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Procedimentos legais nos acidentes de trabalho; pericias e fiscalizacoes (tipos, acompanhamento e assessorias); e definicoes de aplicacao UC5

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Procedimentos legais nos acidentes de trabalho;
perícias e fiscalizações (tipos, acompanhamento e
assessorias); e definições de aplicação
Introdução
Neste conhecimento, estudaremos os aspectos relacionados aos procedimentos
legais que devem ser aplicados em situação de acidente de trabalho. Eles permitirão uma
visão da parte prática, na qual está diretamente envolvido o profissional técnico de
segurança. Esse assunto é bem delicado, uma vez que devemos tratar a segurança e a
saúde do trabalhador fundamentalmente em seus aspectos de prevenção.
Também abordaremos, ao longo desta reflexão, o nexo técnico epidemiológico
previdenciário (NTEP), o fator acidentário de prevenção (FAP), o seguro de acidente do
trabalho (SAT) e os quadros III, IV, V e VI da NR-4.
Essa legislação tem um impacto tributário muito grande nas empresas. Portanto, é
fundamental que cada empregador (com a ajuda do Serviço Especializado em Engenharia
de Segurança e em Medicina do Trabalho e do departamento pessoal da empresa)
conheça esse processo em detalhe para poder contestar, junto à Previdência, os casos
considerados como NTEP. Da mesma forma, estejam todos aptos para identificar os fatores
geradores de maiores problemas de segurança e saúde, com o objetivo de desenvolver
ações preventivas e corretivas.
Quando ocorrido o acidente de trabalho, de uma forma geral, ele deve ser
comunicado a um superior imediato. Este deve buscar socorro médico, quando for preciso,
e, em seguida, precisa emitir a comunicação de acidente do trabalho (CAT). Isso ocorre de
maneira geral, porém, é uma boa prática adotada pelas empresas, organizar um
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procedimento interno que regule todas as providências necessárias para quando este fato
ocorrer. Portanto, é importante para o técnico em segurança no trabalho ter conhecimento
dessa diretriz. Caso ela não exista, é necessário implantá-la e, em seguida, é preciso
providenciar para que todas as pessoas da empresa tenham conhecimento da diretriz.
Em se tratando de acidente de trajeto, as providências são muito similares as de um
acidente típico, porém é muito importante que seja feito um boletim de ocorrência com a
autoridade policial. Reforçando que é necessário, nesse caso, um procedimento interno,
conhecido por todos, para que as providências sejam adequadas e para que tudo ocorra
conforme o determinado no procedimento.
A pessoa acidentada deverá ser acompanhada por um colega, objetivando a
integridade e a segurança. Nos casos de acidente, é necessário notificar a CIPA o mais
rápido possível, para que a equipe possa agir no local do acidente, evitando o risco para os
demais trabalhadores expostos.
No âmbito médico-pericial, as ações da perícia previdenciária visam à concessão de
benefícios por auxílio-doença previdenciário (doenças comuns), auxílio-doença acidentário
(acidentes de trabalho, acidentes de trajeto e doenças relacionadas com o trabalho),
aposentadoria por invalidez(concedida devido a acidente ou doença ocupacional),
aposentadoria especial (relacionada à exposição a agentes nocivos estabelecidos no
Decreto n.º 3.048, anexo IV).
Para estabelecer uma relação entre o acidente e uma consequente lesão, se faz
necessária a avaliação de um médico perito. Este é o profissional responsável por
determinar se a pessoa pode retornar ao trabalho ou se deve ser afastada de forma
temporária ou permanente do trabalho.
Para exemplificar o que estamos analisando, imagine que um funcionário esteja
manifestando dores nos braços, alegando que é devido ao trabalho braçal desempenhado
em determinada atividade. Nesse momento, o médico perito deve realizar uma avaliação
para determinar se a dor realmente é oriunda da atividade ou se a causa não está
relacionada diretamente com a atividade desenvolvida.
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O nexo causal entre o trabalho e a lesão ou a doença ocupacional é determinado
mediante uma perícia médica previdenciária que pode ser baseada no histórico clínico, no
exame físico, subclasse da classificação nacional da atividade econômica, juntamente com
toda a documentação dos programas de saúde e segurança no trabalho que estão de
posse da empresa.
