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Página 1 de 6 DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO DIREITO 1. Ato, Fato e Negócio Jurídico As relações jurídicas têm como fonte geradora os fatos jurídicos. FATO JURÍDICO: é o acontecimento que tem consequências jurídicas; é qualquer acontecimento em virtude do qual nascem, subsistem ou se extinguem direitos. Ex.: nascimento de uma pessoa, confecção de algo, a maioridade, a morte, etc. Podem ser: INVOLUNTÁRIOS (naturais): Fatos jurídicos em sentido estrito. Ocorrem independentemente da vontade do ser humano. Ocorrem pela ação da natureza. Ex.: a morte, uma inundação, o nascimento, etc. VOLUNTÁRIOS (humanos): Atos jurídicos em sentido amplo. Derivam da vontade direta do ser humano e podem ser: Lícitos: quando produzem efeitos legais, conforme a vontade de quem os pratica. Ex.: casamento, contrato de compra e venda; Ilícitos: quando produzem efeitos legais contrários à Lei; Ex.: o homicídio, o roubo, a agressão, etc. ATO JURÍDICO: é todo acontecimento voluntário e lícito que tenha consequências jurídicas. Têm por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. O ATO JURÍDICO poder ser: UNILATERAL - se existe apenas a manifestação de vontade de um agente. Ex.: declaração de nascimento de filho, emissão de NP, etc. BILATERAL - se existe a manifestação da vontade de dois agentes, criando entre eles uma relação jurídica. Ex.: contrato de compra e venda. Neste caso, o ato jurídico passa a chamar-se Negócio Jurídico. Ex.: todos os contratos, o empréstimo pessoal, etc Requisitos p/ um NEGÓCIO JURÍDICO ser VÁLIDO a) agente capaz - o agente deve estar apto a praticar os atos da vida civil. Os absolutamente incapazes devem ser representados e os relativamente incapazes devem ser assistidos; b) Objeto Lícito e possível - o objeto do ato jurídico deve ser permitido pelo direito e possível de ser efetivado; c) Forma Prescrita (estabelecida) ou não vedada em Lei - a forma dos atos jurídicos tem que ser a prevista em Lei, se houver esta previsão, ou não proibida. Página 2 de 6 DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO DIREITO VÍCIOS OU DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS Os Atos ou Negócios Jurídicos podem apresentar-se com vícios ou defeitos, que provocando a sua ineficácia tornam NULO o Negócio Jurídico. VÍCIOS DE CONSENTIMENTO: ocorrem da própria vontade. Ex.: erro, dolo, coação. - Podem ser objeto de ação anulatória; - são prescritíveis após 4 anos; ERRO: é a FALSA noção que se tem de um objeto ou de uma pessoa. Ocorre quando o agente pratica o ato baseando-se em falso juízo ou engano. A pessoa se engana sozinha, ninguém a induz a erro. Pode ser cometido por conta própria. DOLO: é o artifício empregado pelo agente para enganar outra pessoa. O agente emprega artifício para levar alguém a pratica de um ato que o prejudica, sendo por ele beneficiado ou mesmo beneficiando um terceiro. - Pode ser praticado pelo silêncio. Não se admite invocação do Dolo para se anular casamento. COAÇÃO: é a pressão psicológica exercida sobre alguém para obrigá-lo a praticar determinado ato. Para que a coação vicie o ato é necessário que se incuta medo de dano à pessoa do coagido, à sua família ou a seus bens e que o dano objeto da ameaça seja providência física ou moral. VÍCIOS SOCIAIS: são decorrentes da malícia humana. Ex.: simulação, fraude contra credores, reserva mental e lesão. - Podem ser objeto de ação anulatória; - são prescritíveis após 4 anos; SIMULAÇÃO: é a declaração enganosa da vontade, visando obter resultado diverso do que aparece, para iludir terceiros ou burlar a lei. A Simulação não será um defeito do ato jurídico se não houver prejuízo a alguém ou violação da lei. Só terceiros lesados pela simulação é que podem demandar a nulidade dos atos simulados. Ex.: faço contrato de compra e venda objetivando, na verdade, fazer uma doação. Há um desacordo entre a vontade declarada e a vontade interna e não manifestada. Poderão demandar a nulidade dos atos SIMULADOS: os terceiros lesados pela simulação e os representantes do poder público (a bem da lei ou da Fazenda). FRAUDE CONTRA CREDORES: é a manobra ardilosa para prejudicar terceiros. Ë utilizada pelo devedor para prejudicar o credor; é a venda do patrimônio em prejuízo dos credores. Ocorre quando o devedor atinge um estado de insolvência (aumento de dívidas com consequente diminuição do patrimônio). RESERVA MENTAL (Simulação Inocente): A pessoa que oculta de forma deliberada sua verdadeira intenção com o objetivo de prejudicar terceiros; Ex.: Uma pessoa escreve um livro e marca noite de autógrafos. Diz Página 3 de 6 DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO DIREITO que destinará 10 % da arrecadação para a área social de uma fundação pública. A verdade é que os 10 % vão para o “bolso dele” . LESÃO: é quando uma pessoa obtém um lucro exagerado se aproveitando da imaturidade / necessidade / inexperiência de alguém. Ex.: agiotagem Lucro exagerado - é considerado quando o valor de venda atinge 5 x o valor de mercado ou quando o valor de compra atinge 1/5 do valor de mercado. Elemento objetivo - lucro exagerado; Elemento subjetivo - imaturidade, necessidade, inexperiência; gera ação de nulidade absoluta; que pode ser pleiteada a qualquer momento é imprescritível; Fonte: Alexandre José Granzotto – Direito Civil. Personalidade Civil Início da Personalidade Civil: Art. 2º, do CC. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. Personalidade: É a aptidão que toda pessoa tem de adquirir DIREITOS e contrair DEVERES na ordem civil. Capacidade Civil Art. 1º, do CC. