Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 MEIO AMBIENTE E A PRODUÇÃO INDUSTRIAL 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA ................................................................................ 2 MEIO AMBIENTE E A PRODUÇÃO INDUSTRIAL ................................ 3 Resumo ................................................................................................. 3 Fatos históricos e desastres ecológicos ................................................ 4 Evolução do pensamento e do movimento ambiental no mundo ........... 8 Principais Problemas Ambientais Associados ao Setor Industrial ....... 13 Meio ambiente e competitividade ........................................................ 14 A indústria brasileira e o meio ambiente .............................................. 18 Os impactos das indústrias no meio ambiente .................................... 21 Gestão Ambiental x Tecnologias Limpas x Procedimentos Operacionais ....................................................................................................................... 24 Produção e métodos de reutilização dos resíduos industriais ............. 25 Considerações Finais .......................................................................... 30 Referências .......................................................................................... 31 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 MEIO AMBIENTE E A PRODUÇÃO INDUSTRIAL Resumo A história da relação de indústrias com o meio ambiente tem demonstrado que os impactos ambientais resultantes das atividades produtivas podem vir a comprometer o futuro do planeta. Desta forma, todos os esforços na busca de promover o desenvolvimento sustentável devem ser prioritários, tanto a nível acadêmico, profissional, como político-social. Com o passar do tempo percebeu-se que a geração de resíduos industriais, em especial, é resultado da ineficiência de transformação de insumos (matérias–primas, água e energia) em produtos, acarretando em danos ao meio ambiente e custos para a empresa. A geração de resíduos passou a ser considerada como um desperdício de dinheiro com compra de insumos, desgaste de equipamentos, horas de empregados, etc, além dos demais custos envolvidos com o seu armazenamento, tratamento, transporte e disposição final. A solução para a minimização destes problemas veio com a adoção de técnicas conhecidas como de “controle preventivo”, significando evitar ou minimizar a geração de resíduos na fonte. São exemplos disso: a minimização do consumo de água, o uso de matérias – primas atóxicas, dentre outras. Desta forma, torna-se essencial o interesse pelos processos produtivos industriais e a realização de projetos e estudos que visem à redução e a erradicação de poluentes gerados, a fim de garantir a preservação do meio e benefícios econômicos para a própria indústria. E para se atingir a produção sustentável são requeridas ações muito mais amplas, dentre as quais se destacam a Produção Mais Limpa e a Prevenção a Poluição, cujos principais conceitos serão apresentados logo a seguir. A busca para se atingir a produção sustentável, através de redução e/ou erradicação de resíduos poluentes na fonte geradora consistem no desenvolvimento de ações capazes de promover a redução de desperdícios, a conservação de recursos naturais, a redução ou eliminação de substâncias 4 tóxicas, a redução da quantidade de resíduos gerados por processo e produtos, e consequentemente, a redução de poluentes lançados para o ar, solo e águas. Desejamos bons estudos! Fatos históricos e desastres ecológicos Nos séculos passados, o meio natural era visto como mecânico e predominava o pensamento determinista, sendo a natureza colocada como condição ou obstáculo para o desenvolvimento de uma determinada sociedade. Mas, a partir dos anos 60, o caráter preparatório provocado pelo processo industrial foi enfatizado por diversos autores. Miltom Santos (1996), por sua vez, enfatizou o papel do Capitalismo Tecnológico e seu impacto no meio natural. Destacou que, hoje a natureza sofre, antes de qualquer coisa, um processo de instrumentalização, tornando- se um processo social e, com isso “desnaturalizada”, o meio natural sempre esteve em pauta no debate ambiental, mas hoje a Ecologia e outras ciências são influenciadas pelo surgimento de novos paradigmas e o debate ambiental com mais vigor. A ciência e a tecnologia desenvolveram-se muito rapidamente a partir do início do século XX e a intensificação da atividade industrial tornou suas técnicas de produção cada vez mais sofisticadas e foram multiplicadas ocupando território físico e comprometendo cada vez mais o meio ambiente. A tecnologia avança e a industrialização segue junto, com isso provocando mais riscos a vida humana. Ao lado do crescimento industrial existe a pressão econômica para dela (indústria) tirar mais lucro e desempenho. Explorando, muitas vezes, sem nenhum controle ou prevenção, as riquezas da terra por ordem de um capitalismo egocêntrico em sua forma de produzir. Esses fatos constatados atualmente afetam diretamente o meio ambiente, muitas vezes provocando impactos negativos, irreversíveis ou de difícil recuperação. Hoje os riscos produzidos se alastram em quase todas as dimensões da vida humana, obrigando-nos a rever a forma como agimos em relação meio 5 ambiente. O consumismo leva a nos questionar sobre os hábitos de consumo e a maneira como a produção disso está sendo alimentada pelo próprio meio ambiente. As novas tecnologias industriais proporcionam inúmeras comodidades para nosso bem estar. No entanto, devemos ter a consciência dos riscos que essas novas tecnologias provocam no ambiente e a gravidade da situação. Os riscos em curto prazo são absorvidos pela própria natureza, mas a preocupação maior é com a própria capacidade de espaço físico para suportar tantos dejetos industriais. O perigo provocado pela industrialização do mundo faz surgir movimentos de resistência e conscientização (educação, informação ecológica) no sentido de se criar normas e organismos que possam controlar riscos presentes e muito especialmente a noção relacionada com o futuro ambiental da humanidade. Na atualidade os riscos estão mais relacionados com os acidentes ou com abusos humanos. A não ser os eventos naturais de grande porte, os demais riscos podem-se prevenir ou serem evitados até certo grau. Alguns acontecimentos marcantes no século XX auxiliaram numa tomada de consciência sobre os riscos da industrialização e do uso indiscriminado da tecnologia. Vamos relembrar alguns desses fatos para melhor analisarmos todo o impacto de destruição e danos ambientais que a indústria causa no espaço físico em que habitamos, transformando e alterandoa ecologia natural que responde pelo processo de vida tanto vegetal, como animal. Desde o inicio da Revolução Industrial, Londres foi a primeira grande preocupação com o potencial técnico científico destrutivo da humanidade e do meio ambiente. No final da Segunda Guerra, com o lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima e Nagasaki, causando a morte de milhares de pessoas, o mundo ficou chocado e surpreendido com o potencial de destruição que havia se atingido com o crescimento tecnológico e industrial. Entretanto, a verdadeira tomada de consciência ecológica, começou com a percepção de que o planeta estava sendo permanentemente danificado, quando no final da década de 1950 e o Japão estava passando por um rápido processo de industrialização. Nessa época, na Baía de Minamata, as pessoas 6 ainda viviam como há centenas de anos, tiravam o