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Prof. Me. Nelson Carvas Jr. UNIDADE I Estudos Disciplinares Prática Baseada em Evidências PBE é um movimento mundial que surgiu da constatação de que as evidências geradas por pesquisadores não chegavam aos clínicos e aos pacientes. Esse movimento surgiu com o propósito de enfrentar essa lacuna entre pesquisa e prática clínica. Objetivos da PBE: melhorar a efetividade clínica e apoiar o profissional de saúde em suas condutas. Prática baseada em evidências A PBE usa conhecimentos básicos de Epidemiologia e Bioestatística para avaliar a evidência clínica quanto à sua validade e utilidade potencial. Praticar com base em evidências é integrar. A PBE surgiu para restringir a autonomia malconduzida! Prática baseada em evidências Evidência científica Experiência profissional Preferência do paciente Prática baseada em evidências “Uso explícito, judicioso e consciencioso da melhor evidência atual proveniente da pesquisa clínica na abordagem de pacientes individuais.” BMJ. 1996; 312:71-2 Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/esporte-lesão- f%C3%ADsica-fisioterapia-2765769/ Prática baseada em evidências Informar os pacientes e suas famílias sobre os benefícios e riscos dos tratamentos, considerando a melhor evidência e diretrizes a respeito. Há um movimento muito forte de compartilhamento das decisões entre profissionais de saúde e os pacientes! Prática baseada em evidências Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/feminino-médico-2828449/ Parece simples, mas existem diversas barreiras para implementar a PBE. Falta de treinamento sobre a importância de implementar PBE. Habilidade de identificar as evidências científicas. Habilidade de avaliar criticamente os estudos. Lacuna entre pesquisa e prática clínica! Prática baseada em evidências Como surgiu a PBE. Prática baseada em evidências Fonte: https://commonground.ca/david- sackett-revolutionary/ 1990 David SackettArchibald Cochrane 1970 Atualmente Fonte: Diagn Tratamento. 2018;23(2):43-4. Prática Baseada em Saúde O que devo fazer para trabalhar com PBE? Prática baseada em evidências Evidência científica Experiência profissional Preferência do paciente Como encontrar? A PBE é a arte de fazer perguntas! Uma pergunta clínica bem construída possibilita a definição correta de quais evidências são necessárias para a resolução de um problema clínico. Uma pergunta bem construída maximiza a recuperação de evidências nas bases de dados disponíveis. Prática baseada em evidências As perguntas podem ser classificadas como: Prática baseada em evidências BÁSICAS CLÍNICAS O que é? Qual?Como? Ancoram decisões A B PARA QUEM? Intervenção ou comparador? Estratégia PICO Prática baseada em evidências = POPULAÇÃO / PROBLEMA = INTERVENÇÃO = CONTROLE, COMPARADOR = DESFECHO P I C O grupo de participantes parecidos com o meu paciente Estratégia PICO Prática baseada em evidências = POPULAÇÃO / PROBLEMA = INTERVENÇÃO = CONTROLE, COMPARADOR = DESFECHO P I C O intervenção de interesse, a que eu desejo saber se devo aplicar Estratégia PICO Prática baseada em evidências = POPULAÇÃO / PROBLEMA = INTERVENÇÃO = CONTROLE, COMPARADOR = DESFECHO P I C O intervenção comumente aplicada ou qualquer outra Estratégia PICO Prática baseada em evidências = POPULAÇÃO / PROBLEMA = INTERVENÇÃO = CONTROLE, COMPARADOR = DESFECHO P I C O o que eu quero saber se vai melhorar com a intervenção Estratégia PICO Prática baseada em evidências = POPULAÇÃO / PROBLEMA = INTERVENÇÃO = CONTROLE, COMPARADOR = DESFECHO P I C O o que eu quero saber se vai melhorar com a intervenção DESFECHOS Clínicos Substitutos Interessa ao paciente Interessa ao profissional Exemplos de desfechos clínicos: Morte. Internação. Redução da dor. Reduzir fraturas e/ou infecção. Melhorar uma determinada função. Prática baseada em evidências Exemplos de desfechos clínicos: Redução do tamanho de um tumor. Aumentar a densidade mineral óssea. Escore psicológico neuropsicológico. Reduzir concentrações de colesterol e/ou triglicérides. Prática baseada em evidências Combinar