Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GESTÃO DE PESSOAS POR COMPETÊNCIAS Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS Autoria: Márcia Rosane Juppen Fogaça Cargnin 1ª Edição CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Carlos Fabiano Fistarol Ilana Gunilda Gerber Cavichioli Jóice Gadotti Consatti Norberto Siegel Julia dos Santos Ariana Monique Dalri Marcelo Bucci Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2019 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: C276g Cargnin, Márcia Rosane Juppen Fogaça Gestão de pessoas por competências. / Márcia Rosane Juppen Fogaça Cargnin. – Indaial: UNIASSELVI, 2019. 108 p.; il. ISBN 978-85-7141-324-5 1. Administração de pessoal. - Brasil. II. Centro Universitário Leon- ardo Da Vinci. CDD 658.3125 Sumário APRESENTAÇÃO ..........................................................................05 CAPÍTULO 1 Introdução à Gestão de Pessoas ..............................................07 CAPÍTULO 2 Características e Etapas do Modelo de Gestão por Competência .................................................................................39 CAPÍTULO 3 A Importância da Cultura Organizacional e da Avaliação deDesempenho na Gestão Contemporânea de Pessoas .........75 APRESENTAÇÃO Caro acadêmico, o livro de Gestão de Pessoas por Competências tem como propósito oferecer a você elementos que permitam aprofundar os conhecimentos sobre os conceitos importantes e atuais sobre a gestão de pessoas. A área de gestão de pessoas passou por mudanças profundas e marcantes, o advento das máquinas, equipamentos e a inserção de novas tecnologias gerou a necessidade de as empresas se modificarem, adaptando-se ao novo modelo estabelecido, pois para continuarem a ser competitivas, precisam acompanhar as novas demandas. Através dos conhecimentos desenvolvidos nesta disciplina, você compreenderá a relevância da área de gestão de pessoas e como ocorrem seus processos nas organizações, além de compreender que a atual gestão de pessoas teve como base estudos e reflexões que não podem ser desconsideradas. O livro foi desenvolvido de forma clara e objetiva, como uma linha do tempo, permitindo que mesmo os estudantes que não possuam formação ou vivência na área da administração ou gestão, tenham a compreensão dos fatos mais marcantes da história da gestão de pessoas. Considerando todos esses aspectos de mudanças, a área de gestão de pessoas tem sido tema de pesquisa nas academias, além de ser muito estudada pelos executivos de várias áreas de atuação. Certamente você desenvolverá conhecimentos que serão importantes para a sua atuação profissional, seja na área de gestão de pessoas ou em áreas que sejam exigidos tais conhecimentos. Bons estudos! CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE PESSOAS A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: • Desenvolver os conhecimentos relativos aos princípios básicos da Gestão por Competências. • Reconhecer a trajetória da gestão de pessoas. • Defi nir a gestão por competências e a sua importância. • Identifi car os desafi os da gestão contemporânea de pessoas. • Identifi car a importância do papel do líder na gestão de pessoas. • Reconhecer a importância dos sistemas de administração de pessoal. • Identifi car a importância do papel da cultura organizacional no desenvolvimento da gestão por competências. 8 Gestão de Pessoas por Competências 9 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE PESSOAS Capítulo 1 1 CONTEXTUALIZAÇÃO A área de Recursos Humanos se modifi cou ao longo do tempo, deixando de ser um departamento em que apenas eram realizados processos rotineiros e administrativos, mecanizados, na qual os trabalhadores eram vistos apenas como uma extensão da máquina, realizando apenas a execução das tarefas que lhes eram cabíveis. O cenário foi sendo mudado, o setor se tornou imprescindível, estratégico, com foco no desenvolvimento e na satisfação dos colaboradores em comunhão com os objetivos organizacionais, pois somente assim a empresa se torna competitiva. Perceber que o conhecimento do negócio não está somente na alta administração, mas também no que cada colaborador desenvolve na organização, não foi fácil. Foi necessário que estudiosos nos premiassem com suas pesquisas, com estudos para que tivéssemos argumentos para discutir e entender as diferenças entre as técnicas tradicionais e obsoletas (mas inovadoras para a época) com as técnicas modernas que possuímos hoje. Quem sabe as técnicas de hoje na posteridade também não sejam tidas como obsoletas? Por isso, a área de gestão de pessoas ainda é tema de pesquisa nas academias e por gestores em geral. Lidar com pessoas é lidar com a subjetividade a cada segundo. Diante desta complexidade, conhecer o passado da administração é conhecer os antecedentes que alicerçaram o que temos hoje na área de gestão de pessoas. Se não houvesse pesquisas na área de administração, não teríamos pesquisas na área de gestão de pessoas, porque uma empresa é formada por pessoas. Convidamos você a mergulhar no mundo da Gestão de Pessoas para compreender o antes e o depois dessa área que pensa na pessoa como um ser humano integral, ativo e mutável. 2 HISTÓRICO DA CONSTRUÇÃO DA GESTÃO CONTEMPORÂNEA DE PESSOAS Para compreendermos a atual gestão de pessoas, seus procedimentos e processos, é necessário fazermos uma retrospectiva na história da área. Tudo 10 Gestão de Pessoas por Competências o que conhecemos e é feito hoje, tem sua origem nas escolas de administração. Cada escola exerceu um papel fundamental, deixando marcas importantes, que certamente contribuíram para a história da gestão de pessoas. Vamos dar uma passada pelas escolas de administração para compreendermos melhor a gestão contemporânea de pessoas? Tudo começou com a chegada das máquinas, da eletricidade e do vapor. O primeiro a pesquisar foi Frederick Winslow Taylor (1856-1915), engenheiro, conhecido como o “pai” da Administração Científi ca, que em 1903 publicou seus primeiros estudos no livro Shop Management (Administração de ofi cinas), seguido da sua segunda publicação, Princípios da Administração Científi ca, em 1911. No primeiro livro, Taylor aprofundou seus estudos no que ele chamava de técnicas de racionalização do trabalho operário, realizando estudos dos tempos e movimentos (Motion time study), analisando as tarefas de cada operário, verifi cando cada um dos seus movimentos e processos de trabalho. Nesse seu estudo, Taylor verifi cou que havia operários que produziam muito menos do que realmente podiam produzir com o maquinário disponível, fi cando acomodados e desinteressados. Foi então que surgiu a necessidade de criar uma forma de pagar mais para o colaborador que produzisse mais, na qual conclui seus estudos sobre a racionalização do trabalho (CHIAVENATO, 2000). No seu segundo livro, Taylor apresenta que a racionalização do trabalho precisava ser acompanhada de uma estruturação geral da empresa, pois desta forma haveria coerência na aplicação dos seus princípios, em que ele apresenta estudos sobre a Administração Geral, que originou a Administração Científi ca, sem desconsiderar a necessidade de ter um olhar para a tarefa do operário. Taylor acreditava que a organização precisava ser estudada de forma científi ca e não empiricamente, uma vez que improvisar deveria perder espaço para o planejamento. Ele foi o primeiro a realizar estudos sistemáticos sobre o trabalho e a organização de forma metódica. Indicação dofi lme Tempos Modernos, de Charles Chaplin. 11 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE PESSOAS Capítulo 1 Nos estudos de tempos e movimentos, Taylor verifi cou que a mesma tarefa poderia ser realizada de formas diferentes e com ferramentas diferentes, fi cando a decisão a critério pessoal de cada operário. Foi com o intuito de substituir os métodos empíricos pelos métodos científi cos que ele apresentou a Organização Racional do Trabalho (ORT). Ele acreditava que o operário não tinha capacidade nem meios de analisar seu trabalho de forma científi ca, assim não poderia estabelecer um método mais efi ciente de trabalho. Com o surgimento da Administração Científi ca surge a divisão de responsabilidades, fi cando à administração (gerência) o planejamento do método de trabalho, à supervisão o apoio ao trabalhador durante a produção e ao operário cabia apenas a execução da atividade (CHIAVENATO, 2000). Cabe salientar que havia apenas “uma única forma de se realizar a tarefa”. Essa premissa da ORT foi o embrião da padronização que, em estudos futuros, norteou a mensuração da competência. A Organização Racional do Trabalho (ORT) se fundamenta em nove aspectos distintos, são eles: 1. Análise dos trabalhos e estudo dos tempos e movimentos. 2. Estudos da fadiga humana. 3. Divisão do trabalho e especialização do operário. 4. Desenho de cargos e tarefas. 5. Incentivos salariais e prêmios de produção. 6. Conceito do Homo Economicus. 7. Condições ambientais do trabalho. 8. Padronização de métodos e equipamentos. 9. Supervisão funcional. Taylor faz contribuições essenciais para o campo da gerência quando escreve os Princípios da Administração Científi ca, no qual apresenta quatro princípios que devem ser seguidos pelos gerentes, que são: 1. Princípio de planejamento: substituição do improviso por métodos baseados em procedimentos científi cos. 2. Princípio do preparo: designar trabalhos aos operários conforme suas aptidões, assim como treiná-los para produzir melhor. 3. Princípio do controle: controlar as atividades realizadas, a fi m de verifi car se estão de acordo com os métodos estabelecidos. 