alimento do mar e comiam peixe fresco diariamente. O primeiro sinal de alerta e de que havia alguma coisa errada, foi notado através dos gatos que, também comiam peixes, começaram agir estranhamente, com ataques e tremores seguidos de morte. Algumas pessoas começaram a apresentar os mesmos sintomas. As crianças estavam nascendo com o cérebro danificado. Tomiji Matsuda nasceu cego e com o cérebro defeituoso, tornando-se mais tarde um símbolo do movimento ecológico. Os médicos suspeitaram inicialmente que se tratava de envenenamento por metal e chamaram o fenômeno de “doença de Minamata”. Não existia nenhum tipo de veneno na Baía antes que uma indústria tivesse se instalado na vila – a Chiso Corporation. A fábrica continuou poluindo, matando e deformando gente e animais por mais dez anos. Os japoneses, assim como a maioria das pessoas no final dos anos 50, relacionavam fumaça e lixo com progresso, prosperidade e geração de empregos, e o Japão estava tentando acompanhar o ritmo de industrialização da Europa Ocidental e da América do Norte. Na época, o problema de Minamata ainda era considerado simplesmente um fato local. Outro caso marcante a ser relatado foram os efeitos negativos da industrialização no campo, onde os pesticidas pareciam vencer para sempre os problemas das pragas. Até que, em 1962, a bióloga Rachel Carson lançou, nos Estados Unidos, o livro “Silent Spring”, dizendo os perigos causados pelos inseticidas e pesticidas. Carson afirmava que os produtos químicos matavam os insetos e pragas prejudiciais, mas também os benéficos destruíam o solo e envenenavam as pessoas. Apesar dos ataques contra Carson, esta recebeu apoio público e seu livro virou um fenômeno nos Estados Unidos, vendendo mais de seis milhões de exemplares e chamando a atenção das autoridades para o problema. O aviso para o perigo dos produtos químicos acontecia quando os países industrializados estavam ficando mais dependentes do petróleo. No final dos anos 60, um enorme derramamento de óleo na costa oeste da Inglaterra chocou o mundo, sendo exibido na televisão o horrível espetáculo de animais morrendo atingidos pelo petróleo e de praias contaminadas pelo vazamento. O mais grave 7 derramamento de óleo aconteceu no Alasca, em 1989, quando o navio Exxon Valdez se chocou com um rochedo. O casco se rompeu e deixou vazar 40 milhões de litros de petróleo, atingindo uma área ambiental de 250 km². Os grandes acidentes em prejuízo do meio ambiente continuaram acontecendo por toda a metade do século XX. Em dezembro de 1984, a cidade de Bhopal, na Índia, foi contaminada por 40 km2 de gás tóxico. Cerca de 200 mil pessoas ficaram queimadas ou cegas, 10 mil morreram na hora e até hoje as vitimas sobreviventes apresentam problemas respiratórios ou no aparelho digestivo. A causa foi um acidente na fábrica de pesticidas Union Carbide, multinacional com sede nos Estados Unidos. As chuvas ácidas também se tornaram comuns perto das grandes concentrações industriais e urbanas do mundo, poluindo os Grandes Lagos da América do Norte e os Lagos Alpinos. Em abril de 1986, ocorreu o maior acidente nuclear na Usina Nuclear de Chernobil, localizada na Ucrânia, então parte da União Soviética. É considerado o pior acidente da história da energia nuclear, produzindo uma nuvem de radioatividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido. Grandes áreas da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia foram muito contaminadas, resultando na evacuação e reassentamento de aproximadamente 200 mil pessoas. É difícil precisar o número de mortos causados pelos eventos de Chernobil, devido ás mortes esperadas por câncer, que ainda não ocorreram e são difíceis de atribuir especificamente ao acidente. Um relatório da ONU de 2005 atribuiu 56 mortes até aquela data – 47 trabalhadores e 9 crianças com câncer de tireóide – e estimou que cerca de 4000 mil pessoas morrerão de doença relacionada com o acidente. O Greenpeace, entre outros contesta a conclusão do estudo. O governo soviético procurou esconder o ocorrido da comunidade mundial, até que a radiação em altos níveis foi detectada em outros países. Estes são acidentes de proporções que abalaram e proporcionaram ao mundo a necessidade da tomada de consciência adequando melhor o crescimento tecnológico e industrial, estabelecendo normas mais rígidas com relação ao uso e exploração do meio ambiente, com a finalidade de prevenir e precaver as eventuais calamidades que possam vir acontecer. 8 Acidentes de menores proporções acontecem no mundo às centenas, todos eles transformando de forma negativa o meio ambiente natural. Evolução do pensamento e do movimento ambiental no mundo Andrade, 2001, citando McCornick, mostra que o pensamento ambiental evoluiu à proporção do desenvolvimento das ciências, ocorrido ao longo da história da civilização. Há registros históricos do mau gerenciamento dos recursos naturais desde o século I, como por exemplo, os relatos de que, em Roma, já nessa época, começaram a ocorrer quebras de safras de culturas e erosão do solo. A autora enfatiza que foi em Londres, em 1306, que ocorreu a primeira ação legal registrada na história, que teve como objetivo a normatização e a atuação sobre o uso do meio ambiente, quando o Rei Eduardo I fez uma proclamação real sobre o uso de carvão em fornalhas abertas. Nessa época, era comum o uso das fornalhas, que ajudavam a diminuir o frio em áreas públicas, ao ar livre, poluindo o ar. O Rei Eduardo estabeleceu critérios para essa prática, punindo com multas quem a violasse. Na visão da autora, com o avanço da Ciência, aliado à técnica, teve início em 1750, a Revolução Industrial, “com todas as consequências negativas em relação às formas de exploração dos recursos naturais e humanos, cuja consequência de longo prazo, são hoje visíveis nos problemas ambientais contemporâneos”. Andrade diz que foi após a segunda Guerra Mundial, em 1945, que houve a proposta de uma sociedade organizada sob os fundamentos de uma engenharia comportamental, com o lançamento do livro Uma Sociedade para o Futuro, escrito por Shinner - estava lançado o desafio de se pensar em um modelo social onde os recursos naturais fossem valorizados. A autora esclarece que “o livro só se tornou mais conhecido a partir da década de 60, quando o mundo começou a enfrentar o esgotamento dos recursos naturais, a 9 poluição ambiental, a ideia de superpopulação e a possibilidade do holocausto nuclear”. E Andrade, 2001, citando Nascimento e Silva, faz lembrar que foi em prol das baleias que foi dado a primeira orientação sobre ações que possam prejudicar as futuras gerações, através da Convenção Internacional para Regulamentação da Pesca da Baleia que, reconhecendo o interesse das nações, em proveito das gerações futuras de salvaguardar as grandes fontes naturais representadas pela espécie baleeira, iniciou, em 1946, o disciplinamento da caça às baleias – um grito de socorro ao mamíferomarinho: Salvem as Baleias! A mesma fonte diz que não só esses mamíferos precisavam de proteção: a intensificação do tráfego de navios gerou problemas de poluição que provocou a redução do potencial pesqueiro. Para discutir o assunto e buscar soluções, foi realizada, em Londres, no ano de 1954, a Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição do Mar por Óleo, onde foi assinado o primeiro tratado contra a poluição, em defesa do meio ambiente. Rosa, 2001, por sua vez, fala que a consciência ambiental, em âmbito mundial, começou a crescer na década de 60, motivada por uma série de eventos relacionados com o meio ambiente, como a publicação do livro A Primavera Silenciosa, considerado um clássico do movimento ambientalista, de autoria da jornalista americana Rachel Carson. A fonte diz que na publicação, de 1962, a autora denuncia a diminuição da qualidade de vida devido ao excesso de produtos químicos na produção agrícola, prejudicando a saúde e o meio ambiente. Almeida, 1999, lembra que seis anos depois desse episódio, 30 pessoas de dez países diferentes, entre cientistas, educadores, economistas, humanistas, industriais e funcionários públicos discutem, numa reunião na Academia de Linci, em Roma, sobre a crise e os dilemas da humanidade, como a pobreza, a deterioração do meio ambiente o crescimento desordenado. Estava criado o Clube de Roma, que divulgou, em l971, Limites do Crescimento – um alerta, mostrando que o consumo desenfreado da sociedade, a qualquer custo, levaria a humanidade a um colapso. 