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1 ROTINAS ADMINISTRATIVAS EM DEPARTAMENTO PESSOAL MÓDULO I 2 ROTINAS ADMINISTRATIVAS EM DEPARTAMENTO PESSOAL MÓDULO I 3 Sumário ANÁLISE GLOBAL DAS ESCOLAS ADMINISTRATIVAS E A FUNÇÃO PESSOAL . 5 DEFINIÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO............................................................................ 5 PRINCÍPIOS GERAIS DE ADMINISTRAÇÃO ............................................................ 6 Importância Relativa das Diversas Capacidades ........................................................ 7 Os Princípios .............................................................................................................. 8 Unidade de Comando ................................................................................................. 8 Unidade de Direção .................................................................................................... 9 Subordinação de Interesse Particular ......................................................................... 9 Remuneração ............................................................................................................. 9 Centralização e Descentralização .............................................................................. 9 Hierarquia ................................................................................................................. 10 Ordem ....................................................................................................................... 10 Equidade ................................................................................................................... 10 Estabilidade do pessoal ............................................................................................ 10 Iniciativa .................................................................................................................... 10 A União do Pessoal - A União Faz a Força .............................................................. 11 Abuso das comunicações escritas. ........................................................................... 11 TAYLORISMO .......................................................................................................... 11 Frederick Wilson Taylor ............................................................................................ 11 Ideias Básicas de Taylor ........................................................................................... 12 Os Princípios Fundamentais ..................................................................................... 12 Regras Técnicas ....................................................................................................... 12 Reflexão .................................................................................................................... 13 Administrador ............................................................................................................ 13 4 Humana .................................................................................................................... 13 Escola Tradicionalista ............................................................................................... 14 Revolução Ideológica................................................................................................ 14 CONCEITO SOBRE TRABALHO ............................................................................. 27 SALÁRIO E REMUNERAÇÃO .................................................................................. 28 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE RECURSOS HUMANOS ............................ 37 MÉTODO PARA CONTRATAÇÃO ........................................................................... 48 ADMINISTRAÇÃO DE CARGOS E SALÁRIOS ....................................................... 58 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ............................................................................. 70 5 ANÁLISE GLOBAL DAS ESCOLAS ADMINISTRATIVAS E A FUNÇÃO PESSOAL <http://mathema.psico.ufrgs.br Dentro do panorama agitado do fim do século passado, dois homens (Fayol e Taylor) conseguiram, em parte, equacionar os problemas da administração da empresa. As soluções que apontaram serviram como referência da empresa de 1900 a 1940. HENRY FAYOL Nasceu em Constantinopla em 29 de julho de 1841. Em 1860, aos 19 anos, colou grau de engenheiro na escola nacional de Saint Etienne. Entrou no mesmo ano para uma empresa de mineração, onde iniciou sua carreira. Em 1866, com 25 anos, tornou-se diretor e, em 1888, foi elevado a diretor-geral. A empresa, nesta época, encontrava-se às portas da falência. A gestão de Fayol, como que por um toque de mágica, prontamente debelou a crise, prosperou e consolidou, graças ao admirável gênio administrativo. DEFINIÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO 6 Faremos em seguida um resumo das ideias de Fayol conforme apresentada em seu livro “Administração Geral e Industrial”. Segundo explica, o conjunto de todas as operações da empresa pode ser dividido em seis grupos, ou seja, em seis funções essenciais: Operações técnicas (produção, fabricação e transformação); Operações comerciais (compra, venda e troca ou permuta); Operações financeiras (responsável pela obtenção e gerenciamento dos recursos financeiros); Operações de segurança (responsável pela proteção de bens materiais e pessoas); Operações contáveis (responsável pelo inventário, custo, balanço e estatística); Operações administrativas (consiste na previsão, organização, direção, coordenação e controle). Esses seis grupos de operações ou funções essenciais existem sempre em qualquer empresa, seja ela simples ou complexa, pequena ou grande. PRINCÍPIOS GERAIS DE ADMINISTRAÇÃO Algumas teorias clássicas da administração mostram que essa função se subdivide em cinco funções da seguinte forma: Prever: é traçar um programa de ação que estabeleça ações futuras; Organizar: é constituir o duplo organismo, material e social da empresa; Comandar: fazer funcionar as equipes dentro de cada função; Coordenar: ligar, unir, harmonizar todos os esforços; Controlar: consiste em fazer com que o planejado ocorra dentro das regras estabelecidas. 7 Importância Relativa das Diversas Capacidades Cada grupo de operações ou funções corresponde a uma capacidade especial necessária ao pessoal da empresa. Existem, dentro de uma empresa, todas as seis funções citadas anteriormente. Cada uma dessas capacidades, ou funções, repousa em um conjunto de aptidões, qualidades e conhecimentos que podem ser resumidos: 1) Qualidades físicas: saúde, vigor, destreza, força muscular, agilidade, coordenação, rapidez e precisão; 2) Qualidades intelectuais: aptidão para compreender, aprender e ter discernimento (ou saber diferenciar), força e agilidades intelectuais, habilidade analítica, julgamento e engenhosidade; 3) Qualidades morais: energia, firmeza, coragem de aceitar as responsabilidades, iniciativa, decisão, tato e dignidade; 4) Cultura geral: conhecimentos variados que não são exclusivamente da função exercida; 5) Conhecimentos especiais: relativos, unicamente, à função exercida, seja ela técnica, comercial, financeira, administrativa etc.; 6) Experiência: conhecimento resultante da prática das funções, adquirido na vivência de problemas reais e na própria realização de trabalho. Esse é o conjunto de qualidades e conhecimentos que forma qualquer uma das capacidades essenciais. A importância de cada um dos elementos que compõem a capacidade que se relaciona coma natureza e a importância da função. Podemos resumir: 1) A capacidade principal do operário é a técnica; 8 2) À medida que se sobe na escada hierárquica, a importância relativa à capacidade técnica diminui e a administrativa aumenta; 3) A capacidade principal de um diretor é a administrativa. Os Princípios Fayol expõe os princípios de administração em seu livro “Administração Geral e Industrial”. São eles: 1) Divisão do trabalho: Este princípio faz parte da natureza. É uma imposição de ordem natural. É observada em todo o universo. A divisão do trabalho tem, por finalidade, produzir mais e melhor com o menor esforço. Cada mudança de ocupação ou tarefa implica em um esforço de adaptação que tem como causa a diminuição da produção. A divisão do trabalho permite reduzir o número de objetivos sob os quais devem ser aplicados a atenção e o esforço, tendo como consequência a especialização das funções e a separação dos poderes. Entretanto, a divisão do trabalho tem suas limitações que a experiência e o bom-senso ensinam a não ultrapassar. 2) Autoridade e responsabilidade: É o direito de comandar e de poder fazer-se obedecer. Distingue-se em um chefe a autoridade estatutária, inerente à função concedida por lei à autoridade da pessoa com origem na inteligência, no saber, na experiência, no valor moral, na capacidade de comando e nos serviços prestados. 3) Disciplina: Baseia-se, essencialmente, na obediência, na assiduidade e nos sinais externos de respeito, tudo de acordo com as convenções estabelecidas pela organização. Unidade de Comando Sempre deverá ser de forma direta, ou seja, o agente não deve receber de mais de um chefe. 