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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

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curso livre
INTELIGÊNCIA 
EMOCIONAL
SUMÁRIO
Autoconsciência 3
Histórico 3
Conceito 6
Neurofisiologia das emoções 12
Emoções 12
Neurofisiologia 19
Os pilares da inteligência emocional por Daniel Goleman 22
Autoconhecimento 23
Gestão das emoções 24
Empatia 25
Sociabilidade 29
Funções executivas: foco, atenção, planejamento e tomada de decisão 30
Áreas e ferramentas de apoio para o desenvolvimento humano 33
Competências essenciais para a alta performance 36
Bibliografia consultada 38
Pág. 3 de 39
 AUTOCONSCIÊNCIA
 Histórico
Não é de hoje que o tema da consciência e da 
autoconsciência é foco de atenção da humanidade, 
principalmente no que diz respeito às áreas da psicologia e da 
filosofia. Se voltarmos à Grécia Antiga, já se podia identificar uma 
grande preocupação com o tema. Filósofos da época, que despendiam 
seu tempo para refletir sobre as questões da vida, expressaram em frases 
célebres os dilemas íntimos da psique humana – uma das mais conhecidas 
até hoje é “conhece-te a ti mesmo”. O que torna esse princípio tão relevante, 
mesmo com o passar dos séculos, é sua inclinação para o desvendar da alma 
humana e os comportamentos advindos da vivência interna do indivíduo.
Pág. 4 de 39
Grandes pensadores do nosso tempo dedicaram as suas 
obras a entender essa relação entre as questões individuais 
do ser humano e sua atenção coletiva, existindo um avanço 
muito grande na profundidade de tal foco de estudo, tendo 
a filosofia, a psicologia, a medicina, a sociologia, a neurociência, 
entre outras áreas, contribuído para estudos relevantes para esse 
entendimento.
 Na filosofia, podemos observar que René Descartes trouxe uma 
compreensão inicial da nossa racionalidade através da sua frase “penso, logo 
existo”, atribuindo valor, assim, à reflexão sobre as coisas da humanidade, 
e isso se evidencia ainda mais quando observamos os nossos ancestrais 
pré-históricos que, por enfrentarem constantes perigos e desafios em seu 
cotidiano, tinham todas as reações extremamente instintivas e colocavam 
grande valor na sobrevivência por intermédio das ações instantâneas. Nesse 
contexto, os estudos da neurociência nos trazem grandes revelações sobre as 
nossas reações instantâneas versus o pensamento elaborado (racionalidade) 
quando identificam a evolução do nosso cérebro e sua relação com o sistema 
nervoso. Há milhares de anos, a espécie humana vem passando por diversas 
transformações adaptativas, e os ganhos dessas transformações estão na 
atual capacidade de ponderar e de elaborar questões ligadas às vivência, às 
emoções e a como isso afeta a construção da personalidade do indivíduo.
Para a psicologia, é vital o trabalho direcionado à construção e ao 
fortalecimento da personalidade do indivíduo e da sua singularidade diante 
dos aspectos das áreas de sua vida.
Atualmente as questões são bem diferentes dos desafios vividos pelos 
“homens das cavernas” – desde meados do século XX, a sociedade tem 
passado por mudanças socioculturais, advindas do crescente avanço 
tecnológico e da facilidade de comunicação e de obtenção de informações 
geradas no contexto da internet e da globalização. Essas transformações 
imprimem um impacto no desenvolvimento da população, na 
Pág. 5 de 39
qualidade de vida e nas relações estabelecidas pelas 
pessoas, uma vez que, nesse novo cenário, o indivíduo é 
tomado por um movimento coletivo, superficial e automático.
Com o tempo escasso, a instabilidade do mercado de trabalho e 
um bombardeio de informações novas a cada minuto, o indivíduo se 
distancia de sua personalidade, reprimindo conteúdos autênticos em seu 
inconsciente, assumindo, assim, uma identidade comum à da massa para 
se adaptar da melhor forma à sociedade. Esse movimento contribui para o 
adoecimento do ser humano, ocasionando, assim, diversas psicopatologias.
Para Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço e o desenvolvedor da abordagem 
analítica da psicologia, a relação dos aspectos da sociedade e do 
desenvolvimento humano são de suma importância para a saúde e bem estar 
do indivíduo, que tem um árduo caminho para poder se diferenciar do todo 
para poder ser conforme sua naturalidade: “Individuação significa tornar-se 
um ser único, na medida em que por ‘individualidade’ entenderemos nossa 
singularidade mais íntima, última e incomparável, significando também que 
nos tornamos o nosso próprio si-mesmo” (Jung, 1978, p. 49).
Como podemos perceber, existe um longo histórico de pensadores e pessoas 
que refletiram e criaram obras acerca das ideias de autoconsciência e 
autoconhecimento, que, mesmo assim, ainda hoje, são temas extremamente 
relevantes. Nos tópicos a seguir, aprofundaremos os nossos estudos e os 
direcionaremos para as questões conceituais das emoções humanas e sua 
forma de inteligência perante as ponderações do nosso dia a dia. 
Pág. 6 de 39
Conceito
Como foi visto anteriormente, muitos 
pensadores contribuíram para a atenção 
e o desenvolvimento do tema relacionado à 
autoconsciência. É perceptível que os autores 
colocam a autoconsciência como um fator 
extremamente importante para a ascensão de qualquer 
pessoa ao longo de sua vida e para o autocontrole.
Ao aprofundar o conceito proposto, Goleman não só traz 
a relevância de conhecer aquilo que temos dentro de nós, 
nossas preferências, recursos e intuições, mas também, fala sobre 
a importância de monitorar tudo isso, afinal, nenhuma dessas coisas é 
estável e imutável, pelo contrário, estão sempre em movimento e em relação 
com tudo aquilo que vivemos ao longo dos dias de nossas vidas. Para ilustrar 
isso, Goleman (2017, p. 70) coloca um ótimo exemplo:
Pág. 7 de 39
Um guerreiro samurai, conta uma velha história 
japonesa, certa vez desafiou um mestre Zen a 
explicar os conceitos de céu e inferno. Mas o monge 
respondeu-lhe com desprezo:
— Não passas de um bruto... não vou desperdiçar meu tempo 
com gente da tua laia!
Atacado na própria honra, o samurai teve um acesso de fúria e, 
sacando a espada da bainha, berrou:
— Eu poderia te matar por tua impertinência.
— Isso — respondeu calmamente o monge — é o inferno.
Espantado por reconhecer como verdadeiro o que o mestre dizia acerca 
da cólera que o dominara, o samurai acalmou-se, embainhou a espada e 
fez uma mesura, agradecendo ao monge a revelação.
— E isso — disse o monge — é o céu.
Goleman (2017, p. 70) aponta uma conclusão acerca do ocorrido na história:
A súbita consciência do samurai sobre seu estado de agitação ilustra a 
crucial diferença entre alguém ser possuído por um sentimento e tomar 
consciência de que está sendo arrebatado por ele. A recomendação 
de Sócrates — “Conhece-te a ti mesmo” — é a pedra de toque da 
inteligência emocional: a consciência de nossos sentimentos no 
momento exato em que eles ocorrem.
Por mais que, em um primeiro momento, nos pareça óbvio e pensemos 
já saber quais são os sentimentos que se fazem presentes em cada 
momento de nossas vidas, se realizarmos uma reflexão mais cuidadosa 
e nos permitirmos ter tempo para realmente aprofundarmo-nos em 
uma investigação mais minuciosa e rigorosa, perceberemos que nossas 
ações ou ideias foram conduzidas e orientadas por esses sentimentos e 
emoções sem que percebêssemos ou, então, de maneira que reparássemos 
somente após lidarmos com diversas consequências, quando, às vezes, 
é tarde demais. Nesse sentido, segundo o próprio Goleman (2017, p. 
