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Mat Teórico Análise da Coluna Vertebral e Pelve

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Cinesiologia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Simone Aparecida Penimpedo Calamita
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Análise Cinesiológica da Coluna Vertebral e Pelve
• Coluna Vertebral;
• Testes Manuais Musculares;
• Pelve.
• Estudar os movimentos e músculos que atuam na coluna vertebral e pelve.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Análise Cinesiológica 
da Coluna Vertebral e Pelve
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Análise Cinesiológica da Coluna Vertebral e Pelve
Coluna Vertebral
Agora vamos revisar a biomecânica da coluna vertebral e testar os movimentos 
da coluna em testes manuais musculares.
A coluna vertebral é o eixo dos movimentos do corpo humano, sendo que 
seus movimentos e sua estabilização irão proporcionar a base de sustentação 
para os movimentos funcionais de cabeça e membros. Para que uma pessoa 
possa realizar a marcha, será necessário que músculos estabilizadores da lom-
bar e pelve atuem em conjunto, para que os membros inferiores possam se mo-
ver com a força e a coordenação necessárias para o cumprimento desta tarefa.
Sendo assim, a coluna vertebral se torna o segmento mais importante na 
estabilização dos movimentos do corpo e para a sua funcionalidade, sendo res-
ponsável pela locomoção e sustentação. Além das funções motoras, a estrutura 
das vértebras, mais especificamente dos arcos posteriores, protege a medula 
espinal, que é o tecido neurológico que leva o potencial de ação motor até os 
músculos e traz as informações sensitivas até a medula e o córtex cerebral.
Inicialmente, vamos estudar as divisões da coluna para melhor entender 
sua funcionalidade.
Divisões da coluna vertebral
A coluna se divide em cervical, torácica 
e lombar, terminando com o osso sacro e o 
cóccix, sendo que possuímos 7 vértebras cer-
vicais, 12 vértebras torácicas, 5 vértebras lom-
bares, 5 vértebras sacrais fundidas e 4 peque-
nas vértebras coccígeas.
A coluna vertebral, além de sua função 
estrutural, serve de proteção para a medula 
espinal, com seu arco posterior. E sua movi-
mentação será diferente em cada segmento 
por causa de suas características de formato 
das vértebras e mobilidade de cada segmento.
Em função das costelas, a coluna torácica 
é a porção menos móvel entre cervical e lom-
bar, sendo considerada um segmento móvel 
a estrutura formada por duas vértebras adja-
centes e pelos tecidos moles entre elas: disco 
intervertebral e ligamentos.
A vértebra típica é formada por um corpo, 
um anel oco (arco posterior), formado pelo 
Cervical
Torácico
Lombar
Sacro-coccígeo
Figura 1
Fonte: Wikimedia Commons
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pedículo, lâmina, processos espinhosos, processos transversos e as superfícies 
articulares (faceta articular), sendo que o formato destas estruturas irá variar de 
tamanho de acordo com o segmento da coluna vertebral, existindo um aumento 
progressivo no tamanho das vértebras desde o segmento cervical até o lombar.
Discos Intervertebrais
Os discos intervertebrais são estruturas fibrocartilaginosas que unem uma vértebra 
a outra, servindo de amortecedores para o suporte do peso corporal e cargas supor-
tadas pela coluna vertebral em nosso dia a dia. Eles são formados por duas estruturas 
funcionais: o anel fibroso e o núcleo pulposo. O anel fibroso é uma estrutura com-
posta de cartilagem fibrosa, que circunda o núcleo pulposo, um material gelatinoso 
central constituído de 90% de água e o restante de colágeno e proteoglicanos.
Por se tratar da estrutura responsável pelo suporte das cargas impostas à coluna 
vertebral nas tarefas do dia a dia, os discos intervertebrais estão sujeitos a lesões e 
degenerações associadas à quantidade e à duração destas cargas lesivas impostas 
a eles.
Pela estrutura do anel fibroso e a orientação de suas fibras, este está mais pre-
parado para forças de compressão ou tração do que para forças de torção (cisalha-
mento), e sua hidratação, assim como do núcleo pulposo, depende de repouso e 
de descompressões (como na postura deitada) para poder absorver água. Cargas 
contínuas sobre o disco dificultam sua hidratação e fazem a troca de estruturas elás-
ticas por fibrosas, o que irá deixar os discos mais propensos a lesões e herniações. 