Definições e aplicação
O Ministério da Previdência Social (MPS) aprovou legislação, em 2007, criando o
NTEP, que alterou o modo de definir o benefício da previdência para os casos de
afastamento do trabalho acima de 15 dias.
Para que uma determinada anomalia passe de auxílio-doença previdenciário para
auxílio-doença acidentário, ela deve ocorrer com uma frequência alta em um determinado
setor econômico. Uma dessas anomalias, reconhecida nos últimos tempos, foi o estresse
relativo ao trabalho. Antes disso ser constatado oficialmente, diversos casos foram
relatados, até que foi reconhecido como um auxílio acidentário, após muitos estudos
realizados pelos médicos peritos.
Para estabelecer a alíquota de contribuição da empresa para o SAT, são considerados
todos os benefícios por auxílio-doença e a CAT, os quais definirão o FAP.
O acidente de trajeto, a partir da Resolução 1.329/2017 do Conselho Nacional de
Previdência, não compõe o cálculo do FAP.
NTEP
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Inicialmente, deve-se entender o que é a classificação internacional de doenças (CID-
10). Ela é um instrumento criado para agrupar as doenças segundo características em
comum, servindo para finalidades estatísticas de descrição e análise quanto à distribuição
das doenças em uma população sujeita a fatores de riscos específicos. É uma
sistematização de doenças, sintomas, sinais e motivos de consultas.
A CID-10, em sua décima revisão, classifica as doenças de acordo com os agentes
etiológicos e os fatores de risco de natureza ocupacional. Os agentes físicos, químicos e
biológicos aos quais o trabalhador pode estar exposto apresentam diversos
enquadramentos de doenças elaborados a partir de dados estatísticos.
Veja na tabela a seguir alguns exemplos de doenças respiratórias, grupo X da CID-10,
ocasionadas pela exposição ocupacional ao agente químico asbesto. Tal enquadramento
encontra-se no anexo II, lista B, do Decreto n.º 6.957, de 9 de setembro de 2009.
DOENÇAS
AGENTES
ETIOLÓGICOS OU FATORES
DE RISCO DE NATUREZA
OCUPACIONAL
XIII – Pneumoconiose
devido ao asbesto (asbestose)
e a outras fibras minerais (J61.-
)
Exposição ocupacional a
poeiras de asbesto ou amianto
(Z57.2) (Quadro II)
XXVII – Derrame pleural
(J90.-) 
Exposição ocupacional a
poeiras de asbesto ou amianto
(Z57.2) (Quadro II)
XXVII – Derrame pleural
(J90.-)
Exposição ocupacional a
poeiras de asbesto ou
amianto (Z57.2) (Quadro II)
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Tabela 1 – Exemplos de doenças respiratórias 
Fonte: adaptado de <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3048.htm>. Acesso em: 31 mar. 2020.
O combate à subnotificação das doenças profissionais fez com que o Conselho
Nacional da Previdência Social, em 2004, criasse uma nova metodologia que reconhecesse
melhor as doenças profissionais: o NTEP. Tal metodologia foi desenvolvida pela
Previdência Social com respaldo na Lei 11.430/2006 e no Decreto 6.042/2007 e
estabeleceu que, toda vez que houvesse incidência epidemiológica elevada de determinada
doença relacionada ao fator de risco específico de determinada atividade econômica,
haveria o enquadramento dessa doença como sendo de natureza acidentária.
Dessa forma, no enquadramento permitido pelo Decreto 6.042/2007 e pelo atual
Decreto 6.957/2009 (anexo II, lista C), o caso em que um trabalhador labora em
determinada classificação nacional de atividade econômica (CNAE), com alta incidência de
doenças da CID, será enquadrado como doença profissional. Essas relações, além da lista
normal das doenças profissionais e do trabalho, permitem estabelecer atualmente 2.691
correlações entre CID e CNAE.
Excepcionalmente, constatando-se que a doença não está incluída na relação do
anexo II do Decreto 6.957/2009, serão caracterizadas condições especiais para otrabalho
executado e para as atividades que com ele se relacionam diretamente. Assim, a
Previdência Social deve equiparar a doença a acidente do trabalho, pois, mesmo não
havendo correlação entre CID e CNAE, o perito constatou que a doença é fruto das
condições especiais em que o trabalho é realizado, havendo um nexo técnico por doença
equiparada ao trabalho. 
