetro. (macicez - maior resistência,
hipersonoridade|timpanismo - menor resistência)
➔ Iniciar pela face anterior, de cima para baixo e
golpeando ora de um lado, ora do outro, em pontos
simétricos. Depois passa para as regiões laterais.
Finaliza com a parte posterior.
Obs:
➔ Na área de projeção do coração, do fígado e do
baço obtém-se, à percussão, som maciço ou
submaciço
➔ Na área de projeção de fundo do estômago –
espaço de Traube –, obtém-se som timpânico,
semelhante ao obtido quando se percute um
tambor
➔ Nas demais regiões, encontra-se sonoridade
pulmonar ou som claro pulmonar, também
denominado som claro atimpânico
Alterações de percussão do tórax:
Hipersonoridade Pulmonar:nota de percussão está
mais clara e mais intensa (Indica aumento de ar nos
alvéolos pulmonares)
Submacicez (ar em quantidade restrita) e macicez
(sem ar – fígado): diminui ou desaparece a
sonoridade pulmonar, indicando redução ou
inexistência de ar no interior dos alvéolos.
Som timpânico: o ar vai estar aprisionado no espaço
pleural (pneumotórax) ou em uma grande cavidade
intrapulmonar (caverna tuberculosa).
AUSCULTA
Semiotécnica e sons pleuropulmonares
➔ O paciente deve estar, preferencialmente, sentado,
com o tórax total ou parcialmente descoberto.
➔ Não colocar o receptor do estetoscópio sobre
qualquer tipo de roupa
➔ solicitar ao paciente que respire um pouco mais
profundamente com os lábios entreabertos
➔ Quando o paciente está impossibilitado de se sentar,
faz-se o exame nos decúbitos dorsal e lateral
➔ O receptor mais adequado é o de diafragma
Sons normais
Som traqueal e respiração brônquica: inspiratório
com ruído soproso + expiratório mais forte e mais
prolongado.
Murmúrio vesicular: componente inspiratório mais
intenso, duradouro e de tom mais alto. São ruídos
respiratórios ouvidos na maior parte do tórax são
produzidos pela turbulência do ar circulante ao
chocar-se contra as saliências das bifurcações
brônquicas, ao passar por cavidades de tamanhos
diferentes, tais como bronquíolos para os alvéolos e
vice-versa
Respiração broncovesicular: respiração brônquica +
murmúrio vesicular.
Sons Anormais (sons de crepto-estertores)
Estertores finos: ocorrem no final da inspiração, têm
frequência alta – ou seja, são agudos – e duração
curta; não se modificam com a tosse e são
tradicionalmente comparados ao ruído produzido
pelo atrito de um punhado de cabelos junto ao ouvido
ou ao som percebido ao se fechar ou abrir um fecho
tipo velcro, desses usados em aparelho de pressão.
São ouvidos principalmente nas zonas pulmonares
influenciadas pela força da gravidade (bases
pulmonares). produzidos pela abertura sequencial de
vias respiratórias anteriormente fechadas em razão
da pressão exercida pela presença de líquido ou
exsudato no parênquima pulmonar ou por alteração
no tecido de suporte das paredes brônquicas
(tuberculose)
Estertores grossos: têm frequência menor e duração
maior que os finos. Sofrem nítida alteração com a
tosse e podem ser ouvidos em todas as regiões do
tórax. Diferentemente dos estertores finos, que só
ocorrem do meio para o final da inspiração, os
estertores grossos são audíveis no início da
inspiração e durante toda a expiração. origem na
abertura e no fechamento de vias respiratórias que
contêm secreção viscosa e espessa, bem como pelo
afrouxamento da estrutura de suporte das paredes
brônquicas (bronquite e bronquiectazias)
Roncos e Sibilos: Os roncos (vibrações das paredes
brônquicas e conteúdo gasoso pelo estreitamento
dos ductos) são constituídos por sons graves,
portanto, de baixa frequência, e os sibilos (tbm por
vibrações das paredes e seu conteúdo gasoso na
inspiração e expiração, comprometem a árvore
toda)por sons agudos de alta frequência.