9 Unidade de Direção Um só chefe, um só programa para um conjunto de operações que visam o mesmo objetivo. É a condição necessária da unidade de ação, da coordenação de força, da convergência de esforços. Subordinação de Interesse Particular Esse princípio nos lembra que o interesse de um grupo não deve prevalecer sobre o da empresa; e o interesse da família deve estar acima de um de seus membros; que o interesse do estado deve sobrepor-se ao do cidadão. Remuneração É o prêmio pago pelo serviço prestado. Deve ser equitativo e, tanto quanto possível, satisfazer, ao mesmo tempo, ao pessoal e à empresa. A taxa de remuneração depende, em primeiro lugar, de circunstâncias independentes da vontade do patrão e do valor dos agentes, tais como a carestia de vida, a abundância ou escassez de mão de obra (lei da oferta e procura), o estado geral dos negócios, o mercado de produtos e a situação econômico-financeira da empresa. Depende, ainda, da especialidade e do modo de remuneração (pagamento do dia, por tarefa, por peça). Em resumo, todos os modos de retribuição que tendam a melhorar o valor e a felicidade do pessoal, estimular o zelo dos agentes de todas as escalas, devem ser objetos de contínua atenção por parte da empresa. Centralização e Descentralização Tal como a divisão do trabalho, a centralização é um fato de ordem natural em todo organismo animal ou social; as sensações convergem para o cérebro e, deste, partem as ordens que movimentam todas as partes do organismo. A centralização é, em si, um sistema de administração nem bom nem mau, podendo ser adotado ou abandonado à vontade dos dirigentes ou das circunstâncias. A centralização é observada nos pequenos negócios aonde as ordens vão diretamente aos agentes inferiores, neste caso, a centralização é absoluta. 10 Hierarquia Constitui a hierarquia uma série de autoridades superiores e agentes subalternos. A via hierárquica é o caminho que todos seguem, passando por todos os graus as comunicações, que partem da autoridade superior ou que lhes são dirigidas. É uma cadeia de comando, ao longo da qual possa fluir a autoridade com eficiência e sem atrito. Ordem Um lugar para cada coisa, cada coisa em seu lugar (ordem material). A fórmula de ordem social é idêntica: “um lugar para cada pessoa e cada pessoa em seu lugar”. A ordem deve ter, como resultado, evitar as perdas de material e de tempo. Equidade Combinação de vontade com justiça, tendo como base a justiça que decorre, por sua vez, do respeito às convenções estabelecidas. Como estas não podem prever tudo, é necessário interpretar ou suplementar sua insuficiência. Para isso, é necessário e, indispensável, a boa vontade e cooperação. Estabilidade do pessoal A adaptação a qualquer função requer tempo, ao longo do qual o agente chegará a desempenhá-la com eficiência, se provido dos atributos necessários. A experiência é obtida com o tempo, sendo o indivíduo apto a recebê-la. Iniciativa A capacidade de sugerir soluções originais, de decidir nos imprevistos, de agir nas oportunidades e de executar planos de concepção própria. A liberdade de propor e a de executar são os elementos da iniciativa. É necessário encorajar e desenvolver bastante essa faculdade. É preciso muito tato e certa dose de virtude 11 para evitar e manter a iniciativa de todos dentro dos limites impostos pelo respeito à autoridade e a disciplina. A União do Pessoal - A União Faz a Força A harmonia e a união do pessoal é uma grande fonte de vitalidade para a empresa. É necessário, pois, esforçar-se para estabelecê-la. O que deve ser evitado nessas relações: não se deve dividir para reinar. Dividir o seu próprio pessoal é falta grave. Deve-se evitar a dualidade de comando, as atribuições mal definidas e as censuras imerecidas. Abuso das comunicações escritas. As comunicações devem ser verbais, com isso se ganha rapidez, clareza e harmonia. TAYLORISMO http://3.bp.blogspot.com Frederick Wilson Taylor 12 Engenheiro americano que nasceu na Pensilvânia em 20 de março de 1856 e faleceu em Filadélfia em 21 de maio de 1915. Dedicou-se ao estudo da racionalização e modernização dos processos de trabalho na indústria. Procurou evidenciar a produtividade. Ideias Básicas de Taylor Atribuir a cada operário a tarefa mais elevada que permitam as suas aptidões. Pedir a cada operário o máximo de produção que se possa esperar. E, com essa soma de atribuições, se avaliou uma remuneração adequada que seja 30 a 50% superior à média salarial de sua classe. Concluindo: Salário Elevado, Baixo custo. Outro tema que Taylor abordou com muita coragem foi o estudo de tempos e movimentos. Os Princípios Fundamentais 1) Desenvolver para cada operário um método científico que substitua o método empírico; 2) Especializar, formar e conduzir o operário, ensinando-lhe o melhor processo de trabalho; 3) Acompanhar cada operário para assegurar-se de que o trabalho está sendo feito conforme regras estabelecidas (controle); 4) Dividir igualmente a responsabilidade e a tarefa entre a direção e o operário, encarregando aquela de tudo que ultrapassar a competência deste. O operário fica com a parte executiva. Regras Técnicas 13 Para cada tipo de indústria ou processo de trabalho, estudar e determinar a técnica mais conveniente; Analisar metodicamente o trabalho de operário, estudando e cronometrando os movimentos elementares; Transmitir sistematicamente instruções técnicas ao operário. Selecionar cientificamente os operários (conhecimento e aptidões); Separar as funções de preparação e execução, definindo as atribuições com precisão; Especificar as funções de planejamento e execução; Predeterminar tarefas individuais ao pessoal e conceder-lhes prêmios quando realizados; Uniformizar as ferramentas e utensílios; Conscientizar todo o pessoal das vantagens que decorrem do aumento de produção; Controlar a execução do trabalho; Classificar numericamenteas ferramentas, os processos e os produtos. Reflexão Além desses princípios, o administrador necessita, para ser eficaz na sua função, ter também capacitação e treinamento em três áreas distintas, ou seja, empenho nas atividades administrativas, humanas e técnicas. Administrador Aplicará os conceitos de prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Humana Como lidar com as pessoas e como ter resultados através delas. Técnica: quanto maior o contato com o setor de execução, maior a sua necessidade. O administrador necessita 24 ainda ter sensibilidade, suficiente para sentir as situações com as quais se depara a todo instante. Administrar com eficácia é, realmente, uma tarefa bastante complexa e difícil. 14 Escola Tradicionalista A escola tradicionalista foi aplicada em grande escala no início do século; foi a tentativa de uma melhor engenharia humana, de racionalizar um modo de como o trabalho era feito, visando sempre o aumento de produção. Esta escola foi originada principalmente através de estudos desenvolvidos por Henry Fayol, Frederick Wilson Taylor, Luther Gulick, James Mooney. Baseia-se nos seguintes princípios ou doutrinas: Fazia uma rígida separação entre a política e a administração; Considerava a administração como ciência, encontradas para aceitação na sociedade; O estudo científico da administração levava à descoberta de princípio; A economia e a eficiência eram os objetivos básicos a serem alcançados. Revolução Ideológica Na década de 20, até o final da década de 30, alguns fatos importantes ocorreram: Experiência em Hawthorme-Chicago Procurou-se verificar, nessa experiência, como os indivíduos reagiam dentro de 25 condições de eficiência máxima. Conclui-se que o homem não se comportava bem diante de trabalho mecânico nas linhas de produção. Kurt Lewin regressou da Alemanha e chegou aos Estados Unidos com a teoria de dinâmica de grupo, estudo que influenciou, consideravelmente, os conceitos de motivação dos empregados. Em 1938, com a publicação do livro “As Funções do Executivo”, de Chester Barnard, mudou-se o conceito de autoridade, que de imposta ao cargo passou a ser aceita em fase da anuência (permissão) do grupo, que consiste na aceitação da comunicação (autoridade) como autorizada, reunindo quatro condições simultâneas: 15 Pode compreender e compreende a comunicação; No momento de sua decisão, acredita que ela não é inconsciente com o propósito da organização; No momento de sua decisão, julga compatível com seu interesse pessoal como um todo; Pode-se acatá-la mental e fisicamente. ESCOLA BEHAVIORISTA A Academia Antiga FONTE: Encyclopedia Britannica, 2009 Ao final da guerra, com acentuado desenvolvimento em todos os setores, grande progresso das ciências sociais e a melhoria das condições de vida do homem, os trabalhadores começaram a fazer reivindicações, tendo como escopo o progresso material e social. Este progresso favoreceu o desenvolvimento dos novos modelos organizacionais, que iniciaram estudo neste campo, procurando sempre melhorias na administração da produção, dos materiais e dos recursos humanos. 16 A Escola Behaviorista Defendia as Seguintes Doutrinas Política e administração constituem uma continuidade, não tendo nenhum sentido a separação existente, pois o progresso administrativo é cada vez mais permeado ao político. A administração é, ao mesmo tempo, ciência e arte. É ciência como um conjunto sistemático de conhecimentos e, é arte, tratando da aplicação destes conhecimentos. A teoria behaviorista, portanto, se preocupa em aplicar conhecimentos e teorias para soluções de problemas das empresas. O estudo da administração não permitia a aplicação de rigidez detalhada pelas ciências exatas. Admitindo-se princípios, em administração, ciências sociais, eles sorriam, muito mais tendenciosos, do que exatos. A eficácia e, não mais a eficiência, passa a ser o objetivo central. Novo Conceito de Liderança com o Movimento de Dinâmica de Grupo O processo decisório passa a ter importância máxima na administração, passando, as decisões, a serem assumidas por todos. O planejamento era a escora, usada em situação de crise. Passou a caráter permanente, devido à necessidade de se ter informações completas e precisas. Comparação entre as escolas: Princípios Tradicionalista Behaviorista 1) Autoridade - De cima para baixo. - É aceita e não imposta. 