Portanto, inverteu-se o ônus da prova, que antes era do colaborador e agora passa a
ser do empregador. Anteriormente, era necessário que tal reconhecimento partisse
basicamente do encaminhamento de serviços públicos ou do médico da empresa; agora, o
próprio médico perito verifica compulsoriamente, sem a necessidade da CAT da empresa,
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se existe essa relação estabelecida pela lista C, anexo II, do atual Decreto n.º 6.957.
Juntamente a isso, aperfeiçoaram-se as instruções normativas do INSS para o melhor
reconhecimento das doenças profissionais em geral, independentemente da CAT, conforme
expresso na Instrução Normativa n.º 31, de setembro de 2008. 
Tais procedimentos e a própria matriz que gerou a lista C do NTEP deverão ser
revisados e aperfeiçoados periodicamente com base nos novos registros gerais de
incapacidade do INSS e mediante estudos e pesquisas desenvolvidos com a participação
da Universidade de Brasília (UnB).
 O NTEP coloca às claras o adoecimento no interior do local de trabalho no Brasil,
acabando com a subnotificação, principalmente nos setores de serviço, que até então
apresentavam baixo registro de doenças profissionais. A tabela a seguir, retirada do
Decreto n.º 3.048, relaciona algumas doenças a uma determinada atividade econômica.
Mais tabelas podem ser encontradas no Decreto n.º 3.048 para diversas atividades
econômicas.
INTERVALO CID-10 CNAE
L60-L75 8610 
Tabela 2 – Relação de algumas doenças a determinada atividade econômica
Fonte: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3048.htm>. Acesso em: 31 mar. 2020.
As doenças do intervalo L60 a L75 são: L60 – Afecções das unhas; L62 – Afecções
das unhas em doenças classificadas em outra parte; L63 – Alopecia areata; L64 – Alopecia
androgênica; L65 – Outras formas não cicatriciais da perda de cabelos ou pelos; L66 –
Alopecia cicatricial (perda de cabelos ou pelos, cicatricial); L67 – Anormalidades da cor e do
pedículo dos cabelos e dos pelos; L68 – Hipertricose; L70 – Acne; L71 – Rosácea; L72 –
Cistos foliculares da pele e do tecido subcutâneo; L73 – Outras afecções foliculares; L74 –
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Afecções das glândulas sudoríparas écrinas; L75 – Afecções das glândulas sudoríparas
apócrinas. Todas essas doenças estão relacionadas diretamente às empresas cuja
atividade econômica é de atendimento em pronto-socorro e em unidades hospitalares para
atendimento a urgências, ou seja, 8610.
CRPS
O Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS) é um órgão subordinado ao
Ministério da Previdência Social e possui a responsabilidade para julgar o NTEP feito pela
perícia do INSS, que opinará pela confirmação ou pela modificação do benefício
previdenciário.
Empresas contratadas (terceiros)
Uma preocupação que o técnico em segurança no trabalho deve sempre ter no
exercício da sua atividade é a de observar todos dispositivos legais referentes à
contratação de empresas terceiras, pois, caso elas não cumpram essas leis, haverá uma
corresponsabilidade da empresa contratante em casos trabalhistas.
FAP
Antes de abordar o FAP (fator acidentário de prevenção), é importante mencionar uma
outra variável: o risco de acidente do trabalho (RAT).
O RAT é uma alíquota cobrada em função da folha de
pagamento de todos os colaboradores de uma empresa. Aliás,
nessa folha, também está incluído o décimo terceiro salário.
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O objetivo do RAT é onerar mais o empregador que explora as atividades que
oferecem maior risco à saúde e à integridade física dos funcionários. Basicamente, o
processo é semelhante à justiça tributária: o empregador que mais onera a Previdência
Social deverá contribuir com uma alíquota maior para custear o pagamento dos benefícios
previdenciários.
Os valores incidentes podem variar de acordo com a atividade preponderante de risco
– 1% para risco leve, 2% para risco médio e 3% para risco grave. Esses valores
dependerão da classificação de risco na CNAE (subclasses), diferentemente do grau de
risco da classe CNAE adotada para o dimensionamento do SESMT (Serviço Especializado
em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho). 