Estridor: ruído basicamente inspiratório produzido
pela obstrução da laringe ou da traqueia, fato que
pode ser provocado por difteria, laringite aguda,
câncer da laringe e estenose da traqueia. Quando a
respiração é calma e pouco profunda, a intensidade
do estridor é pequena, mas, na respiração forçada, o
aumento do fluxo de ar provoca significativa
intensificação deste som.
Som anormal de origem pleural
Atrito Pleural:os folhetos visceral e parietal da pleura
deslizam um sobre o outro durante os movimentos
respiratórios sem produzir qualquer ruído.
Ausculta da voz (ressonância vocal): o paciente vai
falando “trinta e três”, enquanto o examinador
percorre o tórax com o receptor do estetoscópio,
comparando regiões homólogas, tal como no exame
do frêmito toracovocal. Em condições normais, tanto
na voz falada como na cochichada, a ressonância
vocal constitui-se de sons incompreensíveis, isto é,
não se distinguem as sílabas que formam as
palavras “trinta e três”. Isso porque o parênquima
pulmonar normal absorve muitos componentes
sonoros, mas, quando está consolidado (pneumonia,
infarto pulmonar), a transmissão é facilitada e as
palavras ficam nítidas.
➔ Condensação pulmonar – inflamatória,
neoplásica ou pericavitária –, sucede aumento
da ressonância vocal ou broncofonia.
➔ Atelectasia, no espessamento pleural e nos
derrames, há diminuição da ressonância vocal.
SÍNDROMES BRÔNQUICAS E PLEUROPULMONARES
Asma Brônquica
Afecção inflamatória crônica caracterizada por
hiper-reatividade das vias respiratórias inferiores,
com limitação do fluxo respiratório, observando-se
estreitamento difuso dos condutos respiratórios de
pequeno calibre, em consequência de edema da
mucosa, constrição da musculatura lisa
(broncospasmo) e hipersecreção das células
brônquicas.
Sintomas: dispneia, predominantemente expiratória,
acompanhada de sensação de constrição ou aperto
no tórax, dor torácica difusa, chieira e tosse, que, no
início, é seca, mas, com o progredir da crise, torna-se
produtiva, surgindo então uma expectoração
mucóide, espessa, aderente, difícil de ser eliminada.
Exame físico:
➔ Inspeção: dispneia, utilização de músculos
acessórios, tórax em posição de inspiração
profunda e tiragem
➔ Palpação: frêmito toracovocal normal ou diminuído
➔ Percussão: normal ou hipersonoridade
➔ Ausculta: diminuição do murmúrio vesicular com
expiração prolongada, sibilos em ambos os
campos pulmonares.
Atelectasia: desaparecimento de ar dos alvéolos sem
que o espaço alveolar seja ocupado por células ou
exsudato. Pode ser provocada por obstrução das vias
respiratórias ou por compressão dos pulmões
(cardiomegalia, derrame pleural, neoplasias,
pneumotórax, hemotórax)
➔ Inspeção: retração do tórax e tiragem
➔ Palpação: Expansibilidade diminuída e frêmito
tóraco vocal diminuído
➔ Percussão: Submacicez ou macicez
➔ Ausculta: Respiração broncovesicular,
ressonância vocal diminuída
Enfisema Pulmonar:
➔ Inspeção: expansibilidade diminuída e tórax em
tonel nos casos avançados
➔ Palpação: expansibilidade diminuída e FTV
diminuído
➔ Percussão: hipersonoridade
➔ Ausculta: MV diminuído, ressonancia diminuida
Síndrome de consolidação pulmonar: dispneia e a
tosse, que pode ser seca ou produtiva. Quando há
expectoração, é comum a presença de sangue
misturado com muco ou pus (expectoração
hemoptoica). Na tuberculose, as hemoptises são
frequentes.
➔ Inspeção: expansibilidade diminuída
➔ Palpação: expansibilidade diminuída e frêmito
toracovocal aumentado
➔ Percussão: submacicez ou macicez
➔ Ausculta: respiração brônquica substituindo o
murmúrio vesicular, broncofonia ou egofonia,
pectoriloquia e estertores finos.