Figura 2
Fonte: Wikimedia Commons
Ligamentos
São os principais limitadores dos movimentos da coluna vertebral, em conjunto 
com as facetas articulares.
• Ligamento longitudinal anterior: é delgado, espesso inferiormente para se 
fundir com o sacro – impede a hiperextensão excessiva.
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UNIDADE Análise Cinesiológica da Coluna Vertebral e Pelve
• Ligamento longitudinal posterior: é espesso superiormente para ajudar a 
suportar o crânio e fino inferiormente, o que contribui com as instabilida-
des lombares.
• Ligamento supraespinhal: estende-se da C7 até o sacro, posteriormente ao 
longo dos processos espinhosos.
• Ligamento nucal: é muito espesso e toma o lugar dos ligamentos interespi-
nhal e supraespinhal, na região cervical.
• Ligamento amarelo: conecta anteriormente as lâminas adjacentes. 
Torácica
• As vértebras torácicas:
 » suportam e permitem o movimento da cabeça e tronco;
 » fornecem proteção ao coração, pulmões e vasos;
 » fornecem fixações para os músculos da respiração, o tronco e as extremidades;
 » articulam-se com as costelas pelas facetas articuladoras no corpo de cada vértebra.
• Movimentos limitados:
 » pela ligação com as costelas;
 » pelos longos processos espinhosos que se sobrepõem na parte posterior.
• Flexão e extensão combinada são de 3 a 12° na região superior. 
 » Flexão lateral: 2 a 9°.
 » Rotação: 2 a 9°.
 » Discos: maior relação entre diâmetro e altura - reduz a sobrecarga – me-
nos lesão.
Lombar
Região sustentadora do peso corporal e responsável pela mobilidade dos seg-
mentos inferiores da coluna vertebral, tendo com características principais:
• grandes corpos e discos vertebrais, ligamentos mais fortes;
• flexão e extensão: variando de 8 a 20° nos vários níveis vertebrais;
• flexão lateral (limitada): 3 a 6°;
• pouca rotação em todos os níveis.
Articulação lombossacral
A mais móvel das articulações lombares.
Responsável por 75% de flexão e extensão, com 20% da flexão na região. 
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Músculos da regiãotorácica e abdominal
• Face Anterior: reto abdominal, oblíquos externos e oblíquos internos (flexores).
• Face Posterior: eretores da espinha (espinal, longuíssimo e iliocostal), semies-
pinal (da cabeça, cervical e torácico) e espinais profundos (multífidos, rotado-
res, interespinais, intertransversários e elevadores das costelas). São extensores 
e hiperextensores da coluna.
• Face Lateral: quadrado lombar e psoas maior. Flexores de tronco e flexores 
laterais de tronco.
Testes Manuais Musculares
Flexão do tronco: Músculo Reto Abdominal
O paciente deverá deitar-se em decúbito dorsal com os membros inferiores es-
tendidos, a coluna lombar deve permanecer encostada sobre a mesa, podendo ser 
utilizada uma almofada para que a posição inicial seja alcançada.
• G5: O paciente é capaz de retirar o ângulo inferior das escápulas da mesa, 
com as mãos cruzadas atrás da cabeça;
• G4: O paciente completa o teste com os braços cruzados à frente do tronco;
• G3+: O paciente completa o teste com os braços ao longo do tronco;
• G3: O paciente eleva a cabeça e a porção superior das escápulas da mesa, mas 
o ângulo inferior não é capaz de retirar da mesa;
• G2: Com os braços ao longo do tronco, o paciente eleva apenas a cabeça e o 
pescoço da mesa;
• G1: Não há movimento, mas a contração muscular é palpável;
• G0: Não há movimento nem contração muscular palpável.
Figura 3
Fonte: HAMILTON, NANCY, 2013
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Rotação do tronco: Músculos Oblíquo 
Externo e Interno do Abdome
• G5: Paciente em decúbito dorsal, pernas estendidas, deverá ser capaz de ele-
var a cabeça, o pescoço e as escápulas da mesa, levando o tronco em rotação 
para um dos lados, como se fosse levar o cotovelo ao joelho do lado oposto;
• G4 e G3: O paciente executa os mesmos movimentos do G5, porém muda o 
posicionamento dos membros superiores, sendo G4 com os braços cruzados à 
frente do tronco e G3 com os braços ao longo do tronco;
• G2, G1 e G0: O paciente deverá estar sentado na borda da mesa para 
eliminar a ação da gravidade sobre o movimento e fará a rotação do tronco 
para o lado oposto. Se a contração não produzir movimento, será G1; e se 
não for palpável, G0.