70), a autoconsciência é um fator fundamental, “[...] no sentido 
Pág. 8 de 39
de permanente atenção ao que estamos sentindo 
internamente. Nessa consciência autorreflexiva, a mente 
observa e investiga o que está sendo vivenciado, incluindo as 
emoções”. Ao falar de autoconsciência aqui, Goleman aponta para 
uma atenção reflexiva, introspectiva e aprofundada acerca da própria 
vivência e de fatos do cotidiano, a cada momento, sempre em vigília. 
É uma espécie de monitoramento que a pessoa tem acerca de si mesma, 
de suas emoções, de seussentimentos, de suas ações e reações perante os 
eventos cotidianos e perante si mesma. É uma maneira de estar presente, 
de colocar-se diante da vida, de agir e de reagir, fatores que auxiliam no 
processo de não nos deixarmos conduzir apenas por emoções e reações, 
de não deixarmos que as emoções ditem todas as nossas escolhas, atitudes 
e toda a nossa jornada pela vida. É uma proposta para sermos cada vez 
mais protagonistas de nossas próprias vidas, aliviando o peso de sermos, 
de certa maneira, escravos de nossos sentimentos e emoções. Todos 
ouvimos e concordamos, em algum momento, que: tomadas de decisão e 
posicionamento quando tensos, com raiva ou extremamente estressados, no 
geral, não trará boas escolhas e consequências. É sobre isso que estamos 
falando e, também, é daí que a importância da autoconsciência emerge. 
É uma auto-observação que, em um momento intenso, nos permite ter 
reflexões do tipo: Nossa! Estou com raiva e é isso que está fazendo com 
que eu me sinta desta maneira neste exato momento. É a raiva que está me 
fazendo agir desta maneira! É melhor eu me acalmar para que não faça uma 
escolha ou ação que me trará consequências indesejáveis. Essa tomada de 
autoconsciência é fundamental para o autocontrole.
Em suma, autoconsciência é
“Estar consciente ao mesmo tempo de nosso estado de espírito e 
de nossos pensamentos sobre esse estado de espírito”, nas palavras 
de John Mayer, psicólogo da Universidade de New Hampshire que, 
com Peter Salovey, de Yale, é um dos coformuladores da teoria da 
inteligência emocional. A autoconsciência pode ser uma atenção 
não reativa e não julgadora de estados interiores. Mas Mayer 
acha que essa sensibilidade também pode ser menos 
Pág. 9 de 39
equânime; os pensamentos que, em geral, revelam 
a autoconsciência, incluem “Não devo me sentir 
assim”, “Vou pensar em coisas boas para me animar” 
e, numa autoconsciência mais restrita, o pensamento 
passageiro “Não pense nisso”, em relação a alguma coisa 
muitíssimo perturbadora (Goleman, 20017, p. 71).
A autoconsciência não é uma atividade ou um esforço em si. Pelo 
contrário, é uma maneira de estar presente no mundo que, quando treinada 
e bem orientada, se torna a forma como nos lançamos e como vivemos nosso 
cotidiano. É nítido que há uma distinção lógica entre a possibilidade de atingir 
determinado nível de consciência acerca dos sentimentos e emoções e a 
ação de mudar ou transformar aquilo que está sendo sentido e percebido; 
contudo, para John Mayer, as duas questões, no geral, encontram-se 
combinadas e relacionadas:
Reconhecer um estado de espírito negativo é querer livrar-se dele. Esse 
reconhecimento, porém, é distinto das tentativas que fazemos para 
evitar agir impulsivamente. Quando dizemos “Pare com isso!” a uma 
criança cuja raiva a levou a bater num companheiro de brincadeiras, 
podemos evitar o espancamento, mas a criança continua com raiva. 
Os pensamentos dela ainda estão fixados na causa da raiva — “Mas 
ele roubou meu brinquedo!” —, e a raiva continua do mesmo jeito. A 
autoconsciência tem um efeito mais potente sobre sentimentos fortes, 
de aversão: a compreensão “O que estou sentindo é raiva” oferece um 
maior grau de liberdade — não apenas a opção de não agir movido pela 
raiva, mas a opção extra de tentar se livrar dela (Goleman, 2017, p. 71).
Conforme os estilos típicos de comportamento adotados para lidar com 
as emoções apontados por Mayer (Goleman, 2017), existem, três tipos de 
pessoas:
• Autoconscientes – Vigilantes, atentas e reflexivas, buscam sempre 
monitorar suas emoções e sentimentos no mesmo momento em que 
se fazem presentes e atuantes, agindo de maneira bastante sofisticada 
em relação à sua vida emocional e cotidiana. A possibilidade de clareza 
acerca de suas emoções e sentimentos oriundas da autoconsciência 
trazem boa saúde emocional e psicológica, além da possibilidade 
de afirmar seus traços de personalidade bem como de trabalhar 
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suas dificuldades e desafios. Tal comportamento 
auxilia, consequentemente, no processo de não se tornar 
obcecado, ressentido ou permanentemente magoado diante 
das frustrações e situações complexas ao longo da vida.
• Mergulhadas – Pessoas que estão como escravas ou então 
reféns de suas emoções e sentimentos, completamente imersas 
neles e incapazes de perceber e/ou lidar com aquilo que sentem. Suas 
ações, escolhas e convicções são, na maioria das vezes, conduzidas 
por aquilo que sentem e como se sentem sem que percebam. Pessoas 
que se encontram “mergulhadas” acabam por agir impulsivamente. São 
instáveis e explosivas. Por não acreditarem na possibilidade de serem 
protagonistas diante de suas emoções e sentimentos, raramente buscam 
uma maneira de monitorá-los e/ou controlá-los, sentindo-se, por muitas 
vezes, descontroladas emocionalmente.
• Resignadas – As pessoas que lidam com suas emoções e sentimentos 
de forma resignada são aquelas que, por muitas vezes, percebem e 
observam com clareza o jeito como estão agindo e, portanto, aceitam 
que aquela é a maneira que são ou como agem. Não apenas aceitam mas 
afirmam isso: “Eu sou assim mesmo! Se não gosta, vai embora!” Isso, no 
geral, leva a uma não tentativa de mudança e à mera aceitação daquilo 
como única possibilidade de lidar com as emoções e sentimentos. Um 
exemplo clássico disso são as pessoas que acabam por se resignar ao 
seu desespero em um padrão deprimido de ser. Ou, então, uma pessoa 
raivosa que repetirá como um mantra: “Eu sou assim mesmo! Me deixe em 
paz!” Convenhamos que ela não ficará em paz, mesmo que deixada como 
está.
Algumas das maneiras de buscar autoconsciência por conta própria são:
• Criar espaço e tempo para reflexão – Separar algum tempo, alguns 
momentos, em um ambiente menos conturbado e com menos distrações 
possível. Usar esse tempo para meditar, pensar, refletir sobre o seu 
Pág. 11 de 39
dia, sobre como está se sentindo, sobre o que fez e o 
que gostaria de ter feito, escrever, ler e criar.
• Praticar a atenção plena – Exercitar a atenção sobre aquilo 
que está vivendo no momento em que está vivendo; focar o 
presente, sem julgamentos e sem pesos. Apenas reconhecer as 
coisas que estão acontecendo tal como estão acontecendo e refletir 
acerca delas. Isso pode ser feito a qualquer momento.
• Manter algum tipo de registro – Escrever, por exemplo, em um diário. 
A escrita auxilia no processo de monitoramento, de reflexão e de 
acompanhamento. É uma maneira muito produtiva de encontrar paz, de 
exercitar a habilidade de reflexão e autoconhecimento. É também uma 
forma terapêutica de “colocar para fora” aquilo que sentimos enquanto 
reconhecemos esses sentimentos. É importante também exercitar a 
gratidão e registrar todas as coisas pelas quais somos gratos e tudo 
aquilo que conquistamos, mesmo que sejam pequenas vitórias.
