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IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E PANORAMA ATUAL DA BOVINOCULTURA AGRONEGÓCIO BRASILEIRO Qual a importância da agropecuária para o Brasil? Agronegócio é o principal condutor do crescimento no Brasil 13% foi o crescimento do setor em 2017 44,1% de todas as exportações em 2017 vieram do agro 23,5% é a participação do agronegócio no PIB 42,7% dos empregos no Brasil estão nos campos BOVINOCULTURA BRASILEIRA Histórico: Primeiros bovinos no Brasil Capitania de São Vicente em 1534 Martim Afonso de Souza Capitania de Pernambuco em 1535 Duarte Coelho Pereira Animais de tração Produção voltada para subsistência Início do século 20 Grandes frigoríficos estrangeiros (1ª Grande Guerra) Cadeia produtiva geradora de riqueza Estímulos para produção e incentivo ao consumo Expansão das fronteiras agrícolas Maior controle sanitário Substituição por raças especializadas Nelore + Gir + Guzerá = Indubrasil Redução da sazonalidade na produção Maior qualidade do produto Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA - 1950) Regulamentação da atividade leiteira no Brasil Estado passou a definir preços de comercialização Criação de padrões de comercialização dos produtos Fortalecimento da agropecuária Aspectos gerais: Desenvolvida em todos os estados brasileiros Importância Social e econômica Produtora de proteína nacional e internacional Captação de divisas para o país Equilíbrio da balança comercial do país Vantagens do Brasil: País de proporções continentais Características edafoclimáticas Baixos custos de produção (insumos, mão-de-obra, etc.) Aumento da eficiência produtiva Estagnação da produção dos países concorrentes Composição do rebanho 80% rebanho de corte 20% rebanho de leite BOVINOCULTURA DE CORTE O Brasil tem o segundo maior rebanho bovino do mundo É responsável por 16% da produção mundial de carne Maior exportador de carne bovina BOVINOCULTURA DE LEITE Contexto internacional: Espécies produtoras: vaca, búfala, cabra, ovelha, camelo Principais produtores mundiais: EUA, Índia, China, Brasil, Alemanha e Rússia EUA: 1° lugar em produção de leite de vaca 93,5 mil t. e rebanho de 9,2 milhões de cabeças Maior índice produtividade = 10.150 litros/vaca/ano; Principais regiões produtoras: Califórnia, Wisconsin, Idaho, Nova York e Pensilvânia Índia: Produção de 66,4 milhões de t Aumentou 101,5% durante o período analisado Maior rebanho produtivo - 45,9 milhões de cabeças Produtividade de 1.446 litros/vaca/ano 80% do leite provém de um setor não organizado China: Rebanho 12,6 milhões de cab. Produtividade de 2.994 litros/vaca/ano; Sistemas típicos de produção: 200 até 3.900 vacas em lactação; Apesar do crescimento da produção, a disponibilidade de leite por hab. ainda é muito baixa: 31 litros/ano. Brasil: Ainda é um grande importador de lácteos Um dos maiores rebanhos produtivos (23 milhões) De 2000 a 2015: Produção cresceu 72,3% Rebanho aumentou 28,7% Produtividade aumentou 33,8% Produtividade baixa: 1.525 litros/vaca/ano Sistemas típicos: 23 até 320 animais em lactação Setor importante no agronegócio brasileiro Emprega mais de 2 milhões de pessoas Contexto nacional: Evolução da produção de leite no Brasil: Melhoramento genético Qualidade na alimentação Manejo adequado Grande potencial de crescimento Brasil aumentou importações: 245,28 mil L em 2016 Importações (baixos preços no mercado internacional) Consumo aumentou para 178L per capita/ano Recomendação da OMS é de 220L Contexto regional em 2016: Maiores produtores: sul, sudeste, centro-oeste, nordeste e norte. Contexto estadual: 22 municípios compõem a bacia leiteira no Agreste. 