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. CAPACIDADE DE DIREITO Capacidade de Direito (Gozo) + Capacidade de Fato (Exercício) = CAPACIDADE CIVIL PLENA (todas as pessoas tem; é a que todos têm e adquirem ao nascimento com vida, não pode ser recusada ao indivíduo, sob pena de se negar sua qualidade de pessoa. Regra: é a aptidão para exercer por si só, os atos da vida civil. Exceção: incapacidade. Página 4 de 6 DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO DIREITO - O ser humano precisa preencher os requisitos necessários para agir por si, como sujeito ativo ou passivo de uma relação jurídica. - Para José Carlos Moreira Alves, a personalidade jurídica é a potencialidade de adquirir direitos e contrair obrigações; a capacidade jurídica é o limite dessa potencialidade. - Nascituro: é o ser já concebido, mas que ainda está no ventre materno, ainda não nasceu. Natimorto: é o ser expelido sem vida do ventre materno. Os incapazes - Fundamentação: Arts. 3º e 4º, do CC. Absolutamente Incapazes Devem ser REPRESENTADOS sob pena de nulidade absoluta do ato praticado. Art. 166, do CC. É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; Relativamente Incapazes O instituto de suprimento é a ASSISTÊNCIA, sob pena de anulabilidade do negócio. Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I - por incapacidade relativa do agente; OBSERVAÇÃO: Para os menores incapazes há a tutela; para os maiores incapazes, a curatela. – Os absolutamente incapazes - Art. 3º, do CC. Art. 3º. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. - Lei nº 13.146, de 2015 - Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). - Critério etário. - Legislador: devidoà idade, a pessoa ainda não atingiu o discernimento para distinguir o que pode ou não pode fazer na ordem privada. - O Absolutamente Incapaz precisa de um REPRESENTANTE para exercer os atos da vida civil em seu nome. - O Absolutamente Incapaz somente tem a CAPACIDADE DE DIREITO, mas não tem a CAPACIDADE DE EXERCÍCIO. 2.1.1.1 – Quem são os representantes: a) Pais Art. 1.634, do CC. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: Página 5 de 6 DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO DIREITO b) Tutores = Art. 1.728 e ss do CC Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela: I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes; II - em caso de os pais decaírem do poder familiar. Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela: I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes; II - em caso de os pais decaírem do poder familiar. – Os relativamente incapazes - Art. 4º, do CC. Art. 4º. São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) IV - os pródigos. Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) - A pessoa Relativamente Incapaz não possui idade, discernimento ou condições físicas de exercer plenamente a sua vontade, por este motivo ela precisa de um ASSISTENTE para ale auxiliar nos atos da vida civil. - Existem atos e negócios jurídicos que os menores relativamente incapazes podem praticar, mesmo sem a assistência de outra pessoa: a) casar (necessitando apenas de autorização dos pais ou representantes) ; b) elaborar testamento; c) servir como testemunha de atos e negócios jurídicos); d) votar; e) se empresário, com autorização; f) outras que estejam previstos em lei. – Quem são os assistentes: a) Pais Art. 1.634, do CC. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício b) Tutores = Art. 1.728 e ss do CC Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela: I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes; II - em caso de os pais decaírem do poder familiar. Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela: I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes; II - em caso de os pais decaírem do poder familiar. Página 6 de 6 DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO DIREITO c) Curadores – assistem os maiores relativamente incapazes. Art. 1.767 e ss, do CC. Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela: I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) II - (Revogado) ; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) IV - (Revogado) ; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) V - os pródigos. – Emancipação - Emancipação é a antecipação da capacidade civil antes de a pessoa atingir a maioridade, ou seja antes dos 18 anos completos. - Fundamentação: Art. 5º, do CC Art. 5 o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. – Tipos de Emancipação a) Voluntária. Requisitos: - Vontade dos pais; - Vontade do menor; - Realizada no Cartório, por instrumento público; - Independe de Homologação Judicial; - O menor precisa ter 16 anos completos. b) Judicial - O menor possui um tutor; - O menor precisa ter 16 anos completo; - O Juiz ouvirá o tutor; - A emancipação é conferida pelo Juiz, por Sentença; c) Legal - Casamento; - Exercício de emprego público efetivo; - Colação de grau em curso de ensino superior; - estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art114 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art114 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art123 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art114 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art114 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art114 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art114 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art127 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art123 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art114 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art114
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