desfechos Prática baseada em evidências CLÍNICO SUBSTITUTO+ Não é recomendável fazer isso! Exemplo prático: Idosa, 72 anos, refere desequilíbrio postural, principalmente ao realizar movimentos rápidos com a cabeça e ao diminuir a base de sustentação. Refere duas quedas no último ano sem consequências graves e medo de cair. Procurou você para, por meio da fisioterapia, realizar um programa de reabilitação para reduzir o risco de cair. Ela comentou que uma amiga reduziu o risco de quedas usando realidade virtual com jogos interativos. Perguntas básicas: O que é queda? Como reconhecer? Qual o mecanismo da queda? Perguntas básicas: O que é realidade virtual? Como trabalha? Qual o mecanismo? Prática baseada em evidências Estratégia PICO Prática baseada em evidências P I C O = idosos com desequilíbrio postural = jogos interativos com realidade virtual = fisioterapia convencional = quedas / medo de cair A PICO deve ficar assim: Prática baseada em evidências Jogos interativos com realidade virtual são mais efetivos que fisioterapia convencional para diminuir o risco de quedas e medo de cair em idosos com desequilíbrio postural? População Intervenção Controle, comparador Desfechos A respeito da Prática Baseada em Evidências (PBE), assinale a alternativa incorreta: a) A PBE prevê metodologias e processos para a identificação de evidências de que um certo tratamento, ou meio diagnóstico, seja efetivo para a resolução de uma questão clínica. b) A PBE tem como objetivo melhorar o cuidado do paciente, por meio da identificação e da promoção de práticas que funcionem e eliminação das práticas ineficientes. c) A PBE propõe que os problemas clínicos que surgem na prática assistencial sejam decompostos e organizados em perguntas clínicas. d) Na PBE, os pacientes devem receber apenas as melhores intervenções, independente da sua preferência. e) A estratégia PICO representa um acrônimo para Paciente, Intervenção, Comparação e Outcomes (desfechos). Interatividade A respeito da Prática Baseada em Evidências (PBE), assinale a alternativa incorreta: a) A PBE prevê metodologias e processos para a identificação de evidências de que um certo tratamento, ou meio diagnóstico, seja efetivo para a resolução de uma questão clínica. b) A PBE tem como objetivo melhorar o cuidado do paciente, por meio da identificação e da promoção de práticas que funcionem e eliminação das práticas ineficientes. c) A PBE propõe que os problemas clínicos que surgem na prática assistencial sejam decompostos e organizados em perguntas clínicas. d) Na PBE, os pacientes devem receber apenas as melhores intervenções, independente da sua preferência. e) A estratégia PICO representa um acrônimo para Paciente, Intervenção, Comparação e Outcomes (desfechos). Resposta Considerações finais Prática baseada em evidências DESFECHOS Experiência clínica Expectativas e preferências dos pacientes Melhor evidência Vimos que: Prática baseada em evidências Evidência científica Experiência profissional Preferência do paciente PBE = Nesta aula vamos discutir sobre o risco de viés em estudos de intervenção. Prática baseada em evidências Qual a confiança no efeito? Qual a credibilidade do estudo? Evidência científica Experiência profissional Preferência do paciente A questão é que precisamos saber questões relacionadas à validade do estudo. Prática baseada em evidências Evidência científica A validade de um estudo está relacionada à: VALIDADE EXTERNA VALIDADE INTERNA a capacidade de generalização do estudo! a como o estudo foi conduzido! Podem acontecer ERROS Os erros são classificados como: ERROS ALEATÓRIOS ERROS SISTEMÁTICOSPrática baseada em evidências SÃO ERROS QUE OCORREM NATURALMENTE SÃO ERROS CONTROLÁVEIS VIÉS é um erro sistemático que pode desviar a verdade sobre o resultado de um estudo Exemplo: uso de terapias respiratórias para prevenir pneumonia associada à ventilação mecânica em pacientes internados na UTI. Prática baseada em evidências Perguntas básicas que podemos responder O que são terapias respiratórias? Como as terapias respiratórias trabalham para reduzir