Enfisema Pulmonar (DPOC):alterações anatômicas
caracterizadaspelo aumento anormal dos espaços
aéreos distais ao bronquíolo terminal,
acompanhadas de modificações estruturais das
paredes alveolares que limitam o fluxo aéreo nos
alvéolos. A manifestação clínica mais importante é a
dispneia que se agrava lentamente.
➔ Inspeção: expansibilidade diminuída e tórax em
tonel nos casos avançados
➔ Palpação: expansibilidade diminuída, frêmito
toracovocal diminuído
➔ Percussão: sonoridade pulmonar normal no
início e hipersonoridade à medida que a
enfermidade se agrava
➔ Ausculta: murmúrio vesicular diminuído, fase
expiratória prolongada e ressonância vocal
diminuída.
Derrame Pleural:Nos derrames pleurais, observados
nas pleurites, pneumonias, neoplasias, colagenoses,
insuficiência renal, síndrome nefrótica e na
insuficiência cardíaca, pode haver dor sem as
características de dor pleurítica, tosse seca e
dispneia cuja intensidade depende do volume do
líquido acumulado.
➔ Inspeção: expansibilidade diminuída
➔ Palpação: expansibilidade diminuída e frêmito
toracovocal abolido
➔ Percussão: macicez, ressonância skódica acima
do derrame
➔ Ausculta: murmúrio vesicular abolido e egofonia
na parte mais alta do derrame.
Pneumotórax: o que se acumula no espaço pleural é
ar, que penetra através de lesão traumática, ruptura
de bolha subpleural, ou em determinadas afecções
pulmonares (tuberculose, pneumoconiose,
neoplasias) que põem em comunicação um ducto
com o espaço pleural. As principais manifestações
clínicas são a dor no hemitórax comprometido, tosse
seca e dispneia. A intensidade da dispneia depende
da quantidade de ar e de outros mecanismos que
podem acompanhar o pneumotórax.
➔ Inspeção: normal ou abaulamento dos espaços
intercostais quando a quantidade de ar é grande
➔ Palpação: expansibilidade e frêmito toracovocal
diminuídos
➔ Percussão: hipersonoridade ou som timpânico,
sendo este o dado que mais chama a atenção
➔ Ausculta: murmúrio vesicular diminuído e
ressonância vocal diminuída.
EXAME DO CORAÇÃO
Semiotécnica:
➔ Posição do paciente: decúbito dorsal com o
médico sentado ou em pé ao seu lado direito.
➔ Fica invisível ou impalpável em pacientes com
enfisema pulmonar obesos, grandes mamas e
musculatura muito desenvolvida (ictus cordis)
Inspeção e palpação:
Os seguintes parâmetros devem ser
sistematicamente investigados: pesquisa de
abaulamentos, análise do ictus cordis ou choque da
ponta, análise de batimentos ou movimentos visíveis
e/ou palpáveis, palpação de bulhas e pesquisa de
frêmito cardiovascular.
Reconhecimento de abaulamento: a observação da
região precordial deve ser feita em duas incidências:
tangencial, com o examinador de pé do lado direito
do paciente, e frontal, o examinador ficando junto aos
pés do paciente, que permanece deitado ( aneurisma
da aorta, cardiomegalia, derrame pericárdico e
alterações da própria caixa torácica.)
O ictus cordis ou choque da ponta é estudado pela
inspeção e palpação, investigando-se localização,
extensão, intensidade, mobilidade, ritmo e
frequência.
Condições normais (ictus cordis)
➔ Mediolíneos: cruzamento da hemiclavicular
esquerda com o 5º espaço intercostal;
➔ Brevilíneos: 2cm para fora e para cima, fica no
4º espaço intercostal.
➔ Longilíneos: fica no 6º espaço, 1 ou 2 cm dentro
da linha hemiclavicular.
Hipertrofia e dilatação do VE Ictus cordis deslocado
para baixo e para fora.