2) Liderança - Exercida pela autoridade. - Influência do grupo e do meio ambiente. 3) Eficiência - Ponto de vista mecânico: maior produção. - Eficácia; Eficiência humanizada, ligada a objetivos. 4) Incentivos - Sociais ou financeiros. - Sociais e financeiros simultaneamente. 5) Trabalho - Meio de subsistência. - Satisfação das necessidades e afirmação social. 6) Controle - Através do comando: vertical - Baseado na comunicação, no 17 Sobre as pessoas. Controle de fatos e não das pessoas. 7) Planejamento - Esporádico, usado em situação de crise. - Mutável em função do controle permanente. 8) Organização - Estrutura burocrática. - Instituição social. 9) Meio ambiente do - Autocrático. - Democrático. trabalho 10) Decisão - Como ato individual profundamente centralizado. - Como ato coletivo, tendo como base a situação. 11) Mudança Tecnológica - Por ordem. - Por consulta. 12) Grupo - De qualquer maneira. - Com responsabilidade social. 13) Informações - Incompleta e imprecisa. - Completa e precisa. As Fases Evolutivas da Gestão de Pessoal As fases evolutivas da gestão de pessoal são: FASES PERÍODOS Contábil Antes de 1930 Legal 1930 a 1950 Tecnicista 1950 a 1965 Administrativa 1965 a 1985 Estratégica 1985 até hoje A fase contábil, pioneira da gestão de pessoal, também chamada de pré- histórica ou pré-jurídico-trabalhista por alguns autores, caracterizava-se pela preocupação com os custos das organizações. Os trabalhadores eram vistos, exclusivamente, sob o enfoque contábil, comparava-se a mão de obra e, portanto, as entradas e saídas provenientes dessa conta deviam ser registradas contabilmente. 18 A fase legal registrou o aparecimento da função de chefe de pessoal, profissional cuja preocupação estava centrada no acompanhamento e na manutenção das recém-criadas leis trabalhistas da era getulista. A fase tecnicista foi a que implantou no Brasil o modelo americano de gestão de pessoal e alavancou a função de RH ao status orgânico de gerência. Nessa oportunidade, o então presidente Juscelino Kubistchek implementou a indústria automobilística no nosso país, momento em que os empresários tiveram que aceitar em seus organogramas a figura do Gerente de Relações Industriais. Isso acabou representando um grande avanço para os trabalhadores e, também, nas relações entre capital e trabalho. Foi a parti daí que a área de RH passou a operacionalizar serviços como treinamento, recrutamento e seleção, cargos e salários, higiene e segurança no trabalho, benefícios e outros mais. A fase administrativa (ou sindicalista) criou um marco histórico nas relações entre capital e trabalho, na medida em que é berço de uma verdadeira revolução que, movida pelas bases trabalhadoras, implantou o movimento sindical denominado novo sindicalismo. Nessa fase, registrou-se nova mudança na denominação e na responsabilidade do até aqui Gerente de Relações Industriais (muitas organizações preferiam adotar o nome de Gerente de Pessoal, pelas características do próprio negócio). O cargo passou a se chamar Gerente de Recursos Humanos. A partir daí, então, mudou-se a ênfase dos procedimentos burocráticos e operacionais para uma ênfase mais humanística,voltada para os indivíduos e suas relações. A fase estratégica foi demarcada, segundo Albuquerque (1988), pela introdução dos primeiros programas de planejamento estratégico atrelados ao planejamento estratégico central das organizações. Iniciou-se novo impulso organizacional no cargo de GRH que, de posição gerencial de terceiro escalão, em nível ainda tático, passou a ser reconhecido, em algumas organizações, como diretoria, em nível estratégico. As Novas Teorias Administrativas 19 Uma organização eficaz não é um produto aleatório, ela é, antes de tudo, o fruto do trabalho humano. Quem faz a organização são as pessoas. Uma cultura organizacional saudável é constituída de um repertório de decisões racionais tomadas para solucionar os problemas do dia a dia. A estratégia para enfrentar os desafios de resolver os problemas é que dará o grau de eficácia ou saúde da organização. Dinâmica de Grupo de Lewin Lewin, a partir da década de 30, passou a se preocupar com a elaboração de uma psicologia dos grupos que fosse dinâmica e, ao mesmo tempo, articulada e definida por referência constante ao meio social no qual se formam se integram e se desintegram dos grupos. As hipóteses de Lewin são as seguintes: O grupo se constitui no terreno sobre o qual o indivíduo se mantém. De acordo com a atmosfera do grupo, o terreno pode ser firme, frágil, fluido ou elástico; O grupo é para o indivíduo um instrumento. O indivíduo utiliza o grupo, consciente ou inconsciente, juntamente com as relações sociais para satisfazer suas necessidades; O grupo é uma realidade da qual o indivíduo faz parte, mesmo os que se sentem 31 ignorados ou rejeitados. Por tanto, cada vez que o grupo sofre mudanças, ele se recente; Seus valores, suas necessidades, suas expectativas aí encontram gratificações ou frustrações; O grupo constitui, para seus membros, um elemento vital, isto é, daquela parte social que lhe é livremente acessível. ILUSTRAR Teorias de Herzberg e Maslow 20 Herzberg e os fatores de higiene e motivação Herzberg, pesquisando as fontes de motivação relacionadas com a realização do trabalho, constatou que as pessoas, à medida que se desenvolvem profissionalmente, adquirem experiência e passam a dar maior valor para a estima e autorrealização. Daí se desenvolveu a teoria da motivação, com amplas repercussões para a administração, com utilização eficiente dos recursos humanos. Há duas categorias básicas de necessidade, a saber: Quando se sente insatisfeito com o que faz ele se preocupa com o seu ambiente de trabalho. Quando se sente bem em seu trabalho, isso reflete positivamente. Maslow e a hierarquia das necessidades Maslow entende que o comportamento do homem pode ser analisado em função das necessidades que ele sente. Tornando-se ativa, uma necessidade pode ser considerada como estímulo para a ação impulsionadora das atividades do indivíduo. Assim, a atividade latente não só molda seu comportamento como indica Higiênicos: O ambiente Motivadores: O trabalho Programa e administração Supervisão Condições de trabalho Relações interpessoais Dinheiro Segurança Realização Reconhecimento por realização Trabalho desafiador Maior responsabilidade Crescimento e desenvolvimento 21 o que será importante para o indivíduo. Portanto, um sistema constituído pelas necessidades do homem evidentemente se transformará em forte motivação. A concepção de Maslow sobre a hierarquia das necessidades é apresentada conforme figura a seguir: http://www.cedet.com.br As necessidades básicas são aquelas ligadas a interesses da sobrevivência fisiológica – roupa, abrigo, conforto físico, alimentação, sexo, etc. Satisfeitas essas necessidades, o homem evoluirá para outras, como: benefícios para si e seus familiares (com plano de aposentadoria e assistência médica, política salarial, condições de higiene e segurança de trabalho, etc.), segurança sua, de seus familiares, de seus bens, estabilidade de emprego, etc. Após estas necessidades 22 estarem satisfeitas, ele passa a se preocupar com as relações do grupo de um modo geral. As teorias X e Y de Douglas McGregor Douglas McGregor, falecido em 1964, é considerado um dos mais influentes cientistas do comportamento da atualidade e sua maior contribuição foi o desenvolvimento das teorias X e Y. Segundo McGregor, na base de todas as decisões de qualquer dirigente, seja qual for o seu posicionamento hierárquico, encontram-se convicções a respeito da natureza do comportamento humano. A teoria X considera a capacidade da maior parte das pessoas, improvável e não muito 34 expressiva. De acordo com essa teoria, o trabalho só será produtivo se for encontrado algo que compense as deficiências mais comuns, tais como julgamento errôneo, passividade e irresponsabilidade. A teoria Y baseia-se na observação de que muitas pessoas, sob condições corretas, poderiam descobrir suficientemente satisfação no trabalho, passando a despender mais esforço do que em resposta somente à coerção. Teoria (X) Teoria (Y) 1) As pessoas são naturalmente indolentes, preferem não fazer nada. 1) As pessoas são naturalmente dinâmicas, fixando objetivos e gostam de lutar. 2) As pessoas trabalham mais por dinheiro e recompensas. 2) As pessoas procuram muitas satisfações no trabalho; orgulho na realização, satisfação no processamento e estímulo em novos desafios. 3) O motivo principal que conserva as pessoas produtivas no seu trabalho é o medo de serem dispensadas ou demitidas. 3) O motivo principal que conserva as pessoas produtivas no seu trabalho é desejo de realizarem os seus objetivos sociais e pessoais. 4) As pessoas conservam-se imaturas, mesmo quando adultas e dependem naturalmente dos líderes. 4) As pessoas adultas são amadurecidas; aspiram a independência, realizações próprias e responsabilidades. 5) As pessoas esperam e dependem de orientação superior, não querem pensar por si mesmas. 