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FILOSOFIA DO DIREITO
FILOSOFIA DO DIREITO NOS PENSAMENTOS CLÁSSICO E 
MEDIEVAL
Livro Eletrônico
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Filosofia do Direito nos Pensamentos Clássico e Medieval
FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
Sumário
Apresentação .....................................................................................................................................................................3
Filosofia do Direito nos Pensamentos Clássico e Medieval ..................................................................5
1. Filosofia do Direito no Pensamento Clássico .............................................................................................5
1.1. Noções Iniciais ...........................................................................................................................................................5
1.2. Filosofia Antropológica: Sócrates (469-399 a.C.) e os Sofistas ..................................................7
1.3. Direito e Justiça no Pensamento de Platão (427-347) .................................................................. 10
1.4. Justiça, Virtude e Equidade no Pensamento de Aristóteles (384-322 a.C.) .......................14
2. Filosofia do Direito Medieval ........................................................................................................................... 29
2.1. Filosofia do Direito no Pensamento de Santo Agostinho (354-430) ....................................30
2.2. Filosofia do Direito no Pensamento de Santo Tomás de Aquino (1225-1274) .................35
Resumo ...............................................................................................................................................................................39
Mapa Mental ....................................................................................................................................................................40
Questões Comentadas em Aula .............................................................................................................................41
Questões de Concurso ...............................................................................................................................................48
Gabarito ..............................................................................................................................................................................55
Gabarito Comentado ...................................................................................................................................................56
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA MARIA RODRIGUES SOUSA - 80894950363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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Filosofia do Direito nos Pensamentos Clássico e Medieval
FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
ApresentAção
Olá aluno(a), tudo bem?
Seja bem-vindo(a) ao curso de Filosofia do Direito.
Você irá perceber que é possível dividir os sistemas filosóficos em quatro grandes 
períodos históricos:
1. Filosofia Antiga (clássica);
2. Filosofia Medieval;
3. Filosofia Moderna;
4. Filosofia Contemporânea.
As duas questões cobradas versam, na maioria das vezes, sobre dois períodos distintos, 
sendo mais comum se cobrar o pensamento de filósofos modernos e contemporâneos.
Embora o sistema de cada filósofo seja um pensamento próprio, saber em qual período ele 
se enquadra pode ser de grande valia, porque permite a você um melhor direcionamento na 
compreensão da temática em que se encontra inserida e, consequentemente, eliminar alterna-
tivas que não estejam caracterizadas àquele pensamento.
Para facilitar o entendimento do conteúdo, vou trabalhar com questões específicas da 
FGV cobradas em exames anteriores e questões dos nossos simulados. Eventualmente, como 
complemento, trarei algumas questões de concurso de outras bancas examinadoras.
Mas antes de continuarmos, vou me apresentar para que você possa me conhecer um pou-
co melhor. Sou Mestre em Sociologia pela Universidade de Brasília, bacharel em Direito pelo 
Centro Universitário de Brasília e bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal de 
Goiás. Sou advogado no Escritório França e Penha Advogadas e Associados em Brasília.
Além da advocacia, sou professor universitário desde o ano de 2000. Desde então já atuei 
em diversas instituições em Brasília, tais como, Centro Universitário Euro-Americano (2003-
2010); Universidade Católica de Brasília (2006-2019) e Centro Universitário Estácio de Brasília 
(2014-2019). Atualmente sou professor do Centro Universitário UniProcessus-DF, estou à fren-
te das disciplinas de Filosofia do Direito e Direito Eleitoral.
Aqui no Grancursos Online, trabalho com a disciplina de Filosofia do Direito para o Exame 
de Ordem, além do conjunto de matérias que compõe a multidisciplinar Formação Humanísti-
ca para os concursos das carreiras jurídicas.
Ao longo desses anos aprendi como trabalhar com as disciplinas introdutórias a fim de melhor 
contribuir para formação dos estudantes, conheço bem as dificuldades dos alunos e até mesmo a 
rejeição que manifestam em relação as disciplinas como Filosofia e outras propedêuticas.
Considero, em muitas ocasiões, essa rejeição compreensível, por esse motivo procuro 
aproximar ao máximo possível o conteúdo ministrado à realidade do estudante e, principal-
mente, da sua área de formação.
O objetivo aqui é contribuir para que você acerte as duas questões de filosofia, por esse 
motivo serei assertivo na apresentação do conteúdo de forma que facilite a sua compreensão.
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Filosofia do Direito nos Pensamentos Clássico e Medieval
FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
Feitas essas considerações iniciais, vou agora mostrar como organizei o curso:
Aula Tema Conteúdo da Aula
Aula 1
Filosofia do Direito nos 
pensamentos clássico e 
medieval
Justiça, virtude e equidade. Jusnaturalismo e 
Juspositivismo.
Aula 2
Filosofia do Direito no 
pensamento moderno
Contratualismo. Liberalismo político. 
Utilitarismo. Ética e Direito.
Aula 3
Filosofia do Direito 
contemporânea
Positivismo jurídico. Pós-positivismo. 
Teoria Tridimensional do Direito. Teoria da 
argumentação e lógica jurídica.
Os temas das aulas serão explorados a partir de sistemas filosóficos específicos, tal como 
se cobra no exame. O meu compromisso aqui é com o seu sucesso e, sendo possível, conquis-
tar o seu coração para a filosofia. 
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Filosofia do Direito nos Pensamentos Clássico e Medieval
FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
FILOSOFIA DO DIREITO NOS PENSAMENTOS 
CLÁSSICO E MEDIEVAL
1. FilosoFiA do direito no pensAmento ClássiCo
1.1. noções iniCiAis
A filosofia tem sua história iniciada na Grécia antiga, os primeiros filósofos tinham como 
preocupação central a compreensão do mundo natural, o que eles denominavam como physis, 
daí a razão pela qual se diz que os primeiros filósofos eram, na verdade, filósofos físicos, por-
que pretendiam compreender o funcionamento da natureza.
Para realizar essa empreitada, esses filósofos desenvolveram algumascategorias de pen-
samento, são elas: physis, arque, causalidade, cosmo, logos e caráter crítico.
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Filosofia do Direito nos Pensamentos Clássico e Medieval
FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
Essas seis categorias de pensamento constituíram a forma de organização da filosofia 
nascente, chamada de pré-socrática. Como eu destaquei acima, trata-se de uma forma de pen-
samento que tem a pretensão de explicar o mundo natural, porque se volta contra uma forma 
de pensamento dominante na época, o pensamento mítico-religioso. É nesse sentido que se 
pode falar que a filosofia nascente representa uma ruptura com o pensamento mítico.
É óbvio que o pensamento mítico-religioso não desapareceu, muito pelo contrário, man-
tém-se vivo até hoje. Você mesmo já deve ter usado de algum ritual mítico-religioso em sua 
vida, porque essa forma de pensamento permanece viva na cultura como um todo.
No entanto, o que importa observar nessa primeira filosofia que se constituiu foi a tentativa 
de se explicar os fenômenos naturais sem se recorrer ao sobrenatural e foi, na verdade, o início 
da constituição de um pensamento filosófico-científico.
Essa primeira filosofia chegou até nós apenas por fragmentos, uma vez que não há escritos 
filosóficos estruturados sobre esse pensamento, daí a razão pela qual o processo de conheci-
mento desse pensamento tenha se dado por uma reconstrução de historiadores da filosofia.
001. (IBC/SEDUC-MT/2017/ADAPTADA) Assinale a alternativa correta.
a) Os filósofos pós-socráticos escolheram a Physis para dizer qual era o princípio que estaria 
na origem da natureza e de seus movimentos.
b) O nascimento da Filosofa, portanto, pode ser entendido como um novo modo de pensar que 
se diferencia do mito, de uma visão de mundo única que se formou a partir de narrativas que 
eram transmitidas oralmente de geração para geração.
c) A religião, era apresentada com sistemas teóricos escritos, livros sagrados, sacerdotes, e 
aceita por toda população que nela acreditava e a concebia como verdadeira.
d) Por muito tempo o pensamento mítico não foi suficiente para organizar, explicar e significar o 
mundo, porém, o pensamento filosófico, enquanto um pensar conceitual e reflexivo acerca da reali-
dade, busca ordenar, explicar e significar a simplicidade do cosmos e a diversidade dos seres.
a) Errada. A alternativa faz uma pegadinha, coloca “pós-socrático”, quando deveria ser pré-socrático.
b) Certa. A alternativa é o gabarito, de fato há uma ruptura entre os pensamentos filosófico e 
mítico, uma vez que aquele irá se pautar pela racionalidade, pela crítica e tentativa de se encon-
trar na própria natureza a explicação para os fenômenos. Já o mito recorre ao sobrenatural, ao 
misterioso para explicar os fenômenos.
c) Errada. A alternativa erra porque traz informação historicamente errada, a religião era de 
tradição oral e não escrita.
d) Errada. O mito foi sim capaz de responder, por muito tempo, aos anseios das pessoas. Na 
verdade, até hoje muitas pessoas sentem que as respostas que a religião lhes fornece é sufi-
ciente para acomodar suas angústias.
Letra b
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Filosofia do Direito nos Pensamentos Clássico e Medieval
FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
Para os fins que interessam aqui, pouco se observará dessa filosofia nos exames, uma vez que 
não há ainda uma estrutura de pensamento que nos permita extrair elementos de uma filosofia do 
direito. Desse modo, direciono, a seguir, o conteúdo para o que de fato se cobra no Exame da Ordem.
Na verdade, em termos de estruturação de uma Filosofia do Direito, propriamente dita, 
somente na Contemporaneidade veremos a consolidação dessa disciplina. Mas é possível 
extrair, nas filosofias anteriores, conteúdos típicos de uma filosofia do direito, é que você irá 
observar a partir do próximo tópico e nas aulas seguintes.
Adianto a você que a filosofia do direito tem alguns temas que lhe são recorrentes, tais 
como justiça, liberdade e igualdade. Vamos a eles.
1.2. FilosoFiA AntropológiCA: sóCrAtes (469-399 A.C.) e os soFistAs
A filosofia que se desenvolveu a partir de Sócrates (469-399 a.C.) é também chamada de 
antropológica, isso porque tem o homem como elemento central da reflexão. Daí os temas que 
surgem na reflexão filosófica são: virtude, equidade, justiça, entre outros.
Mas como se dava essa filosofia? Como esses filósofos realizavam suas reflexões?
Você já deve ter ouvido a famosa frase de Sócrates: “só sei que nada sei”, não raro meus 
alunos usam essa frase nas minhas provas, uma tristeza quando isso acontece, porque tenho 
a sensação de que não expliquei o conteúdo como deveria. Felizmente, na maioria das vezes 
se trata de uma brincadeira, ainda bem, isso me deixa mais confortável.
Mas voltemos à Sócrates, você já se perguntou por que ele fez essa afirmação, ou que ela 
realmente significa? Vou te ajudar a pensar um pouquinho sobre o tema! A ideia da filosofia é 
a de que o conhecimento se constrói com a reflexão, com a dúvida, com o questionamento. 
Quando se tem dúvida, quando se questiona, então estaremos em busca do conhecimento, 
ao contrário, quando temos certeza das coisas, não queremos saber, não nos importamos em 
saber, porque temos a convicção de que já sabemos, de que já conhecemos.
A postura filosófica, por sua vez, é a de reconhecimento da nossa ignorância frente a algu-
ma coisa, objeto, situação, ou mesmo a realidade como um todo. Por esse motivo, afirmar que 
“só sei que nada sei” é a atitude mais corajosa do ponto de vista filosófico, porque é o reconhe-
cimento da nossa ignorância e, ao mesmo tempo, representa o desejo de conhecer.
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Filosofia do Direito nos Pensamentos Clássico e Medieval
FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
Foi com essa postura que Sócrates conquistou seguidores, provocou a ira dos políticos da épo-
ca e despertou na juventude o desejo de conhecer, de romper com as amarras das obviedades.
A partir da filosofia de Sócrates identificamos questões que podem ser tidas como típicas 
de uma filosofia do direito, ainda que não tenha sido projeto de seu pensamento a construção 
dessa disciplina. Vamos, então, verificar algumas das suas ideias e o contraponto com os prin-
cipais adversários da época, os sofistas.
A postura “só sei que nada sei” indica a busca de se conhecer a essência do objeto em aná-
lise. Explico melhor, quando se pergunta, por exemplo, o que é justiça? A resposta à questão 
deve indicar um conceito que se estenda para além do tempo e do espaço, porque se pretende 
atingir a essência, o imutável, para ele, a verdade das coisas.
Ao mesmo tempo em que questionava, Sócrates não dava a resposta, o que causava certo 
desconforto aos seus interlocutores, porque todos esperavam que ele respondesse à pergun-
ta. Ainda, aqueles que se atreviam a responder seus questionamentos, acabavam por apre-
sentar exemplos ou situações referentes ao tema objeto da pergunta. Então, ao invés de se 
responder, por exemplo, oque é justiça? Apenas se referiam a situações que diziam respeito à 
justiça, mas não ao conceito em si.
O que Sócrates queria? Queria que as pessoas, ao perceberem a própria ignorância, fos-
sem em busca do conhecimento. Mas qual conhecimento? Para ele, o conhecimento verdadei-
ro, a essência das coisas, a realidade em sua dimensão mais ampla. Ele não dava a resposta, 
porque não é o papel do filósofo, a resposta às questões deve ser encontrada pelo próprio 
indivíduo, ao filósofo cabe o papel de despertar no indivíduo o desejo de conhecer.
É por esse motivo que até hoje gostamos de dizer, ao nos referirmos aos filósofos, que 
eles gostam de questionar. E isso é verdade, não raro essas questões filosóficas nos deixam 
inquietos, seja por não termos as respostas, seja por termos receio de uma provável resposta 
errada. Mas o fato é que a filosofia nos leva indubitavelmente à dúvida, ao questionamento.
A postura de Sócrates irá colocá-lo em oposição à outra filosofia da época, os sofistas. 
Para os sofistas, a verdade é relativa, a justiça resulta tão somente de convenções humanas, 
não se tem, desse modo, um direito imutável. Ainda, não se pode atingir a essência do conceito 
de justiça, simplesmente porque não existe, ou porque o que se mostra é apenas uma realida-
de resultante de mera construção histórica.
Temos assim, de um lado a natureza, a physis, essa sim imutável, do outro, as convenções 
humanas que são marcadas pela cultura, pela história, pela política e, portanto, relativas à 
cada momento.
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Filosofia do Direito nos Pensamentos Clássico e Medieval
FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
TABELA 1 – COMAPARAÇÃO ENTRE AS FILOSOFIAS SOCRÁTICA E SOFÍSTICA
FILOSOFIA SOCRÁTICA FILOSOFIA SOFÍSTICA
• Essencialista;
• Compromisso com a verdade;
• O filósofo deve ajudar as pessoas a 
alcançar a verdade das coisas;
• Justiça é uma virtude.
• Relativista;
• Argumentação retórica;
• O filósofo deve ajudar as pessoas a 
construir argumentos convincentes;
• Justiça é uma convenção humana.
A postura sofística é fortemente criticada por Sócrates, porque entende que desvirtua o 
real papel da filosofia e, ao mesmo, tempo subverte a juventude. A filosofia deve buscar a ver-
dade, “só sei que nada sei” é consciência de quem precisa buscar o conhecimento, de quem 
deseja sair do estágio de ignorância para o estado do conhecimento.
O papel do filósofo é conduzir os indivíduos a fim de que esses consigam atingir o conheci-
mento, o filósofo não diz o que é a verdade, mas deve provocar as pessoas a buscar a verdade.
É nessa linha de raciocínio que se extrai, do seu pensamento, a noção de justo como re-
sultante do correto uso da razão, da virtude como critério e da verdade como objetivo a ser 
alcançado. Essa postura levará, na concepção socrática, a se compreender a justiça no âmbito 
da polis, porque ligada ao corpo político do qual se extrai o bem comum.
Mas observe que Sócrates não limita a conduta justa à uma perspectiva legal, porque se a lei, 
por um lado, é um primado para o bem comum coletivo, por outro, ela não consegue prevê todas as 
situações. Daí a razão pela qual o homem justo é aquele que tem a virtude de agir corretamente 
diante da imposição da lei, mas também quando esta não se mostra presente, por isso mesmo se 
diz que, para Sócrates, o cumprimento do dever é, antes de tudo, uma postura moral.
002. (FCC/SEDUC/2016/MODIFICADA) No período socrático, também chamado de antropo-
lógico, o ideal educativo grego deixou de ser a formação do jovem guerreiro, belo e bom, para a 
formação do bom cidadão, desenvolvendo uma nova educação com padrão ideal de formação 
do jovem a virtude cívica para o exercício da cidadania (areté).
NÃO corresponde ao papel dos sofistas, considerados os primeiros filósofos do período socrático:
a) Ensinavam que o homem é a medida de todas as coisas.
b) Ensinavam a técnica da persuasão para os jovens, que aprendiam a defender a favor ou 
contra qualquer posição ou opinião.
c) Defendiam que a educação antiga do guerreiro já não atendia às exigências da sociedade grega.
d) Propunham que, antes de persuadir os outros em uma discussão, era preciso conhecer-
-se a si mesmo.
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Filosofia do Direito nos Pensamentos Clássico e Medieval
FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
A questão pede para assinalar a alternativa que não corresponde ao papel dos sofistas. Esse 
tipo de questão costuma confundir, porque vem com uma negativa, mas com atenção você 
vencerá o examinador. Autoconhecimento é uma característica da filosofia socrática, não se 
refere ao pensamento sofístico, este preocupa-se fundamentalmente com a persuasão e se 
filia à ideia de que a verdade é relativa.
Letra d.
1.3. direito e JustiçA no pensAmento de plAtão (427-347)
Você deve ter notado que os temas explorados até aqui adentram muito pouco as questões 
ligadas à Filosofia do Direito. Ainda, deve ter percebido que essas primeiras linhas da filosofia 
nascente são menos sofisticadas, muitas questões colocadas são hoje tidas como superadas 
ou de pouco relevo. Será a partir de Platão que o pensamento filosófico terá uma maior sofis-
ticação, pelo menos é assim que eu entendo.
Explico melhor, Sócrates, sofistas e os pré-socráticos não produziram textos das suas filosofias, 
o que se sabe sobre os seus pensamentos chegou até nós por meio de fragmentos presentes em 
textos de outros pensadores que os reproduziam. A tradição era oral, mesmo em se tratando da 
filosofia, foi assim que se desenvolveu num primeiro momento. Platão altera essa forma de trans-
missão do conhecimento, porque produziu diversos textos numa forma dialógica.