10 O estudo, segundo a mesma fonte, basicamente previa que, no século XXI, a humanidade se defrontaria com graves problemas de falta de recursos e níveis elevados de poluição, se os aumentos populacional e industrial, com a consequente superutilização dos recursos naturais, continuassem no mesmo ritmo. Ainda segundo o mesmo autor, o Clube de Roma apontou como solução uma política mundial de contenção do crescimento, denominado Crescimento Zero. Seria um crescimento planejado, para que fossem atendidas as necessidades básicas de toda a população. “Os países subdesenvolvidos entenderam que, de um modo geral, na prática, tal política representava sua manutenção no subdesenvolvimento tecnológico e social”. Na visão de Leite e Medina, citados por Andrade, 2001, a década de 70 caracterizou-se pela tentativa do controle da poluição. Foi também na década de 70 que surgiram os primeiros movimentos ambientalistas, denominados, na década de 80, de Organizações Não Governamentais (ONGs) e aconteceu um marco histórico na discussão das questões ambientais: a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Conferência de Estocolmo, realizada em l972, em Estocolmo, na Suécia, - primeira conferência, ao nível mundial, com a participação de 113 países, onde foram discutidos, especificamente, temas ambientais. Os autores enfatizam que a recomendação nº 96 da Conferência, reconhecia o desenvolvimento da Educação Ambiental como elemento crítico para o combate à crise ambiental do mundo. De acordo com Abreu (1997), “nessa Conferência, quando grande parte dos representantes dos países concluíram que deveria haver prudência no processo de industrialização para se evitar o processo de degradação no mundo, os representantes brasileiros acusaram os países desenvolvidos de desejarem limitar o desenvolvimento dos países pobres e afirmaram que a poluição era bem-vinda ao Brasil, pois os brasileiros precisavam de empregos, dólares e desenvolvimento”. Rosa, 2001, explica que na Conferência de Estocolmo foi citado, pela primeira vez, o termo ecodesenvolvimento (mais tarde transformado em 11 Desenvolvimento Sustentável), pelo professor Ignacy, que publicou, em l980, o livro “Ecodesenvolvimento – crescer sem destruir”, o qual passou a ser um marco referencial de uma alternativa de desenvolvimento econômico, pois relaciona, de forma definitiva, a necessidade do desenvolvimento contemplar a questão ambiental, não apenas como “um estilo tecnológico, mas subtendendo também, uma diferentes modalidade de organização social e um novo sistema de educação". Na mesma fonte, está registrado que, em cumprimento à recomendação do Conselho, aconteceu, em outubro de 1977, em Tbilisi (antiga União Soviética). A Primeira Conferência Intergovernamental em Educação Ambiental, organizada pela Unesco, em colaboração com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Para Rosa, a Conferência de Tbilisi ampliou o conceito de Meio Ambiente, quando compreende meio ambiente “não somente como meio físico biótico, mas, também, meio social e cultural, e relaciona os problemas ambientais com os modelos de desenvolvimento adotados pelo homem”. Na visão do autor, os conceitos de proteção ao Meio Ambiente começaram a se ampliar a partir da década de 80, quando acidentes, como o ocorrido em Bhopal, na Índia, em 1984, que tirou a vida de mais de duas mil pessoas, chocaram o mundo inteiro. Um alerta dos cientistas chamava a atenção para a redução da camada de ozônio, devido ao uso de clorofluorcarbono. O alerta levou 57 países a se reunirem no Canadá e assinar o Protocolo de Montreal, comprometendo-se a reduzir a produção de CFC pela metade, até o ano de 1999. A fonte diz também que no ano de 1990, o acordo foi ratificado pela Organização das Nações Unidas (ONU), com a adesão de 90 países, inclusive o Brasil, determinando o fim gradativo do CFC, até 2010. O meio ambiente e o desenvolvimento sustentável A conscientização sobre os problemas que afetam o meio ambiente age como fator preponderante para compatibilização da expansão dos meios de 12 produção de acordo com condições ambientais ideais. Sobre os aspectos ambientais, Ribeiro (1992) relata que “a responsabilidade social da empresa deveria voltar-se para a eliminação e/ou redução dos efeitos negativos do processo de produção e preservação dos recursos naturais, principalmente os não renováveis, através da adoção de tecnologias eficientes, concomitantemente ao atendimento dos aspectos econômicos”. Segundo Andrade, Tachizawa e Carvalho (2002), os gastos com proteção ambiental começam a ser vistos pelas empresas líderes, não primordialmente como custos, mas como investimentos no futuro e, paradoxalmente, como vantagem competitiva. Ribeiro (1992) comenta que a incorporação do conceito de “desenvolvimento sustentável” pelo meio empresarial pode se não reverter, ao menos amenizar a degradação do meio ambiente. Na perspectiva do desenvolvimento sustentável, a redução de agressões ambientais passa a ser considerada como meio de eliminação de custos e consequente melhoria do fluxo de rendimentos para a empresa. Nos últimos tempos muito tem se falado sobre desenvolvimento sustentável e sobre a forma como a relação entre indústria e meio ambiente precisa acontecer para evitar impactos negativos na natureza. É de suma importância, portanto, que os empresários da área entendam esse tema. A relevância do tema pode ser confirmada pelo fato de o Ministério do Meio Ambiente divulgar materiais sobre o assunto, tendo como base discussões que foram realizadas no evento Rio+20, em 2012. O evento, sediado no Rio de Janeiro, discutiu a renovação e o compromisso político com as questões que envolvem o desenvolvimento sustentável. Em suma, o desenvolvimento sustentável se caracteriza pela busca de meios para suprir as necessidades da sociedade atual sem comprometer as gerações futuras. Trata-se de atitudes que garantam que possamos continuar produzindo bens de consumo sem que a natureza seja prejudicada. Para que isso aconteça, é necessário que haja uma harmonização entre as atividades econômicas, produtivas e sociais. As indústrias necessitam 13 trabalhar para buscar meios de produzir, poluindomenos, sem eliminar resíduos nos mares e rios, por exemplo. Campanhas de reciclagem, como as de embalagens retornáveis, também devem ser promovidas pelas empresas. Dessa maneira, diminui-se a necessidade por mais matéria-prima e também se cria um senso de coletividade entre os consumidores. Principais Problemas Ambientais Associados ao Setor Industrial A poluição é sem dúvida uma das externalidades negativas mais marcantes do modo de produção e consumo da sociedade moderna, que tem a indústria como uma de suas características dominantes. A possibilidade de ocorrência de poluição acidental por eventos