Hipertrofia sem dilatação do VE Deslocamento do
ictus cordis é mínimo
Hipertrofia do VD Abaulamento precordial, sem
alterações do ictus cordis.
Turgência jugular – é a jugular cheia (normal ser
encontrado em decúbito dorsal)
➔ Jugular ingurgitada à 45º - estase jugular;
pode indicar ICC direita, tamponamento
cardíaco, pneumotórax hipertensivo etc.
➔ Reflexo hepato-jugular: distensão da jugular à
compressão abdominal; pode ocorrer em ICC
direita, tamponamento cardíaco, pericardite
constritiva, etc.
Pulsações na fúrcula – pode ser observada em pcts
saudáveis; quando muito intensas, levantam a
suspeita de HAS, aneurisma de aorta, etc.
Outras pulsações – levantamento em massa do
precórdio e retração sistólica apical, que ocorrem em
HVD.
AUSCULTA CARDÍACA
Posição do paciente e do examinador: paciente
deitado, sentado e em decúbito lateral esquerdo.
Tórax descoberto. Médico do lado direito.
FOCO OU ÁREA AÓRTICA: no 2º espaço intercostal
direito, justaesternal.
FOCO OU ÁREA PULMONAR:no 2º espaço intercostal
esquerdo, junto ao esterno.
FOCO AÓRTICO ACESSÓRIO: entre o 3º e 4º espaço
intercostal esquerdo.
FOCO OU ÁREA TRICÚSPIDE: no 4º espaço intercostal
esquerdo.
FOCO OU ÁREA MITRAL:no 5º espaço intercostal
esquerdo na linha hemiclavicular, correspondendo ao
ictus cordis.
Primeira Bulha (B1)
➔ Principal elemento: fechamento das valvas AV
- sístole ventricular
➔ Coincide com o ictus cordis e com o pulso
carotídeo
➔ Timbre mais grave e maior duração que a
segunda bulha, ´´TUM´´
➔ Mais intensa nos foco do ápice e em decúbito
lateral esquerdo
Segunda Bulha (B2)
➔ Principal elemento: fechamento das valvas SL
- diástole ventricular
➔ Mais intensa nos focos da base e na posição
de Harvey
➔ Timbre agudo e seco, ´´TA´´
➔ Desdobramento de segunda bulha -
percepção dos dois componentes da B2, pode
ser fisiológica quando ocorre na inspiração,
´´TLÁ´´
Terceira bulha (B3)
➔ Som protodiastólico (início da diástole),
ocorrendo no enchimento rápido
➔ Pode ser fisiológica em crianças e
adolescentes (só é audível em decúbito
dorsal), devido a flacidez da parede cardíaca
➔ Vibração da parede ventricular subitamente
distendida pelo sangue que chega durante o
enchimento rápido
➔ Patológica - ´´coração mole´´, ou seja,
dilatados, com maior complacência (acontece
em casos de insuficiência mitral miocardite e
miocardiopatias)
Quarta Bulha (B4)
➔ Ocorre no fim da diástole
➔ Originada devido desaceleração brusca do
fluxo sanguíneo, mobilizado pela contração
atrial, ao encontrar a coluna de sangue no
ventrículo
➔ Pode ser encontrada em crianças e adultos
saudáveis, sobretudo após exercício
➔ Patológica - ´´coração duro´´, diminuição da
complacência, corações hipertrofiados
(hipertensão arterial, insuficiência
coronariana, miocardiopatia hipertrófica)
➔ Mais audível em decúbito lateral esquerdo,
foco mitral e com a campânula
ABDÔMEN
Regiões: hipocôndrio direito, epigástrio, hipocôndrio
esquerdo
-flanco direito, mesogástrio, flanco esquerdo
fossa ilíaca direita , hipogástrio, fossa ilíaca
esquerda
Inspeção: estática e dinâmica
Inspeção estática.