É conhecida a famosa distinção que Platão estabelece entre o mundo das ideias (ou das 
formas) e o mundo sensível. Em A República há uma alegoria chamada de o “mito da linha di-
vidida” (Livro VI, 509c-511d) no qual se estabelece mais claramente essa distinção.
Na prática o que Platão está estabelecendo é a sua postura filosófica diante das pos-
sibilidades do conhecimento, ou seja, filia-se ao racionalismo, o que pode ser mais bem 
observado na figura abaixo.
FIGURA 1*:
Fonte: MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da Filosofia: dos pré-socráticos à Wittgenstein. Jorge 
Zahar, 2010. (p. 61).
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Filosofia do Direito nos Pensamentos Clássico e Medieval
FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
O racionalismo é uma grande corrente filosófica que concebe a ideia de que o conhecimen-
to verdadeiro advém da razão e não da experiência. Platão leva essa compreensão às últimas 
consequências, porque entende que os nossos sentidos não nos fornecem segurança quanto 
ao conhecimento que eventualmente possamos adquirir, isso ocorre porque eles nos fornecem 
apenas a aparência dos objetos, mas não alcançamos a sua essência.
Somente por meio da razão, do nosso intelecto é que seremos capazes de atingir o co-
nhecimento verdadeiro, ou seja, somente através da razão alcançamos o mundo das ideias. 
Essa distinçãoentre esses dois mundos é mais conhecida na alegoria da caverna (Livro VII, 
514a-517d), o filósofo é aquele que contribui para que as pessoas se livrem dos grilhões da 
ignorância e busquem a luz do conhecimento.
Na figura 1 podemos afirmar que os prisioneiros da caverna se encontrariam na linha B, neste 
segmento o que se tem acerca do mundo é apenas visão de imagens, sombras, o que é denominado 
por Platão como eikasia, na figura 1 você irá observar na coluna à direita no segmento Bb. Um pouco 
acima, linha Ba, temos as percepções baseadas em crenças, convicções, ou seja, pistis, é mera doxa, 
opinião, não chega nem mesmo a ser tido como conhecimento na visão de Platão.
Você deve estar achando estranhas essas palavras, peço um pouco de paciência, não se 
prenda a elas, apenas observe o seguinte, o que está em jogo aqui é como nos relacionamos 
com o conhecimento, quais as possibilidades que temos de conhecer.
Para Platão essas percepções que se dão por meio apenas dos estados mentais que se 
encontram nas linhas Bb e Ba, expostas na figura 1, não podem ser tidas como conhecimento 
porque estão presas às falhas produzidas por nossos sentidos, somente quando rompemos as 
correntes, ou seja, quando nos libertamos da caverna, atingimos o mundo superior, o segmen-
to A, cujos estados mentais são as linhas Ab e Aa.
Para se chegar ao nível superior é necessário o uso da razão, não se chega ao mundo das 
ideias por meio dos sentidos, não é possível alcançá-lo materialmente, daí o motivo que se usa 
o termo “amor platônico”, porque somente atingível através da contemplação intelectual.
A imagem dos prisioneiros da caverna no outro mito, bem mais conhecido do que esse 
que expus na figura 1, representa a clara divisão dessas duas realidades e, ao mesmo tempo, 
os estados mentais de conhecimento. Somente rompendo com os grilhões, ou seja, somente 
rompendo com o senso comum, os preconceitos, as nossas convicções etc. é que alcançare-
mos o mundo das formas.
Esse tema é bem interessante, mas dificilmente será objeto de uma questão de filosofia do 
direito. O mais comum é que se explore as concepções de justiça e de direito. E por que eu me 
dediquei a explicá-lo aqui? Porque é necessário para compreensão do pensamento de Platão 
quanto ao que ele concebe acerca da justiça e do direito.
Então vamos ao que interessa de fato, entender a filosofia de Platão. Primeiro vale destacar 
que ele não estabeleceu clara distinção entre direito e justiça, utiliza uma mesma palavra para 
se referir a ambos de forma intercambiável, díkaion.
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Filosofia do Direito nos Pensamentos Clássico e Medieval
FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
O que você deve, no entanto, ficar atento é quanto à consideração que esse filósofo 
tem em relação à justiça porque se distancia sobremaneira das concepções atuais. Para 
se alcançar o conhecimento verdadeiro sobre a noção de justiça, não se pode ficar preso 
ao mundo material, uma vez que teremos aí apenas as percepções oriundas das nossas 
crenças, convicções, ou mera opinião (doxa).
De início atente-se para a noção de polis, tudo gira em torno dela, por esse motivo não há 
que se falar em justiça, direito ou virtude desvinculados da polis. De uma forma simples, não é 
possível que alguém se julgue justo numa sociedade corrompida pelo simples fato de a justi-
ça se ligar à polis e não ao indivíduo.
É por esse motivo, por exemplo, que Platão critica a ideia de justiça como o “dar a cada 
um o que é seu”, concepção presente na cultura antiga. A crítica de Platão à essa concep-
ção está focada na ausência de imparcialidade, uma vez que tenderia a privilegiar amigos 
em detrimento dos não amigos.
003. (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXIX/2019) Mas a justiça não é a perfeição 
dos homens? PLATÃO, A República. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993.
O conceito de justiça é o mais importante da Filosofia do Direito. Há uma antiga concepção 
segundo a qual justiça é dar a cada um o que lhe é devido. No entanto, Platão, em seu livro A 
República, faz uma crítica a tal concepção.
Assinale a opção que, conforme o livro citado, melhor explica a razão pela qual Platão 
realiza essa crítica.
a) Platão defende que justiça é apenas uma maneira de proteger o que é mais conveniente 
para o mais forte.
b) A justiça não deve ser considerada algo que seja entendido como virtude e sabedoria, mas 
uma decorrência da obediência à lei.
c) Essa ideia implicaria fazer bem ao amigo e mal ao inimigo, mas fazer o mal não produz per-
feição, e a justiça é uma virtude que produz a perfeição humana.
d) Esse é um conceito decorrente exclusivamente da ideia de troca entre particulares, e, para 
Platão, o conceito de justiça diz respeito à convivência na cidade.
“Justiça é dar a cada um o que lhe é devido”, observe que o enunciado da questão afirma que 
Platão critica essa ideia. Das alternativas disponíveis, a que faz essa crítica direta é a alterna-
tiva “c”, nosso gabarito.
Letra c.
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Filosofia do Direito nos Pensamentos Clássico e Medieval
FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
Nas provas de Filosofia do Direito para o Exame da Ordem, fique sempre atento ao enunciado da 
questão, você verá que, não raro, no próprio enunciado se encontra a resposta ou os indicativos de 
qual alternativa assinalar. Assim, mesmo sem conhecer o filósofo, será possível acertar a questão.
Do exame da OAB a questão acima é a única que explorou diretamente o pensamento de Platão, 
mas como se trata de um filósofo importante, não me surpreenderá se o seu pensamento surgir em 
novos exames. Então, fique ligado aos seguintes detalhes da filosofia jurídica de Platão:
• Não há clara distinção entre Direito e Justiça, a mesma palavra é usada de forma inter-
cambiável, díkaion;
• O que é justo é mais relevante do que é o direito em sua forma positiva, porque a lei pode 
ser corrompida pela ação dos homens (Platão lembra aqui a condenação de Sócrates, 
baseada na lei, ainda assim injusta);
• Não concebe uma postura positivista do direito, porque associa direito e justiça à virtude;
• A justiça é uma coisa bela, a profissão de advogá-la também o é, mas quando o advoga-
do não se compromete com a verdade, então se afasta da beleza da justiça. Para Platão 
é inconcebível o advogado que se compromete com a vitória num processo a despeito 
do que seja verdadeiramente justo.
• O homem justo não é diferente da cidade justa, porque não se concebe a ideia de justiça 
como conduta individual, isolada da polis.
O tema mais provável em uma questão de filosofia do direito que explore o pensamento de 
Platão estará presente no quadro acima, porque ali se resumem suas principais ideias acerca 
do justo e do direito. Ponto relevante, a ideia de uma cidade corrompida diz respeito tanto a 
inobservância das leis, quanto a existência de leis corrompidas.
004. (GRANOAB/8º SIMULADO DO EXAME XXXII/2021)
“A concepção platônica sobre o justo é muito peculiar e especial. Difere totalmente da vi-
são que o jurista moderno tenha sobre o direito. Para o pensamento de Platão, torna-se muito 
difícil dissociar direito de justiça, o que é reforçado pelo fato de que a mesma palavra, díkaion, 
é utilizada de maneira intercambiável no textoplatônico para essas duas ideias”
(MARCONDES, D. Iniciação à História da Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2010).
Como consequência da concepção platônica acerca do justo e do direito, pode-se afirmar que
a) Uma lei injusta não é direito, mesmo que dotada de validade jurídica.
b) Uma lei injusta é direito, desde que dotada de validade jurídica.
c) A justiça da norma depende tão somente de sua validade jurídica.
d) O direito injusto é direito enquanto norma jurídica, mas não enquanto norma justa.
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Filosofia do Direito nos Pensamentos Clássico e Medieval
FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
A questão exige a compreensão de que o direito não se dissocia da justiça, logo não é direito 
o que é injusto, mesmo que dotado de validade jurídica. Aqui se tem uma concepção que é 
totalmente dissociada do positivismo.
Letra a.
Mas você poderia questionar, então se as leis são injustas, justifica-se a sua inobservância, 
logo esse indivíduo estaria sendo justo, certo? Para Platão isso não seria possível, lembre-se, 
tudo se liga à polis. Portanto, a existência de leis injustas já significa uma sociedade corrompi-
da e não se resolve a corrupção com a simples desobediência, é preciso refazer as leis.
É nesse momento que Platão defende a importância do papel do filósofo, porque não pode 
a polis ser guiada por paixões, por quem simplesmente não está comprometido com a ver-
dade, a justiça e a virtude. A defesa desse ideal se encontra no Livro V de A República, num 
diálogo com Glauco, afirma que o filósofo seja rei, que o rei seja filósofo.
1.4. JustiçA, Virtude e equidAde no pensAmento de Aristóteles 
(384-322 A.C.)
A Filosofia Clássica tem em Aristóteles o pensador de maior relevo, o que conseguimos 
extrair de mais importante de uma filosofia do direito dessa produção antiga é, sem sombras 
de dúvidas, do seu pensamento.
Já vou confessar aqui, gosto muito do pensamento de Aristóteles e acho incrível como um 
pensamento distante há mais de dois mil anos ainda permanece vivo e capaz de influenciar 
não apenas a filosofia, mas a prática governamental e a produção de algumas leis. Você verá 
aqui que muitas ideias desse filósofo permanecem vivas!
A obra de maior relevo para a filosofia do direito de Aristóteles se chama Ética a Nicomaco. 
Dela extraímos as principais ideias relacionadas à justiça, virtude e equidade exploradas por 
sua filosofia e foi dela também que as questões do exame da Ordem foram retiradas.
Aristóteles é reconhecido como o aluno mais brilhante de Platão e por quem nutriu grande 
amizade. Logo, não é de se estranhar que tenha sofrido influências daquele pensamento filosó-
fico. Mas é também original, afasta-se do seu mestre quanto a concepção dualista do mundo, 
a ideia de que se deve conceber duas realidades, uma sensível e outra das formas.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
Para Aristóteles, o processo de conhecimento se dá de forma linear e não por rupturas, 
como pensava Platão. Pode-se dizer que o processo ocorre por acumulação e começa desde 
as sensações iniciais.
Nem todos nós chegaremos ao último estágio, porque se trata também de uma opção, boa 
parte dos indivíduos se sente bem no que faz e, provavelmente, estarão ali na fase da experi-
ência, outros chegarão até a técnica e se darão por satisfeitos.
Você que pretende advogar ou seguir alguma outra carreira jurídica, talvez se sinta realiza-
do(a) desenvolvendo a técnica jurídica que aprendeu. Ou pretenda um pouco mais, sonha em 
ser um doutrinador, sonha em deixar um legado, uma obra jurídica de grande relevância, neste 
caso você não irá parar no estágio da técnica, porque tem ambições maiores.
Você concorda que faz mais sentido a maneira como Aristóteles descreve o processo do 
conhecimento? Platão separa em dois mundos, eles não se comunicam, fica difícil entender 
como se passa de um mundo para o outro. No pensamento de Aristóteles as coisas são mais 
simples, porque são lineares, fazem mais sentido.
Vamos avançar um pouco mais, vou trazer agora a distinção que Aristóteles faz acerca dos 
saberes, ele os divide em três campos distintos, prático, produtivo e teorético. A importância 
dessa distinção está em se situar as acepções acerca da justiça que ele desenvolveu, a parte 
de fato relevante da sua filosofia do direito e o que mais se cobra nas provas.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
No modelo aristotélico, a Justiça faz parte do conhecimento prático, porque está no âmbi-
to da ética. Vamos com calma para que fique bem clara a ideia de Aristóteles.
A justiça é uma virtude, ou seja, é fazer a coisa certa mesmo quando da ausência da lei, 
ou quando a lei não fornece elementos adequados à realização da justiça. Por isso se enten-
de que justiça é uma virtude. Mas como se desenvolve a virtude? Os homens e mulheres são 
naturalmente virtuosos ou essa postura perante o mundo se desenvolve por meio da prática 
humana? O que você pensa a respeito?
Para Aristóteles, a virtude se desenvolve por meio da conduta ética, é prática reiterada que se 
“cola” ao comportamento do indivíduo. E o que é a ética? É o campo do saber que nos fornece os 
elementos necessários à realização da conduta correta, que nos ajuda a nos afastarmos do erro.
Logo, por esse raciocínio, a justiça é uma conduta ética. Deixando nos levar pela razão 
seremos capazes de observar adequadamente qual conduta melhor se coaduna à retidão. Ao 
mesmo tempo, no esquema aristotélico, observar-se-á que essa conduta ética estará vincu-
lada à polis. Ora, já vimos esse mesmo raciocínio com Platão, aqui se percebe uma nota que 
se repete no pensamento clássico, qual seja, a de se ter a polis como centralidade da conduta 
cidadã. Nesse sentido, a justiça se realiza na polis!
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
A justiça como virtude é uma concepção que está presente no pensamento clássico, Só-
crates, Platão e Aristóteles defendem essa tese. Isso significa que a justiça se encontra 
no campo da ética, do dever de fazer a coisa certa quando da observância da lei, ou mes-
mo quando a lei é omissa.
Mas antes de continuarmos, quero que você volte rapidamente à imagem anterior, aquela 
que coloca a divisão dos saberes. Observe que na segunda linha temos o saber produtivo, co-
loquei como exemplos a arquitetura e a advocacia. Esta última coloquei entre aspas, porque 
não se trata de uma abordagem feita diretamentepor Aristóteles, mas uma interpretação que 
eu fiz acerca do seu pensamento.
O saber produtivo é um conhecimento que se desenvolve com vista a uma aplicação, por 
esse motivo coloco a advocacia entre esses saberes, porque se trata de um campo cujo obje-
tivo é aplicar o conhecimento à uma atividade específica, não se realiza advocacia meramente 
por contemplação, ou por pura curiosidade filosófica.
Diferente dos saberes prático e produtivo, temos o teorético, este sim, voltado para 
o conhecimento e pelo conhecimento. Pareceu estranho a você? Vou explicar melhor, na 
atualidade pensamos o conhecimento sempre voltado à uma aplicação, no esquema aris-
totélico seria o conhecimento produtivo.
E quando pensamos na conduta humana, em problemas que vivenciamos no cotidia-
no, tal como a corrupção, a solidariedade e outros, lidamos com as questões éticas, por-
tanto, o saber prático.
Teríamos espaço para um saber meramente teorético, ou seja, um saber que não tem in-
teresse direto em servir à prática ou ser aplicável e produtivo? É difícil, porque vivemos um 
momento no qual impera certo utilitarismo (não faço referência aqui a doutrina filosófica pro-
duzida por J. Bentham e J. S. Mill, veremos o tema na aula 2). O que não é útil e aplicável não 
serve, simples assim.
O pensamento de Aristóteles é bem diferente dessa perspectiva, porque entende que o co-
nhecimento superior se dá exatamente quando desvinculado de ordens práticas ou produtivas, 
porque se liga basicamente ao objetivo de conhecer.
Acredito que você deve estar pensando: “não concordo com Aristóteles, se não tivesse 
que responder as questões de Filosofia, eu não estaria tendo essa aula agora”. Se você estiver 
pensando algo assim, entendo e digo a você que tal postura se encaixa perfeitamente ao pen-
samento atual, um mundo dominado pela técnica e cada vez mais pragmático.
Mas voltemos ao tema. Feitas essas considerações, temos que a justiça se encontra 
no campo da ética e que ela se manifesta como uma virtude, porque o homem justo o será 
na observância da lei, ou mesmo quando a lei nada dizer a respeito. Grave essa informa-
ção, poderá ser útil a você.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
E o que é justiça para Aristóteles? A justiça é o justo meio. Não se convenceu da resposta? 
Mas eu sugiro que guarde esse conceito simples, ele já caiu em prova.
005. (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XI/2013) Considere a seguinte afirmação de 
Aristóteles:
“Temos pois definido o justo e o injusto. Após distingui-los assim um do outro, é evidente 
que a ação justa é intermediária entre o agir injustamente e o ser vítima da injustiça; pois um 
deles é ter demais e o outro é ter demasiado pouco.”
(Aristóteles. Ética a Nicômaco. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 329).
De efeito, é correto concluir que para Aristóteles a justiça deve sempre ser entendida como:
a) produto da legalidade, pois o homem probo é o homem justo.
b) espécie de meio termo.
c) relação de igualdade aritmética.
d) ação natural imutável.
Espécie de meio termo. Aristóteles concebe a ideia de que a justiça é ajuste perfeito, não po-
dendo exceder ou faltar, porque se excede, então é injustiça por excesso, na falta será injustiça 
por incompletude. Tente pensar numa sanção, ela será justa se atacar com precisão o mal que 
a conduta anterior causou.
Letra b.
É obvio também que a concepção de justiça de Aristóteles não se resume a essa noção, 
mas é bom que você guarde essa primeira noção, porque pode te salvar numa questão de 
prova. Vamos explorar um pouco mais suas ideias e eu trarei novas questões para que você 
perceba como será testado pelo examinador.