a mortalidade? Qual seria o mecanismo de ação dessa intervenção? Prática baseada em evidências Estratégia PICO Prática baseada em evidências P I C O = Pacientes em ventilação mecânica = Manobras de higiene brônquica associada à ventilação mecânica = Ventilação mecânica = Mortalidade Prática baseada em evidências Pacientes Prática baseada em evidências Pacientes Randomização Intervenção Prática baseada em evidências Pacientes Tempo Randomização Término do estudoIntervenção Prática baseada em evidências Pacientes Tempo Randomização Término do estudo Foi confiável? Intervenção Prática baseada em evidências Pacientes Tempo Randomização Término do estudo Foi confiável? Os pesquisadores sabiam quem ia para qual grupo? Intervenção Prática baseada em evidências Pacientes Tempo Randomização Término do estudo Foi confiável? Os avaliadores estavam no grupo intervenção ou controle? Os pesquisadores sabiam quem ia para qual grupo? Intervenção Prática baseada em evidências Pacientes Tempo Randomização Término do estudo Foi confiável? Os pesquisadores sabiam quem ia para qual grupo? Os avaliadores estavam no grupo intervenção ou controle? Houve perda de participantes? Intervenção Prática baseada em evidências Pacientes Tempo Randomização Término do estudo Foi confiável? Os pesquisadores sabiam quem ia para qual grupo? Os avaliadores estavam no grupo intervenção ou controle? Houve perda de participantes? Houve relato seletivo de desfechos? Intervenção O viés de um estudo pode ser identificado com o uso de check lists. O check list é uma ferramenta construída e estruturada que segue um fluxo contínuo quando é aplicada a um estudo. Com a aplicação do check list, conseguimos levantar provas para julgar se o estudo possui ou não possui um alto risco de viés. Prática baseada em evidências Detetive Os check lists avaliam o risco de viés por meio de domínios Viés de seleção Viés de desempenho Viés de detecção Viés de atrito Viés de relato Prática baseada em evidências Processo de randomização. Sigilo na alocação dos participantes. Cegamento dos participantes e do pessoal da pesquisa. Cegamento dos avaliadores de desfechos. Perdas de participantes. Relato seletivo de desfechos. O risco de viés de um estudo de intervenção pode ser classificado como: Alto / Baixo / Incerto As cores permitem avaliar rapidamente o risco de viés quando aplicamos a avaliação em vários estudos. Prática baseada em evidências “Baixo risco” “Risco incerto” “Alto risco” O risco de viés de um estudo de intervenção pode ser classificado como: Alto / Baixo / Incerto Prática baseada em evidências “Baixo risco” “Risco incerto” “Alto risco” Estudo 1 Estudo 2 Estudo 3 Estudo 4 Fonte: autoria própria. Entre as ferramentas disponíveis para avaliação da qualidade da evidência de ensaios clínicos randomizados, a mais conhecida é a ferramenta da Cochrane. De acordo com o instrumento, são avaliados diferentes domínios. Em relação a isso, assinale a alternativa correta: a) Avalia seis domínios estabelecendo uma nota para a qualidade metodológica do artigo. b) A percepção do risco de cada domínio não deve ser baseada em fatos e provas. c) A evidência de que houve falhas no domínio deve ser classificada com risco incerto. d) A ferramenta classifica os domínios em três categorias possíveis: baixo, incerto e alto. e) As cores dos ícones não possuem utilidade prática. Interatividade Entre as ferramentas disponíveis para avaliação da qualidade da evidência de ensaios clínicos randomizados, a mais conhecida é a ferramenta da Cochrane. De acordo com o instrumento, são avaliados diferentes domínios. Em relação a isso, assinale a alternativa correta: a) Avalia seis domínios estabelecendo uma nota para a qualidade metodológica do artigo. b) A percepção do risco de cada domínio não deve ser baseada em fatos e provas. c) A evidência de que houve falhas no domínio deve ser classificada com risco incerto. d) A ferramenta classifica os domínios em três categorias possíveis: baixo, incerto e alto. e) As cores dos ícones não possuem utilidade prática. Resposta Nesta aula vamos aplicar o check list ROB. Prática baseada em evidências Fonte: Fisioter Pesqui. 