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AVALIAÇÃO – N1 Brasil Vieira Discente: Caio da Fé Ramos O caso apresentado trata-se da situação de um grupo de sócios que se encontram com problema na gestão de um laboratório de análises químicas. No entanto, em seu grupo de empregados nenhum possui aptidão para resolver. Em uma reunião com os empregados, um deles sugere a contratação de um estagiário ou aprendiz, uma vez que os custos seriam menores, no entanto um estagiário da empresa argumenta que os contratos de estágio não são de emprego, sugerindo aos sócios a contratação de um trabalhador avulso.Outro empregado discordou da proposta, vide este não possuir vínculo de emprego que necessita de intermediação do sindicato, recomendando a contratação de um trabalhador eventual. No entanto, esse também foi negado por outro empregado, alegando que não saberia a frequência que o cliente solicitar o serviço, recomendando a contratação de um trabalhador autônomo. Outro empregado questionou se não seria o caso de terceirização do serviço. Pois bem, em relação a terceirização é importante destacar que esta se dá na realização de contratação de empresa com o intuito de realizar serviços específicos dentro do processo produtivo da empresa contratante. Salienta-se que na terceirização, a empresa contratada para atuar como intermediador deve realizar o serviço com organização própria. Até 2017 uma terceirização de serviços era possível apenas para setores do meio, porém, com a lei 13.467/2017, uma empresa passou a poder realizar a terceirização para atividade fim, que nada mais é do que a atividade principal do negócio. Tal tema foi discutido pelo STF, tema 725, que decidiu por considerar como lícita a terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas envolvidas, inclusive da atividade principal. Com relação aos requisitos exigidos para a terceirização ressalta o fato da contratação de um terceirizado não poderá ser pessoal e nem subordinada. Caso essas características estejam presentes na contratação, a relação poderá ser considerada de trabalho e, consequentemente, todas as verbas trabalhistas deverão ser pagas. Ademais vale destacar o disposto no caput do art. 4º-A da lei 6.019/74, em que se diz: capacidade econômica da empresa prestadora de serviços compatível com a sua execução. A ausência desse requisito demonstra que a prestadora não possui o requisito da capacidade econômica, devendo a terceirização ser considerada ilícita. Além disso, o artigo 4º-C da lei 6.019 prevê os direitos assegurados ao prestador de serviço, como por exemplo normas de saúde e segurança do trabalho. Destaca-se que caberá à empresa contratante exigir mensalmente todos os comprovantes de quitação das obrigações. Em sequência para que haja a terceirização a empresa deve possuir: CNPJ, registro na Junta Comercial, não ter sócios ou titulares da Empresa Prestadora de Serviço prestando serviços à Contratante como empregado ou trabalhador sem vínculo empregatício nos últimos 18 meses, não ter empregados demitidos nos últimos 18 meses da empresa Contratante no quadro de empregados da Empresa Prestadora de Serviço realizando atividade em favor da Contratante, além de possuir capital social compatível com o número de empregados. Desse modo, conclui-se haver a possibilidade de terceirização da atividade principal, no entanto importa destacar a obrigação de a pessoa contratante verificar a idoneidade e a capacidade econômica da terceirizada, além de responder subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas e previdenciárias, com previsão no art. 7º da lei nº 13.429. https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/445684959/lei-13429-17