Vou começar destacando as várias acepções de justiça que nosso filósofo identifica, na 
verdade todas elas se ligam ao que ele chama de justo total. E o que isso significa? Justo total 
é a observância da lei, é a justiça que se realiza na polis, dela vamos extrair outras acepções de 
justiça, o que Aristóteles chamou de justo particular.
Justiça particular não tem relação alguma como a ideia de justiça privada, ou de autotu-
tela jurisdicional.
O termo particular é empregado para se referir às espécies de justiça, ou seja, do justo total 
teremos particularidades que se manifestam a partir das seguintes possibilidades: relações 
entre o povo e o Estado e relações privadas, ou seja, entre os próprios cidadãos.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
Assim, temos que, a justiça particular é espécie do justo total e se manifesta nas particula-
ridades da vida. Ela se divide em justiça distributiva, justiça corretiva e uma forma especial, a 
justiça por reconhecimento.
A justiça distributiva se dá na relação entre governo e súditos, quando o governo realiza 
a distribuição de cargos, dinheiro e honrarias. Na atualidade, essa distribuição se realiza por 
meio de política do Estado empreendidas pelos governos.
Os cargos, geralmente, são distribuídos por meio de concursos públicos, o dinheiro por 
meio de programas de transferência de renda e as honras por meio do reconhecimento de no-
toriedade a pessoas ou instituições em determinadas áreas de atividade.
A justiça distributiva é proporcional, porque permite que a distribuição seja desigual, uma 
vez que seus beneficiários serão distribuídos conforme o merecimento ou necessidades, ou 
ainda merecimento e necessidade.
Exemplo de justiça distributiva é o Programa Universidade Para Todos, PROUNI. A distri-
buição de bolsas de estudo é feita por dois critérios, necessidade (condição socioeconômica 
do beneficiado) e mérito (desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM). Ainda, 
o programa permite bolsas de 100% e de 50% do valor da mensalidade na instituição superior 
de ensino onde o beneficiário irá cursar sua faculdade.
Na justiça distributiva, o tratamento diferenciado e o consequente benefício desigual 
de um para outro é o que torna justo o ato, porque o benefício deve ser proporcional ao 
mérito ou a necessidade. E alguns merecem mais que outros, ou estão em situação de 
maior necessidade do que outros.
A justiça corretiva, por sua vez, manifesta-se nas relações entre os próprios indivíduos, 
sejam essas relações iniciadas voluntariamente pelas partes ou em situações acidentais ou 
mesmo impositivas por uma das partes. Explico melhor, vem comigo.
Quando você contrata com alguém um serviço ou produto, essa relação é voluntária, ambos 
manifestaram a vontade de está naquela relação. Se futuramente uma das partes não cumprir 
com a obrigação acordada, tem-se aí a injustiça, o que irá impelir a parte lesada a buscar o seu 
direito. A esse tipo de situação Aristóteles classificou como “justiça corretiva comutativa”.
Uma segunda situação ocorre quando a relação se origina sem que as partes queiram, ou 
ao menos uma delas.
EXEMPLO
É o caso de um acidente de trânsito, no qual se provocou dano a outra pessoa. Nesse tipo de 
situação, quem causou o dano terá a obrigação de reparação, é o que Aristóteles chama de 
“justiça corretiva reparativa”.
A justiça reparativa poderá ser acionada também quandoo dano causado a outrem se ori-
ginou por ato criminoso, como em um assalto. Além da necessária punição na esfera penal, o 
agressor deverá, nos termos aristotélicos, reparar o dano causado à vítima.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
Observe que a justiça corretiva se subdivide em comutativa e reparativa. A primeira 
é aplicada para as relações que se originaram pela vontade das partes, por isso dei o 
exemplo do contrato; já a segunda, a reparativa, é para as relações que não se originaram 
pela vontade das partes, tais como uma relação resultante de um acidente, ou de um ato 
criminoso (como o assalto).
Em qualquer uma das situações a que a justiça corretiva se manifesta, teremos como 
característica central o fato de se tratar de relações entre iguais, porque a relação é entre 
particulares. O que implica numa justiça absoluta, a correção deve se dá na exata medida 
do dano causado.
Além do justo particular distributivo e do justo particular corretivo, Aristóteles nos in-
forma ainda de uma terceira acepção de justiça, trata-se da justiça por reciprocidade que 
se aplica quando das permutas de mercadorias, essa justiça implica em equivalência dos 
produtos permutados.
Aristóteles se pergunta o que há em comum entre o produto do agricultor e o produto do 
artesão sapateiro. Pra ele é a demanda, isso porque tanto o agricultor precisa do produto do 
sapateiro, quanto o sapateiro precisa do produto do agricultor, o que possibilita a permuta.
No entanto, o dinheiro, com sua alta liquidez tem a capacidade de se transformar em qual-
quer produto, daí não vemos, na maioria das vezes, que no mercado, o que se tem, de fato, são 
permutas de mercadorias e serviços.
006. (GRANOAB/1º SIMULADO DO EXAME XXXVI/2022)
“Todos os bens devem, portanto, ser medido por uma só e mesma coisa, como dissemos. 
Essa unidade é na verdade a demanda, que mantém todas as coisas juntas (...). Haverá, então, 
reciprocidade quando os termos forem igualados de modo que assim como o agricultor está 
para o sapateiro, a quantidade de produtos do sapateiro esteja para os produtos do trabalho do 
agricultor, pela qual é trocada”.
(ARISTÓTELES. Ética a Nicomaco. Jandira, SP: Princiis, 2021, p. 116).
Em sua obra Ética a Nicomaco, Aristóteles se propõe a analisar as formas específicas de como 
a justiça se manifesta. Assim, nos termos da obra em referência, é correto afirmar que o excer-
to acima se refere
a) Justiça proporcional, porque se dá na relação entre governo e súditos.
b) Justiça corretiva que visa reparar a ausência de proporcionalidade nas relações de tro-
ca de mercadorias.
c) Justiça comutativa porque pautada na equivalência dos atos voluntários que originam as 
relações de troca.
d) Justiça como reciprocidade, diz respeito a equivalência de produtos diferentes quando da 
troca de mercadorias.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
Aristóteles se refere a uma modalidade especial de justiça, a reciprocidade. Essa acepção de 
justiça se aplica nas trocas de mercadorias e serviços, diz respeito a equivalência entre um 
produto A e um produto B. Essa equivalência ocorre por meio da demanda que se tem desses 
produtos, de modo que possam ser intercambiados. Como o dinheiro faz a intermediação das 
mercadorias, o que facilita as relações de troca, nem sempre percebemos com clareza a equi-
valência entre os produtos.
Letra d.
A justiça por equivalência ocorre quando os produtos permutados se equivalem, sem que 
um seja beneficiado mais do que outro. Assim, numa troca entre um produto A e um produto B, 
é necessário que ambos sejam equivalentes em termos de valor, para que se evite a injustiça. 
Quando um produto equivale mais do que o outro, o justo é buscar as formas de se compensar, 
esse é o modo correto de garantir a justiça.
E para facilitar sua compreensão do tema, pense: (1) justiça distributiva se realiza por meio 
de programas sociais do governo; (2) justiça corretiva se realiza nas relações entre particu-
lares para corrigir o descumprimento de uma relação contratual (2.1) justiça comutativa, ou 
para reparação de um dano provocado numa relação originalmente involuntária (2.2) justiça 
reparativa; (3) justiça por reciprocidade, quando da permuta de mercadorias e a necessária 
equivalência entre os produtos permutados.
007. (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XX/2016) A partir da leitura de Aristóte-
les (Ética a Nicômaco), assinale a alternativa que corresponde à classificação de justiça 
constante do texto:
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
“... uma espécie é a que se manifesta nas distribuições de honras, de dinheiro ou das outras 
coisas que são divididas entre aqueles que têm parte na constituição (pois aí é possível rece-
ber um quinhão igual ou desigual ao de um outro)...”
a) Justiça Natural.
b) Justiça Comutativa.
c) Justiça Corretiva.
d) Justiça Distributiva.
O conceito acima se refere exatamente à justiça distributiva. Está contextualizado à época de 
Aristóteles, era comum o governante fazer distribuição de cargos, honras ou de espólios da 
guerra. Nessas circunstâncias, atender a quem mais precisava se caracterizaria, na visão de 
Aristóteles, como sendo uma forma de justiça. Na atualidade é mais fácil perceber essa ideia 
nas políticas sociais implementadas pelos governos, ali se identifica mais claramente a noção 
de justiça nos moldes a que Aristóteles se refere.
Letra d.
A justiça corretiva, conforme eu já havia destacado acima, manifesta-se nas relações 
entre particulares e se subdivide em duas modalidades distintas, (a) corretiva comutativa 
e (b) corretiva reparativa.
A diferença central entre uma e outra está na origem da relação, Aristóteles diz que na 
justiça comutativa as partes iniciam a relação voluntariamente, por isso usei o exemplo do 
contrato; já a relação que enseja a justiça corretiva se inicia involuntariamente. 
008. (FGV/OAB/EXAME DA ORDEM UNIFICADO XXX/2020) Temos, pois, definido o justo e o in-
justo. Após distingui-los assim um do outro, é evidente que a ação justa é intermediária entre o agir 
injustamente e o ser vítima da injustiça; pois um deles é ter demais e o outro é ter demasiado pouco.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
Em seu livro Ética a Nicômaco, Aristóteles apresenta a justiça como uma virtude e a diferencia 
daquilo que é injusto. Assinale a opção que define aquilo que, nos termos do livro citado, deve 
ser entendido como justiça enquanto virtude.
a) Um imperativo categórico que define um modelo de ação moralmente desejável para toda 
e qualquer pessoa e se expressa da seguinte maneira: “Age como se a máxima de tua ação 
devesse tornar-se, por meio da tua vontade, uma lei universal”.
b) Uma espécie de meio-termo, porém não no mesmo sentido que as outras virtudes, e sim porque 
se relaciona com uma quantia intermediária, enquanto a injustiça se relaciona com os extremos.
c) Uma maneira de proteger aquilo que é o mais conveniente para o mais forte, uma vez que 
a justiça como produto do governo dos homens expressa sempre as forças que conseguem 
fazer valer seus próprios interesses.
d) O cumprimento dos pactos que decorrem da vida em sociedade, seja da lei como pacto que 
vincula todos os cidadãos da cidade, seja dos contratos que funcionam como pactos celebra-
dos entre particulares e vinculam as partes contratantes.
Questão recente e que explora o conceito de justiça aristotélico, mais uma vez a ideia de justo meio. 
Fique ligado, porque em Aristóteles a justiça é pensada em termos matemáticos, por isso a noção 
de justeza, de ponto intermediário, porque não pode exceder, como também não pode faltar.
Letra b.
Acerca das acepções de justiça particular, fique atento para não cair numa eventual pegadi-
nha da banca que queira induzi-lo a associar justiça particular à justiça privada, ou autotutela. 
O tema acepções de justiça é o que mais se cobra nas provas de filosofia do direito, por isso 
essa parte do conteúdo merece sua atenção. 
1.4.1. Outras Acepções de Justiça
Além das noções de justiça distributiva e de justiça corretiva, há outras acepções de justiça 
com potencial para serem cobradas na sua prova, daí o motivo para você ficar atento e não 
errar. A primeira delas diz respeito à diferenciação que Aristóteles faz entre o justo doméstico 
e o justo na cidade.
O justo na cidade se aplica às relações na polis, é o mesmo que justo político, porque apli-
cável ao corpo cívico. Pense nas leis gerais que definem as normas da polis. Já o justo domés-
tico diz respeito às relações da casa, ou seja, das relações entre o senhor e seus filhos, entre o 
senhor e sua esposa, entre o senhor e seus escravos.
Você deve estranhar esse conceito de justo doméstico e com razão, porque ele está con-
textualizado à um momento histórico muito diferente do nosso. É um conceito com pouco 
potencial para cair em prova, mas atente-se a ele para diferenciá-lo dos demais.
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Filosofia do Direito nos Pensamentos Clássico e Medieval
FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
Pense apenas o seguinte, as leis são abrangentes, mas para cada situação teremos uma 
forma específica de relação e a realização da justiça terá que levar em conta essas distinções. 
De fato, é o que temos na atualidade, pense, por exemplo, nas diversas varas de justiça, cada 
uma cuida de uma área específica, cuida de um tipo específico de relação social.
De certo modo, é disso que Aristóteles está tratando, mas na sua época não se utilizavam 
essas terminologias, tampouco as relações eram dotadas do mesmo grau de complexidade 
que temos hoje.
De qualquer modo, fique atento a essa distinção, justiça doméstica a que se aplica às re-
lações do seu senhor com seus filhos, esposa e escravo. O detalhe aqui é que para cada um 
desses personagens da casa havia uma forma específica de tratamento, o que impõe uma 
justiça própria também.
Já o justo da cidade é o justo político, as relações que envolvem todo o corpo cívico da polis. É 
no espaço público onde essas regras se manifestam e que culminam na realização da justiça.
Outra diferenciação importante que Aristóteles produz, essa com maior potencial de ser 
cobrada em sua prova, diz respeito a diferenciação entre justo natural e justo legal. Temos aqui 
a velha dicotomia entre Jusnaturalismo e Juspositivismo.
Em Aristóteles não temos dicotomia entre jusnaturalismo e juspositivismo, porque a legis-
lação perfeita é a correta adequação entre o justo natural e o justo legal. O que o autor entende 
por justo natural é, na verdade o direito natural, aquelas regras oriundas da própria natureza. 
Nesse sentido, são elas boas em si mesmas, não são criadas, mas descobertas pela razão.
O justo legal, por seu turno, diz respeito às regras que são criadas pelo homem, portanto, 
são convenções humanas, sujeitas a erros e ao perecimento no tempo em razão de mudanças 
na cultura, economia ou sociedade.
Outro tema presente na teoria aristotélica, e com grande potencial para ser cobrado em 
provas de filosofia do direito, diz respeito à equidade. Aqui você tem claramente uma vanta-
gem, porque o princípio da equidade, largamente usado no direito brasileiro, guarda algumas 
semelhanças com o pensamento aristotélico.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
009. (FCC/CÂMARA DE FORTALEZA-CE/2019/ADAPTADA)
O raciocínio aristotélico remete a uma interpretação nova da ideia de natureza: se a natu-
reza física é a mesma em todos os lugares (“O fogo queima tão bem aqui quanto entre os Per-
sas”), a natureza humana é variável e sujeita a uma indeterminação essencial. A esse respeito, 
a “conformidade com a natureza” não se pode pensar em termos de universalidade, mas antes 
de variabilidade. Em suma, o direito natural não deve ser compreendido como uma “universa-
lidade separada”, sobre o modo platônico de uma supernatureza, mas antes como aquilo que 
acompanha a variabilidade do humano.
(BILLIER, Jean-Cassien; MARYIOLI, Aglaé. História da Filosofia do Direito. São Paulo: Manole, 2005, pp. 82-83)
Com base no texto acima,
a) para Aristóteles a lei positiva (norma jurídica) é invariável, mas o direito natural é variável.
b) Aristóteles compreende o direito natural e a justiça a partir de uma ideia de equidade, segun-
do a qual não deve existir um ideal absoluto em desconformidade com as situações concretas.
c) embora a natureza humana seja variável, o direito positivo não o é.
d) para a filosofia do direito, o pensamento de Aristóteles aproxima-se de Platão pelo conceito 
de supernatureza.
A lei positiva, por si só, não é garantia de justiça no sistema aristotélico, há que se considerar 
as possibilidades de essa lei, em razão de ser produto humano, exceder ou faltar (os extremos 
ou a falta provocam injustiças), razão pela qual a equidade se faz totalmente necessária.
Letra b.
A preocupação de Aristóteles é com os rigores da lei, o que ele chama de justiça legal, 
ou ainda quando a generalidade da lei implicar em injustiça no caso concreto. São nessas 
situações em que a equidade deve ser usada, porque permitiria se fazer a correção e ga-
rantir que a justiça seja feita.
Para Aristóteles, a equidade é o restabelecimento do que é conveniente e justo, aplica-se às 
situações para correção dos rigores da lei.
Nessa mesma linha de raciocínio, Aristóteles define a essência do homem équo da 
seguinte forma1:
a) Capacidade de escolha deliberada e de ação com coisas équa;
b) Não ser rigoroso na justiça legal quandoesta é a pior solução;
c) Inclinar-se a ter menos mesmo quando a lei lhe é favorável em detrimento do outro.
1 Ver BITTAR, E. & ALMEIDA, G. A. de. Curso de Filosofia do Direito. São Paulo: Atlas, 2018 (p. 168).
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
Observe que tal conduta só é possível para alguém virtuoso, descolado de sentimentos 
egoísticos e comprometido com o bem social mais geral. As letras “a” e “b” me parecem mais 
plausíveis de serem identificadas em situações concretas, por exemplo, operadores do direito 
comprometidos em realizar a justiça, é aquele juiz que busca não apenas a aplicação dos ri-
gores da lei ao caso concreto, mas que busca ser justo, imparcial e observar as possibilidades 
dadas para além do que a justiça legal eventualmente determina.
Obviamente que tal postura é sempre delicada, pode nos levar ao que se convencionou cha-
mar de ativismo do Judiciário, sobretudo em se tratando da nossa tradição de civil law que traz 
molduras mais rígidas para atuação do juiz quando comparamos à tradição de common law.
De toda sorte, o que se tem aí é a ideia básica de que a justiça legal nem sempre dispõe dos 
mecanismos necessários à realização da justiça efetiva, daí a razão pela qual Aristóteles defende a 
equidade como um princípio a guiar o aplicador da lei quando esta engendrar em injustiça.
O que dispõe a letra “c” me parece bem mais complicado, porque já não estamos mais nos 
referindo ao aplicador da lei, mas a quem eventualmente seria beneficiado. Tem-se na atua-
lidade uma perspectiva de se reduzir os litígios, daí a formação do advogado voltada para a 
negociação, a conciliação e a mediação.
Ainda assim, conseguir convencer alguém a ter menos que o outro porque o seu direito 
poderá prejudicar o outro, é algo demasiadamente virtuoso. As tentativas de conciliação num 
processo se valem de outros argumentos, por exemplo, o de que conciliar garante celeridade, 
solução mais rápida da lide.
010. (FCC/DPE-SP/2010/ADAPTADA) Ao comentar a doutrina aristotélica da justiça, Tercio 
Sampaio Ferraz Júnior, em sua obra Estudos de Filosofia do Direito, indica aquele que seria o 
“preceito básico do direito justo, pois só por meio dele a justiça se revelaria em sua atualidade 
plena”. Este preceito, que também pode ser definido como “uma feliz retificação do justo estri-
tamente legal” ou ainda “o justo na concretude”, é denominado
a) dignidade.
b) vontade.
c) equidade.
d) piedade.