não previstos, como derramamentos, vazamentos e emanações não controladas, assim como a contaminação ambiental por lançamentos industriais de gases, material particulado, efluentes líquidos e resíduos sólidos, é particularmente crítica nas áreas que combinam indústria e baixa prevenção. Outro aspecto a ser destacado refere-se ao consumo de energia e de recursos naturais pelo setor industrial. Houve incentivos governamentais para a implantação no país de determinados tipos de indústrias eletro-intensivas, como ferro, cloro-soda, celulose e alumínio, que respondem por 40% da demanda industrial brasileira por energia (Câmara Dos Deputados; Cmads; Frente Parlamentar Ambientalista, 2012). Conforme o Prof. Célio Bermann (O ECO, 2013), os setores de cimento, siderurgia, alumínio, química, ferro-liga e 52 papel/celulose respondem pelo consumo de 30% da energia no Brasil. Além disso, considera-se relevante abordar o consumo de carvão para siderurgia, que constitui um dos fatores de degradação das florestas nativas no país. Pode-se considerar, grosso modo, a evolução da preocupação ambiental em relação às indústrias como tendo ocorrido em fases. Inicialmente, o foco foi 14 a poluição do ar, em decorrência das graves condições que existiam em Cubatão, na Baixada Santista (SP) e também na região metropolitana de São Paulo. Quase em paralelo, também teve início a atenção com a poluição das águas. Mas apenas nas últimas décadas começou a ficar evidente em nosso país outra forma de degradação por atividades industriais: a inadequada gestão dos resíduos perigosos por elas gerados. Por fim, a contribuição do setor industrial para o efeito estufa e o aquecimento global é uma externalidade ainda não devidamente considerada. Para cada um desses aspectos serão apresentados alguns exemplos, que ilustram o problema e sua evolução, sempre que os dados disponíveis permitirem. Meio ambiente e competitividade As questões relacionadas à competitividade e meio ambiente ganharam importância crescente no final dos anos 80. Com a intensificação do processo de globalização financeira e produtiva da economia mundial, e o consequente aumento dos fluxos de comércio internacional, as barreiras tarifárias foram paulatinamente substituídas por barreiras não tarifárias. Os países desenvolvidos passam a impor barreiras não tarifárias ambientais – “barreiras verdes” –, alegando que os países em desenvolvimento possuem leis ambientais menos rigorosas que as suas, o que resultaria em custos mais baixos – também chamado de dumping ecológico – e, consequentemente, menores preços praticados no mercado internacional. Os países em desenvolvimento estão sujeitos às “barreiras verdes”, pois os novos padrões globais de gestão ambiental estão baseados no ciclo de vida do produto. Dentre as diversas etapas do ciclo de vida do produto estão incluídos a extração das matérias- primas e os processos e métodos de produção (PPMs), que causam impactos ambientais como, por exemplo, a poluição industrial. Esta última está diretamente relacionada à escala da atividade industrial e à composição setorial da produção, ou seja, o padrão de especialização da 15 indústria, seu nível de atividade e sua localização são determinantes da carga de poluição industrial de um país. A maneira pela qual a imposição de normas ambientais afeta a competitividade das empresas e setores industriais é percebida de forma distinta. Por um lado, a imposição de normas ambientais restritivas pelos países desenvolvidos pode ser uma forma camuflada de protecionismo de determinados setores industriais nacionais, que concorrem diretamente com as exportações dos países em desenvolvimento. Por outro lado, essas mesmas normas estariam prejudicando a competitividade das empresas nacionais, pois implicariam em custos adicionais ao processo produtivo, elevando os preços dos produtos e resultando na possível perda de competitividade no mercado internacional. A relação entre competitividade e preservação do meio ambiente passou a ser objeto de intenso debate, que se polarizou em duas vertentes de análise: a primeira acredita na existência de um trade-off, no qual estariam, de um lado, os benefícios sociais relativos a uma maior preservação ambiental, resultante de padrões e regulamentações mais rígidos; de outro lado, tais regulamentações levariam a um aumento dos custos privados do setor industrial, elevando preços e reduzindo a competitividade das empresas. As regulamentações são necessárias para melhorar a qualidade ambiental, mas são igualmente responsáveis pela elevação de custos e perda de competitividade da indústria. Opondo- se a esta visão, a segunda vertente de análise vislumbra sinergias entre competitividade e preservação do meio ambiente. Chamada pela literatura (Jaffe et al., 1995; López, 1996; Albrecht, 1998; Lanoie e Tanguay, 1998; Nordström e Vaughan, 1999; Sinclair- Desgagné, 1999) de hipótese de Porter – baseada nos artigos de Michael Porter e Class van der Linde (1995a e 1995b) –, o argumento é que a imposição de padrões ambientais adequados pode estimular as empresas a adotarem inovações que reduzem os custos totais de um produto ou aumentam seu valor, melhorando a competitividade das empresas e, consequentemente, do país. Assim, quando as empresas são capazes de ver as regulamentações ambientais como um desafio, passam a desenvolver soluções inovadoras e, portanto, melhoram a sua competitividade. Ou seja, além das melhorias ambientais, as regulamentações ambientais 16 também reforçariam as condições de competitividade iniciais das empresas ou setores industriais. Com vários exemplos de setores e empresas que sofreram pressões para tornarem seus produtos e/ou métodos de produção ambientalmente corretos, Porter e van der Linde argumentam que as inovações adotadas para cumprir com as regulamentações ambientais fazem com que as firmas utilizem seus insumos – matérias- primas, energia e trabalho – de modo mais produtivo, reduzindo custos e compensando os gastos com os investimentos ambientais. O argumento central é que a imposição de regulamentações ambientais adequadas podem induzir a inovações que irão, em parte ou mais do que totalmente, compensar os custos de adequar- se a tais padrões. Assim, a preservação ambiental está associada ao aumento da produtividade dos recursos utilizados na produção e, consequentemente, ao aumento da competitividade da empresa. O aumento da produtividade dos recursos é possível porque a poluição é, muitas vezes, um desperdício econômico. Resíduos industriais sejam sólidos, líquidos ou gasosos, podem ser reaproveitados em diversos casos, utilizando os para a cogeração de energia, extraindo substâncias que serão reutilizadas e reciclando materiais. Ao analisar o ciclo de vida do produto, há também outros desperdícios, como o excesso de embalagens e o descarte de produtos que requerem uma disposição final de alto custo. Tanto o desperdício dos resíduos industriais quanto os desperdícios ao longo da vida do produto estão embutidos nos preços dos produtos, fazendo com que os consumidores paguem, sem perceber, pela má utilização dos recursos. É neste sentido que a utilização mais racionaldos recursos, somente possível através de inovações, pode aumentar a produtividade e tornar a empresa mais competitiva: pela redução de custos e/ou pela melhoria de seus produtos – pelos quais os consumidores estariam dispostos a pagar mais. O aumento dos custos e a perda de competitividade, atribuídos à preservação ambiental estão, em geral, associados às soluções do tipo end-of- pipe (EOP) – ou tratamento de final de linha – que são ações mais