1 milhão de cabeças de gato concentram-se na região; isso representa cerca de 55% de todo o rebanho do estado. PRINCIPAIS ENTRAVES Bovinocultura de corte e leite: Baixo preço pago ao produtor Bovinocultura de leite: Falta de planejamento forrageiro: Impacto na composição dos produtos Reduz índices zootécnicos Eleva custos de produção Falta de gerenciamento rural Informalidade Falta de credibilidade Alternativas de suplementação Melhorar o desempenho produtivo Erradicação de doenças Febre aftosa, brucelose e tuberculose PERSPECTIVAS NA BOVINOCULTURA DE LEITE Melhoria na qualidade dos produtos Redução da sazonalidade produtiva Redução do mercado informal Aumento da produção MORFOLOGIA EXTERNA DOS BOVINOS EZOOGNÓSIA BOVINA: Definição: ramo da zootecnia que estuda a conformação externa dos animais, apreciando a beleza e defeitos, visando o mérito de cada indivíduo; O termo ezoognósia vem do grego: Ex = fora Zoo = animal Gnosia = conhecimento EZOOGNÓSIA BOVINA: ASPECTOS GERAIS Estudo de caracteres gerais Conformação Pelagem Idade AGRONEGÓCIO BRASILEIRO Por que avaliar? Existe uma associação entre forma do indivíduo e a função por ele desempenhada; Correlação forma do indivíduo v.s a função pode ser utilizada para determinar predizer o tipo do animal; EZOOGNÓSIA BOVINA: ASPECTOS GERAIS Estudo de caracteres indicativos Ligados à aptidão econômica MORFOLOGIA EXTERNA DOS BOVINOS Aspectos fundamentais: Divisão e nomenclatura das diversas regiões do corpo Função e, principalmente, o que cada uma delas representa em quantidade e qualidade de carne e/ou leite Característica de cada região em relação à sua forma típica e a análise das suas eventuais deformações distinguindo-se as viciosas ou acidentais daquelas de ordem genética ou hereditárias TERMOS ZOOTÉCNICOS: Beleza: eficiência das partes do animal em relação á sua utilidade. Exemplo: bons aprumos, boa conformação do útero Defeito: Congênito ou adquirido Antagônico a beleza Absoluto: inutilizam o animal Relativos: podem ser compensados Tara: qualquer sinal externo que indique uma fratura, cirurgia, etc Depreciação do valor do animal Vício: defeito de ordem moral Integridade: ausência de defeitos ou taras Simetria: resultado do equilíbrio entre todas as partes do animal Estilo: relacionado a estética, atitude e movimentos do animal Qualidade: conjunto do corpo do indivíduo. Ex.: capacidade de um bovino de corte em produzir carne Condição: estado geral do animal em relação a sua função. Exemplo: reprodutor muito gordo ou vaca muito magra Conformação: aspecto das regiões específicas do animal relacionado com a produção. Boa conformação: aspecto favorável a produção. Ex.: boa conformação de úbere, carcaça, etc. Temperamento: Vivo: Atitude alerta, reações rápidas de olhos, orelhas (bovinos de corte); Quando exacerbado é denominado de temperamento nervoso; Linfático: Atitude calma, reações lentas (bovinos de leite); Quando exacerbado é denominado de temperamento indolente; Indiferente aos estímulos externos; Corpo do bovino (cabeça, pescoço, tronco e membros) EZOOGNÓSIA BOVINA: CABEÇA Região da cabeça: Possui 4 faces e 2 extremidades Face anterior: fronte, chanfro e focinho Face posterior: ganacha Faces laterais: orelhas, olhos, bochecha e narinas Extremidade superior: nuca, parótidas e garganta Extremidade inferior: boca Chifres: posição forma, tamanho e coloração, ou mesmo a ausência são elementos que constituem as características de distinção entre diversas raças Classificação quanto ao desenvolvimento: Mocho: ausência total de chifre, ocasionada por questões genéticas. Calo: apresenta sinal de chifre (sem protuberância). Batoque: apresenta um chifre rudimentar (sem sustentação) Descornado: retirada dos chifres por processo cirúrgico Mochado: impedimento do desenvolvimento