Retificação do justo estritamente legal, o próprio enunciado entrega a possibilidade de respos-
ta, porque se refere claramente à ideia de equidade, é esse princípio responsável pela adequa-
ção do que é legal ao que é verdadeiramente justo.
Letra c.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
Se você se deparar com uma questão dessas em sua prova, saiba que Aristóteles associa jus-
tiça à virtude e isso implica que o homem virtuoso busca sempre a justiça, porque é o certo a se 
fazer, mesmo quando a lei nada disser a respeito, ou quando a lei for demasiado rigorosa a ponto 
de sua aplicação provocar injustiça. O homem virtuoso é équo e justo em todas as circunstâncias!
E para fechar essas considerações acerca das acepções de justiça no pensamento de 
Aristóteles, eu destaco ainda o que ele pensa acerca do papel do juiz. O juiz é tido como o 
mediador do processo de aplicação da justiça, por esse motivo, entende Aristóteles, que o juiz 
representa a própria ideia de justiça.
Para que você entenda o raciocínio de Aristóteles, peço que não faça qualquer juízo de 
valor, tente perceber a defesa que ele faz da justiça como parte do campo ético e, por esse 
motivo, aquele que aplica a lei só poderá fazê-lo se comprometido eticamente, ou seja, se efe-
tivamente for uma pessoa virtuosa.
011. (CESPE/PJC-MT/2017/ADAPTADA) A definição filosófica de ato moral como um ato, 
sobretudo, de moderação, isto é, uma justa medida entre dois extremos, está relacionada ao 
pensamento ético de
a) Aristóteles, pois ele afirma que a virtude é uma qualidade que se exprime na escolha do 
meio-termo entre a falta e o excesso.
b) Platão, visto que, para ele, a virtude não é algo que possa ser ensinado, tampouco algo inato, 
mas, sim, um dom divino.
c) Aristóteles, já que, para ele, agir moralmente significa agir conforme a lei, independentemen-
te das circunstâncias.
d) Platão, pois ele propõe que a moralidade e a equidade são os únicos meios adequados para 
se alcançar justiça legal.
A questão explora os pensamentos de Platão e de Aristóteles, mas é possível eliminar as alter-
nativas pelo próprio enunciado, observe que se refere à “justa medida”, a ideia de ponto inter-
mediário, ou seja, temas explorados por Aristóteles, não por Platão.
Letra a.
012. (CESPE/MPU/2018/MODIFICADA)
Está, pois, suficientemente esclarecido que a virtude moral é um meio-termo entre dois ví-
cios, um dos quais envolve excesso e o outro, deficiência, e isso porque a sua natureza é visar 
à mediania nas paixões e nos atos.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
Do que acabamos de dizer segue-se que não é fácil ser bom, pois em todas as coisas é 
difícil encontrar o meio-termo. (...) A justiça corretiva será o intermediário entre a perda e o 
ganho. Eis aí por que as pessoas em disputa recorrem ao juiz; e recorrer ao juiz é recorrer à 
justiça, pois a natureza do juiz é ser uma espécie de justiça animada; e procuram o juiz como 
um intermediário, e em alguns Estados os juízes são chamados mediadores, na convicção de 
que, se os litigantes conseguirem o meio-termo, conseguirão o que é justo. O justo, pois, é um 
meio-termo, já que o juiz o é. Ora, o juiz restabelece a igualdade.
Aristóteles. Ética a Nicômaco. In: Os pensadores. (Org.) José A. M. Pessanha. 4.ª ed., v. 2, São Paulo: Nova Cul-
tural, 1991 (com adaptações).
A partir das ideias constantes nesse fragmento de texto, é correto afirmar que:
a) A justiça se vincula à natureza do trabalho de juiz, cuja atuação deve ser ética e correspon-
der ao exercício da própria noção de justiça.
b) Por ser da natureza humana as paixões e os vícios, sendo o juiz um ser humano, não se tem 
jamais segurança no seu julgamento.
c) Está perante o juiz não se é o mesmo que se colocar diante do justo, porque o juiz, como 
todo homem, é movido por paixões e, por esse motivo, é sempre parcial.
d) A decisão do juiz expressa numa sentença somente será justa quando alinhada ao justo natural.
Está perante o juiz é o mesmo que está perante o justo, parece estranho à nós, mas isso 
é possível porque Aristóteles associa a atividade do juiz à própria realização da justiça, 
quando se busca o Judiciário, por exemplo, se espera que a justiça seja realizada. Even-
tualmente o juiz poderá sim agir conforme suas paixões e deixar de ser ético, mas nesse 
caso não é um problemada justiça em si, mas da conduta reprovável, cuja decisão será 
passível de anulação.
Letra a.
Aristóteles é, sem sombra de dúvidas, o filósofo mais importante da era clássica, por esse 
motivo você verá o seu pensamento sendo explorado em diversos exames. No exame da OAB 
a disciplina de Filosofia do Direito ainda é recente, temos poucas questões para explorar, mas 
em outros exames, como nos concursos das carreiras jurídicas, a disciplina já vem sendo co-
brada há bastante tempo. 
O pensamento desse filósofo é recorrente nesses exames e no exame da OAB tem sempre 
grande potencial de ser cobrado, por isso é fundamental que você fique atento. Aqui destaquei 
o que é mais comum da sua filosofia do direito e o que tem sido mais cobrado nesses exames, 
por isso mesmo com maior potencial que se repita na sua prova.
Resumindo as principais ideias aqui exploradas, temos:
• A justiça é uma virtude.
• A justiça se encontra no campo da ética e, portanto, na práxis humana (razão prática).
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
• A justiça se realiza na relação entre homens (sentido universal).
• A polis é um corpo cívico composto por homens para realização do bem comum.
• A justiça total é o justo legal que se realiza na polis.
• A justiça particular é espécie do justo total e se divide em justiça distributiva e jus-
tiça corretiva.
• A justiça corretiva se divide em reparativa e comutativa.
2. FilosoFiA do direito medieVAl
O que você lembra da Era Medieval? Confesso a você que é a parte da história que eu me-
nos me interesso, acho que muitos dos meus professores contribuíram para essa minha nega-
tiva em relação a esse período histórico. Mas peço a você que não se deixe seduzir por essa 
força negativa, há muito que se explorar desse período e é exatamente o que faremos agora no 
estudo acerca da filosofia do direito que se desenvolveu na Idade Média.
Basicamente iremos explorar o pensamento de dois expoentes desse período: Santo Agostinho 
(354-430) e Santo Tomas de Aquino (1225-1274). Estão separados por oito séculos, ou seja, Agosti-
nho se encontra ali no final da Idade Antiga e Aquino já está mais próximo do final da Era Medieval.
Embora cronologicamente Agostinho se encontre na Era Antiga, o seu pensamento é explo-
rado como típico da Idade Média em razão da temática explorada e da influência que teve ao 
logo de praticamente toda a Era Medieval.
É importante salientar também que houve outros filósofos de grande estatura intelectual 
desse período, acontece que Agostinho e Tomas de Aquino são os mais cobrados nos exames 
e praticamente resumem o que se pode extrair de uma filosofia do direito desse período.
Na Era Medieval temos uma característica fundamental na forma como a filosofia irá se 
manifestar, uma vez que terá a palavra revelada como marco teórico central. Talvez você ache 
estranho o fato de a filosofia ter, no seu início (filosofia pré-socrática), estabelecido uma ruptu-
ra com o pensamento mítico-religioso e agora, alguns séculos depois, voltar-se para o religio-
so, mais do que isso, ela passa a ser submetida à religião.
Isso aconteceu em razão do poder da Igreja, passando a filosofia a ser o seu objeto de 
domínio. A filosofia contribuiu para a unidade doutrinária do cristianismo, a ideia de razão, por 
exemplo, tida pelos primeiros filósofos como sendo o logos, é interpretada pelos filósofos me-
dievais como sendo o próprio Deus, ou melhor, Deus é a razão.
Quando você tiver um tempinho, tentando relaxar, sugiro que assista ao filme “Em nome 
de Deus” (Inglaterra/Iuguslávia – direção de Cliver Donne – 1988). O filme conta a história de 
amor entre o filósofo Pedro Abelardo e Heloísa na França do século XII.
Como se trata de um filme que explora a história real dos dois, vale a pena assisti-lo, não só 
pela bela produção, mas também porque é uma oportunidade de conhecer um pouco mais da 
história do período e realizar uma reflexão histórico-filosófica.
E será de uma forma bem mais agradável do que algumas aulas que você já teve sobre o 
tema. Outra sugestão, quando visitar à França, visite o túmulo dos dois (cemitério Père Lachai-
se em Paris), é um dos lugares mais visitados por casais apaixonados.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
Mas voltemos à nossa aula, vamos pensar um pouco sobre a filosofia medieval e o que ela 
tem de relevante que poderá ser cobrado na sua prova.
O início dessa junção se deu ainda com os ensinamentos de Paulo de Tarso, mas será com 
o trabalho de Santo Agostinho que se produzirá um discurso filosoficamente estruturado, forne-
cendo à teologia cristã elementos fundamentais à organização institucional da própria Igreja.
A filosofia que se desenvolveu no período compreendido entre os séculos I e VIII é conhe-
cida como patrística, recebeu esse nome por ser originada nos pais fundadores da Igreja. Seu 
objetivo principal foi o de promover a doutrina cristão, porque forneceu os preceitos elemen-
tares para a unidade cristã.
Há outra escola do período medieval, a escolástica que se estruturou entre os séculos IX e 
XV. Será com a escolástica que o projeto de se unir fé e razão se tornará mais evidente, ou seja, 
a busca por um discurso racional que tentou explicar a existência de Deus.
O pensamento de Agostinho está situado na escola patrística, já o de Santo Tomás de Aqui-
no se encontra na escolástica. Não é de se estranhar que será deste último a preocupação em 
oferecer uma explicação racional para a existência de Deus.
Essa abordagem tem seu valor, porque o pensamento religioso também influenciou os 
Estados, até hoje observamos o quanto de valores religiosos estão presentes em diversas 
normas do ordenamento pátrio. Na sequência vou apresentar a você os dois principais pensa-
dores medievais e com maior potencial de ter as suas filosofias cobradas na sua prova.
2.1. FilosoFiA do direito no pensAmento de sAnto Agostinho (354-430)
Vou começar te convidando a rememorar suas primeiras aulas de Introdução ao Estudo do Di-
reito, pode ser? Acho que com esse convite não conseguirei te conquistar, mas tenha paciência, é 
apenas um modo de fazer um link entre os conteúdos. Vamos lá, lembra da classificação que se 
costuma fazer acerca das fontes do direito natural? É disso que estou falando, veja abaixo:
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
A cada época, uma forma específica de se pensar o direito natural é colocada. Aqui eu cha-
mo atenção para a Idade Média, em função do domínio do Cristianismo no Ocidente e, conse-
quentemente, sobre o pensamento jurídico, o que se tem como direito natural será fortemente 
influenciado pela doutrina cristã, daí o motivo pelo qual a concepção acerca do que seja direito 
natural se vincular à Deus.
013. (GRANOAB/2º SIMULADO DO EXAME XXXV/2022)“Ignorava a verdadeira justiça interior que não julga pelo costume, mas pela lei retíssima de 
Deus Onipotente. Segundo ela, formam-se os costumes das nações e dos tempos, consoante 
as nações e os tempos, permanecendo ela sempre a mesma em toda parte, sem se distinguir 
na essência ou nas modalidades, em qualquer lugar”.
(SANTO AGOSTINHO, Confissões. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001)
A justiça, para Agostinho, tem particularidades não pensadas pela filosofia clássica, ainda que 
influenciado por aquele pensamento, sobretudo de tradição platônica.
Assinale a alternativa que expressa a concepção de justiça em Agostinho, nos termos da obra citada.
a) É possível mensurar os atos justos por meio dos costumes, o homem justo é aquele se man-
tém fiel às boas leis da cidade.
b) É do direito natural que se extrai a justiça, suas regras inflexíveis são a expressão da representa-
ção divina no homem.
c) O justo vive da fé, porque, como ainda não vemos nosso bem, é preciso que o busquemos pela fé.
d) A lei justa se extrai das virtudes humanas, ainda que não sejam de inspiração divina, porque 
a justiça também se realiza por conveniências.
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FILOSOFIA DO DIREITO
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a) Errada. Erra por associar justiças às leis da cidade, em Agostinho a justiça somente se rea-
liza pela fé.
b) Errada. Erra ao associar justiça ao direito natural e estabelece-lhe ligação à representação 
divina, em Agostinho é somente pela fé que se alcança a graça e, por consequência, a justiça.
d) Errada. Erro semelhante ao da letra a, pois associa justiça às virtude humanas e se dispen-
sar a inspiração divina, as conveniências não produzem justiça e as virtudes que não sejam de 
inspiração divina, não são virtudes.
Letra c.
Agostinho é responsável direto por essa interpretação, em sua obra mais conhecida, A ci-
dade de Deus, estabelece os pressupostos básicos do que aqui estou identificando como uma 
filosofia do direito. Defende que em Deus reside a justiça e não no homem. Nesse sentido, dife-
rencia-se da filosofia clássica, porque para àquela filosofia, as virtudes humanas são exemplos 
de justiça, a própria justiça se manifesta como uma virtude.
Agostinho, por seu turno, entende que não há justiça humana, somente a lei eterna, advinda 
de Deus, é capaz de promover a verdadeira justiça.
014. (CESPE/SEDUC-CE/2013/ADAPTADA) O pensamento ético-cristão, nomeadamente em 
Agostinho e Tomás, retoma a ética platônico-aristotélica, mas a redimensiona no horizonte da com-
preensão bíblica. Considerando esse assunto, assinale a opção correta acerca da referida ética cristã.
a) A felicidade é o fim último do homem; e a virtude, o meio para o homem alcançar a felicida-
de. Além disso, a felicidade suprema pode ser alcançada nesta vida.
b) O homem é imagem e semelhança de Deus, dotado de inteligência, livre-arbítrio e de domí-
nio sobre os seus atos. Ele abraçará não somente as virtudes naturais, mas também as virtu-
des sobrenaturais da graça, como fé, esperança e caridade.
c) Virtude é uma questão de dever e, dessa forma, não possui relação com felicidade, vis-
to que o cumprimento do dever é penoso para o homem, e a felicidade é um sentimento 
de contentamento pleno.
d) A justiça e a prudência são as virtudes supremas; além destas virtudes, que estão ao alcan-
ce do homem, não há outras.
Nesta questão se explora exatamente a concepção de Agostinho em relação ao que é o homem 
e a possibilidade de justiça. Observe que tudo se liga às ideias de Deus, de fé e de submissão 
do homem ao divino. Por isso mesmo, a noção de virtude não é suficiente para se determinar 
o homem justo e bom, porque dependente sempre de sua fé e consequente submissão à Deus.
Letra b.
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FILOSOFIA DO DIREITO
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Para Agostinho, “o justo vive da fé, porque, como ainda não vemos o nosso bem, é preciso 
que o busquemos pela fé”2. Mas ao mesmo tempo que destaca a ligação da ideia de justiça 
vinculada efetivamente ao divino, não temos em Agostinho um pensamento subversivo, ao 
contrário, defende que a lei terrena, ainda que imperfeita, deverá ser obedecida.
“À César o que é de César”, você já deve ter ouvido bastante essa afirmação, pois aqui ela 
tem conotação importante, porque se vincula à postura filosófica cristã produzida por Agos-
tinho. Devemos obedecer aos reis simplesmente porque sua autoridade advém da vontade 
divina, essa é a concepção presente na sua filosofia, o que a princípio parece contraditório com 
a sua noção de justiça divina.
015. (GRANOAB/4º SIMULADO DO EXAME XXXII/2020) Para Agostinho, “o justo vive da fé, 
porque, como ainda não vemos o nosso bem, é preciso que o busquemos pela fé”. Mas ao 
mesmo tempo que destaca a ligação da ideia de justiça vinculada efetivamente ao divino, não 
temos em Agostinho um pensamento subversivo, ao contrário, defende que a lei terrena, ainda 
que imperfeita, deverá ser obedecida. Observa-se no seu pensamento, a concepção de duas 
formas de justiça, uma divina e outra humana. Sobre esse tema, assinale a alternativa correta.
a) A justiça divina é guiada pela lei eterna, criada por Deus e praticamente ininteligível aos homens.
b) A justiça divina é resultante da lei natural e a lei natural é parte inteligível da lei eterna reve-
lada aos homens por meio da razão.
c) A justiça humana é corrupta e injusta, por isso devem ser desobedecidas por aqueles temen-
tes a Deus, uma vez que deverão se guiar sempre pela justiça divina.
d) A justiça humana é uma criação dos homens, portanto mutável e imperfeita.
A justiça humana, ainda que seja imperfeita e mutável, deve ser observada porque emana 
de uma autoridade constituída por Deus. Elas são imperfeitas em razão da inobservância 
dos legisladores aos desígnios divinos, como o homem possui livre arbítrio, Deus não in-
terfere em suas escolhas.
a) Errada. Está errada porque faz referência ao conceito de lei eterna desenvolvida por Santo 
Tomás de Aquino e não por Agostinho.
b) Errada. Faz a mesma confusão que a alternativa “a”, refere-se a conceitos extraídos da filo-
sofia tomista e, ainda assim, eivado de equívocos.
c) Errada. Porque contraria a concepção agostiniana em relação a postura do homem em re-
lação às leis humanas, ou seja, mesmo sendo imperfeitas e mutáveis, as leis humanas devem 
ser obedecidas, “à César o que é de César”.
Letra d.
2 SANTO AGOSTINHO. A cidade de Deus. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001, p. 388.
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Filosofia do Direito nos Pensamentos Clássico e Medieval
FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
O que há no seu pensamento é a clara noção de existem duas justiças a serem conside-
radas, uma divina, outra humana. A justiça divina é guiada pela lei eterna, criada por Deus 
e revelada aos homens nos textos sagrados. A justiça humana é uma criação dos homens, 
portanto mutável e imperfeita.
Por que devemos obedecer a lei dos homens, uma vez queela é imperfeita? Exatamente 
porque emana de uma autoridade que foi constituída por Deus. Mas se foi constituída por 
Deus, logo não poderia errar, certo? Não é bem assim, porque aos homens foi dado o livre ar-
bítrio, Deus não interfere no livre arbítrio, o erro é humano, não divino, ocorre quando o livre 
arbítrio não se guia pela retidão, pela luz interior, ou seja, pela razão divina.