eficientes da empresa no tratamento da poluição que já ocorreu. Neste caso, as substâncias tóxicas são tratadas antes de serem lançadas no meio ambiente – controle da 17 contaminação – incluindo também as atividades de restauração do ambiente degradado (clean-up), tornando inofensivas substâncias tóxicas já presentes no ecossistema. Outro tipo de solução para os problemas de poluição ambiental é a pollution prevention (PP), que inclui a adoção de tecnologias mais limpas, melhoria na eficiência produtiva através de gestão inovadora, redução da geração de resíduos e reciclagem de subprodutos do processo produtivo que eram considerados resíduos. Ou seja, o enfoque PP prevê mudanças nas tecnologias adotadas e nas formas de gestão empresarial, sendo soluções mais definitivas, que reduzem efetivamente a quantidade de emissões e resíduos, aumentando a produtividade dos recursos – ocorre simultaneamente uma redução do impacto ambiental e uma melhoria do produto e/ou processo produtivo. Devido às especificidades dos problemas ambientais, há um consenso em torno da necessidade de políticas ambientais. A divergência está nos tipos e quantidades de regulamentações e instrumentos a serem utilizados, bem como no grau de restrição a ser imposto – regulamentações mais restritas ou mais frouxas. Porter e van der Linde (1995b) argumentam que não é qualquer tipo de regulamentação que levará a solução do tipo PP, mas sim as boas regulamentações, que induzem as firmas a inovarem, aumentam a produtividade dos recursos e melhoram a competitividade. Elas produzem como efeito colateral o aumento da competitividade dos fornecedores de equipamentos e serviços ambientais. Numa pesquisa realizada junto a empresas produtoras de equipamentos e serviços ambientais no Brasil (Tigre,1994), a regulamentação ambiental foi apontada como o principal fator que induz a indústria a adotar soluções para os problemas relativos ao meio ambiente. A influência das regulamentações governamentais para a expansão do mercado de tecnologias ambientais é bastante significativa. Os fornecedores desse mercado, além de terem a segurança de uma demanda contínua para seus produtos e serviços, passam a ocupar nichos de mercado, auferindo lucros superiores. 18 Como observado na seção anterior, devido ao alto potencial poluidor da produção industrial brasileira, as exportações brasileiras são passíveis de restrições comerciais de caráter ambiental. Os efeitos de tais medidas sobre a competitividade têm dois aspectos. O primeiro, de curto prazo, torna a competitividade sensível ao aumento de custos. Na medida em que um percentual significativo da pauta de exportações é composto de commodities, os exportadores são tomadores de preço (price-takers) e um aumento de custos devido às imposições de padrões ambientais mais rígidos pode representar redução nos lucros dos exportadores, pois a possibilidade para competição via diferenciação de produtos é bastante reduzida. Entretanto, numa perspectiva dinâmica e de longo prazo, as medidas comerciais com finalidade de preservação ambiental podem aumentar a competitividade das empresas, como propõe a hipótese de Porter. Ou seja, as firmas passam a eliminar desperdícios, viabilizam economicamente um subproduto considerado rejeito industrial e ficam mais sensíveis às inovações, aumentando a produtividade, reduzindo custos, melhorando seus produtos e tornando- se mais competitivas. A indústria brasileira e o meio ambiente A industrialização brasileira foi marcada por um relativo descaso com a questão ambiental, resultando na participação elevada de setores potencialmente poluidores na composição do produto industrial. Entre 1981 e 1999, o crescimento das indústrias de alto potencial poluidor foi superior ao da média geral da indústria. Esta constatação encontra explicações no processo de industrialização brasileiro, que foi “... resultado do atraso no estabelecimento de normas ambientais e agências especializadas no controle da poluição; da estratégia de crescimento associada à industrialização por substituição de importações, privilegiando setores intensivos em emissão; e da tendência de especialização do setor exportador em atividades potencialmente poluentes”. 19 O II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND) veio complementar o processo de industrialização com setores de elevado potencial poluidor, incentivando a instalação de polos petroquímicos, de indústrias metalúrgicas e produtoras de celulose, de usinas nucleares, entre outros. O esforço exportador do início da década de 1980 baseou-se nos setores implantados no II PND, aumentando a produção industrial de alto potencial poluidor. Este perfil não foi alterado com a abertura comercial do final daquela década. Por outro lado, o processo concorrencial das empresas nas economias capitalistas gera uma necessidade de diferenciação permanente em relação aos seus concorrentes. A busca desta diferenciação passa pelo processo de inovação – ao ter o domínio de uma nova técnica de produção ou de um novo produto, a empresa passa a auferir vantagens econômicas, sejam lucros extraordinários ou manutenção de sua parcela de mercado. As inovações podem ser técnicas ou organizacionais. As primeiras referem-se a introdução de um novo processo, produto, sistema ou equipamento, ou seja é a elaboração de novos princípios técnicos. As segundas são mudanças na forma de organização, nas políticas, nas tarefas, nos procedimentos e nas responsabilidades – é a introdução de novas rotinas de trabalho, procedimentos administrativos, relações intra-organizacionais, práticas gerenciais e relacionamento com os grupos de interesse. Na medida em que a preservação do meio ambiente tornou-se um fator de diferenciação para as empresas, caracterizando-se como uma oportunidade de negócios, surgiu a possibilidade de incluir preocupações ambientais em suas estratégias empresariais, por meio de práticas ecologicamente mais adequadas – adoção de tecnologias ambientais, implantação de sistema de gestão ambiental, racionalização do uso dos recursos naturais, entre outros. As tecnologias ambientais podem ser definidas como o conjunto de conhecimentos, técnicas, métodos, processo, experiências e equipamentos que utilizam os recursos naturais de forma sustentável e que permitem a disposição adequada dos rejeitos industriais, de forma a não degradar o meio ambiente – também chamadas de tecnologias ambientalmente saudáveis. Elas são obtidas por meio das inovações ambientais, ou seja, da introdução de novos 20 procedimentos técnicos e organizacionais, no âmbito da produção industrial, que levam à maior proteção do meio ambiente. É importante definir os termos tecnologia limpa, tecnologia ambiental e tecnologia poupadora de recursos naturais. O termo tecnologia ambiental é mais abrangente e é utilizado para definir tecnologias que são direcionadas para a melhoria do meio ambiente, logo incluindo as tecnologias mais limpas e as poupadoras de recursos naturais e as que despoluem o ambiente. São elas: tecnologias para despoluir o ambiente – são consideradas tecnologias de remediação, em geral são tecnologias utilizadas depois que a poluição já ocorreu – filtros de chaminés para reduzir as emissões de material particulado, por exemplo; tecnologias poupadoras de recursos naturais – são eco-eficientes,pois utilizam menos insumos, seja matérias-primas com base nos recursos naturais, seja energia – como a reciclagem das águas em processos industriais; tecnologias mais limpas – são eco-eficientes, pois apresentam um coeficiente de emissões de poluentes por unidade de produto inferior à outra