As alíquotas podem ser maiores se as atividades exercidas pelos colaboradores
estiverem sob condições insalubres, e, devido a isso, os assegurados solicitam a
concessão de aposentadoria especial. Os valores podem ser de 12, 9 e 6 pontos
percentuais, respectivamente, para aposentadorias de 15, 20 ou 25 anos sobre a folha de
pagamento. 
Até o fim de 2009, o valor das alíquotas de contribuição por empresa era calculado
pela multiplicação da folha de pagamentos pelos algarismos percentuais de 1%, 2% ou 3%,
definidos para cada uma das 1.301 atividades econômicas da CNAE. A partir de janeiro de
2010, a forma de cálculo passou a contar com mais um multiplicador: o FAP. 
A expressão “RAT ajustado” foi criada pela Receita Federal do Brasil e equivale à
alíquota que as empresas terão de recolher, sobre o total das remunerações pagas ou
creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e aos trabalhadores avulsos, a
partir de janeiro de 2010, para custear as aposentadorias especiais e aquelas concedidas
em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos
ambientais do trabalho. O cálculo do RAT ajustado se faz com a multiplicação dos valores
do FAP e do RAT. 
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O FAP consiste em um multiplicador variável no intervalo contínuo de cinco décimos
(0,5000) a dois inteiros (2,000), aplicado com quatro casas decimais, considerando o
critério de arredondamento na quarta casa decimal, a ser aplicado ao RAT. O FAP
dependerá do desempenho do estabelecimento da empresa na sua respectiva subclasse
de atividade econômica, que será medida pelos índices de gravidade, frequência e custo
calculados segundo a metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência
Social. 
Isso significa que o FAP multiplicará o RAT, gerando o RAT ajustado. Considerando
que o FAP depende do número de acidentes da empresa, ela poderá reduzir a alíquota do
RAT pela metade ou até duplicá-la. O FAP tem o intuito de taxar as empresas que mais
oneram a previdência quanto às atividades econômicas exercidas. 
Os índices de frequência são calculados a partir do registro de acidentes e doenças
do trabalho informados ao INSS por meio da CAT de óbito; dos benefícios acidentários
estabelecidos por NTEP e por outros tipos de nexo técnico previdenciário; e da perícia
médica do INSS, mesmo sem a emissão da CAT. 
As únicas CATs que estarão estabelecidas no cálculo são as que geram benefício
previdenciário, ou seja, geram necessidade de afastamento superior a 15 dias. Assim, a
equação que calcula o índice de frequência se dá pela razão do somatório de auxílios-
doença (B91), auxílios-acidente (B94), aposentadorias por invalidez (B92) e pensões por
morte (B93) pelo número médio de vínculos do trabalho (Nm).
Equação 1:
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Os índices de gravidade são todos os casos – (B91), (B94), (B92) e (B93) – de
natureza acidentária, aos quais são atribuídos os pesos em função da gravidade do
acidente 
A equação 2 apresenta o cálculo que é utilizado para o índice de gravidade. Também
só serão contabilizados os acidentes que gerarão afastamento previdenciário.
Equação 2:
O índice de custo é analisado com base nos valores dos benefícios de natureza
acidentária custeados pela previdência em função do tempo de afastamento no (B91),
(B94), (B93) e (B92), mediante a projeção da expectativa de sobrevida do segurado na data
de início do benefício, a partirda tábua de mortalidade construída pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) para toda a população brasileira.
A equação 3 mostra que o valor do índice de custo é a razão do valor total dos
benefícios (Vb) pelo valor total de remuneração paga pelo estabelecimento aos
remunerados (V).
Equação 3:
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Com base nesses índices, são calculados os percentis de ordem para as empresas
por setor de subclasse da CNAE. As subclasses da CNAE são o maior detalhamento
possível da atividade econômica de uma empresa, permitindo que as empresas
comunguem, convivam, comprem, vendam, determinem preços, alienem e participem com
os esforços voltados para a demanda de mercado, estabelecendo uma livre-concorrência
regulamentada pelo estado.
Cria-se, assim, um ranking das empresas, sendo as com maiores índices de
frequência, gravidade e custo as de maior ordem nos respectivos percentis. A ordem
dependerá do número de empresas. Por exemplo, em determinada atividade econômica,
existem dez empresas, o que significa que a ordem pode variar de um a dez. Para cada
índice, haverá um ordenamento das empresas.