Pareceu a você um pouco de pregação religiosa? Pois é, a filosofia medieval, por estar 
fortemente vinculada ao cristianismo e, ao mesmo tempo, eivada de teologia, é também um 
discurso religioso. Mas aqui o que importa a você de fato é acertar as questões que porventura 
caiam em sua prova sobre esse pensamento, então atente-se a esse tema pensando exata-
mente no seu objetivo.
Para Agostinho as leis humanas são corruptas e falíveis, porque se interessam tão somen-
te pelo exterior. Ao passo que a lei eterna advém de Deus, interessa-se pelo interior, pela alma 
humana. Mas tal como já assinalado acima, Agostinho não defende subversão dos homens às 
leis humanas, defende, contudo, a possibilidade de que já aqui na terra o homem se mantenha 
fiel aos desígnios de Deus e, consequentemente, constituirá a Cidade de Deus.
Então, vejamos:
Se a cidade de Deus já se manifesta aqui na Terra, então os homens serão efetivamente 
guiados pela lei eterna, deixando que a luz interior, ou seja, o próprio Deus, guie os seus passos. 
A razão é Deus e a razão está presente em todos nós, só precisamos deixar que essa centelha 
do divino se manifeste para que sua chama se torne mais forte.
Novamente você deve pensar: “esse professor parece estar querendo pregar para mim”. 
Não é isso, na verdade essa explanação apenas enfatiza o poder que o cristianismo exerceu 
sobre a filosofia da época ao longo de todo esse período histórico.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
016. (CESPE/SEDUC-CE/2009) A obra Cidade de Deus, de Santo Agostinho, tem como tema central
a) a constituição de uma filosofia da história com base na providência divina e em sua justifi-
cação teológica.
b) a afirmação das verdades reveladas e da teologia cristã como base da política mundana.
c) a retomada dos argumentos platônicos expostos em A República como base para a cons-
tituição da cidade de Deus.
d) a constituição dos princípios da cidade de Deus em conflito com a cidade terrena, ou a ci-
dade do diabo.
a) Certa. Exatamente porque se trata do real propósito pretendido por Agostinho em sua obra, 
ou seja, uma filosofia da história com base na providência divina.
b) e c) Erradas. São facilmente descartadas porque há internamente contradição.
d) Errada. Pode gerar dúvida, porque se refere ao conflito entre a cidade de Deus e a cidade 
terrena, mas a sutileza da afirmação está no fato de se referir a esse conflito como sendo 
constituído na obra, isso está errado. A obra identifica a existência desse conflito, mas não o 
constitui, ainda, a obra apresenta os meios para superar esses conflitos.
Letra a.
2.2. FilosoFiA do direito no pensAmento de sAnto tomás de Aquino 
(1225-1274)
Oito séculos depois de Agostinho, teremos na filosofia de Santo Tomás de Aquino o desen-
volvimento de um pensamento robusto e que dele é possível extrair algumas lições de filosofia 
do direito. Se a influência da filosofia platônica no pensamento de Agostinho se mostra mais 
presente, será o pensamento de Aristóteles o mais significativo em Aquino.
Tivemos até o momento apenas uma única questão no exame da ordem que explorou o 
pensamento de Tomás de Aquino, você verá que ela se vincula diretamente às acepções de 
justiça de Aristóteles.
017. (FGV/OAB/EXAME UNIFICADO XX/2016) Na sua mais importante obra, a Summa Theo-
logica, Santo Tomás de Aquino trata os conceitos de justiça comutativa e de justiça distributiva 
de uma tal maneira, que eles passariam a ser largamente utilizados na Filosofia do Direito.
Assinale a opção que apresenta esses conceitos, conforme expostos na obra citada.
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FILOSOFIA DO DIREITO
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a) A Justiça Comutativa regula as relações mútuas entre pessoas privadas e a Justiça Distri-
butiva regula a distribuição proporcional dos bens comuns.
b) A Justiça Distributiva destina-se a minorar os sofrimentos das pessoas e a Justiça Comuta-
tiva regula os contratos de permuta de mercadorias.
c) A Justiça Comutativa trata da redução ou diminuição das penas (sanção penal) e a Justiça 
Distributiva da distribuição justa de taxas e impostos.
d) A Justiça Comutativa regula a relação entre súditos e governante e a Justiça Distributiva 
trata das relações entre diferentes povos, também chamadas de direito das gentes.
a) Certa. A questão explora os conceitos de justiça distributiva e justiça comutativa. São con-
ceitos aristotélicos reproduzidos por Tomás de Aquino em sua obra Summa Theológica. Justi-
ça distributiva trata das relações entre o governo e os seus súditos, numa linguagem atual, dirí-
amos entre o Estado e o povo e pretende atacar as desigualdades por meio da redistribuição 
dos recursos estatais, por isso se fala em justiça relativa. Já a justiça comutativa é aquela que 
se manifesta nas relações entre particulares, visa corrigir um erro resultante de uma relação 
jurídica inicial que se manifestou deliberadamente pela vontade das partes.
b) Errada. Nota importante acerca da alternativa “b”, a justiça que regula a permuta entre mer-
cadoria, segundo Aristóteles, é a justiça por reciprocidade, trata-se de uma modalidade de 
justiça que visa garantir que as mercadorias permutadas sejam equivalentes entre si para que 
assim se possa ter justiça na relação.
c) e d) Erradas. Fazem confusões com os conceitos e fogem do tema central trabalhado por 
Aristóteles e Aquino acerca dessas acepções de justiça.
Letra a.
Na sua obra Suma Teológica, Aquino dedica duas seções que tratam da filosofia do direito, 
a primeira se refere ao tratado das leis e a segunda o tratado de justiça. São dessas duas se-
ções que podemos esperar alguma questão do examinador. 
Há uma novidade interessante trazida por Aquino, sua divisão das leis em quatro classes 
distintas. Nos outros autores, como em Agostinho, vemos essa divisão em duas, lei dos ho-
mens e lei eterna, ou direito positivo e direito natural. Aquino irá inovar, identificando duas clas-
ses novas de lei, lei eterna, lei divina, lei natural e lei humana. Vamos entender cada uma delas.
Uma primeira aproximação do seu pensamento nos leva a perceber a influência dos clás-
sicos, considera lei apenas o que está voltado para o bem comum. A lei ordena o bem comum, 
portanto, não se trata de definir lei a partir de um critério formal de validade como se verá entre 
os modernos, mas o que se volta para o interesse comum.
É nessa direção que se encontram as quatro concepções de lei trazidas em sua filosofia:
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FILOSOFIA DO DIREITO
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018. (COLÉGIO PEDRO II/2016/PROFESSOR DE FILOSOFIA)
Vemos que as coisas que não têm inteligência, como, por exemplo, os corpos naturais, 
agem para uma finalidade, o que se mostra pelo fato de sempre ou frequentemente agirem 
da mesma forma, para conseguirem o máximo, donde se segue que não é por acaso, mas in-
tencionalmente, que atingem seu objetivo. As coisas, entretanto, que não têm inteligência só 
podem procurar um objetivo dirigidas por alguém que conhece e é inteligente, como a flecha 
dirigida pelo arqueiro. Logo, existe algum ser inteligente que ordena todas as coisas da nature-
za para seu correspondente objetivo: a este ser chamamos Deus.
(AQUINO, Tomás de. Suma Teológica (I, Questão 2). In: MARCONDES, Danilo (org.). Textos básicos de filosofia. 
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007, p. 71.)
Ao elaborar a quinta via racional da existência de Deus, Tomás de Aquino
a) demonstrou empiricamente que a existência de Deus é uma verdade racional, a partir da 
finalidade dos seres.
b) utilizou a teoria da finalidade dos seres, de base aristotélica, para demonstrar como a ordem 
natural tem origem em Deus.
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FILOSOFIA DO DIREITO
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c) desenvolveu uma prova a partir da finalidade dos seres com base na filosofia platônica, ali-
cerce do pensamento medieval escolástico, exemplificado nesta quinta via.
d) concluiu que o ser humano somente consegue chegar às verdades sagradas por meio da 
iluminação, processo que o faz compreender a finalidade dos seres.
a) Errada. Fala em “prova empírica” da existência de Deus, não é disso que trata sua filosofia, 
quando o tema é abordado em “As cinco provas da existência de Deus”, o faz usando de requi-
sitos racionais.
b) Certa. é exatamente do que trata a sua filosofia, busca em Aristóteles os elementos para 
construção de uma argumentação filosófica e teológica que demonstre como a ordem natural 
tem origem divina.
c) Errada. Refere-se à influência platônica, quando a influência em seu pensamento é aristotélica.
d) Errada. Atente-se para o fato de a verdade chegar à nós por meio da revelação nas escrituras 
sagradas, não por meio da iluminação como quer a alternativa.
Letra b.
Uma nota curiosa é que em Tomás de Aquino a lei natural não é completamente imutável, 
nos preceitos primeiros a natureza não muda, mas quanto aos seus preceitos secundários ela 
poderá sim sofrer alterações. Aí está um tópico para você ficar atento, porque o examinador 
poderá cobrar exatamente esse tipo de conhecimento.
Como eu já havia destacado no início da seção sobre a filosofia medieval, trata de um 
pensamento com vinculação ao cristianismo, por isso a temática dessa filosofia sempre trará 
alguma ligação com o pensamento religioso.
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FILOSOFIA DO DIREITO
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RESUMO
A filosofia nasceu na Grécia Antiga e representou, na sua primeira manifestação, uma rup-
tura com o pensamento mítico-religioso. 
Os primeiros filósofos, conhecidos como pré-socráticos, queriam explicar o funcionamen-
to da natureza buscando as causas dos fenômenos que identificavam, razão pela qual são 
também conhecidos como filósofos físicos.
Os pré-socráticos desenvolveram categorias de pensamento que os ajudaram a formular 
suas primeiras ideias sobre a natureza: phisys (mundo natural); causalidade (relações de cau-
sa e efeito); arque (elemento primordial da natureza); cosmo (realidade que inclui a phisys e os 
astros); logos (razão); caráter crítico (o conhecimento é passível de revisão).
A filosofia clássica iniciada com Sócrates se caracteriza por ser uma filosofia antropológi-
ca, isso se deu porque o homem passou a ser o objeto central dessa filosofia.
Platão, discípulo de Sócrates, concebeu a realidade dividida em dois mundos, um sensível 
e outro suprassensível, também chamado de mundo das ideias ou das formas. É no mundo 
das ideias onde se encontra a verdade das coisas, mas esse mundo só é acessível por meio 
do pensamento racional.
Ainda, Platão não estabelece uma clara distinção entre direito e justiça e associa a reali-
zação da justiça à polis, porque não concebe a possibilidade de o homem individualmente ser 
justo numa sociedade corrompida.
Aristóteles foi discípulo de Platão, para muitos o filósofo mais importante do período clás-
sico. Trabalha com a justiça a partir de uma concepção matemática porque afirma que a justi-
ça é o justo meio.
A justiça pode ser aritmética, quando lida com as relações típicas do direito privado, seja 
na sua dimensão comutativa, seja na sua dimensão reparativa, e pode ser também geométrica, 
quando lida das relações entre governos e seus súditos na distribuição dos bens, honras ou 
outros recursos.
Na filosofia medieval temos a conciliação entre fé e razão, isso se deu por meio da utiliza-
ção da filosofia como discurso racional de unidade do cristianismo. Esse discurso se iniciou 
com Paulo de Tarso, mas teve em Santo Agostinho sua expressão filosófica de maior relevo.
Em Agostinho identificamos uma diferenciação entre dois tipos de leis, a eterna (oriunda 
da vontade divina) e a humana (resultante das convenções humanas). 
Temos ainda a defesa de que a lei humana deveria se inspirar na lei eterna a fim de que o 
projeto de criação da cidade de Deus já se iniciasse aqui na Terra.
Por fim, o segundo filósofo de maior relevância da Era Medieval é Santo Tomás de Aquino. 
Sua filosofia sofreu forte influência do pensamento de Aristóteles, retoma alguns dos concei-
tos de justiça daquele autor e produz uma teoria que busca provar, por meio da argumentação 
filosófica e teológica, a existência de Deus.
A filosofia de Tomás de Aquino inova ao identificar a existência de quatro classes de lei, 
eterna, divina, natural e humana. A eterna rege tudo, o universo, a vida e a natureza, parte des-
sa lei é revelada nas escrituras, é chamada de lei divina, outra parte se revela na natureza e é 
descoberta por meio da razão. A lei humana é aquela resultante das convenções, da própria 
vontade do homem.
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MAPA MENTAL
Sobre a Filosofia Socrática
Sobre a Filosofia Platônica
Acepções de Justiça no Pensamento de Aristóteles
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FILOSOFIA DO DIREITO
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QUESTÕES COMENTADAS EM AULA
001. (IBC/SEDUC-MT/2017/ADAPTADA) Assinale a alternativa correta.a) Os filósofos pós-socráticos escolheram a Physis para dizer qual era o princípio que estaria 
na origem da natureza e de seus movimentos.
b) O nascimento da Filosofa, portanto, pode ser entendido como um novo modo de pensar que 
se diferencia do mito, de uma visão de mundo única que se formou a partir de narrativas que 
eram transmitidas oralmente de geração para geração.
c) A religião, era apresentada com sistemas teóricos escritos, livros sagrados, sacerdotes, e 
aceita por toda população que nela acreditava e a concebia como verdadeira.
d) Por muito tempo o pensamento mítico não foi suficiente para organizar, explicar e significar o 
mundo, porém, o pensamento filosófico, enquanto um pensar conceitual e reflexivo acerca da reali-
dade, busca ordenar, explicar e significar a simplicidade do cosmos e a diversidade dos seres.
002. (FCC/SEDUC/2016/MODIFICADA) No período socrático, também chamado de antropo-
lógico, o ideal educativo grego deixou de ser a formação do jovem guerreiro, belo e bom, para a 
formação do bom cidadão, desenvolvendo uma nova educação com padrão ideal de formação 
do jovem a virtude cívica para o exercício da cidadania (areté).
NÃO corresponde ao papel dos sofistas, considerados os primeiros filósofos do período socrático:
a) Ensinavam que o homem é a medida de todas as coisas.
b) Ensinavam a técnica da persuasão para os jovens, que aprendiam a defender a favor ou 
contra qualquer posição ou opinião.
c) Defendiam que a educação antiga do guerreiro já não atendia às exigências da socie-
dade grega.
d) Propunham que, antes de persuadir os outros em uma discussão, era preciso conhecer-se 
a si mesmo.
003. (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXIX/2019) Mas a justiça não é a perfeição 
dos homens? PLATÃO, A República. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993.
O conceito de justiça é o mais importante da Filosofia do Direito. Há uma antiga concepção 
segundo a qual justiça é dar a cada um o que lhe é devido. No entanto, Platão, em seu livro A 
República, faz uma crítica a tal concepção.
Assinale a opção que, conforme o livro citado, melhor explica a razão pela qual Platão 
realiza essa crítica.
a) Platão defende que justiça é apenas uma maneira de proteger o que é mais conveniente 
para o mais forte.
b) A justiça não deve ser considerada algo que seja entendido como virtude e sabedoria, mas 
uma decorrência da obediência à lei.
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c) Essa ideia implicaria fazer bem ao amigo e mal ao inimigo, mas fazer o mal não produz per-
feição, e a justiça é uma virtude que produz a perfeição humana.
d) Esse é um conceito decorrente exclusivamente da ideia de troca entre particulares, e, para 
Platão, o conceito de justiça diz respeito à convivência na cidade.
004. (GRANOAB/8º SIMULADO DO EXAME XXXII/2021)
“A concepção platônica sobre o justo é muito peculiar e especial. Difere totalmente da vi-
são que o jurista moderno tenha sobre o direito. Para o pensamento de Platão, torna-se muito 
difícil dissociar direito de justiça, o que é reforçado pelo fato de que a mesma palavra, díkaion, 
é utilizada de maneira intercambiável no texto platônico para essas duas ideias”
(MARCONDES, D. Iniciação à História da Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2010).
Como consequência da concepção platônica acerca do justo e do direito, pode-se afirmar que
a) Uma lei injusta não é direito, mesmo que dotada de validade jurídica.
b) Uma lei injusta é direito, desde que dotada de validade jurídica.
c) A justiça da norma depende tão somente de sua validade jurídica.
d) O direito injusto é direito enquanto norma jurídica, mas não enquanto norma justa.
005. (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XI/2013) Considere a seguinte afirmação de 
Aristóteles:
“Temos pois definido o justo e o injusto. Após distingui-los assim um do outro, é evidente 
que a ação justa é intermediária entre o agir injustamente e o ser vítima da injustiça; pois um 
deles é ter demais e o outro é ter demasiado pouco.”
(Aristóteles. Ética a Nicômaco. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 329).
De efeito, é correto concluir que para Aristóteles a justiça deve sempre ser entendida como:
a) produto da legalidade, pois o homem probo é o homem justo.
b) espécie de meio termo.
c) relação de igualdade aritmética.
d) ação natural imutável.
006. (GRANOAB/1º SIMULADO DO EXAME XXXVI/2022)
“Todos os bens devem, portanto, ser medido por uma só e mesma coisa, como dissemos. 
Essa unidade é na verdade a demanda, que mantém todas as coisas juntas (...). Haverá, então, 
reciprocidade quando os termos forem igualados de modo que assim como o agricultor está 
para o sapateiro, a quantidade de produtos do sapateiro esteja para os produtos do trabalho do 
agricultor, pela qual é trocada”.
(ARISTÓTELES. Ética a Nicomaco. Jandira, SP: Princiis, 2021, p. 116).
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Em sua obra Ética a Nicomaco, Aristóteles se propõe a analisar as formas específicas de como 
a justiça se manifesta. Assim, nos termos da obra em referência, é correto afirmar que o excer-
to acima se refere
a) Justiça proporcional, porque se dá na relação entre governo e súditos.
b) Justiça corretiva que visa reparar a ausência de proporcionalidade nas relações de troca de 
mercadorias.
c) Justiça comutativa porque pautada na equivalência dos atos voluntários que originam as 
relações de troca.
d) Justiça como reciprocidade, diz respeito a equivalência de produtos diferentes quando da 
troca de mercadorias.