dos chifres, quando o animal ainda é jovem , por processo de cauterização do nervo central. EZOOGNÓSIA BOVINA: TRONCO Região do tronco: possui 4 faces e 2 extremidades EZOOGNÓSIA BOVINA: MEMBROS Região dos membros: possui 2 membros anteriores e 2 posteriores CONFORMAÇÃO DOS BOVINOS DE LEITE Observação de toda a vaca: A aparência geral inclui a vaca como um todo: feminilidade, vigor, equilíbrio, força, estilo e uma boa união de partes. Isto inclui todas as partes da vaca e se vincula às seguintes subpartes: estatura, parte anterior, linha superior (dorso – lombar), pernas e cascos. Deve-se levar em conta a idade e a raça do animal Estatura: Vacas com estatura de mediana para altas são mais desejadas Acima de tudo elas possuem mais capacidade de produção de leite Uma vaca alta, usualmente possui pernas longas, acarretando maior distância do corpo ao solo podendo acolher um sistema mamário com maior capacidade Parte anterior: União firme e suave das paletas, com a linha dorsal que se eleva ligeiramente acima das pontas das paletas podendo-se observar as vértebras dorsais bem marcadas Linha superior: A linha dorso-lombar deve ser retilínea e levemente ascendente. Uma garupa desejável é longa, larga e levemente desnivelada no sentido íleo ísquio O discreto desnível (2cm) facilita a drenagem do trato reprodutivo, quando comparadas com garupas perfeitamente planas e niveladas Pernas e cascos: Bons pés e pernas ajudam as vacas a permanecerem maior tempo em produção As quartelas devem ser fortes e curtas, enquanto que os cascos deverão ser bem formados, curtos, com talões profundos e com as unhas fechadas Ao caminhar, deixar um rastro retilíneo e paralelo O úbere é valorizado no julgamento porque produz a maior renda do criador Vacas leiteiras necessitam de úberes íntegros e funcionais para produzirem grandes quantidades de leite por um longo período e sucessivas lactações Moderado comprimento, largura e profundidade; simétrico; não septado lateralmente; piso nivelado (vista lateral) e sobretudo bem balanceado Os ligamentos do úbere não as mais importantes partes do sistema mamário. Bons ligamentos sustentam o úbere e acima dos jarretes, com um forte ligamento central suspensório formando uma profunda fenda entre os quartos posteriores (vista posterior) As vacas precisam de úberes com o piso fendido (ligamento central forte, vista posterior) para manter suas tetas colocadas sob úbere e não apontadas lateralmente. O úbere deve ser firmemente aderido à parede do abdômen. O corpo de uma vaca deve ser longilíneo, profundo, amplo e proporcional, mantendo equilíbrio com as outras partes O assoalho do peito, região cardíaca, e o abdômen devem ser profundos e amplos As costelas devem ser arqueadas e ter projeções obliquas bem espaçadas e profundas Vacas estreitas e pouco profundas comparadas com vacas profundas e amplas, não mostram tanta capacidade na produção de leite CONFORMAÇÃO DOS BOVINOS DE CORTE: Estrutura corporal: Prediz visualmente a área que o animal abrange visto de lado, olhando-se basicamente para o comprimento corporal e a profundidade de costelas: deposição de tecido muscular. Precocidade: animais de maior profundidade de costelas em relação à altura de seus membros são preferidos Musculosidade: será avaliada através da evidência das massas musculares Caracterização racial: todos os itens previstos nos padrões raciais das respectivas raças. Aprumos: serão avaliadas através das proporções, direções, angulações e articulações dos membros anteriores e posteriores Sexualidade: busca-se masculinidade nos machos e feminilidade nas fêmeas, sendo que estas características deverão ser tanto mais acentuadas quanto maior a idade dos animais avaliados PRINCIPAIS