4. Princípio da execução: distribuir as atribuições e as responsabilidades para que a execução da atividade seja disciplinada. Com o surgimento da Administração Científi ca surge a divisão de responsabilidades, fi cando à administração (gerência) o planejamento do método de trabalho, à supervisão o apoio ao trabalhador durante a produção e ao operário cabia apenas a execução da atividade (CHIAVENATO, 2000). Cabe salientar que havia apenas “uma única forma de se realizar a tarefa”. Essa premissa da ORT foi o embrião da padronização que, em estudos futuros, norteou a mensuração da competência. 12 Gestão de Pessoas por Competências Verifi ca-se que a Administração Científi ca se restringiu às tarefas e aos fatores que estavam ligados com o cargo e a função do operário. Apesar de a organização ser constituída por pessoas, não se deu atenção ao elemento humano, fi cando à organização, conforme afi rma Chiavenato (2000, p. 70), “um arranjo rígido e estático de peças”. O entendimento era que uma organização era construída por máquinas, ou seja, um conjunto de peças (CHIAVENATO, 2000). Muitas críticas foram feitas à Administração Científi ca, principalmente ao que se refere à robotização do operário a partir da superespecialização das tarefas, tornando o homem um apêndice da máquina. Apesar disso, nenhuma crítica, limitação ou restrição apaga o fato de que os estudos realizados por Taylor foram importantes, pioneiros e que serviram de base para que outros estudiosos olhassem a organização de outra forma, dando continuidade às teorias administrativas. Muitas organizações ainda hoje utilizam métodos tayloristas, tais como a cronoanálise, que visa mensurar a produtividade em função do tempo, tornando-se um padrão. Qualquer visita em uma montadora automotiva remete a lembranças do ideário de Taylor. Em 1916 surgiu na França a Teoria Clássica da Administração, que complementou os estudos realizados por Taylor. Enquanto a Administração Científi ca tinha ênfase nas tarefas dos operários, a Teoria Clássica tinha ênfase na estrutura da organização, de forma que a tornasse mais efi ciente. Como visto anteriormente, a Administração Científi ca afi rmava que a efi ciência seria alcançada através da racionalização do trabalho do operário, já a Teoria Clássica afi rma que a efi ciência se dá a partir do todo organizacional, de todas as partes envolvidas, sejam departamentos ou pessoas, porém as duas teorias buscavam desenvolver a efi ciência das organizações. Henri Fayol (1841- 1925) vivenciou as consequências da Revolução Industrial (1820-1840) e da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Engenheiro de minas, teve seu primeiro livro publicado em 1916, chamado Administração Industrial e Geral. Conhecido como o “pai” da Teoria Clássica, Henri Fayol expôs sua Teoria de Administração no livro, no qual ele apresentou as seis funções básicas da empresa, que conforme Chiavenato (2000), são: 13 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE PESSOAS Capítulo 1 1. Funções técnicas: estão relacionadas à produção de bens e serviços. 2. Funções comerciais: estão relacionadas à compra e venda. 3. Funções fi nanceiras: estão relacionadas à gerência de capitais. 4. Funções de segurança: estão relacionadas à segurança dos bens patrimoniais e das pessoas. 5. Funções contábeis: estão relacionadas com todos os registros contábeis, inventários, balanços, entre outros. 6. Funções administrativas: estão relacionadas à integração e à coordenação das cinco demais funções. Fica perceptível através da geração dos conceitos de “funções” que Fayol apresenta uma perspectiva mais amplifi cada em relação à visão de Taylor (foco no fabril), a análise departamental demonstra que uma organização necessita de diversos conhecimentos e, portanto, muitas pessoas com diferentes aptidões. É mister afi rmar que são conhecimentos complementares, não confrontantes. Fayol apresentou uma defi nição do ato de administrar, também conhecido como as funções do administrador ou como processo administrativo, são elas: 1. Prever: visualizar o futuro, planejamento. 2. Organizar: integrar tudo o que for útil para a empresa, material ou social. 3. Comandar: dirigir a organização, fazê-la funcionar alcançando o máximo de retorno de todo o processo. 4. Coordenar: interligar todos os atos e esforços. 5. Controlar: verifi car que tudo ocorra de acordo com as ordens dadas. Como podemos ver, as duas escolas tinham ênfases na tarefa (Administração Científi ca) e na estrutura organizacional (Teoria Clássica), porém a Teoria Administrativa passa por uma revolução conceitual com a Abordagem Humanística, que passa a dar ênfase nas pessoas que atuam nas organizações. O surgimento da Teoria das Relações Humanas, advinda de estudos da área da psicologia (experiência de Hawthorne), fez com que as outras teorias cedessem espaço para a preocupação com as pessoas e com os grupos sociais. A Teoria das Relações Humanas teve sua origem na necessidade de se humanizar e democratizar a administração; em desenvolver as ciências humanas; das ideias pragmáticas de John Dewey e dos resultados da pesquisa de Hawthorne. A pesquisa de Hawthorne ocorreu em 1924, na cidade de Chicago, no bairro de Hawthorne, na fábrica da Western Electric Company. O objetivo da pesquisa era relacionar a efi ciência dos operários e a intensidade da iluminação. Ela ocorreu em quatro fases distintas e, em 1932, devido a problemas fi nanceiros, foi suspensa (CHIAVENATO, 2000). 14 Gestão de Pessoas por Competências Dentre os muitos resultados obtidos com a pesquisa, talvez a ênfase nos aspectos emocionais tenha sido a que mais refl ete na atual gestão de pessoas, uma vez que identifi cou que os elementos emocionais não planejados e irracionais relativos ao comportamento humano merecematenção especial. Outro aspecto importante na experiência foi a dinâmica comportamental advinda de formação de grupos de operários, isto é, a divisão de uma equipe em duas subequipes. Aprofunde seus conhecimentos nas fases da pesquisa de Hawthorne realizada em 1924 por Elton Mayo. Saiba mais sobre os estudos de Hawthorne: <https://www5.fgv. br/ctae/publicacoes/Ning/Publicacoes/00-Artigos/JogoDeEmpresas/ Karoshi/glossario/ESTUDOS.html>. Esse movimento na década de 1920 trouxe desafi os à função do chefe de pessoal, que a partir desse novo modelo de administração modifi cou a relação entre empregados e empregadores. Marras (2009, p. 23) afi rma que “enquanto a escola clássica operava à base da força e do autocratismo, o novo modelo propunha aumentar a produtividade pela eliminação dos confl itos e seus respectivos custos”. A Teoria Científi ca deu origem ao Homo Economicus, sendo substituído pelo Homo Social da escola das relações humanas. Procure aprofundar seus conhecimentos sobre os conceitos do Homo Economicus e do Homo Social. Era uma época de despreparo, com muitas difi culdades, foi então que em 1945 surgiram os estudos behavioristas (comportamentais), sendo uma das críticas à escola das relações humanas, “pela sua singeleza e empirismo ao entender que a simples satisfação 15 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE PESSOAS Capítulo 1 QUADRO 1 – EVOLUÇÃO DA FUNÇÃO DE PESSOAL no trabalho pudesse gerar, por si só, a efi ciência tão procurada” (MARRAS, 2009, p. 23). O behaviorismo apresentou os primeiros estudos sobre liderança e motivação humana, foi então que surgiu uma nova função, a do chefe de pessoal, sendo um marco, pois é a partir desse momento que a função passa de “cuidar do pessoal” para ter status de gerência. Na década de 1950, a escola das relações humanas atinge seu auge, no qual a função de chefe de pessoal passa a ser denominada de “gerente de relações humanas - GRH”, muito conhecida atualmente como human resource manager. Na década de 1960 surgiu uma nova nomenclatura, o “GRI - industrial relation manager”, que visava distinguir a função daquele que cuidava somente dos aspectos administrativos, do especialista em questões humanas (MARRAS, 2009), ainda preso ao estigma industrial. O Quadro 1 apresenta a evolução da função de pessoal. FONTE: Adaptado de Marras (2009) Áreas de responsabilidade da função de pessoal Chefe de Pessoal Gerente de RH Gerente de RH Controles de frequência Controles de frequência Controles de frequência Faltas ao trabalho Faltas ao trabalho Faltas ao trabalho Pagamentos Pagamentos Pagamentos Admissões e demissões Admissões e demissões Admissões e demissões Cumprimento da CLT Cumprimento da CLT Serviços gerais Serviços gerais Medicina e Higiene Medicina e Higiene Segurança patrimonial Segurança patrimonial Segurança industrial Segurança industrial Contencioso trabalhista Contencioso trabalhista Cargos e salários Cargos e salários Benefí cios Benefí cios Recrutamento e seleção Recrutamento e seleção Treinamento Treinamento Avaliação de desempenho Qualidade de vida Desenvolvimento gerencial Relações trabalhistas Sindicalismo Desenvolv. Organizacional Estrutura organizacional 16 Gestão de Pessoas por Competências Diante do que já foi apresentado foi possível termos uma ideia da história da gestão de pessoas, mas nos dias atuais quais são as grandes mudanças ocorridas? As mudanças ocorridas nos cenários do século XXI, na economia, na globalização, na tecnologia, no mercado, entre outros, faz com que as organizações exercitem a criatividade diariamente, uma vez que é necessário enfrentar as mudanças em uma velocidade jamais imaginada. Estudos recentes apresentam a área de recursos humanos como sendo estratégica, mostrando que a partir desse novo cenário a gestão de pessoas precisou evoluir. Tose (1997) apresentou as cinco fases evolutivas da gestão de pessoal, conforme a seguir: FIGURA 1 – FASES EVOLUTIVAS DA GESTÃO DE PESSOAL FONTE: Adaptada de Tose (2009) 17 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE PESSOAS Capítulo 1 Conforme Tose (1997), cada fase possuía características que foram importantes, mas que evoluíram para dar suporte às diferentes necessidades que foram surgindo ao longo do tempo. Na fase contábil havia a preocupação apenas com relação aos custos da organização. Havia os registros da compra da mão de obra. Na fase legal surgiu a função do chefe de pessoal, cuja preocupação era no cumprimento da nova legislação trabalhista (CLT). Na fase tecnicista, com a chegada da indústria automobilística, momento em que a GRI passou a ser considerada, ocasionou um grande avanço na melhoria das relações entre capital e trabalho. Foi nessa fase que se operacionalizou os serviços de treinamento, recrutamento e seleção, cargos e salários, benefícios, higiene e segurança no trabalho, entre outros. Na fase administrativa iniciaram os movimentos sindicais, além disso, foi um marco importante, pois a denominação de GRI - gerente de relações industriais - passou a ser chamada de gerente de recursos humanos. Por fi m, a fase estratégica, que foi marcada pela inserção dos primeiros programas de planejamento estratégico atrelados ao planejamento estratégico organizacional, no qual se planejava a longo prazo. Nessa fase, a gestão de recursos humanos passou a ser reconhecida como estratégica, não mais como tática. 