007. (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XX/2016) A partir da leitura de Aristóteles 
(Ética a Nicômaco), assinale a alternativa que corresponde à classificação de justiça constan-
te do texto:
“... uma espécie é a que se manifesta nas distribuições de honras, de dinheiro ou das outras 
coisas que são divididas entre aqueles que têm parte na constituição (pois aí é possível rece-
ber um quinhão igual ou desigual ao de um outro)...”
a) Justiça Natural.
b) Justiça Comutativa.
c) Justiça Corretiva.
d) Justiça Distributiva.
008. (FGV/OAB/EXAME DA ORDEM UNIFICADO XXX/2020) Temos, pois, definido o justo 
e o injusto. Após distingui-los assim um do outro, é evidente que a ação justa é intermediária 
entre o agir injustamente e o ser vítima da injustiça; pois um deles é ter demais e o outro é ter 
demasiado pouco.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
Em seu livro Ética a Nicômaco, Aristóteles apresenta a justiça como uma virtude e a diferencia 
daquilo que é injusto. Assinale a opção que define aquilo que, nos termos do livro citado, deve 
ser entendido como justiça enquanto virtude.
a) Um imperativo categórico que define um modelo de ação moralmente desejável para toda 
e qualquer pessoa e se expressa da seguinte maneira: “Age como se a máxima de tua ação 
devesse tornar-se, por meio da tua vontade, uma lei universal”.
b) Uma espécie de meio-termo, porém não no mesmo sentido que as outras virtudes, e sim porque 
se relacionacom uma quantia intermediária, enquanto a injustiça se relaciona com os extremos.
c) Uma maneira de proteger aquilo que é o mais conveniente para o mais forte, uma vez que 
a justiça como produto do governo dos homens expressa sempre as forças que conseguem 
fazer valer seus próprios interesses.
d) O cumprimento dos pactos que decorrem da vida em sociedade, seja da lei como pacto que 
vincula todos os cidadãos da cidade, seja dos contratos que funcionam como pactos celebra-
dos entre particulares e vinculam as partes contratantes.
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009. (FCC/CÂMARA DE FORTALEZA-CE/2019/ADAPTADA)
O raciocínio aristotélico remete a uma interpretação nova da ideia de natureza: se a natu-
reza física é a mesma em todos os lugares (“O fogo queima tão bem aqui quanto entre os Per-
sas”), a natureza humana é variável e sujeita a uma indeterminação essencial. A esse respeito, 
a “conformidade com a natureza” não se pode pensar em termos de universalidade, mas antes 
de variabilidade. Em suma, o direito natural não deve ser compreendido como uma “universa-
lidade separada”, sobre o modo platônico de uma supernatureza, mas antes como aquilo que 
acompanha a variabilidade do humano.
(BILLIER, Jean-Cassien; MARYIOLI, Aglaé. História da Filosofia do Direito. São Paulo: Manole, 2005, pp. 82-83)
Com base no texto acima,
a) para Aristóteles a lei positiva (norma jurídica) é invariável, mas o direito natural é variável.
b) Aristóteles compreende o direito natural e a justiça a partir de uma ideia de equidade, segun-
do a qual não deve existir um ideal absoluto em desconformidade com as situações concretas.
c) embora a natureza humana seja variável, o direito positivo não o é.
d) para a filosofia do direito, o pensamento de Aristóteles aproxima-se de Platão pelo conceito 
de supernatureza.
010. (FCC/DPE-SP/2010/ADAPTADA) Ao comentar a doutrina aristotélica da justiça, Tercio 
Sampaio Ferraz Júnior, em sua obra Estudos de Filosofia do Direito, indica aquele que seria o 
“preceito básico do direito justo, pois só por meio dele a justiça se revelaria em sua atualidade 
plena”. Este preceito, que também pode ser definido como “uma feliz retificação do justo estri-
tamente legal” ou ainda “o justo na concretude”, é denominado
a) dignidade.
b) vontade.
c) equidade.
d) piedade.
011. (CESPE/PJC-MT/2017/ADAPTADA) A definição filosófica de ato moral como um ato, 
sobretudo, de moderação, isto é, uma justa medida entre dois extremos, está relacionada ao 
pensamento ético de
a) Aristóteles, pois ele afirma que a virtude é uma qualidade que se exprime na escolha do 
meio-termo entre a falta e o excesso.
b) Platão, visto que, para ele, a virtude não é algo que possa ser ensinado, tampouco algo inato, 
mas, sim, um dom divino.
c) Aristóteles, já que, para ele, agir moralmente significa agir conforme a lei, independentemen-
te das circunstâncias.
d) Platão, pois ele propõe que a moralidade e a equidade são os únicos meios adequados para 
se alcançar justiça legal.
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FILOSOFIA DO DIREITO
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012. (CESPE/MPU/2018/MODIFICADA)
Está, pois, suficientemente esclarecido que a virtude moral é um meio-termo entre dois ví-
cios, um dos quais envolve excesso e o outro, deficiência, e isso porque a sua natureza é visar 
à mediania nas paixões e nos atos.
Do que acabamos de dizer segue-se que não é fácil ser bom, pois em todas as coisas é 
difícil encontrar o meio-termo. (...) A justiça corretiva será o intermediário entre a perda e o 
ganho. Eis aí por que as pessoas em disputa recorrem ao juiz; e recorrer ao juiz é recorrer à 
justiça, pois a natureza do juiz é ser uma espécie de justiça animada; e procuram o juiz como 
um intermediário, e em alguns Estados os juízes são chamados mediadores, na convicção de 
que, se os litigantes conseguirem o meio-termo, conseguirão o que é justo. O justo, pois, é um 
meio-termo, já que o juiz o é. Ora, o juiz restabelece a igualdade.
Aristóteles. Ética a Nicômaco. In: Os pensadores. (Org.) José A. M. Pessanha. 4.ª ed., v. 2, São Paulo: Nova Cul-
tural, 1991 (com adaptações).
A partir das ideias constantes nesse fragmento de texto, é correto afirmar que:
a) A justiça se vincula à natureza do trabalho de juiz, cuja atuação deve ser ética e correspon-
der ao exercício da própria noção de justiça.
b) Por ser da natureza humana as paixões e os vícios, sendo o juiz um ser humano, não se tem 
jamais segurança no seu julgamento.
c) Está perante o juiz não se é o mesmo que se colocar diante do justo, porque o juiz, como 
todo homem, é movido por paixões e, por esse motivo, é sempre parcial.
d) A decisão do juiz expressa numa sentença somente será justa quando alinhada ao justo natural.
013. (GRANOAB/2º SIMULADO DO EXAME XXXV/2022)
“Ignorava a verdadeira justiça interior que não julga pelo costume, mas pela lei retíssima de 
Deus Onipotente. Segundo ela, formam-se os costumes das nações e dos tempos, consoante 
as nações e os tempos, permanecendo ela sempre a mesma em toda parte, sem se distinguir 
na essência ou nas modalidades, em qualquer lugar”.
(SANTO AGOSTINHO, Confissões. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001)
A justiça, para Agostinho, tem particularidades não pensadas pela filosofia clássica, ainda que 
influenciado por aquele pensamento, sobretudo de tradição platônica.
Assinale a alternativa que expressa a concepção de justiça em Agostinho, nos termos da obra citada.
a) É possível mensurar os atos justos por meio dos costumes, o homem justo é aquele se man-
tém fiel às boas leis da cidade.
b) É do direito natural que se extrai a justiça, suas regras inflexíveis são a expressão da repre-
sentação divina no homem.
c) O justo vive da fé, porque, como ainda não vemos nosso bem, é preciso que o busque-
mos pela fé.
d) A lei justa se extrai das virtudes humanas, ainda que não sejam de inspiração divina, porque 
a justiça também se realiza por conveniências.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
014. (CESPE/SEDUC-CE/2013/ADAPTADA) O pensamento ético-cristão, nomeadamente em 
Agostinho e Tomás, retoma a ética platônico-aristotélica, mas a redimensiona no horizonte da com-
preensão bíblica. Considerando esse assunto, assinale a opção correta acerca da referida ética cristã.
a) A felicidade é o fim último do homem; e a virtude, o meio para o homem alcançar a felicida-
de. Além disso, a felicidade suprema pode ser alcançada nesta vida.
b) O homem é imagem e semelhança de Deus, dotado de inteligência, livre-arbítrio e de domí-
nio sobre os seus atos. Ele abraçará não somente as virtudes naturais, mas também as virtu-
des sobrenaturais da graça, como fé, esperança e caridade.
c) Virtude é uma questão de dever e, dessaforma, não possui relação com felicidade, vis-
to que o cumprimento do dever é penoso para o homem, e a felicidade é um sentimento 
de contentamento pleno.
d) A justiça e a prudência são as virtudes supremas; além destas virtudes, que estão ao alcan-
ce do homem, não há outras.
015. (GRANOAB/4º SIMULADO DO EXAME XXXII/2020) Para Agostinho, “o justo vive da fé, 
porque, como ainda não vemos o nosso bem, é preciso que o busquemos pela fé”. Mas ao 
mesmo tempo que destaca a ligação da ideia de justiça vinculada efetivamente ao divino, não 
temos em Agostinho um pensamento subversivo, ao contrário, defende que a lei terrena, ainda 
que imperfeita, deverá ser obedecida. Observa-se no seu pensamento, a concepção de duas 
formas de justiça, uma divina e outra humana. Sobre esse tema, assinale a alternativa correta.
a) A justiça divina é guiada pela lei eterna, criada por Deus e praticamente ininteligível aos homens.
b) A justiça divina é resultante da lei natural e a lei natural é parte inteligível da lei eterna reve-
lada aos homens por meio da razão.
c) A justiça humana é corrupta e injusta, por isso devem ser desobedecidas por aqueles temen-
tes a Deus, uma vez que deverão se guiar sempre pela justiça divina.
d) A justiça humana é uma criação dos homens, portanto mutável e imperfeita.
016. (CESPE/SEDUC-CE/2009) A obra Cidade de Deus, de Santo Agostinho, tem como 
tema central
a) a constituição de uma filosofia da história com base na providência divina e em sua justifi-
cação teológica.
b) a afirmação das verdades reveladas e da teologia cristã como base da política mundana.
c) a retomada dos argumentos platônicos expostos em A República como base para a cons-
tituição da cidade de Deus.
d) a constituição dos princípios da cidade de Deus em conflito com a cidade terrena, ou a ci-
dade do diabo.
017. (FGV/OAB/EXAME UNIFICADO XX/2016) Na sua mais importante obra, a Summa Theo-
logica, Santo Tomás de Aquino trata os conceitos de justiça comutativa e de justiça distributiva 
de uma tal maneira, que eles passariam a ser largamente utilizados na Filosofia do Direito.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
Assinale a opção que apresenta esses conceitos, conforme expostos na obra citada.
a) A Justiça Comutativa regula as relações mútuas entre pessoas privadas e a Justiça Distri-
butiva regula a distribuição proporcional dos bens comuns.
b) A Justiça Distributiva destina-se a minorar os sofrimentos das pessoas e a Justiça Comuta-
tiva regula os contratos de permuta de mercadorias.
c) A Justiça Comutativa trata da redução ou diminuição das penas (sanção penal) e a Justiça 
Distributiva da distribuição justa de taxas e impostos.
d) A Justiça Comutativa regula a relação entre súditos e governante e a Justiça Distributiva 
trata das relações entre diferentes povos, também chamadas de direito das gentes.
018. (COLÉGIO PEDRO II/2016/PROFESSOR DE FILOSOFIA)
Vemos que as coisas que não têm inteligência, como, por exemplo, os corpos naturais, 
agem para uma finalidade, o que se mostra pelo fato de sempre ou frequentemente agirem 
da mesma forma, para conseguirem o máximo, donde se segue que não é por acaso, mas in-
tencionalmente, que atingem seu objetivo. As coisas, entretanto, que não têm inteligência só 
podem procurar um objetivo dirigidas por alguém que conhece e é inteligente, como a flecha 
dirigida pelo arqueiro. Logo, existe algum ser inteligente que ordena todas as coisas da nature-
za para seu correspondente objetivo: a este ser chamamos Deus.
(AQUINO, Tomás de. Suma Teológica (I, Questão 2). In: MARCONDES, Danilo (org.). Textos básicos de filosofia. 
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007, p. 71.)
Ao elaborar a quinta via racional da existência de Deus, Tomás de Aquino
a) demonstrou empiricamente que a existência de Deus é uma verdade racional, a partir da 
finalidade dos seres.
b) utilizou a teoria da finalidade dos seres, de base aristotélica, para demonstrar como a ordem 
natural tem origem em Deus.
c) desenvolveu uma prova a partir da finalidade dos seres com base na filosofia platônica, ali-
cerce do pensamento medieval escolástico, exemplificado nesta quinta via.
d) concluiu que o ser humano somente consegue chegar às verdades sagradas por meio da 
iluminação, processo que o faz compreender a finalidade dos seres.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
QUESTÕES DE CONCURSO
019. (CONSUPLAN/SEDUC-PA/2018/ADAPTADA)
“Na Grécia Antiga, havia ‘professores’ itinerantes, os sofistas, que percorriam as cidades ensi-
nando a arte da retórica às pessoas interessadas. A principal finalidade de seus ensinamentos era 
introduzir o cidadão na vida política. Tudo o que temos desses professores são fragmentos e cita-
ções e, por isso, não podemos saber profundamente sobre o que eles pensavam. Aquilo que temos 
de mais importante a respeito deles foi aquilo que disseram Platão e Aristóteles.”
(Disponível em: mundoeducacao.bol.uol.com.br.).
Considerando o trecho anterior, está correto o que se afirma em:
a) Ensinavam a arte de argumentar e persuadir, indispensável para exercer a cidadania numa 
democracia direta.
b) Contribuíram para o ensino. Formaram um currículo de estudos que foi resgatado no 
período medieval.
c) Há periculosidade do pensamento no ponto de vista moral, bem como inconsistência na teorética.
d) Os sofistas representam um fenômeno imprescindível. É impensável a filosofia sem eles.
020. (INSTITUTO AOCP/SEE-PB/2019)
Na Grécia Antiga, “o mito é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa (origem dos astros, 
da Terra, dos homens, das plantas, dos animais, do fogo, da água, dos ventos, do bem e do mal, da 
saúde e da doença, da morte, dos instrumentos de trabalho, das raças, das guerras, do poder, etc.)”
(CHAUÍ, 2009, p. 34).
A partir do trecho citado e de seus conhecimentos sobre a mitologia grega, assinale a alterna-
tiva correta.
a) O mito não pode ser considerado conhecimento.
b) O mito é a expressão de uma primeira tentativa da consciência humana de explicar a filoso-
fia pré-socrática, ou seja, o período cosmológico.
c) O mito consistia em uma narrativa acerca da origem e do funcionamento do universo, bem 
como abordava a origem dos seres humanos, o fundamento dos costumes humanos e a inter-
ferência dos deuses.
d) O mito faz parte da tradição ocidental de cunho escrito. No caso, primeiramente, cada mito 
foi escrito e, em seguida, passou a ser narrado pelos poetas.
021. (CESPE/SEDUC-CE/2013/ADAPTADA)
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
Sócrates experimentara o filosofar como pólemos, isto é, o embate e combate pela evidên-
cia e verdade (aletheia), contra o perigo da aparência e da opinião (doxa). E pautara esse filo-
sofar “polêmico” (no sentido acima) no exercício do diálogo. Do diálogo socrático fazia parte 
a ironia. “Nouso comum, a palavra ironia tem uma gama infinita de sentidos. Mas em todos 
eles perpassa uma atitude mental que considera o conhecimento uma névoa que embacia e 
deforma a realidade. Nossa existência-no-mundo, formada a partir dessa névoa, torna-se terri-
velmente mesquinha. O pensador irônico percebe a mesquinhez de tal existência. Sócrates foi 
mestre da ironia porque, na discussão das palavras, conduzia a todos à evidência e à convic-
ção do ‘sei que nada sei’”.
Arcângelo R. Buzzi. Filosofia para principiantes: a existência humana no mundo. Petrópolis: Vozes, p. 82, 9.ª ed., 
1998, p. 82 (com adaptações).
De acordo com as ideias apresentadas no texto acima, assinale a opção correta.
a) A ironia socrática era o modo de interrogar por meio do qual Sócrates levava o seu interlocu-
tor ao reconhecimento de sua própria ignorância, fazendo a crítica das opiniões baseadas nas 
aparências assumidas pelos homens no cotidiano.
b) A ironia em Sócrates tinha um sentido meramente depreciativo e, nesse sentido, era idêntica 
ao sarcasmo puro e simples.
c) Para Sócrates, como educador, o importante era que o homem se tornasse capaz de ter 
opiniões sobre a realidade.
d) Na concepção socrática, o não saber é mera ignorância, portanto é o maior impedimento ao 
pensamento filosófico.
022. (COLÉGIO PEDRO II/PROFESSOR DE FILOSOFIA/2016)
Agora, porém, partirá injustiçado se de fato for embora, mas não por nós, as leis, e sim 
pelos homens; mas se fugir depois de tão vergonhosamente revidar injustiça com injustiça e 
o mal com o mal, rompendo os seus pactos e acordos conosco e ferindo àqueles que menos 
deveria – a si mesmo e aos amigos, ao país e a nós –, ficaremos zangadas com você...
(PLATÃO, Críton. In MARCONDES, Danilo. Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007. p. 25)
Com o argumento exposto no texto, Sócrates convence Críton de que, apesar da pena que 
recebe, sua recusa a fugir faz sentido. Sobre o argumento de Sócrates, é correto afirmar que
a) fugir é alternativa correta, porém a morte eleva a alma até as ideias, o Bem e a Verdade.
b) as leis são injustas e seu destino é cumprir a sentença de morte, a verdade absoluta da vida, 
pois o Estado pretende uma verdade menor.
c) as leis dizem a verdade que o Estado ordena, e os homens são livres para fugir ou submeter-
-se às leis, que são válidas conforme interesses.
d) homens cometem injustiça e as leis representam a verdade, fugir consistiria em abdicar do 
que é precioso, o acordo com as leis e a reverência ao Estado.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
023. (FCC/CÂMARA DE FORTALEZA/2019)
O objeto próprio dessa virtude é atribuir a cada um o seu, conforme a fórmula tradicional já 
mencionada por Platão e que será retomada por toda a literatura clássica: que se efetue uma 
partilha adequada, em que cada um não recebe nem mais nem menos do que a boa medida 
exige. Aristóteles encontra, portanto, uma explicação de sua teoria geral da virtude como bus-
ca do meio-termo: mas, aqui, o meio-termo está nas próprias coisas, que são atribuídas a cada 
um em quantidades nem grandes nem pequenas demais, mas média entre esses dois exces-
sos [...]. O objetivo é obter ou preservar uma certa harmonia social; procurar conseguir o que 
Aristóteles chama uma igualdade.