2021; 28(1): 101-108. Estratégia PICO Prática baseada em evidências P I C O = Pacientes fase II na pós-cirurgia de revascularização miocárdica = Estimulação elétrica funcional + treinamento combinado = Estimulação elétrica funcional = Fluxo arterial periférico / qualidade de vida Tópicos de um Ensaio Clínico Randomizado e Aleatorizado. Título. Resumo – abstract. Introdução / justificativa / objetivo. Métodos / delineamento / participantes / randomização / procedimentos / avaliações / estat. Resultados. Discussão. Conclusão. Prática baseada em evidências Tópicos de um Ensaio Clínico Randomizado e Aleatorizado. Título. Resumo – abstract. Introdução / justificativa / objetivo. Métodos / delineamento / participantes / randomização / procedimentos / avaliações / estat. Resultados. Discussão. Conclusão. Prática baseada em evidências O check list ROB avalia 6 domínios do risco de viés com 7 itens. Viés de seleção Viés de desempenho Viés de detecção Viés de atrito Viés de relato Prática baseada em evidências Processo de randomização. Sigilo na alocação dos participantes. Cegamento dos participantes e do pessoal da pesquisa. Cegamento dos avaliadores de desfechos. Perdas de participantes. Relato seletivo de desfechos. Primeiro item do check list: viés de seleção. O estudo em questão utilizou algum método de geração de sequência aleatória para alocar os participantes em um dos dois grupos de intervenção? Risco baixo: sorteio aleatório / arremesso de moeda / software. Risco alto: número do prontuário / data de aniversário / dia da semana / par e ímpar. Risco incerto: o estudo não fornece nenhuma informação. Prática baseada em evidências “Baixo risco” “Risco incerto” “Alto risco” Primeiro item do check list: viés de seleção. O estudo em questão utilizou algum método de geração de sequência aleatória para alocar os participantes em um dos dois grupos de intervenção? Prática baseada em evidências Randomização Os sujeitos incluídos no estudo foram randomizados em dois grupos: grupo intervenção (GI), que realizou a EEF adicionalmente ao treinamento combinado (exercício aeróbico e de resistência), e grupo sham (GS), submetido à EEF sham em associação com o TC. A randomização em blocos foi realizada por um colaborador externo ao estudo, através de uma ordem aleatória de alocação, utilizando os números 1 e 2 para designar os sujeitos do GI e do GS respectivamente, através do software Random Number Generator (Pro v2.00, Segobit, Issaquah, WA, EUA). Fonte: CARVALHO, A. P. V.; SILVA, V. G. A. Avaliação do risco de viés de ensaios clínicos randomizados pela ferramenta da colaboração Cochrane. Diagnóstico Trat [Internet]. 2013;18(1):38-44. Segundo item do check list: viés de seleção. O estudo em questão garantiu o sigilo da alocação dos participantes em um dos dois grupos de intervenção? Risco baixo: a randomização foi realizada por uma pessoa que não fazia parte da alocação dos participantes / usou um envelope opaco, selado e numerado sequencialmente. Risco alto: os pesquisadores do estudo sabiam da alocação dos participantes. Riscoincerto: não há informações. Prática baseada em evidências Segundo item do check list: viés de seleção. O estudo em questão garantiu o sigilo da alocação dos participantes em um dos dois grupos de intervenção? Prática baseada em evidências Randomização Os sujeitos incluídos no estudo foram randomizados em dois grupos: grupo intervenção (GI), que realizou a EEF adicionalmente ao treinamento combinado (exercício aeróbico e de resistência), e grupo sham (GS), submetido à EEF sham em associação com o TC. A randomização em blocos foi realizada por um colaborador externo ao estudo, através de uma ordem aleatória de alocação, utilizando os números 1 e 2 para designar os sujeitos do GI e do GS respectivamente, através do software Random Number Generator (Pro v2.00, Segobit, Issaquah, WA, EUA). Fonte: CARVALHO, A. P. V.; SILVA, V. G. A. Avaliação do risco de viés de ensaios clínicos randomizados pela ferramenta da colaboração Cochrane. Diagnóstico Trat [Internet]. 