Desse modo, a empresa com menor índice de frequência na atividade econômica
recebe o menor percentual, ao contrário da empresa com maior índice, que terá o
percentual mais elevado (100%) no percentil, dada a frequência. O percentil de ordem para
cada um desses índices, na mesma subclasse da CNAE, é dado pela equação 4. 
A equação 4 contém o “N ”, que é a posição da empresa segundo o desempenho
desta nos índices em relação aos concorrentes de atividade-fim, e “n”, que é o número de
organizações que atuam na atividade.
Equação 4:
A partir dos percentis de ordem de cada índice, é criado um índice composto. O
critério das ponderações para criar o índice composto pretende dar o peso maior para a
gravidade (0,50). A frequência recebe o segundo maior peso (0,35). Por último, o menor
peso (0,15) é atribuído ao custo. 
ordem
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O índice composto calculado para cada empresa é multiplicado por 0,02 para a
distribuição dos estabelecimentos dentro de determinada subclasse da CNAE, para que
eles possam ter um índice composto que varie de 0,0000 a 2,000. A fórmula do índice
composto está expressa na equação 5.
Equação 5:
O IC será igual ao FAP da empresa.
Equação 6:
O resultado deverá ser multiplicado pelo RAT, gerando o RAT ajustado.
Equação 7:
O FAP será declarado no eSocial, e o nome da regra será “REGRA_FAP_ALERTA”.
Segundo tal regra, após a transmissão do primeiro evento de remuneração relativo a um
período de apuração, havendo divergências entre o FAP informado em S-1005 e o
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constante no cadastro da RFB (CNPJ), sem que haja processo administrativo/judicial que
justifique a divergência, será gerada uma mensagem de alerta ao contribuinte, informando-
o sobre a situação irregular.
SAT
O SAT (seguro de acidente do trabalho) será igual ao RAT ou ao GILRAT já ajustado
pelo FAP multiplicado pela folha salarial de todos os trabalhadores, incluindo o décimo
terceiro salário. Assim, calcula-se a alíquota previdenciária que a empresa deverá pagar.
SAT = RAT ajustado x Folha salarial de todos os colaboradores
Observe no esquema a seguir um resumo das tributações existentes em saúde e
segurança do trabalho.
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Exemplo:
Imagine que uma empresa calçadista registrou no ano um número específico de
acidentes. Ela tem, atualmente, 100 empresas concorrentes na subclasse da CNAE e,
em comparação aos outros estabelecimentos, ficou com o vigésimo melhor índice
de frequência, o trigésimo melhor índice de gravidade e o décimo melhor índice
de custo. Além disso,o RAT dessa atividade econômica é de 3% e a folha de
pagamento anual é de R$ 10 milhões.
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Sendo assim, com os dados do problema, podem-se calcular os percentis de
frequência, gravidade e custo, respectivamente.
A equação que se aplica agora é a equação 4, já que “n” (número de empresas),
no caso, é igual a 100, e “N ” (posição no ranking da empresa) é igual a 20.
O mesmo processo é feito para o cálculo do percentil de gravidade, só que com
N igual a 30.
A primeira parte do cálculo com o percentil do custo está concluída.
ordem
ordem
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Página 15 de 21
Com os percentis de frequência, custo e gravidade, pode-se calcular, a partir da
equação 5, o índice composto:
Aplica-se agora a equação 6:
Os valores de IC menores que 0,5 receberão o valor de 0,5 no FAP, sendo RAT
= 3%. O RAT ajustado, então, será:
O valor da alíquota cobrada anualmente será:
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O valor de R$ 150 mil será a alíquota paga pela empresa. Caso a empresa
tivesse ficado no meio-termo, ou seja, na posição 50 de N de todos os percentis,
o SAT seria R$ 300 mil. Ainda, caso ela tivesse ficado em último lugar em todos os
percentis, o valor da alíquota paga anualmente do SAT seria de R$ 600 mil. 
Isso significa que, por ter tido um bom desempenho, a empresa do exemplo
economizou o equivalente a R$ 450 mil em relação à empresa que teve os piores
índices, mostrando assim que a segurança do trabalho é um investimento em
recursos para as empresas, e não uma despesa.