5) As pessoas perante fatos são amadurecidas, veem e percebem o que deve ser feito e são capazes de tomar decisões. 6) As pessoas necessitam de orientação, direção e treinamento em métodos próprios de trabalho. 6) As pessoas que compreendem e se importam com o que estão fazendo podem presumir e melhorar seus próprios métodos de trabalho. 23 7) As pessoas precisam de supervisores que as vigiem de perto e sejam capazes de elogiar o bom trabalho e repreender erros. 7) As pessoas precisam ter consciência de que são respeitadas como capazes de assumir riscos, responsabilidades e fazer autocorreção. 8) As pessoas tem pouca consideração com que está além de seus interesses materiais e imediatos. 8) As pessoas procuram dar significado a sua vida pela sua identificação com as nações, comunidades, igrejas, associações, etc. 9) As pessoas necessitam de instruções específicas sobre o que fazer e como fazer; orientações mais amplas não são de seu interesse. 9) As pessoas necessitam de entendimento crescente, precisam alcançar o sentido das atividades nas quais estão submetidas; elas tem necessidade de saber tudo do universo que as envolve. FONTE: McGregor, 2009 Concluindo: A teoria X tem um estilo gerencial da escola tradicionalista, ou seja, o princípio de dirigir e controlar através da autoridade. Os seus pressupostos básicos são: O ser humano não gosta de trabalhar e trabalha menos que pode. Na maior parte, as pessoas precisam ser coagidas, vigiadas e orientadas. O ser humano médio prefere ser dirigido, deseja evitar responsabilidade, é relativamente ambicioso e pretende segurança acima de tudo. A teoria Y teve seu desenvolvimento com as ciênciassociais e consequente contribuição de trabalho de vários estudiosos, principalmente da escola behaviorista. Flui na teoria Y a convicção de que na organização, a colaboração humana é dosada muito mais pela sensibilidade, exigindo dos gerentes a descoberta de como utilizar o potencial representado pela força de trabalho disponível, do que pelos limites da natureza humana. Integrando os objetivos individuais com os da organização, a teoria Y destaca os seguintes pressupostos: O dispêndio do esforço físico e mental no trabalho é tão natural como a distração e o descanso. O homem praticará a auto orientação e autocontrole a serviço dos objetivos que se empenhou em alcançar. 24 Empenho em alcançar os objetivos é função das recompensas atribuídas ao êxito da tarefa. O ser humano médio aprende em condições apropriadas, não só a aceitar, mas também a procurar responsabilidade. A capacidade de exercer, em grau relativamente elevado, a imaginação, o talento e o espírito criador na solução de problemas organizacionais encontra-se em larga escala distribuída pelas pessoas. Nas condições de vida industrial moderna, as potencialidades intelectuais do ser humano médio são utilizadas parcialmente. O “GRID” GERENCIAL DE BLAKE E MOUTON Robert R. Blake e Jane S. Mouton (1989) procuraram representar os vários modos de usar autoridade ao exercer a liderança através do Grid Gerencial. Essa teoria gerencial, de grande aceitação no mundo inteiro, tem como ponto de partida que a organização, para alcançar um alto nível de efetividade (eficiência + eficácia), deve administrar eficazmente suas características universais que são: os objetivos, as pessoas, e a hierarquia. Orientação para a Produção 25 O conceito de produção não se limita só aos objetivos, ele compreende tudo aquilo que as organizações conseguem, mediante um esforço de pessoas em termos de resultados. As atividades dessa preocupação podem ser vistas sob o prisma: Da qualidade nas decisões que estabelecem as diretrizes; Do número de ideias que a pesquisa aplicada transforma em produtos (criatividade); Os procedimentos ou processos oriundos das ideias criativas; O volume de vendas ou unidades distribuídas; Orientação para as pessoas. Pode ser expressa da seguinte maneira: A preocupação com o grau de compromisso assumido por alguém no sentido de responder pelo seu trabalho; Respeito baseado em confiança em vez de obediência; Manutenção de certo equilíbrio na estrutura de salários e vantagens adicionais; Mudanças dos paradigmas organizacionais. Décadas: 70 80 90 1) Organização formal e hierarquia rígida. 1) Organograma com comunicações informais. 1) Organograma com visão sistemática. 26 2) A empresa é o mais importante. 2) O empresário é o mais importante. 2) O homem é o mais importante. 3) Centralização e metas impostas. 3) Descentralização parcial e conjugação de esforços. 3) Descentralização plena e ética das organizações. 4) Administração controladora. 4) Administração por atividade. 4) Administração por objetivo e teste do lucro. 5) Projeto em busca da estabilidade. 5) Projeto com abertura e riscos. 5) Projeto em série - atividades empreendedoras. 6) Informatizar a qualquer custo. 6) Organizar para informatizar. 6) Organizar, informatizar e treinar. 7) O&M normativo e organizacional. 7) O&M normativo, organizacional e informatizado. 7) O&M com invoque para a qualidade e sistemas. FONTE: Blake e Mouton, 2009 Reengenharia O grande problema empresarial de hoje é que as empresas estão entrando no século XXI como projetadas no século XIX. Os estudiosos afirmam que se deve aposentar a velha fórmula de fazer e adotar um novo modelo, qual seja reinventar a empresa utilizando-se de um novo conceito: a reengenharia. Michael Hamer, criador e principal expoente do conceito de reengenharia, que pode ser traduzido como um guia autorizado para criação de uma nova espécie de empresa para o novo mundo empresarial, afirma tratar-se, de fato, de um manifesto pela revolução empresarial. Seu impacto pode ser comparado ao do fax, que reduziu de horas para segundos, a transmissão de informações nos escritórios e residências. 1860 - Correio a cavalo - 10 dias 1880 - Trem - 08 dias 1920 - Correio aéreo - 06 dias 27 1960 - Jato - 03 dias 1980 - Fax - 3 minutos 2000 - Internet - 0:30 segundos A implementação da reengenharia costuma ser precedida pelo questionamento do trabalho em todas as áreas da empresa: como se fabrica, como se vende e como se distribui um produto. A reengenharia é ainda mais abrangente e tem alcance maior: além de abarcar todos os níveis da empresa, envolve fornecedores e clientes, na tentativa conjunta de causar grandes mudanças nas organizações, ou seja, uma transformação radical nos velhos métodos dos processos de trabalho e, com isso, consegue reduzir custos de produção e prazo de entrega, aumentando a qualidade de seus produtos. Torna-se, assim, mais competitiva, operando de forma mais rápida, respondendo rapidamente às exigências do mercado e não perdendo a qualidade. A reengenharia não é melhoria contínua, pois ela busca alcançar ganhos de 100%, 200% e 1000% e não 5%, 10% e 20%, conforme promove o processo de melhoria. A expressão de reengenharia foi pela primeira vez empregada em 1987, no artigo de Michael Hamer, publicado na “Harvard Business Review”. CONCEITO SOBRE TRABALHO Falar em trabalho muitas vezes parece ser fácil, mas trabalho é um contexto geral do ser humano que busca uma colocação no mercado e com isso atinge a sua remuneração para que possa viver dignamente no convívio social. Trabalho é o esforço físico e/ou mental que o ser humano deve fazer para a prestação de serviço a um terceiro. É através do trabalho que o ser humano consegue alcançar dignamente a seu salário. Sempre existiu o trabalho. Desde a época do homem pré-histórico, mas nesse período a execução de suas funções era para atender a si mesmo, buscando através da caça e pesca o seu sustento. Com a evolução humana começaram a 28 existir as trocas e com isso o trabalho era executado pelo homem visando obter os produtos e esses eram usados como moeda de troca. Com a evolução econômica do mundo começou a surgir remuneração monetária através do ouro, pedras preciosas e materiais assemelhados. O trabalho era executado na forma de recebimento de valores e com isso chegamos à era da revolução industrial, um período em que o trabalho era realizado com base na troca de serviços e consequente recebimento de remunerações. A partir de então se inicia a era do salário. SALÁRIO E REMUNERAÇÃO É o prêmio pago pelo serviço prestado. Deve ser equitativo e, tanto quanto possível, satisfazer ao mesmo tempo o pessoal e a empresa. A taxa de remuneração depende, em primeiro lugar, de circunstâncias independentes da vontade do patrão e do valor dos agentes, tais como a carestia de vida, a abundância ou escassez de mão de obra (lei da oferta e procura), o estado geral dos negócios, o mercado de produtos e a situação econômico-financeira da empresa. Depende, ainda, da especialidade e do modo de remuneração (pagamento do dia, por tarefa, por peça). Em resumo, todos os modos de retribuição que tendem a melhorar o valor e a felicidade do pessoal, estimular o zelo dos agentes de todas as escalas, devem ser objetos de contínua atenção por parte da empresa. Com a evolução das empresas houve a necessidade do sistema profissional ser exercido no método organizacional, tendo que seguir normas e regulamentos. Com isso haveria a necessidade das organizações exercerem a funçãoda ciência administrativa, passando a executar as normas organizacionais. Para que isso atinja uma evolução satisfatória deve-se constituir nas empresas uma hierarquia, que representa uma série de autoridades superiores e agentes subalternos. A via hierárquica é o caminho que todos seguem, passando por todos os graus as comunicações que partem da autoridade