tecnologia anteriormente utilizada, requerendo alterações nos processos produtivos. Também podem ser consideradas tecnologias de prevenção da poluição; tecnologias de controle – utilizadas para monitorar os níveis de emissões e a degradação dos recursos naturais, como satélites para identificar os desmatamentos e queimadas, e equipamentos de medição de emissões industriais. Essa classificação de tecnologias ambientais permite a melhor compreensão da abrangência do termo, não significando que são excludentes entre si; ao contrário, elas são muitas vezes complementares. Assim, o conceito de tecnologia ambiental é bastante amplo, podendo englobar, inclusive, tecnologias que não foram desenhadas exclusivamente com fins ambientais, 21 mas que podem gerar impactos ambientais positivos. São exemplos: os sistemas fabris inteligentes e a nanotecnologia – que reduziriam a demanda por recursos naturais e aumentariam o controle das externalidades ambientais negativas da produção – além da biotecnologia e dos novos materiais – capazes de reduzir o uso de pesticidas e substituir insumos de alto impacto ambiental, respectivamente. Os impactos das indústrias no meio ambiente A poluição causada pelas indústrias causa diversos impactos diretos no meio ambiente. Veja a seguir quais são os principais impactos ambientais. Contaminação da água A atividade industrial é uma das maiores causadoras da poluição dos nossos corpos hídricos. Isso acontece porque indústrias grandes despejam toneladas de resíduos tóxicos em rios, o que acaba prejudicando o ecossistema e tornando a água imprópria para o consumo. Como resultado, além do desequilíbrio ambiental evidente, essa prática ainda traz sérios danos à saúde da população que vive próxima a esses locais recentemente contaminados. Como exemplo, para se ter ideia da dimensão do problema, um estudo recente mostrou que a poluição tomou conta de 70% das águas dos rios no Brasil. Devastação de florestas O crescimento urbano e industrial também foi responsável pela devastação das florestas brasileiras, gerando desequilíbrio na fauna e flora. Com a redução da mata nativa, diversos animais e plantas foram extintos ao longo dos anos. Ainda existem espécies ameaçadas e que podem desaparecer do planeta muito brevemente. 22 Segundo reportagem do G1, apenas entre os anos de 2017 e 2018 houve um crescimento de 13,7% no desmatamento da Amazônia. Para 2020, esse número é mais alarmante ainda. Um estudo publicado no Jornal da USP de 7 de agosto de 2020, aponta para um crescimento de 34% no desmatamento da Amazônia de agosto de 2019 a julho de 2020. Poluição do ar A poluição do ar também é pauta constante no embate entre indústria e meio ambiente, afinal, todos os dias são lançadas toneladas de gases tóxicos (óxido de enxofre, óxido de nitrogênio e monóxido de carbono) na atmosfera. Esses gases pioram a qualidade do ar que respiramos e são responsáveis por diversas doenças respiratórias, como bronquite, rinite e asma. Dados revelados pelo Ministério da Saúde mostram que as mortes no Brasil devido à poluição do ar aumentaram 14% nos últimos 10 anos, o que revela a relevância do tema. Aquecimento global Para abordar esse assunto é importante ressaltar que existem dois tipos de efeito estufa: o natural e o artificial. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o efeito estufa natural é importante e vital para determinadas espécies, pois possui a função de manter a temperatura em níveis que permitam o seu desenvolvimento. Já o efeito estufa artificial, é o efeito resultante da atividade do ser humano, e que tem um impacto determinante no aquecimento da temperatura global. A maior e mais perceptível causa desse problema é o lançamento de gases tóxicos na atmosfera devido à utilização de petróleo, gás e carvão. A destruição das florestas tropicais também é um dos pontos que mais contribui para o quadro negativo. Todas essas transformações trazem impactos na forma de calor cada vez mais intenso, chuvas ácidas e mudanças climáticas. Como prova disso, podemos citar um relatório do IPCC, (sigla em inglês para Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), que revelou que 8% das terras do Brasil já sofrem impactos de desertificação devido ao aquecimento global. 23 Alteração da fauna e flora A poluição causada pelas indústrias não gera apenas prejuízos para os seres humanos, mas também para os animais e para a vegetação nativa de uma região. Exemplo disso pode ser visto na recente tragédia envolvendo o rompimento de uma barragem de empresa de mineração, na cidade de Brumadinho, em Minas Gerais. Diversas plantas morreram por conta do lamaçal e não há garantia que elas voltem a crescer na paisagem. O mesmo aplica-se aos animais, conforme mostra uma matéria produzida pelo jornal O Globo. A publicação mostra que testes realizados na região comprovaram que o derramamento dos rejeitos causou a morte de diversas espécies e também provocou mutações e anomalias em embriões de peixes. Segundo a mesma reportagem, a taxa de mortalidade dos animais foi de 100% próximo à mina. Desequilíbrio da cadeia alimentar Tomando como exemplo ainda a tragédia de Brumadinho, um especialista foi entrevistado sobre o assunto em reportagem feita pelo Jornal da USP. Segundo ele, muitas espécies da vegetação serão extintas na região por conta do desastre. Isso ocasionará a falta de alimentos para os animais, que acabarão migrando para outras regiões, desequilibrando o biossistema. A grande migração de pássaros, por exemplo, causa o aumento da quantidade de insetos, o que, por sua vez, gera tendência à elevação de epidemias, visto que muitos desses insetos são transmissores de doenças. Dessa maneira, pode-se perceber um desequilíbrio na cadeia alimentar e um impacto no equilíbrio ambiental. Quando não existe a vegetação que alimenta os animais, eles podem deixar de existir. Todos esses problemas ao ecossistema afetam diretamente o desenvolvimento sustentável. 24 Gestão Ambiental x Tecnologias Limpas x Procedimentos Operacionais O que caracteriza as metodologias das normas é a exigência de padronização dos procedimentos. A estratégia adotada para a padronização de procedimentos operacionais é adotar a forma como as atividades já são executadas e introduzir a elas melhoramentos ao longo do tempo, ou seja, melhoria contínua. Esse método tem que ser criteriosamente avaliado, pois a indução ao risco de padronizar técnicas consagradas ao longo do tempo pode ser elevada a “forma correta” de executar atividades e, com isso, privilegiar processos e controles associados aos enfoques de fim de tubo e o atendimento da legislação (Furtado, 2000). Avaliar os procedimentos operacionais sob o ponto de vista ambiental é um grande apontador na retratação do estágio evolutivo de uma organização com relação a esta questão, uma vez que o esforço no sentido de minimizar a geração de resíduos está intimamente ligado as condicionantes da tecnologia do processo e a maneira como as operações são executadas. Tecnologias e procedimentos devem evoluir para composição de cenários progressivos e é o espaço ideal para minimização de resíduos através da otimização dos procedimentos operacionais (tecnologias limpas). A evolução das tecnologias e procedimentos reflete as mudanças de estratégias adotadas pelas organizações na medida em que se desenvolve processo de internalização da dimensão ambiental. Este processo evolutivo começa com a estratégia reativa,passa por um estágio intermediário que é a estratégia ofensiva e termina com a estratégia inovativa (Andrade, 1997). O comportamento das empresas diante das estratégias avaliadas por Andrade (1997) se estabelece da seguinte forma: Estratégia reativa: limita a um atendimento mínimo e relutante à legislação ambiental. Sua preocupação está voltada para incorporação de equipamentos de controle da poluição na fase final da produção. A questão ambiental é tida como um custo adicional e ameaça gravemente a competitividade empresarial. 