• Traçar diferentes perspectivas – Poder refletir e pensar nos 
acontecimentos por meio de diferentes posições, com diferentes 
compreensões e perspectivas. Uma coisa que auxilia nesse processo é 
buscar a opinião de outras pessoas em diálogos, livros, filmes e histórias. 
Praticar o ouvir e colocar-se em posição de não necessariamente 
concordar com aquilo que foi ouvido ou observado, mas de compreender 
que aquele é um posicionamento possível, que possui diversos fatores 
complexos, mesmo quando não concordamos com ele. Diferentes 
perspectivas ou compreensões são, em muitos casos, complementares. 
Por exemplo: acabei por tratar quase todas as pessoas com as quais 
cruzei hoje com raiva. Primeira compreensão: fiz isso, pois, logo que 
acordei, encontrei meu carro com o pneu murcho e, por conta disso, 
cheguei atrasado ao trabalho e meu chefe me tratou mal o dia inteiro. 
Segunda compreensão: observando bem, através do processo de 
autoconhecimento e autoconsciência ou então porque um amigo me 
falou, descobri que não lido bem com certos tipos de frustração e 
de problema e quesou facilmente dominado pela raiva, deixando 
Pág. 12 de 39Pág. 12 de 39
que ela me oriente em minhas 
ações, escolhas e decisões. 
Vale notar que as compreensões 
não se excluem necessariamente. 
Elas podem ser duas facetas de 
uma mesma coisa, ambas verdadeiras e 
complementares, que contribuirão para que 
eu encontre maior conhecimento e compreensão 
sobre a maneira como vivi aquele dia e talvez outros 
mais.
 NEUROFISIOLOGIA DAS 
EMOÇÕES
Emoções
A palavra “emoção” tem origem no latim: movere (mover, pôr em 
movimento). A ideia de emoção como conceito traz um movimento de 
externalizar as necessidades internas mais importantes que uma pessoa 
Pág. 13 de 39Pág. 13 de 39
tem. As emoções constituem parte daquilo que 
consideramos serem os principais motivos provocadores 
dos comportamentos humanos. As emoções, por muitas vezes, 
desencadeiam ações do ser humano de maneira tão espontânea 
que a pessoa em questão raramente percebe que foi uma emoção 
que despertou um pensamento, uma ação ou uma atitude. As emoções 
possuem duas qualidades que as determinam: são reações psicológicas 
incontroláveis e possuem reações físicas.
Quando uma pessoa sente uma emoção, a maneira como ela o faz é 
subjetiva e, além de acontecer de uma maneira única e incomparável para 
cada pessoa poderá ter diversos níveis de intensidade diferentes, podendo, 
muitas vezes, ser de tamanha intensidade a ponto de a pessoa em questão 
ser, temporariamente, completamente tomada pela emoção. Como exemplo 
disso, basta pensar em uma pessoa que enfrenta uma situação na qual 
perde o controle de si mesma, realizando coisas das quais se arrepende, e, 
imediatamente após reencontrar certa tranquilidade, argumenta não ter sido 
ela mesma ou ter sido tomada por algo. Até mesmo no Código Penal do 
Brasil temos a figura legal de “calor do momento”, na qual se reconhece que, 
dependendo do limiar emocional ao qual um indivíduo é levado, ele poderá 
agir de maneira atípica e sem dolo ou culpa no acontecimento.
O psicólogo Paul Ekman (1934-) afirma que o ser humano possui cinco 
emoções básicas: felicidade, tristeza, nojo, medo e raiva. Ekman afirma, 
também, que a surpresa seria uma espécie de sexta emoção, pois, afinal, 
também possui a característica de ser uma reação psicológica incontrolável e 
de resultar em reações físicas. Vale dizer que cada uma das emoções é tanto 
desencadeada como vivida de maneiras diferentes por cada pessoa em cada 
momento.
• Felicidade – Dentro do conjunto das emoções às quais o ser humano 
tem acesso, a felicidade é a que a maior parte das pessoas persegue 
e deseja ao máximo. A felicidade é tida como prazerosa e 
Pág. 14 de 39Pág. 14 de 39
satisfatória, dizendo respeito à possibilidade de 
nela encontrar contentamento, diversão e alegria. 
Basicamente, a felicidade faz com que a pessoa se sinta 
bem. Ao experienciar momentos de felicidade, a linguagem 
corporal tende a trazer à tona um estado mais relaxado, o sorriso 
e, também, um tom de voz mais animado e agradável. Suas variações 
estão entre a serenidade e o êxtase. A felicidade costuma deixar as 
pessoas com um prisma mais bonito sobre a vida e, constantemente, é 
associada à saúde individual e coletiva. A felicidade também é vinculada 
à produtividade e à capacidade de as pessoas lidarem com frustração e 
momentos de desamparo.
• Tristeza – Ao contrário da felicidade, a tristeza não é uma emoção muito 
desejada pelas pessoas. É considerada uma emoção transitória, ou seja, 
ela geralmente é uma reação emocional a um conjunto de acontecimentos 
e tende a se dissipar conforme esses eventos são resolvidos ou 
esquecidos. Muitas vezes, a tristeza está ligada a sentimentos de 
desapontamento, desilusão, luto, e desinteresse. As reações mais comuns 
que a tristeza traz ao indivíduo são quietude, mágoa, choro, irritabilidade, 
letargia e isolamento. O nível em que essas reações se apresentam varia 
e, no geral, está completamente ligado ao motivo que originou a emoção 
e a habilidade com a qual a pessoa em questão lida com frustrações, 
problemas e tragédias.
• Nojo – É considerado, também, uma emoção transitória, ou seja, ele 
geralmente é uma reação emocional a um acontecimento, um objeto 
ou um conjunto de acontecimentos e, conforme eles são solucionados 
ou esquecidos, a emoção tende a se dissipar. A reação mais comum ao 
nojo, no geral, consiste na tentativa de evitar aquilo que desencadeia 
tal emoção. O nojo traz uma sensação de que algo não é agradável ou 
mesmo de que algo é desprezível. A reação de se afastar daquilo que traz 
a sensação frequentemente ocorre junto de sensações como a ânsia 
de vômito ou com o próprio ato de vomitar, afastar-se fisicamente 
do objeto, torcer o nariz, tampar o nariz, fechar os olhos etc. Os 
Pág. 15 de 39Pág. 15 de 39
objetos de atenção que desencadeiam o nojo podem 
ter as mais diversas naturezas. Podem dizer respeito a 
um gosto ou cheiro ruim ou algo desagradável aos olhos 
daquele que observa. Pode ser um alimento, algo ou alguém 
que pareça ter pouca higiene, corpos, sangue, fungos, coisas 
em decomposição, alguns animais, coisas que podem transmitir 
doenças, coisas ou pessoas mortas. O nojo é algo bastante subjetivo e 
pode vir a ser bem específico em cada pessoa. Algumas pessoas podem 
ter nojo das coisas mais inesperadas para outros, como o nojo de usar 
sandálias nas ruas. Outras pessoas podem ter nojo vinculado a questões 
raciais e racistas. O nojo é algo extremamente diferente para cada ser 
humano tanto em relação àquilo que o desencadeia como à reação que o 
indivíduo terá perante ele. É importante atentar para o fato de que o nojo 
é uma emoção que traz consigo caráter de sobrevivência, colocando o 
indivíduo em uma disponibilidade para afastar-se daquilo que sente que 
é ruim, prejudicial, nocivo ou até mesmo perigoso, contudo, seu excesso 
pode o privar de diversas experiências, tornar-se formas de preconceito 
ou até mesmo de mania, obsessão ou paranoia.