2.1 DEFINIÇÃO DA GESTÃO POR COMPETÊNCIAS Como vimos anteriormente, a forma como as organizações realizam a gestão de pessoas passou por grandes transformações, que foram motivadas pela inadequação dos modelos, ou seja, na forma como a empresa se organiza no gerenciamento e orientação do comportamento humano no trabalho. Dutra, Fleury e Ruas (2010) apresentam que a partir da década de 1990 é que surgem propostas mais concretas em novas formas de gerir pessoas. Para que possamos compreender o papel da gestão por competências frente a essas mudanças ocorridas no mundo do trabalho, é necessário inserir novas confi gurações para que os colaboradores atendam às novas demandas. Para isso, 18 Gestão de Pessoas por Competências é preciso abordar o tema competências. Igualmente é necessário compreendermos as modifi cações ocorridas no capital (ZAFIRIAN, 2001). O início do século XVIII foi marcado pela mecanização na produção a partir do advento das máquinas. Até então, o trabalho era realizado de forma artesanal, manufatureira, perdendo espaço para o sistema fabril, inserindo novos processos de trabalho e inovações técnicas. O que foi impactante, uma vez que o trabalhador foi sendo substituído pelas máquinas em tarefas que podiam ser mecanizadas. A industrialização separou os camponeses e os artesão de sua própria atividade, afastando-os não somente da terra e dos meios de produção, mas de todo o conhecimento que possuíam até então (ZAFIRIAN, 2001). Na época do Taylorismo, as habilidades necessárias para se desenvolver as atividades se limitavam apenas a questões técnicas, assim, suprimia do trabalhador a capacidade de pensar, de tomar a iniciativa, de decidir e de ter responsabilidades (BRANDÃO; GUIMARÃES, 2001). No fi nal do século XX, com a inserção da robótica, da automação, das tecnologias mais avançadas, da microeletrônica nos processos produtivos, afetando a relação de trabalho e do próprio sistema produtivo, surgiram novos processos de trabalho, substituindo o padrão dominante do fordismo por formas produtivas mais fl exíveis, individualizadas e desregulamentadas (PIORE; SABEL, 1984). Com isso, muitas mudanças ocorreram, principalmente na mão de obra, que passou a exigir uma atitude diferenciada daquela tida nos processos de produção em massa, deixando de lado a mão de obra que até então supria as necessidades, para uma mão de obra polivalente, multifuncional, com habilidades laborais que ultrapassam o simples exercício e prática do trabalho. Pochmann (2001) apresenta que uma das principais mudanças ocorridas nomundo do trabalho se concretizou pela necessidade advinda das novas estratégias de competitividade e produtividade que estavam se estabelecendo. Nesse momento, o conhecimento passou a ser imprescindível para a sobrevivência das empresas (CANÇADO et al., 2004). Assim, nesse novo modelo de processo produtivo, a demanda por qualifi cações diferentes foi intensifi cada. É sempre relevante demarcar que tais mudanças ocorreram como reações às demandas de mercado, isto é, a competitividade entre as empresas em ofertar produtos e serviços de maior qualidade. Preços competitivos e, especialmente, Na época do Taylorismo, as habilidades necessárias para se desenvolver as atividades se limitavam apenas a questões técnicas, assim, suprimia do trabalhador a capacidade de pensar, de tomar a iniciativa, de decidir e de ter responsabilidades (BRANDÃO; GUIMARÃES, 2001). 19 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE PESSOAS Capítulo 1 inovações, obrigaram as empresas a saírem de seu modo convencional de produção e desenvolver produtos de curta vida útil, com ênfase em criar novos produtos de forma continuada. Passaram a ser exigidas do trabalhador novas capacidades, como pensar, decidir, ter iniciativa, ser responsável, fabricar, consertar, entre outros. Afi nal, só pessoas criam e conseguem ter a percepção do que o mercado almeja. A Tabela 1 apresenta as mudanças ocorridas da sociedade industrial à sociedade do conhecimento. TIPOS DE SOCIEDADE INDUSTRIAL CONHECIMENTO Capital Bens físicos e fi nanceiros Indústria Setores Predominantes Indústria Serviço e Comércio Força de Trabalho Física Mental (Criativa) Tecnologia Mecânica; eletromecânica. Eletrônica Modo de Produção Taylorista-fordista: produção em massa para mercado local. Produção fl exível; Personalização; Mercado global. Organização do Trabalho. Linha de Montagem. Células; ilhas de produção. Arquitetura organizacional Empresas hierarquizadas, piramidais, integradas verticalmente, organogramas. Organizações em rede; Horizontalizadas; cadeia de valor. TABELA 1 – TRANSFORMAÇÕES DA SOCIEDADE INDUSTRIAL PARA A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO FONTE: Cançado et al. (2004, p. 3 42) Stroobants (1997) afi rma que com as mudanças ocorridas foi necessário que o trabalhador mobilizasse suas capacidades para gerar conhecimento para a empresa, tornando-se efi ciente. Foi então que se tornou necessário que os trabalhadores desenvolvessem suas competências individuais, alinhando-as com os objetivos estratégicos da organização. A partir de então, na tentativa de atingir resultados cada vez mais signifi cativos, foi obrigatória a identifi cação das competências necessárias relacionadas à atividade e ao desenvolvimento individual e organizacional. 20 Gestão de Pessoas por Competências Será que qualifi car-se é o mesmo que desenvolver competências? Expressões como “qualifi cação”, “competência” e “formação profi ssional” muitas vezes são utilizadas com os mesmos signifi cados. Segundo Rocha e Salles (2005), a formulação original da palavra qualifi cação é composta por três dimensões, que são: 1. Dimensão Conceitual: é caracterizada pelos processos de formação/educação. 2. Dimensão Social: refere-se ao agrupamento dos profi ssionais em relação à formação da identidade de classe, salário, ocupação, entre outros. 3. Dimensão Experimental: é o saber tácito do trabalhador, advindo da interação entre conhecimento e prática de trabalho. O conceito de qualifi cação está associado aos aspectos de formação do trabalhador, incluindo as que foram adquiridas ao longo da sua vida, como educação escolar, formação técnica e as experiências profi ssionais (CANÇADO et al., 2004). Sintetizando as diferenças, enquanto a qualifi cação remete ao posto de trabalho, ao salário, às tarefas, a competência remete à subjetividade, à multifuncionalidade e à imprecisão. O indivíduo passa a ser remunerado por sua capacidade, por seu desempenho e não pelo cargo que ocupa. As atenções centram-se mais no indivíduo do que no posto de trabalho (HIRATA, 1993). Conceito de competências No senso comum, competência signifi ca a capacidade de quem tem como resolver certo assunto ou situação, fazer determinada coisa, seria a capacidade, a habilidade e a aptidão. França (1998) explica que a expressão antigamente era utilizada apenas na linguagem jurídica e signifi cava poder ou autoridade para realizar um ato, ou a faculdade atribuída a alguém ou a uma instituição para julgar determinada questão, além disso, afi rma que a competência pode ser vista como um conjunto indissociável do conhecimento, compreensão, habilidades, valores e atitudes. O termo competência deriva do latim competentia, que signifi ca ser capaz, pertencer ou ser próprio. No senso comum, competência signifi ca a capacidade de quem tem como resolver certo assunto ou situação, fazer determinada coisa, seria a capacidade, a habilidade e a aptidão. O termo competência deriva do latim competentia, que signifi ca ser capaz, pertencer ou ser próprio. 