Figura 4
Fonte: HAMILTON, NANCY, 2013
Extensão do tronco: Músculos Eretor da 
Espinha (porções torácica e lombar), Multifido, 
Semiespinhoso do Tórax e Quadrado Lombar
• G5: Paciente em decúbito ventral com as mãos atrás do pescoço, o paciente 
deverá estender o tronco até retirar todo o osso esterno da mesa;
• G4: O paciente realiza o teste completo (G5) com os braços cruzados atrás das costas;
• G3: O paciente realiza o teste completo (G5) com os braços ao longo do tronco;
• G2: O paciente realiza o teste parcial com os braços ao longo do tronco;
• G1: Sem movimento, apenas contração palpável;
• G0: Sem movimento e sem contração palpável.
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Figura 5
Fonte: HAMILTON, NANCY, 2013
Pelve
Chamamos pelve o complexo formado pela união do sacro com os ilíacos, ísquio 
e púbis.
A pelve tem a função de transmitir as forças do tronco para membros inferiores, 
é importante para o centro de gravidade do corpo, na deambulação, proteção das 
vísceras pélvicas e apresenta papel importante na hora do parto para mulheres.
Cinto PélvicoÍlio
Crista ilíaca
Acetábulo
Ísquio
Púbis
Figura 6
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
Articulações
• Lombossacral: osso do sacro e a coluna lombar;
• Sacroilíaca: osso do sacro e os ilíacos;
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UNIDADE Análise Cinesiológica da Coluna Vertebral e Pelve
• Sacrococígea: osso do sacro e cóccix;
• Sínfise púbica: entre os ossos púbicos coberta por cartilagem hialina e sepa-
rada por discos de fibrocartilagem;
• Coxofemoral: entre o fêmur e a fossa do acetábulo no ilíaco. 
Devido à sua função estabilizadora, os ligamentos da pelve são muitos e impor-
tantíssimos para manutenção da função. São eles:
• Ligamento Sacroespinhoso;
• Ligamento Sacrotuberositário;
• Ligamentos Sacroilíacos Anteriores;
• Ligamentos Sacroilíacos Posteriores;
• Ligamentos Interósseos;
• Ligamento Longitudinal Anterior;
• Ligamento Íliolombar;
• Ligamento Sacroilíaco Longo;
• Ligamento Sacroilíaco Curto.
A pelve se move como um todo nos três planos de movimento.
Movimentos do Cíngulo Pélvico
• Anteversão: Quando as espinhas ilíacas ântero-superiores (EIAS) se encon-
tram mais que 30 graus abaixo das espinhas ilíacas póstero-superiores (EIPS).
 » Músculos envolvidos: extensores do tronco + flexores do quadril.
• Retroversão: quando as EIAS se encontram num ângulo menor que 30 graus 
das EIPS.
 » Músculos envolvidos: abdominais + extensores do quadril.
• Elevação: quando a crista ilíaca, observada no plano frontal, se encontra mais 
alta que o outro lado da pelve.
 » Músculos envolvidos: eretores da espinha + quadrado lombar.
• Depressão: quando a crista ilíaca, observada no plano frontal, se encontra 
mais baixa que outros lados da pelve.
 » Músculos envolvidos: abdutores do quadril.
• Rotação: quando um lado da pelve se encontra anteriorizado em relação ao 
outro lado.
 » Músculos envolvidos: oblíquos abdominais.
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Materi al Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Movimentos articulares da coluna vertebral
https://youtu.be/RIJOVU1b6jI
 Leitura
Equilíbrio pélvico
http://bit.ly/2MHFCVc
Fisioterapia nas afecções da coluna vertebral
http://bit.ly/2MCOXOd
Anatomia palpatória: a coluna vertebral e a pelve em evidência
http://bit.ly/2MFEql8
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UNIDADE Análise Cinesiológica da Coluna Vertebral e Pelve
Referências
HALL, S. Biomecânica básica. 5ª ed. São Paulo: Manole, 2009.
LIPPERT, L. Cinesiologia clínica para fisioterapeutas: incluindo teste para auto-
avaliação. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
THOMPSON, C. W.; FLOYD, R. T. Manual de cinesiologia estrutural. 14ª ed. 
São Paulo: Manole, 2002.
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