Tipos de abdomen
normal
globoso
em ventre batráquio
em avental
pendular (ptótico)
escavado
Circulação colateral
Portal - a obstrução da circulação portal forma
cabeça de medusas
cava inferior - sua obstrução aumenta a circulação
em vasos laterais de forma ascendente
Cava superior - sua
obstrução aumenta
a circulação em vasos laterais de forma descendente
Alterações de pele
telangiectasias - aranhas
vasculares
equimoses: extravasamento
de sangue na derme
sinal de cullen - equimose
periumbilical por
hemorragia peritoneal
(pancreatite aguda grave).
sinal de grey-turner:
equimose nos flancos
(mesmas causas de Cullen).
- estrias esbranquiçadas - denotam
obesidade
- estrias róseas puérperas -
indicadores da síndrome de cushing
- Cicatrizes - denotam eventos
cirúrgicos ou traumáticos.
- Herniações - descrever a localização
e a relação com cicatrizes próximas
- abaulamentos - avaliar a localização,
pulsatilidade e extensão.
Movimentos do abdome
respiratórios - homens: resp. toracoabdominal.
mulheres: resp. torácica
pulsações - melhor visto em pessoas magras ou com
aneurismas.
Peristaltismo visível - obstrução em algum ponto do
trato gastrointestinal
inspeção dinâmica
Manobra de valsalva: pede-se ao paciente para tapar
o nariz e fazer pressão contra o polegar através da
boca sem conter a barriga para que possa ser
avaliado herniações
Ausculta
normal: 5 a 34 ruídos do borborigmo/min
aumentado: mais que 34 ruídos/min
hipoperistaltico: menor que 5 ruídos por minuto
ausente (aperistaltico): não se ausculta ruído
percussão sons
macicez -visceras normais (fígado) ou aumentadas
(esplenomegalia)
macicez no espaço traube: decorrente
de esplenomegalia ou de estômago
cheio.
timpanismo umbilical: líquido na cavidade
macicez nos flancos: movimentação de líquido no
decúbito dorsal.
sinais
piparote: é positivo quando
há ascite de grande volume.
manobra: com uma das
mãos, o examinador golpeia
um flanco e com a mão
espalmada, espera captar
ondas no flanco oposto,
Poça: pede-se ao paciente para ficar na posição
genupalmar e inicia-se a percussão de baixo para
cima na região periumbilical. a fim de perceber a
possível presença de líquido na região que se
encontrara maciça.
Hepatimetria
sinal de jouber: timpanismo
em região maciça,
indicando perfuração oca
(pneumoperitoneo)
sinal de chilaiditi: hepatimetria falseada, flexura
hepática do cólon
sinal de torres houman:
percussão hepática
dolorosa
palpação superficial
abdominal: deve-se aquecer as
mãos, após isso deve despir o
paciente desde o apêndice xifóide
até a sínfise púbica e com uma
mão palpa-se o abdome com
movimentos circulares a procura
da alteração na parede abdominal
e pontos dolorosos
palpação profunda
Abdominal: apoia a mão
direita na pele do paciente e
utiliza a mão esquerda
sobreposta a mão direita para
aprofundar a mão direita, tal
manobra é realizada em todos
os quadrantes.
irritação peritoneal (apendicite)
ponto de McBurney:a dor ao
descomprimir indica apct
manobra: traça-se uma linha
entre a cicatriz umbilical e a
espinha ilíaca anterossuperior
realizando uma compressão no
ponto de junção do terço lateral com os dois terços
mediais.
sinal do obturador:
positivo quando há dor no
hipogástrio é sinal de
apct na cavidade pélvica.
manobra: flete-se a coxa
e faça a rotação interna
do quadril estirando o M.
obturador interno
sinal de rovsing: positivo
quando a compressão é
dolorosa na região do
apêndice vermiforme,
indicativo de apct
manobra: com o punho
cerrado, comprime-se o
colo descendente de forma que o ar chegue ao ceco
que irá distender e será
sinal do psoas:
positivo quando há
irritação no músculo
pode ser indicativo de
apct retrocecal
manobra:
executa-se uma
contração forçada da
coxa estirando o m. psoas ou, então através da flexão
da coxa contra alguma resistência.