Formulários dos quadros III, IV, V e VI da NR-4
Os quadros III, IV, V e VI fazem parte da NR-04 (serviços especializados em
engenharia de segurança e em medicina do trabalho) e fazem referência às informações
sobre: acidentes com vítimas, doenças ocupacionais, insalubridade e acidentes sem
vítimas.
ordem
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O preenchimento desses quadros é de total responsabilidade do técnico em
segurança no trabalho. Profissional, este, que é integrante do SESMT. Os documentos
devem ser preenchidos mensalmente e mantidos nos arquivos da empresa para qualquer
inspeção do trabalho que possa vir a ocorrer.
No final de cada ano, é necessário preencher esses quadros com todas as
informações anuais, entregando uma cópia, até o dia 31 de janeiro subsequente, para um
órgão do Ministério do Trabalho, mantendo nos arquivos uma via protocolada.
Os quadros são os seguintes:
As siglas utilizadas nas fórmulas são estas:
DC: dias computados – somatório de dias perdidos (DP) e de dias debitados
(DD)
DP: dias perdidos – número de dias de ausência do funcionário
DD: dias debitados – adicionados com base em uma tabela quando ocorre
incapacidade permanente, de acordo com a NBR 14280
TF: taxa de frequência dos acidentes
TG: taxa de gravidade dos acidentes
HHT: horas-homem trabalhadas – número de horas de trabalho diárias
durante o ano vezes o número de funcionários
IR: índice relativo total de empregados
IAG: índice de avaliação da gravidade
As fórmulas são as seguintes:
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Página 18 de 21
(objetos/formulas/formulas_juntas.png)
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Entre os dados obrigatórios a serem enviados na plataforma do eSocial, os quais
serão unificados, estão diversas informações relativas à segurança e à saúde no trabalho
(SST) – em especial aquelas obrigatórias no perfil profissiográfico previdenciário (PPP) –,
NRs e algumas legislações específicas que serão incorporadas. 
O programa está diretamente ligado ao órgão fiscalizador, que é a Receita Federal. O
maior desafio das empresas é garantir a veracidade das informações prestadas, evitando
possíveis autuações resultantes de imprecisões. 
Os arquivos serão transmitidos via certificado de assinatura digital, exigidos conforme
manual de orientação do eSocial. Tais informações obrigatórias serão enviadas ao eSocial
por meio de eventos com leiautes específicos e precisam ser preenchidas com precisão.
Assim, forma-se o registro de eventos do trabalhador (RET). O cadastro de cada evento
segue uma lógica cronológica, para que a história do trabalhador dentro da empresa faça
sentido. 
 Para mais informações, consulte a plataforma do eSocial disponibilizada pelo
GovernoFederal.
Considerações finais
Chegamos no final do conteúdo que abordou alguns dos aspectos relevantes para a
formação do técnico de segurança do trabalho. Os procedimentos legais nos acidentes no
trabalho, são importantes para entender toda a tramitação legal em caso ocorrência do fato.
O profissional da área precisa estar apropriado das informações sobre as perícias e
as fiscalizações. Uma vez que ele será necessário em algumas situações que podem
ocorrer na empresa. A finalidade é estabelecer o NTEP, com o objetivo de estabelecer a
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relação necessária entre o trabalho desempenhado e uma possível doença adquirida pelo
trabalhador.
Ter o conhecimento e as informações sobre o FAP, conforme alguns fatores relativos a
acidentes do trabalho, estabelece o valor da alíquota sobre a folha de pagamento que a
empresa deverá pagar pelo seguro acidente do trabalho. Este conhecimento é também de
responsabilidade do técnico em segurança do trabalho.
Os quadros III, IV, V e VI, da NR-4, são documentos informativos para o Ministério do
Trabalho e contêm informações sobre acidentes com vítimas, sem vítimas, insalubridade e
doenças ocupacionais. Esses quadros devem ser preenchidos mensalmente e a empresa
deve ter essa documentação em mãos, caso haja solicitação por parte dos órgãos
fiscalizadores.
O eSocial é uma plataforma que contém diversas informações das áreas de saúde e
segurança e que se subdivide em eventos. Nele, todas as empresas devem declarar seus
riscos e o número de trabalhadores expostos.
Assim sendo, o técnico em segurança do trabalho tem um papel importante na
indicação de caminhos e soluções para que a empresa se enquadre nos parâmetros
desejados e invista na segurança e na saúde do trabalhador. Esta é uma prática que
beneficia a todos: empregados, empregadores e empresa. Inclusive, com relação à
organização, esta prática garante espaço no mercado.
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