Prévia do material em texto
Brasil Vieira Discente: Caio da Fé Ramos O caso apresentado tratasse do desligamento contratual da senhora Madalena, pela empresa Mévio Transportes Ltda. Conforme apresentado pela senhora Madalena, o qual foi confirmado pela sentença, a empresa nunca realizou pagamento de adicional noturno, vide a jornada da funcionária se estendia diuturnamente até as 23 horas. Ademais a empresa também, não realizou o pagamento das horas extras trabalhadas de forma habitual. Como exposto, o magistrado prolatou a sentença condenatória, apenando a empresa aos pagamentos das verbas. Tal sentença foi transitada em julgada. Nesse sentido, importa ressaltar que a sentença foi ilíquida, ou seja, houve a condenação ao pagamento dos créditos, no entanto, sem fixar o valor. Assim, necessitava haver a liquidação da sentença, o qual gerou com que o magistrado enviasse a sentença para o perito calculista. Todavia, o perito utilizou como parâmetro apenas o salário base. Findados os cálculos, estes foram apresentados ao juízo, o qual o homologou. Pois bem, antes de analisarmos se a atitude do magistrado e do perito calculista foram em conformidade com a legislação, importa dissertar a respeito do processo de execução. A fase de execução começa pela etapa da liquidação: transformar o objeto da condenação em valor, podendo ser realizados de três formas diferentes, conforme art. 879. No caso em analise a liquidação se deu através da nomeação do perito, pelo magistrado, para formular os cálculos necessários para fixação do valor. Como relatado, o perito utilizou como parâmetro apenas o salário base, não levando em consideração o adicional noturno e as horas extras. Nesse sentido, é possível perceber equívoco quanto ao cálculo. Como confirmado, pelo magistrado, por meio da sentença, transitada em julgado, a reclamante possui direito ao recebimento de adicional noturno e horas extras. Assim, o valor precisa ser determinado através da realização de contas aritméticas, que devem conter todos os parâmetros já estabelecidos na sentença condenatória. Uma vez demostrado o erro do perito, é necessário analisar os atos do magistrado. Sendo que este erra ao homologar a decisão, sem oportunizar vista ou manifestação das partes para com os cálculos exposto. De acordo com o paragrafo segundo do art. 879 da CLT, o juiz deverá abrir prazo de oito dias para impugnação das partes. Desse modo, concluísse que o juízo não respeitou o devido processo legal, tendo sua decisão violando os princípios constitucionais, tais quais da legalidade, do contraditório e da ampla defesa, conforme dispõe o art. 5º, inciso II e LV do CF, sob pena de os atos decorrentes serem passíveis de nulidade. Vide os fatos apresentados, como forma de atacar a decisão do juiz, a senhora Madalena poderia impetrar embargos à execução, nos termos do artigo 884, da CLT, possuindo prazo de cinco dias para tal. Por fim, será possível, utilização do agravo de petição, no prazo de oito dias, conforme previsão do art. 897, da CLT, para garantir seu direito suprimido pela decisão do juízo, caso o direito não seja garantido pela decisão dos embargos. Importa ressaltar, que a agravante deverá especificar no recurso as razões da revisão sobre os valores impugnados, conforme preceitua o art. 897, parágrafo 1, e a súmula 416 do TST.