2013;18(1):38-44. Terceiro item do check list: viés de desempenho. Os participantes do estudo estavam cegos em relação à intervenção recebida? Prática baseada em evidências Visando garantir o duplo cegamento, os pacientes não foram informados sobre o grupo de alocação e a EEF foi realizada por uma pesquisadora que não participou da avaliação das medidas de desfechos. Fonte: CARVALHO, A. P. V.; SILVA, V. G. A. Avaliação do risco de viés de ensaios clínicos randomizados pela ferramenta da colaboração Cochrane. Diagnóstico Trat [Internet]. 2013;18(1):38-44. Quarto item do check list: viés de detecção. Os avaliadores dos desfechos estavam cegos em relação à intervenção que o participante recebeu durante o estudo? Prática baseada em evidências Visando garantir o duplo cegamento, os pacientes não foram informados sobre o grupo de alocação e a EEF foi realizada por uma pesquisadora que não participou da avaliação das medidas de desfechos. Fonte: CARVALHO, A. P. V.; SILVA, V. G. A. Avaliação do risco de viés de ensaios clínicos randomizados pela ferramenta da colaboração Cochrane. Diagnóstico Trat [Internet]. 2013;18(1):38-44. Quinto item do check list: viés de atrito. Houve perdas / desistência de participantes ao longo do estudo? Se houve, foi realizado algum método de intenção de tratar? Prática baseada em evidências Pacientes potencialmente elegíveis (n=26) Randomizados (n=20) Excluídos (n=6) Doença Obstrutiva Periférica (n=5) Marca-passo (n=1) Alocados para grupo Sham (n=11) Falta de assiduidade (n=2) Analisados (n=9) Alocação Seguimento Análise Alocados para grupo EEF (n=9) Falta de assiduidade (n=1) Analisados (n=8) Figura 1: Fluxograma do estudo Fonte: CARVALHO, A. P. V.; SILVA, V. G. A. Avaliação do risco de viés de ensaios clínicos randomizados pela ferramenta da colaboração Cochrane. Diagnóstico Trat [Internet]. 2013;18(1):38-44. Sexto item do check list: viés de relato. O estudo em questão relatou os desfechos descritos previamente em um protocolo registrado? Prática baseada em evidências MÉTODOS Delineamento do estudo Ensaio clínico randomizado duplo-cego, registrado no ClinicalTrials.gov (Identifier: NCT03560713), realizado no Programa de Reabilitação Cardíaca da Unidade de Reabilitação do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), em Santa Maria (RS), Brasil, no período de abril de 2017 a junho de 2018. Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido antes da inclusão no estudo, conforme determinação da Resolução n. 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Fonte: CARVALHO, A. P. V.; SILVA, V. G. A. Avaliação do risco de viés de ensaios clínicos randomizados pela ferramenta da colaboração Cochrane. Diagnóstico Trat [Internet]. 2013;18(1):38-44. Sexto item do check list: viés de relato. O estudo em questão relatou os desfechos descritos previamente em um protocolo registrado? Prática baseada em evidências Sexto item do check list: viés de relato. O estudo em questão relatou os desfechos descritos previamente em um protocolo registrado? Prática baseada em evidências Sexto item do check list: viés de relato. O estudo em questão relatou os desfechos descritos previamente em um protocolo registrado? Prática baseada em evidências Sexto item do check list: viés de relato. O estudo em questão relatou os desfechos descritos previamente em um protocolo registrado? Prática baseada em evidências Figura 2. Comparação intra e entre grupos do fluxo arterial periférico avaliado por meio do índice tornozelo-braquial nos momentos avaliados Pré-intervenção Pós-intervenção Diferença Grupo Sham Grupo Intervenção p=0,01 p=0,002 p=0,02 Ín d ic e T o rn o z e lo -B ra q u ia l (m m H g ) 1,5 1,0 0,5 0,0 Fonte: acervo pessoal. Sexto item do check list: viés de relato. O estudo em questão relatou os desfechos descritos previamente em um protocolo registrado? Prática baseada em evidências Valores expressos em média e desvio-padrão. GI: grupo intervenção (EEF + treino combinado); GS: grupo sham (EEF sham + treino combinado); TC6M: teste de caminhada de