• Medo – É uma emoção intensa e com papel muito importante no que diz 
respeito à sobrevivência do ser humano. Quando uma pessoa sente essa 
emoção, ela entra naquilo que chamamos de estado de luta ou estado de 
sobrevivência. Seus músculos ficam rígidos e tensos, a frequência de seus 
batimentos cardíacos e de sua respiração aumenta e sua mente e seus 
órgãos sensoriais ficam em estado de alerta, dando a sustentação para 
que o seu corpo reaja à situação, seja ficando para lutar, seja correndo. Os 
níveis de hormônios e respostas neurológicas também reagem ao medo 
com a mesma finalidade, a de evitar riscos e sobreviver a qualquer custo. 
O medo traz diversas características presentes na linguagem corporal e 
na expressão facial, tais como uma abertura maior ou mesmo exagerada 
dos olhos, busca de fuga, esconder-se ou lutar, abertura da boca ou 
ranger dos dentes, tremores, aumento da sudorese e diversas 
outras. Sentir medo varia desde ter pequenas apreensões diante 
Pág. 16 de 39Pág. 16 de 39
de alguns fatores até o próprio terror. O medo pode 
também levar à completa paralisação de um indivíduo 
perante uma situação de risco, quando o terror o domina 
e ele fica sem reação, o que dificulta sua capacidade de 
protagonismo na situação e, por consequência, na sobrevivência 
do evento em questão. O medo em excesso pode levar a uma 
diversidade de quadros patológicos, tais como ansiedade, síndrome do 
pânico, paranoia e depressão.
• Raiva – Pode se tornar uma emoção bastante intensa, poderosa e 
perigosa. Ela, no geral, é caracterizada por sentimentos de hostilidade, 
agressividade, agitação, frustração e antagonismo ao próximo. Assim 
como no caso mencionado anteriormente, o do medo, a raiva pode 
desenvolver um papel fundamental para a sobrevivência tendo ligação 
com o estado de luta/sobrevivência. Quando algo coloca uma pessoa 
em risco, a raiva pode ser um fator que traz a possibilidade de defesa e 
proteçãoda vida através de, até mesmo, atos violentos e intensos como 
maneira de eliminar o perigo. A raiva também traz diversas alterações 
hormonais, endócrinas e neurológicas. Manifesta-se através da linguagem 
corporal e da expressão facial de diversas formas, tais como o ato de 
encarar ou ficar com o rosto carrancudo, gritar, enrubescer, aumento da 
sudorese, olhos arregalados, ranger dos dentes e comportamentos típicos 
das extremidades do corpo, como socar e chutar. Sua variação está entre 
a irritação e a fúria e sua principal qualidade positiva é que ela coloca 
a pessoa em movimento, pois é na raiva que alguém tende a ter mais 
ímpeto e iniciativa para resolver aquilo que ameaça ou frustra.
Uma maneira divertida e interessante de entrar em contato com a ideia 
de emoções e como elas acabam por orientar muitas de nossas atitudes, 
posturas, ações e pensamentos é assistir ao filme Divertida mente, da Pixar. 
É uma caricatura bastante simples da influência e das variações na forma 
como a emoção atinge a vida do ser humano.
Pág. 17 de 39Pág. 17 de 39
A figura a seguir apresenta uma correlação de emoções 
mais complexas resultantes da combinação de duas 
emoções mais básicas, apenas como um modelo ilustrativo 
sobre as múltiplas emoções e a complexidade com a qual o campo 
emocional atua em nossas vidas, já que é possível estar feliz e triste ao 
mesmo tempo, com raiva e nojo ao mesmo tempo e, também, todas as 
demais combinações.
Figura 2.1 – Correlação de emoções.
Fonte: Vanderwerff (2015).
Pág. 18 de 39Pág. 18 de 39
Ekman define surpresa como uma emoção básica e 
não como uma combinação de felicidade e medo. Isso 
porque a surpresa deriva de uma reação a algo inesperado. 
Traz a comum reação de abertura de olhos e bocas, saltos para 
trás e gritos, sensação de choque ou, às vezes, de paralisia. As 
surpresas, assim como as demais emoções, podem ser boas e ruins e 
são elas que facilitam a construção e a permanência de memórias afetivas. 
Sua variação pode ser desde uma pequena distração até um grande 
maravilhamento. A surpresa pode se dar diante de um susto que desencadeia 
um comportamento destinado à sobrevivência. A surpresa pode acontecer 
quando alguém faz algo maravilhoso ou terrível sem que isso fosse esperado.
De toda maneira, emoções são bases do comportamento humano e, no 
geral, são automáticas. Reconhecer a maneira como elas se manifestam e 
usar esse conhecimento de forma racional é o que a psicologia chama de 
sentimento. Saber que uma situação deixou a pessoa melhor ou pior do que 
ela estava anteriormente pressupõe uma atribuição de valor para a situação e 
o sentimento é a aplicação racional desse valor estabelecido. Fazer coisas (ou 
não fazer outras coisas) para que o próximo se sinta bem, acolhido, querido, 
cuidado, respeitado e/ou apreciado tem muito a ver com isso. Toda cultura 
tem diversos padrões e rituais com a finalidade de trazer bons sentimentos ao 
próximo. Desde oferecer um copo d’água para aquele que vem à sua porta 
até amparar o desconhecido que se encontra em intenso sofrimento e/ou 
desamparo.
Lidar com as emoções e favorecer um processo de autoconhecimento e 
autoconsciência acerca de suas próprias emoções é fundamental, como 
mencionado no primeiro capítulo do presente trabalho.
• É fundamental para que não sejamos escravos de nossas emoções e 
sentimentos.
• É fundamental para que possamos ter empatia.
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• É fundamental para que possamos compreender o 
outro e entrar em contato com ele.
• É fundamental para aumentar o êxito em nossa 
sobrevivência e vida.
• É fundamental para nos relacionarmos com os outros e sermos 
queridos por eles.
• É fundamental para o autocontrole.
• É fundamental para tudo aquilo que diz respeito ao desenvolvimento e ao 
cuidado consigo mesmo e com os outros.
N eurofisiologia
A partir da segunda metade do século XIX e do início do século XX, diversas 
áreas do conhecimento, tais como a filosofia, a psicologia e a biologia 
passaram a focar cada vez mais estudos acerca das relações entre mente 
e corpo. Essas pesquisas surgem, ao menos em um primeiro momento, 
muito voltadas à busca de compreensão no que diz respeito aos processos 
cognitivos, abrangendo, mais especificamente, os processos e atividades 
mentais fundamentais à construção do conhecimento, à capacidade de 
raciocínio e às estruturas de memória. Conforme a ciência se desenvolveu e 
novas técnicas e dispositivos foram criados, a emoção passou também a ser 
objeto de estudo dos mais diversos tipos de trabalho. Através desses estudos, 
foi constatada uma íntima conexão entre os aspectos emocionais e biológicos 
do ser humano e entre a manifestação das emoções e o funcionamento do 
sistema límbico. Barreto e Silva (2010, p. 387) fornecem uma explicação mais 
detalhada sobre o assunto:
Com base em diferentes resultados, sabe-se que há uma profunda 
integração entre os processos emocionais, os cognitivos e os 
homeostáticos, de modo que sua identificação será de grande valia 
para a melhor compreensão das respostas fisiológicas do organismo 
ante as mais variadas situações enfrentadas pelo indivíduo. Assim, 
reconhece-se que as áreas cerebrais envolvidas no controle 
motivacional, na cognição e na memória fazem conexões 
com diversos circuitos neurais, os quais, através de seus 
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neurotransmissores, promovem respostas 
fisiológicas que relacionam o organismo ao meio 
externo e interno, importantes à homeostasia.
Muito se tem discutido sobre a possibilidade de se tratar 
cientificamente as questões relativas à emoção, e não 
somente no âmbito da Filosofia. Com o desenvolvimento das 
neurociências, postula-se que, como a percepção (aferência) e a 
ação (eferência), a emoção é relacionada a circuitos cerebrais distintos. 