RAÇAS DE BOVINOS DE LEITE Holandesa: Raça mais especializada para a produção de leite Raça difundida em todo o mundo Grande porte Acentuada precocidade sexual Animais mais exigentes Cuidados, conforto e clima Aspectos produtivos: Produção média diária = 29,63 kg Teor de gordura = 3,5% Teor de proteína = 3,2% Idade ao primeiro parto = 25 a 27 meses Intervalo de partos = 15 a 17 meses Jersey: Segunda raça leiteira mais criada no mundo Uma das mais rústicas (europeias) Pequeno porte Eficiência alimentar/ boa produtividade Elevada precocidade, fertilidade e longevidade Menor intervalo de partos Leite com altos teores de sólidos Adaptação a climas diversos Aspectos produtivos: Produção em 305 dias = 3.500 a 5.500 kg Teor de gordura: 5,3% Teor de proteína: 3,98% Idade ao primeiro parto: 26 a 30 m Intervalo de partos: 12 a 14 meses Maior rendimento industrial Gir: Origem: sul da Índia; Grande porte e musculosidade; Pelagem variada; Temperamento dócil; Mais utilizada em cruzamentos Aspectos produtivos: Produção média (305 dias): 2.965 kg de leite Duração da lactação: 284 dias Produção de gordura: 112 kg (3,77%) Produção de proteína: 90 kg (3,04%) Idade ao primeiro parto: 42 meses Guzerá: Origem: Norte da Índia (Paquistão); Dupla aptidão; Altamente rústica: termotolerância, resistência a endo e ectoparasitas e capacidade de utilizar forrageiras grosseiras; Regiões: Sudeste e Nordeste; Brasil e Índia: principais criadores da raça no mundo. Aspectos produtivos: Produção média ajustada para idade adulta (305 dias) = 2.121 kg de leite Duração da lactação: 273 dias Produção de gordura: 89 kg (4,20 %) Produção de proteína: 59 kg (2,78%) Idade ao primeiro parto: 42 meses Girolando: Pele: preta ou escura; Dorso: largo e reto ligado à garupa de forma harmoniosa, com Boa cobertura muscular (aptidão leiteira); Garupa: varia de inclinada a nivelada (> grau de sangue da raça Holandesa); Aspectos produtivos: Produção média (305 dias) = 3.397 kg de leite Duração da lactação = 284 dias Teor de gordura = 4% Idade ao primeiro parto = 35 meses RAÇAS PURAS DE CORTE Hereford: Originário da Inglaterra, o gado Hereford é uma das mais famosas raças selecionadas para produção de carne. O Hereford é o gado de pastejo e engorda fáceis em pastagens inferiores, mostra excelente aptidão para recuperação de peso após as chuvas. A cara branca é um caráter dominante e se transmite aos produtos oriundos de cruzamentos, independente de qual seja a raça utilizada. No cruzamento com o gado zebuíno (zebu americano e brasileiro) deu origem a raça Braford, hoje muito difundida no Brasil. Aberdeen angus: A raça Aberdeen Angus possui a pelagem preta ou vermelha, é uma raça mocha muito utilizada em cruzamentos industriais e na formação de novas raças de corte. No Brasil, entrou juntamente com a raça Nelore na formação do gado Ibagé, no Rio Grande do Sul e nos Estados Unidos na formação da raça Brangus, juntamente com a raça Brahman Charolesa: Devido à sua extraordinária produção de carne, essa raça está espalhada por todo o mundo. No Brasil, o gado Charolês tem prestado inestimáveis serviços, principalmente na formação da raça Canchim. A carne do gado Charolês é de excelente qualidade, com pouca gordura superficial, embora marmorizada internamente. O rendimento de carcaça varia de 58 e 65%, em regime de campo, e de 65 e 70%, em regime de confinamento. Limousin: A raça Limousin estápresente no Brasil desde o início do século XX, quando em 1872 foi trazido um touro e uma vaca, por Henri Goreix, convidado por D.Pedro II para dirigir uma escola de mineração em Ouro Preto-MG. Atualmente, é uma raça muito utilizada principalmente em Goiás e Mato Grosso, mas podemos encontrá-la também em Minas Gerais e São