21 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE PESSOAS Capítulo 1 Isambert-Jamati (1997) apresenta que no período da Teoria Clássica, competência signifi cava uma relação de habilidades necessárias para desempenhar uma tarefa ou cargo de forma efi ciente, e no ambiente organizacional, competência era defi nida como sendo um conjunto de conhecimentos e habilidades relacionados à pessoa ou à função, resultado de comportamentos que agregam valor ao trabalho. Zafi rian (2001), por sua vez, afi rma que a competência é a inteligência prática para a solução de determinadas situações, cuja resolução se apoia nos conhecimentos adquiridos; quanto mais complexa é a situação, maior é a força da inteligência prática. Já Le Boterf (1995) traduz a competência como sendo um saber agir que é reconhecido pelos outros; implica saber mobilizar, integrar e transferir conhecimentos, recursos e habilidades em um contexto profi ssional determinado. Durand (1999) refere-se ao desenvolvimento de competências por meio de três dimensões: assimilação de conhecimentos, integração de habilidades e adoção de atitudes relevantes para um contexto organizacional específi co ou para obtenção de alto desempenho no trabalho; e como o “tomar a iniciativa” e o “assumir responsabilidades” do indivíduo diante de situações profi ssionais com as quais se depara; competência como entendimento prático das situações que se apoia em conhecimentos adquiridos e os transforma na medida em que aumenta a diversidade das situações; e competência como a faculdade de mobilizar redes de atores em torno das mesmas situações, ou a faculdade de fazer com que esses atores compartilhem as implicações de suas ações, fazendo-os assumirem áreas de corresponsabilidade. FIGURA 2 – AS TRÊS DIMENSÕES DA COMPETÊNCIA FONTE: Durand (1999, p. 281) 22 Gestão de Pessoas por Competências Fleury e Fleury (2001 p. 190) referem-se à competência como sendo: “um saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo”. Fogaça (2017) afi rma que o conceito de competência está intimamente relacionado às formas de aprendizagens do indivíduo, que pode ocorrer de forma natural ou induzida, envolvendo o conhecimento dos conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA). Fleury e Fleury (2001) destacam que a competência somente pode ser considerada a partir da agregação de valor econômico à organização e valor social ao indivíduo. O conceito de competência proposto pelos autores aparece associado a várias ações, como agir, mobilizar, integrar, aprender, engajar e assumir, conforme mostrado na Figura 3: FIGURA 3 – COMPETÊNCIAS COMO FONTE DE VALOR PARA O INDIVÍDUO E PARA A ORGANIZAÇÃO Fleury e Fleury (2001 p. 190) referem-se à competência como sendo: “um saber agirresponsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo”. FONTE: Fleury e Fleury (2001, p. 188) Já Perrenoud (2000) apresenta o conceito de competência como sendo a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações etc.) para solucionar com pertinência e efi cácia uma série de situações. Ele cita três exemplos: • Saber orientar-se numa cidade desconhecida mobiliza as capacidades de ler um mapa, localizar-se, pedir informações ou conselhos; e os seguintes saberes: ter noção de escala, elementos da topografi a ou referências geográfi cas. • Saber curar uma criança doente mobiliza as capacidades de observar 23 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE PESSOAS Capítulo 1 sinais fi siológicos, medir a temperatura, administrar um medicamento; e os seguintes saberes: identifi car patologias e sintomas, primeiros socorros, terapias, os riscos, os remédios, os serviços médicos e farmacêuticos. • Saber votar de acordo com os seus interesses mobiliza as capacidades de saber se informar, preencher a cédula; e os seguintes saberes: instituições políticas, processo de eleição, candidatos, partidos, programas políticos, políticas democráticas etc. Fogaça (2017) afi rma que o termo competências está associado aos verbos saber, agir e mobilizar, e apresenta que devido às mudanças ocorridas no mundo do trabalho, é necessário que o colaborador agregue valor econômico para o negócio, e isso se dá a partir do desenvolvimento das competências. Moscovici (1994) considera que a competência é constituída por três dimensões: o saber, o saber fazer e o saber agir. A Tabela 2 apresenta as dimensões e a descrição das competências. TABELA 2 – DIMENSÕES E DESCRIÇÃO Dimensões Descrições O saber e o conhecimento O saber é o conhecimento na informação que agrega valor ao trabalho. Esse conhecimento é o que necessitamos saber para realizar nossas atribuições. Informações sobre técnicas, sistemas, mercados e organizações são tidas como exem- plos deste conhecimento. O saber fazer O saber fazer consiste nas habilidades, no desenvolvimento de práticas e no entendimento sobre as ações tomadas. Essas habilidades são utilizadas na conquista de um bom desempenho. Habilidade para orientar, liderar uma equipe, para negociar com stakeholders, para planejar, controlar e avaliar desempenhos são alguns exemplos. O saber agir Cita as atitudes, o comportamento condizente com cada situação e com o objetivo desejado. É a união entre a teoria e a prática, o discurso e a ação. Através dessa dimensão, utilizamos adequadamente nossos conhecimentos, habilida- des, confi abilidade, fl exibilidade, reconhecimento dos erros e a busca por novos ensinamentos. FONTE: Adaptada de Moscovici (1994) 24 Gestão de Pessoas por Competências Como vimos, a palavra competência aparece associada ao saber agir, saber ser, saber fazer, saber aprender, saber engajar-se, saber resolver, assumir responsabilidade, entre outros, mas como desenvolvemos as competências? O desenvolvimento de competências ocorre por meio da aprendizagem, seja ela natural ou induzida, envolvendo a aquisição de conhecimentos, habilidades e atitudes. A aprendizagem constitui então o meio pelo qual se desenvolve a competência (POZO, 2002). Abbad e Borges (2004) defi nem aprendizagem como o processo de mudança de comportamento do indivíduo não resultante apenas da sua maturação, mas também da interação com o meio, sendo este meio defi nido para o desenvolvimento das pessoas como entes que agregam valor, portanto, é necessário criar um ambiente de segurança e aprendizagem. Segundo Swieringa e Wierdsma (1995), a mudança de atitude é resultado da aprendizagem. Logo, se houve mudança de atitude frente ao trabalho e à organização, pode-se afi rmar que houve aprendizagem individual. As ações de desenvolvimento de competências, ou seja, a aprendizagem que contribui para o desenvolvimento das competências, segundo Dutra (2007, p. 67), também podem ser classifi cadas conforme sua natureza: Ações de desenvolvimento formais: estruturadas através de conteúdos programáticos específi cos, envolvem metodologias didáticas, instrutores ou orientadores, material bibliográfi co e uma agenda de trabalho ou aulas. Exemplos: cursos, ciclo de palestras, seminários, programas de cultura compartilhada e orientação. Ações de desenvolvimento não formais: estruturadas através de atuações no próprio trabalho ou de situações ligadas à atuação profi ssional. Podem ser concebidas de diferentes formas, mas sempre envolvem o profi ssional a ser desenvolvido. Exemplos: participação ou coordenação em projetos interdepartamentais ou interinstitucionais, trabalhos fi lantrópicos, visitas, estágios etc. Dutra (2007) ressalta que quanto mais complexas são as atribuições e as responsabilidades, maior é a ênfase que deve ser dada às ações de desenvolvimento não formais, visto que a complexidade exige maior vivência e experiência das pessoas. As mudanças ocorridas no mundo do trabalho ocasionaram alterações nas relações sociais que, consequentemente, exigem outro olhar para o ensinar e o aprender, o que impõe uma nova forma de fazer gestão e, sobretudo, de mensuração de desenvolvimento. O desenvolvimento de competências ocorre por meio da aprendizagem, seja ela natural ou induzida, envolvendo a aquisição de conhecimentos, habilidades e atitudes. A aprendizagem constitui então o meio pelo qual se desenvolve a competência (POZO, 2002). 25 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE PESSOAS Capítulo 1 Então, podemos defi nir a gestão por competências? É por meio da gestão de competências que as empresas orientam as ações das pessoas, vislumbrando construir uma organização efi caz, atingindo seus objetivos e metas. Os profi ssionais mais bem-sucedidos são os que possuem um Quociente Emocional mais desenvolvido do que aqueles mais bem-sucedidos nos Quocientes de Inteligência (GOLEMAN, 1995). Tal argumento ressalta a relevância do desenvolvimento das competências emocionais. Com todas as mudanças ocorridas surgiu a necessidade de cada organização, cada cultura organizacional, gerir não apenas as competências comportamentais, mas também as competências técnicas dos colaboradores, procurando alcançar um equilíbrio entre essas competências, de forma única para cada organização, de acordo com a sua cultura. O foco da gestão está principalmente na orientação do desenvolvimento de competências e nos novos conhecimentos por competências, buscando a vantagem competitiva de forma sustentável, no qual suas ações servem para eliminar ou minimizar as eventuais lacunas de competências existentes, orientando e estimulando os profi ssionais a reduzirem a distância entre o que eles são capazes de fazer e o que a organização almeja (competências atuais X competências desejadas). Para obter vantagem competitiva e mantê-la, cada empresa traça suas estratégias e gerencia as fontes que lhe dão origem. Entre essas fontes, destaca-se a capacidade das pessoas, que será transformada em trabalho e, consequentemente, em algum tipo de produto. A área de gestão de pessoas exerce um papel essencial nesse processo, de forma que os subsistemas de recursos humanos podem difundir e incentivar seus profi ssionais a desenvolverem-se profi ssionalmente, orientando políticas, estratégias, ações, entre outros. Há o que se chama de mapeamento de competências, que ocorre no momento da implantação da gestão por competências, que serve para identifi car as competências organizacionais (equipes), dos profi ssionais (funções ou cargos) e as pessoais (funcionários). A partir do conhecimento das competências existentes e das competências desejadas, a empresa tem a possibilidade de selecionar pessoas de forma mais assertiva, podendo desenvolver com maiorprecisão as competências desejadas, pois tem a ideia das competências carentes ou que Para obter vantagem competitiva e mantê-la, cada empresa traça suas estratégias e gerencia as fontes que lhe dão origem. Entre essas fontes, destaca- se a capacidade das pessoas, que será transformada em trabalho e, consequentemente, em algum tipo de produto. 