25 Estratégia ofensiva: o principal foco é a prevenção da poluição, a redução do consumo de recursos e o cumprimento das exigências legislativas. Para isso são implantadas mudanças nos processos, produtos ou serviços visando uma boa imagem diante do mercado consumidor conectado às questões ambientais e, nesse mesmo contexto, deparam com a oportunidade de redução de custos da produção. Estratégia inovativa: sua integração é ilimitada entre as questões ambientais e de negócios. A dimensão ambiental é uma função de toda a administração e é encarada como uma oportunidade de desenvolvimento, produção e comercialização de produtos com mudanças substanciais de desempenho ambiental e gerenciamento dos ciclos de vida útil dos mesmos. A evolução na aplicação das etapas das estratégias citadas acima deve ter caráter bem definido e ser traduzidas em procedimentos padronizados compatíveis com os princípios e realidade de cada empresa, pois, do contrário, incorrerá no risco da obsolescência uma vez que a realidade é sempre mutável, o que não ocorre com o padrão. O norteador de uma PML está em prevenir a geração de resíduos e todos os desdobramentos quanto ao processo, produto, manejo do resíduo industrial, relacionamento com os clientes e fornecedores e a política ambiental da empresa (Furtado, 2010). Produção e métodos de reutilização dos resíduos industriais Como se pode observar, não basta conhecer a legislação ambiental para evitar danos ao meio ambiente, é necessária uma sociedade preocupada e voltada para objetivos comuns à população, com olhar crítico sobre as políticas de proteção ambiental. De acordo com Milaré (2004), é preciso crescer, sim, todavia de maneira planejada e sustentável, com vistas a assegurar a compatibilidade do desenvolvimento econômico-social com proteção da qualidade ambiental. Isto é condição para que o progresso se concretize em função de todos os homens 26 e não à custa do mundo natural e da humanidade, que com ele, está ameaçada pelos interesses de uma minoria. O autor ainda menciona que, assim como outros países em desenvolvimento, o Brasil precisa gerar riquezas para enfrentar os desafios para uma mudança social, em especial para enfrentar a evidente pobreza da população. Para isso seriam necessárias melhorias que permitissem condições mais dignas de vida, porém isto não pode estar baseado no “crescimento a qualquer custo”. Ou seja, há necessidade de estudos prévios e de debates para a implantação de políticas públicas. Muito se têm debatido sobre os projetos de destino final dos resíduos, em especial dos industriais, nos encontros e conferencias em busca de novas ideias e na tentativa de disseminá-los com o propósito de implantação. Depois que a Conferência de Kioto propôs o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), através do sequestro de carbono realizado pelas florestas, a sociedade não falou em outro assunto. Este fato trouxe novas formas de pensar sobre as emissões de poluentes, ocorrem posições concordantes e discordantes, porém não deixa de ser uma proposta que pode com o tempo sofrer alterações. O que importa é que ocorram discussões, das quais poderá surgir algo inovador para a problemática sobre os resíduos industriais. Neste sentido, são importantes as colocações feitas pelo colunista Washington Novaes, sobre o MDL, ao polemizar a respeito da ética de uma indústria poder continuar poluindo em seu país de origem e comprar créditos em outro. A preocupação do colunista é louvável, pois as indústrias podem migrar para outros países com normas mais amenas, ou mesmo interagir entre capitais nacionais, e assim escamotear o grau de comprometimento do país de origem e também da atividade realizada. Assim, a importância da polêmica, levantada por Novaes sobre a problemática dos resíduos industriais, mesmo os que não são mensuráveis, está na necessária busca de alguns critérios - visíveis, sensíveis ou palpáveis – para o direcionamento e a acomodação de atividades industriais. Em consequência disso, se poderá pensar o que fazer com os resíduos produzidos pelas indústrias. 27 Em busca da sustentabilidade, é importante toda e qualquer discussão, já que o tema é merecedor de reflexão de diferentes segmentos. Entretanto, existem especificidades que precisam ser observadas, como a diversificação das atividades industriais, pois cada atividade produz diferentes tipos de resíduos, mesmo entre as indústrias que produzem a mesma linha de produtos é possível observar resultados diferentes relacionados à quantidade e qualidade dos resíduos. Sabe-se que o tempo de vida útil dos produtos industrializados, já disponibilizados como resíduos, pela sociedade, podem ser variados: “o papel de 3 a 6 meses; tecido 6 meses a 1 ano; filtro de cigarro 5 anos; madeira pintada 13 anos; nylon mais de 30 anos; plástico e metal mais de 100 anos; vidro 1 milhão de anos; borracha tempo indeterminado” (Ministério do Meio Ambiente 2005). Diante disso, é necessária a adoção de métodos de reutilização para diminuir o uso intensivo de matéria-prima. A reciclagem pode evitar o desperdício de objetos reutilizáveis que são dispostos em ambientes inadequados ou mesmo ocupam espaços valiosos. Além disso, a implantação de aterros sanitários tem sido constantemente objeto de protestos no país, o que torna ainda mais urgente à adoção da reciclagem. O produto final da indústria também recebe o nome de mercadoria, passível de troca e venda dentro da cadeia produtiva. Assim, é importante o reaproveitamento dos resíduos como forma de adquirir renda, tanto para a própria indústria como para os trabalhadores envolvidos no comércio da reciclagem. Ressaltamos que o mais importante método de manejo de resíduo seria o de zero produto, ou seja, a produção sem gerar resíduo, isto significaria o aproveitamento máximo da matéria prima e resultaria em economia e preservação da água, do ar e do solo. Em 1970, um inquérito feito pela EPA - Environmental Protection Agency - EUA, revelou que 32,6 ou 1/3 de todos os cursos de água americanos estavam persistentemente poluídos. Os principais poluidores eram as minas representando 60% da poluição total. Os despejos agrícolas representavam 28 23% e as águas residuárias industriais 9%. Os esgotos municipais com 8% vinham em seguida aos despejos industriais, mas muitas indústrias lançavam seus efluentes na rede municipal de esgoto dificultando a avaliação, a fração representada pela contribuição industrial. (Braile, 1979) O autor demonstra que as preocupações não se resumem apenas aos resíduos industriais e sua diversidade, entretanto, mostra as ações que praticam algumas indústrias que escamoteiam suas atividades ao lançarem de forma irregular os efluentes na rede municipal. Atualmente, as preocupações, em relação aos resíduos industriais, estão mais voltadas para as indústrias que geram resíduos orgânicos sintéticos e metais pesados, principalmente a partir do fim da 2º Guerra Mundial com a expansão acelerada da indústria petroquímica. A questão destes resíduos tornou-se complexa, após esse período, pois são considerados altamente perigosos os quais devem ser estabilizados antes de serem lançados na rede municipal de tratamento. As análises desses dejetos precisam ser realizadas porempresas especializadas que