Paulo nos programas de cruzamentos industriais, bem como em programas de seleção e vendas de reprodutores e matrizes Blanc-blue-belge: No início do século XX, já existia a raça Azul, na Bélgica, também conhecida com o nome de raça de Mons, a qual parecia ser uma derivaçãoda raça Holandesa O gado Blanc-Blue-Belge foi importado para o Brasil em 1994, para o município de Alvorada do Sul, no Paraná. O desenvolvimento muscular é de origem genética, ou seja, sua carne não contém qualquer tipo de aditivo. Blonde d’aquitaine: O Blonde D’Aquitaine foi introduzido no Brasil em 1972 na exposição de Esteio, no Rio Grande do Sul. Vários fazendeiros utilizam o Blonde em cruzamento industrial, obtendo excelentes resultados, principalmente quando a raça usada é a Nelore, mais precisamente no Brasil Central. Uma grande utilidade do Blonde no Brasil é o cruzamento com a raça Caracu, para formação da raça Aquitânica. Red angus: O Red Angus é famoso pelas virtudes de precocidade sexual, velocidade de ganho de peso e fixação de características O gado Red Angus, em cruzamentos industriais, contribui para o aumento da prolificidade, qualidade de carcaça e rusticidade sobre a raça absorvida. Os animais Angus são precoces, com excelente conversão alimentar e rápido acabamento de carcaça. A raça Red Angus apresenta maior resistência a enfermidades e a sua grande adaptabilidade ao solo brasileiro, seja seco ou alagadiço, regiões acidentadas ou planas, em pastagens ricas ou pobres. Os bezerros Angus nascem pequenos, mas ganham peso rapidamente. É comum verificarem-se animais em plena produção com 14 a 15 meses de idade. Entre 18 e 20 meses, o macho chega a pesar em média 450 kg, em condições ótimas para abate. Nelore: A raça Nelore vem liderando com segurança e tranquilidade o número de animais registrados dentro da raça e das demais raças zebuínas. Com o crescimento do rebanho Nelore, surgiram novas variedades, como o Nelore Mocho e, agora, oficialmente reconhecidas, as pelagens vermelha, amarela e pintada de preto; O gado Nelore vem sendo utilizado em cruzamentos industriais com as raças europeias especializadas para produção de carne com a finalidade de obter novas raças ou simplesmente para produção de novilhos precoces para o abate. Tabapuã: A raça Tabapuã é uma raça nacional, originária do município de Tabapuã, São Paulo. O Tabapuã vem sendo muito utilizado em cruzamentos, garantindo um produto mocho, rústico e lucrativo. Através do cruzamento do touro Tabapuã com vacas Nelore, surgiu a raça Tabarel. Outros cruzamentos também são realizados com as raças Guzerá, Holandesa e outras raças européias, principalmente as raças de corte, no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Canchim: A raça Canchim resultou do cruzamento da raça européia Charolesa com as raças zebuínas Indubrasil, Guzerá e Nelore. O início dos trabalhos de cruzamentos e seleção dos animais foi em 1940, na fazenda de Criação de São Carlos, em São Paulo. O nome Canchim foi dado em função a uma espécie de árvore muito comum na região. O gado Canchim vem sendo muito utilizado em cruzamentos industriais em todo país. Santa gertrudis: No ano de 1940, o governo americano reconheceu a raça Santa Gertrudis como gado de corte. A raça possui 5/8 de sangue Shorthorn e 3/8 de sangue Brahman. Tem a pelagem vermelho- escuro retinta. No Brasil, pode ser encontrado em São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Bahia, onde vem sendo muito utilizado nos cruzamentos com o gado zebuíno, produzindo mestiços rústicos e precoces para o abate. Braford: A formação da raça Braford foi iniciada na década de 60, pelos cruzamentos das raças Hereford e do gado zebuíno (zebuamericano e brasileiro), sendo reconhecida