Ademais, as emoções estão geralmente acompanhadas por respostas 
autonômicas, endócrinas e motoras esqueléticas, que dependem de 
áreas subcorticais do Sistema Nervoso, as quais preparam o corpo para 
a ação. Está se aprendendo que as emoções são resultados de múltiplos 
sistemas do cérebro e do corpo que estão distribuídos pela pessoa toda, 
sendo impossível separar emoção da cognição, nem a cognição do 
corpo. Com efeito, acredita-se que a ciência será capaz de explicar os 
aspectos biológicos relacionados à emoção, mas não o que é a emoção. 
Esta permanece como uma questão prevalentemente filosófica.
Nos dias de hoje, por mais que existam divergências na determinação de 
quais áreas constituem o sistema límbico, há consenso sobre a grande 
intimidade funcional entre o SL e os instintos, as emoções e a memória. A 
seguir, podemos conferir alguns dos principais componentes do SL e suas 
relações mais relevantes com os campos emocional, instintivo e da memória.
O hipocampo é uma estrutura que tem atuação fundamental no 
armazenamento da memória. O tálamo é formado por células nervosas que, 
entre outras funções, enviam sinais, como os de audição, visão, paladar e tato, 
para o córtex cerebral e, por conta disso, desempenham um papel crucial 
também nas sensações de pressão, dor e temperatura.
O hipotálamo é responsável por controlar diversas funções vitais muito 
presentes em nosso dia a dia, desempenhando papel fundamental no 
processo regulatório do sono, da libido, do apetite e da temperatura de nosso 
corpo.
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A área pré-frontal tem 
desempenho essencial nos 
processos de concentração. Vale dizer 
que, no caso de lesão da área pré-frontal, 
o indivíduo poderá apresentar dificuldades 
de concentração e perda nos processos 
concernentes à responsabilidade social.
A amígdala também possui um papel fundamental em 
nosso campo emocional,
[...] toda a amígdala estendida exerce as suas influências 
sobre as áreas neurais que geram os componentes 
autonômicos, endócrinos e somatomotores das experiências 
emocionais, que regulam as atividades básicas de beber, comer 
e pertinentesao comportamento sexual.
A íntima relação topográfica e funcional do corpo amigdaloide com o 
hipocampo, vincula o processo de armazenamento de memórias com os 
seus respectivos coloridos emocionais [...] (Barreto e Silva, 2010, p. 389).
Por conta disso, a amígdala e o hipotálamo terão um papel decisivo em 
relação ao medo, por vincular memórias a tonalidades de emoção. A 
amígdala também desenvolverá, junto ao hipotálamo, um papel decisivo 
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na emoção raiva. No século XX, Flynn (nascido em 
1960) identificou que esses comportamentos agressivos 
eram provocados pela estimulação de áreas específicas do 
hipotálamo localizadas no hipotálamo lateral e no medial. A raiva, 
assim como o medo, é uma emoção relacionada às funções da 
amígdala em decorrência de conexões com o hipotálamo e com outras 
estruturas (Barreto e Silva, 2010, p. 391).
Em outro trecho de seu trabalho, Barreto e Silva (2010, p. 389) destacam que 
as
emoções mais “primitivas” e bem estudadas pelos neurofisiologistas, 
com a finalidade de estabelecer suas relações com o funcionamento 
cerebral, são a sensação de recompensa (prazer, satisfação) e de 
punição (desgosto, aversão), tendo sido caracterizado, para cada uma 
delas, um circuito encefálico específico.
As sensações relacionadas ao prazer, no geral, são expressadas e indicadas 
através da face e de atitudes, tanto pelos humanos como pelos animais.
O S PILARES DA INTELIGÊNCIA 
EMOCIONAL POR DANIEL 
GOLEMAN
Para o autor Daniel Goleman, a inteligência emocional é o fator mais 
determinante no que diz respeito ao sucesso ou insucesso dos seres 
humanos. Ele define inteligência emocional como a habilidade de realizar 
o processo de identificação dos próprios sentimentos, assim como os 
sentimentos dos outros, somada à capacidade de sentir-se motivado fazendo 
uma gestão de qualidade das emoções e também dos relacionamentos. 
Goleman faz essa colocação pelo fato de praticamente todas as 
atividades que dizem respeito a trabalho e vida privada serem 
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permeadas ou completamente 
atreladas às relações interpessoais, 
ou seja, a maior parte de nossas vidas 
está diretamente ligada ao contato e à 
troca com outras pessoas. Nesse sentido, 
o autor destaca que características como 
compreensão, respeito, gentileza e afabilidade 
terão maiores chances de alcançar o sucesso, seja 
em um sentido pessoal e privado, seja em um sentido 
coletivo e de trabalho. Em relação a isso, Goleman propõe 
quatro pilares da inteligência emocional: autoconhecimento, 
gestão das emoções, empatia e sociabilidade, que serão tratados 
a seguir.
Autoconhecimento
Goleman menciona a teoria da admiração, que versa sobre a impossibilidade 
de gerenciar aquilo que não conhecemos, ou seja, o processo de 
autoconhecimento aponta justamente para essa importância. Para conhecer 
o outro, é necessário que antes estejamos imersos em um processo 
de conhecermos a nós mesmos, assim como observamos no primeiro 
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capítulo deste texto. Para favorecer um processo de 
autoconhecimento, existem diversas dicas que podem ser 
dadas:
• Leia bastante sobre autoconhecimento.
• Faça um diário no qual registra o que passou dia após dia, uma 
espécie de relatório sobre si mesmo. Anote como você se sentiu e 
como lidou com as mais diversas situações pelas quais passou ao longo 
do dia. Quando chegar ao fim de semana, releia o diário de sua semana 
e avalie com quais sentimentos entrou em contato, se entrou em contato 
mais com uns do que com outros e se achou interessante a maneira como 
lidou com tudo. Trata-se de um exercício de identificação de padrões de 
emoção, de sentimentos e também de comportamento.
• Converse com todos à sua volta sobre como você é visto pelas outras 
pessoas. Às vezes, achamos que passamos uma imagem distinta daquela 
que passamos para os outros. Acreditamos ser e nos mostrar de uma 
maneira, mas somos vistos de outra completamente diversa. Pergunte e 
anote quais são as características principais que as pessoas atribuem a 
você.
• Faça meditações.
• Coloque-se em postura reflexiva constantemente, principalmente 
buscando a compreensão dos motivos e da maneira como lidou com 
conflitos ao longo de seus dias.
Gestão das emoções
Através do autoconhecimento e da autoconsciência, você conseguirá muito 
conhecimento e compreensão sobre si mesmo e sobre como funcionam 
suas emoções. Agora, é importante ater-se à desafiadora tarefa de fazer a 
gestão de seus sentimentos e emoções, ou seja, lidar com eles de maneira 
construtiva e não ser refém deles, desenvolvendo, assim, o protagonismo 
de sua própria vida, ou melhor, não reagindo de maneira automatizada 
e tendo maior controle ao responder a cada uma das situações da 
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maneira que acreditar ser mais produtiva e adequada. 
Por mais que pareça um pouco distante da realidade para 
alguns, todos somos capazes de controlar como lidamos com 
os nossos sentimentos e emoções. Nós não controlamos quando 
nossas emoções e sentimentos aparecerão, mas podemos administrar 
a maneira como lidaremos e redirecionaremos tudo isso. 