informarão, através de um laudo. Portanto, se os órgãos responsáveis pela fiscalização e anuência dessas atividades “forem flexíveis” poderão ocasionar sérios problemas ambientais. Em Londrina, por exemplo, a indústria encaminha para a SANEPAR os resultados de análises de efluentes realizadas por empresas ou laboratórios credenciadas. De posse desses relatórios, a SANEPAR vai averiguar in loco e emitirá laudo para que a indústria, produtora dos resíduos, possa ou não despejar água residuária na rede coletora da SANEPAR. Outro segmento de resíduos industriais refere-se aos particulados lançados no ar, estes, via de regra, são originados pelo processo de incineração. A mistura de vários elementos pode alterar a toxidade da fumaça gerando impactos muito maiores, o que pode ser detectado através de análises desenvolvidas pelo processo de pontualidade. Assim, as substâncias devem passar antes por processo de purificação, ou seja, mesmo na incineração são necessários alguns cuidados. Quanto aos incineradores, os autores supracitados afirmam que as cinzas devem ser manipuladas com cuidado e estocadas adequadamente, pois 29 possuem resíduos tóxicos, assim não podem ser depositadas em aterro sem tratamento devido. A referida manipulação está relacionada ao acondicionamento das cinzas em recipientes apropriados como tonéis ou ensacadas, dependendo do tipo de resíduo gerado. Também mencionado pelos autores, outro método comumente utilizado na tecnologia “limpa” é a chamada Tocha a Plasma que, a base de eletricidade e gás ionizado, resulta na fusão completa dos elementos. Dessa fusão resulta um produto liquefato que, depois de resfriado tem o aspecto de vidro. O investimento na instalação é alto, porém o custo do tratamento em si não é maior do que o da incineração comum. A incineração não é considerada o melhor método, pois produz resíduos particulados, o ideal seria o maior aproveitamento dos materiais e resíduos. Os aterros ou centro de estocagem técnica que recebem as descargas industriais, as quais não mais são as descargas brutas, seria uma saída para que não houvesse dúvida a respeito do destino desses resíduos. Porém, os mesmos devem ser construídos e, esse é um dos dilemas da sociedade, ninguém quer a construção dos mesmos em áreas próximas ao seu labor cotidiano. As soluções para os problemas de impactos ambientais, causados pelos resíduos industriais, estão nas políticas ambientais, na consciência dos empreendedores e também na adoção de novas metodologias, como o comércio de produtos para reciclagem, o que contribuiria com o lado social criando perspectivas de empregos informais. Entretanto, existem empresários que insistem em manter-se na obscuridade, ou talvez na ignorância, deixando muitas vezes de contribuir com a redução de emissão de gases poluentes com um gesto simples, o de evitar as queimadas e as incinerações a céu aberto. Essas condutas são nítidas, no Parque Industrial José Belinatti, onde os resíduos são queimados a céu aberto, assim são transformados em micropartículas que causam incômodo à vizinhança que está a poucos metros de distância. O mesmo ocorre com os resíduos das marmorarias, que poderiam comercializar o pó de sílica que é utilizado para rejunte e material de acabamento. 30 Podemos considerar, a partir dos exemplos expostos, que existem inúmeros métodos de utilização de resíduos industriais que minimizam os impactos ambientais derivados de atividades industriais. Assim, entendemos que se deve caminhar para a criação de uma sociedade sustentável que se paute por políticas públicas que levem a um contexto de responsabilidade e de consciência dos empreendedores e também da sociedade consumidora de produtos industrializados. Considerações Finais Considerando todo o contexto histórico da Revolução Industrial, constatamos, inicialmente, uma imaturidade despreocupada com os impactos danosos ao meio ambiente que poderiam advir do processo de industrialização. Com o constante aumento da população e a necessidade de produzir cada vez mais para atender a uma maior demanda, as indústrias foram se expandindo, bem como, a tecnologia foi evoluindo e proporcionando ao homem mais conforto e comodidades, ampliando o espaço para o consumismo e com isso crescendo a devastação no meio ambiente. Esse crescente aumento da população, da industrialização e também do consumismo trouxeram junto riscos e alterações no sistema ambiental devastando ecossistemas, poluição do ar, do solo e das águas ocasionando perdas, algumas irrecuperáveis, como centenas de espécies de mamíferos e de aves extintos nas últimas décadas. Alem do grande impacto devastador provocado na flora e nos próprios seres humanos, através da poluição dos rios, desmatamentos, degradação do solo, que causam a destruição da biodiversidade. Podemos afirmar que houve nos últimos anos uma tomada de consciência mundial referente à preservação e conservação do meio ambiente. A conscientização fez o homem perceber, que o progresso estava deixando atrás de si um rastro macabro de destruição e um trágico caminho de mortes. A 31 partir dessa conscientização começaram a acontecer Conferências Internacionais para tratar e debater sobre o meio ambiente. No entanto, há necessidade de um grande processo de transformação em todo o mundo para que essa consciência possa realmente exercer uma prática saudável de um relacionamento entre o ser humano e a natureza, que tenha mais eficácia e produza um verdadeiro efeito. Para que mudanças como essa se concretizem, é necessário muito trabalho e, que políticos, empresários e consumidores, aceitem quebrar o paradigma da revolução industrial, centrado nas indústrias do aço, do petróleo e, principalmente, no mais desejado bem de consumo durável do planeta: o automóvel. E como sempre, acreditamos que somente através de um Direito Ambiental Internacional fortemente apoiado, disciplinado, aceito e amparado por todos os seres humanos, por todas as sociedades humanas e por todos os países do mundo, teremos a garantia de preservação e manutenção da vida em nosso planeta. Referências Abreu, Dôra. Sem ela, nada feito: uma abordagem da importância da educação ambiental na implantação da ISO 14001. Salvador: Asset Negócios Corporativos. Andrade, J.C.S (1997). Tipos de estratégias ambientais empresariais. TecBahia. Andrade, Rui Otávio Bernardes de; Tachizawa, Takeshy; e Carvalho, Ana Barreiros de (2002). Gestão Ambiental: Enfoque estratégico aplicado ao desenvolvimento sustentável. 2ª edição. São Paulo: Pearson Education do Brasil. Braile, Pedro Marcio; Cavalcante, José Eduardo W.A (1979). Manual de tratamento de águas residuárias industriais. São Paulo: CETESB. 32 Bursztyn, Marcel (1994). Para pensar o desenvolvimento sustentável. Estado e meio ambiente no Brasil: desafios institucionais. São Paulo: Brasiliense. Furtado, J.S (2000). ISO-14001 e Produção Limpa: importantes, porém distintas em seus propósitos e métodos. Disponível em: www.vanzolini.org.br/producaolimpa. INEP, Desenvolvimento e educação ambiental. MEC, Brasília: 1992. (Série Encontros e Debates). Mendonça, S (1995). A industrialização brasileira. São Paulo: Moderna. Milaré, Édis (2004). Direito do ambiente. 3ª edição. São Paulo: Revista dos Tribunais. RIBEIRO, M. S (1992). Contabilidade e meio ambiente. Dissertação apresentada ao Departamento de Contabilidade e Atuaria da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo. Santos, Milton (1996). O retorno do território. Território: globalização e fragmentação. 3.ed. São Paulo: Hucitec. Soffiati, A (1987). As Raízes da Crise Ecológica Atual. Rio de Janeiro: Ciência e Cultura, 39 (10).
Compartilhar