pelo Ministério da Agricultura do Brasil em 1993; Na condição de animal sintético, todos os graus de sangue são considerados como reprodutores para formação da raça. ÍNDICES ZOOTÉCNICOS Qual a importância de realizar o controle zootécnico? É impossível melhorar aquilo que não se mede ÍNDICES ZOOTÉCNICOS? O que são? São os fatores zootécnicos, cuja interação resulta na produção propriamente dita. Toda atividade econômica necessita de parâmetros avaliativos de seu desempenho. Coleta de dados: importante para o produtor conhecer a situação atual da propriedade: Produtiva Reprodutiva Sanitária Rebanho É possível estipular metas Análises financeiras da exploração Com os índices o produtor consegue identificar: Possíveis falhas técnicas ou administrativas; Aprimorar e/ou introduzir novas tecnologias; Planejar suas ações; Evitar prejuízos, tornar + rentável sua atividade. PRINCIPAIS ÍNDICES ZOOTÉCNICOS DA PECUÁRIA LEITEIRA Produção diária de leite: Primeiro indicador a ser avaliado no rebanho; Registra a produção de leite total e por animal; Volume diário – medido no tanque de resfriamento; PDL (L/dia) = Produção total de leite/dias de observação Produtividade por vaca em lactação Refere-se à produtividade média das vacas em lactação; Demonstra o desempenho produtivo das vacas lactantes em relação ao total do rebanho; Produtividade: ser a maior possível em função da raça e das condições de manejo: Sistema exclusivamente à pasto: 4.500 kg/vaca/lactação ou 15 kg/vaca/dia; Sistema semi-intensivo: 6.500 kg/vaca/lactação Sistema intensivo: 10.000 kg/vaca/lactação ou 32 kg/vaca/dia Proporção de vacas em lactação: Relação vacas em lactação por total vacas rebanho; Quanto maior - melhor para a rentabilidade; Ideal - 80% do número total de vacas produzindo % baixo pode indicar problemas reprodutivos relacionados a sanidade, falhas nutricionais e na observação de cio, práticas de manejo incorretas e presença de animais com lactação curta. Providências para aumentar a % de vacas em lactação: descartar vacas com problemas reprodutivos ou de lactação curta Melhorar a recria de fêmeas: parir com 24 meses e com 80% do peso adulto Buscar o melhoramento genético do rebanho Atenção aos fatores que afetam os índices reprodutivos - manejo, alimentação, conforto animal e sanidade. Relação 4:1 (4 vacas em lactação para uma seca) Dias secos (período seco): N° de dias entre a secagem e a próxima parição; Meta (recomendação tradicional): 60 dias; Até 90 dias pode ser aceito, acima disso é ruim; Período seco longo: fornecer dieta mais barata. Duração da lactação: Tempo em dias que vai do parto ao final da lactação; Ideal - 10 meses ou 305 dias; Depende da genética da vaca; Vacas Europeias mais tempo que zebuínas. Persistência de lactação: Indica como é a queda da produção de leite após o pico de produção; Lactação é caracterizada por uma curva inicialmente ascendente, atinge o pico, depois produção cai; Quanto menor for a queda, maior a persistência lactação. Facilitar compreensão: fórmula que mede a taxa de decréscimo da produção de leite, em litros por tempo, após o pico de produção da vaca. Exemplo: 34kg de leite 1a pesagem; 29kg na seguinte; 30 dias de intervalo PL = {1- [(volume do controle anterior - volume do controle atual) x (30 dias de intervalo entre as pesagens) / volume do controle anterior]} x 100 Na prática, teremos o cálculo a seguir: {1- [( 34 - 29) x (30) / 34]} x 100= 84% Acima de 90% é ótima na lactação de vacas especializadas – Holandesas Fêmeas não especializadas, a taxa pode cair para 80%, ou até menos. Intervalo de partos: Tempo decorrido entre 2 partos consecutivos de uma mesma vaca; Quanto menor o período, menor será o intervalo de gerações. Ideal = 12 