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Material - Revisao - 2023.2 - Matutino - Noturno

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DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO DIREITO 
 
1. Ato, Fato e Negócio Jurídico 
 
As relações jurídicas têm como fonte geradora os fatos jurídicos. 
 
FATO JURÍDICO: é o acontecimento que tem consequências jurídicas; é qualquer acontecimento em virtude 
do qual nascem, subsistem ou se extinguem direitos. Ex.: nascimento de uma pessoa, confecção de algo, a 
maioridade, a morte, etc. 
Podem ser: 
INVOLUNTÁRIOS (naturais): Fatos jurídicos em sentido estrito. Ocorrem independentemente da vontade do 
ser humano. Ocorrem pela ação da natureza. Ex.: a morte, uma inundação, o nascimento, etc. 
VOLUNTÁRIOS (humanos): Atos jurídicos em sentido amplo. Derivam da vontade direta do ser humano e 
podem ser: 
Lícitos: quando produzem efeitos legais, conforme a vontade de quem os pratica. 
Ex.: casamento, contrato de compra e venda; 
Ilícitos: quando produzem efeitos legais contrários à Lei; 
Ex.: o homicídio, o roubo, a agressão, etc. 
 
ATO JURÍDICO: é todo acontecimento voluntário e lícito que tenha consequências jurídicas. Têm por fim 
imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. 
O ATO JURÍDICO poder ser: 
UNILATERAL - se existe apenas a manifestação de vontade de um agente. Ex.: declaração de nascimento de 
filho, emissão de NP, etc. 
BILATERAL - se existe a manifestação da vontade de dois agentes, criando entre eles uma relação jurídica. 
Ex.: contrato de compra e venda. Neste caso, o ato jurídico passa a chamar-se Negócio Jurídico. Ex.: todos 
os contratos, o empréstimo pessoal, etc 
Requisitos p/ um NEGÓCIO JURÍDICO ser VÁLIDO 
 a) agente capaz - o agente deve estar apto a praticar os atos da vida civil. Os absolutamente incapazes 
devem ser representados e os relativamente incapazes devem ser assistidos; 
b) Objeto Lícito e possível - o objeto do ato jurídico deve ser permitido pelo direito e possível de ser 
efetivado; 
c) Forma Prescrita (estabelecida) ou não vedada em Lei - a forma dos atos jurídicos tem que ser a prevista 
em Lei, se houver esta previsão, ou não proibida. 
 
 
 
 
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VÍCIOS OU DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS 
Os Atos ou Negócios Jurídicos podem apresentar-se com vícios ou defeitos, que provocando a sua ineficácia 
tornam NULO o Negócio Jurídico. 
VÍCIOS DE CONSENTIMENTO: ocorrem da própria vontade. Ex.: erro, dolo, coação. 
- Podem ser objeto de ação anulatória; 
- são prescritíveis após 4 anos; 
 
