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Fichamento - ANCONA 166-182

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
CURSO DE PSICOLOGIA
Aluno: Letícia França
R.A.: N509JE6
Semestre: 6° semestre
Turno: Noite
Professor: Andréia 
Texto 
ANCONA-LOPEZ, S. A porta de entrada: da entrevista de triagem à consulta psicológica. 1996. Tese de Doutorado (Psicologia Clínica), PUC São Paulo, São Paulo:1996, p. 166-182. 
Síntese
	Entender como tornar as entrevistas de triagem mais significativas para o cliente, é muito importante para que possamos fazer a diferença para aquele indivíduo. Significa que é preciso proporcionar acolhimento, para que assim possa existir um aumento nas chances de o cliente prosseguir com o tratamento, mesmo que seja necessário o encaminhamento para outro local de atendimento. Ou seja, precisamos colocar em primeiro lugar aquilo que o cliente nos traz, para que depois pensemos nas limitações que a intuição proporciona. Mas para que este cenário ocorra é necessário haver mudança nos esquemas rígidos, repensando falas racionais e que obstruem o acolhimento do indivíduo. Tornando esse novo método possível, podemos proporcionar e levar o cliente a sentir que ali aconteceu alguma coisa, ele não vai sair dali da mesma forma que entrou. Por tanto repensar na abordagem que é feita nas triagens é necessário e crucial para que conseguimos construir esse novo cenário dentro das instituições. 
Principais ideias
Propor uma mudança nos esquemas rígidos que ocorrem nas entrevistas de triagem, para que seja possível fazer com que os acontecimentos trazidos pelo cliente seja o foco daquele atendimento. 
 É importante entender a entrevista de triagem como uma consulta psicológica. Fazendo com que o modo feito hoje das “entrevistas de triagem” sejam extintos. Pois assim é possível fazer com que não fiquemos focados em escolher clientes, e sim no acolhimento que eles precisam neste primeiro momento. 
 Proporcionar alguma mudança para aquele cliente que está em processo de triagem, independentemente se ele vai prosseguir com os atendimentos, ou será encaminhamento para outra intuição, significa fazer com que ele consiga sentir que algo aconteceu, que ocorreu uma mudança, mesmo que seja minima.
 A curiosidade nós atendimentos é importante, porém devemos saber dosar, compreendendo o que pode ser enriquecedor para o atendimento e o que será apenas uma curiosidade irrelevante, que pode tirar o foco do motivo principal. Cortejar a surpresa nos leva a querer saber mais e mais, para que possamos, talvez, encontrar algo abrupto. 
 Fazer acontecer algo, não tem a haver com o “poder” do psicólogo em induzir alguma mudança no cliente, e sim do próprio cliente. Pois o psicólogo irá fazer a apresentação daquilo que lhe foi dito de outro ângulo. 
 O cliente deve querer buscar desenvolvimento, o que o psicólogo pode fazer é mostrar a ele que é possível, indicando a ele seus potenciais, e talvez o cliente invista nestes. 
 Utilizar a linguagem do cliente em questão também facilita a comunicação e entendimento. 
 O psicólogo deve se atentar para que os apontamentos feitos não se tornem uma verdade absoluta, devem ser entendidos apenas como uma possibilidade. 
 Para finalizar o atendimento, solidificamos o que foi vivenciado durante aquele encontro, para isso podemos fazer um resumo daquele momento, mostrando a compressão que tivemos e retomando algumas falas ditas, quais os sentidos delas e o que pode ser feito a partir deste encontro, reforçando a ele que o rumo com qual a sua vida terá dependerá apenas dele. 
Citações
“O que proponho é que os psicólogos procurem voltar-se, primeiramente, ao cliente e, em segundo lugar, às injunções institucionais, rompendo os esquemas rígidos de procedimento que levam o profissional a falas racionais e obturantes (...)” (p. 167)
“procuro traduzir-lhe os significados que dá às suas vivências para, se for o caso, ressignificá-las.” (p. 173)
“Não creio que possa induzir qualquer mudança no cliente, mas que estas virão dele mesmo se estiver disponível para tanto.” (p.174)
“Considero que, se espero que o cliente tenha a menor reserva possível76 e se revele a mim, nosso relacionamento será mais justo e correto se eu corresponder da mesma maneira” (p.175)
“Procuro o seu desenvolvimento ou, pelo menos, mostrar-lhes alguns dos potenciais que têm para que deles se apropriem e, quem sabe, possam cultivá-los e vê-los desabrochar” (p.176).
Ajudar os clientes a se perceberem como pessoas, com nome, sobrenome, família e direitos, não os desalojará, necessariamente, do impessoal e cotidiano onde vivem (vivemos) a maior parte do tempo, mas permitirá que se sintam mais confortáveis e não fiquem “ainda e basicamente à mercê dos caprichos das pessoas (p.179)
“Percebo que quando meus clientes se dão conta de que podem se recolocar no mundo em uma postura mais crítica, menos submissa e até reivindicadora, uma nova perspectiva se abre para eles.” (p.180)

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