(Adaptado de: VILLEY, Michel. A formação do pensamento jurídico Moderno. São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 
41 e 42)
O texto acima caracteriza o que se entende corretamente por
a) justiça corretiva, expressa modernamente e por uma ótica dogmática no direito privado.
b) direito privado (direito de família, contratos de compra e venda etc.), que expressa uma justa 
distribuição entre os cidadãos da cidade.
c) justiça comutativa, que se dá a partir do princípio de igualdade simples ou aritmética.
d) justiça distributiva, que nos tempos atuais e por uma ótica dogmática pode ser realizada por 
meio do Direito Público, quando este busca efetivar a justa distribuição dos bens.
024. (CESPE/MPU/2018/MODIFICADA)
Visto que a virtude se relaciona com paixões e ações, e é às paixões e ações voluntárias que 
se dispensa louvor e censura, enquanto as involuntárias merecem perdão e às vezes piedade, 
é talvez necessário a quem estuda a natureza da virtude distinguir o voluntário do involuntário. 
Tal distinção terá também utilidade para o legislador no que tange à distribuição de honras e 
castigos. São, pois, consideradas involuntárias aquelas coisas que ocorrem sob compulsão 
ou por ignorância; e é compulsório ou forçado aquilo cujo princípio motor se encontra fora de 
nós e para o qual em nada contribui a pessoa que age e que sente a paixão — por exemplo, 
se tal pessoa fosse levada a alguma parte pelo vento ou por homens que dela se houvessem 
apoderado.(...)No que tange a dar ou receber dinheiro, a mediania é a generosidade; o excesso 
é a prodigalidade, e a deficiência, a mesquinhez, mas o indivíduo pródigo e o mesquinho são 
excessivos e carentes de maneiras opostas entre si; o pródigo se excede em dar e é deficiente 
em obter, enquanto o mesquinho se excede em obter e é deficiente em dar.
Aristóteles. Ética a Nicômaco. In: Os pensadores. (Org.) José A. M. Pessanha. 4.ª ed. Vol. 2. São Paulo: Nova 
Cultural, 1991 (com adaptações).
A partir do fragmento de texto antecedente, assinale a alternativa correta.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
a) O indivíduo pródigo do modelo aristotélico deve servir de modelo para a ação ética no servi-
ço público, haja vista ser ele, ao contrário do mesquinho, exemplo de generosidade.
b) O indivíduo pródigo não deve servir de modelo para a ação ética no serviço público.
c) O indivíduo pródigo é um exemplo de generosidade, mesmo sendo um vício.
d) A prodigalidade é exemplo de ética quando não se aproxima dos extremos.
025. (CESPE/MPU/2018/MODIFICADA) Assinale a alternativa correta:
a) Segundo a escola da moral das virtudes ou do caráter, de Aristóteles, os seres morais são 
definidos pelos hábitos e costumes desenvolvidos no decorrer do tempo.
b) O pensamento aristotélico clássico advoga em favor de que desequilíbrios nas relações de-
vem ser superados por meio do reconhecimento de que a razão haverá de assistir a somente 
um dos lados.
c) A virtude, no pensamento aristotélico, é tida como inata, portanto, oriunda da própria natu-
reza humana.
d) A justiça está no campo da ética que, no pensamento aristotélico, é um saber produtivo.
026. (CESPE/MPU/2018/MODIFICADA)
Visto que a virtude se relaciona com paixões e ações, e é às paixões e ações voluntárias que 
se dispensa louvor e censura, enquanto as involuntárias merecem perdão e às vezes piedade, 
é talvez necessário a quem estuda a natureza da virtude distinguir o voluntário do involuntário. 
Tal distinção terá também utilidade para o legislador no que tange à distribuição de honras e 
castigos. São, pois, consideradas involuntárias aquelas coisas que ocorrem sob compulsão 
ou por ignorância; e é compulsório ou forçado aquilo cujo princípio motor se encontra fora de 
nós e para o qual em nada contribui a pessoa que age e que sente a paixão — por exemplo, 
se tal pessoa fosse levada a alguma parte pelo vento ou por homens que dela se houvessem 
apoderado.(...) No que tange a dar ou receber dinheiro, a mediania é a generosidade; o excesso 
é a prodigalidade, e a deficiência, a mesquinhez, mas o indivíduo pródigo e o mesquinho são 
excessivos e carentes de maneiras opostas entre si; o pródigo se excede em dar e é deficiente 
em obter, enquanto o mesquinho se excede em obter e é deficiente em dar.
Aristóteles. Ética a Nicômaco. In: Os pensadores. (Org.) José A. M. Pessanha. 4.ª ed. Vol. 2. São Paulo: Nova 
Cultural, 1991 (com adaptações).
A partir do fragmento de texto antecedente, é correto afirmar.
a) Servidores públicos são orientados a agir de forma voluntária no exercício de suas funções, 
porque estão subordinados ao conjunto das leis e normas que regulam as funções públicas
b) As ações dos servidores públicos, especialmente as que sejam relativas ao uso de recursos 
públicos, não podem ser pautadas nos princípios da ética aristotélica.
c) A ética aristotélica é aplicável à conduta dos servidores públicos, porque define um modelo 
reto de conduta.
d) A ética aristotélica não pode pautar as ações dos servidores públicos porque ela está pau-
tada numa concepção de Estado diferente da concepção atual.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
027. (FCC/CÂMARA DE FORTALEZA/2019/MODIFICADA)
O raciocínio aristotélico remete a uma interpretação nova da ideia de natureza: se a natu-
reza física é a mesma em todos os lugares (“O fogo queima tão bem aqui quanto entre os Per-
sas”), a natureza humana é variável e sujeita a uma indeterminação essencial. A esse respeito, 
a “conformidade com a natureza” não se pode pensar em termos de universalidade, mas antes 
de variabilidade. Em suma, o direito natural não deve ser compreendido como uma “universa-
lidade separada”, sobre o modo platônico de uma supernatureza, mas antes como aquilo que 
acompanha a variabilidade do humano.
(BILLIER, Jean-Cassien; MARYIOLI, Aglaé. História da Filosofia do Direito. São Paulo: Manole, 2005, pp. 82-83)
Com base no texto acima,
a) para Aristóteles a lei positiva (norma jurídica) é variável, mas o direito natural é invariável.
b) em Aristóteles não existe diferença entre Justiça distributiva e Justiça comutativa.
c) embora a natureza humana seja variável, o direito positivo não o é.
d) para a filosofia do direito, o pensamento de Aristóteles aproxima-se de Platão pelo conceito 
de supernatureza.
028. (CESPE/DPE-TO/2013/ADAPTADA) Com relação ao conceito de justiça, assinale a op-
ção correta.
a) O vocábulo justiça é empregado, em sentido lato, como equivalente a organização judiciária.
b) O sentido estrito de justiça está associado ao conjunto das virtudes que regulam as relações 
entre os homens.
c) De acordo com a doutrina majoritária, caracterizam o sentido lato de justiça a alteridade, o 
débito e a igualdade.
d) Consoante a doutrina aristotélica, a justiça comutativa caracteriza-se como aquela em que 
o particular dá a outro o bem que lhe é devido.
029. (CONSUPLAN/SEDUC-PA/2018/MODIFICADA)
“Aurélio Agostinho, o Santo Agostinho de Hipona, foi um importante bispo, cristão e teólo-
go. Nasceu na região norte da África em 354. Era filho de mãe que seguia o cristianismo, porém 
seu pai era pagão. Logo, em sua formação, teve importante influência do maniqueísmo.”
(Reale, 1990. V 1. P. 428-34.)
Sobre Santo Agostinho e seu pensamento, é correto afirmar:
a) Apesar de Agostinho ter vivido uma experiência de conversão ao cristianismo, a fé sempre 
foi questão secundária em seu pensamento.
b) O mal é um ser, deficiência e privação do ser, é uma substância que se transforma no bem.
c) Agostinho organiza o mundo e a sociedade em uma unidade coletiva denominada Cidade de 
Deus, desconsiderando qualquer outra forma metafísica.
d) Os bens finitos devem ser usados como meios e não serem transformados em objetos de 
fruição e deleite, como se fossem fins.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
030. (CEPERJ/SEDUC-RJ/2013/ADAPTADA) Durante a filosofia medieval, uma das mais 
constantes discussões foi aquela sobre a relação entre fé e razão, já que, em princípio, cada 
uma delas parecia uma via distinta para se alcançar Deus ou a verdade. O pensamento religio-
so, nesse momento da história, refletiu sobre a sua interação com o entendimento argumenta-
tivo da filosofia. Conforme observa Danilo Marcondes na sua Iniciação à história da filosofia, 
Santo Agostinho adotou uma posição decisiva nesse contexto, postulando que, quanto aos 
ensinamentos religiosos, deve-se adotar o seguinte procedimento:
a) primeiro acreditar para depois compreender.
b) primeiro compreender para depois acreditar.
c) acreditar e compreender simultaneamente.
d) somente compreender, sem jamais acreditar.
031. (IDECAN/SEARN-RN/2016)
“Antes de Deus ter criado o mundo, as ‘ideias’ já existiam dentro de sua cabeça. Assim, é 
atribuído a Deus as ideias eternas.”
(Gaarder, 1995:194.)
Essa citação representa um argumento
a) moderno de refutação do ateísmo iluminista.
b) de comparação entre a teologia aristotélica e platônica.
c) relacional entre a filosofia Aristotélica e a construída por Agostinho.
d) de ligação entre a filosofia de Platão e o pensamento cristão medieval.
032. (CESGRANRIO/PREFEITURA DE SALVADOR/PROFESSOR DE FILOSOFIA/2010) Para 
Tomás de Aquino, a Filosofia está separada da Teologia, porque, enquanto a primeira funda-
menta seus argumentos em princípios da razão humana, a segunda
a) funda-se no exercício radical da razão.
b) dá-se apenas no campo da fé e da revelação, não possuindo argumentos.
c) estabelece seus argumentos tendo como base a revelação.
d) estabelece seus parâmetros na relação com os deuses.
033. (IF-RS/PROFESSOR DE FILOSOFIA/2015) São Tomás de Aquino, principal representante 
da __________, desenvolve um pensamento profundamente ligado ao de __________. Seu papel 
principal foi o de organizar as verdades da religião e de harmonizá-las com a filosofia. Para ele, 
então, a __________,criada por Deus, e a __________, revelação de Deus, não podem entrar em 
__________, porque procedem do mesmo Princípio.
Assinale a alternativa que preencha corretamente as lacunas do texto apresentado.
a) Escolástica – Aristóteles – razão – fé – contradição.
b) Patrística – Platão – razão – fé – conflito.
c) Escolástica – Aristóteles – fé – razão – acordo.
d) Patrística – Platão – fé – razão – contradição.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
034. (NUCEP/SEDUC-PI/2015/MODIFICADA) Sobre a ética das virtudes, marque a alternati-
va CORRETA.
a) Na ética das virtudes os conceitos de felicidade e de sabedoria prática não são relevantes.
b) O principal representante clássico da ética das virtudes é o filósofo Aristóteles, já no período 
medieval destaca-se Tomás de Aquino.
c) Na perspectiva da ética das virtudes, podemos pensar o agir moral somente a partirde nor-
mas, mesmo quando essas normas não estão articuladas a um bem.
d) A ética das virtudes não tem qualquer relevância na filosofia contemporânea em razão do 
predomínio da filosofia utilitarista.
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Filosofia do Direito nos Pensamentos Clássico e Medieval
FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
GABARITO
1. b
2. d
3. c
4. a
5. b
6. d
7. d
8. b
9. b
10. c
11. a
12. a
13. c
14. b
15. d
16. a
17. a
18. b
19. c
20. c
21. a
22. d
23. d
24. b
25. a
26. c
27. a
28. d
29. d
30. a
31. d
32. c
33. a
34. b
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
GABARITO COMENTADO
019. (CONSUPLAN/SEDUC-PA/2018/ADAPTADA)
“Na Grécia Antiga, havia ‘professores’ itinerantes, os sofistas, que percorriam as cidades ensi-
nando a arte da retórica às pessoas interessadas. A principal finalidade de seus ensinamentos era 
introduzir o cidadão na vida política. Tudo o que temos desses professores são fragmentos e cita-
ções e, por isso, não podemos saber profundamente sobre o que eles pensavam. Aquilo que temos 
de mais importante a respeito deles foi aquilo que disseram Platão e Aristóteles.”
(Disponível em: mundoeducacao.bol.uol.com.br.).
Considerando o trecho anterior, está correto o que se afirma em:
a) Ensinavam a arte de argumentar e persuadir, indispensável para exercer a cidadania numa 
democracia direta.
b) Contribuíram para o ensino. Formaram um currículo de estudos que foi resgatado no perío-
do medieval.
c) Há periculosidade do pensamento no ponto de vista moral, bem como inconsistência na 
teorética.
d) Os sofistas representam um fenômeno imprescindível. É impensável a filosofia sem eles.
a) Errada. A cidadania não carece necessariamente da arte de persuasão para ser exercida.
b) Errada. Não houve esse resgate do modelo sofístico na Idade Média.
c) Certa. Não há preocupação moral na filosofia sofística, tampouco se identifica uma estru-
tura teórica bem elaborada.
d) Errada. Há quem questione até mesmo se o pensamento sofístico poderia ser considerado 
filosofia, não se trata de um pensamento imprescindível.
Letra c.
020. (INSTITUTO AOCP/SEE-PB/2019)
Na Grécia Antiga, “o mito é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa (origem dos astros, 
da Terra, dos homens, das plantas, dos animais, do fogo, da água, dos ventos, do bem e do mal, da 
saúde e da doença, da morte, dos instrumentos de trabalho, das raças, das guerras, do poder, etc.)”
(CHAUÍ, 2009, p. 34).
A partir do trecho citado e de seus conhecimentos sobre a mitologia grega, assinale a alterna-
tiva correta.
a) O mito não pode ser considerado conhecimento.
b) O mito é a expressão de uma primeira tentativa da consciência humana de explicar a filoso-
fia pré-socrática, ou seja, o período cosmológico.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
c) O mito consistia em uma narrativa acerca da origem e do funcionamento do universo, bem 
como abordava a origem dos seres humanos, o fundamento dos costumes humanos e a inter-
ferência dos deuses.
d) O mito faz parte da tradição ocidental de cunho escrito. No caso, primeiramente, cada mito 
foi escrito e, em seguida, passou a ser narrado pelos poetas.
a) Errada. É uma forma de conhecimento, na historiografia moderna se busca identificar ele-
mentos de racionalidade nessa narrativa.
b) Errada. O mito não realiza explicação da filosofia pré-socrática.
c) Certa. O mito é uma narrativa que oferece uma explica acerca do mundo, da origem das coi-
sas e da interferência dos deuses no mundo.
d) Errada. A tradição do mito é oral.
Letra c.
021. (CESPE/SEDUC-CE/2013/ADAPTADA)
Sócrates experimentara o filosofar como pólemos, isto é, o embate e combate pela evidên-
cia e verdade (aletheia), contra o perigo da aparência e da opinião (doxa). E pautara esse filo-
sofar “polêmico” (no sentido acima) no exercício do diálogo. Do diálogo socrático fazia parte 
a ironia. “No uso comum, a palavra ironia tem uma gama infinita de sentidos. Mas em todos 
eles perpassa uma atitude mental que considera o conhecimento uma névoa que embacia e 
deforma a realidade. Nossa existência-no-mundo, formada a partir dessa névoa, torna-se terri-
velmente mesquinha. O pensador irônico percebe a mesquinhez de tal existência. Sócrates foi 
mestre da ironia porque, na discussão das palavras, conduzia a todos à evidência e à convic-
ção do ‘sei que nada sei’”.
Arcângelo R. Buzzi. Filosofia para principiantes: a existência humana no mundo. Petrópolis: Vozes, p. 82, 9.ª ed., 
1998, p. 82 (com adaptações).
De acordo com as ideias apresentadas no texto acima, assinale a opção correta.
a) A ironia socrática era o modo de interrogar por meio do qual Sócrates levava o seu interlocu-
tor ao reconhecimento de sua própria ignorância, fazendo a crítica das opiniões baseadas nas 
aparências assumidas pelos homens no cotidiano.
b) A ironia em Sócrates tinha um sentido meramente depreciativo e, nesse sentido, era idêntica 
ao sarcasmo puro e simples.
c) Para Sócrates, como educador, o importante era que o homem se tornasse capaz de ter 
opiniões sobre a realidade.
d) Na concepção socrática, o não saber é mera ignorância, portanto é o maior impedimento ao 
pensamento filosófico.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
a) Certa. O objetivo do método socrático (maiêutico) é levar a pessoa a filosofar, a pensar so-
bre o tema em debate. Sócrates usava da ironia como forma de incitar a reflexão.
b) Errada. Não havia interesse em depreciar o interlocutor.
c) Errada. É mais que opinião, porque deseja que as pessoas sejam capazes de pensar a rea-
lidade e alcançar a verdade.
d) Errada. O não saber não é mera ignorância, apenas um estado que pode ser superado por 
meio da reflexão filosófica.
Letra a.
022. (COLÉGIO PEDRO II/PROFESSOR DE FILOSOFIA/2016)
Agora, porém, partirá injustiçado se de fato for embora, mas não por nós, as leis, e sim 
pelos homens; mas se fugir depois de tão vergonhosamente revidar injustiça com injustiça e 
o mal com o mal, rompendo os seus pactos e acordos conosco e ferindo àqueles que menos 
deveria – a si mesmo e aos amigos, ao país e a nós –, ficaremos zangadas com você...
(PLATÃO, Críton. In MARCONDES, Danilo. Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007. p. 25)
Com o argumento exposto no texto, Sócrates convence Críton de que, apesar da pena que 
recebe, sua recusa a fugir faz sentido. Sobre o argumento de Sócrates, é correto afirmar que
a) fugir é alternativa correta, porém a morte eleva a alma atéas ideias, o Bem e a Verdade.
b) as leis são injustas e seu destino é cumprir a sentença de morte, a verdade absoluta da vida, 
pois o Estado pretende uma verdade menor.
c) as leis dizem a verdade que o Estado ordena, e os homens são livres para fugir ou submeter-
-se às leis, que são válidas conforme interesses.
d) homens cometem injustiça e as leis representam a verdade, fugir consistiria em abdicar do 
que é precioso, o acordo com as leis e a reverência ao Estado.
a) Errada. Sócrates jamais pensou em fugir e não via a fuga como uma conduta correta.
b) Errada. O problema não está nas leis, a injustiça se faz por quem aplica as leis.
c) Errada. As leis não podem ser validadas apenas pelo interesse das pessoas.
d) Certa. As leis são o elemento fundamental para garantir o bem comum, por isso o erro na 
sua aplicação não justifica a desobediência.
