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Os medicamentos não esteroides anti-inflamatórios (AINEs) representam uma das categorias mais comumente receitadas globalmente. São primariamente utilizados para tratar inflamações, dores, inchaços, assim como em casos de osteoartrite, artrite reumatoide e problemas músculo-esqueléticos (Batlouni, 2010). Diante dessa abordagem, o processo inflamatório é uma resposta natural do corpo em reação a danos nos tecidos, constituindo um fenômeno complexo, dinâmico e multifacetado. Pode ser desencadeado por vários agentes lesivos, sejam eles físicos (como queimaduras, radiação, ou trauma), biológicos (respostas imunológicas ou infecções) ou químicos (substâncias corrosivas). Essa reação representa uma tentativa do organismo de neutralizar ou eliminar os invasores teciduais, enquanto prepara o terreno para o processo de reparo. Durante o curso do processo inflamatório, uma série de reações e eventos bioquímicos ocorrem em cascata (Batlouni, 2010). Os Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) agem principalmente inibindo a atividade das enzimas ciclo-oxigenase (COX), em particular COX-1 e COX-2. Essas enzimas desempenham um papel crucial na produção de prostaglandinas, substâncias que desencadeiam inflamação, dor e febre no corpo. Ao bloquear a ação da COX, os AINEs reduzem a síntese de prostaglandinas, diminuindo assim a inflamação, aliviando a dor e reduzindo a febre. É importante notar que a COX-1 desempenha um papel essencial na manutenção da função fisiológica normal, como proteção gástrica, função renal e regulação plaquetária, enquanto a COX-2 está mais associada à inflamação e resposta a lesões (Batlouni, 2010). Vale ressaltar que os AINEs não seletivos inibem tanto a COX-1 quanto a COX-2, podendo causar efeitos adversos gastrointestinais, como úlceras e sangramento, devido à inibição da COX-1, que é responsável pela proteção do revestimento estomacal. Já os AINEs seletivos para COX-2 foram desenvolvidos na tentativa de reduzir esses efeitos colaterais gastrointestinais. Porém, ainda assim, é importante destacar seu uso racional, pois seu uso inadequado ou excessivo pode causar insuficiência renal, ataques cardíacos e derrames, problemas hepáticos, erupções cutâneas e anafilaxia (Batlouni, 2010). REFERÊNCIAS BATLOUNI, Michel. Anti-inflamatórios não esteroides: efeitos cardiovasculares, cérebro- vasculares e renais. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, [S.L.], v. 94, n. 4, p. 556-563, abr. 2010.
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