superior ou que lhes 29 são dirigidas. É uma cadeia de comando, ao longo da qual possa fluir a autoridade com eficiência e sem atrito. A partir dessa evolução as organizações passam a criar estratégias que possibilitem o andamento adequado do profissional nas empresas, chamado de sistema gerencial de pessoas, nome atualmente empregado para o desenvolvimento das atividades que permitem a aproximação, o conhecimento e a retenção de pessoas no ambiente organizacional. Esse conceito passou por um processo evolutivo durante os últimos séculos, marcando, 43 fundamentalmente, a relação entre gestão e trabalho, sempre em busca da geração de ambientes de trabalho voltados para a melhoria da qualidade e da produtividade. RELAÇÕES TRABALHISTAS Esta política busca meios para beneficiar o profissional e torná-lo motivado a desenvolver com qualidade o seu profissionalismo e comungar adequadamente com a empresa, a sociedade e a sua família. Política de Relações Trabalhistas Política Nacional de Geração de Emprego Relações Decorrentes do Contrato de Trabalho Jornada de Trabalho Política Salarial Participação nos Lucros das Empresas Assistência ao Trabalhador e ao Desempregado Estrutura dos Benefícios Sociais O salário pago em relação ao cargo ocupado constitui somente uma parcela do pacote de compensações que as empresas costumam oferecer aos seus 30 empregados. A remuneração geralmente é feita através de muitas outras formas além do pagamento em salário: uma considerável parte da remuneração total é constituída em benefícios sociais e de serviços. Estes serviços e benefícios sociais constituem custos para manter pessoal. Aliás, um dos custos de maior relevância e importância, para as empresas, principalmente as organizações de serviços, é representado pela remuneração – direta ou indireta – dos seus empregados, em todos os níveis hierárquicos. Benefícios sociais são aquelas facilidades, conveniências, vantagens e serviços que as empresas oferecem aos seus empregados, no sentido de poupar- lhes esforços e preocupação. Podem ser financiados, parcial ou totalmente, pela empresa. Contudo, constituem sempre meios indispensáveis à manutenção da força de trabalho dentro de um nível satisfatório de moral e produtividade. (CHIAVENATO, 1998, p. 425). Os benefícios sociais geralmente são planejados para auxiliar o empregado em três áreas de sua vida: No exercício do cargo – gratificações, seguro de vida, prêmios de produção etc.; Fora do cargo, mas dentro da empresa – lazer, refeitório, cantina etc.; Fora da empresa, ou seja, na comunidade – recreação, atividades comunitárias etc. Além de poderem ser classificados de acordo com sua exigência, natureza e objetivos. Quanto à sua exigência: Legais – 13º salário, Férias, Salário família, etc., conforme exigidos na Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT, ou ainda por convenção coletiva. Espontâneos – são concedidos por liberdade das empresas, como gratificações, assistência médico-hospitalar, etc. 31 Quanto à sua natureza: Monetários – São os benefícios concedidos em dinheiro através da folha de pagamento. Não monetários – São os benefícios oferecidos na forma de serviços, ou vantagens, ou facilidades para os usuários. Quanto aos seus objetivos: Assistenciais – são os benefícios que visam prover ao empregado e sua família condições de segurança e previdência fora de seu controle. Recreativos – são serviços que visam proporcionar ao empregado condições de repouso, diversão, recreação, higiene mental ou lazer. Supletivos – visam proporcionar aos empregados certas facilidades, conveniências e utilidades, para melhorar sua qualidade de vida. CONCEITOS E SUAS VARIÁVEIS EM GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS Há alguns anos, o salário era o principal elemento de ligação entre organizações e trabalhadores. Na conjuntura atual, tanto as empresas quanto os trabalhadores estão buscando um quadro de profissionais atualizado e que estão em constante inovação na aprendizagem do conhecimento. Nesse momento crítico, em que são incorporados os preceitos de qualidade e produtividade e aumenta-se a pressão por formação profissional, razão das alterações no perfil do trabalhador, torna-se fundamental que as organizações respondam às novas solicitações, por 47 meio de um quadro altamente qualificado e motivado de recursos humanos, para o cumprimento da missão e dos objetivos das empresas. As pessoas estão habituadas e, até socialmente condicionadas, a se apresentarem por meio do cargo que ocupam e, dentro do sistema tradicional de remuneração, tudo está centrado nele. Primeiro, define-se o cargo e, depois, o perfil 32 do ocupante, mas, sempre dentro dos limites do cargo, os requisitos (escolaridade, experiência, conhecimentos especializados, domínio de idiomas etc.) devem estar equilibrados com as responsabilidades e complexidades. O salário tem sido sempre a principal questão entre empresas e empregados, especialmente em economias instáveis, em que o salário está constantemente sob ameaça. A importância de um programa de qualificação e requalificação pode ser analisada sob dois prismas distintos: o do empregado e o da organização. Para o empregado, significa trabalho, retribuição, sustento, padrão de vida, reconhecimento. Para a organização representa custo e fator influenciador do clima organizacional e de produtividade. Na verdade, a empresa não tem vida sem os colaboradores, em contrapartida, os colaboradores não têm vida existencial sem a empresa; o que se necessita é achar um equilíbrio para que ambas as partes saiam ganhando. Conceito de Gestão de Recursos Humanos O conceito de recursos humanos, ao mesmo tempo em que acenou com o elemento HUMANO (ultrapassando a frieza das relações trabalhistas), associou o “HUMANO” ao fator de utilização instrumental do trabalho, como se o integrante humano da organização fosse um mero RECURSO utilizado para se alcançar um objetivo. Como se fosse um recurso do time e não o time em si mesmo. Foi essa visão de Recursos Humanos que fez com que muitos gerentes no passado afirmassem generosamente que “o empregado é o maior patrimônio da empresa”, obviamente pretendendo, com sincera intenção de valorizar os empregados, afirmar que os empregados são melhores do que as máquinas, móveis, arquivos, computadores, prédios, sem se darem conta, porém, do absurdo contido nessa afirmação, como se o ser humano pudesse ser comparado com coisas, objetos e equipamentos e outros patrimônios, e como se tudo isso pudesse funcionar por si mesmo, sem as pessoas. Essa percepção sobre a inadequação da expressão “Recursos Humanos” já é, de certa forma, generalizada, embora não tenha ainda atingido uma massa crítica 33 capaz de produzir uma mudança compulsória. Não há dúvida, porém, que estamos nos aproximando dessa massa crítica e, em breve, a expressão RECURSOS HUMANOS passará para o rol das expressões banidas do vernáculo por ter um conteúdo incompatível com uma consciência social em expansão. Algumas organizações já abdicaram da expressão “Recursos Humanos”, adotando a forma mais humanista e aceitável de “Gestão de Pessoas”, que soa algo simples, mas pelo menos já traduz uma reação contra a noção de “RECURSOS HUMANOS”, mesmo que a fórmula adotada por essas empresas seja apenas uma variante moderna e modificada do velhoconceito de GERÊNCIA DO PESSOAL, expresso com outras palavras. É um dificílimo exercício de criatividade encontrar uma expressão mais adequada, exatamente porque é paradoxal que o sujeito de um processo se refira a si mesmo, uma vez que não dispõe de um EU coletivo e nem um nome próprio. (“Se quiser verificar como o problema é complexo, tente referir-se a si mesmo sem usar seu nome e sem usar o pronome ‘eu’”). Porém, se é difícil que o sujeito se refira a si é tecnicamente incorreto e eticamente questionável que o sujeito, ao se definir, se transforme em objeto de sua própria ação, como transparece na expressão “Recursos Humanos”. Evolução da Administração de Recursos Humanos Administração de Recursos Humanos é uma área de estudos relativamente nova, aplicável a qualquer tipo e tamanho de organização. Caracteriza-se por ser uma área interdisciplinar, pois envolve conhecimentos de múltiplos campos do conhecimento, como de Psicologia Organizacional, Sociologia organizacional, Engenharia do trabalho, Direito de Trabalho, Medicina do Trabalho, dentre outros, e por se referir aos aspectos internos e externos à organização. A evolução histórica das Eras da Administração demonstra como as variáveis estrutura, pessoas, tarefas, ambiente e tecnologia foram abordadas nas teorias de forma a se adequar à realidade socioeconômica e política de cada época. 