ERRO: é a FALSA noção que se tem de um objeto ou de uma pessoa. Ocorre quando o agente pratica o ato 
baseando-se em falso juízo ou engano. A pessoa se engana sozinha, ninguém a induz a erro. Pode ser 
cometido por conta própria. 
DOLO: é o artifício empregado pelo agente para enganar outra pessoa. O agente emprega artifício 
para levar alguém a pratica de um ato que o prejudica, sendo por ele beneficiado ou mesmo beneficiando 
um terceiro. 
- Pode ser praticado pelo silêncio. Não se admite invocação do Dolo para se anular casamento. 
COAÇÃO: é a pressão psicológica exercida sobre alguém para obrigá-lo a praticar determinado ato. Para 
que a coação vicie o ato é necessário que se incuta medo de dano à pessoa do coagido, à sua família ou a 
seus bens e que o dano objeto da ameaça seja providência física ou moral. 
VÍCIOS SOCIAIS: são decorrentes da malícia humana. Ex.: simulação, fraude contra credores, reserva mental 
e lesão. 
- Podem ser objeto de ação anulatória; 
- são prescritíveis após 4 anos; 
SIMULAÇÃO: é a declaração enganosa da vontade, visando obter resultado diverso do que aparece, para 
iludir terceiros ou burlar a lei. A Simulação não será um defeito do ato jurídico se não houver prejuízo a 
alguém ou violação da lei. Só terceiros lesados pela simulação é que podem demandar a nulidade dos atos 
simulados. Ex.: faço contrato de compra e venda objetivando, na verdade, fazer uma doação. Há um 
desacordo entre a vontade declarada e a vontade interna e não manifestada. 
Poderão demandar a nulidade dos atos SIMULADOS: os terceiros lesados pela simulação e os 
representantes do poder público (a bem da lei ou da Fazenda). 
FRAUDE CONTRA CREDORES: é a manobra ardilosa para prejudicar terceiros. Ë utilizada pelo devedor para 
prejudicar o credor; é a venda do patrimônio em prejuízo dos credores. Ocorre quando o devedor atinge 
um estado de insolvência (aumento de dívidas com consequente diminuição do patrimônio). 
RESERVA MENTAL (Simulação Inocente): A pessoa que oculta de forma deliberada sua verdadeira intenção 
com o objetivo de prejudicar terceiros; Ex.: Uma pessoa escreve um livro e marca noite de autógrafos. Diz 
 
 
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que destinará 10 % da arrecadação para a área social de uma fundação pública. A verdade é que os 10 % 
vão para o “bolso dele” . 
LESÃO: é quando uma pessoa obtém um lucro exagerado se aproveitando da imaturidade / necessidade / 
inexperiência de alguém. Ex.: agiotagem Lucro exagerado - é considerado quando o valor de venda atinge 5 
x o valor de mercado ou quando o valor de compra atinge 1/5 do valor de mercado. 
Elemento objetivo - lucro exagerado; 
Elemento subjetivo - imaturidade, necessidade, inexperiência; gera ação de nulidade absoluta; que pode 
ser pleiteada a qualquer momento é imprescritível; 
Fonte: Alexandre José Granzotto – Direito Civil. 
Personalidade Civil 
Início da Personalidade Civil: 
 
Art. 2º, do CC. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; 
mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. 
 
Personalidade: É a aptidão que toda pessoa tem de adquirir DIREITOS e contrair DEVERES na ordem civil. 
Capacidade Civil 
Art. 1º, do CC. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
 CAPACIDADE DE DIREITO 
 
 Capacidade de Direito (Gozo) 
 
 
 
 
 
 + 
 
Capacidade de Fato (Exercício) 
 
 
 
 
= CAPACIDADE CIVIL PLENA 
(todas as pessoas tem; é a que 
todos têm e adquirem ao nascimento 
com vida, não pode ser recusada ao 
indivíduo, sob pena de se negar sua 
qualidade de pessoa. 
Regra: é a aptidão para exercer 
 por si só, os atos da vida civil. 
Exceção: incapacidade. 
 
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DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO DIREITO 
 
- O ser humano precisa preencher os requisitos necessários para agir por si, como sujeito ativo ou passivo 
de uma relação jurídica. 
 
- Para José Carlos Moreira Alves, a personalidade jurídica é a potencialidade de adquirir direitos e contrair 
obrigações; a capacidade jurídica é o limite dessa potencialidade. 
 
- Nascituro: é o ser já concebido, mas que ainda está no ventre materno, ainda não nasceu. 
 
 Natimorto: é o ser expelido sem vida do ventre materno. 
 
Os incapazes 
 
 - Fundamentação: Arts. 3º e 4º, do CC. 
 
Absolutamente Incapazes Devem ser REPRESENTADOS sob 
pena de nulidade absoluta do ato 
praticado. 
Art. 166, do CC. É nulo o negócio 
jurídico quando: 
I - celebrado por pessoa 
absolutamente incapaz; 
Relativamente Incapazes O instituto de suprimento é a 
ASSISTÊNCIA, sob pena de 
anulabilidade do negócio. 
Art. 171. Além dos casos 
expressamente declarados na lei, 
é anulável o negócio jurídico: 
I - por incapacidade relativa do 
agente; 
 
OBSERVAÇÃO: Para os menores incapazes há a tutela; para os maiores incapazes, a curatela. 
 