Uma forma muito efetiva de trabalhar essa questão é compreender que o 
cérebro tem o seu tempo de processamento de tudo aquilo que vivemos, 
inclusive as emoções. Dar um tempo para si mesmo. Não agir no calor da 
emoção para evitar aquilo que chamamos de sequestro emocional. Permitir 
se acalmar e que o cérebro processe racionalmente a emoção e a situação 
na qual se encontra antes de reagir impulsivamente. Respirar fundo, tomar 
uma bebida e fazer uma pequena caminhada. Quando não for possível fazer 
nenhuma dessas coisas e tiver de lidar com alguém frente a frente, faça 
perguntas para a pessoa enquanto reflete e respira, pense e repense se vale 
a pena arrumar uma briga e que tipo de vantagem ou desvantagem aquele 
conflito poderia trazer. Antes de enviar uma mensagem pelo celular ou pelo 
e-mail, deixe-a como rascunho. Faça outras coisas e, depois de um tempo, 
leia o texto novamente e reflita se tudo aquilo que está escrito ainda é o que 
deseja enviar. Faça correções ou então até mesmo reescreva a mensagem e 
repita o processo novamente.
Empatia
“A empatia é alimentada pelo autoconhecimento; quanto mais consciente 
estivermos acerca de nossas próprias emoções, mais facilmente 
poderemos entender o sentimento alheio” (Goleman, 2017, p. 118). As 
pessoas que não têm clareza e conhecimento sobre o que pensam e 
como se sentem encontrarão uma enorme barreira no processo de 
perceber, compreender, aceitar e acolher aquilo que os outros à sua 
volta estão pensando e sentindo. “Não têm ouvido emocional. 
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As notas e os acordes emocionais que são entoados 
nas palavras e ações das pessoas – um tom revelador ou 
mudança de postura, o silêncio eloquente ou o tremor que 
trai – passam despercebidos” (Goleman, 2017, p. 118). A grande 
complexidade que essas pessoas sentem no processo de registrar 
os sentimentos daqueles que estão à sua volta aponta para um grande 
deficit de inteligência emocional e uma dificuldade enorme no processo 
de compreensão daquilo que é o ser humano. Afinal, toda forma de 
relacionamento e envolvimento tem como fator importante a capacidade de 
empatia.
A habilidade de perceber, conhecer e acolher a maneira como outras pessoas 
se sentem e pensam está relacionada às mais diversas facetas da vida – 
relacionamentos afetivos, amorosos, românticos, profissionais, comerciais e 
familiares, a vida pública e a possibilidade de ser piedoso e perdoar. A isso 
damos o nome de empatia. É igualmente importante apontar que a falta 
de empatia é um traço constantemente presente na vida das pessoas que 
acabam por se transformar em criminosos de diversas espécies, tais como 
psicopatas, pedófilos e estupradores.
Nem sempre as pessoas expressam as emoções e sentimentos através do 
discursoverbal racional, pelo contrário, muitas vezes elas os expressam por 
meio de diversos outros canais: postura, gestos, expressão facial, tonalidade 
e modulação da voz, palavras, olhar, velocidade da voz e muitos outros 
tipos de sinais. A verdadeira condição emocional e sentimental na qual uma 
pessoa se encontra em um dado momento, no geral, não é transmitida com 
clareza e precisão através da linguagem verbal e racional, mas, sim, por 
intermédio da linguagem não verbal. A maneira mais efetiva para detectar 
e compreender como uma pessoa se sente e se encontra em um dado 
momento é se concentrar em como uma pessoa diz alguma coisa e não no 
que ela diz. A aplicação da empatia em nossas vidas se dá o tempo inteiro 
ou, ao menos, poderia se dar o tempo inteiro. A empatia é a grande 
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chave para entrar em contato, conhecer, compreender, 
aceitar, respeitar, perdoar, acolher o outro e, além do mais, 
para aprender com o outro. Uma pessoa que não possui 
características empáticas encontrará uma enorme variedade de 
dificuldades ao longo de sua vida, por exemplo, em fazer amizades, 
encontrar amigos ou ser um profissional valorizado em seu trabalho.
Comportamentos que demonstram empatia são registrados desde a infância 
das pessoas. Podemos afirmar que, desde o nascimento de um bebê, ele já 
demonstra comportamentos atrelados a processos empáticos, como mostrar-
se, de alguma maneira, incomodado quando escuta outro bebê chorando ou 
quando percebe a angústia ou tensão de outras pessoas à sua volta. É curioso 
apontar que tudo isso ocorre antes mesmo de desenvolver uma percepção 
acerca de sua própria individualidade. A empatia vai sendo ampliada (ou não) 
ao longo de toda a vida das pessoas. É interessante dizer que não são raras 
as vezes em que um bebê gesticula como se enxugasse seus olhos ao ver sua 
mãe chorando, por mais que em seus próprios olhos não houvesse lágrimas. 
Por não haver uma percepção de individualidade estabelecida, os bebês 
experienciam esse tipo de confusão, mas, ainda assim, já se nota a existência 
de uma empatia em desenvolvimento. A esse tipo de acontecimento é dado 
o nome de mímica motora, que é tida como o primeiro significado técnico 
atribuído à palavra “empatia”. Esse termo foi colocado como conceito por 
Edward B. Titchener (1867-1927), um psicólogo de origem britânica. Já existia 
uma ideia sobre o que seria a empatia desde o pensamento grego clássico, 
contudo, tratava-se de outro sentido. A ideia de Titchener está muito ligada 
ao processo de ser capaz de pensar e sentir aquilo que o outro pensa e sente, 
mesmo que essa não seja a maneira como pensamos e/ou sentimos naquele 
dado momento. Através de diversos experimentos ao longo da história, foi 
constatado que animais também possuem capacidade empática, o que 
nos mostra que a empatia é um fator biológico, não é uma exclusividade 
humana e apresenta características neurológicas.
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A raiz de toda forma de envolvimento com o outro é 
a capacidade empática. Segue um trecho sobre o que 
Goleman (2017, p. 126, grifo nosso) escreve sobre a empatia:
“Nunca pergunte por quem dobra o sino; ele dobra por 
ti” é um dos versos mais famosos da literatura inglesa. O 
sentimento de John Donne fala ao cerne da ligação entre empatia e 
envolvimento: a dor do outro é nossa. Sentir como o outro é envolver-
se. Neste sentido, o oposto de empatia é antipatia. A atitude empática 
empenha-se interminavelmente em julgamentos morais, pois os dilemas 
morais envolvem vítimas potenciais. Deve-se mentir para evitar os 
sentimentos de um amigo? Deve-se manter compromisso de visita a 
um amigo doente ou, ao contrário, aceitar um convite de última hora 
para um jantar? Até quando devem ser mantidos ligados os aparelhos 
hospitalares que mantém a vida de alguém?
Essas questões morais são colocadas pelo pesquisador de empatia 
Martin Hoffman, que afirma que as raízes da ética estão na empatia, pois 
é o sentir empatia com as vítimas potenciais – alguém que sofre, que 
está em perigo, ou que passa privação, digamos – e, portanto, partilhar 
de sua aflição que leva pessoas a agirem para ajudá-las. Além dessa 
ligação imediata entre empatia e altruísmo nos encontros pessoais, 
Hoffman sugere que a própria capacidade de afeto empático, de 
colocar-se no lugar de outra pessoa, leva as pessoas a seguir princípios 
morais”.
A ideia de empatia é constituída por três principais componentes: afetivo, 
cognitivo e reguladores de emoção.
O componente afetivo diz respeito à capacidade de realizar um processo 
compreensivo e compartilhar estados emocionais e sentimentais com outras 
pessoas.
O componente cognitivo se refere à habilidade de perceber e compreender 
características acerca dos estados mentais de outras pessoas.
O componente dos reguladores de emoção está relacionado à aptidão para 
responder empaticamente ao que se passa com outra pessoa.
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Sociabilidade
É o esforço de unir tudo aquilo que 
foi trabalhado até então em prol de si 
mesmo e do outro ao mesmo tempo. Como 
dissemos anteriormente, Goleman acredita que 
a destreza com a qual exercemos nossa vida social 
é fundamental para o desenvolvimento e sucesso de 
cada um de nós, seja na vida profissional, seja na vida 
afetiva. É necessário exercitar essa habilidade e mergulhar 
a todo momento para aumentarmos nossa capacidade e 
desempenho social. Para fazer isso, um primeiro ponto fundamental, 
como mencionado antes, é lidar com as emoções e sentimentos, não 
se tornar um refém deles e estar sempre em busca da compreensão e do 
protagonismo de nossos pensamentos e nossas ações.