34 Sintetizam-se as eras da administração a fim de justificar as práticas atuais de Gestão de Pessoas, bem como suas tendências: a) Era da industrialização clássica (1900 a 1950) Período marcado pela Abordagem Clássica e Humanística. As empresas adotaram a estrutura organizacional burocrática em que as decisões organizacionais eram centralizadas no topo. A cultura era voltada para o passado, para a conservação das tradições. As pessoas eram consideradas recursos de produção, juntamente com outros recursos organizacionais, como máquinas, equipamentos e capital. Dentro dessa concepção, a área responsável pela administração da gestão de mão de obra era denominada de Relações Industriais. Essa área atuava em posição intermediária e conciliadora entre a organização e as pessoas, com o objetivo de amenizar os conflitos trabalhistas. Os cargos eram desenhados de maneira fixa e definitiva para obter a máxima eficiência do trabalho e os funcionários deveriam ajustar-se a eles. O enfoque está nas regras do trabalho, plano de carreira claro, recompensas por ambiguidade e administração de relações contratuais de emprego frequentemente complexas. Os sistemas de avaliação de desempenho, o julgamento de méritos e outras regras burocráticas especializadas geraram uma forte demanda por especialistas de Rh. A experiência de Hawthorne mostrou que a atenção dedicada aos empregados podia melhorar a produtividade e o moral, o que levou ao estabelecimento de outro conjunto de processos destinados a reforçar os relacionamentos no trabalho, como o enriquecimento de função, comunicação com os 50 empregados e assim por diante. b) Era da industrialização neoclássica (1950 – 1990): Teve início logo após a 2ª Guerra Mundial, quando as mudanças se apresentavam de forma mais intensa e veloz. Foram marcadas pelas demais abordagens administrativas: neoclássica, estruturalista, comportamental, sistêmica e 35 contingencial. As organizações buscam novos modelos de estrutura que pudessem proporcionar mais inovação e flexibilidade às novas condições que surgiram. A cultura organizacional passou a concentrar-se no presente, cedendo lugar à inovação. A tecnologia passou por um processo de grande desenvolvimento, influenciando o comportamento das organizações e de seus funcionários. As pessoas passaram a ser consideradas recursos vivos e inteligentes, ou seja, a velha concepção de reações industriais foi substituída por uma nova maneira de administrar os funcionários, chamada de Administração de Recursos Humanos. A História da Administração de Recursos Humanos revela que ao final dos anos 70 a literatura apresentava as funções de RH como sendo: contratação, desenvolvimento, avaliação e recompensas. As pessoas eram vistas de forma passiva e em dimensão distante das ações organizacionais, devendo ser administradas e controladas. O profissional de RH, nessa perspectiva, seria avaliado a partir do domínio das atividades de planejamento, controle e organização das pessoas, garantindo o máximo de produtividade humana na organização. A moral passou a ser um indicador básico do sucesso, e tornou-se amplamente aceita a ideia de RH como um conjunto integrado de atividades projetadas para ajudar os empregados e a organização a atingirem seus objetivos. Ao final dos anos 80, com o grande número de fusões e incorporações de empresas, tornou-se necessário a gestão de pessoas pensar e agir sobre formas organizacionais que facilitassem processos e trabalhos em equipe. Assim, amplia-se a atuação da gestão de pessoas nas organizações devendo, nesse momento, os profissionais passarem a ter consciência dos desafios para uma nova ordem e atuação. c) Era da informação (1990 até os dias de hoje): Época marcada por mudanças rápidas, imprevisíveis e turbulentas que chegaram junto com a tecnologia de informação e fomentaram o surgimento da globalização da economia. A competitividade tornou-se intensa e a possibilidade de sucesso de uma organização ficou diretamente relacionada com a capacidade de 36 trabalhar com informações reais. Pode-se dizer, assim, que a Gestão de Pessoas através dos tempos passou por quatro etapas distintas: a) Relações industriais: foco no relacionamento entre organizações e pessoas, ou seja, entre capital e trabalho. Tinha o papel de ajudar a resolver conflitos entre os objetivos individuais e organizacionais. Preocupação voltada com a atividade operacional e busca de eficiência interna. A base de operações é a crença na estabilidade e permanência no modelo em longo prazo. b) Recursos humanos: foco na administração das pessoas, centralizada por um órgão de staff. O órgão de staff funciona como o gestor de pessoas, responsável pela provisão, aplicação, manutenção, desenvolvimento e controle dos recursos humanos nas organizações. Preocupação com a atividade tática e busca de eficiência e eficácia. A responsabilidade principal da gestão de pessoas permanece no órgão de staff a fim de deixar a linha com as mãos livres para suas atividades fins. O staff atua como planejador e executor, deixando alguma margem de decisão para os órgãos de linha. c) Consultoria interna: as funções de provisão, aplicação, desenvolvimento, compensação e monitoração são descentralizadas no nível gerencial, cabendo ao profissional de RH a função de repasse técnico. Os gestores funcionam como gestores de pessoas auxiliados pela assessoria de RH. A responsabilidade principal da gestão de pessoas é distribuída no nível gerencial ou intermediário da organização. Gerir pessoas é uma responsabilidade de linha e uma função de staff. O staff atua como consultor ou assessor. Continua o foco na atividade tática. d) Gestão por competências: foco nas habilidades e competências necessárias ao negócio da organização, com base na alavancagem e disponibilização dos talentos humanos. O foco é concentrado na atividade 37 estratégica, a fim de alinhar competências (individuais, grupais, organizacionais) com as estratégias de negócio das organizações. A responsabilidade principal da gestão de pessoas permanece distribuída entre nível gerencial ou intermediário da organização, mas o staff constitui o núcleo básico da gestão do conhecimento e da otimização do capital humano e intelectual, através da gestão das competências individuais, grupais e organizacionais. A base fundamental deixa de ser o desenho dos cargos e passa a sero conceito dinâmico de habilidades e competências necessárias ao sucesso da organização e dos seus parceiros (clientes, fornecedores, funcionários, acionistas...). PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE RECURSOS HUMANOS Ambiente e Clima organizacional Estado de ajustamento: estado em que o ser humano encontra-se totalmente atento no ajustamento a uma variedade de situações, no sentido de satisfazer suas necessidades e manter 53 um equilíbrio emocional; não se refere, somente, à satisfação das necessidades fisiológicas e de segurança, mas também, à satisfação das necessidades de pertencer a um grupo social de estima e de autorrealização. Um bom ajustamento denota “saúde mental”. Uma das maneiras de definir saúde mental é descrever as características de pessoas mentalmente sadias. CHIAVENATO (1981) coloca que as características básicas são: a) Sentem-se bem consigo mesmas; b) Sentem-se bem em relação às outras pessoas; c) São capazes de enfrentar por si as demandas da vida. O clima organizacional refere-se ao ambiente interno existente entre os membros da organização e está intimamente relacionado com o grau de motivação de seus participantes. ATKINSON (apud CHIAVENATO, 1981), desenvolveu um 38 modelo para estudar o comportamento motivacional que leva em conta os determinantes ambientais da motivação: a) Todos os indivíduos possuem motivos ou necessidades básicas que representam comportamentos potenciais e somente o influenciam quando provocados; b) Esta provocação depende da situação ou ambiente percebido pelo indivíduo; c) As propriedades particulares do ambiente servem para estimular ou provocar certos motivos; d) Mudanças no ambiente percebido resultarão em mudanças no padrão da motivação provocada; e) Cada espécie de motivação é dirigida para a satisfação de uma diferente espécie de necessidade. Para este modelo existem dois determinantes normais ou ambientais da motivação: a) Expectância: probabilidade subjetiva e plausibilidade de satisfação da necessidade (ou frustração); b) Valor de incentivo: quantidade de satisfação ou frustração da pessoa ligada ao resultado da sequência do comportamento. Portanto, de acordo com CHIAVENATO (1981), clima organizacional é a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que “é percebida ou experimentada pelos membros da organização; influencia o seu comportamento”. Intenta-se daí como sendo a qualidade do ambiente organizacional, a qual é percebida pelo membro da organização e influencia o seu comportamento. O comportamento motivacional estudado por Atkinson leva em consideração o ambiente da motivação, o qual apresenta determinantes situacionais como expectância (probabilidade que o indivíduo espera para satisfazer suas 39 necessidades) e valor de incentivo (o comportamento do indivíduo é que determina este valor). Para LITWIN E STRINGER (apud CHIAVENATO, 1981), o clima organizacional depende de seis pontos: a) estrutura organizacional - o sentimento dos trabalhadores sobre as restrições em seu trabalho, como: regras, regulamentos, etc.; b) responsabilidade - o sentimento de ser seu próprio chefe, ter autonomia; c) riscos - a sensação de assumir riscos e enfrentar desafios no cargo ou situação de trabalho; d) recompensas - o sentimento de ser recompensado por um trabalho bem feito; e) calor e apoio - o sentimento de ajuda mútua que prevalece na organização; f) conflito - o sentimento de que a administração não teme diferentes opiniões ou conflitos. Assim, dependendo do modelo de liderança empregado na organização, os climas organizacionais podem ser distintos e criados em curto prazo, apesar de suas características se manterem inalteradas. Estando estes criados, apresentam drásticos efeitos sobre a motivação, desempenho e satisfação no cargo. Conceito de Clima Organizacional O Clima Organizacional dentro de uma empresa não é algo simples de ser analisado, porque ele se apresenta difuso, nebuloso e sem contornos bem definidos, dificilmente se mostrando claro aos olhos dos administradores que procuram avaliá- lo e entendê-lo. Até por isso, pouca coisa existe sobre o assunto na literatura administrativa ou de Recursos Humanos. Entretanto, são encontradas algumas definições desenvolvidas por estudiosos e pesquisadores, não só nacionais, mas também internacionais que procuram explicar o significado de Clima Organizacional. 