– Os absolutamente incapazes 
- Art. 3º, do CC. 
Art. 3º. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida 
civil os menores de 16 (dezesseis) anos. 
 
- Lei nº 13.146, de 2015 - Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa 
com Deficiência). 
- Critério etário. 
- Legislador: devidoà idade, a pessoa ainda não atingiu o discernimento para distinguir o que pode ou não 
pode fazer na ordem privada. 
 
- O Absolutamente Incapaz precisa de um REPRESENTANTE para exercer os atos da vida civil em seu nome. 
 
- O Absolutamente Incapaz somente tem a CAPACIDADE DE DIREITO, mas não tem a CAPACIDADE DE 
EXERCÍCIO. 
 
2.1.1.1 – Quem são os representantes: 
a) Pais 
Art. 1.634, do CC. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o 
pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos: 
 
 
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DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO DIREITO 
 
 
b) Tutores = Art. 1.728 e ss do CC 
Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela: 
I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes; 
II - em caso de os pais decaírem do poder familiar. 
Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela: 
I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes; 
II - em caso de os pais decaírem do poder familiar. 
 
 
– Os relativamente incapazes 
- Art. 4º, do CC. 
Art. 4º. São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: 
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, 
de 2015) (Vigência) 
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua 
vontade; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) 
IV - os pródigos. 
 
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação 
especial. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) 
 
 
- A pessoa Relativamente Incapaz não possui idade, discernimento ou condições físicas de exercer 
plenamente a sua vontade, por este motivo ela precisa de um ASSISTENTE para ale auxiliar nos atos da vida 
civil. 
 
- Existem atos e negócios jurídicos que os menores relativamente incapazes podem praticar, mesmo sem a 
assistência de outra pessoa: 
a) casar (necessitando apenas de autorização dos pais ou representantes) ; 
b) elaborar testamento; 
c) servir como testemunha de atos e negócios jurídicos); 
d) votar; 
e) se empresário, com autorização; 
f) outras que estejam previstos em lei. 
 
– Quem são os assistentes: 
a) Pais 
Art. 1.634, do CC. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o 
pleno exercício 
 
b) Tutores = Art. 1.728 e ss do CC 
Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela: 
I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes; 
II - em caso de os pais decaírem do poder familiar. 
Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela: 
I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes; 
II - em caso de os pais decaírem do poder familiar. 
 
 
 
 
 
 
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c) Curadores – assistem os maiores relativamente incapazes. Art. 1.767 e ss, do CC. 
Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela: 
I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua 
vontade; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) 
II - (Revogado) ; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) 
III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 
2015) (Vigência) 
IV - (Revogado) ; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) 
V - os pródigos. 
 
– Emancipação 
- Emancipação é a antecipação da capacidade civil antes de a pessoa atingir a maioridade, ou seja antes dos 
18 anos completos. 
- Fundamentação: Art. 5º, do CC 
Art. 5 o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à 
prática de todos os atos da vida civil. 
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, 
independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o 
menor tiver dezesseis anos completos; 
II - pelo casamento; 
III - pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, 
desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia 
própria. 
 
 – Tipos de Emancipação 
a) Voluntária. Requisitos: 
- Vontade dos pais; 
- Vontade do menor; 
- Realizada no Cartório, por instrumento público; 
- Independe de Homologação Judicial; 
- O menor precisa ter 16 anos completos. 
 
b) Judicial 
- O menor possui um tutor; 
- O menor precisa ter 16 anos completo; 
- O Juiz ouvirá o tutor; 
- A emancipação é conferida pelo Juiz, por Sentença; 
 
c) Legal 
- Casamento; 
- Exercício de emprego público efetivo; 
- Colação de grau em curso de ensino superior; 
- estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função 
deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art114
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art127
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