26 Gestão de Pessoas por Competências precisam ser desenvolvidas. O mapeamento não se limita em levantar as competências necessárias para o momento, mas, sim, a uma necessidade de reposicionamento mercadológico da organização mediante uma pressão de demanda, concorrência ou inovações. 2.2 O PAPEL DA LIDERANÇA NA GESTÃO DE PESSOAS Com o passar dos tempos, as empresas compreenderam que o talento humano é um recurso valioso e que está disponível, seja nas grandes ou pequenas empresas. Como visto anteriormente, uma das vantagens competitivas está relacionada à gestão por competências. O sucesso ou o fracasso da empresa está condicionado ao modo como elas selecionam, treinam e gerenciam seus colaboradores e, por isso, cada vez mais as organizações compreendem que um líder é essencial na condução de uma equipe, desenvolvendo suas habilidades e motivações, com o objetivo de atingir os resultados organizacionais. Há muitos estudos sobre liderança, no entanto, ainda não existe um manual ensinando como se formar um grande líder. Podemos dizer que ser líder é ser inspirador, infl uenciador e motivador no alcance dos objetivos. É aquele em que a equipe confi a, acredita e serve de exemplo. Lltas e Silva Jr. (2009) apresentam que o líder verdadeiro é o que possui capacidade de desenvolver estratégias e mostra o melhor caminho a ser percorrido pela equipe, que compartilha suas ideias com o grupo. Já Mussak (2010) afi rma que para ser líder deve haver confi ança mútua entre líder e liderados, que o líder deve ser inspirador, além de desenvolver o sentimento de pertencimento dos colaboradores, fazendo com que eles sintam orgulho com o que desenvolvem. Há pessoas que já nascem líderes e outras podem desenvolver suas habilidades. Há muitos estudos sobre liderança, no entanto, ainda não existe um manual ensinando como se formar um grande líder. Podemos dizer que ser líder é ser inspirador, infl uenciador e motivador no alcance dos objetivos. É aquele em que a equipe confi a, acredita e serve de exemplo. 27 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE PESSOAS Capítulo 1 Mussak (2010, p. 54) afi rma que: Os líderes desempenham o papel de grandes homens que estimulam as pessoas a aprender, a ampliar suas capacidades, defi nir seus objetivos e aperfeiçoar seus modelos. O líder deve saber integrar o aprendizado, fazer com que as pessoas possam enfrentar os problemas que surgirem, de forma produtiva, desenvolvendo novos conhecimentos. O autor ainda diz que o líder é o responsável por estimular e promover o desenvolvimento profi ssional de cada um dos seus colaboradores, identifi cando os pontos fortes e fracos de cada um, maximizando os fortes e desenvolvendo ou inativando os fracos. Além disso, afi rma que quando o colaborador se identifi ca com o líder, ele obtém resultados acima do esperado (MUSSAK, 2010). Segundo Bitencourt (2001), o líder deve trabalhar e desenvolver estas dimensões melhorando suas potencialidades, desta forma conseguirá resultados mais efi cazes nas suas ações e, consequentemente, nos seus objetivos. As organizações contemporâneas caminham para a adequação ao novo contexto produtivo através de diferentes meios. A melhor adequação das pessoas ao trabalho e a efi cácia na utilização dos recursos são buscados através das novas formas de gerenciar e com apoio de mecanismos e ferramentas modernas. Ferreira (2006) afi rma que o líder precisa desenvolver um ambiente no qual os colaboradores se sintam confortáveis, além de estar disponível para dar atenção, respeitando ideias, pois assim desenvolve um clima de cumplicidade entre todos os envolvidos. Lltas e Silva Jr (2009) afi rmam que o atributo mais importante da liderança é o desejo de querer ser líder. Habilidades e competências gerenciais podem ser desenvolvidas junto aos colaboradores, porém paixão para liderar uma organização não. Existem aqueles líderes natos e outros precisam desenvolver suas habilidades. Para liderar, é necessário que se compreenda e respeite a cultura organizacional, pois assim é possível mostrar o melhor caminho para os seus liderados, além disso, é preciso acreditar no que se está fazendo, pois, desta forma, o líder faz com que sua equipe se engaje e se comprometa com os objetivos propostos. O líder de antigamente era apenas um tomador de decisão e um cobrador, pois verifi cava a melhor maneira de utilizar as habilidades de um colaborador para atingir os objetivos organizacionais. O líder na atualidade é um desenvolvedor 28 Gestão de Pessoas por Competências de pessoas, que constrói relacionamento, desperta o que há de melhor em cada um, pois ele tem a capacidade de infl uenciar, de aprender, tem conhecimento da equipe e sabe extrair dela o melhor para atingir as metas organizacionais. Para compreendermos a atual gestão, seus procedimentos e processos, foi necessário fazermos uma retrospectiva na história da área. Tudo o que conhecemos e é feito hoje, tem sua origem nas escolas da administração. Cada escola exerceu um papel fundamental, deixando marcas importantes, que certamente contribuíram para a história da gestão. As mudanças ocorridas no mundo do trabalho nos fazem refl etir sobre como as organizações devem ser administradas. Elas não ocorreram apenas no cunho pessoal, mas também no tecnológico. A forma de lidar com as pessoas precisou se adequar às novas exigências do mercado, pois somente desta forma é que a organização pode se desenvolver rumo ao atingimento dos objetivos. Todas essas mudanças causaram impactos substanciais na sociedade e, consequentemente, nos modos de liderança. As formas tradicionais se tornaram ultrapassadas, fazendo com que as organizações estejam em constante adaptação. Com isso, surgiu o papel do novo líder, que exerce uma função fundamental para que essas adaptações ocorram da melhor forma possível. Cada vez mais o papel do líder é examinado pelo setor de recursos humanos, que constantemente promove processos de desenvolvimento e por seus liderados. Na atualidade, seu papel é questionado diariamente pelos seus liderados, o que não ocorria no passado. O papel do líder na contemporaneidade é baseado na infl uência e mão mais pela autoridade, ele busca ser respeitado e não mais ser obedecido, procura construir suas credibilidades através de ações que aproveitem diferentes posicionamentos e ideias, criando seguidores. O líder, antes de tudo, deve conhecer suas competências e suas fragilidades (autoconhecimento), pois assim poderá exercer sua liderança de forma efi caz e responsável. É um profi ssional que precisa tomar decisões de forma rápida e ágil, e deve possuir habilidades de autogestão. Fica claro que uma das competências necessárias para que o líder desenvolva seu papel é ter desenvolvido o lado humano, promovendo em seu grupo aspectos relacionados à segurança e à sinergia, promovendo no grupo a integração e as relações humanas, devendo investir seu tempo no fortalecimento de sua equipe, no que tange aos processos e às emoções. Cabe ressaltar que o líder tem como papel fundamental compreender as 29 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE PESSOAS Capítulo 1 dinâmicas grupais do seu grupo e oportunizar conquistas, além de ser claro e objetivo, pois desta forma todos saberão como os objetivos serão alcançados. Todas as características elencadas anteriormente são relevantes para que o líder exerça seu papel na atual administração, porém uma característica fundamental é a resiliência. 2.3 DESAFIOS DA GESTÃO CONTEMPORÂNEA DE PESSOAS A gestão de pessoas é umdesafi o diário, não somente para quem atua na área, mas também para as lideranças da organização. Principalmente porque lidar com pessoas é estar em constante contato com a subjetividade. Tentar conciliar os objetivos pessoais dos colaboradores com os organizacionais nem sempre é uma tarefa fácil. Mintzberg (2010) apresenta que cada instituição possui exigências distintas para os papéis de gestão, pois cada uma possui uma realidade e dinâmica. Discorre também que o gestor, em geral, desempenha diversos papéis no dia a dia laboral, como liderar, motivar, negociar, comunicar, sempre em busca do sucesso da organização. Em decorrência disso, pela natureza intensa e diversifi cada do trabalho desenvolvido, o gestor necessita possuir um conjunto de habilidades que suportem a condução das atividades. Com tantas mudanças ocorridas nas relações de trabalho e no mundo organizacional, e a partir da nova administração de recursos humanos, muitos processos novos ocorreram, ocasionando muitas vezes instabilidade, insegurança, descrédito, entre outros, que convivem diariamente nas organizações e que precisam ser conduzidos da melhor maneira possível, minimizando os impactos negativos. Lacombe (2005) apresenta as infl uências da nova administração de recursos humanos, uma delas é a desburocratização, que tende a diminuir a relevância dos colaboradores que realizam trabalhos repetitivos, consequentemente, aumentando a importância dos que criam, dos que lidam diretamente com o cliente e daqueles que agregam valor ao produto ou serviço oferecido. Ele também cita a reengenharia como um processo que exige muito da empresa, por precisar repensar seus processos do zero, além de precisar recriar um ambiente seguro para aqueles que “sobrevivem ao processo”. Outro processo importante é o downsizing, que é o corte de pessoal para diminuir a quantidade de hierarquias, tentando obter maior fl exibilidade, desta forma, adaptando o número 30 Gestão de Pessoas por Competências de colaboradores às necessidades ou possibilidades da empresa. É um processo delicado que pode ocasionar uma perda de competitividade no longo prazo. Em toda a reformulação organizacional, é necessário levar em consideração os refl exos sobre os recursos humanos, com um olhar especial para os que sobrevivem ao processo. Concomitantemente a essas infl uências que permeiam diariamente as organizações, há desafi os que são vivenciados pelas organizações atualmente. Lacombe (2005) apresenta que além de lidar com os resultados desses processos, aspectos relacionados à qualifi cação profi ssional, moral, ética, gestão do conhecimento, globalização, terceirização, avaliação de capital intangível, ao gerenciamento de equipes multidisciplinares e autogerenciáveis, criatividade, inovação, formação de lideranças e foco no cliente são os principais desafi os para a área de gestão contemporânea de pessoas. Uma forma das organizações minimizarem esses impactos se dá por meio de treinamentos direcionados, que são diagnosticados a partir do levantamento de necessidade de treinamento (LNT). Tal modalidade necessita de uma estreita relação com as áreas que se conectam com o mercado, pois é vital que investimentos não se tornem despesas. A área de recursos humanos, para ser estratégica, depende desta proximidade com a organização como um todo, desde a alta administração até os serviços mais rudimentares. 