seis minutos; QV: qualidade de vida (escore do domínio global do questionário MacNew); Δ: variação; *: significância estatística p<0,05. aTeste T Student. Tabela 2. Capacidade funcional submáxima e qualidade de vida. GI (n=8) GS (n=9) Comparação entre grupos Variáveis Pré Pós p Pré Pós p Δ entre grupos p TC6M 414,7±49,8 545,6±60,8 0,002*a 414,7±44,9 488,4±41,9 <0,001*a 57,2±27,1 0,072a QV 4,5±0,6 5,6±0,5 <0,001*a 4,5±0,7 5,1±0,6 0,004*a 0,5±0,2 0,020*a Fonte: acervo pessoal. Sétimo item do check list: outros vieses. O estudo em questão apresentou outro risco de viés não contemplado no check list? Diferenças na linha de base. Efeito carry over. Evidências de conflitos de interesse? Prática baseada em evidências Sétimo item do check list: outros vieses. O estudo em questão apresentou outro risco de viés não contemplado no check list? Prática baseada em evidências Valores expressos em média e desvio-padrão; GS: grupo sham (EEF sham + treino combinado); GI: grupo intervenção (EEF + treino combinado); IMC: índice de massa corporal; FEVE: fração de ejeção do ventrículo esquerdo; DM: diabetes mellitus; HAS: hipertensão arterial sistêmica; RC: reabilitação cardíaca; CRM: cirurgia de revascularização do miocárdio; AINEs: anti-inflamatórios não esteroides; IECA: inibidores da enzima conversora de angiotensina. Tabela 1. Características clínicas e demográficas dos pacientes Variáveis GI (n=8) GS (n=9) Idade, anos 51,6±12,4 57,7±7,2 Sexo masculino, n (%) 5 (62,5) 5 (55,6) IMC, kg/m2 28,8±2,2 28,0±2,5 FEVE, % 59,1±14,9 60,4±12,8 DM, n (%) 5 (62,5) 5 (55,6) HAS, n (%) 6 (75,0) 8 (88,9) Início da RC pós-CRM, dias 35,8±2,1 38,4±1,7 Medicamentos, n (%) AINEs 5 (62,5) 9 (100,0) Antiplaquetário 2 (25,0) - Estatina 6 (75,0) 9 (100,0) Diurético 3 (37,5) 5 (55,6) Anticoagulante - 1 (11,1) IECA 6 (75,0) 1 (11,1) Betabloqueador 5 (62,5) 7 (77,8) Fonte: acervo pessoal. Apresentação do risco de viés do estudo Prática baseada em evidências Geração da sequência aleatória Sigilo da alocação Cegamentos dos participantes e pessoal Cegamentos dos avaliadores de desfechos Viés de atrito Relato seletivo de desfechos Outros vieses Em relação ao risco de viés de um estudo de intervenção, assinale a alternativa incorreta: a) O risco de viés é baixo em um item quando há evidência de que o estudo contemplou o quesito em questão. b) Outros vieses se referem a questões não contempladas nos itens anteriores do check list. c) Quando o estudo não relata informações suficientes, devemos dar alto risco de viés. d) A geração da sequência aleatória deve ser realizada por procedimentos aleatórios. e) Quando há alto risco de viés em todos os quesitos, não podemos ter muita confiança nos resultados do estudo. Interatividade Em relação ao risco de viés de um estudode intervenção, assinale a alternativa incorreta: a) O risco de viés é baixo em um item quando há evidência de que o estudo contemplou o quesito em questão. b) Outros vieses se referem a questões não contempladas nos itens anteriores do check list. c) Quando o estudo não relata informações suficientes, devemos dar alto risco de viés. d) A geração da sequência aleatória deve ser realizada por procedimentos aleatórios. e) Quando há alto risco de viés em todos os quesitos, não podemos ter muita confiança nos resultados do estudo. Resposta Nesta aula vou abordar o efeito das intervenção e sua precisão! Essa informação fica ainda mais clara quando está acompanhada com uma medida estatística. Risco Relativo (RR): IC 95%: Prática baseada em evidências Comparadas à ventilação mecânica, as terapias respiratórias combinadas à ventilação mecânica reduziram o desfecho de pneumonia associada à ventilação mecânica em pacientes intubados. O efeito é o que interessa ao paciente! Prática baseada em evidências P I C randomização O O ocorrência ocorrência Desfechos ≠Tempo O risco é uma razão: Prática baseada em evidências Nº de eventos Nº total de expostos Risco = = % N=100 evento ocorreu em 4% O evento ocorreu em 4:100 Quando nós temos duas intervenções sendo comparadas: O risco em cada grupo! Prática baseada