***
Como é possível perceber, desenvolver e aprimorar a inteligência emocional 
é uma longa jornada que, assim como qualquer outra, necessitará de muito 
empenho e força de vontade para que sejam obtidos os melhores resultados, 
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mas vale a pena! Lembre-se, para desenvolver a inteligência 
emocional, as chaves são:
• autoconsciência – tomada de consciência acerca do que 
sentimos e de como isso nos afeta;
• autorregulação – capacidade de manejar as próprias emoções;
• automotivação – concentrar-se sempre nas tarefas e metas, e não nas 
dificuldades, problemas e desafios ao longo do processo;
• empatia – colocar-se no lugar da outra pessoa e estar sempre em busca 
de compreensão e reflexão;
• competência social – capacidade de comunicação e troca visando sempre 
ao estabelecimento de relações amigáveis, produtivas e auspiciosas.
F UNÇÕES EXECUTIVAS: FOCO, 
ATENÇÃO, PLANEJAMENTO E 
TOMADA DE DECISÃO
Para conseguir lidar com nossas emoções e ações, nossos sentimentos e 
pensamentos, bem como administrá-los, utilizamos as funções executivas. 
Elas dizem respeito a habilidades e capacidades cognitivas que estão em 
constante desenvolvimento através do empenho e do foco que trazemos para 
a finalidade em questão diante dos mais diversos acontecimentos, conflitos, 
problemas e desafios pelos quais passamos ao longo de toda a nossa vida. 
Seguem algumas das principais e mais presentes funções executivas que 
necessitam de nossa atenção, empenho e cuidado.
• Planejamento – Diz respeito à habilidade de traçar estrategicamente um 
plano de ações e etapas que apontem para o cumprimento de uma meta, 
um objetivo e/ou uma tarefa. A etapa de planejamento é fundamental, 
contudo, ela não é inflexível e permanente, podendo ser atualizada e 
transformada ao longo dos acontecimentos que surgirem.
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• Organização – Um aspecto 
importantíssimo para a 
maioria das funções executivas. 
Está relacionada com a capacidade 
de criar uma estratégia que facilite a 
execução de tarefas e, ao mesmo tempo, 
garanta fácil e simples acesso a qualquer uma 
das etapas elaboradas.
• Manejo do tempo – Intimamente ligado às etapas 
de planejamento e organização, trata-se de uma 
gestão estratégica do tempo paraque, através de 
seu gerenciamento, seja possível estabelecer prazos e 
cronogramas a fim de que todas as tarefas planejadas sejam 
devidamente cumpridas sem que uma comprometa o andamento da 
outra por não ter sido concluída. Nessa fase, é importante estabelecer 
prazos e cargas de tempo bem como sua divisão em um cronograma de 
metas e objetivos.
• Iniciação de tarefas – Fortemente conectada às etapas anteriores, diz 
respeito ao empenho para não adiar e/ou prevaricar o início daquilo que 
deve ser feito e que já estava determinado no cronograma. Em outras 
palavras, não adiar as tarefas e etapas que devem ser realizadas. O 
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cumprimento do cronograma estabelecido ao manejar 
o tempo é ideal para que iniciemos e terminemos nossas 
tarefas sem procrastinação.
• Memória operacional – Está relacionada a um sistema de 
armazenamento e manipulação de informações por um curto 
período de tempo.
• Metacognição – É a habilidade de se auto-observar, visando às 
possibilidades e às oportunidades de resolução de problema, conflito ou 
desafio.
• Resposta inibitória e autocontrole – Trata-se da capacidade de perseverar 
e de resistir a fortes tendências e padrões que criamos ao longo de nossas 
vidas. Eis um exemplo simples: uma pessoa quer emagrecer e faz um 
planejamento para que isso ocorra; contudo, essa pessoa tem o hábito de 
comer determinada coisa que atrapalharia por completo o cumprimento 
da meta estabelecida. Nesse caso, essa função executiva se refere à 
resistência em repetir esse padrão para que a pessoa não se distancie de 
sua meta.
• Fala internalizada – Diz respeito a um comportamento encoberto que 
envolve autoinstrução, estabelecimento de regras a serem seguidas, 
respeito e orientação às regras estabelecidas, raciocínio moral e constante 
processo reflexivo.
• Flexibilidade – É a habilidade de revisitar e revisar metas, planos, 
objetivos, cronogramas e planejamentos diante de desafios, obstáculos, 
erros, conflitos e atualizações que possam surgir ao longo do caminho.
• Persistência no alvo – Trata-se da perseverança e da resiliência para seguir 
e executar o plano de ação até atingir a meta sem desistir ou adiar.
• Reconstituição – É a sintaxe comportamental que envolve fluência 
(verbal e não verbal), criatividade, ensaios mentais, análise e síntese 
comportamental.
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Á REAS E 
FERRAMENTAS 
DE APOIO PARA O 
DESENVOLVIMENTO 
HUMANO
Ao longo de nossa trajetória, é fácil notar que a inteligência 
emocional é um aspecto fundamental a ser desenvolvido 
em nossas vidas pessoais e profissionais. É curioso apontar que 
tanto a inteligência emocional é fundamental para que exista uma 
autorreflexão e autoconsciência como também a autorreflexão e a 
autoconsciência são essenciais para o desenvolvimento da inteligência 
emocional. Existem diversas áreas do conhecimento e ferramentas que 
podem auxiliar no desenvolvimento humano e da inteligência emocional. 
Trataremos a seguir, de maneira breve, de algumas das principais e mais 
aclamadas:
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• Psicologia e psicoterapia – O campo acadêmico da 
psicologia conta com livros, textos e artigos científicos 
que são ótimas fontes de conteúdo, informações e 
mais compreensão acerca do funcionamento do campos 
emocional e psicológico de cada um de nós e que fornecem uma 
base sólida para reflexão e autoconhecimento. Os atendimentos 
psicológicos, comumente conhecidos como terapia, são uma das 
principais e mais produtivas formas de buscar desenvolvimento humano, 
autoconhecimento e inteligência emocional. A terapia não apenas serve 
para tratamentos de psicopatologias mas também é o ambiente ideal 
para trabalhar o autodesenvolvimento, o autoconhecimento, a inteligência 
emocional e a autoconsciência de maneira profunda e produtiva. É 
território fértil para trabalhar questões muito presentes no dia a dia de 
todos, tais como: ansiedade, angústia, estresse, raiva, luto, depressão e 
todo tipo de sensação de sobrecarga que comumente enfrentamos.
• Meditação – É o nome dado à prática na qual uma pessoa mergulha 
através de técnicas, tentando focar sua mente e sua atenção em um único 
pensamento, objeto ou atividade. Esse processo tem o intuito de acalmar 
e eliminar ansiedades e conflitos, trazendo a possibilidade de sentir-se 
com maior clareza emocional e mental. A meditação também é uma ótima 
maneira de desenvolver maior capacidade de atenção, concentração, 
reflexão e compreensão. Meditar melhora a memória, o desempenho nos 
estudos e no trabalho, ajuda na perda de peso. É vital para a tomada de 
decisões cada vez melhores em momentos de tensão e estresse. Contribui 
para o tratamento de doenças crônicas e também para o fortalecimento 
da imunidade. Ajuda a desenvolver a criatividade. Vale lembrar que, 
para algumas religiões, meditar é muito mais do que isso e, por essa 
razão, é difícil dar uma definição mais precisa para a prática meditativa, 
afinal, diferentes escolas e religiões trarão distintas definições e enfoques 
para o conceito. Apesar disso, os aspectos aqui destacados como 
definição da meditação estão presentes em todas essas vertentes. 