Letra d.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
023. (FCC/CÂMARA DE FORTALEZA/2019)
O objeto próprio dessa virtude é atribuir a cada um o seu, conforme a fórmula tradicional já 
mencionada por Platão e que será retomada por toda a literatura clássica: que se efetue uma 
partilha adequada, em que cada um não recebe nem mais nem menos do que a boa medida 
exige. Aristóteles encontra, portanto, uma explicação de sua teoria geral da virtude como bus-
ca do meio-termo: mas, aqui, o meio-termo está nas próprias coisas, que são atribuídas a cada 
um em quantidades nem grandes nem pequenas demais, mas média entre esses dois exces-
sos [...]. O objetivo é obter ou preservar uma certa harmonia social; procurar conseguir o que 
Aristóteles chama uma igualdade.
(Adaptado de: VILLEY, Michel. A formação do pensamento jurídico Moderno. São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 
41 e 42)
O texto acima caracteriza o que se entende corretamente por
a) justiça corretiva, expressa modernamente e por uma ótica dogmática no direito privado.
b) direito privado (direito de família, contratos de compra e venda etc.), que expressa uma justa 
distribuição entre os cidadãos da cidade.
c) justiça comutativa, que se dá a partir do princípio de igualdade simples ou aritmética.
d) justiça distributiva, que nos tempos atuais e por uma ótica dogmática pode ser realizada por 
meio do Direito Público, quando este busca efetivar a justa distribuição dos bens.
a) Errada. O texto se refere à justiça distributiva.
b) Errada. Não se trata de direito privado, porque envolve uma relação do Estado com os particulares.
c) Errada. Justiça comutativa está no âmbito da justiça privada e o texto se refere à justiça 
distributiva.
d) Certa. A justiça distributiva está no âmbito do direito público e tem por finalidade uma distri-
buição mais equânime dos recursos públicos.
Letra d.
024. (CESPE/MPU/2018/MODIFICADA)
Visto que a virtude se relaciona com paixões e ações, e é às paixões e ações voluntárias que 
se dispensa louvor e censura, enquanto as involuntárias merecem perdão e às vezes piedade, 
é talvez necessário a quem estuda a natureza da virtude distinguir o voluntário do involuntário. 
Tal distinção terá também utilidade para o legislador no que tange à distribuição de honras e 
castigos. São, pois, consideradas involuntárias aquelas coisas que ocorrem sob compulsão 
ou por ignorância; e é compulsório ou forçado aquilo cujo princípio motor se encontra fora de 
nós e para o qual em nada contribui a pessoa que age e que sente a paixão — por exemplo, 
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
se tal pessoa fosse levada a alguma parte pelo vento ou por homens que dela se houvessem 
apoderado.(...)No que tange a dar ou receber dinheiro, a mediania é a generosidade; o excesso 
é a prodigalidade, e a deficiência, a mesquinhez, mas o indivíduo pródigo e o mesquinho são 
excessivos e carentes de maneiras opostas entre si; o pródigo se excede em dar e é deficiente 
em obter, enquanto o mesquinho se excede em obter e é deficiente em dar.
Aristóteles. Ética a Nicômaco. In: Os pensadores. (Org.) José A. M. Pessanha. 4.ª ed. Vol. 2. São Paulo: Nova 
Cultural, 1991 (com adaptações).
A partir do fragmento de texto antecedente, assinale a alternativa correta.
a) O indivíduo pródigo do modelo aristotélico deve servir de modelo para a ação ética no servi-
ço público, haja vista ser ele, ao contrário do mesquinho, exemplo de generosidade.
b) O indivíduo pródigo não deve servir de modelo para a ação ética no serviço público.
c) O indivíduo pródigo é um exemplo de generosidade, mesmo sendo um vício.
d) A prodigalidade é exemplo de ética quando não se aproxima dos extremos.
a) Errada. A afirmativa contraria o que está posto no enunciado, “pródigo se excede em dar e é 
deficiente em obter”.
b) Certa. O pródigo se excede em dar e é deficiente em obter, completamente inadequado para 
o serviço público.
c) Errada. Se é vício, não pode ser exemplo.
d) Errada. A prodigalidade se aproxima dos extremos e não se liga à ética.
Letra b.
025. (CESPE/MPU/2018/MODIFICADA) Assinale a alternativa correta:
a) Segundo a escola da moral das virtudes ou do caráter, de Aristóteles, os seres morais são 
definidos pelos hábitos e costumes desenvolvidos no decorrer do tempo.
b) O pensamento aristotélico clássico advoga em favor de que desequilíbrios nas relações devem ser 
superados por meio do reconhecimento de que a razão haverá de assistir a somente um dos lados.
c) A virtude, no pensamento aristotélico, é tida como inata, portanto, oriunda da própria 
natureza humana.
d) A justiça está no campo da ética que, no pensamento aristotélico, é um saber produtivo.
a) Certa. A virtude está no campo da ética, um saber prático. Logo, a virtude se liga à prá-
tica reiterada.
b) Errada. Completamente equivocado, Aristóteles é contrário aos desequilíbrios sociais.
c) Errada. A virtude é prática, resulta dos costumes e de atitudes reiteradas com fundamento ético.
d) Errada. Ética é um campo do saber prático.
Letra a.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
026. (CESPE/MPU/2018/MODIFICADA)
Visto que a virtude se relaciona com paixões e ações, e é às paixões e ações voluntárias que 
se dispensa louvor e censura, enquanto as involuntárias merecem perdão e às vezes piedade, 
é talvez necessário a quem estuda a natureza da virtude distinguir o voluntário do involuntário. 
Tal distinção terá também utilidade para o legislador no que tange à distribuição de honras e 
castigos. São, pois, consideradas involuntárias aquelas coisas que ocorrem sob compulsão 
ou por ignorância; e é compulsório ou forçado aquilo cujo princípio motor se encontra fora de 
nós e para o qual em nada contribui a pessoa que age e que sente a paixão — por exemplo, 
se tal pessoa fosse levada a alguma parte pelo vento ou por homens que dela se houvessem 
apoderado. (...) No que tange a dar ou receber dinheiro,a mediania é a generosidade; o excesso 
é a prodigalidade, e a deficiência, a mesquinhez, mas o indivíduo pródigo e o mesquinho são 
excessivos e carentes de maneiras opostas entre si; o pródigo se excede em dar e é deficiente 
em obter, enquanto o mesquinho se excede em obter e é deficiente em dar.
Aristóteles. Ética a Nicômaco. In: Os pensadores. (Org.) José A. M. Pessanha. 4.ª ed. Vol. 2. São Paulo: Nova 
Cultural, 1991 (com adaptações).
A partir do fragmento de texto antecedente, é correto afirmar.
a) Servidores públicos são orientados a agir de forma voluntária no exercício de suas funções, 
porque estão subordinados ao conjunto das leis e normas que regulam as funções públicas
b) As ações dos servidores públicos, especialmente as que sejam relativas ao uso de recursos 
públicos, não podem ser pautadas nos princípios da ética aristotélica.
c) A ética aristotélica é aplicável à conduta dos servidores públicos, porque define um modelo 
reto de conduta.
d) A ética aristotélica não pode pautar as ações dos servidores públicos porque ela está pau-
tada numa concepção de Estado diferente da concepção atual.
a) Errada. Se o servidor está subordinado à lei, não há como se falar em ação voluntária.
b) Errada. A ética aristotélica tem preocupação com a retidão da conduta, totalmente compatí-
vel com o que deve ser a conduta do servidor público.
c) Certa. A definição de um modelo de conduta está ligada à retidão da ação, ao fazer a coisa 
certa. Compatível com o que deve ser a conduta do servidor público.
d) Errada. De fato o modelo de Estado vivido por Aristóteles é diferente do modelo atual, mas 
essa diferença não se vincula à sua concepção ética.
Letra c.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
027. (FCC/CÂMARA DE FORTALEZA/2019/MODIFICADA)
O raciocínio aristotélico remete a uma interpretação nova da ideia de natureza: se a natu-
reza física é a mesma em todos os lugares (“O fogo queima tão bem aqui quanto entre os Per-
sas”), a natureza humana é variável e sujeita a uma indeterminação essencial. A esse respeito, 
a “conformidade com a natureza” não se pode pensar em termos de universalidade, mas antes 
de variabilidade. Em suma, o direito natural não deve ser compreendido como uma “universa-
lidade separada”, sobre o modo platônico de uma supernatureza, mas antes como aquilo que 
acompanha a variabilidade do humano.
(BILLIER, Jean-Cassien; MARYIOLI, Aglaé. História da Filosofia do Direito. São Paulo: Manole, 2005, pp. 82-83)
Com base no texto acima,
a) para Aristóteles a lei positiva (norma jurídica) é variável, mas o direito natural é invariável.
b) em Aristóteles não existe diferença entre Justiça distributiva e Justiça comutativa.
c) embora a natureza humana seja variável, o direito positivo não o é.
d) para a filosofia do direito, o pensamento de Aristóteles aproxima-se de Platão pelo conceito 
de supernatureza.
a) Certa. Trata-se das concepções de jusnaturalismo e juspositivismo de Aristóteles.
b) Errada. Justiça distributiva está no âmbito do direito público, justiça comutativa está no 
âmbito do direito privado.
c) Errada. O direito positivo é variável exatamente porque se refere a produção volitiva humana.
d) Errada. Não há essa aproximação entre as duas filosofias, não se aplica o conceito de super-
natureza à filosofia aristotélica.
Letra a.
028. (CESPE/DPE-TO/2013/ADAPTADA) Com relação ao conceito de justiça, assinale a op-
ção correta.
a) O vocábulo justiça é empregado, em sentido lato, como equivalente a organização judiciária.
b) O sentido estrito de justiça está associado ao conjunto das virtudes que regulam as relações 
entre os homens.
c) De acordo com a doutrina majoritária, caracterizam o sentido lato de justiça a alteridade, o 
débito e a igualdade.
d) Consoante a doutrina aristotélica, a justiça comutativa caracteriza-se como aquela em que 
o particular dá a outro o bem que lhe é devido.
a) Errada. Não se faz a vinculação direta do vocábulo justiça ao Poder Judiciário.
b) Errada. O sentido estrito de justiça se associa a uma virtude particular.
c) Errada. A alternativa trata, na verdade, do sentido estrito de justiça.
d) Certa. A justiça comutativa está no âmbito do direito privado, tem início com uma relação 
voluntária e entre iguais.
Letra d.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
029. (CONSUPLAN/SEDUC-PA/2018/MODIFICADA)
“Aurélio Agostinho, o Santo Agostinho de Hipona, foi um importante bispo, cristão e teólo-
go. Nasceu na região norte da África em 354. Era filho de mãe que seguia o cristianismo, porém 
seu pai era pagão. Logo, em sua formação, teve importante influência do maniqueísmo.”
(Reale, 1990. V 1. P. 428-34.)
Sobre Santo Agostinho e seu pensamento, é correto afirmar:
a) Apesar de Agostinho ter vivido uma experiência de conversão ao cristianismo, a fé sempre 
foi questão secundária em seu pensamento.
b) O mal é um ser, deficiência e privação do ser, é uma substância que se transforma no bem.
c) Agostinho organiza o mundo e a sociedade em uma unidade coletiva denominada Cidade de 
Deus, desconsiderando qualquer outra forma metafísica.
d) Os bens finitos devem ser usados como meios e não serem transformados em objetos de 
fruição e deleite, como se fossem fins.
a) Errada. A fé é questão central na filosofia agostiniana.
b) Errada. Afirmação totalmente contraditória, o mal não se transforma em bem.
c) Errada. A cidade de Deus é uma construção que se manifesta já aqui na terra, porque se co-
loca como uma construção dos fiéis em Deus, mas o seu plano é a salvação da alma, portanto, 
um plano metafísico.
d) Certa. Os bens são meios, não se pode tê-los como finalidade.
Letra d.
030. (CEPERJ/SEDUC-RJ/2013/ADAPTADA) Durante a filosofia medieval, uma das mais 
constantes discussões foi aquela sobre a relação entre fé e razão, já que, em princípio, cada 
uma delas parecia uma via distinta para se alcançar Deus ou a verdade. O pensamento religio-
so, nesse momento da história, refletiu sobre a sua interação com o entendimento argumenta-
tivo da filosofia. Conforme observa Danilo Marcondes na sua Iniciação à história da filosofia, 
Santo Agostinho adotou uma posição decisiva nesse contexto, postulando que, quanto aos 
ensinamentos religiosos, deve-se adotar o seguinte procedimento:
a) primeiro acreditar para depois compreender.
b) primeiro compreender para depois acreditar.
c) acreditar e compreender simultaneamente.
d) somente compreender, sem jamais acreditar.
a) Certa. Refere-se a ordem na qual se colocam fé e conhecimento no pensamento agostiniano.
b) Errada. Está na ordem inversa.
c) Errada. Agostinho estabelece uma sequência, acreditar para depois conhecer.
d) Errada. Acreditar é o primeiro passo e é necessário.
Letra a.
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FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
031. (IDECAN/SEARN-RN/2016)“Antes de Deus ter criado o mundo, as ‘ideias’ já existiam dentro de sua cabeça. Assim, é 
atribuído a Deus as ideias eternas.”
(Gaarder, 1995:194.)
Essa citação representa um argumento
a) moderno de refutação do ateísmo iluminista.
b) de comparação entre a teologia aristotélica e platônica.
c) relacional entre a filosofia Aristotélica e a construída por Agostinho.
d) de ligação entre a filosofia de Platão e o pensamento cristão medieval.
a) Errada. Não é um argumento moderno.
b) Errada. Não se trata de comparação entre os pensamentos de Aristóteles e Platão.
c) Errada. A influência sobre o pensamento de Agostinho foi Platão e não Aristóteles.
d) Certa. O pensamento de Platão foi a principal referência para construção da filosofia de 
Agostinho. A afirmação no enunciado se refere exatamente a isso.
Letra d.
032. (CESGRANRIO/PREFEITURA DE SALVADOR/PROFESSOR DE FILOSOFIA/2010) Para 
Tomás de Aquino, a Filosofia está separada da Teologia, porque, enquanto a primeira funda-
menta seus argumentos em princípios da razão humana, a segunda
a) funda-se no exercício radical da razão.
b) dá-se apenas no campo da fé e da revelação, não possuindo argumentos.
c) estabelece seus argumentos tendo como base a revelação.
d) estabelece seus parâmetros na relação com os deuses.
a) Errada. É a filosofia que a razão como fundamento principal.
b) Errada. Ainda que a teologia esteja eivada de fé, ela possui sim argumentos bem estruturados.
c) Certa. A base da teologia tomista é a revelação.
d) Errada. O cristianismo é monoteísta.
Letra c.
033. (IF-RS/PROFESSOR DE FILOSOFIA/2015) São Tomás de Aquino, principal representante 
da __________, desenvolve um pensamento profundamente ligado ao de __________. Seu papel 
principal foi o de organizar as verdades da religião e de harmonizá-las com a filosofia. Para ele, 
então, a __________,criada por Deus, e a __________, revelação de Deus, não podem entrar em 
__________, porque procedem do mesmo Princípio.
Assinale a alternativa que preencha corretamente as lacunas do texto apresentado.
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Filosofia do Direito nos Pensamentos Clássico e Medieval
FILOSOFIA DO DIREITO
Odair José
a) Escolástica – Aristóteles – razão – fé – contradição.
b) Patrística – Platão – razão – fé – conflito.
c) Escolástica – Aristóteles – fé – razão – acordo.
d) Patrística – Platão – fé – razão – contradição.
Escolástica é um método filosófico que busca unir fé e razão e tem em Tomás de Aquino um 
dos seus principais expoentes. Este filósofo sofreu grande influência do pensamento de Aris-
tóteles, compreende que a razão é uma criação divina, a fé é revelação de Deus e, por esse 
motivo, não há que se falar em contradição entre fé e razão.
Letra a.
034. (NUCEP/SEDUC-PI/2015/MODIFICADA) Sobre a ética das virtudes, marque a alternati-
va CORRETA.
a) Na ética das virtudes os conceitos de felicidade e de sabedoria prática não são relevantes.
b) O principal representante clássico da ética das virtudes é o filósofo Aristóteles, já no período 
medieval destaca-se Tomás de Aquino.
c) Na perspectiva da ética das virtudes, podemos pensar o agir moral somente a partir de nor-
mas, mesmo quando essas normas não estão articuladas a um bem.
d) A ética das virtudes não tem qualquer relevância na filosofia contemporânea em razão do 
predomínio da filosofia utilitarista.
Aristóteles dá ênfase na virtude, colocando-a em patamar elevado. Como Tomás de Aquino 
sofreu influência de Aristóteles, seguirá direção semelhante na filosofia que produziu.
Letra b.
Odair José
Mestre em Sociologia pela Universidade de Brasília (2002), bacharelado em Ciências Sociais pela 
Universidade Federal de Goiás (1999) e, atualmente, está cursando Direito pelo Centro Universitário de 
Brasília. É professor da Faculdade Processus-DF. Tem experiência nas áreas de Sociologia, Filosofia do 
Direito, História do Direito e em Ciência Política com ênfase em Sociologia Jurídica e Teoria do Estado, 
atuando, principalmente, nos seguintes temas: Estado, Direito e Sociedade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ANA MARIA RODRIGUES SOUSA - 80894950363, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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	Apresentação
	Filosofia do Direito nos Pensamentos Clássico e Medieval
	1. Filosofia do Direito no Pensamento Clássico
	1.1. Noções Iniciais
	1.2. Filosofia Antropológica: Sócrates (469-399 a.C.) e os Sofistas
	1.3. Direito e Justiça no Pensamento de Platão (427-347)
	1.4. Justiça, Virtude e Equidade no Pensamento de Aristóteles (384-322 a.C.)
	2. Filosofia do Direito Medieval
	2.1. Filosofia do Direito no Pensamento de Santo Agostinho (354-430)
	2.2. Filosofia do Direito no Pensamento de Santo Tomás de Aquino (1225-1274)
	Resumo
	Mapa Mental
	Questões Comentadas em Aula
	Questões de Concurso
	Gabarito
	Gabarito Comentado
	AVALIAR 5: 
	Página 66:

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