em evidências I C Nº de eventos Nº total de expostos Risco = Nº de eventos Nº total de expostos Risco = Quando nós temos duas intervenções sendo comparadas: A medida de efeito que nos interessa agora é o Risco Relativo (RR). É o risco dos participantes que receberam a intervenção sobre o risco dos participantes que receberam o controle / comparador. Isso é facilmente visto na tabela 2x2. Prática baseada em evidências Risco Relativo (RR): Prática baseada em evidências Terapias manuais + ventilação mecânica Ventilação mecânica Pneumonia Não tiveram a c b d Intervenção = Controle/Comparador = a / (a + b) c / (c + d) Risco Relativo (RR): Prática baseada em evidências Terapias manuais + ventilação mecânica Ventilação mecânica Pneumonia Não tiveram 24 28 53 40 Intervenção = Controle/Comparador = 24 / (24+53) = 28 / (28+40) = 0,312 0,452 = 0,690 Redução de Risco Relativo (RRR): Prática baseada em evidências O RR de fazer terapias manuais + ventilação mecânica é: 0,690 Uma medida mais fácil de interpretar é RRR = 1 – 0,690 = 0,31 Fazer a intervenção reduz o risco de pneumonia em 31% Odds Ratio (RR): Prática baseada em evidências Terapias manuais + ventilação mecânica Ventilação mecânica Pneumonia Não tiveram a c b d A chance de pneumonia nos que receberam a intervenção sob a chance dos que receberam controle. A chance de não ter pneumonia nos que receberam intervenção sob a chance dos que receberam controle. Odds Ratio (RR): Prática baseada em evidências Terapias manuais + ventilação mecânica Ventilação mecânica Pneumonia Não tiveram 24 28 53 40 Para avaliar a influência do fumo passivo sobre o risco de câncer de pulmão, foi feito um estudo em que se mediu a frequência de câncer de pulmão em mulheres não fumantes, com maridos fumantes e não fumantes. O resultado mostrou um odds ratio (OR) de 1,8 para as mulheres com maridos fumantes, comparados aos não fumantes. a) O risco de câncer de pulmão é 80% maior nas mulheres com maridos não fumantes. b) A chance de câncer é 80% maior nos maridos não fumantes. c) Ter um marido fumante reduz a chance de câncer de pulmão em 80%. d) A odds ratio de 1,8 pode ser interpretada como aumento de 80% na chance de ter câncer. e) Não podemos aplicar a regra de redução de risco relativo para odds ratio. Interatividade Para avaliar a influência do fumo passivo sobre o risco de câncer de pulmão, foi feito um estudo em que se mediu a frequência de câncer de pulmão em mulheres não fumantes, com maridos fumantes e não fumantes. O resultado mostrou um odds ratio (OR) de 1,8 para as mulheres com maridos fumantes, comparados aos não fumantes. a) O risco de câncer de pulmão é 80% maior nas mulheres com maridos não fumantes. b) A chance de câncer é 80% maior nos maridos não fumantes. c) Ter um marido fumante reduz a chance de câncer de pulmão em 80%. d) A odds ratio de 1,8 pode ser interpretada como aumento de 80% na chance de ter câncer. e) Não podemos aplicar a regra de redução de risco relativo para odds ratio. Resposta CARVALHO, A. P. V.; SILVA, V. G. A. Avaliação do risco de viés de ensaios clínicos randomizados pela ferramenta da colaboração Cochrane. Diagnóstico Trat [Internet]. 2013;18(1):38-44. COUTINHO, E. S. F.; CUNHA, G. M. da. Conceitos básicos de epidemiologia e estatística para a leitura de ensaios clínicos controlados. Rev Bras Psiquiatr. 2005;27(2):146-51. DUQUIA, R. P.; BASTOS, J. L. D. Medidas de efeito: existe associação entre exposição e desfecho? Qual a magnitude desta associação? Sci Med (Porto Alegre). 2007;17(3):171-4. LOPES, A. A. Medicina Baseada em Evidências: a arte de aplicar o conhecimento científico na prática clínica. Assoc Med Bras. 2000;46(3):285-8. PEREIRA, M. G.; GALVÃO, T. F.; SILVA, M. T. Saúde Baseada em Evidências. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2021. STERNE, J. A. C.; SAVOVIĆ, J.; PAGE, M. J.; ELBERS, R. G.; BLENCOWE, N. S.; BOUTRON, I. RoB: A revised tool for assessing risk of bias in randomised trials. BMJ. 2019;366:1-8. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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