Existem inúmeras técnicas e maneiras de realizar a meditação, 
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logo, é recomendado que cada um pesquise, busque 
e experimente as mais diversas formas para encontrar 
aquela que mais se adequa à sua vida e ao seu cotidiano.
• Mindfulness – O termo designa uma forma de meditação 
muito popular e significa “atenção plena”. Como mencionado 
anteriormente, ter maior nível de conhecimento e consciência traz uma 
grande possibilidade de melhora em todas as facetas da vida. Mindfulness
diz respeito a atenção, consciência, foco, presença no determinado 
momento e estado de vigília. Por consequência, o oposto a mindfulness 
não seria apenas a inconsciência mas também a falta de atenção e de 
foco e a dificuldade ou incapacidade de se concentrar no momento 
presente (estar preso ao passado ou receoso pelo futuro). Ao realizar 
essa prática constantemente, o estado de atenção, foco, concentração 
e calma desenvolvido ao longo do processo meditativo se ampliará 
para momentos do dia nos quais você não está meditando. O estado de 
espírito desenvolvido durante a meditação vai tomando conta de seus 
dias aos poucos, favorecendo completamente o autoconhecimento, o 
autocontrole, a inteligência emocional e o desenvolvimento humano como 
um todo.
• Ioga – A prática do ioga é um apanhado de vários conhecimentos 
e exercícios direcionados para a saúde mental, psicológica, física 
e espiritual. Mistura meditação, exercícios físicos e de respiração, 
conhecimentos e reflexões. Existem diversos tipos de ioga e também 
recomendamos que busque os principais, experimente e compreenda 
qual deles mais se adequa ao seu cotidiano.
• Hobby – Também é conhecido em português como passatempo. É 
fundamental que uma pessoa tenha atividades pelas quais tem paixão 
ao longo de suas vidas, que faça algo que a deixe feliz, bem, confiante 
consigo mesma. Ter hobbies é uma questão de buscar equilíbrio na vida, 
conhecer coisas e pessoas novas por meio de música, dança, arte, 
jogos, brincadeiras, serviço voluntário, artes marciais, culinária, 
pesca, costura, jardinagem, cinema, teatro, passeios, viagens, 
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estudos, experimentos, esportes etc. Basicamente, 
tudo pode ser feito como um hobby. É altamente 
recomendado que todos tenham passatempos em suas 
vidas.
É fundamental que todos cuidem de seus sentimentos, emoções, mentes 
e corpos para que haja um desenvolvimento humano potencial. Trata-se de 
uma questão de equilíbrio e saúde mental, emocional e física.
C OMPETÊNCIAS ESSENCIAIS 
PARA A ALTA PERFORMANCE
Existem diversas habilidades e fatores fundamentais para o desenvolvimento 
da alta performance na vida de cada um de nós. Alguns deles, inclusive, já 
foram citados aolongo de nossos estudos. Contudo, para finalizarmos este 
conteúdo, relembremos os principais elementos necessários para a alta 
performance.
• Autocontrole – É fundamental para o progresso na vida tanto no aspecto 
profissional como nos aspectos pessoal e afetivo. Saber domar as próprias 
emoções com inteligência emocional e não se tornar um refém delas é 
o pilar da ideia aqui presente. A vida é repleta de desilusões, conflitos 
e situações indesejadas. Saber como agir em todas essas ocasiões é 
fundamental e deve ser trabalhado como um objetivo de cada um de nós.
• Autenticidade – É importante ser você mesmo, de maneira autêntica 
e legítima, para trazer ao mundo aquilo que é único em você, suas 
habilidades, características, ideias e seus dons. Vale lembrar que, para 
alguém conseguir ser autêntico, é necessário ter autoconhecimento, 
autoconsciência e inteligência emocional bem consolidados, afinal, como 
você poderá ser legítimo e autêntico se tem pouco conhecimento sobre 
si mesmo e não sabe lidar com suas emoções? Uma pessoa autêntica 
é protagonista de sua própria vida, de suas ações e decisões, 
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é ela quem age e escolhe, e não suas emoções. Ela é 
autoconfiante e gera confiança ao seu redor. Para ser 
autêntico, é preciso ter compreensão e clareza sobre o que 
pensamos e como pensamos, o que sentimos e como sentimos 
e o que fazemos e como fazemos. Todos esses fatores devem estar 
alinhados de forma coerente para que sejamos autênticos para os 
outros e, também, para nós mesmos.
• Gratidão – A capacidade de ser grato por tudo, mesmo por aquilo 
que, à primeira vista, aparenta ser desgastante, errado ou indesejado é 
fundamental. Sempre existirá algo a ser vivido, compreendido e aprendido 
em todo tipo de situação e devemos ser gratos por elas. Ao ser ofendido 
injustamente, por exemplo, você poderá se tornar reativo e refém de 
suas emoções, ofendendo de volta, ou, então, exercitar a sua inteligência 
emocional e não se tornar reativo e refém de suas emoções, ou seja, não 
se deixar dominar por aquele acontecimento. Junto a isso, você poderá 
agradecer pelo momento e por aquela ofensa, pois são oportunidades 
para trabalhar melhor o seu autocontrole e a sua inteligência emocional. 
Compreendem? Sempre há algo para conhecer, aprender, exercitar ou 
compreender em todas as situações e exercitar a gratidão em cada uma 
delas é uma das chaves para alta performance, saúde mental e excelência 
em nossas vidas.
• Autorresponsabilidade – É o exercício racional, emocional e prático de nos 
colocarmos como responsáveis por tudo que acontece em nossas vidas, 
mesmo por aquilo que parece não ser responsabilidade nossa. Exercitar 
a autorresponsabilidade é ter a plena convicção de que você é o único 
responsável não apenas pela maneira como a sua vida tem acontecido e 
tomado forma mas também pela mudança dela. É essa ferramenta que 
possibilita que você tome sua vida e seu destino nas mãos, construa o seu 
caminho e conquiste suas vitórias.
• Resiliência – Trata-se da capacidade fundamental de seguir em 
frente e continuar perseguindo seus objetivos e metas apesar das 
frustrações, erros e tragédias. Muitos obstáculos e problemas 
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aconteceram, acontecem e acontecerão em nossas 
vidas, contudo, a habilidade de seguir em frente, não 
desistir e, ao contrário disso, lutar cada vez mais bravamente 
por aquilo que é importante para nós é o que chamamos de 
resiliência. Não abandonar metas, sonhos e objetivos talvez seja 
uma das competências mais importantes para o sucesso e progresso 
profissional e pessoal na vida de todos nós. Não se entregar, nunca 
diminuir o esforço ou o empenho e sempre seguir cada vez mais firme e 
mais convicto.
• Empatia – Trata-se também de um pilar fundamental. Não nos 
estenderemos muito sobre ela por já termos abordado o assunto 
anteriormente. Todavia, vale ressaltar que a capacidade empática é 
fundamental para a alta performance, afinal, por meio dela podemos 
trabalhar em equipe não apenas para que todos conquistem juntos as 
metas e os objetivos traçados mas também para que possamos tanto 
aprender com os outros como auxiliá-los ao longo de nossas jornadas 
pela vida.
B IBLIOGRAFIA CONSULTADA
BARRETO, J. E. F.; SILVA, L. P. e. Sistema límbico e as emoções – uma revisão 
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Disponível em: https://periodicos.unifesp.br/index.php/neurociencias/article/
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DIVERTIDA mente. Direção de Pete Docter. Emeryville, CA: Pixar Animation 
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DUVAL, Shelley; WICKLUND, Robert. A theory of objective self awareness. 
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GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional: a teoria 
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JUNG, C. G. O eu e o inconsciente. Petrópolis: Vozes, 1978.
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