3 SISTEMAS DE GESTÃO DE PESSOAS Sistema é um conjunto de elementos, concretos ou abstratos, intelectualmente organizados. Como podemos perceber, é uma defi nição simples, porém abrangente. Aplicar esse conceito nem sempre é uma tarefa fácil, pois defi nir o método mais adequado para fazer a gestão de pessoas é complexo. Assim, para sistematizar, é necessário antes de tudo organizar, ordenar e identifi car as partes dos processos, pois no caso da área de gestão de pessoas, precisamos ordenar as atividades de provisão, aplicação, manutenção, desenvolvimento e monitoração, para podermos ter a clareza da relação de causa e efeito que existe entre essas atividades que são fundamentais no processo de gestão de pessoas. 3.1 SUBSISTEMAS DE PROVISÃO DE PESSOAS O processo de provisão objetiva defi nir as pessoas que trabalham na organização. Conforme Chiavenato (2004), a provisão de pessoas se dá a partir 31 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE PESSOAS Capítulo 1 Cargo é um conjunto de funções (tarefas e atribuições) com posição defi nida na estrutura organizacional. Conforme Chiavenato (2004), o cargo se baseia nas noções de tarefa, de atribuição e de função. A partir da defi nição dos cargos da organização, é necessário realizar o desenho dos cargos, que signifi ca estabelecer quatro condições fundamentais: • Conteúdo do cargo: é o conjunto de tarefas a ser desempenhada. • Métodos e processo de trabalho: como esse conjunto deverá ser desempenhado. • Responsabilidade: a quem o ocupante do cargo deverá se reportar. • Autoridade: quem o ocupante do cargo irá supervisionar, monitorar etc. de uma pesquisa interna das necessidades, na identifi cação do que a organização precisa com relação à necessidade de pessoal. Em seguida, realiza uma pesquisa externa, no mercado, verifi cando o que o mercado de recursos humanos está oferecendo e, posteriormente, defi nindo as técnicas de recrutamento a serem aplicadas. A partir desse planejamento, Chiavenato (2004) descreve como se dá o processo de recrutamento. Existem distintos meios de recrutamento: o interno, o externo, o misto e o on-line. 3.2 SUBSISTEMAS DE APLICAÇÃO O processo de aplicação de recursos ocupa-se principalmente do Desenho dos Cargos, Análise dos cargos e da Avaliação de Desempenho. Desenhar o cargo é defi nir claramente as atividades que serão desenvolvidas, com suas respectivas responsabilidades. Além da subordinação, está relacionado aos requisitos de qualifi cação, experiência e habilidades pessoais (comportamentais e técnicas). Quando o desenho dos cargos está defi nido, facilita os processos de integração e adaptação do colaborador no ambiente de trabalho. A falta dos desenhos dos cargos, análise dos cargos e dos indicadores para a avaliação de 32 Gestão de Pessoas por Competências desempenho, que é a forma sistêmica de medir o desempenho do colaborador, refl ete na falta de critérios para a remuneração dos colaboradores. 3.3 SUBSISTEMAS DE MANUTENÇÃO O processo de manutenção de recursos humanos tem como objetivo a remuneração, os benefícios, a higiene e a segurança do trabalho e as relações sindicais. O maior desafi o é manter os colaboradores na organização motivados e com boas condições de trabalho. Recompensas precisam seguir as regras contidas na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e suas alterações, pois somente dessa forma poderá ser possível manter um bom relacionamento com o colaborador e sindicatos. Assim, minimiza-se as possibilidades de os colaboradores desenvolverem e partilharem do sentimento de injustiça, gerando, muitas vezes, situações incontornáveis. O processo de manutenção está intimamente ligado à questão do bem- estar do colaborador, pois é a partir dele que há as condições de subsistência e manutenção da vida. Este talvez seja o subsistema de maior constância de dedicação dos profi ssionais de RH, pois o ambiente é altamente volátil e, portanto, é necessário um acompanhamento contínuo. 3.4 SUBSISTEMAS DE DESENVOLVIMENTO O subsistema de desenvolvimento está ligado ao processo de desenvolvimento do colaborador, através do treinamento e desenvolvimento, ocasionando o desenvolvimento organizacional. Os treinamentos individualizados buscam de forma rápida habilitar o colaborador para que tenha domínio para executar as tarefas demandadas do cargo que ocupa. O desenvolvimento tem como objetivo habilitar os colaboradores para posteriormente terem a oportunidade de cargos mais qualifi cados. Todo esse processo parte do Levantamento das necessidadesde treinamento (LNT), que a partir desse diagnóstico pode buscar capacitar os colaboradores de forma mais assertiva. 33 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE PESSOAS Capítulo 1 1 Autores que desenvolvem seus estudos no campo da administração afi rmam que os sistemas organizacionais podem ser divididos em subsistemas. O sistema de Administração de Recursos Humanos possui alguns subsistemas. Quanto ao subsistema de Provisão de Recursos Humanos, pode-se afi rmar que: a) Refere-se aos processos compensatórios. b) É composto pelos processos de treinamento e desenvolvimento. c) Tem entre seus processos principais o recrutamento e a seleção de pessoal. d) Atua somente com o desenvolvimento organizacional. 2 Com as mudanças ocorridas no mundo do trabalho, o papel do líder também se modifi cou, passando a ter como principal meta ser um infl uenciador. Qual das afi rmativas a seguir caracteriza um líder? a) Tomador de decisões solitário. b) Poder. c) Resiliente. d) Gerente. 3.5 SUBSISTEMAS DE MONITORAÇÃO O processo de monitoração compreende, conforme Chiavenato (2004), os bancos de dados, os sistemas de informações e a auditoria de recursos humanos, ou seja, é o controle de todos os processos relacionados ao sistema de gestão de pessoas. Esse processo auxilia a tomada de decisão de todos os demais processos envolvidos na gestão de pessoas. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES Esse capítulo apresentou o histórico de algumas das Teorias Administrativas que serviram de base e que geraram a necessidade de desenvolver estudos 34 Gestão de Pessoas por Competências relacionados à área de gestão de pessoas. Frederick Taylor, Henri Fayol, Elton Mayo, entre outros, desenvolveram pesquisas substanciais para a área de administração. Sem seus estudos não teríamos os conhecimentos que temos hoje sobre a área de gestão. O termo competência, que apresentamos nesse capítulo, também se modifi cou ao longo do tempo. Em cada fase da história da administração ele era empregado de forma distinta. Se atualmente as competências são compostas pelos Conhecimentos, Habilidades e Atitudes (CHA), é porque estudos foram desenvolvidos acompanhando a necessidade de cada época. Falando em mudança, quais são os desafi os da gestão contemporânea de pessoas, se não lidar com a subjetividade todos os dias? Como satisfazer a necessidade de todos se todos possuímos necessidades distintas? Achar esse meio-termo, talvez seja um dos maiores desafi os da área. Lidar com pessoas não é fácil, então imagine lidar com um grupo de pessoas que precisam estar alinhadas com os objetivos organizacionais? Para isso, possuímos grandes apoios organizacionais que, entre outros, são os líderes e os processos de recursos humanos. O líder exerce um papel relevante na condução de todos ao atingimento das metas organizacionais. É aquele que inspira, que seduz, que provoca mudanças, que engaja, seja ele nascido ou desenvolvido líder. Os processos de recursos humanos são essenciais para o atingimento dos objetivos organizacionais. Ter a pessoa certa na vaga certa é imprescindível, diagnosticar as necessidades de cada área, desenvolver os colaboradores para que o crescimento profi ssional ocorra, pensar nas pessoas como seres humanos faz com que essa área seja reconhecida como estratégica na contemporaneidade. Os próximos capítulos aprofundarão temas importantes para enriquecer os conhecimentos que certamente serão úteis para a sua vida profi ssional. REFERÊNCIAS ABBAD, G.; BORGES, A. J. E. Aprendizagem humana em organizações de trabalho. Porto Alegre: Artmed, 2004. BITENCOURT, C. C. A gestão de competências gerenciais: a contribuição da aprendizagem organizacional. 2001. Tese (Doutorado em Administração) 35 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE PESSOAS Capítulo 1 - Programa de Pós-Graduação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, (UFRGS), 2001. Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/1793. Acesso em: 24 fev. 2019. BRANDÃO, H. P.; GUIMARÃES, T. de A. Gestão de competências e gestão de desempenho: tecnologias distintas ou instrumentos de um mesmo construto? RAE - Revista de Administração de Empresas, v. 41, n. 1, jan./mar., 2001. CANÇADO, V. L. et al. Desafi o da gestão de pessoas em organizações em rede. Revista Gestão & Tecnologia, Fundação Pedro Leopoldo, 2004. CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 14. ed. Rio de janeiro: Campus, 2004. CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. DURAND, T. L’alchimie de la compétence. Revue Française de Gestion, n. 127, 1999. DUTRA, J. de S. Gestão de Competências. São Paulo: Gente, 2007. DUTRA, J. de S.; FLEURY, M. T. L.; RUAS, R. Competências: conceitos, métodos e experiências. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2010. FERREIRA, G. M. M. F. A Liderança e suas relações com o comprometimento organizacional. Tese de Pós- Graduação, 2006. Disponível em: https://pt.slideshare.net/israellima376/a- liderana-e-suas-relaes-com-o-comprometimento-organizacional. Acesso em: 20 mar. 2019. FLEURY, M. T. L.; FLEURY, A. Estratégias empresariais e formação de competências. São Paulo: Atlas, 2001. FOGAÇA, M. R. J. Professores Bacharéis sem formação pedagógica formal e “bem-sucedidos” na docência da educação profi ssional. Dissertação (Mestrado em Educação). Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Disponível em: http://www.repositorio.jesuita.org.br/bitstream/ handle/UNISINOS/6905/M%E1rcia+Rosane+Juppen+Foga%E7a_. pdf;jsessionid=B44A7A94F316FDCDCCBF7A990EA0B1AF?sequence=1. Acesso em: 23 mar. 2019. 36 Gestão de Pessoas por Competências FRANÇA, A. M. M. Gestão de Competências: contribuição para a defi nição de um modelo de competências gerenciais para o Banco do Brasil. Brasília: USP, 1998. GOLEMAN, D. Inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995. HIRATA, H. Da polarização das qualifi cações ao modelo de competência. In: FERRETTI, C. J. et al. Novas tecnologias, trabalho e educação: um debate multidisciplinar. Petrópolis: Vozes, 1993. ISAMBERT-JAMATI, V. O Apelo à noção de competência na revista L´Orientation Scolaire et Professionelle. In: ROPÉ, F.; TANGUY, L. (org.) Saberes e competências: o uso de tais noções na escola e na empresa. Campinas: Papirus, 1997. LACOMBE, F. J. M. Recursos humanos: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2005. LE BOTERF, G. De la compétence: essai sur un attracteur étrange. Paris: Quatrième Tirage, 1995. LLTAS, V.; SILVA JR., W. Liderança organizacional: refl exões sobre liderança organizacional, 2009. Disponível em: http://www.administradores.com.br/informe- se/artigos/lideranca-organizacional/30579/. Acesso em: 9 jan. 2019. MARRAS, J. P. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. MUSSAK, E. Gestão humanista de pessoas: o fator humano como diferencial competitivo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. PERRENOUD, P. 10 novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000. PIORE, M. J.; SABEL, C. F. A divisão industrial II: possibilidades de prosperidade. New York: Basic Books, 1984. POCHMANN, M. O emprego na globalização: a nova divisão internacional do trabalho e os caminhos que o Brasil escolheu. São Paulo: Boitempo, 2001. POZO, J. I. Aprendizes e mestres: a nova cultura da aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002. 37 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE PESSOAS Capítulo 1 ROCHA, E. P.; SALLES, J. A. A. Competências e a gestão de pessoas. RACRE - Revista de Administração CREUPI, São Paulo, v. 5, n. 9, jan./dez. 2005. SILVA, J. C. et al. O papel da liderança nas organizações. 2006. Disponível em: http://www.artigonal.com/recursos-humanos-artigos/o-papel-do-lider-na- motivacao-da-equipe-881172.html. Acesso em: 9 jan. 2019. STROOBANTS, M. Savoir-faire et compétence au travail. Bruxelles: Éditions de l’Université de Bruxelles,1997. SWIERINGA, J.; WIERDSMA, A. La Organización que aprende. México: Addison-Wesley Ibero Americana, 1995. TOSE, M. de G. L. e S. A evolução da gestão de recursos humanos no Brasil. Dissertação de Mestrado, FEA - PUC - SP, 1997. Disponível em: https://tede2.pucsp.br/handle/handle/1090. Acesso em: 14 jan. 2019. ZAFIRIAN, P. Objetivo Competência por uma nova lógica. São Paulo: Atlas, 2001. 38 Gestão de Pessoas por Competências CAPÍTULO 2 CARACTERÍSTICAS E ETAPAS DO MODELO DE GESTÃO POR COMPETÊNCIA A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: • Desenvolver os conhecimentos sobre a gestão por competência, no que tange às características e modelos de gestão por competência. • Compreender a importância dos desenhos de cargos. • Compreender os refl exos da remuneração por competências na gestão por competências. • Identifi car a oferta e a demanda do mercado de recursos humanos. • Reconhecer a importância do processo de recrutamento, seleção, treinamento e desenvolvimento para a gestão por competências. • Compreender como se dá o sistema de remuneração e os benefícios para a gestão por competências. • Identifi car a importância do papel da cultura organizacional no desenvolvimento da gestão por competências. 40 Gestão de Pessoas por Competências 41 CARACTERÍSTICAS E ETAPAS DO MODELO DE GESTÃO POR COMPETÊNCIA Capítulo 2 1 CONTEXTUALIZAÇÃO No capítulo anterior conhecemos os aspectos principais da história da construção da gestão contemporânea de pessoas, os desafi os que essa área enfrenta na atualidade e abordamos o sistema de gestão de pessoas. Como vimos, a área de administração de recursos humanos atende a diversas necessidades organizacionais. Gil (2007, p. 15) afi rma que “o fi m da administração de recursos humanos só poderá ocorrer após o fi m de todas as outras áreas da administração, pois todos os demais recursos das organizações são administrados por seus recursos humanos”. Em decorrência disso, cada empresa possui seu modelo de gestão de pessoas, que é a maneira pela qual uma empresa se organiza para administrar e orientar o comportamento humano no ambiente organizacional. O modelo de gestão de pessoas determina as políticas, as práticas, os processos, os princípios e as estratégias de gestão, que são norteadores do comportamento das pessoas na organização. Fischer, Arellano e Reis (2002, p. 12) afi rmam que “o comportamento das pessoas no trabalho pode interferir na preservação e na agregação de valor das empresas”. Como a organização é composta por pessoas, é necessário que a administração de recursos humanos seja realizada de forma estratégica, pois são “as pessoas” que a tornam competitiva, conforme Chiavenato (2004). 2 ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS A globalização, juntamente ao aumento da competitividade do mercado, contrariando a lógica conhecida do mercado, ocasionou uma quebra de paradigmas, agregando a essa nova era uma complexidade desconhecida, no qual as organizações precisaram se adequar com extrema velocidade, para se desenvolverem e se manterem competitivas. As organizações são compostas por pessoas que precisam estar preparadas para possibilitar que os objetivos organizacionais sejam atingidos. Para tanto, é necessário possuir recursos, como conhecimentos, habilidades e atitudes, que incorporem essas novas características organizacionais. Nesse contexto, a área de recursos humanos se torna estratégica, pois é a partir do modelo de gestão de pessoas que a organização poderá se desenvolver de forma contínua e 42 Gestão de Pessoas por Competências competitiva, gerando conhecimento para o seu negócio. É a partir dessa necessidade que a ARH (Administração de Recursos Humanos) apoia as demais áreas, uma vez que ela provoca impacto nas pessoas e nas organizações, desde a forma de como lidar com as pessoas, de atraí-las no mercado, desenvolvê-las, recompensá-las, monitorá-las, sendo tudo isso crucial para que a organização atinja seus objetivos. Diante disso, surgem cinco processos básicos na gestão de pessoas, que são: prover, aplicar, manter, desenvolver e monitorar os colaboradores, que formam um processo dinâmico, pois as pessoas são captadas, realizam suas tarefas, são mantidas, desenvolvidas e monitoradas pela organização. Esses processos possuem como base as políticas de recursos humanos, que são um grupo de valores éticos defi nidos pelas organizações, no qual as atitudes dos colaboradores, acionistas e fornecedores são pautadas e servirão de base no processo de monitoramento. Os procedimentos a serem implantados servem como norteadores das pessoas quando na execução de suas tarefas dentro da organização, que visam dar um tratamento uniforme para todas as situações. Os objetivos da Administração de Recursos Humanos constituem um conjunto de processos a fi m de promover o desempenho efi ciente dos colaboradores para o atingimento das metas organizacionais, ao mesmo tempo em que a organização fornece meios para que esses mesmos colaboradores possam alcançar seus objetivos individuais relacionados ou não ao trabalho. Chiavenato (2004) afi rma que os objetivos da ARH são: criar, manter e desenvolver pessoas com habilidades, motivação e satisfação para realizar os objetivos da organização, além de alcançar efi ciência e efi cácia através delas. Por se tratar de processos que lidam com pessoas, cabe ressaltar que a ARH enfrenta difi culdades básicas, como o fato de ser um processo “meio” e não fi m, uma vez que presta assessoria; por lidar com pessoas, os processos se tornam mais complexos; as pessoas podem não estar alocadas no mesmo espaço, local, cidade, atuam em ambientes dinâmicos, que sofrem infl uência de fatores internos e externos, na maioria das vezes impossíveis de controlar. Com o intuito de maximizar resultados, Chiavenato (2004) apresenta cinco subsistemas distintos que auxiliam no gerenciamento de todas as atividades pertencentes a ARH, que são: Subsistema de Provisão de Recursos Humanos, Subsistema de Aplicação de Recursos Humanos, Subsistema de Manutenção de Recursos Humanos, Subsistema de Desenvolvimento de Recursos Humanos e Chiavenato (2004) afi rma que os objetivos da ARH são: criar, manter e desenvolver pessoas com habilidades, motivação e satisfação para realizar os objetivos da organização, além de alcançar efi ciência e efi cácia através delas. 