Irritação da vesícula biliar
Sinal de murphy: é positivo
quando há parada brusca da
inspiração durante compressão do ponto cístico:
indica colecistite aguda.
manobra de murphy: após a expiração, o examinador
aprofunda a mão ou o polegar na junção do rebordo
costal com o reto abdominal e na inspiração observa
se ocorre a parada na inspiração o que constitui
sinal positivo(colecistite)
sinal ou regra de
courvoisier-terrier:
constituindo sinal positivo
(palpável e indolor). VB
palpável e dolorosa indica
distensão aguda
manobra de courvoisier-terrier: palpação do
hipocôndrio direito e a notando a vesícula biliar
palpável no hipocôndrio direito. como a vesícula
biliar distende-se lentamente, devido a compressão
tumoral da via biliar que ocorre progressivamente,
não há dor.
achados
hérnias: a manobra de
valsalva pode
evidenciar hérnias
umbilicais, incisionais
ou epigástricas.
redutíveis: palpa-se o
anel da hérnia e é
capaz de colocar o
conteúdo de volta à
cavidade por
digitopressão.
encarcerada: abaulamento irredutível.
estrangulada: emergencial
Diástase do reto
abdominal: pede-se ao
paciente que contraia a
parede abdominal e
realiza-se a palpação, tentando diferenciar a massa
intra-abdominal de uma da parede, a separação dos
músculos reto abdominais é descrita como diástase.
Palpação do fígado
método
bimanual:
põe-se a mão
esquerda na
região dorsal do
paciente e se
faz tração
anterior,
enquanto a mão direita é aprofundada na região
anterior desde a fossa ilíaca até o rebordo costal
durante a expiração, objetivando palpar a borda
hepática na subida da mão direita durante a
inspiração.
Método em garra
(técnica de
mathieu): palpa-se
o fígado com as
mãos apoiadas no
rebordo costal, com
os dedos tentando
entrar por debaixo
do rebordo costal.
palpação do baço
palpação esplênica: A mão esquerda de realizar a
tração anterior do rebordo costal esquerdo
objetivando anteriorizar o baço. já a mão direita é
aprofundada no abdome na expiração e move-se
tentando apalpar o pólo inferior do baço na
inspiração.
palpação em garra: igual ao fígado, mas do lado
esquerdo.
manobra de schuster: o paciente é colocado em
semidecúbito lateral direito, com o braço esquerdo
sobre a cabeça. o membro inferior direito permanece
em posição neutra, enquanto o esquerdo é fletido.
apoia-se a mão esquerda sobre o rebordo costal e a
direita é usada para palpar desde a cicatriz
umbilical até abaixo do rebordo em encontro com o
baço.
palp. de massas pulsáteis
palpação da aorta: pressiona-se lateralmente a
aorta, deve-se utilizar a distensibilidade da massa: se
esta somente pulsar para cima indica massa
encostada na aorta, se tiver pulsação lateral é
indicativo de aneurisma
manobra de debakey: delimitação superior de
aneurisma por inserção da mão entre o rebordo
costal e a margem superior do aneurisma. aneurisma
acima das aa. renais: não consegue inserir a mão
entre o rebordo e o aneurisma. aneurisma abaixo das
aa. renais: consegue inserir a mão.
palpação renal
método de guyon: paciente em decúbito dorsal, para
se examinar o rim direito põe-se a mão esquerda na
região dorsal tracionando para frente enquanto a
mão direita entra abaixo do rebordo costal durante a
inspiração ao encontro da mão esquerda, tentando
pegar o rim entre as duas mãos.
manobra de Israel:paciente em decúbito lateral e
MM superiores por sobre a cabeça e rim tentando ser
palpado anteroposteriormente com as duas mãos em
pinça.
método de goelet: com o paciente em ortostase,
flete-se o joelho ao lado que se deseja palpar,
apoiando-o sobre uma cadeira. a seguir, faz-se uma
tração anterior com uma das mãos enquanto a outra
é usada na tentativa de palpar o pólo inferior do rim.
Sinal de
Giordano: dor à punho
percussão na região
lombar: indica
acometimento renal
(positivo em
litíase, pielonefrite
aguda).

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