40 Dentre as definições de Clima Organizacional mais conhecidas destacamos as seguintes: 1) Flávio de Toledo e Benedito Milioni, que no “Dicionário de Administração de Recursos Humanos” definem: “Clima Organizacional é um conjunto de valores, atitudes e padrões de comportamento, formais e informais, existentes em uma organização”. 2) O consultor norte-americano Stanley M. Davis diz que: “Clima organizacional é uma avaliação de até que ponto as expectativas das pessoas estão sendo atendidas dentro da organização”. 3) Warren G. Bennis, outro consultor norte-americano diz: “Clima Organizacional é um conjunto de valores ou atitudes que afetam a maneira como as pessoas se relacionam umas com as outras e com a organização”. 4) O professor George H. Litwin diz que, em sua opinião: “Clima Organizacional é a qualidade do ambiente dentro da organização e que é percebida pelos membros dessa organização como sendo boa ou não, e que influenciam o seu comportamento“. Como se nota, existe uma ideia em comum nas definições acima: em todas elas, o Clima Organizacional está ligado, diretamente, à maneira como o colaborador PERCEBE a organização com a sua cultura, suas normas, seus usos e costumes, como ele INTERPRETA tudo isso e como ele REAGE, positiva ou negativamente, a essa interpretação. A conclusão é que o Clima Organizacional não pode ser “criado” pela organização, no sentido literal de se produzir alguma coisa em um determinado momento, mas é algo que já existe, vivo e atuante, dentro dela, resultante, principalmente, de fatores internos, das decisões tomadas e da maneira como o pessoal é administrado pelos seus chefes, e atinge o colaborador, diretamente, no 41 que diz respeito à percepção que ele tem da empresa, induzindo-o a determinado comportamento. Também não podemos esquecer que, sendo a organização um verdadeiro universo de diferentes interesses, consequência de posturas pessoais e profissionais diferenciadas, modo de vida diversificado, maneira diferente de encarar o mundo, não existirá uma só empresa em que todas as pessoas que dela participem tenham conceitos e valores uniformes. Não é correto acreditar que todos, dentro da organização, frente às suas políticas, normas e costumes, interpretem e reajam da mesma maneira, tenham os mesmos valores e a 57 mesma intensidade de aceitação ou rejeição sobre os mesmos aspectos ou acontecimentos da vida profissional e pessoal. Isto significa que uma mesma situação existente na organização, num determinado momento, será percebida de maneira diferente pelos diversos grupos de colaboradores. Alguns terão uma percepção positiva e a considerarão uma situação agradável ou motivadora, porque, de alguma maneira, ela atende às suas aspirações e desejos. Outros, frente à mesma situação, terão uma percepção negativa porque, de maneira contrária, ela não atende a suas motivações. Podemos, então, afirmar que, além da organização não criar o seu clima organizacional, teremos, dentro de uma mesma organização, diferentes climas organizacionais em um mesmo momento, causados pelos mesmos acontecimentos, mas com efeitos diferentes nos diversos públicos internos, causando sensações positivas para uns e negativas para outros. Então, não é possível se falar da existência de apenas um Clima Organizacional únicoe uniforme; o clima irá variar de acordo com a situação psicológica e o estágio motivacional em que se encontra cada colaborador e a maneira como ele interpreta o contexto da empresa, através das informações recebidas ou percebidas no ambiente interno. Em nossa opinião, Clima Organizacional é: A maneira, positiva ou negativa, como os colaboradores, influenciados por fatores internos ou externos à organização, percebem e reagem, em um determinado momento, ao conjunto de variáveis e fatores, como as políticas, os procedimentos, usos e costumes existentes e praticados pela organização. 42 Avaliação do Clima Organizacional “Seus Colaboradores Estão Satisfeitos por Trabalharem na sua Empresa?” Esta pergunta pode ser um incômodo para empresários ou administradores que nem sequer 58 pensaram em fazê-la, um dia, a seus colaboradores, mas poderá se transformar em uma verdadeira tragédia quando a fazem, pelas respostas que poderão contrariar tudo aquilo que se imaginava a respeito de como anda o ambiente de trabalho na empresa. Mas chegará o momento em que não haverá como fugir dessa questão e, talvez, da constatação, trazida pelas respostas dos seus colaboradores, de que você não está conseguindo gerir, de maneira proveitosa, o clima organizacional. Furtar-se de perguntar e de avaliar como anda o clima é uma atitude característica da chamada “gestão avestruz” que, para não enfrentar um problema, esconde a cabeça imaginando que, assim, estará evitando a realidade que, no fundo, não deseja conhecer. Por outro lado, enfrentar as opiniões corajosamente, tomando conhecimento daqueles pontos que podem estar criando um clima ruim entre seus colaboradores, e realizar ações para corrigi-los, poderá ser a diferença entre manter a empresa viva e competitiva ou fazê-la desaparecer frente à concorrência. Em resumo: não há muita escolha! Agora, ou daqui a pouco, por vontade própria ou pressionada pela situação, a avaliação do clima organizacional da sua empresa será uma realidade. Portanto, se é inevitável, não relaxe, esperando que as circunstâncias acabem forçando você a realizá-la: coloque mãos à obra. Investigue, analise os resultados e, a partir daí, estabeleça e implemente as ações que, se for o caso, tornarão o ambiente de trabalho mais motivador. Atuação da Pesquisa de Clima Organizacional Ferramenta que identifica o clima, o ambiente e as condições de relacionamento colaborador/empresa, servindo como base para a formulação de 43 estratégias de mudanças e reformulações estruturais, ajudando os administradores a obterem respostas precisas sobre a opinião dos colaboradores. É utilizada uma metodologia objetiva e segura, isenta de comprometimento com a situação atual, em busca de dados reais. A análise, o diagnóstico e as sugestões são usados como instrumentos valiosos para o sucesso de programas voltados para a melhoria da qualidade, do aumento da produtividade e de avaliação de políticas internas. Escopo (Alvo) do Programa Desenvolver, aplicar e analisar uma Pesquisa de Clima Organizacional, abrangendo a totalidade de colaboradores da empresa, em todos os níveis. Objetivos da Pesquisa a) levantar, junto aos colaboradores, o grau de satisfação, entendimento, envolvimento e opiniões sobre aspectos da cultura, políticas, normas, procedimentos e costumes existentes e praticados na empresa, bem como as expectativas de progresso, possibilidade de carreira, relacionamento pessoal e profissional com a chefia; b) analisar e interpretar criticamente esses resultados, informando-os à direção da empresa e aos próprios participantes, através de relatórios e/ou outros canais de comunicação; c) sugerir melhorias nos aspectos considerados pelos participantes da pesquisa como mais “fracos”; d) sugerir reforço nos aspectos considerados “fortes” pelos participantes. Metodologia A pesquisa de Clima Organizacional será desenvolvida de acordo com as etapas descritas a seguir. Etapas da Pesquisa: 44 • Planejamento e Preparação; • Preparação dos Instrumentos de Pesquisa; • Definição da Logística de Aplicação; • Reunião de Apresentação com Direção/Lideranças; • Assessoria na Comunicação aos Colaboradores; • Aplicação dos Instrumentos de Pesquisa; • Acompanhamento da Aplicação do Formulário; • Entrevistas com o Pessoal de Liderança; • Tabulação dos Dados; • Digitação/Conferência; • Emissão dos Relatórios; • Análises e Interpretações; • Cruzamentos das Respostas; • Destaques de Pontos Fortes e Fracos; • Apresentação dos Resultados; • Relatórios; • Reuniões de Apresentação. Mercado de RH e Mercado de Trabalho O mercado de RH desenvolve, adequadamente, a avaliação dos desempenhos dos funcionários nas empresas as quais assumiu a responsabilidade de dirigir e avaliar o desempenho profissional de cada colaborador. Avaliação dos Recursos Humanos Correntes Inicialmente, faz-se uma análise de cargos para definir os cargos no interior da organização e os comportamentos necessários para desempenhá-los. As informações coletadas permitem elaborar uma descrição do cargo, por escrito, 45 declarando o que o ocupante realiza, além de como e por que realiza; uma especificação do cargo que formula o mínimo de conhecimento, aptidões e habilidades que um trabalhador precisa possuir para desempenhar o cargo com sucesso. Esses documentos auxiliam os gerentes a recrutar e selecionar adequadamente os novos contratados. Avaliação das Necessidades Futuras de Recursos Humanos As necessidades de recursos humanos dependem dos objetivos e estratégias da organização e, também, da demanda pelos produtos ou serviços da organização e de seus 62 níveis de produtividade. Depois de estimar a receita total, a administração pode estimar a quantidade e o tipo de recursos humanos necessários para obter essa receita. Desenvolvimento de um Programa para Satisfazer as Necessidades Futuras de Recursos Humanos