43 CARACTERÍSTICAS E ETAPAS DO MODELO DE GESTÃO POR COMPETÊNCIA Capítulo 2 Subsistema de Monitoração e Recursos Humanos. Neste capítulo aprofundaremos os conhecimentos sobre cada subsistema. 2.1 SUBSISTEMA DE PROVISÃO DE RECURSOS HUMANOS O processo de provisão de recursos humanos está diretamente relacionado ao suprimento de pessoas para a organização. Podemos dizer que é o processo responsável pelo capital humano e que envolve atividades que estão relacionadas à pesquisa de mercado de RH, ao planejamento de RH, ao recrutamento e à seleção de pessoas. O mercado de recursos humanos ou o mercado de trabalho é constituído pelas ofertas de trabalho pelas organizações, em um determinado lugar, em uma determinada época, sendo defi nido pelas oportunidades de emprego (CHIAVENATO, 2004). Esse mercado funciona em termos de oferta e procura, no qual existe a oferta de emprego (vagas ofertadas) e a procura por emprego (vagas procuradas), e se apresenta equilibrado quando há harmonia entre a oferta e a procura. O Quadro 1 apresenta as características das situações de oferta e de procura, e o Quadro 2 apresenta as características do mercado de recursos humanos. Cabe salientar que essas características são genéricas (comportamento das pessoas). QUADRO 1 – CARACTERÍSTICAS DA SITUAÇÃO DE OFERTA E PROCURA SITUAÇÃO DE OFERTA SITUAÇÃO DE PROCURA Excessiva quantidade de ofertas de vagas. Insufi ciente quantidade de oferta de vagas. Competiçãoentre as empresas para obter candidatos. Falta de competição entre as empresas. Intensifi cação dos investimentos em recrutamento. Redução dos investimentos em recrutamen- to. Redução das exigências aos candidatos e abrandamento do processo seletivo. Aumento das exigências aos candidatos e maior rigor no processo seletivo. Intensifi cação dos investimentos em treinamento. Redução nos investimentos em treinamento. Ênfase no recrutamento interno. Ênfase no recrutamento externo. Desenvolvimento de políticas de retenção de pessoal. Desenvolvimento de políticas de melhoria do capital humano (substituição). 44 Gestão de Pessoas por Competências Orientação para as pessoas e para o seu bem-estar. Orientação para o trabalho e para a efi ciên- cia. Intensifi cação dos investimentos em bene- fícios sociais. Redução ou congelamento dos investimen- tos em benefícios sociais. QUADRO 2 – CARACTERÍSTICAS DO MERCADO DE TRABALHO (COMPORTAMENTO DAS PESSOAS) SITUAÇÃO DE OFERTA SITUAÇÃO DE PROCURA Insufi ciente quantidade de candidatos. Excessiva quantidade de candidatos. Falta de competição entre os candidatos. Competição entre candidatos para obter empregos. Elevação das pretensões salariais. Rebaixamento das pretensões salariais. Extrema facilidade em conseguir emprego. Extrema difi culdade em conseguir emprego. Vontade de perder o emprego. Temor de perder o atual emprego. Maré alta nos problemas de absenteísmo. Maré baixa nos problemas de absenteísmo. O candidato seleciona as múltiplas oportunidades. O candidato aceita qualquer oportunidade. Orientação para a melhoria e o desenvolvimento. Orientação para a sobrevivência. FONTE: Adaptado de Chiavenato (2004) O conhecimento dessas características é importante para o processo de provisão de RH. O subsistema de Provisão de Recursos Humanos se dá a partir do PLANEJAMENTO DE RECURSOS HUMANOS. Chiavenato (2004, p. 166) diz que “é o processo de decisão a respeito dos recursos humanos necessários para atingir os objetivos organizacionais, em determinado período de tempo”. É antecipar a quantidade e a qualidade de pessoas necessárias para a organização, posteriormente a verifi cação das necessidades da organização. A Figura 1 apresenta as fases do planejamento. FONTE: Adaptado de Chiavenato (2004) 45 CARACTERÍSTICAS E ETAPAS DO MODELO DE GESTÃO POR COMPETÊNCIA Capítulo 2 FIGURA 1 – AS TRÊS FASES DO PLANEJAMENTO DE RECRUTAMENTO FONTE: Adaptada de Chiavenato (2004) Após a verifi cação das necessidades, inicia-se o processo de recrutamento, sendo que este é realizado a partir da verifi cação das necessidades presentes e futuras da organização. O que é recrutamento? É uma atividade que tem como objetivo captar, atrair candidatos que posteriormente poderão ser selecionados como colaboradores da organização. Gil (2007) afi rma que o recrutamento é um processo que tem como objetivo atrair candidatos potencialmente qualifi cados que sejam capazes de ocupar cargos na organização. Desta forma, podemos dizer que o recrutamento é a porta de entrada de todo colaborador na organização, por isso a sua relevância. Esse é um processo que não inicia pelo setor de recrutamento, mas, sim, pela área que está necessitando da mão de obra. Essa reposição pode se dar por vários motivos, dentre eles, aumento de quadro de pessoal, reposição de pessoal e afastamentos legais. Lacombe (2005) ressalta que quando se trata de aumento de quadro, o setor de recrutamento e seleção deve checar se esse aumento estava previsto, caso contrário, deve solicitar que a área requisitante obtenha a autorização. As etapas do processo de recrutamento podem ser defi nidas da seguinte forma: Após a verifi cação das necessidades, inicia-se o processo de recrutamento, sendo que este é realizado a partir da verifi cação das necessidades presentes e futuras da organização. Lacombe (2005) ressalta que quando se trata de aumento de quadro, o setor de recrutamento e seleção deve checar se esse aumento estava previsto, caso contrário, deve solicitar que a área requisitante obtenha a autorização. 46 Gestão de Pessoas por Competências • Identifi car as necessidades de mão de obra. • Emitir a requisição de pessoal. • Analisar a descrição da vaga. • Avaliar a atualização de requisitos. • Analisar a descrição do cargo. • Escolher o meio mais apropriado para a captação de candidatos. • Encaminhar os candidatos para o processo de seleção. Cabe ressaltar que cada autor possui uma compreensão sobre os meios para realizar o recrutamento. Gil (2007) afi rma que há nove meios de realizar o recrutamento e que podem ser utilizados vários deles ao mesmo tempo, são eles: 1. Recrutamento dentro da empresa. 2. Cartazes. 3. Recomendação. 4. Pessoal dispensado. 5. Agências. 6. Associações profi ssionais. 7. Anúncios. 8. Caça-talentos. 9. Internet. Já Chiavenato (2009) afi rma haver quatro meios de recrutamento, que são: 1. Recrutamento interno. 2. Recrutamento externo. 3. Recrutamento misto. 4. Recrutamento on-line. Lacombe (2005) apresenta os seguintes métodos: 1. Anúncio na mídia. 2. Tabuletas na porta. 3. Informações em quadros de avisos. 4. Apresentações ou indicações. 5. Apresentação espontânea. 6. Agência de emprego. 7. Intercâmbio com outras empresas. 8. Anúncios em revistas técnicas. 9. Empresas de caça-talentos. 10. Instituições de formação de mão de obra especializada. 11. Sites de oferta e procura de mão de obra. 47 CARACTERÍSTICAS E ETAPAS DO MODELO DE GESTÃO POR COMPETÊNCIA Capítulo 2 Os meios propostos por Chiavenato (2009) são os mais utilizados entre os profi ssionais de recrutamento, por isso este capítulo explorará os meios propostos por ele. A especifi cação de Chiavenato é mais sucinta e não se debruça sobre meios e sim sobre espaços e formas, neste caso mais conveniente de analisar, pois os meios são dinâmicos e muitas vezes defi nidos sobre o tipo de cargo que se busca. Recrutamento interno Conforme Chiavenato (2004), o recrutamento interno ocorre quando a organização possui uma vaga para ser preenchida e decide ocupar a vaga através do remanejamento dos seus empregados, que podem ser promovidos (movimentação vertical), transferidos (movimentação horizontal) ou também transferidos e promovidos (movimentação diagonal). É um processo que precisa ser muito transparente, com muita seriedade e competência, no qual a empresa envolve vários sistemas e bancos de dados, uma vez que o recrutamento interno se baseia em dados e informações que estão relacionados com outros subsistemas, como: • Resultados das avaliações de desempenho. • Resultados obtidos no teste de seleção. • Análise da descrição do cargo atual e do almejado. • Resultados dos programas de treinamento. • Verifi cação do plano de carreira, para verifi car a trajetória mais adequada do ocupante do cargo. • Condições de promoção do candidato, se está pronto para ser promovido e se há substituto preparado para ocupar o seu cargo. Marras (2009) afi rma que o recrutamento interno privilegia os próprios recursos da organização e que é informado por canais de comunicação interna, como quadros de avisos e intranet. O Quadro 3 apresenta as vantagens e as desvantagens do recrutamento interno. 48 Gestão de Pessoas por Competências QUADRO 3 – VANTAGENS E DESVANTAGENS DO RECRUTAMENTO INTERNO RECRUTAMENTO INTERNO VANTAGENS DESVANTAGENS • Economia. • Rapidez. • Maior índice de validade e segurança. • Fonte de motivação. • Aproveita os investimentos da empresa. • Desenvolve um sadio espírito de competição. • Exige potencial de desenvolvimento dos funcionários. • Pode gerar confl itos de interesse (boicote pelos não capazes). • Pode levar ao “princípio de Peter” (o empregado em cargo onde não mais tem condições de ser promovido fi ca estacionado). • Limita a criatividade dos empregados à própria empresa. • Não pode ser feito para determinados
Compartilhar