meses, porém vacas com lactação de 10 meses, intervalo é maior. IP (meses) = intervalo entre uma parição e outra Período de serviço: Tempo, em dias entre a parição e a cobertura ou inseminação; Quanto maior for o período de serviço, maior será o intervalo de partos. Costuma variar de 85 a 115 dias. PS (dias) = período entre o parto e a próxima fecundação Idade ao primeiro parto: Objetivo principal - 1o parto aos 24 meses; Depende genética, raça, nutrição; Controlar e corrigir fatores - economicamente eficiente. Descarte de vacas/ano: Descarte anual dever ser de 20% a 25% das vacas; Se o rebanho não tem boa taxa de concepção é difícil adotar esse descarte; Não basta saber o no de vacas descartadas por período, é preciso saber porque as vacas estão deixando o rebanho. Taxa de reposição do rebanho: 25% para rebanhos de alta produção e/ou sistemas intensivos; 20% para rebanhos de média produção e sistemas de produção de leite a pasto. Outros índices: FASE DE CRIA FLUXOGRAMA DA BOVINOCULTURA: FASE DE CRIA É a fase em que encontramos as maiores perdas (que variam de 5 a 10%) Para o sucesso é necessário estrutura e manejo adequados, mão-de-obra especializada, assistência técnica e trabalho metódico, contínuo e persistente MATERNIDADE Fase mais sensível do processo de cria Período que vai do momento próximo à parição até o bezerro atingir 45 dias Época de mais estresse físico das matrizes Maior sensibilidade dos bezerros: sistemas imunológicos e digestão não estão bem desenvolvidos Manejo: Vacas amojadas: Diagnóstico de gestação - lotes vacas prenhes Úbere cheio e vulva inchada > piquete-maternidade Formar lotes pela disponibilidade da pastagem Atenção para as diarreia ou verminoses nos bezerros Cuidados com o bezerro: Mamar o colostro o mais rápido possível Dificuldade! Tetos muito grandes Se necessário: ama de leite e descartar a mãe Cura do umbigo Cortado na medida de dois dedos (4 cm) Iodo a 10% ou produto similar Se for o caso, desverminar Identificação do bezerro: Brincos (até 45 dias) Ferro quente (após 45 dias) Tatuagem Descorna: Aproximadamente com 45 dias de idade. Queima com ferro quente de ponta côncava Após a mochação utilizar repelente (Ex.: Ungüento) ALEITAMENTO Os bezerros atingem aproximadamente 45 dias, saem do pasto maternidade e vão, juntamente com suas mães para um pasto onde permanecerão até a desmama. Mão de obra, ambiente (boas pastagens), currais, cochos Leite: nutrientes indispensáveis ao bezerro, supri as exigências altas nesta fase Começa a não ser suficiente depois de 16 semanas De 3 – 4 meses = pouca parte dos nutrientes provém do leite materno Aleitamento e suplementação: Vantagens: Sistemas mais intensivos de criação Ex.: confinamento logo após a desmama, para engorda e abate com pouco mais de 12 meses (super precoce) Desvantagens: Bezerros que serão recriados e engordados a pasto, devido à perdas de peso que ocorrem logo após o desmame. Suplementação de bezerros: SUPLEMENTAÇÃO DE BEZERROS – CREEP- FEEDING Sinônimo: cocho privativo Por que privativo? Como? Tipos de suplementos Época das águas: sal mineral Época da seca: suplemento mineral proteico Metas: ↑ peso à desmama ↓ demanda nutricional da matriz ↓ taxa de retorno ao cio ↓ tempo de abate (machos) ↓ mortalidade de bezerros Tipos: É viável? Manejo: Manejo inicial: Utilizar um bezerro mais velho, já iniciado no sistema Utilizar vacas durante alguns dias. Lotes c/ bezerros de idade próximas Colocar ração no caminho até o creep CREEP-GRAZING Área reservada de forragem Pastejo rotacionado: bezerros 1° Objetivos: Elevar peso à desmama Adaptação ao pastejo pós-desmama Diminuir os custos com concentrada Pastagens de elevada qualidade
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