Após avaliar as capacidades correntes e as necessidades futuras, a administração está em condições de estimar as carências e destacar áreas para as quais terá de alocar mais pessoal. Em seguida, é possível desenvolver um programa para adequar essas estimativas às previsões de suprimento futuro de mão de obra. Mercado de Trabalho: a disponibilidade de buscar uma colocação ou recolocação no mercado de trabalho, identificando as necessidades e as condições de desenvolver adequadamente as funções propostas ao trabalhador. Rotatividade de Pessoal Um dos aspectos mais importantes da dinâmica organizacional é a rotatividade de recursos humanos. A rotatividade de recursos humanos é usada para definir a flutuação de pessoal entre a organização e seu ambiente; em outras 46 palavras, o intercâmbio de pessoas entre a organização e o ambiente é definido pelo volume de pessoas que ingressam e que saem da organização. Geralmente, a rotatividade de pessoal é expressa por meio de uma relação percentual 63 entre as admissões e os desligamentos, com relação ao número médio de participantes da organização, no decorrer de certo período de tempo. Quase sempre, a rotatividade é expressa em índices mensais ou anuais para permitir comparações, seja para desenvolver diagnósticos, seja para promover providências, seja ainda com caráter preditivo. Em toda organização saudável ocorre, normalmente, um pequeno volume de entradas e saídas de recursos humanos, ocasionando uma rotatividade meramente vegetativa e de simples manutenção do sistema. A rotatividade de pessoal pode estar orientada no sentido de inflacionar o sistema com novos recursos para incentivar as operações e ampliar os resultados ou, no sentido de esvaziar o sistema, para diminuir as operações, reduzindoos resultados. Algumas vezes, a rotatividade pode escapar ao controle da organização, quando os desligamentos efetuados por iniciativa dos empregados aumentam de volume. Em um mercado de trabalho competitivo e em regime de oferta intensa costuma ocorrer um aumento da rotação de pessoal. Se a rotatividade, em níveis vegetativos, é provocada pela organização para fazer substituições no sentido de melhorar o potencial humano existente, ou seja, intercambiar parte de seus recursos humanos por outros recursos de melhor qualidade encontrados no mercado, então, a rotatividade encontra-se sob controle da organização. Todavia, quanto às perdas de recursos, estas não são provocadas pela organização, ou seja, quando ocorrem independentemente dos objetivos da organização, localizar os motivos que estão provocando a desassimilação dos recursos humanos, a fim de que a organização possa atuar sobre eles e diminuir o volume dos expurgos indesejáveis, torna-se o problema básico. Absenteísmo 47 Absenteísmo é a ausência do trabalhador ao serviço, quando se esperava que ele estivesse presente. O absenteísmo tem se tornado problema crucial, tanto para as organizações 64 como para os administradores. Suas causas estão ligadas a múltiplos fatores, tornando-o complexo e de difícil gerenciamento. Análise Motivacional para o desempenho de Recursos humanos Motivação Chiavenato (2000) afirma que na motivação humana “os atos de um ser humano são guiados por sua cognição”, ou seja, pelo que as pessoas sabem sobre si e sobre o ambiente que as rodeia. Nesse sentido, pode-se dizer que as necessidades variam de indivíduo para indivíduo, produzindo diferenciados padrões de comportamento, quando se trata de motivação e complementa que as necessidades, valores sociais e capacidades variam no mesmo indivíduo conforme o tempo, isto quer dizer que estes comportamentos diversificam-se com situações ou amadurecimento do indivíduo. Assim sendo, o comportamento não é espontâneo, com ele vêm com metas a serem atingidas. Sendo a motivação o aspecto que abrange todo o ambiente de trabalho dentro das organizações, deve-se ter bem claro que a fonte de sinergia motivacional vem do interior das pessoas e não de fatores encontrados no ambiente que as cerca. É a motivação que leva o indivíduo a mobilizar toda sua energia em busca de satisfação, seja ela profissional, social ou biológica. Como o mundo está vivendo um momento de mudanças, as empresas passam por um período de desafios, que é o de conseguir adaptar-se às variações, isto é, ser capaz de buscar definições para encontrar maneiras de enfrentar as condições adversas do momento. Mais do 65 que nunca, as pessoas se veem compelidas a ter que comprovar seu valor pessoal diante de um mercado de trabalho, e foi exatamente no contexto organizacional que surgiram as mais arraigadas convicções sobre o que motiva o indivíduo. 48 Dessa forma, passa-se a abordar, de modo sintético, a partir da hierarquia das necessidades de Maslow, o enfoque dado às “Teorias da Motivação”, as quais buscam entender o que leva o indivíduo à satisfação. MÉTODO PARA CONTRATAÇÃO Recrutamento de Pessoal Pessoas e organizações convivem em um interminável processo dialético. As pessoas e as organizações estão engajadas em um contínuo e interativo processo de atrair uns aos outros, da mesma forma como os indivíduos atraem e selecionam as organizações, informando-se e formando opiniões a respeito deles para decidir sobre o interesse de admiti-los ou não. De acordo com CHIAVENATO (2000, p. 197): Recrutamento é um conjunto de técnicas e procedimentos que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização. É, basicamente, um sistema de informação, através do qual a organização divulga e oferece ao mercado de recursos humanos oportunidades de emprego que pretende preencher. Para ser eficaz, o recrutamento deve atrair um contingente de candidatos suficiente para abastecer adequadamente o processo de seleção. Aliás, a função do recrutamento é a de suprir a seleção de matéria-prima básica (candidatos) para seu funcionamento. O recrutamento é feito a partir das necessidades presentes e futuras de recursos humanos da organização. Consiste na pesquisa e intervenção sobre as fontes capazes de fornecer à organização um número suficiente de pessoas necessárias à consecução dos seus objetivos. O recrutamento requer um cuidadoso planejamento, que constitui uma sequência de três fases: o que a organização precisa em termos de pessoas, o que o mercado de RH pode oferecer, e quais as técnicas de recrutamento a aplicar. Daí as três etapas: pesquisa interna das necessidades, pesquisa externa do mercado e definição das técnicas de recrutamento a utilizar. O planejamento do recrutamento tem, pois, a finalidade de estruturar o sistema de trabalho a ser 49 desenvolvido. Segundo PONTES (2001, p. 83): “são duas as fontes de recrutamento: a interna e a externa. Por meio da interna, os candidatos são recrutados na própria empresa e, mediante a externa, os candidatos são recrutados no mercado de trabalho.” Recrutamento interno Segundo PONTES (2001, p. 97): “recrutamento interno é o preenchimento das vagas por meio da promoção ou transferência de funcionários da organização. É a valorização dos 67 recursos humanos internos.” Uma das vantagens é que, com a política de valorização dos profissionais internamente, há elevação da moral. É o reconhecimento que a companhia faz aos funcionários que estão aprimorando seus conhecimentos, aumentando suas capacitações e têm desempenhado bem suas tarefas atuais, estimulando os demais profissionais na busca da excelência. A estimativa de que o profissional escolhido venha a desempenhar bem seu novo cargo estará praticamente garantida quando são feitas, sistematicamente, avaliações de potencial e planejamento de pessoal, já que as pessoas são preparadas previamente para os cargos da carreira. De acordo com PONTES (2001, p. 99): “as principais vantagens do recrutamento interno são: valorização dos funcionários; desempenho e potencial conhecidos; funcionários adaptados à cultura organizacional; tempo de ambientação menor; processo mais rápido e econômico e valorização do autodesenvolvimento.” Os argumentos contrários ao recrutamento interno são os de que não há renovação das ideias na empresa. A renovação de ideias pode ser conseguida pela participação dos funcionários em seminários externos ou pela contratação de consultorias em determinadas áreas da empresa para a elaboração de projetos novos, para os quais a companhia não dispõe de “know-how”. De acordo com PONTES (2001, p. 100): Como a área de Recursos Humanos é um sistema, os instrumentos necessários a uma atividade são, basicamente, os mesmos. Nesse caso específico do recrutamento interno, esses instrumentos são: planejamento de 50 pessoal; análise de cargos; política salarial; avaliação de desempenho; avaliação de potencial; plano de carreira e treinamento. Pelo planejamento de pessoal haverá a preparação dos candidatos previamente aos cargos futuros. A análise de cargos permite que as pessoas tenham o conhecimento prévio das exigências que pretendam ocupar em sua trajetória de carreira e se preparem, aumentando sua capacitação profissional. A política salarial irá permitir justiça na fixação do percentual de aumento a ser concedido ao promovido, já que define um critério único para a promoção com justiça e recompensa os esforços individuais por desempenho e aumento da capacitação. O plano de carreira permite que o empregado vislumbre suas oportunidades de crescimento na empresa. Ele é o instrumento que define as trajetórias de carreiras existentes na organização e, sem ele, fica difícil a consolidação
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